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2009)
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Porém, também acontece muitas vezes ser o pião das nicas, o bombo da festa, o bode
expiatório, sempre e quando aos governos dá o jeito, ou lhes apetece.
Sobre a Escola, há governantes que aprenderam a mentir: sabem que ainda não foi
inventada qualquer instituição que a possa substituir. Sabem ainda que os professores
são os grandes construtores de todos os amanhãs. E, por isso, têm medo. Medo,
porque a Escola é das poucas organizações que todos os governantes conhecem bem.
Habituaram-se a observá-la por dentro, desde a mais tenra idade. E, por essa razão,
sabem-lhe o poder e a fatalidade de não ser dispensável, silenciável, transferível,
aposentável, exonerável ou extinguível. Então, dizíamos, têm medo e, sobre ela,
mentem.
Mentem sobre a Escola e sobre os professores. Todos os dias lhes exigem mais e dizem
que fazem menos. E não é verdade.
Acham pouco? Então tentem fazer mais e melhor… E, sobretudo, não coloquem a auto
estima dos professores abaixo dos tornozelos com a divulgação pública de suspeitas
infundadas e eticamente inadmissíveis.
É que não há Escola contra a Escola. Não há progresso que se trilhe contra os
profissionais da educação. Não há políticas educativas sérias a gosto de birras e
conjunturas que alimentam os egos pessoais de alguns governantes. Não há medidas
que tenham futuro se não galvanizarem na sua aplicação os principais agentes das
mudanças educativas: os educadores e os professores.
O futuro da Escola está para lá das pequenas mediocridades e dos tiques de arrogância
que algumas circunstâncias sustentam.
A Escola, tal como a conhecemos, é uma invenção recente da humanidade. Mas não é
um bem descartável, de uso tópico, a gosto de modas e de pseudo conveniências
financeiras e orçamentais. A Escola vale muito mais que tudo isso. Vale bem mais do
que aqueles que a atacam. Vale por mérito, por serviço ininterruptamente prestado,
socialmente avaliado e geracionalmente validado.
Sim, a Escola tem muito e indiscutível futuro. E é tão tranquilo saber isso…
João Ruivo
ruivo@rvj.pt