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Lidando com Pessoas Difíceis
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Lidando com Pessoas Difíceis

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About this ebook

Todos temos algum relacionamento problemático. São pessoas que reclamam sempre, são indiferentes, espalham boatos, mordem-se de inveja, fazem-se de vítimas, ou ferem nossos sentimentos. Mas não há como evitar, temos de conviver com elas na família, no trabalho e até na igreja.
O que podemos fazer para manter a calma e alcançar soluções em relacionamentos que exigem uma alta dose de manutenção? Este livro é a resposta. Nele poderemos aprender habilidades para construirmos relacionamentos melhores. Um produto CPAD.
LanguagePortuguês
PublisherCPAD
Release dateFeb 25, 2015
ISBN9788526312937
Lidando com Pessoas Difíceis

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    Book preview

    Lidando com Pessoas Difíceis - Les Parrott

    Vobiscum

    Agradecimentos

    Obrigado...

    Aos meus alunos e colegas da Universidade Seattle Pacific. Vocês criam um ambiente maravilhoso para trabalhar, aprender e viver.

    A Tim Clinton, que me trouxe pela primeira vez à Tyndale House Publishers e demonstrou uma confiança inabalável na minha capacidade de escrever.

    A Gary Collins, que me ajudou a dar forma a este livro em um longo voo entre San Francisco e Hong Kong.

    A Dawn Emleigh, Scott Titus, Doug Flather, Faye Smith, Nancy Scammacca e todas as outras pessoas da equipe da AACC. Vocês me trataram com gentileza e bondade inimagináveis.

    À Lori Nouguier e Tad Beckwith, que pesquisaram dezenas de tópicos e coletaram centenas de artigos e livros para me ajudar neste projeto.

    À minha editora, Lynn Vanderzalm, que foi incrivelmente gentil, genuinamente apoiadora e simplesmente encantadora ao longo do processo de composição da obra.

    Sumário

    Agradecimentos

    1. Você Está Lidando com Pessoas Difíceis?

    2. O Crítico – Reclama com Frequência e Dá Conselhos não Solicitados

    3. O Mártir – Eternamente a Vítima, e Desolado na Autocomiseração

    4. O Desmancha-Prazeres – Pessimista e Automaticamente Negativo

    5. O Rolo Compressor – Cegamente Insensível aos Outros

    6. O Fofoqueiro – Espalha Boatos e Faz Vazar Segredos

    7. O Controlador Obsessivo – Incapaz de Delegar e de Deixar as Pessoas Serem elas Mesmas

    8. O Traíra – Incontrolavelmente Duas-Caras

    9. O Indiferente – Abstrai e Evita o Contato

    10. O Monstro de Olhos Verdes – Arde de Inveja

    11. O Vulcão – Solta Vapor e Está Prestes a Entrar em Erupção

    12. A Esponja – Constantemente em Necessidade, mas não Dá Nada em Troca

    13. O Competidor – Sempre Pronto para Retaliar

    14. O Viciado em Trabalho – Vive Sobrecarregado e nunca Está Satisfeito

    15. O Flertador – Faz Insinuações, que Podem Chegar ao Limite do Assédio

    16. O Camaleão – Ávido em Agradar e Evitar Conflitos

    17. Desfrutando o Máximo de cada Relacionamento

    Notas

    1

    Você Está Lidando com Pessoas Difíceis?

    Se você for como eu, nunca deve ter pensado que a conservação de um relacionamento era tarefa difícil. Quando era criança, jamais passou pela minha cabeça que eu deveria trabalhar para manter qualquer qualquer tipo de relacionamento. Os relacionamentos simplesmente aconteciam. E, se por qualquer razão eles não aconteciam, eu pulava do barco. Sem estardalhaços, sem preocupações.

    Só que a certa altura, eu entrei no mundo complicado dos relacionamentos maduros, e as coisas começaram a ficar perigosas. Aprendi que era mais difícil, talvez até impossível, lidar com algumas pessoas. Aprendi, por exemplo, que amigos de confiança poderiam me trair. Figuras de autoridade que eu admirava poderiam me humilhar. A crítica constante de um colega poderia me ajudar. E até familiares com informações importantes poderiam escondê-las de mim. Mas eu também aprendi que, a menos que desejasse me tornar um eremita, não poderia abandonar todo relacionamento que sofresse um arranhão.

    A tentação para fugir de relacionamentos complicados continua presente. Quando pessoas complicadas me decepcionam, eu, às vezes, desejo ser Robinson Crusoé, personagem de Daniel Defoe. Morar longe, em uma ilha deserta, isolado de pessoas complicadas seria mesmo o paraíso. Só que as outras obras de Defoe me trouxeram de volta à realidade. Mesmo que eu não goste da tripulação, escreveu ele, não vou afundar o navio. Na verdade, nos momentos de tempestade, darei o melhor de mim para salvá-los. Estamos todos no mesmo barco e navegaremos ou afundaremos juntos.

    Esse é o problema com pessoas complicadas – na verdade, nós navegamos ou afundamos junto com elas.

    Encontramos pessoas difíceis na nossa família, na vizinhança, na igreja e no trabalho. Quando pesquisaram entre um grupo de trabalhadores: O que mais o incomoda quando vocês estão trabalhando? a reclamação número 1 foi a respeito dos companheiros de trabalho. Ocorre que a satisfação em um emprego depende mais dos relacionamentos interpessoais do que do salário que a pessoa recebe. Os relacionamentos fazem a diferença entre o emprego que amamos e o emprego que detestamos.¹

    Mas a importância dos bons relacionamentos, obviamente, não está limitada ao nosso ambiente de trabalho. Um grupo de pesquisadores pioneiros estuda o antigo mistério que todos desejam descobrir: O que faz as pessoas felizes, num sentido geral? E as respostas obtidas não são aquelas que você poderia imaginar. O que aparece, de forma consistente, no topo das tabelas não é o sucesso, a boa aparência, nem qualquer peça invejável de patrimônio. O item que venceu de forma clara é relacionamentos. Entes próximos.²

    O que me traz de volta ao meu ponto: Se são os relacionamentos que nos fazem tão felizes, por que tantos dos nossos relacionamentos tornam a nossa vida tão complicada? E, o que é mais importante: O que podemos fazer para manter a calma, manter a nossa posição e alcançar soluções positivas quando nos encontramos em relacionamentos que exigem uma alta dose de manutenção, frente a frente com pessoas problemáticas?

    Este livro é a minha resposta para esta pergunta.

    Pessoas que reclamam, mordem e resmungam

    Há cerca de quarenta anos, a Marinha norte-americana pediu a William Schutz que construísse um instrumento que os ajudasse a reunir pessoas compatíveis para formar a tripulação de um submarino, grupos de homens que pudessem viver juntos, lado a lado, por grandes períodos de tempos, com o menor nível possível de conflito. Schutz determinou, sem maiores surpresas, que o comportamento compatível era determinado, primordialmente, pela compatibilidade natural. Em outras palavras, as pessoas que já conviviam bem entre si fariam aquilo sem maiores esforços. O relacionamento entre elas não requer muito trabalho; na verdade, poderíamos dizer que são relacionamentos de baixa manutenção.

    esses relacionamentos exigem de você um grande esforço. Estes são os seus relacionamentos de alta manutenção. Quando eu e a minha esposa, Leslie, mudamo-nos pela primeira vez para Seattle, há alguns anos, moramos em um apartamento, na cidade, que tinha um estacionamento subterrâneo. Um dos nossos vizinhos, um abastado homem de negócios que gostava de viajar de avião pelo mundo, tinha uma vaga de garagem ao lado da nossa. Por muito tempo, entretanto, eu não sabia qual era o seu carro – ele ficava todo empacotado. Toda vez que John estacionava o carro, ele o cobria com uma capa para proteger a sua pintura. No entanto, certa manhã, quando cheguei à minha vaga, descobri o que John tanto escondia. Ele estava ao lado do seu automóvel, com o capô aberto.

    – Puxa vida! – disse eu, ignorando o seu aparente desespero, enquanto eu descia os vidros do carro e entrava na minha vaga. – Não é de surpreender que você cuide tão bem desse carro.

    Era um Jaguar XJ prateado – tão cintilante quanto uma moeda de 25 dólares novinha em folha.

    – Sim, bem, estou passando ele para frente – disse John com certo desgosto.

    – Mas, por quê?

    – Ele é muito cheio de detalhes, e este carro ocupa todo o meu tempo.

    O mesmo é verdade para os relacionamentos de alta manutenção. Assim como um automóvel que exige constante atenção, eles sugam as nossas energias, consomem o nosso tempo e criam uma série de dificuldades desnecessárias. As pessoas complicadas tornam a vida mais difícil do que deve ser. E os relacionamentos de alta manutenção, tal como o Jaguar de John, às vezes, de tão problemáticos, parecem nem valer a pena.

    de pessoas e pôr em prática princípios comprovados na minha própria vida, cheguei à conclusão de que é possível fazermos com que os relacionamentos de alta manutenção funcionem muito melhor. Em muitos casos você poderá tornar os seus relacionamentos de alta manutenção melhores do que poderia imaginar. Como dizem as Sagradas Escrituras: Se for possível, quanto estiver em vós, tende paz com todos os homens (Rm 12.18). O esforço que você implementar para melhorar um relacionamento problemático é quase sempre recompensado com uma nova vitalidade e força pessoal. Outros dividendos incluem uma diminuição nas preocupações, uma mente mais tranquila, uma perspectiva positiva, um senso mais firme de eficácia e uma melhora na nossa saúde física. O ponto principal é que quando melhoramos os nossos relacionamentos, a nossa vida se torna mais leve.

    Se a sua vida está livre de amigos grudentos, de patrões agressivos, de colegas hipócritas, de parentes controladores, de companheiros de trabalho indecisos, de chefes insensíveis, ou de qualquer outra descrição que recaia na categoria pessoas complicadas, você pode abandonar a leitura deste livro. Considere-se uma pessoa abençoada, e extremamente rara. Mas, se você tiver que se relacionar com pessoas difíceis de forma regular, continue a leitura.

    Vamos começar examinando a sua própria situação, por um instante. Em que nível as tensões nos seus relacionamentos estão afetando a sua vida? Quais são os efeitos colaterais criados pelos seus relacionamentos com pessoas difíceis? Aqui está um teste que você poderá fazer para descobrir se qualquer um dos seus relacionamentos está afetando a sua saúde emocional e pessoal.

    A autoavaliação da alta manutenção

    Respondendo a estas perguntas, você poderá verificar se está ou não participando de um relacionamento de alta manutenção. Marque cada item com atenção e honestidade.

    Você sente uma ansiedade fora do comum quando uma pessoa específica liga para você e deixa um recado para que você retorne a chamada?

    S( ) N( )

    Você esteve, recentemente, em um relacionamento que sugou o seu entusiasmo e a sua energia?

    S( ) N( )

    Você, às vezes, tem medo de se encontrar ou de falar com uma pessoa específica no trabalho, ou em alguma situação da vida social?

    S( ) N( )

    Você tem algum relacionamento no qual você dá mais do que recebe em troca?

    S( ) N( )

    Você já se imaginou tentando antecipar o seu próprio desempenho, como resultado de uma interação com essa pessoa?

    S( ) N( )

    Você se torna mais autocrítico na presença dessa pessoa?

    S( ) N( )

    A sua criatividade fica bloqueada, ou a sua clareza mental fica, de alguma forma, afetada, pelo desconforto prolongado de ter que lidar com uma pessoa difícil?

    S( ) N( )

    Você tenta se acalmar depois de estar com essa pessoa consumindo mais comida, roendo as unhas, ou praticando algum outro tipo de mau hábito?

    S( ) N( )

    Você já teve conversas imaginárias, ou desentendimentos mentais, com essa pessoa, nos quais você se defende ou tenta explicar o seu lado do conflito?

    S( ) N( )

    Você se tornou mais susceptível a resfriados, problemas estomacais ou tensões musculares depois que teve que lidar com essa pessoa difícil?

    S( ) N( )

    Você se sente ressentido(a) por essa pessoa parecer tratar outras pessoas melhor do que trata você?

    S( ) N( )

    Você já se pegou perguntando a si mesmo(a) por que essa pessoa escolhe justamente você para criticar e raramente reconhece as coisas boas que você faz?

    S( ) N( )

    Você já pensou em pedir demissão do emprego para não ter mais que se relacionar com essa pessoa difícil?

    S( ) N( )

    Você notou se anda mais irritadiço(a) ou impaciente com as pessoas de quem gosta por causa de arestas que sobram da sua interação com essa pessoa difícil?

    S( ) N( )

    Você se sente desanimado por essa pessoa continuar a sugar as suas energias, apesar dos seus esforços em melhorar o relacionamento?

    S( ) N( )

    Resultado: Número total de S’s que você marcou. Se marcou dez ou mais S’s, você certamente está em um relacionamento de alta manutenção.

    Identificando os seus relacionamentos problemáticos

    Todos nos tornamos a pessoa problemática de outrem, em algum determinado momento. Mas é raro que uma pessoa seja a pessoa problemática de todos o tempo inteiro. Pense nisso. Ah, todos podemos pensar em uma ou duas pessoas que parecem complicar a existência de todos, mas essas pessoas são raras.

    É por isso que um bom princípio a ser seguido é nos lembrarmos que a dificuldade que você experimenta com a pessoa mais complicada está no seu relacionamento e não na pessoa em si. Afinal, uma pessoa com a qual você mantém um bom relacionamento pode manter um relacionamento bem normal com outra pessoa que você não consegue suportar. Eu e a minha esposa temos um amigo em comum que, na minha opinião, é cegamente insensível aos outros. Só que essa não é a opinião da Leslie. Ela se dá muito bem com ele. A impossibilidade, tal como a beleza, está nos olhos de quem olha.

    Quando decidi escrever este livro, sabia imediatamente quais eram os tipos de pessoas que me irritavam e mereciam encabeçar um capítulo (principalmente porque elas me faziam lembrar de aspectos pouco atraentes da minha própria personalidade!). Sabendo, entretanto, que não sei lidar com pessoas complicadas, fui pesquisar mais de cem pessoas a respeito dos tipos de relacionamentos que elas consideravam os mais difíceis. Apresentei-lhes uma lista de vinte e quatro relacionamentos de alta manutenção e pedi a elas que marcassem quais eram os cinco mais complicados.

    Eis aqui o que eu descobri: As queixas mais comuns a respeito dos relacionamentos problemáticos se concentram em pessoas que são críticas e queixosas (As Pessoas Críticas). A seguir vêm as pessoas que são cheias de autocomiseração e se fazem de vítimas (As Mártires). No terceiro lugar estão as pessoas que são automaticamente negativas e pessimistas (As Desmancha-Prazeres). No quarto lugar temos as pessoas que são cegamente insensíveis às outras (As Pessoas no Estilo Rolo Compressor). E fechando as cinco reclamações mais citadas a respeito das pessoas difíceis estão aquelas pessoas que espalham boatos e vazam segredos (As Fofoqueiras).

    e quatro tipos de relacionamentos de alta manutenção da minha lista, entretanto, mais do que esses cinco ganhavam destaque.³ As pessoas, repetidamente, notavam quinze tipos diferentes de relacionamentos de alta manutenção. E, apesar dos rótulos que coloco nesses quinze tipos de relacionamentos aqui servirem apenas como orientação, eles não devem ser confundidos com caricaturas. Cada um deles representa um relacionamento da nossa vida real, retratado como um ser humano, e não uma personagem de desenho animado! Tendo isto em mente, quais dos seguintes tipos lhe parecem familiares? A partir das breves descrições a seguir, coloque em ordem os cinco relacionamentos de alta manutenção que lhe parecem mais comuns (comece colocando o número 1 ao lado da pessoa que lhe traz mais angústia – a pessoa com quem você mais gostaria de saber lidar).

    ___ O Crítico – reclama com frequência e dá conselhos não solicitados

    ___ O Mártir – eternamente a vítima, e desolado na sua autocomiseração

    ___ O Desmancha-Prazeres – pessimista e automaticamente negativo

    ___ O Rolo Compressor – cegamente insensível às demais pessoas

    ___ O Fofoqueiro – espalha boatos e faz vazar segredos

    ___ O Controlador Obsessivo – incapaz de delegar e de deixar as pessoas serem elas mesmas

    ___ O Traíra – incontrolavelmente duas-caras

    ___ O Indiferente – abstrai e evita o contato

    ___ O Monstro de Olhos Verdes – arde de inveja

    ___ O Vulcão – solta vapor e está prestes a entrar em erupção

    ___ A Esponja – constantemente em necessidade, mas não dá nada em troca

    ___ O Competidor – sempre pronto para retaliar

    ___ O Viciado em Trabalho – vive sobrecarregado e nunca está satisfeito

    ___ O Flertador – faz insinuações, que podem chegar ao limite do assédio

    ___ O Camaleão – ávido em agradar e evitar conflitos

    Cada um desses quinze relacionamentos de alta manutenção é o foco de um capítulo deste livro. Você, provavelmente, preferirá ler primeiro os casos que marcou acima, antes de explorar os demais. Fique à vontade. Cada um desses quinze capítulos foi idealizado para ser lido de forma independente, como um recurso exclusivo que aponta estratégias a serem utilizadas com uma pessoa problemática específica.

    Antes de passarmos a esses capítulos, entretanto, eu gostaria de deixar uma coisa clara. Este livro não trata, primordialmente, da mudança nas outras pessoas, mas, principalmente, na mudança que precisa acontecer em nós mesmos. Nele poderemos aprender habilidades para construirmos relacionamentos melhores. Costumo dizer aos meus alunos da universidade que os relacionamentos são uma boa escola para o nosso caráter, dando-nos a chance de estudarmos, em muitos detalhes e ao longo de certo período, temperamentos muito diferentes do nosso. A curva de aprendizado dos relacionamentos envolve, em escala que não é pequena, o preenchimento das limitações dos nossos parceiros e a aceitação dos resultados.

    Bom, você, então, deve estar pensando: se este livro não trata da forma como mudaremos as pessoas problemáticas, do que ele trata, afinal?

    Este livro trata do nosso crescimento como pessoas e da manutenção de relacionamentos saudáveis, mesmo com pessoas que parecem ser impossíveis.

    Como aproveitar ao máximo a leitura deste livro?

    Você não precisa deixar que personalidades difíceis assumam o controle da sua vida. E não precisa sentir que a sua única opção é uma fuga apressada. Este livro lhe mostrará uma maneira diferente. Cada um dos quinze capítulos que tratam de formas específicas de relacionamentos de alta manutenção apresenta um formato similar. Depois de algumas observações introdutórias, eu esboço os aspectos que definem um tipo específico de pessoa que exige alta manutenção relacional. A isto se segue um teste rápido que o ajudará a identificar se você está em um relacionamento com esse tipo de pessoa.

    A seguir, passo a explicar a dinâmica que está por trás do comportamento daquela pessoa. Todos desejamos saber por que uma pessoa se comporta de maneira irritante. O que provoca o comportamento incômodo do traíra, do camaleão, do fofoqueiro ou do vulcão? Eu analiso a forma pela qual a origem, a conduta e as motivações de uma pessoa podem explicar o seu comportamento.

    algumas das características que exigem alta manutenção relacional em você mesmo. Começo com esse ponto porque você será mais paciente com as demais pessoas depois de reconhecer alguns desses traços em si mesmo. Você também terá mais empatia e, portanto, mais graça para fazer ao próximo o que gostaria que ele fizesse a você.

    Cada capítulo, então, encerra com referências cruzadas a outras formas de relacionamentos de alta manutenção analisadas neste livro. E, como nenhuma pessoa é um protótipo puro de qualquer um desses perfis específicos, isso pode servir como uma simples sugestão para verificarmos outras formas possíveis e úteis de lidarmos com pessoas que exigem um alto índice de manutenção relacional.

    2

    O Crítico

    O Crítico – Reclama com Frequência e Dá Conselhos não Solicitados

    Na segunda-feira passada, cheguei até o escritório do meu pastor sem avisar. Tharon estava encostado na sua cadeira com os pés apoiados na mesa e com alguns papéis em mãos.

    – Será que cheguei em hora errada? – perguntei, enquanto esticava o pescoço para dentro da porta.

    – É claro que não – respondeu ele. – Pode entrar. Todos os domingos eu recebo um punhado de cartões enviados por amigos e com temas religiosos de pessoas que desejam me dar algum tipo de conselho e eu estou, justamente, olhando-os neste momento.

    – Isso deve ser uma bênção – disse eu, com sarcasmo.

    Nós rimos enquanto ele lia alguns cartões anônimos que reclamavam de tudo, desde a iluminação e da temperatura no templo, até o compasso da música e dos tópicos dos sermões. Parece que as pessoas, independentemente do contexto em que estejam, são propensas à crítica.

    tem orgulho em apontar os seus erros. O tom da sua voz transmite o seu descontentamento nas suas frustradas aspirações. E sem levantar um dedo, eles podem lançar por terra cada uma das suas boas ideias. Eles têm um plano maravilhoso para a sua vida e podem expor esse plano para você em todos os seus detalhes. Basta perguntar. Ou melhor, ouvir. Eles vão lhe dizer. Eles são os críticos.

    Sempre gostei de ler biografias e conhecer as lutas que as pessoas bem-sucedidas tiveram que vencer para atingir os seus objetivos. Invariavelmente, elas se deparavam com críticos, e normalmente em grande número.

    O treinador do time de beisebol Cleveland Indians, Tris Speaker, disse as seguintes palavras a respeito do famoso rebatedor Babe Ruth: Ele cometeu um grande erro ao largar a posição de arremessador. Trabalhando uma vez por semana, ele poderia ter ficado ali um bom tempo e se transformado em um grande astro. Jim Denny, responsável pela casa de espetáculos Grand Ole Opry, demitiu Elvis Presley depois de uma apresentação em 1954, dizendo: Você não vai chegar a lugar nenhum... meu filho. É melhor você voltar a dirigir caminhão. O presidente da Decca Records declarou a respeito dos Beatles em 1962: Nós não gostamos do som que eles fazem. Os grupos com guitarristas estão fora de moda. Alan Livington, presidente da Capital Records, às vésperas da primeira turnê dos Beatles nos Estados Unidos em 1964, disse: Na nossa opinião, essa banda não vai fazer qualquer diferença no nosso mercado.

    Você acha que Walt Disney enfrentou críticas? Ele foi à falência quando andou por toda Hollywood com a sua ideia de lançar um desenho animado chamado Stamboat Willie, o primeiro formato de Mickey e Minnie. Você consegue imaginar Disney tentando vender um camundongo que falava em falsete nos tempos do cinema mudo? Os sonhos de Disney eram grandes, apesar dos seus críticos, e as crianças, pelo mundo afora, são-lhe gratas. As pessoas mais próximas dele, na verdade, acreditam que Disney superava a si mesmo diante das críticas recebidas. Conta-se que ele teria perguntado a dez pessoas o que elas achavam dessa nova ideia, e se fossem unânimes na sua rejeição, ele começaria a trabalhar imediatamente em cima da ideia.

    das suas ideias, ou a singularidade do seu talento: você, provavelmente, será objeto de críticas. Ninguém escapa delas. Até mesmo os motivos perfeitos de Jesus com frequência foram mal compreendidos, o que resultou em críticas maldosas. Certa vez fiz uma leitura completa dos quatro Evangelhos, e elaborei uma lista de todas as críticas feitas contra o Salvador. Jesus foi chamado de glutão (Mt 11.19; Lc 7.34). Foi chamado de bêbado (Mt 11.19; Lc 7.34). Foi criticado por se associar com pecadores (Mt 9.11; Mc 2.16; Lc 5.30). E, o pior de tudo, foi chamado de samaritano, que era uma forma ofensiva de ofensa racial (Jo 8.48). Falar isso era como acusá-lo de se vender ao inimigo.

    Talvez você enfrente os seus críticos no trabalho, talvez na igreja, talvez em

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