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Esoterism

o
ARTIGOS NESTE MATERIAL:

1. A face oculta da
numerologia..................................................................02
2. A farsa que está por trás da Programação
Neurolinguistica....................05
3. A urinoterapia - Ciência, filosofia de vida ou ato
religioso?.....................15
4. Aquário - O surgimento de uma
era.........................................................18
5. Círculo Esotérico da Comunhão do Pensamento - Mais
uma máscara do
ocultismo.................................................................................
.....................26
Página

6. Cuidado, a serpente ainda


fala.................................................................33
1

7.
Ecorreligião..............................................................................
................40
8. Eubiose – A arte de bem
viver?................................................................46
9. Hipnose - A manipulação da
mente.........................................................52
10. Jogos de azar – o que
dizer?.......................................................................................
...........58
11. Logosofia - Uma nova roupagem para um antigo
engano.....................61
12. Nostradamus - Profeta ou
adivinho?.....................................................66
13. Porque não creio na
astrologia..............................................................72
14. Pró- Vida - A integração cósmica pregada pelo
movimento de Celso
Charuri.....................................................................................
.....................82
15. Raelianos – Somos clones dos ET
’s........................................................88
16. Reiki – A técnica esotérica que diviniza o espírito
humano...................98
17. Será que estamos sendo
vigiados?......................................................106
18. Teosofia – A filosofia religiosa que lançou as bases para
o atual movimento da Nova
Era.............................................................................115
19. Tratamentos alternativos e alternativas
perigosas..............................127
Página

20. Vivendo de luz - Quando passar fome é uma


virtude..........................131
2

1. A face oculta da Numerologia

Por Danilo Raphael

Você sabia que a data do seu nascimento e o número da sua residência têm grande
influência sobre os acontecimentos que cercam a sua vida? E que o seu futuro pode
ser influenciado pelos números? Pois é justamente assim que crêem os seguidores da
numerologia, conhecidos como numerólogos. As perguntas que nos vêm à mente são:
“O que significam os números? Para que servem? Podem, afinal, influenciar as nossas
vidas?”.

Os estudiosos, desde épocas remotas, vêm atribuindo aos números valores filosóficos
e religiosos. Através dos números e dos séculos, pensadores e místicos têm
expressado seus ideais e conceitos. Na Bíblia, muitas vezes os números aparecem
como símbolos, mas não podemos dizer que todos os números nas Escrituras são
simbólicos. O costume de atribuir algum significado aos números vem do Oriente.

O dicionarista Aurélio define o termo numerologia da seguinte maneira: “estudo da


significação oculta dos números e da influência deles no caráter e no destino das
pessoas”. Entre os judeus místicos, a Cabala1, baseada principalmente na simbologia
dos números, é cultivada com afinco. Os cabalistas recorrem a um processo chamado
gematria (vocábulo grego que significa geometria: 'medida da terra'. A gematria
consiste em atribuir às letras valores numéricos e tirar deste princípio múltiplas
conseqüências).

De acordo com o livro “Dicionário de religiões, crenças e ocultismo”, a numerologia é


um “sistema ocultista que atribui valores específicos e significados aos números para
se determinar o futuro ou conhecer os mistérios do universo físico”.2

A origem da numerologia

É longo o caminho que a numerologia percorre, tanto na filosofia como no ocultismo.


Suas origens apontam para Pitágoras3 como sendo o pai dessa atividade. E Platão a
incrementou com seus conceitos universais. “O fato de que a natureza (os minerais, a
flora, a fauna...) se apresenta ao homem com certa regularidade, simetria ou
harmonia, fez que desde remotas épocas os homens tendessem a ver nos números o
elemento básico ou o fundamento de toda a realidade: 'Os números são os princípios
das coisas', dizia Pitágoras; por conseguinte as leis dos números seriam as leis do
universo”.4

Devido à harmoniosa sucessão do dia e da noite, das quatro fases da lua, dos sete
dias da semana, das quatro estações do ano, da simetria das partes e dos membros
do corpo humano, e também da seqüência dos anos, o homem foi conduzido à
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simbologia e à mística dos números.


3

O que na verdade Pitágoras fez foi relacionar a realidade aos números. Assim,
podemos dizer, em primeiro lugar, que os números têm a chave para a explicação da
realidade e, em segundo, que eles são a própria essência da realidade. Como
dissemos anteriormente, Platão tomou as lições básicas de Pitágoras identificando
seu sistema de idéias e conceitos relacionado aos números. “Ele trabalhou com os
conceitos de limitado, não-limitado, determinado, não-determinado. Platão era
matemático e, naturalmente, deixava-se atrair por uma teoria que se relaciona à
própria realidade”.5
Raciocinando com a numerologia

De acordo com esse estudo, valores numéricos são atribuídos às letras. Um exemplo
disso seria que a letra “a” valeria 1 e a letra “z”, 26. As principais funções dessa
“matemática” é calcular o valor numérico do nome de uma pessoa junto com a data
do seu nascimento. “Por exemplo, Jesus é: J (10), E (5), S (19), U (21), S (19). A adição
desses valores é 74. Esse número é reduzido da seguinte forma: 7+4 = 11 e 1 + 1 =
2”.6 Se considerarmos o fato de que o nome Jesus no grego é Iesous, esta colocação
fica sem nexo, pois o nome Iesous contém oito letras, o que fornece outro valor
numérico.

O mesmo acontece com as datas de nascimento. Suponhamos que o cálculo da data


de nascimento de uma pessoa do dia 30-04-80 fosse: 30 + 4 + 1 + 9 + 8 + 0 = 52. A
redução desse número seria 5 + 2 = 7. Então, o número dessa pessoa seria 7. Seria a
partir desse número que os numerólogos interpretariam a vida de tal pessoa. É
seguindo essa forma de raciocínio que muitos estudiosos atribuem o número 666
(associado ao anticristo) às letras do nome César Nero. Existe alguma verdade nessa
teoria? É um caso que precisa ser analisado.

Místicos por todo o mundo têm feito previsões baseadas na numerologia, e muitas
delas, concidentemente, têm-se cumprido, tornando este método popular entre uma
grande parcela da população que busca conhecer aquilo que está por vir. Tais
pessoas, no entanto, ao interessar-se pelos acontecimentos futuros visam apenas
resolver seus problemas amorosos, financeiros e profissionais. Na verdade, não estão
nem um pouco preocupadas em saber sobre as coisas espiritualmente saudáveis
reservadas para elas.

Como podemos ver, o assunto é sério, e precisa ser analisado à luz da Palavra de
Deus.

A numerologia à luz da Bíblia

Reconhecemos que certos números na Bíblia possuem significado especial, mas isso
não quer dizer que devemos exagerar a respeito. O caso dos 153 peixes de João 21.11
vem sendo explorado por toda a história da Igreja. Outro exemplo de controvérsias e
especulações são as setenta semanas de Daniel (Dn 9.25-27), bem como a frase “um
dia para o Senhor é como mil anos” (Sl 90.4). É uma atitude totalmente sem nexo
Página

impor uma interpretação simbólica a estes números.


4

Sempre houve muitas especulações em torno dos números na Bíblia. Ao que tudo
indica, o único número da Bíblia que de fato pode receber interpretação simbólica é o
666: “Aqui há sabedoria. Aquele que tem entendimento, calcule o número da besta;
porque é o número de um homem, e o seu número é seiscentos e sessenta e seis”
(Ap 13.18).

Seja qual for a maneira usada pelo homem para praticar a adivinhação é abominação
diante de Deus. Vejamos o que diz Deuteronômio 18.10-12: “Entre ti não se achará
quem faça passar pelo fogo a seu filho ou a sua filha, nem adivinhador, nem
prognosticador, nem agoureiro, nem feiticeiro, nem encantador, nem quem consulte a
um espírito adivinhador, nem mágico, nem quem consulte os mortos. Pois todo aquele
que faz tal coisa é abominação ao Senhor; e por estas abominações o Senhor teu
Deus os lança fora de diante de ti”. Levítico 19.31 também tem algo a dizer a
respeito: “Não vos virareis para os adivinhadores e encantadores; não os busqueis,
contaminando-vos com eles. Eu sou o Senhor”.

O castigo para o praticante da adivinhação, conforme rezava a lei, era a morte:


“Quando, pois, algum homem ou mulher em si tiver um espírito de necromancia ou
espírito de adivinhação, certamente morrerá, serão apedrejados; o seu sangue será
sobre eles” (Lv 20.27).

De acordo com o que diz a Bíblia, um dos motivos que levou Saul à morte foi
justamente o fato de ele ter recorrido à adivinhação: “Assim morreu Saul por causa da
transgressão que cometeu contra o Senhor, por causa da palavra do Senhor, a qual
não havia guardado; e também porque buscou a adivinhadora para a consultar” (1Cr
10.13). Samuel, ao contrário de Saul, havia desterrado todos os adivinhos (Samuel
temia o Senhor 1Sm 28.3,9).

O povo de Israel praticava adivinhações e foi duramente advertido pelo profeta Isaías:
“Quando, pois, vos disserem: Consultai os que têm espíritos familiares e os adivinhos,
que chilreiam e murmuram: Porventura não consultará o povo a seu Deus? A favor
dos vivos consultar-se-á aos mortos?” (Is 8.19).

No Novo Testamento, encontramos o caso de uma jovem que tinha um espírito de


adivinhação. Tal espírito, no entanto, foi expulso pelo apóstolo Paulo. O registro desse
acontecimento encontra-se em Atos 16.16-18. Vejamos o que diz o texto: “E
aconteceu que, indo nós à oração, nos saiu ao encontro uma jovem, que tinha espírito
de adivinhação, a qual, adivinhando, dava grande lucro aos seus senhores. Esta,
seguindo a Paulo e a nós, clamava, dizendo: Estes homens, que nos anunciam o
caminho da salvação, são servos do Deus Altíssimo. E isto fez ela por muitos dias. Mas
Paulo, perturbado, voltou-se e disse ao espírito: Em nome de Jesus Cristo, te mando
que saias dela. E na mesma hora saiu”.

Claro está que a prática de adivinhação é terminantemente condenada por Deus!


Página

Vivemos diariamente com pessoas que crêem em adivinhações. Para que suas vidas
sejam transformadas, precisamos mostrar-lhes a verdade da Palavra de Deus.
5

Somente assim poderemos convencê-las de seus erros.

Em relação a esse assunto, para que não caiamos nas armadilhas do inimigo,
devemos defender a fé que uma vez nos foi dada (Jd 3). Fica aqui, então, lançado o
desafio. Será que estamos dispostos a fazer pela verdade o que os numerólogos
fazem pela mentira?

Notas:
1 Defesa da Fé, nº 32, pp. 52-55.
2 Dicionário de Religiões, Crenças e Ocultismo, Mather & Nichols, Editora Vida, p. 341.
3 Pitágoras (570-495 a.C) importante matemático e filósofo grego. Entre seus mestres
é necessário citar Zoroastro, um sábio persa e grande conhecedor da cabala.
4 Pergunte e Responderemos, 1973, ano XIV nº 163, p. 309.
5 Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia, Vl 4, R. N. Champlin e J. .M Bentes,
Editora Candeia, p. 551.
6 Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia, Vl 4, R. N. Champlin e J. .M Bentes,
Editora Candeia, p. 552

2. A farsa que está por trás da Programação


Neurolinguistica

Por LUIZ CARLOS APARÍCIO

O sucesso não ocorre por acaso. O que é sucesso? O que é felicidade? O que é sorte?
Por que algumas pessoas fazem sucesso na vida e outras não? Como alcançar o
sucesso? Qual o segredo das pessoas bem-sucedidas? São perguntas como essa que
a Programação Neurolingüistica – PNL, também conhecida como Ciência do Sucesso,
tenta responder; seduzindo milhares de pessoas em todo o mundo, inclusive os
cristãos evangélicos.

Segundo esse movimento, as técnicas ensinadas em seus cursos possibilita o aluno a


aumentar sua capacidade cerebral e alcançar que realmente deseja na vida, ou seja,
o sucesso. Dizem os seus mentores: “A vida que você leva foi criada por você, então é
sempre possível transformá-la para melhor”, “O sucesso está em suas mãos”, “Há
uma força especial dentro de você”, “Aprenda a usá-la em seu benefício”, “Ouse fazer
e o poder lhe será dado”. E completam: “Você pode mudar sua vida. É simples, mas
não é fácil, depende apenas de você”.

Entre todos os ensinamentos da Programação Neurolingüistica destacamos algo que


nos parece central na discussão do tema. Segundo esse movimento, a palavra CRISE,
em chinês, tem dois significados: “perigo” e “oportunidade”. É você quem escolhe
qual significado adotará. Exemplificam: “Quando você ouvir falar em crise, pense em
Página

tirar o S da palavra. Você terá a poderosa palavra CRIE, do verbo criar, ser criador. Ou
coloque um traço vertical sobre o S, e logo você tem um cifrão Cri$e, traduzindo:
6

“Crie dinheiro”, “prosperidade”, “sucesso”, enfim...”

Com esta base de ensino, a Programação Neurolingüistica tem-se destacado como o


grande diferencial nos treinamentos de auto-ajuda oferecidos nas escolas,
acampamentos, universidades e em empresas.

Temas de impacto, mas, em princípio, inofensivos, como: “melhore a sua memória”,


“auto-estima”, “motivação”, “qualidade”, “competitividade”, “leitura dinâmica”,
“trabalho em equipe”, “superação”, “sensibilização”, “desenvolvimento de
empreendedores”, “aumente sua capacidade de aprendizagem”, “adaptação a
ambientes de constantes mudanças”, “superação a situação de pressão”,
“globalização”, “atendimento”, entre outros, ganham uma nova conotação seguindo
por um caminho totalmente diferente do convencional.

Compreendendo o assunto sistematicamente

Uma técnica utilizada por profissionais de auto-ajuda que visa levar o individuo a
confiar no poder de suas próprias palavras, como fonte motivadora de transformação
pessoal, adquirindo, assim, valores positivos que determinarão o sucesso em todas as
ares da vida: emocional, profissional, financeira, etc. É assim que a Programação
Neurolingüistica se define.

No Brasil, no campo da PNL, o dr. Lair Ribeiro é a figura mais destacada. A filosofia
subjacente a essa técnica é a de que o homem é aquilo que ele pensa. Nisto está
imbuída a idéia de auto-suficiência. A PNL utiliza basicamente as técnicas de
Visualização, Meditação, Intuição, Hipnose ou regressão hipnótica e Confissão
Positiva; todas essas “técnicas” são utilizadas em conjunto.

1. VISUALIZAÇÃO – Visualização na Nova Era é o uso da concentração mental e


imagens dirigidas, as chamadas “directed imagery”, na tentativa de alcançar
determinados alvos físicos, mentais ou espirituais (ocultistas).

A pratica da visualização é antiga e afirma trabalhar de várias formas. Por exemplo,


usando a mente para entrar em contato com a suposta divindade interior ou “eu
superior”, os praticantes alegam que podem manipular a sua realidade pessoal a fim
de alcançar os alvos desejados, tais como boa saúde e aquisição de riquezas.

A visualização é freqüentemente usada combinação com os estados alterados de


consciência ou como meio de se chegar aos mesmos, sendo muitas vezes
acompanhada de meditação ocultista. Ela foi, desde há muito, associadas às religiões
e práticas pagãs, como xamanismo e a meditação xamanista. Ela também é muito
utilizada para desenvolver habilidades psíquicas e na canalização para entrar em
contato com “conselheiros interiores” ou guias espirituais.

O problema básico é que a visualização da Nova Era atribui à mente humana uma
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condição divina ou quase divina. Isso não só representa uma grande distorção da
natureza humana como pode também camuflar a manipulação da mente por
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espíritos, definindo o processo como um empreendimento natural divino.

O uso da visualização na pratica da saúde pode levar a influencias ocultistas e a


problemas surgidos da negação da realidade por excesso de confiança na mente
“divina” da pessoa e seu suposto poder de cura ou “sabedoria” da saúde. No campo
da medicina (autodiagnóstico físico) e da religião (revelação psíquica), o processo
pode produzir a confiança em dados falsos que resultam em danos físicos ou fraude
espiritual. O cristão tem sua fé bem fundamentada em Deus e, assim, pode não
visualizar o futuro, mas se apropriar dele com a segurança das promessas do Senhor
(Hb 11.1).

2. MEDITAÇÃO – A meditação na Nova Era (oriental – ocultista) é praticada por


milhares de pessoas. Em países asiáticos como China, Tibet, Índia, Tailândia etc. ela
faz parte do cotidiano e envolve o controle absoluto ou ajuste da mente com vários
propósitos, físicos ou espirituais (ocultistas).

Os promotores da meditação afirmam que a prática resulta em inúmeros benefícios


físicos. Mas, mesmo que isso seja verdade, os riscos físicos e espirituais os superam.
A meditação afirma trabalhar “imobilizando” a mente ou influenciando-a de qualquer
modo. Quem medita é supostamente capaz de perceber a verdadeira realidade, sua
verdadeira natureza, e a alcançar a verdadeira iluminação espiritual. O dr. Daniel
Coleman, autoridade em meditação e escritor em vários livros, destaca a maioria das
formas de meditação praticadas hoje é ocultista, e que por mais diversos que sejam
os nomes, todos esses caminhos propõe a mesma formula básica numa alquimia
(transformação ocultista da natureza) do “eu”.

A meditação da Nova Era usa caracteristicamente a mente de maneira anormal para


reestruturar radicalmente as percepções do individuo, levando-o a apoiar a filosofia e
os alvos ocultistas. Estados de consciência regressivos ou induzidos espiritualmente
são interpretados de maneira errada como estados de consciência “mais elevados” ou
“divinos”.

Por exemplo, em muitas formas da pratica da meditação, a possessão espiritual


propriamente dita é interpretada como um tipo de iluminação espiritual; além disso,
os poderes desenvolvidos através da meditação são falsamente interpretados como
evidencia de uma natureza divina latente. Quase todos que fazem meditação
infelizmente mão compreendem os resultados a longo prazo ou as conseqüências
dessas práticas.

O fenômeno perigoso e crescente do despertar kundalini mais notados são períodos


de desordem mental severa, incapacidade intelectual, sono profundo por vários dias e
influencias demoníacas.

A filosofia subjacente, o propósito estabelecido, o método físico e o contexto espiritual


da meditação determinam seu trabalho. A meditação bíblica nada tem a ver com esse
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conceito e é uma pratica espiritual saudável, mas, repetimos, a maior parte da


meditação praticada hoje envolve métodos ocultistas que podem provocar
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conseqüências danosas irreversíveis. Entre elas estão as influencias por espíritos e


até possessão demoníaca, assim como várias formas de danos físicos, psicológicos e
espirituais que são cada vez mais relatados na literatura cristã. “... antes tem seu
prazer na lei do Senhor, e na sua lei medita de dia e de noite” (Sl 1.2).

3. INTUIÇÃO – Intuição segundo a Nova Era é um disfarce para os poderes psíquicos


e ocultos. É freqüentemente pregada em conjunto com a cura, a telepatia, a
clarividência, o diagnóstico psíquico e o espiritismo ocultista. A “intuição” é
desenvolvida da mesma maneira que as habilidades psíquicas (isto é, programas de
treinamento envolvendo meditação, concentração, estados alterados de consciência,
etc.). Uma vez desenvolvida, a pessoa busca suas habilidades intuitivas e confia na
orientação e instrução para qualquer cura ou outras tarefas que devam ser feitas.

O problema básico com a intuição da Nova Era é sua premissa parapsicológica


injustificada: a normalização dos poderes psíquicos como “habilidades intuitivas”
latentes a raça humana. Isso mascara sua verdadeira sua realidade como habilidades
sobrenaturais originárias do mundo dos espíritos. As habilidades ocultistas e os
poderes espirituais são, portanto, internalizados psicologicamente como parte do
“potencial humano” latente; a intuição, por si só, como um processo humano normal,
se torna uma capa para o ocultismo, enquanto a guerra espiritual continua atrás dos
bastidores. O ser humano, em sua criação original, herdou de fato aspectos da
natureza divina de seu Criador (Gn 1.27; 2Pe 1.4), mas, com a queda, foi destituída
dessa glória. Jesus afirmou: “Eu sou a videira verdadeira; vós sois as varas. Quem
permanece em mim e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podes
fazer” (Jo 15.5).

Desse modo, distinguir entre os poderes psíquicos ocultista e a intuição normal


humana se torna difícil e até mesmo impossível. De fato, é amedrontador saber que
muitos espíritas confessam não conseguirem distinguir a diferença de seu guia
espiritual sobre sua mente e inspiração, ou criatividade, humana normal.

4. HIPNÓSE – Hipnose ou Regressão Hipnótica é uma condição deliberadamente


induzida de sugestionalidade e transes acentuados, produzindo um estado de
consciência altamente flexível e capaz de ser dramaticamente manipulado. O método
é empregado por milhares de médicos e psicoterapeutas.

Vestígios dessa pratica podem ser encontrados desde a antiguidade e ela é associada
com freqüência ao ocultismo. Os processos exatos que fazem a hipnose funcionar são
desconhecidos. Pesquisas cientificas foram conduzidas para suprir grande volume de
informação em relação ao transe hipnótico e sua suscetibilidade; todavia, o que é a
hipnose e com ela funciona são pontos ainda largamente discutidos. Afirmações
difundidas e freqüentemente exageradas são feitas quanto a sua aplicação na
medicina, na psicoterapia, na educação e em muitos outros campos.

Alguns promotores de processos de auto-ajuda fazem alegações sensacionalistas em


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relação ao uso de hipnose para tratar ou curar uma infinidade de problemas físicos e
pessoais – alergias, obesidade, câncer, baixa auto-estima, tabagismo e culpa, entre
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outros. Eles afirmam que suas possibilidades de aplicação na área de crescimento


pessoal, potencial humano e autotransformação são quase infinitas.

Como cristãos, acreditamos que a hipnose é um estado singular de alteração da


consciência que pode ser utilizado em uma grande variedade de propósitos ocultistas,
como desenvolvimento psíquico, contato com espíritos, viagem astral, psicografia,
regressão e terapia de vidas passadas (reencarnação), entre muitos outros.
Nos parece também que a hipnose esta ligada à pratica biblicamente do “feitiço” e/ou
“encantamento”. Assim, ela é realmente proibida, pois o cristão deve encher-se com
o Espírito Santo, o que significa que ele não deve permitir que a mente seja
controlada, manipulada e abusada por parte do hipnotizador, em especial o incrédulo.
O propósito dos psicoterapeutas da Nova Era, que empregam o que é chamado de
terapia das “vidas passadas”, é enviar a pessoa de “volta” à sua suposta vida ou vida
anteriores, a fim de resolver conflitos e traumas emocionais ou espirituais que
estejam supostamente afetando a sua saúde física, emocional ou espiritual no
momento, permitindo a influencia de demônios, “Pois, quem jamais conheceu a
mente do Senhor, para que possa instruí-lo? Mas nós temos a mente de Cristo” (1 Co
2.16).

5. CONFISSÃO POSITIVA – Esta expressão chamada de confissão positiva tem como


significado literal “trazer a existência o que declaramos com nossa boca”. A confissão
positiva coloca todo o peso da realização nas palavras pronunciadas e na atitude
mental rigorosamente mantida.

Mais profundamente, a confissão positiva busca exteriorizar aquilo que foi projetado e
reforçado na mente da pessoa através de todo trabalho de visualização, meditação,
intuição e hipnose, ou seja, suas palavras irão confirmar todo processo de
programação para o sucesso (PNL). Através da confissão positiva, a pessoa tornar-se-
á a criadora de seu próprio mundo, com prosperidade nos negócios e saúde para
família.

Neste caso, a confissão positiva confirma os ensinamentos da Nova Era que declara
que o homem é um deus, possuindo, portanto, a capacidade de criar a sua própria
felicidade. Esse conceito foi amplamente refutado ou adotado por lideranças
evangélicas em todo mundo. Hoje, esse movimento está confinado a pequenos
redutos denominacionais, pois no Brasil, em particular, não é tão simples assim
exercitar a “teologia do sucesso ilimitado”, e mesmo nos países desenvolvidos essa
teoria tem-se desgastado.

Biblicamente, entendemos que Deus é totalmente distinto do homem (vice-versa), e


que sua glória não é repartida. O ser humano é o mais sublime das criações de Deus,
dotado de valores herdados de seu Criador, mas nunca absoluto em si mesmo “... que
é o homem, para que te lembres dele? E o filho do homem para que o visites?
Contudo, pouco abaixo de Deus o fizeste; de glórias e de honra o coroaste” (Sl 8.4-5).
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O apóstolo Paulo escreveu aos romanos sobre a independência e soberania de Deus


da seguinte maneira: “... Terei misericórdia de quem me aprouver ter misericórdia, e
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terei compaixão de quem me aprouver ter compaixão. Assim, pois, isto não depende
do que quer, nem do que corre, mas de Deus, que usa de misericórdia” (Rm 9.15,16),
logo, não é o homem que determina nada para si baseado nos desejos de seu
coração, mas o Senhor, que realizará todas as coisas de acordo com a sua vontade.

Confronto com as sagradas escrituras

Como vimos a PNL busca substituir padrões considerados de “insucesso” por novos
padrões de “sucesso” alicerçados no homem. Em suas etapas de programação,
falamos da deletação, quando as pessoas programam suas mentes para apagar
conhecimentos adquiridos, eliminar experiências vividas e exterminar
comportamentos sedimentados ao longo da vida. Uma verdadeira lavagem cerebral.
Ou seja, um esvaziamento da alma do aluno.

O que a Bíblia fala sobre o perigo de uma casa vazia? (Lc 11.24-26)

“Ora, havido o espírito imundo saído do homem, anda por lugares áridos, buscando
repouso; e não o encontrando, diz: Voltarei para minha casa, donde saí. E chegando
acha-a varrida e adornada. Então vai e leva consigo outros sete espíritos piores do
que ele e, entrando, habitam ali; e o ultimo estado desse homem vem a ser pior do
que o primeiro”.

Podemos afirmar que é possível uma pessoa, após passar por um programa como o
PNL, sofrer forte possessão demoníaca e diversos tipos de perturbações metais e até
físicas.

A questão da PNL da “deletação” e na “inclusão” de novos valores na mente da


pessoa é feita dentro de um processo de assimilação dos seus princípios de
resistência. Através da utilização do relaxamento e da visualização, tal pessoa é
conduzida ao estado chamado Alfa. Neste estado, por meio de técnicas de
relaxamento ou meditação, a pessoa perde o senso critico, retendo automaticamente
todas as informações recebidas como verdadeiras, quer sejam boas ou más. A Bíblia
fala que é o Espírito Santo quem deve convencer o homem do pecado, da justiça e do
juízo (Jo 16.8). Ou seja, o trabalhar de Deus é por convencimento, o Espírito Santo,
através da palavra de Deus, irá persuadir, apresentar razões, mostrar fatos que
possibilitem a pessoa confrontá-los com sua vida e, então, se arrepender. Conversão
é literalmente mudar de comportamento.

Deus respeita a opinião do homem e leva-o a mudar de comportamento


apresentando-lhe a verdade do evangelho. O homem, quando se decide por Cristo, o
faz racionalmente no exercício da fé, e essa declaração é feita em pleno estado de
consciência, na PNL qualquer decisão tomada pelo homem é conseqüência de uma
lavagem cerebral, por meio da qual ele perde sua capacidade de pensar, de
argumentar e de questionar. Lendo Isaias 1.18: “Vinde então, e argüi-me (questionar,
interrogar), diz o SENHOR...” (explicação nossa), entendemos que o cristianismo é
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uma religião de consciência, razão e fé. Ninguém precisa entrar em transe para crer
em Cristo.
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A Bíblia nos fala ainda que devemos resistir ao diabo (Tg 4.7). Como então
aceitaremos um posicionamento de mente no qual a nossa resistência é totalmente
eliminada? “Sede sóbrios, vigiai, porque o diabo, vosso adversário, anda em derredor,
buscando quem possa tragar” (um Pe 5.8). Com tantas evidências de ocultismo e
praticas de magia e feitiçaria presentes na PNL, como poderemos ficar desarmados,
despreocupados e sem a lucidez necessária para discernir o que esta ocorrendo em
nosso derredor? (Veja Hb 5.14).
Não podemos baixar nossa guarda e ficar a mercê do diabo. Antes, devemos nos
revestir de toda armadura de Deus (Ef 6.10), através da palavra de Deus, porque o
diabo, de maneira astuta, cria verdadeiras arapucas para o homem incauto. “E não é
maravilha, porque o próprio Satanás se transfigura em anjos de luz”. (dois Co 11.14).

O engano do homem que se vê como seu próprio centro (Jr 17.9)

“Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perversos; quem o


conhecerá?”.

Em sua inclusão de novos padrões, a PNL destaca a tese de que o homem deve seguir
seu coração. Nos cursos, a pessoa em meditação consigo mesma busca dentro de si
respostas para sua vida e planeja, ou melhor, programa seu futuro através das
respostas encontradas em seu coração. Como podemos seguir o nosso coração se ele
é mais enganoso do que todas as coisas? Segui-lo nos trará como conseqüência a
destruição. Ainda em Mateus 15.19 podemos ler: “Porque do coração procedem os
maus pensamentos”.

Mas, como cristãos, devemos nos preparar “Para que não sejamos vencidos por
Satanás, porque não ignoramos os seus ardis” (2 Co 2.10-11).

A questão do sucesso da PNL é semelhante a Teologia da prosperidade que circulou


pelos meandros evangélicos há alguns anos. A questão da programação está baseada
na regressão, ou cura interior, e a confissão positiva, no determinismo. Dessa forma,
a fé tem sido usada na direção do “ter”, e não mais do “ser” ou “viver”, como foi com
os heróis da fé. A Bíblia relata que “... o justo viverá pela fé” (Hb 10.38). Enquanto os
propagadores da prosperidade estimulam a fé alicerçada na própria fé, o Senhor Jesus
recomenda fé em Deus: “E Jesus, respondendo disse-lhes: Tendes fé em Deus...” (Mc
11.22). Para aqueles que tem um ensinamento contrário a esse, a Bíblia tem um
adjetivo para eles: “Ora, o mercenário foge, porque é mercenário, e não tem cuidado
das ovelhas” (Jo 10.13 – grifo do autor).

O depoimento que você lerá agora é verídico. O irmão que viveu esta terrível
experiência preferiu omitir o seu nome para evitar qualquer complicação.

“Fiz um treinamento de Neurolingüistica em 2000 pago pela empresa em que


Página

trabalho e estimulado por um gerente de vendas. Posso dizer que minha vida foi
separada entre o “antes” e o “depois” desse curso, pois não tive discernimento para
12

entender a sensação de “liberdade” e de poder ‘fazer tudo’ que o treinamento


ensinava.

O treinamento teve inicio na sexta-feira à noite e se estendeu até domingo, também à


noite. Realizado no auditório de um hotel, o evento contou com a participação
aproximadamente de 500 pessoas, entre as 150 que iriam fazer o treinamento pela
primeira vez, as demais já haviam feito e os convidados: parentes, amigos e/ou
conhecidos. Ao chegar lá, senti um clima de festa, de alegria, de felicidade. Todos se
abraçavam muito e, ao se cumprimentarem, batiam a mão direita por cima da cabeça
( um gesto da Nova Era ). Achei aquilo muito bom, bem melhor do que na igreja que
freqüentava.

Ao entrarmos no auditório ( impreterivelmente às 20h59 ), depois no jantar no hotel,


as pessoas que haviam nos levado ao curso já estavam presentes, nos esperando
para nos receber. Elas cantavam, pulavam alegres e gritavam: “... um, dois, três e
quatro... nós amamos vocês quatro”. Começamos o treinamento com muita
expectativa. O ambiente era bastante descontraído.

Em seguida, o consultor começou a passar algumas regras que deveriam ser


obedecidas até o final do curso. Uma delas era sentar sempre ao de desconhecidos.
Com isso, já estavam nos ensinando a ser mais atirados com as pessoas. Outra regra
era não discordar de nada que os palestrantes iriam falar. É claro que, num primeiro
momento, você discorda, mas, com o passar do tempo, à medida que eles iam
transmitindo simpatia, carisma e alegria, comecei a achar que minha vida estava toda
errada.

Após esse primeiro contato, depois de haver passado as regras, começamos com uma
terapia chamada: feed back negativo, quando fazíamos uma roda e as pessoas
gritavam xingando umas as outras de “mentirosas”, “covardes”, “prepotentes”,
“falsas”, “desonestas”, entre outras coisas que não convém citar aqui. Colocavam
uma música muito fúnebre e alta. As pessoas não resistiam e muitas delas choravam
e gritavam. Pensei estar na grande tribulação, pois fiquei muito assustado com aquilo.

Depois disso, fomos aprender a abraçar. Uma pessoa ficava na frente da outra e a
abraçava bem forte. Fizemos isso durante um bom tempo. Aproximadamente 1h30,
nos ensinaram uma filosofia intitulada FILOSOFIA DO SUCESSO NAPOLEON HILL que
tivemos de decorar para recitá-la na manhã seguinte, às 8 horas, depois do café.

Fiquei a noite inteira tentando decorar a filosofia. Por esse motivo, assim como cerca
de 90% dos participantes, dormi muito pouco (30min) no primeiro dia. Apenas cinco
ou seis pessoas conseguiram recitá-la. Para os que não decoraram o texto, o castigo
foi formar uma fila fora do auditório até memorizarem. Enquanto tentávamos,
desesperados, decorar a poesia, o monitor ficava vendendo caixões de defunto de
vários tamanhos e preços. A lição, segundo ele, era para que não sofrêssemos,
antecipadamente, com as coisas da vida.
Página

Ao entrarmos no auditório novamente, nos perguntávamos se queríamos fazer parte


13

de uma nova família chamada “Família Silva”. Algumas pessoas responderam que
não, mas a palavra ‘não’ não era aceita pelos instrutores e membros. Em razão disso,
eles ficavam insistindo com a pergunta até a pessoa dizer que SIM. Depois disso, iam
para outro participante.

No sábado a tarde, cada um de nós foi induzido a sentar perto de uma pessoa
desconhecida e a contar para ela algum trauma de infância. Tudo era feito ao som
alto de uma música fúnebre. As pessoas choraram muito enquanto contavam suas
tristezas e sofrimentos vividos na infância devido aos maus tratos dos pais. Após
esses períodos, seria realizado, às 19 horas, um bailão, e todos deveriam comparecer
a caráter. Dançamos todos os tipos de musica com todos, não importava se éramos
casados, noivos, ou namorados, ninguém era de ninguém. Mas os monitores não
deixavam ninguém ir além da dança, para não denegrir a imagem do curso.

Depois do baile houve uma coisa terrível. Todos os homens tiveram de se vestir de
mulher, se maquiar, colocar peruca, meia-calça, e depois desfilar para todas as
mulheres presentes. O objetivo dessa ‘terapia’ era eliminar todo e qualquer
preconceito. Depois da apresentação dos homens, foi a vez das mulheres. Elas se
fantasiaram com objetos eróticos sem qualquer pudor. A nossa mente, naquele
momento do curso, já estava aberta. Chegamos ao estado Alfa. Tudo o que nos diziam
era facilmente inculcado.

No domingo à tarde fizemos uma regressão até o útero materno. Pensando realmente
ter chegado lá, éramos obrigados a perdoar nossos pais por algum trauma de infância
que eles nos causaram. Aqueles que não quiseram perdoar passavam novamente
pelo mesmo processo. Éramos obrigados a similar um vômito para representar que
estávamos colocando de tudo de ruim pra fora. No final fomos tratados como
crianças, para que nos sentíssemos abertos para tudo que pudéssemos aprender.
Assim como eu, muitos perderam totalmente o senso crítico. Passei a mexer com as
mulheres. Para mim não a menor diferença em ser casado ou não, em ser crente ou
não. Estava em um processo de euforia muito grande, pois, segundo eles, eu era uma
criança de quatro anos.

A partir dessa fase passamos a ser ensinados em todas as coisas novamente. Assim
como uma criança, fomos aprendendo todas as coisas até a fase adulta, quando
então a ênfase positiva se voltou para nossa carreira profissional. Ouvíamos
mensagens do tipo: ‘agora tudo poderá ser alcançado por seus próprios esforços!’;
‘você não precisa mais de ninguém!’; ‘você é auto-suficiente!’; ‘o céu é o seu limite!’;
‘somente os melhores poderão ser aproveitados!’; ‘estamos em uma Nova Era!’.
Estávamos recebendo um tipo de doutrina na qual o centro da vida é próprio homem,
e Deus um figurante coadjuvante, perfeitamente dispensável.

Saí do curso totalmente transformado, orientando-me apenas por esses conceitos.


Meus conhecimentos bíblicos, aprendidos na Escola Dominical e nos cultos, desde a
infância, já nem mesmo eram lembrados. Pedi então demissão da empresa que
Página

trabalhava, pois achava que poderia encontrar algo melhor. Separei-me da minha
esposa, ficava, sem nenhum remorso, sem ver minha filha de dois anos por até quinze
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dias e achava que estava ótimo. Mudei meu estilo de roupa, meu penteado,
vocabulário e achava que estava mais bonito, que realmente tinha melhorado.

Mas toda essa mascara, essa camuflagem diabólica começaram a cair, arruinando
minha vida emocional, profissional e familiar. Sentia forte depressão (leia-se
opressão) e os conflitos espirituais quase me deixaram louco. Meus amigos da igreja
perceberam que eu estava desequilibrado e desorientado. Comecei a perder clientes
importantes e já não conseguia saldar minhas dívidas, sofrendo vários protestos e
inclusão nos órgãos de proteção ao consumidor (SPC e Serasa). Foi uma desgraça
total!

Até que, não suportando mais esse quadro, o Espírito Santo de Deus, por sua infinita
misericórdia, fez-me lembrar do Senhor Jesus. Então orei para que o Senhor me
ajudasse a renunciar à obra do diabo na minha vida e a todos os ensinamentos
aprendidos no curso de Programação Neurolingüistica (PNL). O Senhor Jesus me
entender claramente como todos aqueles conceitos antibíblicos e contrários ao plano
de Deus para o homem.

Recorrendo novamente ao poder do sangue de Jesus para perdão dos pecados, e


auxiliado por irmãos valorosos de grupos de oração, fui totalmente restaurado. Todas
as áreas da minha vida antes afetadas por essas heresias foram estabelecidas pelo
Senhor Jesus. Estou novamente com minha esposa e minha filha. O Senhor me
devolveu meu anterior e meus antigos clientes. E agora estou conseguindo honrar
com todos os meus compromissos financeiros. E devo isso a Deus.”

Glossário de alguns termos da PNL

Acompanhar – Adotar partes de comportamento de outra pessoa para aumentar o


rapport. Obter e manter rapport com outra pessoa, entrando no seu modelo de
mundo. É possível acompanhar crenças, idéias e comportamentos.

Acuidade sensorial – Produto de um processo de refinamento e diferenciação das


informações sensoriais que obtemos do mundo.

Ancoragem – O processo pelo qual qualquer estimulo ou representação (externa ou


interna) fica conectado a uma reação e a dispara. As ancoras podem ocorrer
naturalmente ou ser criadas intencionalmente.

Associar – Dentro de uma experiência, enxergar através dos próprios olhos, de plena
posse de todo os seus sentidos.

Calibração – Perceber atentamente o estado de outra pessoa, lendo os sinais não-


verbais.
Página

Campo unificado – Estrutura unificadora da PNL. Uma matriz tridimensional de níveis


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neurológicos, posições perceptivas e tempo.

Sinestésico – Relativo aos sentidos, ao aparato sensorial, que inclui sensações táteis,
sensações internas (como, por exemplo, as sensações lembradas e as emoções) e o
senso de equilíbrio.

Dissociado – Que não está dentro de uma experiência, que observa ou ouve de fora.
Down-Time – Ter todos os canais sensoriais voltados ao nosso interior.

Espelhar – Copiar de maneira precisa segmentos do comportamento de outra pessoa.

Evocar – Entrar em contato com um estado mental através do comportamento.


Também significa coleta de informação, seja pela observação direta de sinais não-
verbais ou de perguntas do meta-modelo.

Exteriorização – Estado na qual a atenção e os sentidos estão voltados para fora.

Identidade – A auto-imagem ou autoconceito. Quem a pessoa acha que é. A totalidade


do ser.

Incongruência – Estado de conflito em que não se está totalmente empenhado no


objetivo. O conflito interno será expresso no comportamento da pessoa.

Interiorização – Estado leve de transe em que a atenção se volta para dentro, para os
próprios pensamentos e sensações.

Lados – Aspectos da personalidade que às vezes possuem intenções conflitantes.

Linha temporal – A forma como armazenamos imagens, sons e sentimentos do nosso


passado, presente e futuro.

Meta – Radical que define o que existe em um nível lógico diferente. Derivado do
grego, significa “para além”.

Metáfora – Comunicação indireta que utiliza uma história ou uma figura de linguagem
e implica uma comparação. Na PNL, a metáfora engloba parábolas, alegorias e
similaridades.

Nominalização – Termo lingüístico que indica o processo de transformar um verbo em


substantivo abstrato.

Omissão – No discurso ou no pensamento, exclusão de uma parte da experiência.

Orientar – Modificar o próprio comportamento e estabelecer rapport, para que outra


Página

pessoa o siga.
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Pistas de acesso – Maneiras como sintonizamos e afinamos nosso corpo através da


respiração, postura, gestos e movimentos oculares, para pensar de determinado
modo.

Postulado de conversação – Forma hipnótica de linguagem, uma pergunta que é


interpretada como uma ordem.

Quantificadores universais – Termo lingüístico que se aplica a palavras como: “todos”


e “sempre”, que não admitem exceções. Uma das categorias do meta-modelo.

Rapport – Relação de mútua confiança e compreensão entre duas ou mais pessoas. A


capacidade de provocar reações de outra pessoa. Também chamado de empatia.

Sort – Um termo de computação que significa reorganizar a informação e/ou filtrá-la


durante o processo de reorganização.

Terceira posição – Aquele em que se percebe o mundo do ponto de vista de um


observador distante e indulgente. Uma das três posições perceptivas.

Transe – Estado alterado de consciência em que a atenção se volta para dentro e se


concentra em poucos estímulos.

Visualização – O processo de ver imagens mentais.

3. A Urinoterapia

Ciência, filosofia de vida ou ato religioso?

Por João Flavio Martinez

Segundo a Bíblia, devemos ser bons observadores (1Ts 5.21). Recentemente tive o
privilégio de seguir à risca esse conselho bíblico quando, no dia 18 de setembro,
assistia a uma reportagem num programa de televisão. Fiquei surpreso com o tema
em pauta: A “urinoterapia”. Curioso, minha atenção por aquele assunto se redobrou.
Entre os entrevistados, duas pessoas adeptas dessa prática e uma nutricionista
expuseram suas opiniões. Em meio à entrevista, um internauta fez a seguinte
pergunta: “Por que Deus não colocou o órgão genital masculino no lugar do nariz, pois
seria mais fácil para a ingestão da urina?” (risos na platéia). A resposta de um dos
entrevistados me abalroou, pois ele afirmou categoricamente que a urina era “a água
da vida” e que Deus teria mandado ingerir a nossa própria urina. E acrescentou,
Página

ainda, que tal impropério estava escrito na Bíblia. Diante de tudo que estava
assistindo e ouvindo, pude notar um tom um tanto religioso e místico, o que me
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despertou maior interesse pelo tema. Frases como “beba com fé”, “acredite”, “é a
água da vida”, “só funciona para quem acredita...”, deixaram bem claro que essa
terapia tinha um caráter mais religioso do que clínico e científico. Na procura por sites
sobre o tema fiquei surpreso com a abundância de informações que encontrei. Por
isso estou a minutar sucintamente sobre este assunto, abordando o seu lado científico
e religioso.

A seguir, algumas informações favoráveis e contrárias a respeito que


encontramos na internet.

“No ‘Damar Tantra’, constituído de 107 versos, na parte correspondente ao ‘Anushtup


shnadas’, fala-se que, na medida em que se bebe a própria urina - austeridade
denominada de ‘Shivambu-kalpa’, vai-se adquirindo qualidades místicas como poder,
força física e espiritual. Entre as práticas do renunciante encontram-se, também,
menções ao ato de comer as próprias fezes” (hinduísmo)
(www.geocities.com/hotsprings/villa/6391/temperos.html).

“A urinoterapia é uma das técnicas terapêuticas mais antigas e populares usadas por
várias culturas através dos tempos. Era amplamente usada na Índia, Tibete, Egito e
Grécia Antiga, e nas civilizações asteca, inca e maia. Ainda hoje é usada como
procedimento terapêutico respeitável na Nicarágua, Arábia e Alasca, para combater
males físicos. No Brasil, particularmente em áreas carentes de recursos, como no
Nordeste e em várias outras regiões do país, a tradição popular recomenda a
aplicação de urina de crianças nos casos de doenças de pele, urticárias e
queimaduras por venenos de animais, como taturanas e águas-vivas... A urina é um
produto puro do sangue e não um amontoado de elementos tóxicos diminutos, além
de ser um excelente medicamento natural que o organismo humano produz
gratuitamente. Sua composição é de 96% de água e 4% de elementos orgânicos e
inorgânicos” (http://www.entreamigos.com.br/menu.htm).

“... Quando havia alguém gripado, nos ensinaram a tomar urina em jejum - esse era
nosso remédio normal. Gripou, não se precisava perguntar o que tomar. A gente sabia
que índio pode sofrer qualquer tipo de doença, menos gripe. Porque a gripe neles leva
à tuberculose no mesmo dia. Eles tinham muito medo. Se soubessem que alguém
estava gripado, não se aproximavam. Tomavam muitos cuidados. Qualquer espirro,
eles tomavam urina e mandavam qualquer pessoa tomar urina. Para poder evitar, era
dito: ‘quem toma urina quando está gripado, a doença não prossegue... ela já vai
cortando’. Quando ficava com falta de ar, a criança tomava urina. Aí expectorava.
Quando a criança tossia, o catarro soltava. Vinha aquele catarro amarelo pra fora e
não acumulava” (http://www.vegetarianismo.com.br/index.htm).

Dos casos citados, abordaremos primeiro a questão patológica do assunto, ou seja,


veremos se realmente a urina tem algum poder terapêutico na opinião médica. A
informação que segue é de um site especializado no assunto.
Página

Opinião médica
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Urina – A urina é composta de aproximadamente 95% de água. Os principais excretos


da urina humana são: a uréia, o cloreto de sódio e o ácido úrico.

O sistema urinário – A eliminação da urina é feita através do sistema urinário. Os


órgãos que compõem o sistema urinário são os rins e as vias urinárias.

As vias urinárias compreendem o ureter, a bexiga e a uretra. Os mesmos tecidos que


recebem do sangue as substâncias nutritivas abandonam no sangue aqueles
compostos químicos tóxicos que neles se formam como resultado do complexo
fenômeno da nutrição. “Tais substâncias são danosas e devem ser eliminadas para
não intoxicar o organismo e pôr a vida em perigo”. A maior parte desses produtos é
eliminada por trabalho do aparelho urinário; apenas uma parte mínima é excluída
pelas glândulas sudoríparas mediante o suor. A tarefa do aparelho urinário é separar
do sangue as substâncias nocivas e eliminá-las sob a forma de urina. O aparelho
urinário é composto dos rins, que filtram o sangue. Os rins são os verdadeiros órgãos
ativos no trabalho de seleção das substâncias de rejeição. Esse “trabalho” conta com
o apoio dos bacinetes renais com os respectivos ureteres para conduzirem a urina até
a bexiga. A bexiga é o reservatório da urina. A uretra é o canal através do qual a urina
é conduzida para fora. Juntamente com as substâncias de rejeição, o aparelho urinário
também filtra e elimina água.

Essa eliminação de água é necessária seja porque as substâncias de rejeição estão


dissolvidas no plasma, que é constituído, na sua maior parte, de água, seja porque
também a quantidade de água presente no sangue e nos tecidos deve ser mantida
constante. A água entra na composição de todos os tecidos e da substância
intercelular (que enche os espaços entre as células). Ela (a água) é o constituinte
universal de todos os “humores” do organismo e tem a tarefa essencial de servir de
“solvente” de todas as substâncias fisiologicamente ativas. A água entra no
organismo com os alimentos e as bebidas. Em parte se forma no próprio organismo
por efeito das reações químicas que aí têm lugar. Depois de ter realizado as suas
importantes funções, a água deve ser eliminada: como antes tinha servido de veículo
às substâncias nutritivas, agora serve de veículo às substâncias de rejeição.

Acreditamos que a explicação clínica acima é mais do que suficiente para


compreendermos que a urina não é excluída à toa de nosso organismo, mas esse fato
ocorre por ela não ser mais útil ao mesmo. Entretanto, essas desavenças estão bem
resolvidas nos níveis da medicina que, por si só, é mais que auto-suficiente para
provar os devidos fatos.

Nossa ótica agora se volta para o lado religioso da questão, pois um dos adeptos
desse movimento afirmou que a urina é a “água da vida” e que Deus, através da
Bíblia, mandou que o homem ingerisse sua própria urina. Mas será que isso tem
fundamento? Seria a “urinoterapia” uma prática bíblica?

A água da vida é a urina?


Página

“Respondeu-lhe Jesus: Se tivesses conhecido o dom de Deus e quem é o que te diz:


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dá-me de beber, tu lhe terias pedido e ele te haveria dado água viva. Disse-lhe a
mulher: Senhor, tu não tens com que tirá-la, e o poço é fundo; donde, pois, tens essa
água viva?” (Jo 4.10,11).

No diálogo com a mulher samaritana, o Senhor Jesus se identifica como sendo a água
viva que sacia a sede humana e traz uma nova perspectiva de vida: “E no último dia,
o grande dia da festa, Jesus pôs-se em pé, e clamor, dizendo: Se alguém tem sede,
venham a mim, e beba. Quem crê em mim, como diz a Escritura, rios de água viva
correrão do seu ventre.”(Jo 7.37-38). Aquela mulher nunca mais foi a mesma, pois ali,
na beira daquele poço, ela encontrou-se com aquele que podia saciar a sede de sua
alma. Portanto, a alegação do adepto da “urinoterapia” é uma blasfêmia. Não tem
nenhum alicerce bíblico. Jesus Cristo é a nossa única e suficiente água da vida!

“Na medida em que se bebe a própria urina... vai-se adquirindo qualidades místicas,
como poder, força física e espiritual... encontram-se, também, menções ao ato de se
comer as próprias fezes”.

Isso é um absurdo! Se clinicamente falando a urina não pode fazer bem algum, ao
contrário, pode até fazer mal, como, então, acreditar que tal prática seria de enlevo
espiritual? O mundo está cada dia mais doente e perdido! Sobre o único alimento
espiritual, Jesus Cristo disse: “Nem só de pão viverá o homem, mas de toda palavra
que sai da boca de Deus...” (Mt.4.4). Ou seja, a Palavra de Deus é o alimento
necessário ao nosso crescimento espiritual, e não a nossa própria urina. O apóstolo
Pedro sabia disso quando afirmou: “antes crescei na graça e no conhecimento de
nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo” (2Pe 3.18).

Sobre a questão de ingestão das próprias fezes, não precisamos dar nenhum parecer
clínico, pois todos sabemos que tal ato é pura insanidade! A Bíblia diz que os ímpios
sim, figuradamente, comerão as próprias fezes: “Porque na mão do Senhor há um
cálice, cujo vinho espuma, cheio de mistura, do qual ele dá a beber; certamente todos
os ímpios da terra sorverão e beberão as suas fezes...” (Sl 75.8).

Verdadeiramente, estamos vivendo os últimos dias e os engodos espalham-se em


proporções gigantescas. O que percebemos é que essa questão da “urinaterapia”
mais se parece com um movimento religioso do que com uma séria abordagem
clínica e científica. A medicina, segundo nossas consultas, é unânime em admitir que
a urina não possui nenhum poder terapêutico. Como pesquisadores bíblicos,
declaramos que não há bases teológicas para admitirmos que a ingestão de urina
tenha aceitação religiosa ou possa dar algum poder especial da parte de Deus
àqueles que se submetem a ela. Por isso, fiquemos com o que nos diz a Palavra de
Deus, e não aceitemos nenhuma nova forma de doutrina antibíblica! (Rm 1.22) Página
20

4. Aquário - O surgimento de uma era

Por Natanael Rinaldi

A Nova era não é uma organização, ainda assim centenas de organizações promovem
seus ensinos. Não tem uma liderança central, no entanto, seus filósofos e mestres
provavelmente chegam a milhares. Não tem um livro oficial com seus dogmas e
crenças, mas seus adeptos encontram nutrição para sua fé em praticamente todas as
bibliotecas publicas do mundo. Não tem um Deus pessoal para adorar, mas com
freqüência promove a idéia de um deus que pode ser encontrado em toda e qualquer
parte.

Finalmente, entramos no novo milênio: o ano 2001. Este terceiro milênio tão
aguardado pelos adeptos do movimento Nova Era é conhecido como Era de Aquário,
época em que os homens entrariam na fase da maturidade, segundo o conceito de
Lauro Trevisan, autor do livro Aquárius, A “Nova Era Chegou”. De acordo com esse
escritor, o mundo passou pelas seguintes fases:

Infantil – quando o homem estava inteiramente voltado para o seu mundo exterior.
Da adolescência – surgimento dos grandes sonhos, das aspirações por uma vida
melhor, do desejo de conquistar a terra. Período em que os sonhos dos homens eram
maiores do que suas próprias realizações.
Da mocidade – quando o mundo atingiu uma evolução incrível. Invenções sobre
invenções tornaram a vida muito melhor.
Maturidade – como já dissemos, é a fase atual, na qual estamos entrando; ou seja, a
Era de Aquário.

Ao explicar essas fases, ou eras, Lauro Trevisan emprega terminologias astrológicas,


utilizando os signos do zodíaco, para apontar as mudanças que, segundo ele, ocorrem
a cada dois mil anos. Assim, temos:

A fase infantil é denominada Era de Touro,♣ caracterizada pelo surgimento, na


história, de povos que empregavam a força bruta, como, por exemplo, os assírios e os
babilônicos.
A fase da adolescência é denominada Era de Áries,♣ também conhecida por Era do
Carneiro. Nesse período é que teria surgido o povo israelita. Essa teoria aponta para o
bezerro de ouro fabricado por Arão a pedido do povo, que se impacientou com a
demora de Moisés no Monte Sinai.
A fase da mocidade caracterizava a Era de Peixes. Para♣ justificarem esse título, os
adeptos do movimento da Nova Era apontam para o símbolo do cristianismo,
representado pelo peixe.
E, por último, a fase da maturidade, caracterizada♣ pela Era de Aquário, que apregoa
a divindade do homem. É a descoberta de um Poder Infinito e de uma Sabedoria
Infinita, no âmago da criatura humana, ou seja, o homem é um ser divinizado
(Aquárius, A Nova Era Chegou, p. 22).
Página

LORD MAITREYA: UM ANTICRISTO


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Os leitores da Bíblia estão familiarizados com a palavra anticristo. O Cristo pregado


pelos adeptos da Nova Era é um anticristo, que visa unir todas as religiões e seitas
dentro doplano que constitui sua invocação na Era de Aquário.

A palavra anticristo aparece quatro vezes na Bíblia. A saber: Filhinhos é já a última


hora; e, como ouvistes que vem o anticristo, também agora muitos se têm feito
anticristos, por onde conhecemos que é já a última hora (lJo 2.18).
Todo espírito que não confessa que Jesus Cristo veio em carne não é de Deus, mas
este é o espírito do anticristo, do qual já ouvistes que há de vir, e eis que já está no
mundo (lJo 4.3).

Porque já muitos enganadores entraram no mundo, os quais não confessam que Jesus
Cristo veio em carne. Este tal é o enganador e o anticristo (2Jo 7).

O prefixo anti é derivado do grego e quer dizer contra ou oposto a. Todavia, pode
significar também em lugar de ou substituto de. O anticristo opor-se-á a Cristo. E fará
isso da forma mais diabólica e sutil possível. Fingirá ser o Cristo e, assim, tentará
subverter o cristianismo enquanto se faz passar por seu líder. Nada menos que isso
não seria uma obra digna do gênio de Satanás.

Outros títulos de anticristo

Alguns desses títulos aparecem em 2Ts 2.3,8: homem do pecado (v. 3); filho da
perdição (v. 3); o iníquo ( v. 8), e em Ap 13.1-3: a besta.

O plano da Nova Era

A Nova Era pretende controlar o mundo. E fará isso por meio de uma conspiração
conhecida como aquariana. O plano elaborado para essa Era consiste dos seguintes
pontos:

Estabelecer uma nova religião mundial e uma nova ordem política social.
A nova religião mundial será o renascimento da religião de mistério da Babilônia.
O plano será concretizado quando o Messias da Nova Era assumir o controle. Nesse
período o número 666 será aplicado e a nova religião estabelecida
Espíritos cósmicos irão ajudar a inaugurar a Nova Era e a aclamar o homem-deus
dessa era como o Mestre do mundo.
Paz mundial, amor e união serão os slogans da religião.
O ensino da Nova Era irá abranger o mundo todo.
Os líderes da Nova Era demonstrarão que Jesus não era o Cristo.
O cristianismo e as demais religiões serão integrados à religião mundial.
Os princípios cristãos serão desacreditados e eliminados.
Crianças serão seduzidas espiritualmente nas escolas para promover a Nova Era.
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A humanidade será levada a crer que o homem é Deus.


Ciência e religião serão unificadas.
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Os cristãos que resistirem a este plano serão exterminados.

Dos pontos acima expostos, apenas três são de importância fundamental para a Nova
Era: líder mundial, governo mundial e religião mundial. Por mais que achemos
mirabolante o plano da Nova Era para reger o mundo, temos de admitir que, através
da globalização, as nações estão sendo preparadas para receber o governo do
anticristo. Conforme apregoam os adeptos desse movimento, este é o tempo da Era
de Aquário dentro do novo milênio que ora se inicia.
A VERDADEIRA NOVA ERA: O REINADO DE JESUS CRISTO

Ao começar por Apocalipse 19.11, Jesus é visto como o Rei dos reis e Senhor dos
senhores, que voltará em glória, majestade e poder para julgar aqueles que o
rejeitaram e escarneceram. A esperança do glorioso reinado de Cristo está
solidamente registrada na Bíblia, de Gênesis a Apocalipse.

Partindo do livro de Gênesis, encontramos as seguintes referências sobre o futuro


reinado de Cristo que o movimento Nova Era procura imitar.

O cetro não se arredará de Judá, nem o legislador dentre seus pés, até que venha
Siló; e a ele se congregarão os povos ( Gn 49. 1 0).

Eu, porém, ungi o meu Rei sobre o meu santo monte de Sião (SI 2.6).

Mas, nos dias desses reis, o Deus do céu levantará um reino que não será jamais
destruído; e este reino não passará a outro povo, esmiuçará e consumirá todos esses
reinos, mas ele mesmo subsistirá para sempre (Dn 2.44).

Eu estava olhando nas minhas visões de noite, e eis que vinha nas nuvens do céu um
como o filho do homem; e dirigiu-se ao ancião de dias, e o fizeram chegar até ele. E
foi-lhe dado o domínio, e a honra, e o reino, para que todos os povos, nações, línguas
o servissem; o seu domínio é um domínio eterno, que não passará, e o seu reino tal,
que não será destruído (Dn 7.13-14).

Nas palavras do anjo Gabriel a Maria encontramos algumas promessas que ainda não
se cumpriram, e que certamente terão o seu cumprimento no reinado de Cristo. Disse
o anjo Gabriel:

E eis que em teu ventre conceberás e darás à luz um filho, e pôr-lhe-ás o nome de
Jesus. Este será grande, e será chamado filho do Altíssimo, e o Senhor Deus lhe dará o
trono de Davi, seu pai; E reinará eternamente na casa de Jacó, e o seu reino não terá
fim (Lc 1.31-33).

O apóstolo João, na velhice, foi exilado na ilha de Patmos pelo imperador Domiciano,
perto do ano 90 AD. E lá ele obteve uma visão do futuro (Ap 1.10), principalmente
Página

sobre a segunda vinda de Cristo, quando o Filho de Deus aparece como o Rei dos reis
e Senhor dos senhores, cheio de glória, majestade e poder. O texto diz o seguinte: E
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seguiam-no os exércitos no céu em cavalos brancos ... E da sua boca saía uma aguda
espada, para ferir com ela as nações; e ele as regerá com vara de ferro; ele mesmo é
o que pisa o lagar do vinho do furor e da ira do Deus Todo-Poderoso. E no manto e na
sua coxa tem escrito este nome: Rei dos reis, e Senhor dos senhores (19.14-16).

O CRISTO DA NOVA ERA

Quando lemos a invocação que Cristo possa voltar a terra, não se trata do Cristo cuja
vinda he registrada em centenas de passagens bíblicas. Os cristãos anseiam a sua
volta desde o dia em que o Senhor Jesus foi assunto aos céus e deixou a promessa de
que viria novamente: Mt 24.29-31; 2531-34; Jô 14.2-3. Trata-se de um outro Jesus,
identificado pelos adeptos da Nova Era como Lord Maitreya. Também conhecido como
o avatar da Nova Era. O escritor Benjamim Creme, tido como o João Batista desse
Cristo excêntrico, bem que lutou para que tivesse sua posição, como precursor,
reconhecida mundialmente. Sua mais feroz tentativa aconteceu em 3 de maio de
1982, quando publicou manchetes de primeira p á gina nos jornais de grande
circulação de vários paises. Aqui no Brasil, por exemplo, O GLOBO daquela data
estampou a seguinte notícia:

O mundo já sofreu o bastante... de fome, injustiça, guerra. Em resposta as nossas


súplicas, como o mestre do mundo para toda a humanidade, o Cristo está aqui agora.
Como o reconheceremos? Quem é o Cristo? Cristo está agora entre nós. Ele não vem
para nos julgar, porem para ajudar a humanidade e para inspirá-la. Ele é Maitreya,
educador do mundo e da nossa geração humana, uma pessoa para a qual existem
diversos nomes: O Messias dos Judeus, o quinto Buda dos budistas, o Mahdi dos
muçulmanos e o Krishna dos hindus. Agora ele se revelará para nos conduzir a uma
nova era. Esta mensagem da reaparição de Cristo tem sido trazida por um discípulo
treinado para esta tarefa por mais de 20 anos. No centro desta hierarquia espiritual
está o professor do mundo, Lord Maitreya, conhecido pelos cristãos como Cristo. Da
mesma forma que os cristãos esperam pela segunda vinda, os judeus esperam pelo
Messias, os budistas pelo quinto Buda, os muçulmanos pelo Iman Madhi e os hindus
pelo Krishna. Todos estes são nomes para uma só pessoa. Sua presença no mundo
garante que não haverá a Terceira Guerra Mundial.

O que ele está dizendo?

Minha tarefa será ensinar a vocês como viver em paz, como irmãos. Isto é, mais
simples do que vocês imaginam. Meus amigos, para isto é necessário apenas aceitar
a compartilhar. Como você pode estar satisfeito com o modo em que atualmente vive;
quando existem milhões de famintos morrendo na miséria, quando os ricos ostentam
sua riqueza na frente dos pobres; quando o homem é inimigo de seu vizinho, quando
nenhum homem confia em seu irmão?

Quando o veremos?
Página

Ele ainda não declarou o seu verdadeiro estado e o lugar onde está; é conhecido
somente por poucos de seus discípulos. Um deles anunciou que em Cristo vai revelar
24

sua identidade e dentro de dois meses falará para a humanidade através de uma
transmissão mundial de radio e televisão. Sua mensagem será ouvida interiormente,
telepaticamente por todos os povos em seus próprios idiomas. A partir deste
momento, com sua ajuda, construiremos um mundo novo.

LÍDERES DO MOVIMENTO NOVA ERA NO MUNDO

O movimento Nova Era é uma mistura indefinida de ideologias religiosas, culturais,


sociais, políticas e científicas combinadas com o fascínio pelo misticismo oriental, pelo
paranormalismo, pelo ocultismo e até mesmo por alguns tipos de psicologia moderna.
Com isso, torna-se a soma dos ensinos de vários líderes religiosos. Vejamos o quadro
abaixo:

Helena P. Blavatsky - Fundou a Sociedade Teosófica em 1875, na cidade de Nova


lorque. Morreu em 1891, aos 60 anos de idade. Escreveu os livros The Secret Doctrine
(A Doutrina Secreta) e Isis unveiled (Isis revelada). Integram, os ensinos da Teosofia,
entre outros, a gnose e o espiritismo, baseados em doutrinas esotéricas (secretas),
comunicadas através de mensagens de mestres cósmicos. Constam também de
certas variações do ocultismo, como a clarividência, a astrologia, a hipnose, a ioga,
seres extraterrestres etc.
Alice A. Bailey - (1880 - 1949) Estabeleceu o verdadeiro alicerce do Movimento Nova
Era e é reconhecida por muitos como sua sacerdotisa. Foi a terceira presidente da
Teosofia. Escreveu vários livros, entre os quais: The Externalisation of the Hierarchy
(A Exterminação da Hierarquia); The Rays and The initiations (Os Raios e as
Iniciações); Initiation: Human and Solar (Iniciação: Humana e Solar) e The
Reappearance of the Christ (O Reapareciinento do Cristo).
Marilyn Fergunson - Autora do livro A Conspiração Aquariana, lançado em 1980. A
obra investiga uma nova mentalidade, inevitável, que toma conta do mundo. Publicou
ainda The Brain Revolution (A Revolução do Cérebro). Realiza conferências sobre
dimensionamento da mente e funcionamento do cérebro. Tem viajado a todos os
lugares do mundo.
Benjamin Creme - Nascido na Escócia em 1922, aos 14 anos apaixonou-se pelos
relatos de Alexandra D. Neel sobre os místicos e feiticeiros do Tibete. Mais tarde
descobriu as obras de Helena P. Blavatsky, Gurdjeff, Alice Bailey, Swami Vivekananda,
Ramana Maharshi, entre outros. Posteriormente, entusiasmado por discos voadores,
juntou-se a um grupo que procurava entrar em contato com os nossos irmãos do
espaço. Afirma ter recebido mensagens telepáticas desde 1959. É conhecido como o
João Batista do novo Cristo, chamado Lord Maitreya.
David Spangler - Considerado um profeta, seus dois livros mais importantes são: The
Birth of a New Age (Revelação: O Nascimento de uma Nova Era) e Reflections on the
Christ (Reflexões Sobre o Cristo).
Shirley MacLaine - Considerada um fenômeno, um de seus livros vendeu 2 milhões de
exemplares. Ela crê em reencarnação, carma, comunicação com entidades de níveis
astrais, através de canalizadores (médiuns), ufologia, Ets, Talismãs, amuletos,
pirâmides, runas, cristais etc. Escreveu seis livros campeões de venda: Dançando na
Página

Luz, Minhas Vidas, A vida é um Palco, Em Busca do Eu, Você Também Pode Chegar Lá,
Não Caia da Montanha. Em Minhas Vidas, ela relata suas aventuras espirituais e jura
25

que já teve seis outras vidas, inclusive uma existência na Atlântida. Está construindo,
na Califórnia, a Vila Uriel - uma espécie de retiro onde se poderá escolher entre
meditar, regredir a séculos passados ou tentar a cura de doenças por meio de sons e
cores.

LÍDERES DO MOVIMENTO NOVA ERA NO BRASIL

Carmem Lúcia Balhestero Fundadora da Fraternidade Pax Universal, seu guia é Saint
Germain, misteriosa figura do alquimista francês, que apareceu em diversas épocas,
tem-se manifestado como uma entidade espiritual cercado de uma legião de seres
cósmicos.
Lauro Trevisan - Padre, autor de vários livros, tais como: O Poder Infinito de Sua
Mente, O Poder Intetior, O Poder Jovem, O Poder da Inspiração, Pensamento de Vida e
Felicidade, Os Outros Puderam Você Também Pode, Você Tem Poder de Alcançar
Riquezas, O Poder Infinito da Oração, Só o Amor é Infinito, Aquarius - a Nova Era
Chegou, Os Poderes de Jesus Cristo, A Vida é Uma Festa.
Luiz Antônio Gasparetto - Médium, psicólogo e apresentador de rádio e televisão.
Incorpora pintores famosos chegando, em ocasiões de possessão, pintar ao mesmo
tempo com as duas mãos e os pés, incorporando três pintores a um só tempo.
Mirna Grizich – Reconhecida como guru dos cristais desde 1980, estudou no famoso
centro de terapias alternativas: o Esalen Institute, na Califórnia (USA).
Paulo Coelho - Iniciou em 1970 os estudos sobre Magia e Ocultismo, que o levaram a
ingressar em diversas Ordens Místicas e participar de seminários no mundo inteiro.
Em 1986, depois de percorrer a pé a rota medieval de Santiago de Compostella,
escreveu os livros O Diário de um Mago; O Alquimista, Brida e As Valkírias, entre
outros.
A FALÁCIA DESTE MOVIMENTO

A Nova Era é, pois, uma tentativa de imitar o reinado milenar de Cristo profetizado
nas Escrituras. Os discípulos perguntaram a Jesus: Senhor, restaurarás tu neste tempo
o reino a Israel? Ao que Jesus respondeu: Não vos pertence saber os tempos ou as
estações que o Pai estabeleceu pelo seu próprio poder(At 1.6-7).

A tentativa da Nova Era é implantar um período de harmonia e prosperidade no


mundo, e isso a partir do 2001. Mas, vejamos o que a Bíblia tem a dizer a respeito:
Pois que, quando disserem: há paz e segurança, então sobrevirá repentina destruição,
como as dores de parto àquela que está grávida, e de modo nenhum escaparão (lTs
5.3).

LINGUAGENS DO MOVIMENTO NOVA ERA

Algumas palavras que nos ajudarão a entender o Movimento Nova Era com
a posição Bíblica
Página

Aquário Constelação estelar que segue a Isaías 47.13


constelação dos Peixes (Era Cristã).
26

Arco-íris Ponte entre o ser humano e a grande Gênesis 9.13


mente (Lúcifer).

Carma Ciclo e seqüência de varias encarnações. Hebreus 9.27


Não existe perdão!

Consciência Consciência de grupo ou individuo que I Coríntios


Cósmica vê tudo de forma holística e 1.21
coletivamente. Tudo se torna relativo, o
tempo, o espaço, a moral e até mesmo a
morte.

Cosmologia Ciência das leis que regem o cosmo: Amós 3.7


matéria e espiritual.

E.T. Personagem extraterrestre. Seres fora do Deuteronômio


conceito humano (fantasia). 32.15

Esotérico Esoterismo – oculto, secreto, escondido, Efésios 6.12


só para iniciados.

Força Interior Forças positivas, Eu superior.

Forças Forças divinas inerentes em todo o ser Romanos


humano que devem ser desenvolvidas 7.17-20
Positivas
após terem sido despertadas por praticas
esotéricas.

Gnose Conhecimento esotérico que leva a I Coríntios


sabedoria universal e a auto-salvação. 13.1

Governo Domínio exercido pelos mestres do I João 4.1-3


universo ou pelos iluminados que, na
Interior
realidade não passam de demônios ou
pessoas endemoniadas ou demoníacas.

Guia Guru, mestre. Pessoa que exerce Mateus 23.8-


influencia espiritualista sobre outros. 10

Hierarquia Vários graus de poder dos mestres Efésios 6.12


planetários – do Universo.

Hipnose Atitude parapsicológica que visa a Gálatas 5.1


dependência de quem é hipnotizado.

Holístico Visão global, integral, universal, coletiva I João 1.1-2


das coisas.
Página

Iluminados Veja mestres, hierarquias, guia etc., I João 4.1


sendo pessoas ou espíritos.
27

Iniciação Cerimônia secreta, esotérica, oculta, no Apocalipse


inicio da carreira de conhecimentos 2.24
superiores. Veja Gnosis.

Interdependên Tudo depende de todos e de tudo. E isto I Coríntios


cia no campo humano, material, espiritual, 12.27
etc.
Interplanetário Viagem mental por galáxias afora. A Números
alma deixa o corpo, entrosando-se no 24.17
sobrenatural.

Mãe terra Caia, Isia, Astarte, Demoter, Hera, Deusa Juízes 10.6
da Fertilidade (feminismo).

Maitreya Uma encarnação do cristo do Movimento I João 4.1


Nova Era, anunciado em 1982 como a
encarnação de Lúcifer.

Mantra Silabas ou frases que devem ser Isaías 8.19


repetidas muitas vezes até que passem a
fazer parte da pessoa. São usadas em
vários métodos de meditação. Exemplo: Mateus 6.7
Ioga.

Mentalidade Nova mentalidade, percepção esotérica, Romanos 12.2


oculta.
Superior

Nova Era Sentir o espírito. Veja Nova Isaías 47.13


Espiritualidade.
Nova
Sensibilidade Era ou época de Aquário, da inteligência
depois de cristianismo.

Nova Alargamento da consciência através de Efésios 5.18


Espiritualidade meditação, drogas, etc.

Peixes Constelação estelar guiado por Netuno. Isaías 47.13


Conforme a astrologia: a época dos
Peixes iniciou-se com o nascimento de
Jesus, sendo agora, substituída pela Nova
Era.

Pensamento O que é possível pensar, também é Romanos


possível ser realizado. O subconsciente 7.22-23
Positivo
transforma as idéias em realidade.

Plano Universal Nova ordem mundial estabelecida por I João 4.3


Página

Lúcifer (o cristo do Movimento Nova Era).


Sinergismo
28

Transformação Cooperação em vários níveis, tanto Apocalipse


místico como organizatório. 17.13

Trnspersonal Conversão. O instrumental é: Meditação, Romanos 12.2


mantras, praticas esotéricas, lavagem
cerebral, pensamento positivo,
meditação transcendental etc.

Ufologia Pratica esotérica que passa alem do que Romanos 12.1


é individual (holismo).

Viagens Ciência ou teoria sobre elementos, naves Tiago 2.19


e seres extraterrestres.

Astrais Viagens fora do corpo. Isaías 14.12-


13

5. Círculo Esotérico da Comunhão do Pensamento

Mais uma máscara do ocultismo

Por Natanael Rinaldi e Luiz Antônio Capriello

O Brasil é um lugar onde a religião se manifesta em cada esquina. Templos por todos
os lados representam os inúmeros credos espalhados pelo país. A maioria deles
pertence a entidades religiosas conhecidas. Outros, porém, a entidades
desconhecidas, e chamam a atenção dos mais curiosos. Quem nunca ouviu falar do
Círculo Esotérico da Comunhão do Pensamento (CECP)? Quantos seriam capazes de
apresentar suas tendências doutrinárias? O que é e o que ensina o CECP?

O ocultismo é a palavra-chave para representar o CECP. Maçonaria, kardecismo e


esoterismo são alguns dos fundamentos sob os quais são construídas suas estruturas
Página

religiosas.
29

Esse movimento ocultista está sendo trazido a público, pela primeira vez, pela Defesa
da Fé e, sem dúvida, além de informar os leitores sobre mais um grupo religioso,
satisfará a curiosidade de todos quantos já viram ou ouviram algo sobre esse
movimento, mas de forma superficial.

Neste artigo, faremos uma exposição panorâmica desse grupo, fornecendo


informações básicas sobre sua história e ensinamento.
Fundação

O CECP foi fundado em 27 de junho de 1909, por Antônio Olívio Rodrigues, português
que chegou ao Brasil em 1890. Tinha apenas instrução primária, mas apreciava,
sobremaneira, a leitura de livros ligados ao espiritismo e ao ocultismo. Lia obras de
Helena Blavatsky (fundadora da Sociedade Teosófica Americana), Vivekananda,
Heindel, entre outros.

Os seguidores do CECP adotam terminologia maçônica, tais como “Augusta Ordem”,


“Supremo Conselho”, “Cartas Constitutivas”, etc., e chegam até mesmo a adotar os
três pontinhos característicos da identificação maçônica.

Sua sede principal está localizada em São Paulo, com ramificações por outras cidades
do Brasil.

Qual é o objetivo do CECP?

Nas palavras do próprio grupo, seus objetivos podem ser vistos por meio de quatro
pontos específicos:

• Promover o estudo das forças ocultas da natureza e do homem.


• Promover o despertar das energias criadoras latentes no pensamento de cada
filiado.
• Fazer que essas energias convirjam no sentido de assegurar o bem-estar físico e
moral dos seus membros.
• Cooperar na realização da harmonia, do amor, da verdade e da justiça entre os
homens.

Como esses objetivos podem ser alcançados?

Procurando responder quais seriam os meios que conduziriam a este elevado fim, o
CECP diz que “o estudo, os exercícios respiratórios (a prática da ioga), a cogitação, a
concentração, a meditação, a contemplação e a unificação podem fazer o membro da
entidade atingir a harmonia entre os homens”.

Ressalta, também, que cada membro da entidade “depende, invariavelmente, de seu


próprio esforço e das faculdades espirituais que nele residem, sendo considerado
Página

morto todo aquele cujas faculdades espirituais ainda não estejam despertadas”.
30

Paralelamente, o que Jesus denominou de “novo nascimento” como condição única


para se ver e entrar no reino de Deus (Jo 3.3,5), o CEPC denomina de “despertamento
das faculdades espirituais naturais”. Essa nomenclatura elaborada carrega consigo
uma tarefa incapaz de ser efetuada, porque não pode realmente ajudar qualquer ser
humano a se regenerar. Contrariando o entendimento do Círculo, Jesus declarou a
Nicodemos: “O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é
espírito. Não te maravilhes de te ter dito: Necessário vos é nascer de novo” (Jo 3.6,7).
Mas essa verdade fundamental só pode ser discernida com a ajuda do (e pelo)
Espírito de Deus (1Co 2.14).

Religião ou filosofia de vida?

Seguindo a linha adotada por todo o movimento ocultista, que recusa identificar-se
como religião, o CECP também apresenta aos seus leitores a idéia de que não se trata
de um movimento religioso. Declara: “O Círculo não se põe em conflito com qualquer
religião, seita ou credo”. Dessa forma, consegue adeptos de vários grupos religiosos
que se unem ao Círculo sem saber que irão adotar idéias religiosas conflitantes com a
Bíblia.

Novos adeptos

A aquisição de novos adeptos é feita na semelhança do movimento Rosa-Cruz, que


exige segredo sobre os “conhecimentos” que partilha. Em seu pedido de inscrição, os
adeptos do CECP assumem um compromisso quando abraçam os seguintes dizeres:
“Obrigo-me, sob palavra de honra, a não fazer mau uso dos conhecimentos que
adquirir por intermédio do CECP...”

Como sabemos, os ensinos de Jesus Cristo eram públicos e, depois de ressuscitado,


Ele ordenou que seus ensinos fossem propagados por todo o mundo (Mc 16.15,16).
Jesus condenou abertamente os ensinos secretos dos seus dias, ao dizer: “Eu falei
abertamente ao mundo; eu sempre ensinei na sinagoga e no templo, onde os judeus
sempre se ajuntam, e nada disse em oculto. Para que me perguntas a mim? Pergunta
aos que ouviram o que é que lhes ensinei; eis que eles sabem o que eu lhes tenho
dito” (Jo 18.20,21).

Por que o CECP atrai?

Além de exercer forte atração, O CECP faz que seus membros levem mais adeptos
para a entidade. Diz: “Empregar todos os esforços na propaganda dos ideais do
Círculo, procurando angariar o maior número de trabalhadores adeptos, visto que,
quanto maior for o número dos trabalhadores, tanto mais poderosa será a sua ação”.

A tática é a difusão de promessas. Saúde, dinheiro e felicidade são alguns dos apelos
explorados pelo CECP.
Página

“Quereis possuir a chave da felicidade material e espiritual? Inicia-te no Círculo”.


31

“Precisais de dinheiro? Imaginai que possuís um cheque com a quantia que desejais
ou que tendes as notas necessárias para perfazer a quantia desejada. Sempre deveis
formar uma imagem da quantia certa, até que ela pareça estar materializada e
possais vê-la diante de vós. Dirigi-vos, então, à Consciência Universal, dizendo: ‘Dai-
me esta criação’”.

“Sofreis? O vosso sofrer tem razão de ser? As causas ser-vos-ão reveladas pelos
ensinos da nossa Ordem Esotérica”.
Tudo isso pode, supostamente, ser alcançado por meio de um positivismo
exacerbado. É uma “técnica” semelhante à do movimento otimista japonês conhecido
como Seicho-No-Ie. “A Força Divina se manifesta em mim. Sou positivo, positivo,
positivo. Tenho o poder de destruir a doença e a ignorância”.

O homem, afastado de Deus não pode ser feliz (Sl 73.27,28). O sofrimento entrou no
mundo pela desobediência de Adão e Eva (Gn 3.19, Lm 3.39, Rm 5.12), e será
removido do mundo material, definitivamente, não da forma como apregoa o CECP,
mas da forma que está escrito na Bíblia. “E Deus limpará de seus olhos toda a
lágrima; e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor; porque já as
primeiras coisas são passadas. E o que estava assentado sobre o trono disse: Eis que
faço novas todas as coisas. E disse-me: Escreve; porque estas palavras são
verdadeiras e fiéis” (Ap 21.4,5).

Esoterismo

O esoterismo é o estudo ou a prática de artes divinatórias e de fenômenos que


parecem não poder ser explicados pelas leis naturais, como, por exemplo, a telepatia,
a levitação e às denominadas “ciências ocultas”.

Afirmam os seguidores do Círculo: “Deveis saber, todavia, que o ocultismo ensina que
a mente é o supremo poder [...] As principais forças ocultas da Natureza e do homem
são a força dos pensamentos, da vibração, da vitalidade, o magnetismo e o
hipnotismo”.

Em seus folhetos de propaganda para ganhar novos adeptos, o CECP afirma que “o
ser humano é atraído para tudo que é misterioso. Atrai-te o mistério, embriaga-te
essa poesia eterna, essa música silenciosa do ocultismo...”

Tais declarações deixam nítida a semelhança do Círculo com as demais sociedades


secretas. O apelo desse grupo esotérico nos lembra as palavras da serpente à mulher
no jardim do Éden, quando lhe ofereceu divindade e conhecimentos além daqueles
permitidos por Deus (Gn 3.4,5).

Como sabemos, ao invés de adquirir divindade e conhecimentos misteriosos, nossos


primeiros pais foram realmente enganados e expulsos do jardim do Éden,
Página

envergonhados, por tentarem obter poderes e conhecimentos além dos permitidos


por Deus (Gn 3.24).
32

O livro de Provérbios apresenta o conhecimento, ou a sabedoria, que o homem deve


buscar para sua felicidade presente e futura: o “temor do Senhor” (Pv 1.7-9). De fato,
Deus nos tem revelado conhecimentos que podemos e devemos buscar. Foi o que
aconteceu com o profeta Daniel (Dn 12.4). Por outro lado, existe um conhecimento
que pertence exclusivamente a Deus. Qualquer curiosidade nossa, no sentido de
obtê-lo esse conhecimento, por meios ocultistas, ultrapassa os limites determinados
pelo próprio Deus. A Bíblia é clara a esse respeito. E diz que “as coisas encobertas
pertencem ao Senhor nosso Deus, porém, as reveladas nos pertencem a nós e a
nossos filhos para sempre...” (Dt 29.29).

Ignorar essa premissa nada mais é do que uma rebelião da criatura contra o Criador.
Tal atitude é considerada como pecado de feitiçaria (1Sm 15.23). Saul teve uma
experiência amarga quando consultou a pitonisa de Endor para saber sobre o seu
futuro e o do povo de Israel (1Sm 28.4-8). Seu final foi trágico: o suicídio e a derrota
do seu povo na batalha contra os filisteus (1Cr 10.13,14).

Ensinos contrários à Bíblia

O livro Meditações diárias, oferecido aos associados, transmite alguns ensinos que
apresentam uma flagrante contradição com as doutrinas bíblicas. Vejamos alguns
desses ensinos:

Panteísmo – confundindo a criatura com o Criador

• Sou parte do Grande Todo.


• Sou um centro de Energia Divina.
• Manifesto conscientemente minhas possibilidades divinas.
• Sou um com o Supremo Bem Onipresente.

Em busca da salvação por seus próprios méritos

Enquanto a maçonaria afirma que seu objetivo é “erguer templos à virtude e cavar
masmorras ao vício”, o Círculo oferece progresso moral e espiritual aos associados
por meio de esforços pessoais.

• Sou o arquiteto de meu próprio destino.


• Minha maior ambição é progredir pelo meu próprio esforço.
• Gozo a felicidade permanente de governar a mim mesmo.

Cadeia magnética ou evocação de mortos

Assim como na maçonaria existe uma prática espiritual denominada “Cadeia de


União”, por meio da qual os espíritos dos maçons das lojas celestiais são invocados,
há também no CECP prática semelhante, a qual denominam de “Cadeia Magnética”.
Página

Nessa sessão, que muito se parece com uma sessão espírita, o Círculo evoca os
“Mestres Invisíveis”, quando todos os participantes unem seus pensamentos para o
33

funcionamento dessa “Cadeia Magnética”.

Dizem: “Os entes humanos, enquanto ainda encarnados, podem entrar em


comunicação com os espíritos do mundo astral, mas é um assunto bastante difícil e
geralmente perigoso; porque se um ser astral foi evocado, pode obcecar o evocador,
caso este não saiba proteger-se; e quem se serve de médium para as comunicações
com o além-túmulo, está sujeito a muita decepção e ilusão”.
Como podemos ver, trata-se apenas de uma troca de nomenclatura. Na realidade,
essa prática é comum em vários grupos religiosos, e está relacionada à mediunidade
ou à evocação de mortos.

Reencarnação e carma

O CECP também admite a reencarnação e o carma, doutrinas peculiares aos espíritas.


E explicam a origem das enfermidades e o modo de curá-las no livro Diálogos
iniciáticos, parte final das “Instruções reservadas”, onde está escrito:

“Até as chamadas doenças hereditárias são devidas às condições mentais do


sofredor, porque é o estado mental ou a qualidade da mente durante uma encarnação
precedente que o levou a esta família particular e o obrigou a receber o corpo doentio
ao nascer. Devemos saber se cada um de nós já teve outras vidas, como, depois
desta, teremos novas. As condições de nossa vida presente têm íntima relação com a
existência passada, e os nossos pensamentos e desejos atuais virão a realizar-se, em
grande parte, numa existência futura”.

Negação da existência do céu e do inferno

Seguindo a linha espírita kardecista, o CECP não acredita no céu nem no inferno como
lugares finais e definitivos depois da morte. Ensinam que: “Infernos são os mundos
atrasados ou inferiores; céus são os mundos elevados. Nestes, há espíritos atrasados
que sofrem por causa das suas impurezas. Nenhum ser, porém, é condenado a
permanecer eternamente num inferno. Todos os que fazem o bem, elevam-se por
seus próprios méritos”.

Obviamente, para que exista progresso depois da morte, até que alguém se torne um
espírito puro, não pode haver inferno nem céu na concepção daquele que adota o
conceito espírita da reencarnação.

Vejamos, a partir daqui, o que as Escrituras dizem acerca de cada uma


dessas asseverações:

O Círculo analisado à luz da Bíblia

Contra o panteísmo
Página

Conforme essa doutrina, Deus não tem personalidade distinta de sua criação. Mas
34

Deus não faz parte da criação, pois a criou e a governa. Deus é transcendente e
imanente em relação à sua criação. Transcendente porque é independente e está
acima dela. Imanente porque toda a criação depende de Deus para existir e manter-
se (Jó 12.10).

O panteísmo nega a imutabilidade divina, já que o Universo faz parte de Deus e está
em constante mudança. Nega sua santidade, porque o mal do Universo também faz
parte de Deus. Nega a individualidade do homem e a pessoalidade de Deus, já que
Deus é tudo em todos. Por outro lado, a Bíblia deixa clara a distinção entre Deus e a
criação quando diz que o Senhor Deus dá a todos a vida e a respiração. Nele vivemos,
nos movemos e existimos (At 17.25,28). Em Cristo, tudo subsiste (Cl 1.17). E é Cristo
quem sustenta todas as coisas pela palavra do seu poder.

Em suma, “Deus é aquele que está acima de tudo e em tudo, contudo é distinto de
tudo” (G.D.B. Pepper).

Contra a auto-salvação

Quão distante dos princípios bíblicos são os ensinos do CECP.

A eficácia do sangue de Cristo para redimir o homem é a mensagem central da Bíblia


e a base do perdão dos pecados (Ef 1.7; 1Jo 1.7-9; Ap 1.5). A Bíblia é enfática ao
ensinar que “somos salvos pela graça, por meio da fé” (Ef 2.8,9). Deus redime o
homem de modo totalmente à parte de seus méritos pessoais, e não em cooperação
com os mesmos, porquanto a salvação é adquirida exclusivamente pela fé,
independente das obras. Praticamos boas obras não para sermos salvos, mas porque
somos salvos em Cristo Jesus, nosso Senhor. As obras são o resultado da salvação, e
não o seu agente. O valor das obras está em nos disciplinar para a vida cristã (Hb
12.5-11; 1Co 11.31,32).

Como disse o teólogo Charles Hodge:

“Nada que não seja gratuito é seguro para os pecadores [...] A não ser que sejamos
salvos pela graça, não podemos absolutamente ser salvos”.

Contra a evocação de mortos

Sobre tal prática, Deus revelou seu desagrado, dizendo, por meio de seus
mensageiros, os profetas, que isso lhe era abominável: “Quando entrares na terra que
o SENHOR teu Deus te der, não aprenderás a fazer conforme as abominações
daquelas nações. Entre ti não se achará quem faça passar pelo fogo a seu filho ou a
sua filha, nem adivinhador, nem prognosticador, nem agoureiro, nem feiticeiro; nem
encantador, nem quem consulte a um espírito adivinhador, nem mágico, nem quem
consulte os mortos” (Dt 18.9-11).
Página

Contra a reencarnação e o carma


35

A Bíblia declara o seguinte: a morte entrou no mundo pelo pecado e nenhum filho é
castigado pelos erros dos pais. “A alma que pecar, essa morrerá; o filho não levará a
iniqüidade do pai, nem o pai levará a iniqüidade do filho. A justiça do justo ficará
sobre ele e a impiedade do ímpio cairá sobre ele” (Ez 18.20, V. tb. Jr 31.29,30).

Jesus, certa vez, foi interrogado por seus discípulos, em relação a um cego de
nascença, se esse mal havia sido motivado pelos pecados dos pais daquele homem
ou pelos pecados do próprio cego, em vidas anteriores. Ao que Jesus respondeu:
“Nem ele pecou nem seus pais; mas foi assim para que se manifestem nele as obras
de Deus” (Jo 9.3).

Não é verdade que o homem já teve vidas anteriores e terá, ainda, outras vidas. A
Bíblia declara explicitamente que só existe uma única oportunidade para a salvação,
e esta oportunidade está reservada à vida presente: “Aos homens está ordenado
morrerem uma vez, vindo depois disso o juízo” (Hb 9.27).

Contra a negação da existência do céu e do inferno

O Senhor Jesus deixou claro que, após a morte, cada ser humano vai para um lugar
definitivo, segundo a escolha que fizer aqui na terra: “Entrai pela porta estreita;
porque larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz à perdição, e muitos são os
que entram por ela; e porque estreita é a porta, e apertado o caminho que leva à
vida, e poucos há que a encontrem” (Mt 7.13,14).

Jesus, ao expor a narrativa (parábola) do rico e Lázaro, mostrou o outro lado da vida
além-túmulo, onde os seres humanos se encontram em uma situação irreversível,
seja no céu ou no inferno (Lc 16.19-31).

A Bíblia nunca promete que todos serão salvos, e muito menos por seu próprios
esforços, pois existe o castigo eterno. Em Mateus 25.46, Jesus disse: “E irão estes
para o tormento eterno, mas os justos para a vida eterna”. O adjetivo eterno, que
qualifica vida (aionios), é o mesmo adjetivo que qualifica o tormento – tormento
eterno (aionios). O céu não é uma realidade que pode ser vista pelos olhos de carne,
mas uma realidade manifestada pela revelação divina e recebida pela fé. No caso dos
adeptos do Círculo, se não se convertam desse caminho, o inferno será uma realidade
percebida tarde demais!

Oramos para que estas informações panorâmicas sobre o Círculo possam servir como
um alerta para todos aqueles que seguem o ocultismo. Como cristãos e arautos da
verdade, devemos divulgar esta verdade a todos, a tempo e fora de tempo, sem
medo e sem fazer acepção de pessoas. Somente assim iremos alcançar o resultado
positivo que a Bíblia nos orienta:

“E apiedai-vos de alguns, usando de discernimento; e salvai alguns com temor,


arrebatando-os do fogo...” (Jd 1.22,23).
Página

“Instruindo com mansidão os que resistem, a ver se porventura Deus lhes dará
36

arrependimento para conhecerem a verdade” (2Tm 2.25).

Notas:

1 Instruções do filiado. Círculo Esotérico da Comunhão do Pensamento, p. 354.


2 Ibid., p. 223, 357.
3 Ibid., p.198.
4 Ibid., p. 423.
5 Diálogos iniciáticos, parte final das Instruções reservadas. Círculo Esotérico da
Comunhão do Pensamento, p. 424.

6. Cuidado, a serpente ainda fala

Por Elvis Brassaroto Aleixo

Ao ponderarmos as inúmeras linhas escritas por Joseph Smith Jr, Witness Lee, Allan
Kardec, os evangelistas da Nova Era, e muitos outros, nos vêm à mente perguntas
intrigantes como: “De que fonte poderia jorrar tanta imaginação?”, “De onde
procederia tamanha inspiração?”. É impressionante como, numa só seita herética,
podemos encontrar tantos desvios doutrinários. Como certos grupos religiosos podem
estar tão distantes dos parâmetros bíblicos. Alguns preceitos de determinadas seitas
são tão absurdos que chegam a ser exóticos, por assim dizer. Quase sempre seus
artífices atribuem aos escritos que produzem inspiração divina. E vão mais longe em
seus devaneios quando afirmam que seus ensinamentos têm mais autoridade do que
a Bíblia. Ou, na pior das proposições, que eles são condizentes com a Palavra de
Deus.

Manancial de erros

Existem três fontes para a doutrina. A que provém de Deus, irrefutável, infalível e
perfeita. A que provém do homem, discutível, falível e muitas vezes prejudicial. E a
que provém do diabo, nociva, anátema e enganosa.

Seguindo esse raciocínio, convém esclarecer que o opositor das nossas almas não
estagnou seu trabalho de destruição da raça humana. Ao contrário, está cada vez
mais disposto a “engolir” e desviar o homem do grande propósito de salvação do
Senhor Jesus para sua vida (1Pe 1.16). Cautelosamente, ele (o diabo) não deixa de
apontar seus dardos para a ambição humana com a intenção de iludir o homem de
que ele não é mera criatura, dependente, um ser inferior. Impressiona como uma
tática tão antiga ainda encontre em nossos dias pessoas que dão crédito a tamanha
Página

bobagem. Foi justamente isso que Satanás, a antiga serpente, incutiu na mente dos
nossos pais, no Jardim do Éden: a utopia de serem como Deus. O Senhor havia dito a
37

Adão e Eva que poderiam comer de todos os frutos do jardim, menos os da árvore do
conhecimento do bem e do mal, para que não morressem. Mas Satanás deturpou essa
mensagem de Deus: “Então disse a serpente à mulher: Porque Deus sabe que no dia
em que deles comerdes se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o
bem e o mal” (Gn 3.4-5 - grifo do autor).

O manancial de erros e distorção da verdade deriva da antiga serpente, o diabo. Em


seu coração, primeiramente, brotou a ilusão de ser quem não era, e jamais poderia
ser (Ez 28.14-17). Então, levado pelo orgulho, elevou-se em sua formosura e, por
conta disso, sua sabedoria também foi corrompida. O texto bíblico diz o seguinte:
“Como caíste desde o céu, ó estrela da manhã, filha da alva! Como foste cortado por
terra, tu que debilitava as nações! E tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu; acima
das estrelas de Deus exaltarei o meu trono, e no monte da congregação me exaltarei,
aos lados do Norte. Subirei sobre as alturas das nuvens, e serei semelhante ao
Altíssimo e, contudo levado serás ao inferno, ao mais profundo do abismo” (Is 14.13-
15 - grifo do autor).

Infelizmente, como veremos a seguir, não são poucos que, ainda hoje, se deixam
enganar pelos ardis do diabo, assim como aconteceu aos nossos pais, Adão e Eva, no
Jardim do Éden.

Mais que homens bons, homens-deus

Witness Lee, fundador da Igreja Local, se pronunciou da seguinte maneira: “Até


mesmo na criação de Deus há um quadro do desejo de Deus de dispensar-se para
dentro do seu homem criado. Devo testificar que o meu único encargo e o meu único
interesse é a economia de Deus. Deus quer dispensar a si mesmo dentro de nós para
fazer-nos homens-deus, não homens bons. Um cristão não é meramente um homem
bom, mas um homem-deus. Fomos feitos à imagem de Deus, com um espírito para
recebê-lo para dentro de nós como nossa vida, nosso suprimento de vida e como tudo
para nós para ser o nosso conteúdo, a fim de que sejamos homens-deus”1 (grifo do
autor).

A sabedoria é um dos requisitos necessários para quem deseja o fruto do Espírito


Santo e busca ser guiado por Ele (Gl 5.16,22). Mas, se fôssemos nos guiar pelo
conteúdo do texto acima, chegaríamos à conclusão de que isso não é nada se
comparado ao fato de o “propósito divino é que nos tornemos deuses”.

Heresia complicada

Witness Lee explica: “O que então está na nossa alma? O ego. O nosso ego está em
nossa alma. Será que fomos impressionados com o fato de que todos os três seres:
Adão, Satanás e Deus –– estão em nós hoje? Somos bastante complicados. O homem
Página

Adão está em nós; o diabo, Satanás, está em nós; e o Senhor da vida, o próprio Deus.
Portanto, nos tornamos um pequeno jardim do Éden. Adão representando a raça
38

humana, a árvore da vida representando Deus e a árvore do conhecimento


representando Satanás são as três partes do jardim do Éden; e agora todos eles estão
em nós. Adão, o ego, está em nossa alma; Satanás, o diabo, está em nosso corpo; e
Deus, o Deus trino está em nosso espírito”2.

O amado leitor está impressionado com esta espantosa declaração? Não é para
menos! Como poderíamos embasar biblicamente que nos tornamos um pequeno
jardim do Éden? Indubitavelmente, esta tarefa é bem mais complicada do que
entender a natureza humana à luz da Bíblia, especialmente pelo fato de que esta não
abona, em nenhuma de suas páginas, a doutrina Localista.

As Escrituras asseveram que não fomos comprados com coisas corruptíveis, como
prata ou ouro, mas com o precioso sangue de Cristo, como de um Cordeiro imaculado
e incontaminado (1Pe 1.18-19). Através de seu sacrifício, Cristo nos resgatou para si
e, desde então, nos selou com o penhor do Espírito Santo em nosso coração (1 Co
1.22), nos fez templo de Deus, ou seja, habitação do Espírito (1 Co3.16). Aqueles que
pertencem a Deus não podem ser de Satanás! Onde a luz chega, as trevas são
totalmente dissipadas (Jo 1.4-5). O Espírito Santo conduz a igreja à santificação plena,
ou seja, o nosso espírito, alma e corpo são conservados irrepreensíveis para a vinda
de nosso Senhor Jesus Cristo (2Ts 2.13; 5.23). Adão não está em nossa alma, assim
como Satanás não está em nosso corpo! Não há complicação na verdade! E devemos
crer, sem reservas, no que a Bíblia ensina!

Criado à semelhança de Deus

“E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança...”


(Gn 1.26).

O texto acima não declara, em nenhum momento, que o Senhor ofereceu divindade
ao homem. O apóstolo Paulo advertiu a igreja a se “revestir do novo homem, que
segundo Deus é criado em verdadeira justiça e santidade” (Ef 4.24). Neste caso, a
relação entre Deus e o homem, através da criação, é moral. É uma exortação à
santidade cristã, ao despojo do velho homem que se contamina pela libidinagem do
engano.

O texto fala, ainda, sobre deixar a mentira, as palavras torpes, o furto, a ira, a malícia,
a blasfêmias etc. Paulo conclui dizendo que devemos ser benignos, perdoando-nos
mutuamente assim como Deus nos perdoou em Cristo. O homem fora criado para
desfrutar da eterna presença de Deus e este processo se inicia quando o homem
nasce de novo, rejeita as obras do passado e toda sorte de impureza no presente
(2Co 5.17), passa a andar segundo os parâmetros da ética divina, a seguir a justiça
que encaminha para a vida (Pv 11.19) e a buscar a santificação sem a qual ninguém
poderá ver o Senhor (Hb 12.14).

O apóstolo Paulo também aconselhou a igreja a “se revestir do novo, que se renova
Página

para o conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou” (Cl 3.10). Neste caso,
a relação entre Deus e o homem, através da criação, é racional. A implicação aqui diz
39

respeito à dependência da renovação espiritual (já mencionada em Ef 4.24) e ao


conhecimento de Cristo. E, por fim, ao interesse “por conhecer o amor de Cristo, que
excede todo o entendimento, para que sejais cheios de toda a plenitude de Deus” (Ef
3.18-19).

Nosso empenho consiste em nos assemelharmos a Deus em amor como filhos


amados (Ef 5.1).
Uma classe de deuses

“Pelas quais ele nos tem dado grandíssimas e preciosas promessas, para que por elas
fiqueis participantes da natureza divina...” (1Pe 1.4).

A natureza divina é o caráter de Deus. O Senhor requer que sejamos maduros na fé,
que sejamos moldados conforme a sua vontade, para que nos tornemos participantes
de sua natureza. Para tanto, devemos nos distanciar do mundo para nos
aproximarmos do Senhor. O apóstolo Pedro descreve as qualidades que devemos
possuir, como filhos de Deus e participantes de sua natureza: virtude, conhecimento,
domínio próprio, perseverança, piedade, fraternidade e amor. Tais qualidades nos
tornam ativos e frutuosos no pleno conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo (1Pe
1.5-8).

Todavia, o texto sagrado não está dizendo que os crentes são absorvidos pela
divindade. Cristo foi constituído herdeiro de tudo (Hb 1.2), e nós, como filhos do
Senhor, somos herdeiros de Deus e co-herdeiros de Cristo (Rm 8.17), podendo, por
intermédio do Senhor, usufruir das grandíssimas promessas e por elas nos tornarmos
participantes da natureza divina. Àqueles que crêem ser “uma classe de deuses”,
salientamos a reação de Paulo e Barnabé à atitude da multidão por causa da cura de
um homem coxo na cidade de Listra. O povo os aclamou deuses, e ouviram o
seguinte: “Ouvindo, porém, isto, os apóstolos Barnabé e Paulo rasgaram suas vestes,
e saltaram para o meio da multidão, clamando, e dizendo: Senhores, por que fazeis
essas coisas? Nós também somos homens como vós, sujeitos às mesmas paixões, e
vos anunciamos que vos convertais dessas vaidades ao Deus vivo, que fez o céu, e a
terra, o mar e tudo quanto há neles” (At 14.8-15).

O deus interior

Os escritores da nova era aquariana exaltam terminantemente a posição humana ao


divinismo. O padre Lauro Trevisan assinala que o desconhecimento desse ensino é o
infortúnio do mundo: “A desgraça do mundo é a ignorância (...) Até esta era de
peixes, provavelmente o homem tenha conseguido alcançar apenas a sua própria
sombra. E passou a definir-se com base nesta sombra, daí o grande equívoco de
considerar-se um minúsculo grão de areia, um ser inferior, um projeto inacabado, um
pecador nato3. Jesus ensinou a usarmos o que hoje a ciência da mente reconhece que
é uma lei infalível e universal: o que você pede, o que você pensa e deseja, o que
Página

você mentaliza, acontece, porque o subconsciente é acionado para executar. No


âmago do subconsciente está o Pai, o Eu Superior”4.
40

Sim, um minúsculo grão de areia!

Não se trata de complexo de inferioridade, mas, sim, conhecimento de si próprio e de


Deus, que nos habilita a nos colocarmos em nosso devido lugar. O salmista disse:
“Que é o homem mortal para que te lembres dele? e o filho do homem para que o
visites?” (Sl 8.4). “Faz-me conhecer, Senhor, o meu fim, e a medida dos meus dias
qual é, para que eu sinta quanto sou frágil” (Sl 39.4). “Eu te louvarei, porque de um
modo assombroso, e tão maravilhoso fui feito; maravilhosa são as tuas obras, e a
minha alma o sabe muito bem. E quão preciosos me são, ó Deus, os teus
pensamentos! Quão grandes são as somas deles! Se as contasse, seriam em maior
número do que a areia...” (Sl 139. 14,17-18).

Sim, um pecador nato!

“Certamente em iniqüidade fui formado, e em pecado me concebeu a minha mãe” (Sl


51.5). “Pois todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus!” (Rm 8.23).

Sim, somos pecadores. Mas também alvos do inseparável amor de Deus. É o que
afirma o texto de Romanos 8.38-39: “Pois estou certo de que, nem a morte, nem a
vida, nem os anjos, nem os principados, nem as potestades, nem o presente, nem o
porvir, nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá
separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor”.

Além de sermos alvos do infinito amor divino, temos o privilégio de possuir um


advogado intercedendo em nosso favor: Jesus Cristo. É o que diz Romanos 5.8: “Deus
provou seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda
pecadores” (Rm 5.8). É muito saber que, como pecadores, temos um advogado junto
ao Pai celestial, Jesus Cristo, o Justo. Que maravilha saber que o próprio Cristo apagou
as nossas transgressões e delas não se lembra mais! (Is 43.25).

Nem infalível nem universal

Jesus não nos ensinou a usarmos a denominada “ciência da mente”, portanto não
devemos ter nenhum envolvimento com esta filosofia, que não é infalível e muito
menos universal.

Baseando-se inutilmente nas palavras do Senhor Jesus no Sermão da Montanha (“Mas


tu, quando orares, entra no teu aposento e, fechando a tua porta, ora a teu Pai que
está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará publicamente”- Mt
6.6), padre Trivisan entende que o Pai, ou Eu superior, como se referem os adeptos na
Nova Era, está em nosso íntimo e, por isso, somos divinos.

Apoiar tal raciocínio é promover o panteísmo, pensamento filosófico que ensina que
Deus é tudo e tudo é Deus. Como cristãos, somos monoteístas, cremos na existência
Página

de um único Deus, pessoal, distinto do homem, mas não distante de nós (At 17.27).
Impulsionados pelo Espírito Santo, devemos orar ao Pai, em nome de Jesus, para que
41

o Pai seja glorificado no Filho (Jo 14.13-14).

Maririshi Mahesh Yogi, fundador da filosófica meditação transcendental, ramificação


do hinduísmo, declarou: “Aquitetai-vos, e sabei que sois deuses”5. Tal presunção
chega a ser hilária! Deus, o oleiro, criou o homem do pó da terra, e tem “poder sobre
o barro, para da mesma massa fazer um vaso para honra e outro para desonra” (Rm
9.21). O Senhor é soberano e quer que experimentemos sua boa, agradável e perfeita
vontade (Rm 12.2).
O que pedimos, pensamos ou desejamos só será possível com a permissão do Senhor!
(Hb 6.3). O homem propõe, Deus dispõe!

Os deuses de amanhã

Os fiéis da seita mórmon crêem que Satanás falou a verdade quando ofereceu a
divindade a Eva. E por isso esperam tornar-se deuses após a morte, além de
ensinarem que há “muitos deuses, e os seres humanos podem vir a ser deuses e
deusas no reino celestial”6. Um de seus profetas, James E. Talmage, ratifica: “Como o
homem é, Deus foi, como Deus é, o homem poderá vir a ser”7.

A regra de fé mórmon, item oito, reza: “Cremos ser a Bíblia a Palavra de Deus, desde
que esteja traduzida corretamente; cremos ser o Livro de Mórmon a Palavra de
Deus”8. E fazem uso seletivo dos textos, pincelando o que lhes parece conveniente.
Mas, ao analisarmos esses conceitos com as passagens bíblicas, concluímos que seu
alicerce (das seitas) é frágil e fácil de ser demolido.

O homem perfeito

“Sede vós perfeitos, como é perfeito o vosso Pai que está nos céus” (Mt 5.48).

Argumentam os adeptos de seitas: “Daria Deus um mandamento que não pudesse ser
guardado?” Absolutamente! E nós, os cristãos, questionamos: “O que denota a
palavra perfeito nesse contexto bíblico?”. Resposta: “A palavra teleioi do texto,
traduzida por perfeito, na verdade significa completo, maduro”.

Sobre Noé, está escrito que ele alcançou graça aos olhos do Senhor. Noé andava com
Deus, era homem justo e perfeito em suas gerações (Gn 6.8-9). Sobre Jó, a Bíblia
relata que ele era homem íntegro, perfeito, temente a Deus e sempre se desviava do
mal (Jó 1.1). Noé e Jó não eram pecadores? (Rm 3.10, 23). Como pecadores podemos
ser maduros, completos, mesmo com a nossa limitação humana. Voltando ao texto
bíblico em pauta, o discurso de Jesus era um sermão cheio de princípios de santidade
e amor. E esses detalhes deveriam ser visados pelos ouvintes (Lv 11.44, 1 Jo 3.14).
Jesus queria o aperfeiçoamento dos discípulos para exercício do ministério e
propagação do evangelho (Ef 4.13). Dizer que Cristo estava requerendo de seus
discípulos perfeição nesta vida é colocar palavras na boca do Filho de Deus.
Página
42

Foi Deus quem disse?

“Eu disse, vós sois deuses, e todos vós filhos do Altíssimo” (Sl 82.6).

Existe um anacronismo nessa interpretação, pois os mórmons acreditam que se


tornarão deuses amanhã, ou seja, no futuro. Mas o texto claramente diz: “sois
deuses”, e não “sereis deuses”.
Qual é o contexto desse salmo? Deus estava repreendendo os juízes por suas
injustiças. O Senhor direcionou-se diretamente aos juízos humanos, uma vez que
estavam atuando em seu lugar de maneira ímpia. O versículo sete diz: “Todavia
morrereis como homens e caireis como qualquer dos príncipes”. O Senhor determinou
o patético fim dos juízes, sua morte prematura. Com isso, lhes fez ver que a alta
ocupação desempenhada por eles não podia lhes garantir a imortalidade.

Jesus lança o texto de João 10.35 aos seus delatores para evidenciar que eles não
entendiam suas próprias Escrituras e, por isso, não estavam em condições de
condená-lo por ter afirmado ser Deus. Como vemos, assim como os judeus, os
mórmons também não entendem as Escrituras e não estão aptos para, através delas,
justificar suas asseverações!

Não obstante os mórmons almejarem a divindade no futuro, eles, no entanto, não são
muito afoitos para alcançá-las. Mesmo que sejam conformados em relação a esse
assunto, suas esperanças, porém, não passam de fantasias. Sobre Satanás, Jesus
afirmou o seguinte: “Ele foi homicida desde o princípio, e não se firmou na verdade,
porque não há verdade nele. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio,
porque é mentiroso e pai da mentira” (Jo 8.44). O diabo não disse a verdade para Eva
porque simplesmente não há verdade nele. Deus é espírito (Jo 4.24). Existe um único
Deus verdadeiro (Dt 6.4, Is 43.10, 45.21). O Senhor Deus é o mesmo ontem, hoje e
eternamente (Hb. 13.8) O grande Eu sou não muda! (Êx. 3.14, Jo 8.58). Nele não há
mudança nem sombra de variação (Tg 1.17). O amanhã tão esperado pelos mórmons
há de chegar e, com ele, a eterna frustração!

Homem é homem, Deus é Deus!

O profeta Ezequiel repreendeu o rei Tiro pela sua ambição: “Assim diz o Senhor Deus:
Porquanto o teu coração se elevou e disseste: Eu sou Deus, sobre a cadeira de Deus
me assento no meio dos mares; e não passas de homem, e não és Deus, ainda que
estimas o teu coração como se fora o coração de Deus (Ez 28.2).

Os candidatos à divindade devem ter os atributos divinos do Altíssimo. Portanto,


devemos fazer nossas as palavras de Jesus: “Qual dos pretendentes à divindade pode
acrescentar, com todos os seus cuidados, um côvado à sua estatura?” (Mt 6.27).
Página

Qual deles mediu na concha das mãos as águas, tomou a medida dos céus aos
palmos, recolheu numa medida o pó da terra e pesou os montes com peso e os
43

outeiros em balanças? Qual deles guiou o Espírito do Senhor ou, como seu
conselheiro, o ensinou? (Is 40.12-13). Qual deles pode encher os céus e a terra, estar
perto e ao mesmo tempo estar longe? (Jr 23.23-24). Qual deles conhece todos os
corações e tem todas as coisas nuas e patentes aos seus olhos? (Hb 4.13).

Qual desses candidatos pode responder afirmativamente apenas uma só dessas


perguntas?
Obviamente, tal pessoa não existe! Esses são atributos incomunicáveis de Deus.
Resta ao homem apenas reconhecer a majestade e a soberania do Altíssimo! (Dn
4.35).

Estamos surdos à voz da serpente?

Não ignoramos que as aberrações doutrinárias, inspiradas por Satanás, extrapolam as


coisas que a nossa mente poderia conceber. Contudo, abordamos a mais antiga e
durável delas, que Satanás se manifestou na serpente para enganar e iludir Eva. Na
verdade, o sábio rei Salomão, há muito já nos orientava quanto a isso ao dizer que
“nada há de novo debaixo do sol. O que foi, isso é o que há de ser; e o que se fez, isso
se fará. Há alguma coisa que se possa dizer: Vê isto é novo? Pois já foi nos séculos
passados que foram antes de nós” (Ec 1.8-9). Paulo manifestou seu temor dizendo
que “assim como a serpente enganou Eva com sua astúcia, assim também, de
alguma sorte, poderiam ser corrompidos os nossos sentidos, ocasionando
afastamento da simplicidade que há em Cristo” (2 Co 11.3).

O diabo, a antiga serpente, continuará falando e disseminando seus enganos. Mas


nós, como eleitos de Deus, constituímos a verdadeira igreja do Senhor e, como
ovelhas, temos Jesus como o nosso supremo Pastor. Ele nos chama pelo nome. E nós
reconhecemos a sua voz (Jo 10.2-3). Todo aquele que preza a verdade ouvi sua voz
(Jo 18.37).

A voz da serpente permanecerá ecoando pelo pouco tempo que lhe resta, e nós,
como defensores da fé, devemos estar sempre preparados para responder com
mansidão e temor àqueles que pedirem a razão da esperança que há em nós (1 Pe
3.15).Devemos estar surdos à voz da serpente e prontos a escutar o que Deus nos
diz. Não devemos nos voltar para a insensatez (Sl 85.8).

Notas:

1 A economia divina. Witness Lee. Editora Árvore da Vida. Segunda edição revisada.
1990. p.19
2 A economia de Deus . Witness Lee. Editora Árvore da Vida. 5ª edição. 1996. pp. 219-
220.
3 Aquários, a nova era chegou. Lauro Trevisan. 11ª edição, p. 49.
4 Os poderes de Jesus Cristo. Lauro Trevisan, p. 234.
Página

5 Meditations of Maharish Mahesh Yogi. New York. Bantam, 1968, p. 178 –– Cristianity
in Crisis Hank Hanegraaff. Harvest House Publishers. 1997
44

6 Princípios do evangelho. IJSUD. 1988 pp. 9-11.


7 Regras de fé. James E. Talmage. IJSUD.
8 Regras de fé da igreja de Jesus Cristo dos Santos dos últimos dias. Joseph Smith Jr.
1997.
7. Ecorreligião

Por Eguinaldo Hélio

“... e honraram e serviram mais a criatura do que o Criador, que é bendito


eternamente” (Rm 1.25)

Não são permitidos vácuos dentro do coração humano. Se Deus não ocupar, no
coração do homem, o espaço que lhe é devido, outra coisa o ocupará. A cultura
contemporânea rejeitou o Deus bíblico e colocou em seu lugar uma quantidade
enorme de outros deuses. Isso porque o homem é um ser que adora. Se o homem não
adora o Deus vivo e verdadeiro, adora a primeira coisa ou pessoa que se apresente
em seu caminho. E o movimento ecológico moderno forneceu aos praticantes da Nova
Era argumentos para adorar a criação no lugar do Criador. Não estamos falando aqui
de um legítimo amor e respeito à natureza, mas de uma idolatria neopagã, que tem
como álibi uma devoção ilegítima por tudo o que foi criado.

Há uma diferença muito grande entre um projeto de “desenvolvimento sustentável”,


que busca progresso sem agressão ao meio ambiente, e um culto à “Mãe-Terra”, à
deusa Gaia e aos espíritos chamados de “elementais”, como gnomos, duendes e
elfos. Este “retorno à natureza”, na verdade, é um “virar as costas para Deus”,
reimplantando idolatrias enterradas há muito.

A hipótese Gaia

Como todo movimento religioso destes últimos tempos, a ecorreligião também foi
buscar respaldo na ciência por meio da hipótese Gaia, formulada na década de 60
pelo físico inglês James Lovelock e pela microbiologista americana Lynn Margulis. Os
dois afirmam que as características da Terra teriam sido criadas pelos organismos
vivos nela existentes, durante todo o seu processo de evolução. Para esses cientistas,
são os seres vivos que moldam o meio ambiente às suas características e criam as
condições necessárias para sua sobrevivência.
Página

A hipótese Gaia sugere que o planeta se comporta como um organismo inteligente,


capaz de enfrentar situações ameaçadoras e recriar a harmonia. Esse mecanismo
45

regulador das condições foi chamado de hipótese Gaia, como era chamada a deusa
Terra dos antigos gregos. Vem daí o nome da hipótese, que influencia fortemente o
movimento ambientalista.1

Sobre isso, assim se expressou Fritjof Capra, um dos maiores representantes


mundiais do movimento Nova Era: “A hipótese Gaia, por estar apoiada sobre a
mitologia antiga, de uns tempos para cá vem desfrutando de um reavivamento,
inspirado pelos ativistas do meio ambiente e pelos aficcionados da Nova Era. Ajusta-
se bem à visão global da Nova Era a noção de que a Terra é uma entidade viva e
consciente, dotada de mente, a qual, por sua vez, participa de alguma mente
universal ou cósmica”.2

Ecorreligião e neopaganismo

“A Terra é nossa mãe, precisamos cuidar dela. Em seu solo sagrado andamos a cada
passo...”3

O amor pela natureza excedeu seus limites no mundo contemporâneo, assumindo o


perfil de religião. O Movimento Nova Era assumiu posturas extremas com relação ao
meio ambiente que fomentaram um retrocesso ao paganismo e à religião animista,
que diz que todas as coisas têm espírito e devem ser reverenciadas.

“A consciência ecológica da Nova Era deriva-se da percepção de uma unidade


universal e da teia interligada da vida biológica. Compartilha de muitos alvos do
movimento ambientalista como um todo, e tira proveito da renovada apreciação pela
cultura dos povos pré-colombianos e sua apreciação da natureza [...] Para muitos
adeptos da Nova Era, a ecologia4 contém a verdade religiosa básica de onde emanam
todas as religiões. Uma outra maneira de expressar isto é pela frase ‘Eu sou a Terra’
[...]. Bob Hunter, cronista do Greenpeace Chronicles, chega a denominar a ecologia de
religião da Nova Era”.5

Ainda segundo o mesmo jornal, alinhar-se com a natureza é “liberar a divindade que
há dentro de nós, é ser elevado a um estado superior do ser. É, ao mesmo tempo,
liberar o animal que está dentro de nós”.6

Culto à “Deusa Mãe” ou “Mãe-Terra”, crença nos chamados “elementais”, gnomos,


duendes, elfos e outras criaturas mitológicas dos bosques e florestas, foi o resultado
de toda essa reverência idólatra pela criação. Os espíritos protetores da Terra e do
meio ambiente, caso pertencessem à cultura dos índios americanos ou à cultura
européia, passariam a ser cultuados e aceitos como reais. A “Volta ao verde” tornou-
se a “volta aos cultos e às crenças ancestrais”, quando animais e plantas passaram a
receber adoração aberta.

O neopaganismo tem forte ligação com as antigas religiões de bruxaria dos antigos
celtas, ligadas aos ciclos da natureza. A maior parte das religiões neopagãs tem
Página

poucos credos e não possui profetas. Sua base está firmada nas celebrações em
certas estações do ano (ciclos do plantio e da colheita), nos costumes e experiências,
46

e não na palavra escrita. Segundo Gordon Melton, do Instituto de Estudo das Religiões
Americanas, na Califórnia, a grande maioria das pessoas que se consideram feiticeiros
(as) “segue a adoração politeísta, voltada para a natureza, da Grande Deusa Mãe,
cujos nomes incluem Diana, Ísis, Demeter e também Gaia”.7

Embora toda a retórica da Nova Era seja recheada de cunho científico, sua prática,
porém, nada mais é do que puro culto pagão, no qual um Deus impessoal é
identificado com a criação, e a criação é adorada como deusa. Nem toda a
argumentação complexa formulada por tais ambientalistas pode livrá-los do fato de
serem ecólatras.8

“Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder
como a sua divindade, se entendem, e claramente se vêem pelas coisas que estão
criadas, para que eles fiquem inescusáveis. Porquanto, tendo conhecido a Deus, não o
glorificaram como Deus, nem lhe deram graças, antes em seus discursos se
desvaneceram, e o seu coração insensato se obscureceu. Dizendo-se sábios,
tornaram-se loucos. Pois mudaram a verdade de Deus em mentira, e honraram e
serviram mais a criatura [ou a criação] do que o Criador” (Rm 1.20, 21, 22, 25).

Até mesmo Eddie Van Feu, autora do livro Wicca – rituais, grande defensora da
bruxaria moderna, admite: “O que caracteriza a Wicca? O amor à Terra e à natureza e
o respeito a tudo e todos acaba fazendo muita gente, como os ecologistas, por
exemplo, ligar-se à Wicca sem o saber”.9

Em contrapartida, a bruxaria moderna se coloca como superior ao cristianismo neste


aspecto. Diz a escritora: “Os wiccanos possuem uma espécie de consciência que os
faz tratar o planeta como um ser vivo, com respeito e dignidade, protegendo e
amando todos os seus filhos – homens, animais, minerais, vegetais – como irmãos. A
filosofia cristã, no entanto, prega que o homem pode subjugar todos os outros seres e
elementos, por ter sido criado superior”.10

Diante de tudo isto, só podemos concluir que certos aspectos do movimento pela
ecologia foram “contaminados” por elementos religiosos ligados ao ocultismo. É
extremamente difícil, como sempre foi, separar o joio do trigo. Apoiar uma causa
ecológica qualquer pode significar envolvimento com crenças completamente pagãs e
esotéricas. A causa, como vemos, tem até mesmo sido utilizada pelos adeptos da
Nova Era com o intuito de atacar o cristianismo. Mas ficar calado, omitir-se de forma
total, pode significar concordância.

Amando as fábulas

“E desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas” (2Tm 4.4)

Uma famosa apresentadora de TV revelou à imprensa ter visto um duende aos pés de
sua cama. E afirmou que, desde então, sua vida mudou. Adesivos com a declaração
Página

“Eu creio em duendes” estão espalhados nos vidros dos carros. Maçãs e outros frutos
têm sido oferecidos a pequenas imagens destes seres. É quase inacreditável que o
47

imaginário fabuloso pagão e pré-cristão pudesse se tornar em uma crença de pessoas


cultas em pleno século XXI. Isto só pode significar que algo muito errado está
acontecendo.

Observe como esses seres fictícios são cridos e descritos com um rigor quase
científico: “Os seres elementais são os espíritos da natureza. Eles surgem
espontaneamente dos quatro elementos básicos — terra, água, ar e fogo —, ganham
forma física (de acordo com a região geográfica e a cultura a que pertencem) e vivem
de 300 a 1000 anos. Após esse período, eles se desintegram e voltam ao seu
elemento original. Há referências à existência de espíritos elementais em
praticamente todas as civilizações. Na Índia, por exemplo, eles são chamados de
gandarvas e se apresentam como seres intermediários entre os anjos (devas) e os
homens. No Brasil, os espíritos da natureza também ganharam diversas formas: a
Iara, por exemplo, é o elemental da água, e o caapora é o espírito guardião das
matas. Mas foram os gnomos e os duendes, com aparência de camponês europeu,
que se tornaram mais populares no mundo todo. Talvez por conta das obras de um
alquimista suíço: Paracelsus (1493-1541), que os descreveu em sua obra Filosofia
oculta”.11

Os estudiosos deste assunto dividem os elementais nos seguintes grupos.12

Gnomos (elementais da terra – minerais): são seres de pequena estatura e, por sua
íntima ligação com a Terra, desenvolveram grandes habilidades para lidar com ela.
Trabalham nas minas escavando minerais valiosos com os quais constroem suas
ferramentas. São de vários tamanhos – muitos deles bem menores que os seres
humanos, ainda que alguns tenham o poder de alterar à vontade sua estatura.

Duendes (elementais da terra – vegetais): são alegres, amam festas, músicas e


danças. São ligados à Terra e, geralmente, conseguem controlar os imprevistos da
natureza. Vivem vários anos e chegam a constituir famílias. Adoram comer e fazer
brincadeiras, tais como: esconder objetos. Alguns possuem orelhas grandes e
pontudas e grande quantidade de pêlos no corpo. Quando confiam nos homens, se
tornam fiéis e grandes protetores.

Ondinas (elementais da água): esta classificação aplica-se a todos os seres associados


ao elemento água e à sua força. Estão presentes nos lugares onde há uma fonte
natural de água. A atividade das ondinas se manifesta em todas as águas do planeta,
quer provenham de chuvas, rios, mares, oceanos, etc.

Salamandras (elementais do fogo): nenhum fogo é aceso sem o seu auxílio. Sua
atividade é intensa no subsolo. São responsáveis pela iluminação, calor, explosões e
funcionamento dos vulcões. Foram os movimentos “serpenteantes” desses
elementais no interior das labaredas de fogo, semelhantes aos movimentos sinuosos
das caudas dos lagartos e lagartixas, que lhes valeram esse curioso nome.
Página

Fadas (elementais das flores): foram criadas pelos deuses da mesma forma que os
seres humanos e os outros animais. São uma forma de vida paralela ao nosso mundo
48

visível – em um plano astral. Apesar disso, possuem a habilidade e a capacidade de


transcender esse plano e rapidamente viajar através dele. De certa maneira, estão
associadas aos elementais, embora não sejam uma forma de energia pura. São seres
pensantes que têm sentimentos e podem realizar encantos ou mesmo agir junto com
bruxas e feiticeiras em diversas atividades mágicas ou ritualísticas.

Silfos (elementais do ar): são os que mais se aproximam da concepção que


geralmente fazemos dos anjos e das fadas e, freqüentemente, trabalham lado a lado
com esses mesmos anjos. Eles correspondem à força criadora do ar. As mais suaves
brisas e os mais violentos furacões são resultados de seu trabalho.

Quem é como Deus?

“No princípio criou Deus os céus e a terra” (Gn 1.1).

Deus não os tornou céus e terra, mas os criou. A ausência desta simples distinção,
localizada no âmago da espiritualidade “novaerense”, faz a diferença entre os
verdadeiros adoradores e os idólatras. Toda espiritualidade que não é voltada para
Deus por meio de Jesus Cristo (Jo 14.6) não passa de um canal para a atuação de
espíritos malignos. As Escrituras não deixam dúvidas: o Criador e a criação não são
manifestações diferentes de um mesmo ser. A criação derivou do Criador, em um ato
livre e soberano.

Quando a Nova Era se refere a “deus”, com certeza não se trata do Deus e Pai de
nosso Senhor Jesus Cristo. Seu “deus” deriva do panteísmo hindu, portanto sua
adoração é pura manifestação idólatra, mesmo quando camuflada de devoção à
natureza. O panteísmo é uma espécie de monismo, que identifica a mente e a
matéria, e que pensa que a unidade é divina. E, assim, o finito e o infinito tornam-se
uma e a mesma coisa, embora isso ocorra por meio de diferentes expressões de uma
mesma coisa. O universo passa a ser auto-existente, sem começo, embora sujeito a
modificações. De acordo com o panteísmo, todos os seres e toda a existência de Deus
devem ser concebidos como um todo. Essa noção é uma mentira na qual se agarram
os ecólatras da Nova Era, que nada mais fizeram a não ser alterar o foco da idolatria.

É importante lembrar aos adoradores da terra e da natureza que a Terra foi


amaldiçoada por Deus, assumindo característica de decadência e transitoriedade (Gn
3.17,18; Rm 8.20-22). Isto não significa que devemos prejudicá-la, todavia, divinizá-la
é pura tolice diante desses fatos.

Finalmente, na Bíblia há um contraste agudo entre o caráter eterno de Deus e o


caráter decadente e temporário da criação. Esse movimento fez uma péssima
escolha. Isso sem citar a mera maquiagem para o paganismo, a bruxaria e a idolatria
que o movimento ecológico tem apresentado. Deus, o Criador, apesar do mal que
atingiu suas obras, paira eterno e invencível acima de tudo isto: “Desde a antiguidade
fundaste a terra, e os céus são obra das tuas mãos. Eles perecerão, mas tu
Página

permanecerás; todos eles se envelhecerão como um vestido; como roupa os mudarás,


e ficarão mudados. Porém tu és o mesmo, e os teus anos nunca terão fim” (Sl 102.25-
49

27).

Índia e caboclo

Seres elementais, segundo o folclore brasileiro

Iara: é também chamada de Uiara ou Mãe-D’água. Está nitidamente ligada aos


elementais da água, como ninfas e sereias. Possui origem amazônica, indígena. É
apresentada como uma linda mulher, encarregada de proteger rios e lagos,
cachoeiras e outros cursos de água.

Caipora: originalmente, é um dos vários elementais protetores da fauna. Ainda


conhecido na região amazônica, o caipora é representado ora como um caboclo de
pouca estatura, ora como um ser híbrido, meio homem, meio macaco, cavalgando
porcos-do-mato e detendo os viajantes em busca de fumo para o cachimbo. Segundo
o folclore, como protetor da natureza, evita que sejam derrubadas mais árvores do
que o necessário.

• Adaptado do jornal O amigo do filatelista. Ano 10, nº 37.

Invocação aos gnomos

ALERTA! Quem pensa que o mundo “ingênuo” das fábulas não tem nada a ver com
religião engana-se completamente. Observe a acentuada devoção em uma oração-
modelo formulada para se invocar gnomos:

Eu vos saúdo, gnomos,

Que constituís a representação

do elemento Terra,

Vós que constituís a base e fortaleza da Terra,

Ajudai-me a transformar,

A construir todas as estruturas

materiais,

Assim como uma raiz fortifica a

árvore frondosa.

Gnomos,
Página

Possuidores dos segredos ocultos,


50

Fazei-me perfeito e nobre, digno do vosso auxílio.

Mestres da Terra,

Eu vos saúdo fraternalmente.

Amém
Notas:

1 Almanaque Abril.
2 Alterando o ponto: Ciência, Sociedade e Cultura Emergente, Fritjof Capra, p. 292.
3 Cântico da Roda de Cura em Honra à Mãe Terra.
4 O termo ecologia provém da raiz grega oikos, que significa “casa”, e da raiz logos,
que significa “a ciência” ou “o estudo de”. É um ramo da biologia que estuda as
relações dos organismos e grupos de organismos com seu meio, o qual permite
conhecer a estrutura da natureza e explica seu funcionamento, assim como as
diferentes adaptações dos seres vivos e os fatores que influem: solo, clima, presença
de outras espécies.
5 Compreendendo a Nova Era, Russel Chandler, p. 245-6.
6 Ibid., p. 245-7.
7 Enciclopédia dos Cultos Americanos, 1986, p. 211.
8 Ecólatras: são os adoradores da ecologia.
9P.13.
10 Ibid.
11 www.guruweb.com.br
12 www.belleangelencantados.hpg.ig.com.br/elementais/indexelementais.htm

8. Eubiose – A arte de bem viver?

Por João Flávio Martinez


Página

Já há algum tempo, os apologistas brasileiros têm alertado sobre como o Brasil está
propenso a não só receber heresias com também a criar as suas próprias: Inri Cristo,
LBV, Cultura Racional, Testemunhas de Yehoshua, Santo Daime, Raulseixismo e
51

muitas outras. De receptores, estamos nos tornando produtores de uma infeliz safra
de doutrinas contrárias à Palavra do nosso Deus. É hora de a igreja evangélica
brasileira despertar para esta problemática e “abrir os olhos”, sendo mais aguerrida
na defesa do evangelho.

Desta vez, trataremos sobre a seita eubiótica e suas implicações teológicas. Todos os
apontamentos no decorrer deste pequeno comentário foram extraídos do site oficial
do grupo: www.eubiose.com

Definindo a terminologia

O dicionário Aurélio define da seguinte maneira a palavra eubiótica: “Arte de bem


viver”. Outro dicionário, agora mais específico no assunto, traz uma definição mais
abrangente: “Eubiose (esoterismo), movimento religioso [...] que tenciona transmitir
conhecimentos das leis naturais, por intermédio da revelação cíclica, conduzindo
discípulos a desenvolver-se internamente, visando atingir os níveis mais altos da
consciência”.1

O próprio movimento se autodefine assim:

“É um neologismo formado pelas raízes gregas EU (eús, eú, bom, bem), BIO (bios,
vida) e OSE (osis, processo, ação, condição). Eubiose, portanto, significa: ‘ação,
processo ou condição de bem viver’”.

Fundação

A Sociedade Brasileira de Eubiose foi fundada em 1924, mas segundo seus adeptos,
sua etimologia perde-se em tempos primitivos. Podemos dizer que a procedência
desse movimento acha-se nos tempos adâmicos, quando a serpente tentou ensinar
novos dogmas espirituais ao homem (Gn 3). Entretanto, de acordo com a fé eubiótica,
o novo ciclo dessa “revelação” iniciou-se em 1899, numa confraria budista do Norte
da Índia, com o nome de Dhâranâ Sociedade Mental Espiritualista. Em 1928, passou a
se chamar Sociedade Teosófica Brasileira. E, finalmente, em 1969, Sociedade
Brasileira de Eubiose (daqui por diante SBE).

Como podemos perceber, o movimento tem sua etimologia arraigada nos


ensinamentos orientais e esotéricos. Mas não é só isso. O sincretismo eubiótico
abraça também as rezas, as práticas e a idolatria católica. É uma verdadeira “salada”
religiosa.

O fundador

Foi o professor Henrique José de Souza, nascido em Salvador, Bahia, em 1883, vindo a
falecer em 1963, em São Paulo, capital. Como em todo movimento sectário, o
Página

professor Henrique é endeusado e cultuado como um “sábio educador de homens, um


gigante espiritual que só os séculos vindouros saberão avaliar”.
52

O atual líder do movimento é Hélio Jefferson de Souza (pelo que parece, a “vocação”
passa de pai para filho). No site do movimento, encontramos a constituição da
diretoria do grupo, e podemos ver como o mesmo é dirigido pela “iluminação” da
família Souza:

Fundadores: Henrique José de Souza e Helena Jefferson de Souza


Presidente: Hélio Jefferson de Souza

1º vice-presidente: Jefferson Henrique de Souza

2º vice-presidente: Selene Jefferson de Souza

Os templos da SBE

Descobrimos, em nossas pesquisas, a existência de três templos da SBE no Brasil: São


Lourenço (MG); ilha de Itaparica (BA) e Nova Xavantina (MT). O da ilha de Itaparica é
uma pirâmide assentada sobre uma base cúbica. Eleva-se a 22 metros de altura,
dominando, do pico de uma elevação, a baía de Todos os Santos. Na forma de um
obelisco, marca o ponto da concepção do movimento eubiótico, em 1899. Os de São
Lourenço e Nova Xavantina têm a forma arquitetônica dos templos da Grécia clássica,
cuja intenção é transmitir a idéia de arte, ciência, filosofia e religião, comungando à
sombra dos seus monumentos. Um deles, o de Delfos, é dedicado ao deus Apolo e
traz os seguintes dizeres no pórtico: “Homem, conhece-te a ti mesmo e conhecerás o
Universo e os deuses” (politeísmo explícito). Com isso, o movimento tenta passar a
idéia de que a Eubiose é uma “religião-sabedoria”, ou seja, a religião mais aprimorada
e perfeita. Ainda afirmam que os seus templos foram construídos em honra à paz
universal, à síntese harmoniosa das
religiões e ao futuro Avatar, o qual esperam aparecer no início desta nova era
evolutiva, evento que, segundo eles, ocorrerá por volta de 2005, data que a seita
marcou para o aparecimento do Buda Ocidental.2

A SBE, de acordo com o seu próprio site, também informa que tem sede nas maiores
cidades do Brasil e em países da América do Sul e do Norte e na Europa. Ao que
parece, já estamos exportando dogmas heréticos.

A SBE também emprega a Internet para levar seus ensinos aos interessados por meio
de cursos por correspondência ou on-line, usando-os como forma de “proselitismo a
distância”. O aluno pode se desenvolver no aprendizado até a quarta fase. Depois
disso, para aprender as “profundezas eubióticas”, deverá ir pessoalmente a uma
unidade da Sociedade.

A estrutura organizacional da SBE


Página

Como já vimos anteriormente, a SBE possui templos, uma diretoria, ministra cursos
aos adeptos e apresenta uma didática pragmática por meio de seus livros. A diretoria
53

é o cérebro de onde emergem as diretrizes do movimento, classificadas por eles de


“Plano Geral de Ensino”. É neste plano que se encontram as revelações primordiais
que serão transmitidas. Trabalham também com tertúlias ou reuniões familiares de
ensino, nas quais os “instrutores ou orientadores” (títulos dos sacerdotes eubióticos)
ministram os fundamentos da eubiose.

Segundo os adeptos desse movimento, para que o processo funcione é necessário


que o receptor seja destituído dos dogmas e preconceitos vigentes, o que ocorreria
nos primeiros quatro níveis. Somente então o aluno estaria preparado para se
aprofundar, sem reservas, na filosofia eubiótica.

Observe o que é dito sobre o que o aluno aprenderá depois desse quarto nível:

“O aluno começa como sócio postulante. Concluído o quarto grau com


aproveitamento, é convidado a ingressar na ‘Série Interna’, tornando-se sócio efetivo.
Entre outras prerrogativas, o sócio efetivo pode ler os originais do Professor, que
compõem uma biblioteca de mais de quatro mil páginas, contendo revelações
impressionantes sobre o passado, o presente e o futuro da humanidade e do Globo.
Na ‘Série Interna’, há outros níveis e atividades para os quais os sócios efetivos
podem ser convidados, conforme as suas qualidades”.

As doutrinas eubióticas em analogia com a Bíblia

O conceito eubiótico de Deus

“A Eubiose concebe Deus como a Suprema Lei que a tudo e a todos rege. Assim,
satisfaz ao intuitivo, ao artista, ao místico, que sentem Deus como Harmonia; e
também aos intelectuais, que têm de admitir, por sólida evidência, que há ordem no
Universo, que essa ordem se realiza por meio das leis naturais, que estas são efeitos
de leis ou causas mais abrangentes, e assim sucessivamente, até chegar à Lei Última,
que acaba sendo aquela mesma Entidade que os místicos chamam Deus”.

O Deus revelado na Bíblia é muito mais do que uma lei universal, do que uma ordem
ou força mística. O Deus cristão é pessoal, real e singular — é aquele que está acima
de tudo e de todos. A Bíblia não só revela Deus como o Criador de todas as coisas (Gn
1.1), mas também como o Mantenedor de todas as coisas (Mt 6.26; Lc 12.24; Hb 1.3).
A Palavra afirma que o Senhor fez tudo segundo o beneplácito de sua vontade (Ef
1.5,11), revelando assim seu grande propósito de salvação a todos os homens (1Tm
2.4).

O verdadeiro Deus é um Deus vivo, santo, Todo-Poderoso e amoroso, de olhos


abertos, ouvidos atentos e braços estendidos em benefício do gênero humano. Esta
revelação de Deus, segundo a Bíblia, é a base de nossa fé. A eubiose não tem o
verdadeiro conhecimento de Deus, pois ignora a sua bendita Palavra: “Onde está o
sábio? Onde está o escriba? Onde está o inquiridor deste século? Porventura não
Página

tornou Deus louca a sabedoria deste mundo? Visto como na sabedoria de Deus o
mundo não conheceu a Deus pela sua sabedoria, aprouve a Deus salvar os crentes
54

pela loucura da pregação” (1Co 1.20,21).

O processo evolutivo por meio da reencarnação

Como toda religião gerada no misticismo e embasada no espiritismo, a SBE acredita


piamente na doutrina da reencarnação. Admite que o homem está passando por um
processo evolutivo, tanto físico quanto espiritual; ou seja, o homem evolui, como
teorizou Darwin, e reencarna, como ensinou Kardec. É um tipo de heresia composta,
pois descarta a mão de Deus na criação e a obra salvífica realizada por Cristo na cruz
do Calvário.

Vejamos o que ensinam os eubióticos:

“Os grandes sistemas religiosos e filosóficos sempre admitiram a reencarnação. O


cristianismo adotou-a originalmente, durante séculos. Ela é indissociável da lei da
evolução. O espírito se realiza em muitas vidas, revestindo-se sempre de uma
personalidade e um corpo diferentes, como um ator que representa inúmeros papéis
em sua carreira [...] Tudo evolui, em todos os planos. O homem não faz exceção. O
espírito necessita do aprimoramento do corpo e da alma para se realizar cada vez em
maior pureza. E assim, ele próprio evolui, adquire experiências. Quem imaginaria um
troglodita interessado nas chaves filosóficas do Universo...”.

Como podemos concluir, é um verdadeiro descalabro afirmar que o cristianismo


adotou, em algum momento, a doutrina espírita da reencarnação como base de sua
teologia. Talvez os “historiadores eubióticos” possam até ter informação de alguma
seita cristã que acreditava nesse conceito, mas nunca o cristianismo em geral,
principalmente nos primórdios cristãos, quando os seguidores de Cristo abominavam
todas as práticas pagãs. A posição teológica foi sempre muito clara para todos os que
queriam se achegar ao cristianismo: “E, como aos homens está ordenado morrerem
uma vez, vindo depois disso o juízo” (Hb 9.27).

O texto de Hebreus é claríssimo. O homem só morre uma vez. E por quê? Porque ele
só nasce uma vez. E ainda acrescenta: “vindo depois o juízo”, ou seja, à luz da
Palavra de Deus não há espaço para a teoria da reencarnação.

Se a reencarnação é uma lei de progresso, como afirma a SBE, onde está então uma
prova empírica dela? O que vemos, na verdade, é o contrário do que alega a doutrina
da reencarnação. O mundo deveria evoluir tanto moralmente como espiritualmente,
mas o que vemos é uma regressão de ambos. Ora, após milênios de evolução
humana, será que o mundo não deveria apresentar-se bem mais humano, bem mais
desenvolvido humanitariamente? Isto não deveria ser visível? Onde estão os espíritos
adiantados provenientes de tantas reencarnações e purificações?

Quanto à teorização darwinista, acreditamos que a própria ciência já concedeu várias


respostas mostrando o quanto o “elo perdido” continua perdido.
Página

(Para saber mais sobre os problemas que envolvem a teoria da evolução, leia, em
55

Defesa da Fé, nº 60, a matéria intitulada “Criação e evolução – dois pontos de fé: um
em Deus e outro no acaso”).

A Eubiose e a crença em mundos subterrâneos e discos voadores

Além de ser um movimento com dogmas espíritas, a SBE assume que possui certa
característica ufológica. Afirma que seu mentor e professor teve revelações espirituais
sobre óvnis e mundos subterrâneos:
“O professor Henrique José de Souza tem o crédito dessas revelações (sobre mundos
subterrâneos e discos voadores), como atestam várias publicações. Mas apenas saciar
a curiosidade não contribui para os objetivos de transformação interna a que a
Eubiose se propõe. Mas esses e outros assuntos, tão ou mais surpreendentes, serão
abordados, com a devida profundidade, em contexto apropriado, no decorrer do
curso, posto que ajudam o aluno a ampliar a sua concepção do Universo. Depois, na
‘Série Interna’, tomará conhecimento direto do que foi deixado pelo Professor
Henrique José de Souza”.

O que realmente sabemos sobre óvnis, e podemos admitir com certeza, é que tudo o
que temos até o momento não passa de especulação barata, pois a ciência ainda não
descobriu nada sobre os tais discos ou objetos voadores. Com relação à tão sonhada
viagem ao mundo subterrâneo da Terra, isso não passou de lenda infanto-juvenil
escrita pelo renomado escritor Francês Júlio Verne (em 1864). Os cientistas já sabem
que não existe o tal mundo subterrâneo. Se o professor Henrique teve essa revelação,
isso só vem lhe valer o título de falso profeta, pois tal vaticínio não passa de uma
infeliz premonição.

A Palavra de Deus nos adverte: “Porque virá tempo em que não suportarão a sã
doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme
as suas próprias concupiscências; e desviarão os ouvidos da verdade, voltando às
fábulas” (2Tm 4.3,4).

O carma como meio de se alcançar o estágio perfeito

É obvio, se a reencarnação é um processo de evolução, esse processo só pode ser


classificado de carma, quando cada um paga os erros desta vida na vida vindoura. A
SBE copia na íntegra a idéia espírita, e ainda tem a falta de modéstia de se arvorar
como uma novidade religiosa ao mundo, quando, na verdade, é um movimento,
superlativamente falando, de pouquíssima criatividade.

Em relação ao carma, afirmam:

“É lei de retribuição ou de ação-e-reação. Como lei, presta-se para estabelecer justiça


e propiciar a evolução [...] A doutrina do carma explica porque alguns nascem com
grandes aptidões e são afortunados, enquanto outros só têm limitações e revezes na
Página

vida. Pode-se conceber um Deus justo, como se espera da Suprema Lei, sem a lei do
carma? Seria como um pai perverso que criasse filhos imperfeitos para entreter a sua
56

eternidade em castigá-los”.

Segundo os ensinamentos bíblicos, a lei do carma, de modo algum, explica por que
uns nascem mais privilegiadamente que outros. A doutrina bíblica nos diz que nesta
vida o que o homem plantar ele colherá (Gl 6.7). Quando Deus colocou o homem no
jardim do Éden, havia uma vida abundante para todos: sem sofrimentos, dor,
desigualdades ou doenças. Mas o homem rejeitou a vida que Deus lhe ofereceu e
escolheu viver sua própria vida. Foi então que começou o que a Bíblia chama de
pecado. O pecado, diz o apóstolo Paulo, passou para toda a humanidade, e a
recompensa do pecado passou a ser a morte. Mas, apesar de o homem rejeitar o
amor de Deus, o Senhor Deus enviou seu único Filho, “para que todo aquele que nele
crer não pereça, mas tenha a vida eterna”.

Aos cansados e oprimidos, Jesus diz: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e
oprimidos, e eu vos aliviarei”.(Mt 11.28).

Aos que cometeram (ou cometem) faltas ou pecados, lhes oferece o perdão e o
“sangue que nos purifica de todo o pecado” (1Jo 1.7), porque Ele veio trazer “vida, e
vida com abundância” (Jo 10.10).

Milhares de pessoas que outrora viviam cativas por filosofias religiosas como estas,
presas aos sofrimento, com a esperança enganosa de que um dia, após algumas
reencarnações, fossem ter seus problemas solucionados, obtiveram solução e paz, tão
almejadas por elas, na pessoa bendita do Filho de Deus – Jesus Cristo.

A Eubiose como religião singular

O movimento se considera o mais acurado, singular e completo sistema religioso


existente: “A palavra religião vem do latim religare, ‘religar, tornar a unir coisas que
se desuniram’. A religião que divide a humanidade em facções hostis umas às outras
não é eubiótica. A verdadeira religião é a que procura entender e unir os homens [...]
É o caso da Eubiose...”.

Realmente, a palavra religião vem do latim religare e significa “religar”. No aspecto


teológico-cristão, a verdadeira religião é o próprio Jesus Cristo, o Filho de Deus,
cabeça da Igreja e firme fundamento: “Porque o Filho do homem veio salvar o que se
tinha perdido” (Mt 18.11). A verdadeira unidade é produzida pelo Espírito Santo,
somente por Ele. A fé comum no Senhor Jesus Cristo, o Filho de Deus, que comprou a
todos os que crêem com o seu precioso sangue, é que pode unir os homens e trazer a
unidade espiritual. Essa unidade é comparada à do corpo humano (1Co 12). É uma
unidade de um só Senhor (Ef 4.5) e a fonte suprema de toda essa união é Deus, o
Senhor de todos (Ef 4.6; Jo 17.3).

Na SBE, Jesus não é, como ensina a Bíblia, o centro e cabeça de tudo (At 4.11,12). Ao
contrário, Ele é apenas mais um avatar iluminado outorgado ao mundo e sem
Página

nenhum interesse de criar uma religião. Portanto, baseados no que a Palavra de Deus
nos informa, podemos afirmar categoricamente que esse movimento não é bíblico,
57

mas herético e antagônico à vontade de Deus.

Sabemos que o Senhor Jesus veio trazer o fundamento para que sua Igreja fosse
edificada: “... e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não
prevalecerão contra ela” (Mt 16.18). E ainda: “Porque ninguém pode pôr outro
fundamento, além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo” (1Co 3.11).

A teoria de que o Senhor Jesus é apenas um entre muitos iluminados é totalmente


absurda e antibíblica, e afastará cada vez mais os eubióticos de seu tão almejado
ideal de alcançar o “processo ou condição de bem viver”. Foi o Jesus bíblico quem
prometeu: “Eu vim para que tenham vida, e a tenham com abundância” (Jo 10.10). E
é a este Jesus que seguimos.

Notas:

1 Mather & Nichols. Dicionário de religiões, crenças e ocultismo. Editora Vida: São
Paulo, 2000.
2 Documentário do Globo Repórter, jornalismo da TV Globo, exibido em 11 de julho de
2003.

9. Hipnose - A manipulação da mente

Por Elvis Brassaroto Aleixo

“A partir deste momento, você vai começar a relaxar. A cada número que eu disser,
você deverá abrir e fechar os olhos, sem forçar a abertura ou o fechamento,
lentamente e com naturalidade. Cada vez que abrir os olhos, dirija-os a um ponto à
sua frente. Sempre ao mesmo ponto. Durante a contagem, você irá sentir os olhos
cansados, muito cansados. Suas pálpebras ficarão pesadas, muito pesadas, coladas.
Você terá muita dificuldade para abri-las. Quando sentir isso, permaneça com os olhos
fechados. Então, vamos começar: 1, abra e feche os olhos, 2, 3, ...1

Quantos já presenciaram, ouviram falar ou leram acerca dos fenômenos notáveis


produzidos pela hipnose. Sua influência na ciência, através da medicina, vem sendo
utilizada no combate às doenças e aos vícios (fumantes e alcoólatras). E também na
recuperação de dependentes, contra as fobias, a timidez, a depressão e até no
esclarecimento de crimes, por meio de investigações. São esses alguns dos meios
pelos quais a hipnose tem sido explorada, satisfazendo, em alguns casos, os objetivos
propostos.
Página

O assunto que trata da indução de indivíduos ao estado da hipnose é abrangente.


Procuraremos abordar os principais fatores.
58

Etimologicamente, a palavra hipnose tem origem no grego húpnos, e significa sono,


dormir. Os antigos pensavam que as pessoas hipnotizadas estavam apenas
dormindo2 . Hoje, no entanto, o conceito que se tem é o de uma pessoa numa
condição elevada de concentração mental que chega ao estado de transe ou de
consciência alterada. Essa alteração se dá por indução do hipnotizador, que leva o
paciente a vivenciar alucinações sugestionadas, como, por exemplo: “diga-lhe que
uma cebola é uma maça e ele sentirá exatamente o sabor pretendido”. 3
É possível, ainda, atingir estados hipnóticos sem a ajuda do hipnólogo. A meditação
profunda e a força de vontade são capazes de levar o indivíduo ao transe. A
hipnoterapia intitula isto como “auto-hipnose”.

Histórico

Na literatura antiga pouco se fala sobre o tema. Sabe-se, porém, que a hipnose foi
utilizada, pela primeira vez, pelo médico e hipnotizador James Braid como alternativa
para os termos “mesmerismo” e “magnetismo” animal.

Mesmerismo

Esse termo é derivado do nome do médico austríaco Freidch Anton Mesmer (1733-
1815).4 Mesmer era dado à prática da hipnose e realizou experiências com muitas
pessoas. Referia-se à humanidade como seres dotados de certa sensibilidade que os
capacita a estar em sintonia mental com aqueles que estão em volta e mesmo em
distâncias maiores.

Magnetismo animal

Termo usado por Mesmer para explicar a existência de um fluído rarefeito. Ele
acreditava que quando as pessoas eram submetidas ao estado de hipnose, esse
estado era capaz de controlar tal fluído, influenciando a saúde das pessoas para
melhor.5

Graus de hipnose

Leve: Sensação de leveza e entorpecimento geral dos olhos e membros. Alto grau de
relaxação e inibição de movimentos voluntários. Neste estágio, a sugestão é manter
os olhos fechados e não se mexer.

Intermediário: Sensação de leveza aumentada.

Neste estágio, a condição é de catalepsia; enrijecimento de alguns membros do corpo


Página

e posturas normalmente impossíveis de serem mantidas por um longo período de


tempo podem ser sugeridas sem qualquer desconforto. Os sentidos podem ser
59

inibidos. Amnésia referente aos fatos decorridos durante a hipnose.

Profundo: Estado de sonambulismo e amnésia total após o término da sessão.

Observa-se, neste estágio, maior intimidade entre o hipnotizador e o paciente.


Sensações como alucinações vívidas e bizarras podem ser induzidas.6 Ocorrem
“fenômenos maiores”, como:
Clarividência: Habilidade de se perceber coisas que estão além da realidade física.
Capacidade psíquica de se ver e descrever eventos futuros;7

Telecinese: Movimentação de objetos físicos ou materiais sem qualquer causa


observável ou que possa ser verificada empiricamente;8

Telepatia: Comunicação de uma mente para outra sem a utilização da verbalização e


outros meios práticos podem ocorrer. 9

A auto-hipnose

Os hipnólogos dizem que a “auto-hipnose tem possibilidades ilimitadas, permite-lhe


descobrir e desenvolver o seu novo eu, o ajudará a gozar melhor a saúde, o levará à
maturidade e pode melhorar sua vida afetiva” 10. Esses são alguns dos temas
abordados pelo livro “Ajuda-te pela auto-hipnose”.

Acreditam os autores que as técnicas da auto-hipnose ocuparão lugar importante na


sociedade, num futuro não muito distante. Segundo eles, é uma nova maneira de
solucionar os problemas comuns de todos os dias.

O livro diz:

A auto hipnose o capacitará a:

a- Afastar o medo doentio por meio do pensamento;


b- Atingir plenamente uma vida mais rica;
c- Adquirir auto-suficiência;
d- Planejar com sabedoria;
e- Adquirir compreensão mais profunda do seu eu interior.11

A Bíblia diz:

a- 2 Tm 1.7: “Porque Deus não nos deu o espírito de temor, mas de fortaleza, e de
amor e de moderação”.
b- Tg 2.5: “Porventura não escolheu Deus os pobres deste mundo para serem ricos na
fé, e herdeiros do reino que prometeu aos que o amam?”.
c- Jo 5.15: “Eu sou a videira, vós as varas; quem está em mim, e eu nele, esse dá
Página

muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer”.


d- Sl 111.10: “O temor do Senhor é o princípio da sabedoria...”
60

e- Pv 20.27: “O espírito do homem é a lâmpada do Senhor, que esquadrinha todo o


interior até o mais íntimo do ventre”.

Somente Deus conhece o interior do homem na sua plenitude, pois o homem é obra
das suas mãos (Gn 1.26). O desenvolvimento do “eu interior” é uma das práticas da
Nova Era, movimento que ensina ser o homem divino e com poderes psíquicos. O
homem é criatura, Deus é o Criador: “ele conhece a nossa estrutura e lembra-se de
que somos pó” (Sl 103.14). A Bíblia recomenda: “Deixai-vos do homem, cujo fôlego
está nas suas narinas; pois em que se deve ele estimar?” (Is 2.22).

Hipnose e medicina

Médicos e pacientes testemunham o sucesso da hipnose na cura e alívio de certas


doenças. A partir de 1950, associações médicas inglesas e norte-americanas
aprovaram formalmente o uso do hipnotismo. A cadeira do dentista e a anestesia são
alguns dos motivos que levam os pacientes a optar por esse tipo de “consulta”. O
tratamento ocorre através do estímulo verbal, que utiliza nada mais do que a força da
imaginação. Alguns médicos alegam que a hipnose é uma ferramenta que não possui
efeitos colaterais, portanto torna-se conveniente.

Esse método controvertido de avaliação é hoje desacreditado por muitos, mas ainda
encontra lugar em consultórios de especialistas conceituados.

Alguns especialistas da medicina acham que o hipnotismo é neutro. Outros concluem


que é benéfico. E há aqueles que o consideram perigoso, porque se constitui um
ataque à psique do indivíduo.

Comentando sobre a importância da hipnose na psicologia, a dra. Rosemeire Lopes de


Souza (psicóloga clínica) explica:

“A hipnose influenciou o desenvolvimento do movimento psicanálitico: escola da


psicologia que estuda o inconsciente. A psiquiatria usa da hipnose em alguns casos,
através do processo de regressão, para resolver os problemas do paciente.
Experiências mostraram que adultos entre 20 e 40 anos podem ser induzidos a
relembrar eventos, nomes e lugares da infância que não recordariam em estado não
hipnotizado.

“A primeira sugestão é esvaziar a mente, sem a qual o hipnotizador não pode


conduzir a pessoa ao transe. Nesse estado, os sentidos são enganados e as
percepções, radicalmente alteradas. É prejudicial à saúde mental, principalmente no
que tange à sugestão pós hipnótica, quando o paciente, depois das sessões, realiza
tarefas que tenta explicar de maneira racional por não se lembrar que fora induzido.
Por exemplo: durante a sessão o paciente é sugestionado a usar um casaco num dia
específico da semana. Quando chega a data, a pessoa usa o casaco mesmo sendo um
dia de calor, e se justifica de maneira racional dizendo que ouviu da meteorologia que
Página

o dia iria esfriar”.


61

“O cristão não deve expor sua mente a manipulações humanas, antes deve sujeitar-
se a Deus, que conservará em paz aquele cuja mente está firme e nele confia” (Is
26.3).

A hipnose nem sempre funciona, mas, considerado sua eficácia em alguns casos
específicos, devemos analisar mais profundamente os aspectos ocultistas que
envolvem essa prática e que nos impedem de aceitá-la, como cristãos.
A clarividência

“É verdadeiro: diga a uma pessoa que ela possui faculdades clarividentes e ela
descreverá algo - e o fará de maneira tão convincente que será quase impossível
duvidar de sua boa fé” 12.

O que há de verdadeiro nisso?

Ao ser humano não cabe a ousadia de buscar conhecer o futuro. As adivinhações de


quaisquer espécies são expressamente proibidas pelo Senhor, que ordena em Levítico
19.26: “Não agourareis, nem adivinhareis”. E em Deuteronômio 18.10 condena até
mesmo a comunhão com pessoas que tais obras praticam: “Entre ti não se achará
quem faça passar pelo fogo a seu filho ou a sua filha, nem adivinhador, nem
prognisticador, nem agoureiro, nem feiticeiro”. Nas palavras de Jesus também
encontramos sua reprovação quanto à ansiedade em se conhecer o futuro: “Não vos
inquieteis, pois, pelo dia de amanhã, porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo.
Basta a cada dia o seu mal” (Mt 6.34).

A reencarnação

Alguns pacientes no estado de transe passam a relatar experiências de vidas


passadas. Esse ensino é um dos fundamentos do espiritismo e é expressamente
condenado pelas Escrituras, que dizem: “E, como aos homens está ordenado morrer
uma só vez, vindo depois disso o juízo” (Hb 9.27). Paulo nunca pregou tal ensino,
antes, seu desejo era estar com Cristo depois de sua morte: “Porque para mim o viver
é Cristo, e o morrer é ganho. Mas de ambos os lados estou em aperto, tendo desejo
de partir, e estar com Cristo, porque isto é ainda melhor” (Fp 1.21,23).

Além de tudo isso, a reencarnação agride a doutrina bíblica da expiação de Jesus


Cristo pelos nossos pecados (Jo 3.16, Hb 9.28, 10.14).

Psicografia e psicometria

Fenômenos do espiritismo em que um médium escreve sem estar consciente. Ocorre


através da leitura de objetos, desenhos, pinturas e mensagens faladas. Acredita-se
que a inspiração para tais proezas seja dada pelos mortos.13
Página

A Bíblia é clara ao enfatizar que os mortos estão impossibilitados de qualquer ação a


favor dos vivos. Vejamos o que diz o texto de Lucas 16.22-26:
62

“E aconteceu que o mendigo morreu, e foi levado pelos anjos para o seio de Abraão; e
morreu também o rico, e foi sepultado. E no inferno, ergueu os olhos, estando em
tormentos, e viu ao longe Abraão, e Lázaro no seu seio. E, clamando, disse: Pai
Abraão, tem misericórdia de mim, e manda a Lázaro que molhe na água a ponta do
seu dedo e me refresque a língua, porque estou atormentado nesta chama. Disse,
porém, Abraão: Filho, lembra-te de que recebestes os teus bens em tua vida, e Lázaro
somente males; agora este é consolado e tu atormentado. E, além disso, está posto
um grande abismo entre nós e vós, de sorte que os que quisessem passar daqui para
vós não poderiam, nem tampouco os de lá passar para cá”.

A capacidade de pintar, desenhar ou falar por inspiração dos mortos nada mais é do
que um engano do maligno, que usa de disfarces para iludir as pessoas: “E não é
maravilha, porque o próprio Satanás se transfigura em anjo de luz” (2Co 11.4).

Controle mental

A submissão da mente à indução não é aprovada pela Bíblia. Vejamos:

Jó 38.36: “Quem pôs a sabedoria no íntimo, ou quem deu à mente o entendimento?”.

Deus, em nenhum momento, induziu sua criação a fazer algo contra a sua vontade.
Ou que fizesse alguma coisa e esquecesse depois, num estado de amnésia.

Efésios 4.23: “E vos renoveis no espírito da vossa mente”.

A nossa mente deve ser renovada em Deus. Devemos, com o nosso entendimento,
amar o Senhor (Mc 12.30-33), orar e cantar (1 Co 14.15), obedecer (2 Co 10.5),
guardar as suas leis (Hb 8.10).

1 Coríntios 2.16: “Porque, quem conheceu a mente do Senhor, para que possa instruí-
lo? Mas nós temos a mente de Cristo”.

O que Paulo está querendo dizer com “nós temos a mente de Cristo” é que devemos
ter a mesma atitude, o mesmo discernimento e o mesmo ponto de vista que Cristo
sobre as coisas. E só possui a mente de Cristo aqueles que desfrutam de comunhão
com Ele (Gl 2.20-21; 3.27; Fp 1.8, Rm 13.14). O apóstolo Paulo assevera que, por
termos a mente de Cristo, somos capazes de discernir e julgar tudo e, nesse aspecto,
somos superiores ao homem carnal e natural.

A pergunta que surge, então, é: Poderia alguém que possua a mente de Cristo ser
manipulado ou enganado pelas sugestões e práticas ocultistas?

Outros motivos pelos quais a hipnose deve ser rejeitada pelo cristão são: ela pode
resultar em psicose profunda e desordem mental, além de causar ansiedade, suicídio,
Página

perda dos sentidos e da memória e implicações sexuais maléficas. É importante


considerarmos que, embora tal prática seja maléfica, ela goza de certo prestígio na
63

mídia, que quase sempre só informa ao público aquilo que lhes interessa, ocultando o
seu lado negativo.

Um desvio da verdade

Como se pode observar, a hipnose é um desvio da verdade. Existem exemplos de


hipnose que levaram muitas pessoas a um fim trágico, por isso devemos permanecer
distantes dessa prática ocultista, mesmo que ela esteja relacionada ao
entretenimento.

A mente humana não deve ser alvo de brincadeiras, e seu controle não deve ser
submetido a ninguém, a não ser ao Senhor Deus. Devemos nos sujeitar somente a Ele
(Tg 4.7).

A hipnose é um dos escapes que o ser humano procura para resolver seus problemas.
Embora esse método, às vezes, pareça dar certo, o simples fato de constatarmos sua
explícita ligação com a Nova Era, o espiritismo e o ocultismo já é mais do que
suficiente para anatematizarmos tal prática. Está dado o recado. Ou melhor, o
conselho!

Notas:

1 Revista Manchete. 17 de agosto de 1991. p. 47.


2 Enciclopédia da Bíblia teologia e Filosofia. R. N. Champlin e J. M. Bemtes. CANDEIA.
1997, pp. 121-122.
3Poder psíquico da hipnose. Simeon Edmunds. HEMUS. p.16.
4 Dicionário de Religiões, Crenças e Ocultismo. George A. Mather e Larry A. Nichols.
VIDA. 2000, p.288.
5 Ibidem, p.273.
6 Poder psíquico da hipnose. Simeon Edmunds. HEMUS. p.14.
7 Dicionário de Religiões, Crenças e Ocultismo. George A. Mather e Larry A. Nichols.
VIDA. 2000, p.97.
8 Ibidem, p.440.
9 Ibidem, p. 440.
10 Ajuda-te pela auto-hipnose. Frank S. Caprio e Joseph R. Berger. PAPEL LIVROS. p.3-
8.
11 Ibidem, p.9.
12 Poder psíquico da hipnose. Simeon Edmunds. HEMUS. p.48.
13 Dicionário de Religiões, Crenças e Ocultismo. George A. Mather e Larry A. Nichols.
VIDA. 2000, p.368.
Página
64

10. Jogos de azar – o que dizer?

Por Natanael Rinaldi

O jornal O Estado de São Paulo, em sua edição de 6 de outubro de 1999, noticiou a


respeito da aglomeração de pessoas nas lojas lotéricas em decorrência da ansiedade
dos brasileiros em ganhar na Mega Sana. Na ocasião, a matéria afirmava que: Apesar
da fama do brasileiro deixar tudo para a ultima hora, o prêmio acumulado de R$ 60
milhões da Mega Sena esta fazendo com que algumas pessoas se convertam à
organização e antecipem as apostas. Alem da ansiedade por escolher logo as dezenas
que podem garantir uma boa vida, muita gente tem medo de voltar a enfrentar as
filas que caracterizam as semanas anteriores, principalmente nas horas que
antecederam os sorteios.

Os que arriscam a sorte

A palavra sorte não significa apenas bom resultado, mas também anseio pela ajuda
de divindades que possam oferecer a vitória tão desejada. Os termos jogatina e
aposta são, às vezes, usados com respeito às atividades que envolvem risco ou
esperança de lucro. Geralmente, se definem como a maneira de arriscar,
voluntariamente, uma grande soma de dinheiro por meio de aposta, parada ou lance
em um jogo ou em qualquer outro tipo de atividade que envolva sorte.

Um ditado popular muito usado por pessoas dadas aos jogos de azar é: quem não
arrisca, não petisca. Com isso, justificam suas fezinhas em varias modalidades de
jogos, como por exemplo, o popular jogo do bicho, o bingo a Tele Sena e a loteria
esportiva. Ultimamente, a sorte está sendo lançada, com mais freqüência, na mega
sena. Quando é anunciado pelos meios e comunicação que a sena está acumulada
por alta de ganhadores, os brasileiros formam filas intermináveis nas casas lotéricas a
fim de tentar a sorte e ganhar a bolada. Nessa tentativa, as pessoas gastam o que
podem e o que não podem. Muitos começaram a jogar na Sena nessas ocasiões de
importâncias acumuladas e hoje o jogo já se tornou um vicio. Aquilo que começou
como uma brincadeira já se tornou parte na vida da pessoa que não consegue passar
uma semana sem fazer sua aposta. A sena oferece a oportunidade de enriquecer
rapidamente, e muitos sonham com o que fariam com o dinheiro caso botasse a mão
na bolada que o jogo oferece. Dizem de si para si: Alguém tem de ganhar e esse
alguém pode ser eu. Já imaginou o que eu faria com os milhões de Reais na mão?

Os fins justificam os meios?

Certos lideres políticos justificam os jogos de azar com a alegação de que muitas
obras sociais são realizadas com o dinheiro arrecadado dos jogos. Entretanto, deve-se
notar que os governos, ao promoverem as loterias, apelam para uma das qualidades
humanas mais baixas: a ganância. Na verdade, estão contribuindo para a corrupção, e
Página

não para a melhora da vida humana. Não se pode ignorar que a maioria dos
apostadores é composta por pessoas pobres, que, na ânsia de ganhar, arriscam o
65

leite e o pão de seus filhos. Com isso, prejudicam os que lhes são caros. Alem disso, a
ganância que envolve a jogatina é uma das causas primaria de grande parte dos
crimes e da violência que estão associados com serias operações.

O que diz a Bíblia?

Embora reconheçamos que a Bíblia não dá nenhuma base para qualquer regra rígida
contra cada tipo de aposta, ela nos ajuda a ver que a jogatina é um serio mal que
resulta no asfaltamento do homem de Deus. Vejamos os ensinos que extraímos das
Escrituras sobre os jogos de azar:

- A bíblia não trata claramente a respeito desse assunto. O único caso que pode ser
classificado como jogatina ocorreu quando os soldados romanos lançaram sortes para
decidir quem ficaria com a túnica de Jesus. Depôs de o crucificarem, repartiram entre
si as suas vestes, tirando a sorte (Mt 27.35).
- Alguns interpretes da Bíblia apontam Is 65.11-12 como prova de que ela condena
especificamente os jogos de azar. Deve-se ter presente, entretanto, que o texto
refere-se à deusa Fortuna, a quem os apostadores caldeus recorriam em busca de
ajuda. Quando qualquer israelita buscasse a ajuda dessa deusa, estava, na verdade,
praticando um ato abominável diante de Deus ao preparar um banquete para o citado
ídolo. Deram culto a seus ídolos, os quais se lhes converteram em laço, pois imolaram
seus filhos e sua filhas aos demônios (Sl 106.36-37).
- A jogatina, amiúde, induz a preguiça. Incentiva as pessoas a conseguirem algo sem
troca de nada, alem de levá-las a mentir e/ou a defraudar, a fim de obterem o que
desejam sem trabalhar. A Bíblia incentiva o homem a ganhar o seu próprio pão com o
suor do seu rosto. É justamente isso que Deus ordena em Gênesis 3.19: No suor do
teu rosto comeras o teu pão... Paulo recomendou: Se alguém não quiser trabalhar,
não coma também. Porquanto ouvimos que alguns entre vos andam
desordenadamente, não trabalhando, antes fazendo coisas vãs (2 Ts 3.10-11).
Contestando essa atitude, Salomão aconselhou: Viste um homem diligente na sua
obra? Perante reis será posto; não será posto perante os de baixa sorte (Pv 22.29).
- Encontramos na Bíblia advertências contra o amor ao dinheiro. Ainda o sábio
Salomão aconselhando a respeito desse apego inútil, afirmou: O que amar o dinheiro
nunca se fartara de dinheiro; e que amar a abundancia nunca se fartara da renda:
também isso é vaidade. Doce é o sono do trabalhador, quer coma pouco quer muito;
mas a fartura do rico não o deixa dormir (Ec 5.10-12). E o apostolo Paulo, por sua vez,
declara em 1Tm 6.10: Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda a espécie de males;
e nessa cobiça alguns se desviaram da fé e se traspassaram a si mesmos com muitas
dores.

Causa do tropeço

Sendo Deus o Criador do mundo e de todo o ser criado como afirma a Bíblia: Os céus
proclamam a gloria de Deus, e o firmamento anuncia as obras das suas mãos (Sl
19.1), devem os cristãos admitir sua condição de apenas administradores dos bens
Página

mais importantes que os Senhor lhes concedeu: vida e saúde para conseguir, por
meios lícitos (ou seja, o trabalho honesto), os bens materiais de que tanto precisam.
66

São responsáveis diante de Deus pelo uso do dinheiro e devem constantemente


lembrar-se da admoestação que o próprio Deus nos faz: Por que gastais o dinheiro
naquilo que não é pão, e o vosso suor naquilo que não pode satisfazer? (Is 55.2).

Os cristãos devem ter isso em mente sempre que forem tentados a fazer uma fezinha
nos jogos de azar. Os maus frutos da jogatina são tão notórios que, em muitos
lugares, os praticantes do jogo do bicho são tidos como maus elementos e encarados
com desdém.
Não é a toa que o cristão deve evitar o vicio dos jogos de azar: Não vos torneis causa
de tropeço nem para judeus, nem para gentios, nem tampouco par a igreja de Deus
(1Co 10.32).

Página
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11. Logosofia - Uma nova roupagem para um antigo
engano

Por Eguinaldo Hélio de Souza

“E quando aos olhos de todos pareceria que a caravana da decadência não mais
haveria de deter-se, pondo em risco a sobrevivência da espécie, surge das entranhas
da América uma nova geração de conceitos e valores, desta vez de cunho
transcendente, patrocinados por uma superior concepção do homem e da vida, da
psicologia humana e do espírito, da redenção e do humanismo, da evolução e das Leis
Eternas, do Universo e de Deus [...] Era o dia 11 de agosto de 1930. Inaugurava-se, na
história da educação da humanidade, a Era da Evolução Consciente, tendo como
suporte doutrinário e pedagógico a Logosofia, a Ciência da Sabedoria, a Ciência da
Vida”.1

Como todo movimento religioso de origem recente, a logosofia se auto-intitula


“ciência”, “conhecimento”, no intuito de obter respeito automático por parte do
mundo ocidental. Como todas as religiões, considera-se o único meio de redenção da
humanidade, rotulando todas as outras, inclusive o próprio cristianismo, como
sistemas religiosos preconceituosos que impedem a evolução do homem.

Nossa meta, nesta curta matéria, será apenas situar o leitor em relação ao que
apregoa a logosofia, portanto, não nos ateremos numa refutação exagerada, mesmo
porque este movimento não requer isso, pois seus desvios são facilmente
identificados por aqueles que conhecem os fundamentos da Palavra do Senhor.
Queremos apenas cumprir nosso papel como instituto de pesquisas religiosas,
fornecendo aos leitores o que julgamos ser o suficiente para se avaliar e entender a
logosofia.

O que é a logosofia?

“Seu nome reúne em um só vocábulo as raízes gregas ‘logos’ e ‘sofos’, que o autor
adotou, dando-lhes a significação de verbo criador e ciência original, para designar
uma nova linha de conhecimentos, uma doutrina, um método e uma técnica que lhe
são eminentemente próprios”.2
Página

Podemos descrevê-la como uma mistura de religião, filosofia, psicologia e esoterismo,


ensinados com um rótulo de “Verdade” com letra maiúscula, ou seja, como sendo “A
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Verdade” por excelência, que veio para substituir todas as religiões e filosofias. O
fundador, idealizador e único autor (por enquanto) foi o argentino Carlos Bernardo
González Pecotche.

Carlos Bernardo González Pecotche — também conhecido como RAUMSOL — nasceu


em Buenos Aires, Argentina, em 11 de agosto de 1901. Baseado, segundo ele diz, na
hierarquia e herança de seu próprio espírito, reagiu muito cedo contra a rotina dos
conhecimentos correntes e sistemas usados para a formação do ser humano. Em
1930, instituiu a Fundação Logosófica com o objetivo de difundir “a nova ciência” que
havia criado, hoje expandida a vários países por meio de centros culturais, onde se
estuda e pratica esta nova linha de conhecimentos transcendentes.

No Brasil, existem centros logosóficos em Belo Horizonte, Brasília, São Paulo,


Chapecó, Curitiba, Florianópolis, Goiânia, Rio de Janeiro e Uberlândia, além de
inúmeras sedes culturais localizadas aqui e no exterior. Além disso, existe uma escola
de orientação logosófica localizada no Rio de Janeiro (RJ), o Colégio Logosófico
González Pecotche, que já conta com cerca de 250 alunos, desde a Educação Infantil
até o Estudo Fundamental. Os métodos de ensino são orientados conforme os
conceitos logosóficos e todos os professores são praticantes da logosofia. A escola foi
assunto de matéria na revista Nova Escola (junho de 2003).

A nova teoria da evolução

“O caminho logosófico é tão longo quanto a eternidade, porque é o caminho


determinado pela lei da evolução, que impera sobre todos os processos que se
elaboram dentro da criação”.3

Esta é a idéia central da logosofia. Mas, ao contrário do que ela proclama, não se trata
de um pensamento exclusivo seu. Esta filosofia é a base de todo o ensino da Nova
Era. Poderíamos chamá-la de “darwinismo espiritual”. É a idéia corrente de que a
atual fase da existência humana é apenas um estágio do processo de evolução, como
o foi a fase de símio4. O homem está destinado a ser algo mais do que ele é agora.
Difere da evolução espiritual pregada pelo kardecismo, pois não ocorreria com
espíritos desencarnados, mas com a humanidade como um todo. E a logosofia e todas
as doutrinas esotéricas modernas colocam-se como instrumentos desta evolução.

Vamos encontrar a raiz deste pensamento no filósofo alemão Friederich Nietzsche.


“Também, além apanhei no meu caminho a palavra ‘super-homem’ e esta doutrina: o
homem é uma coisa que precisa ser superada”, disse Zaratustra, personagem fictício
do filósofo Friederich Nietzsche.5 Neste mesmo livro ele desenvolveu outro conceito:
o da morte de Deus: “Zaratustra, porém, ao ficar sozinho falou assim ao seu coração:
‘Será possível que este santo ancião ainda não ouviu no seu bosque que Deus já
morreu?”.6

Nietzsche nasceu em 15 de outubro em 1844, no pequeno vilarejo de Röcken, na


Página

Alemanha. Ele era neto e filho de pastores protestantes e, em sua infância, ficou
conhecido como “o pequeno pastor”, pelo fato de ler a Bíblia com tal paixão que fazia
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chorar seus ouvintes. Mas, aos dezoito anos, perdeu a fé no Deus de seus pais e
passou o resto da vida procurando uma nova divindade; pensou tê-la encontrado no
super-homem.7 É difícil estabelecer o que ele queria dizer com o seu super-homem,
ou como alcançá-lo, mesmo porque Nietzsche enlouqueceu e permaneceu por dez
anos neste estado de demência. Mas suas concepções influenciaram todo o
movimento esotérico moderno, no sentido de defender um tipo de “evolução
espiritual” que levará o homem a se superar.
Neste aspecto, a logosofia não se distingue das demais religiões esotéricas surgidas
no século XX, exceto pelo fato de que usa termos únicos e proclama ser o exclusivo
caminho válido da redenção humana. De uma forma simplificada, é a substituição da
crença e da devoção por um Deus transcendente, por uma fé no próprio homem,
como deificador de si mesmo. É a aceitação do fato de um Deus morto de Zaratustra
e uma confiança no seu super-homem. Mas “Todo homem, por mais firme que esteja,
é pura vaidade” (Sl 39.5).

Logosofia versus evangelho

A superioridade ou originalidade da logosofia não existe em lugar algum, a não ser na


mente de seu fundador e de seus adeptos. Seus conceitos sobre Deus, pecado,
salvação, além de baterem de frente com os ensinos das Escrituras, em nada diferem
dos conceitos professados por outras religiões. Não passam de mais uma tentativa do
homem de auto-salvação, com um conceito vago de Deus e uma negação de Cristo.
Vejamos sucintamente cada um deles:

Salvação

“Para que a própria redenção seja um fato, é essencial começar por não cometer mais
faltas: não acumular mais culpas ou dívidas. Este é o primeiro passo; mas surgirá a
pergunta: Que fazer com o já consumado? Cada falta tem seu volume e suas
conseqüências inevitáveis. Não percamos tempo em lamentações nem sejamos
ingênuos crendo que existem meios fáceis de saldá-las. As leis não se infringem
impunemente: nem cometendo faltas, nem pretendendo livrar-se delas. Mas o homem
pode, sim, redimir gradualmente suas culpas mediante o bem que representa para si
a realização rigorosa de um processo que o aperfeiçoe. Se esse bem é estendido aos
semelhantes — quanto mais, melhor —, assegurar-se-á a descarga da dívida.
Entretanto, isto será sob condição de não incorrer em novas faltas, pois se cairia no
mesmo erro dos que pretendem depurar suas almas nas cômodas posturas da
superficialidade religiosa”.8 (grifo do autor)

Em outras palavras, o homem efetua sua própria redenção. Nada mais velho na
história das religiões, nada mais de acordo com “os rudimentos do mundo” do que
isto. É difícil para o homem, em seu orgulho, aceitar uma salvação que lhe seja dada
gratuitamente por Deus, que não dependa do esforço humano. Já dizia Davi no Salmo
49.7,8: “Ninguém pode remir o seu irmão, ou dar a Deus o resgate por ele (pois a
Página

redenção de sua alma é caríssima, e seus recursos se esgotariam antes)” (ARC).


Embora possam variar os meios em que se baseiam, a auto-salvação é característica
70

que veste o corpo doutrinário da maioria das seitas.

O meio de salvação da logosofia é descrito de um modo um tanto confuso. González


Pecotche o descreve como “o bem que representa para si a realização rigorosa de um
processo que o aperfeiçoe”. E a logosofia ainda vai mais longe, dizendo que a
“descarga da dívida” será maior se este bem for estendido a outros semelhantes. Este
conceito é infinitamente inferior à salvação pela graça oferecida por Deus em sua
Palavra. Buscamos sim um aperfeiçoamento mediante a ação do Espírito Santo em
nossas vidas e almejamos pregar o evangelho a toda criatura. Tudo isso, no entanto,
não como meio de alcançar a salvação, mas como um resultado por já possuí-la.

Esta é a salvação de Deus: “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não
vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie” (Ef
2.8,9). Somente o evangelho é “o poder de Deus para a salvação de todo aquele que
crê” (Rm 1.16), somente ele proclama que o “dom gratuito de Deus” é a vida eterna
(Rm 6.23). Por mais complexas e desenvolvidas que sejam as religiões antigas e
novas, e por mais simples que seja a mensagem do evangelho, eles não conseguem
absorver este conceito.

Pecado

“... é essencial começar por não cometer mais faltas: não acumular mais culpas ou
dívidas [...] Entretanto, isto será sob condição de não incorrer em novas faltas...”8

Não errar mais, não cometer novos pecados. É esta a proposta da logosofia. Será isto
possível ao homem? Esta atitude simplista assumida por seu criador está muito longe
da sensata visão bíblica a respeito da condição humana.

Embora nenhum livro exorte o homem à perfeição e à santidade tanto quanto a


Escritura, ela, no entanto, não deixa de admitir, já no Antigo Testamento, pelos lábios
do sábio rei Salomão, que “não há homem que não peque” (1Rs 8.46). A logosofia
coloca como condição de perdão para o homem “o não pecar mais”, “o não errar”,
algo que não passa de uma ilusão. Entretanto, a Palavra de Deus tem um
posicionamento sobre perdão que, sem ocultar a culpabilidade do homem, revela o
único meio possível de remissão — a confissão e a purificação por meio da morte
redentora de Cristo. “Se dissermos que não temos pecado, enganamo-nos a nós
mesmos, e não há verdade em nós. Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e
justo para nos perdoar os pecados, e nos purificar de toda a injustiça. Se dissermos
que não pecamos, fazemo-lo mentiroso, e a sua palavra não está em nós. Meus
filhinhos, estas coisas vos escrevo, para que não pequeis; e, se alguém pecar, temos
um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o justo. E ele é a propiciação pelos nossos
pecados, e não somente pelos nossos, mas também pelos de todo o mundo” (1Jo 1.8
— 2.2).

Sem negar a necessidade de perfeição, a mensagem realista do evangelho não deixa


Página

de reconhecer a pecaminosidade humana e de indicar o remédio contínuo para tal.


71

Deus

“Proclama a existência de um Deus Universal, que une os homens em uma só e única


religião: a religião do conhecimento; meio pelo qual se pode chegar a Ele,
compreendê-lo, senti-lo e amá-lo, o que jamais se fará pela ignorância [...]. Esta
finalidade se alcança enriquecendo a consciência por meio do conhecimento
transcendente, pois só assim o homem pode compreender qual é a sua missão e
como está constituído seu ser imaterial, seu próprio espírito, agente que responde ao
influxo da eterna Consciência Universal e leva consigo, através dos tempos, o signo
cósmico da existência individual”.9 (grifo do autor)

Novamente, nada mais faz a logosofia do que retornar ao conhecimento ou “gnose”


(conhecimento em grego) como meio de se conhecer o Deus verdadeiro. Desde os
primórdios do cristianismo, surgiram homens alegando que este conhecimento
especial, capaz de ser manifestado apenas em alguns poucos, era o caminho que
levava o homem a Deus. Não há nada de novo nesta idéia, que tem suas raízes no
gnosticismo dos primeiros séculos da era Cristã.

Mas, ao rejeitar o cristianismo, a logosofia rejeita a fonte do verdadeiro conhecimento


de Deus: “Errais por não conhecer as Escrituras, nem o poder de Deus” (Mt 22.29).
Sem Jesus não há verdadeiro conhecimento de Deus, não há vida eterna, não há
salvação: “E a vida eterna é esta: que te conheçam, a ti só, por único Deus
verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste” (Jo 17.3).

Mediação

“A logosofia tem expressado reiteradamente que não há outro intermediário entre


Deus e o homem além de seu próprio espírito, com quem deve vincular-se e a quem
deve oferecer a direção de sua vida”.1 0 (grifo do autor)

“Porque há um só Deus, e um só mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo


homem” (1Tm 2.5).

“Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim” (Jo
14.6).

A logosofia é uma rejeição soberba aos caminhos de Deus. “Porquanto, não


conhecendo a justiça de Deus, e procurando estabelecer a sua própria justiça, não se
sujeitaram à justiça de Deus” (Rm 10.3).

Mais uma vez o esforço humano, a auto-salvação, manifesta-se em rejeitar a


mediação de Cristo para a salvação da humanidade.

Expansão logosófica
Página

Esta doutrina já chegou até mesmo na Europa, tendo em Barcelona, na Espanha, seu
centro divulgador. Tem estado presente com seu stand em diversas feiras de livros
72

por todo o Brasil e, embora não tenha um peso numérico (em Belo Horizonte há
apenas setecentos adeptos e menos de quinhentos na cidade de São Paulo), conta
com muitos militantes da área acadêmica. Isto era de se esperar, devido à
complexidade de seu ensino.

Mas a logosofia não passa de apenas mais uma entre as inúmeras correntes místico-
esotéricas com conceitos estranhos que se expandem por todo o ocidente. Os
conceitos judaico-cristãos que por dois milênios cimentaram a cultura ocidental estão
agora sendo minados em suas raízes por um espiritualismo humanista que serve de
carona para toda sorte de doutrinas contrárias à Palavra de Deus. Espiritualidade não
é sinônimo de comunhão com Deus. Fora do Filho não há vida espiritual: “Quem tem o
Filho tem a vida; quem não tem o Filho de Deus não tem a vida” (1Jo 5.12).

Referências:

1 Jornal Logosofia no Brasil, Ano VIII, nº 21.


2 www.logosofia.org.br
3 Revista de Logosofia, Ano 5, nº 6.
4 Relativo aos símios: macacos. Designação geral dos supostos primatas atuais da
subordem do antropóides.
5 Assim Falou Zaratustra, p. 154.
6 Ibid., p. 29.
7 História da filosofia, Will Durante.
8 www.logosofia.org.br
9 www.logosofia.org.br
10 www.logosofia.org.br

12. Nostradamus - Profeta ou adivinho?

Por Lídio Hamon

Dentro de um contexto secular, quando o assunto é profecia, o nome mais comum


que vem à mente das pessoas não é Isaías, Jeremias, Daniel ou até mesmo Jesus,
embora tenham proferido grandes e impressionantes predições. O nome mais
sugerido é Nostradamus. No pensamento popular, ele quase chega a ser identificado
como um dos profetas bíblicos e o grau de acerto de suas previsões é considerado
altíssimo. Marques da Cruz, professor, gramático, poeta, escritor e um dos maiores
Página

pesquisadores brasileiros da obra de Nostradamus, classifica-o como “o mais


minucioso vidente que o mundo já conheceu”. Nostradamus foi realmente um
73

profeta?

O que se pode dizer de sua vida e de suas obras, à luz das Escrituras?

Qual é o perigo por trás de suas profecias?

Será que ele possui de fato a infalibilidade que lhe é atribuída?


Quem foi Nostradamus?

Michel de Nostre Dame (1503–1566) ou Notredame, mais tarde Nostradamus, nasceu


no dia 14 de dezembro de 1503, na cidade de Saint-Rémy, Provence, França. Seus
pais eram judeus e, aos 9 anos de idade, ele e sua família ingressaram no catolicismo.

Desde cedo, demonstrou interesse pela matemática e pela astrologia, tendo recebido
orientação nesse sentido do seu avô, Jean. Fez o curso de medicina e trabalhou
intensamente no tratamento de vítimas da peste, epidemia que se alastrava na
França no século XVI. Em 1530, sua primeira mulher e seus dois filhos morreram de
peste.

Em 1555, então com 52 anos, ele publicou a primeira parte das suas ditas
“centúrias”. Ao todo são dez livros ou centúrias e cada centúria é composta de cem
quadras, daí o nome centúria, dado a cada um dos livros, embora a autoria de uma
parte de sua obra seja controvertida.

O problema da fonte

Como crentes na Bíblia, nossa primeira preocupação com os escritos de Nostradamus


não é se suas predições se cumpriram ou não, mas, sim, qual é a alegada origem
dessas predições. O fato de uma predição se cumprir não encerra a questão: “Quando
um profeta ou sonhador de sonhos se levantar no meio de ti, e te der um sinal ou
prodígio, e suceder o tal sinal ou prodígio, de que te houver falado, dizendo: vamos
após outros deuses, que não conheceste, e sirvamo-los; não ouvirás as palavras
daquele profeta ou sonhador de sonhos; porquanto o Senhor vosso Deus vos prova,
para saber se amais o Senhor vosso Deus com todo o vosso coração, e com toda a
vossa alma” (Dt 13.1-3).

Os profetas bíblicos não eram meros prognosticadores do futuro. Suas mensagens


não se resumiam em falar o que ia acontecer. A inspiração divina em seus lábios tinha
por objetivo revelar os planos de Deus e manifestar a vontade do Senhor. O povo
estava acostumado a buscar os necromantes e adivinhos para saber a respeito do
futuro. Os profetas bíblicos anunciavam todo o propósito de Deus, relacionando-os
com o futuro somente quando assim era necessário.

Mas Nostradamus nada teve em comum com esses profetas. Seus métodos estavam
Página

mais de acordo com os oráculos pagãos da Grécia e de Roma, ou com os bruxos da


Idade Média, ou mesmo com os atuais praticantes do espiritismo, do que com os
74

profetas de Deus. Essa distinção é vital!

Em verdade, não é o fato de prever ou não o futuro que distingue os mensageiros de


Deus, mas o poder que está por trás de suas palavras. E, neste caso, a fonte do
suposto poder de Nostradamus não está oculta aos pesquisadores. Vejamos o que
revela a seguinte declaração: “Diz (Nostradamus) na Carta a Henrique II que se
utilizou em parte da mesa de três pés, isto é, do tripé de bronze (Tripode Aeneo),
usado desde a antiguidade, como, por exemplo, pela pitonisa Pítia, de Delfos, e, hoje,
pelos espíritas, a partir de Allan Kardec, que usavam mesa de três pés, mesmo de
madeira [...] Parece que esta declaração espontânea, ao começar as Centúrias, indica
que ele praticava a magia [...] Sabe-se que este processo foi praticado pelos
sacerdotes assírios, caldeus, egípcios, persas, gregos e de outros povos”.1

Diante disso, é fácil perceber, mesmo por seus textos mais famosos, elementos
comuns às artes mágicas e ao ocultismo, como fogo, transe e fumaça de enxofre. Em
sua famosa carta ao seu filho César, há inúmeras declarações nas quais ele deixa
transparecer seu ocultismo. Num trecho desta ele diz: “Certamente, meu filho, falo de
modo um tanto incompreensível. Mas os fatos ligados a previsões secretas,
transmitidos pelo espírito sutil do fogo, confundem, às vezes, o entendimento [...]
Todavia, uma vez por semana caio numa espécie de estado de transe. Por meio de
apurados cálculos, limpo posteriormente minhas anotações noturnas dos vapores de
enxofre, conferindo-lhes aroma agradável”.2

Não é novidade para nenhum biógrafo de Nostradamus que quando ele esteve em
Avinhão (cidade do Sul da França), surgiu-lhe grande interesse por tudo o que se
referia ao ocultismo, pois a biblioteca daquele lugar possuía muitos livros sobre o
assunto. Também é sabido que quando morava na cidade de Salon o andar superior
de sua casa foi convertido em um estúdio e, como ele mesmo narra em suas
profecias, fechava-se ali de noite com seus livros de ocultismo. Embora tenha
declarado haver queimado essas literaturas em ocasião posterior (o que prova que os
tinha e se utilizava deles), isso, provavelmente, foi uma manobra para despistar a
inquisição.

Mudando os termos

O título de “profeta”, aplicado a Nostradamus, conferiu-lhe, com o passar dos séculos,


uma aura de santidade e credibilidade indevidas. Identificou-o erroneamente com os
profetas bíblicos. Mas em verdade, se queremos ser bíblicos, o título correto a ser
aplicado a ele seria “agoureiro”, “prognosticador” ou “feiticeiro”, pois estes estão
mais de acordo com a natureza e as práticas de Michel de Notredame. Nostradamus
jamais empregou expressões tais como “assim diz o Senhor”. Longe de ser um
profeta, ele nada mais foi do que um adivinho ocultista.

Esta simples manipulação de títulos tornou simpático à sociedade um personagem


que exerceu uma atividade completamente condenada por Deus nas Escrituras. Nele,
Página

a bruxaria e a feitiçaria adquiriram glamour. Depois de tantos séculos, ficou difícil


convencer as pessoas de que uma consulta a Nostradamus equivale a uma consulta
75

aos praticantes de bruxaria, tão comuns em toda a história e em todos os povos.

Cumprimentos reais ou aparentes?

Outra fama adquirida por Nostradamus e que precisa ser devidamente analisada está
ligada à exatidão de suas previsões e do grande número de acertos. Até que ponto
suas previsões foram exatas? Quantas realmente podem ser comprovadas?
Ambigüidade

Um dos problemas que ocorria com as previsões dos adivinhadores pagãos sempre foi
as ambigüidades, ou seja, os duplos sentidos que suas profecias apresentavam, de
modo que qualquer cumprimento se encaixava em suas palavras.

Um célebre exemplo histórico que envolveu o oráculo de Delfos foi narrado por
Heródoto, considerado o pai da História. Ele conta que havia na cidade de Lídia um rei
muito rico, de nome Creso, que estava sendo atacado por Ciro, o persa. Como Ciro,
para chegar às suas terras, teria de atravessar um rio, Creso consultou o oráculo para
saber se aguardava a travessia do rio para lhe dar combate ou se ele atravessava o
rio para ir ao encontro de Ciro. A resposta do oráculo foi: “Se tu atravessares o rio, um
grande reino cairá”. Confiante que derrubaria então o reino da Pérsia liderado por
Ciro, Creso atravessou o rio e lhe deu combate. Foi completamente vencido e
aprisionado e, de fato, um grande reino caiu – o dele. A ambigüidade está no fato de
que ambos os reinos eram grandes e, portanto, independente do resultado, o oráculo
tinha assegurado seu “acerto”.

Comentaremos um exemplo de ambigüidade nos textos de Nostradamus, em uma


análise feita por um estudioso de suas profecias, referente à guerra em Kososvo, em
1999.

O conflito que aconteceu na província de Kosovo, na Iugoslávia, foi interpretado por


muitos astrólogos e estudiosos das profecias de Nostradamus como o início da guerra
prevista pelo francês, que em sua centúria X, quadra 72, teria dito:

“No ano de 1999, sétimo mês

Do céu virá um grande rei de assustar

Ressuscita o grande rei de Angoulmois,

Antes depois Marte reina

pela felicidade”.

Veja só o que Fábio Araújo, criador do site “profecias on-line”, disse sobre a quadra 72
Página

em 1999: “A primeira linha é clara e diz somente ‘em julho de 1999’. Entendo que a
expressão do céu virá pode ser entendida como um extraterrestre. Mas pode ser
76

também que esteja usando uma expressão para dizer que “um rei de assustar” será
um rei bom, ou seja, ele virá do céu e não do inferno [...] A terceira linha diz:
‘Ressuscita o grande rei de Angoulmois’, que designa, provavelmente, dois
personagens: o anticristo, vindo da Ásia, e o futuro salvador da Europa, que seria
descendente de Luís XVI, morto na guilhotina com sua esposa na Revolução Francesa,
em 1792. Bem, o conflito na Iugoslávia começou em março deste ano (1999) e a
hipótese de uma guerra mundial já foi colocada em cena pelo presidente da Rússia,
Boris Yeltsin, que ameaçou apontar mísseis russos para os países da Otan, a aliança
ocidental liderada pelos Estados Unidos que atacou a província de Kosovo. Seria este
o estopim da Terceira Guerra Mundial?”.3

Como vemos pelas expressões “pode ser”, “provavelmente”, “seria”, etc., seus textos
podem oferecer diversas aplicações. Seu relacionamento com a guerra de Kosovo
mostrou-se sem fundamento desde então e, provavelmente, voltará a ser aplicado a
outro evento qualquer. E o pior, provavelmente será crido por muitos.

Hermenêutica duvidosa

Como sabemos, as centúrias foram escritas em uma linguagem de códigos, símbolos


e imagens. Não há referências diretas a acontecimentos futuros, mas para se chegar
a isto se faz necessário uma interpretação, ou seja, uma hermenêutica de seu texto.

Na teologia bíblica foi desenvolvida, com o decorrer dos anos, uma hermenêutica que
possibilitasse interpretar corretamente seu significado. Portanto, existem regras de
interpretação que devem ser obedecidas.

Com relação às profecias de Nostradamus isto não ocorre. Os que se propuseram a


interpretar seus escritos não possuem uma regra e criam várias delas arbitrariamente
sem qualquer base segura. Desta forma, se torna fácil adaptar eventos históricos às
centúrias, fazendo que estas signifiquem o que aconteceu. Como exemplo, tomemos
uma interpretação feita por um dos maiores estudantes das profecias de
Nostradamus, Jean-Charles de Fontbrune. Vejamos, a seguir, a tradução da centúria
84 que, segundo Fontbrune, versa sobre o nascimento do anticristo na Ásia e sua
penetração até a França:

“Ele nascerá da infelicidade e numa cidade incomensurável (cidade chinesa ou


japonesa), filho de pais obscuros e pérfidos; quando o poder do grande rei (da França)
for reconhecido, ele destruirá (o Ocidente) até Rouen e Evreux”.4

Na própria tradução o autor já interpreta os textos, alterando-o segundo sua própria


opinião. Por que a referida cidade incomensurável tem de ser chinesa ou japonesa e
não outra qualquer? O que determina esse posicionamento? Por que o grande rei tem
de ser o da França? Por que a destruição se refere ao Ocidente?

“As chamadas profecias de Nostradamus foram escritas numa linguagem tão


Página

herméticas (de compreensão difícil) que todos — absolutamente todos — os


acontecimentos fundamentais da história da humanidade podem ser por elas
77

explicados: mas somente depois de acontecerem (nunca antes do acontecimento), e


isso graças aos aguerridos intérpretes das famosas centúrias. Elas não são herméticas
por serem proféticas, mas são proféticas por serem herméticas”.5

Cumprimento pós-fato

Todas as vezes que se relacionaram as profecias de Nostradamus com algum


acontecimento, não foi previamente. Ninguém predisse a história com alguma
centúria dele. Mas quando algum fato marcante aconteceu, ou durante algum estudo
da história, foi dito: “Nostradamus já havia predito isto em tal e tal lugar”. Vejamos o
exemplo da execução de Maria Antonieta (rainha da França, esposa de Luís XVI), na
Sextilha 55:

“Ante o povo, pouco depois a rainha será guilhotinada e sua alma subirá ao céu. Será
lamentada por muitos. Seus parentes ficarão aflitos: as lágrimas e suspiros de sua
filha. Deixará de luto seus dois (cunhados)”.

Mas o texto original em francês não diz guilhotinada, até porque esta ainda não tinha
sido inventada no tempo de Nostradamus. Diz apenas que sua alma foi para o céu e
seu corpo para a lama. A expressão “cunhados”, que aparece entre parênteses na
tradução, foi apenas uma tentativa de adaptar a suposta profecia ao suposto
cumprimento.

Uso arbitrário dos textos

Um exemplo muito curioso está relacionado ao período hitlerista (Hitler). Goebbels, o


ministro de comunicação do terceiro Reich (período nazista), responsável por toda a
propaganda nazista, utilizou-se freqüentemente de Nostradamus. Ele escreveu em
seu diário, em 1942: “Foi traçado um plano, mostrando como podemos obter ajuda do
ocultismo em nossa propaganda. Estamos realmente fazendo progressos [...]
Portanto, estamos contratando os serviços de todos os peritos que podemos
encontrar em ocultismo, profecias, etc. Nostradamus terá, novamente, de conformar-
se em ser citado”.6

Ele (Goebbells) se apropriou de uma suposta profecia da centúria 3, quadra 8, que


parecia indicar uma derrota total da França, para incentivar seus soldados de que a
vitória já estava garantida. Quando ele começou a campanha contra a França,
Nostradamus estava em todas as bocas. Até nos EUA se ouvia dizer: “Ele predisse
tudo”. Mas, em seguida, houve tanta confusão e o fim foi a derrota total de Hitler e de
sua Alemanha.

Podemos então perceber como é fácil interpretar Nostradamus para qualquer


propósito.

A profecia bíblica
Página

“Nenhuma ciência é mais bem comprovada do que a religião da Bíblia” (Isaac


78

Newton).

Uma breve comparação com a exatidão das profecias bíblicas já é o suficiente para
perceber a diferença entre esta e as centúrias de Nostradamus. Embora tenha sua
linguagem própria e sua própria hermenêutica, alguns fatores devem ser levados em
consideração:

Existem cerca de trezentas profecias que se cumpriram literalmente na vida de Jesus,


como o Messias de Israel. Entre essas predições, muitas delas envolviam lugares e
acontecimentos exatos, como a cidade onde nasceu, a forma como falou, a forma
como morreu e o resultado de sua obra. Não há nada escondido, não é necessário
tecer conjeturas e suposições arbitrárias para “interpretá-las”. Tudo é muito claro! Um
especialista em probabilidade, Peter Stoner, em seu livro A ciência fala, calculou que
a chance de um homem que tenha vivido até hoje cumprir somente oito das mais de
trezentas profecias messiânicas é de 1 para 1017.

Existem profecias no Antigo Testamento sobre cidades como Nínive, Babilônia, Tiro,
Petra, etc, que tiveram cumprimento literal. Tomando somente uma das cidades para
exemplo, temos que a probabilidade de se cumprirem todas as predições acerca de
Tiro é de 1 para 75.000.000. Isso prova que só Deus conhece infalivelmente o futuro.

Profecias sobre o retorno e o renascimento de Israel à Palestina (Is 66.8), que se


encontram em toda a Escritura, são um cumprimento histórico significativo, muito
superior às supostas previsões do adivinho francês, e estão diante dos olhos do
mundo inteiro.

Mas se isso tudo é assim, por que então as pessoas não se voltam para as profecias
bíblicas? Por que preferem ficar a mercê do subjetivismo e manipulação das
centúrias? Por que se predispõem a crer num “agoureiro”, considerado por alguns
estudiosos do assunto como o “profeta” da moda? Cremos que é possível encontrar
nas palavras do apóstolo Paulo pelo menos um indício disso: “O deus deste século
cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do
evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus” (2Co 4.4).

Notas:

1 O pensamento vivo de Nostradamus, coordenação de Martin Claret, Editora Martins


Claret, p. 68,70.
2 Ibid., p. 14,19.
3 http://www.fenomeno.trix.net/fenomeno_inexplicavel 1 textosprofecia.htm
4 Nostradamus – historiador e profeta, Jean-Charles Fontbrune, Círculo do Livro, 1980,
p. 519.
5 Adaptado do site http://www.abdias.jor.br/ desamores.html
6 Doutor Goebbels, Roger Manvell e Heintich Fraenkel. Record, 1960, p. 203.
Página
79
13. Porque não creio na astrologia

Por Eguinaldo Hélio

“O grande inimigo da verdade não é, geralmente, a mentira: deliberada, inventada,


desonesta; mas, sim, o mito: persistente, persuasivo e fora da realidade”
— Kennedy

“E disse Deus: Haja luminares na expansão dos céus, para haver separação entre o
dia e a noite; e sejam eles para sinais e para tempos determinados e para dias e anos.
E sejam para luminares na expansão dos céus, para iluminar a terra; e assim foi. E fez
Deus os dois grandes luminares: o luminar maior para governar o dia, e o luminar
menor para governar a noite; e fez as estrelas. E Deus os pôs na expansão dos céus
para iluminar a terra, e para governar o dia e a noite, e para fazer separação entre a
luz e as trevas; e viu Deus que era bom.

E foi a tarde e a manhã, o dia quarto”


— Gn 1.14-19

A finalidade de Deus, ao criar os astros e as estrelas, era iluminar a terra e determinar


o andamento regular do tempo. De modo algum, sua pretensão foi, por meio desses
astros, controlar o temperamento ou o destino do homem sobre a terra. Esta
concepção não é real e muito menos bíblica. É querer usar as estrelas e os astros
para um fim para o qual não foram criados. O resultado só pode ser um grande
engano.

Os astrólogos sim, têm influenciado a atitude dos homens, levando-os a confiar mais
em supostas previsões, baseadas nos astros, do que no exercício do seu livre-arbítrio
diante de um Deus pessoal que exige deles uma resposta. As estrelas não têm nada a
ver com isso. Os que pensam estar sendo manipulados pelo Sol, pela Lua e pelas
estrelas, na verdade, estão sendo manipulados pelos astrólogos. Se pensarmos que
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Ronald Reagan, quando presidente dos EUA, se utilizava constantemente de


astrólogos, só podemos concluir que estes sim, têm influenciado o mundo, e não as
estrelas. Estas, se tivessem consciência, ficariam coradas de vergonha com o que é
80

dito e feito em seu nome. Os “analfabetos do espaço”, incapazes de ler o que dizem
as estrelas, sujeitam-se docilmente àqueles que alegam poder fazê-lo.

A astrologia tem sido um sistema de arte divinatória que tem influenciado a conduta
da humanidade por milênios. Mas nem sua antiguidade nem sua popularidade podem
torná-la veraz. Não há respostas satisfatórias para muitas perguntas concretas sobre
este assunto. Há muitos motivos pelos quais não podemos crer na astrologia. Se a sua
popularidade puder comprovar alguma coisa, então existem muitos outros absurdos
que deveremos aceitar como verdade.

Por que não cremos na astrologia?

Porque as estrelas que vemos nos céus podem deixar de existir

As distâncias no espaço sideral são muito maiores do que podemos imaginar. São tão
grandes que são medidas por uma unidade de distância chamada ano-luz, que
equivale à distância percorrida pela luz no período de um ano. Se levarmos em conta
que a velocidade da luz é de 300.000 km por segundo, em um ano a distância
percorrida por ela seria de aproximadamente 9.000¹² km.

Quando imaginamos que depois do Sol a estrela mais próxima da terra se encontra há
muitos anos-luz de distância, concluímos que na verdade a luz da estrela que estamos
contemplando é uma luz emitida por ela há muitos anos. É complicado acreditar que
esta distância permita qualquer influência dos corpos celestes sobre nós. Cálculo
algum pode tornar coerente alguma influência deles sobre nossas vidas. Além disso, é
possível que tal luz possa ser o reluzir de uma estrela que já nem existe mais!

Porque não existe uma razão lógica para que a nossa vida e temperamento
sejam influenciados pelos astros

Que os astrólogos nos expliquem porque as posições dos astros influenciam nosso ser
e destino. Que nos expliquem qual é a interação existente entre a massa e o
movimento desses corpos celestes com o nosso modo de ser e com os
acontecimentos de nossas vidas. É uma energia? É uma força física, espiritual? Os
astros são deuses? Como podem atingir o nosso cérebro?

Não existem explicações plausíveis e razoáveis para todas estas indagações. Os


próprios astrólogos desconhecem estes porquês e as pessoas que consultam
horóscopos nem sempre se preocupam em perguntar. Talvez com medo de descobrir
que suas crenças não têm fundamentos, elas preferem fazer de conta que as estrelas
falam, enquanto os astrólogos fazem de conta que as ouvem.

Para o astrônomo Varella, diretor do Planetário Municipal de São Paulo, os postulados


aceitos pelos astrólogos estão longe de constituir uma lei física: “É pura invenção [...]
é apenas mais uma evidência do egocentrismo praticado por quem considera que os
Página

astros exercem alguma influência sobre os seres humanos”. Graças às mais


modernas pesquisas da astrofísica, descobriu-se que há no cosmo forças, partículas,
81

subpartículas, agindo e reagindo entre si e sobre os astros. Mas nunca se detectou


qualquer tipo de energia emanada dos planetas capaz de atravessar o espaço,
penetrar na atmosfera terrestre e afetar as características de pessoas nascidas neste
ou naquele instante.

Ainda vale a pena mencionar a declaração de I.W. Kelly, em seu livro Astrologia
moderna: uma crítica. Ele não deixa dúvidas quanto à vaidade (futilidade) da
astrologia e quanto aos verdadeiros elementos por trás dessa prática: “A astrologia,
do modo que é praticada atualmente (seja na sua forma tradicional ou psicológica),
não é de qualquer relevância na compreensão de nós mesmos ou de nosso lugar no
cosmo. Seus defensores modernos não são capazes de explicar qual é o fundamento
das associações astrológicas com as questões terrenas, não têm qualquer explicação
plausível para suas alegações e não contribuíram com nenhum conhecimento de valor
para qualquer campo das ciências sociais. Além disso, a astrologia não tem os
recursos teóricos/conceituais para resolver adequadamente seus próprios problemas
internos ou anomalias externas, ou para se decidir entre alegações e sistemas
astrológicos conflitantes”.

Porque pessoas nascidas no mesmo dia e horário têm temperamentos e


destinos diferentes

Esaú e Jacó é um caso bíblico e típico de gêmeos que tiveram temperamentos e


destinos completamente distintos. Segundo os ensinamentos apregoados pela
astrologia, suas vidas teriam de ser ao menos muito mais semelhantes do que foram.
De fato, se existe uma prova bíblica da futilidade das afirmações astrológicas, esta
prova é a vida destes dois irmãos.

Em primeiro plano, seus temperamentos eram evidentemente distintos, para não


dizer opostos: “E cresceram os meninos, e Esaú foi homem perito na caça, homem do
campo; mas Jacó era homem simples, habitando em tendas” (Gn 25.27). Percebemos
logo em Jacó um comportamento mais brando, caseiro, sedentário. No caso de Esaú,
porém, ele é enérgico, aventureiro. Mais tarde, iria viver de ataques contra as
caravanas no deserto (Gn 27.39,40).

Em segundo plano, vemos atitudes diferentes dos dois irmãos, as quais vão
determinar destinos diferentes. Enquanto Esaú não mostrou qualquer interesse por
aquilo que era seu de direito (Gn 25.32), Jacó fez de tudo para conseguir, inclusive
enganar seu pai (Gn 27.6-29). O Novo Testamento mostra claramente que o coração
de Esaú era bem diferente do de Jacó (Hb 12.16,17).

E, por fim, eles tiveram destinos bem diferentes, que não foi determinado de forma
alguma pelo dia ou ano de seu nascimento, visto serem praticamente idênticos. Suas
vidas foram um resultado de suas decisões e da ação de Deus nelas. Foram as
bênçãos de Deus ou a ausência das mesmas que causaram os respectivos resultados.
Nada no espaço interferiu nas vidas de Esaú e Jacó e em seus destinos.
Página

Além do exemplo bíblico, há um contemporâneo bastante significativo. Foi realizada


82

uma pesquisa, na década de 50, com mais de dois mil bebês nascidos quase
simultaneamente em um mesmo dia do mês de março, na cidade de Londres. Como o
mapa astral das pessoas é baseado na hora e lugar do nascimento, os cientistas
monitoraram esses bebês durante 45 anos na tentativa de identificar as
características semelhantes entre eles na vida adulta. Mas não encontraram nenhuma
semelhança no destino dos bebês, chamados de “gêmeos de tempo”. Também
compararam mais de 100 características pessoais, como, por exemplo, agressividade,
ansiedade, habilidade nos esportes e nas artes, desempenho nos estudos, etc., e
fizeram testes de inteligência. Não descobriram nada parecido entre eles. A única
conclusão a que puderam chegar foi que a astrologia é uma inutilidade.

Portanto, seja a Bíblia, sejam as pesquisas modernas, o que se pode concluir é que,
na prática, as previsões astrológicas não oferecem qualquer evidência empírica. Muito
pelo contrário, é evidente que o que menos influencia a vida e o destino de uma
pessoa é o momento do seu nascimento. É uma explicação inválida para a vida
humana e incapaz de apresentar qualquer sentido coerente para isto.

Porque a nossa vida é determinada por nossas escolhas e não pela


impessoalidade dos astros

“Os céus e a terra tomo hoje por testemunhas contra vós, de que te tenho proposto a
vida e a morte, a bênção e a maldição; escolhe pois a vida, para que vivas, tu e a tua
descendência” (Dt 30.19; grifo nosso).

“Se quiserdes, e obedecerdes, comereis o bem desta terra” (Is 1.19; grifo nosso).

“Manteiga e mel comerá, quando ele souber rejeitar o mal e escolher o bem” (Is 7.15;
grifo nosso).

“E o Espírito e a esposa dizem: Vem. E quem ouve, diga: Vem. E quem tem sede,
venha; e quem quiser, tome de graça da água da vida” (Ap 22.17; grifo nosso).

O livre-arbítrio foi o grande presente de Deus ao homem, que o tem tornado distinto
das demais criaturas. O homem tem a possibilidade de refletir sobre sua situação e,
mediante sua razão, tomar decisões. Seu destino é a colheita de sua própria
semeadura (Os 8.7; Gl 6.7,8) e não a conseqüência cega do dia, mês e ano em que
nasceu. O futuro do ser humano não pode ficar atrelado às estrelas. Isto não seria
justo. Só pode ficar atrelado às suas próprias decisões nesta vida. Não é nada
consolador dizer a alguém que sofre por causa de uma tragédia que isto era
inevitável porque já estava determinado em seu nascimento.

Não se pode negar que se as proposições da astrologia forem levada a sério o homem
é um mero escravo de um determinismo planetário. Seu destino e ser estão escritos
nas estrelas. Assim como não pode mudar as leis fixas das estrelas (Jr 31.35),
também não pode mudar essas conseqüências em sua vida. Quando os astrólogos
Página

tentam desculpar-se, dizendo que a astrologia é apenas uma influência, então nos
perguntamos em que ela pode ser útil. O ser humano já é cercado, por dentro e por
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fora, por coisas que influenciam suas atitudes. Temperamento, personalidade,


educação, meio ambiente, contexto social, etc. Todas, embora o influenciem, não são
determinantes. Esperam uma resposta de sua parte. Achar que, além dessas
influências todas, nos resta alguma na disposição dos planetas, é apoiar-se em algo
não só improvável, mas impossível.

Mais um detalhe: Se eu posso me desviar do mal (Jó 1.1; Pv 22.3), então não cairei
nele. Não posso aceitar que só porque nasci em tal data estou definitivamente fadado
a sofrer algo ou mesmo a obter algo. Este pensamento fatalista é deveras ruim para a
vida do homem sobre a terra.

Porque o sustentáculo da astrologia é o comércio, não a verdade

“Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda a espécie de males”, escreveu o apóstolo


Paulo ao seu discípulo Timóteo (1Tm 6.10). E, na verdade, muitos tipos de erros e
enganos são sustentados pelo mercado, independente de sua veracidade. As
máquinas de propaganda constantemente fazem as pessoas comprarem um produto
que não precisam por um preço que não podem pagar. Esta é a sua missão.

Com a astrologia não é diferente. Sua popularidade não é proporcional à sua utilidade
ou veracidade, mas à publicidade que a promove e ao lucro que resulta disso. A ajuda
que ela oferece às pessoas, seja psicológica ou real, é “zero”. As bases para suas
afirmações são excessivamente frágeis. As pessoas que lêem e consultam horóscopos
e astrólogos dificilmente encontram apoio sólido para suas decisões. Alguém já disse:
“A falácia que me alegra é preferível à verdade que me entristeça”. As pessoas
preferem ser consoladas pela ilusão a ser confrontadas com a realidade. Mas os
valores movimentados por este segmento são altos o suficiente para mantê-lo vivo.

Existe uma miríade de publicações periódicas especializadas no assunto. Sem falar


que todo jornal ou revista que se preze, independente do assunto que aborde, traz
sua seção de astrologia. Isto quando não vemos os mais diversos assuntos abordados
de um ponto de vista astrológico. Além disso, há livros, cursos e outros materiais, o
que faz que o ramo se “profissionalize” cada vez mais. O preço de um mapa astral
atualmente varia em torno de R$ 30,00 a R$ 600,00, aproximadamente. E a procura
cresce a cada dia.

Embora qualquer pessoa séria perceba o engano por trás dessa crença, a aura de
misticismo que a envolve, aliada a uma propaganda maciça, transforma fumaça em
castelos sobre a rocha. Acaba se tornando um hobby, um hábito que será praticado
mesmo sem convicção, quase automaticamente. Já dizia Goebbels, chefe do
Departamento de Propaganda de Hitler, que “vinte e cinco mentiras valem por uma
verdade”. A máxima não pronunciada de que “se é popular, então é verdadeiro” é
que prevalece.

Se um jornal tirasse a seção de economia de suas páginas, causaria menos polêmica


Página

do que se tirasse a seção de astrologia. Mesmo que a astrologia do jornal não passe
de alguns conselhos “interessantes” emitidos por um jornalista qualquer, algumas
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pessoas se tornam tão viciadas que não saem de casa sem lê-los. Para o jornal ou
revista, é uma questão econômica e não espiritual. A única questão envolvida é a do
retorno financeiro. (Uma jornalista que trabalhava para um grande diário confessou,
certa vez, que quando ficou encarregada da seção de astrologia misturava
“previsões” de edições antigas e as liberava para publicação).

Basta ler alguns dos horóscopos que circulam nos periódicos, mesmo nos
especializados, para perceber que não passam de conselhos e possibilidades que se
encaixam com qualquer pessoa, em qualquer lugar sobre a terra. Nada há de exato e
extraordinário. Mas não cessarão. A máquina econômica é muito lucrativa para que a
deixem morrer.

Porque as afirmações da astrologia são arbitrárias

Por exemplo, Roy Gillet, presidente de uma das maiores associações de astrólogos do
Reino Unido, fez a seguinte observação política sobre W. Bush, presidente dos EUA, e
Tony Blair, primeiro-ministro inglês: “Descobri que o Blair tem a Lua em Aquário, coisa
de gente muito fechada, auto-suficiente. Ele e o Bush têm o Sol em Câncer, por isso
são tão amigos e não dão satisfação a ninguém. Fazem sempre o contrário do que o
mundo inteiro espera deles”.

Por que “ter a Lua em Aquário” faz alguém ser fechado? Não poderia fazer a pessoa
ser concentrada, ou analítica, ou extrovertida, ou alegre, por exemplo? Por que o fato
de ambos terem “o Sol em Câncer” os faz amigos? De onde vem o conhecimento de
que tal posição dos astros indica tal atitude nas pessoas? É algum tipo de lei da
natureza? São leis universais aceitas por todos os astrólogos de todas as épocas em
todos os lugares? Essas leis podem ser comprovadas? Ou são meros produtos da
opinião dos astrólogos?

As leis astronômicas foram descobertas pelos astrônomos. As leis astrológicas foram


inventadas pelos astrólogos. Não existem lógicas em suas deduções. Não existem
princípios que possam ser extraídos e aplicados infalivelmente em qualquer tempo e
lugar. Tudo o que é dito a respeito de uma interpretação astrológica é dito
arbitrariamente, segundo a criatividade e opinião do astrólogo. O significado dos
astros não é extraído por algum processo lógico, mas, sim, atribuído pelos astrólogos
conforme a “fertilidade” de sua imaginação.

Porque a astrologia está ligada ao paganismo

Os nomes dos planetas: Vênus, Marte, Saturno, Plutão, não foram escolhidos por
acaso. Eram os nomes dos deuses do panteão greco-romano. Todavia, mais do que
nomes, os gregos e os romanos consideravam os astros como deuses. Vemos esta
associação com a explicação fornecida por uma astróloga referente ao planeta Marte:
“Do que a astrologia é capaz, afinal? Segundo Celisa Beranger, a astrologia é um
saber simbólico: faz associações entre movimentos celestes e eventos terrestres, e as
Página

interpreta como quer. Um exemplo: ‘Qual é o significado quando Marte se aproxima


da Terra?’. Ele tem um significado: Marte é o deus da guerra. A sua analogia é de
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beligerância ou de belicosidade, explica Celisa”.

Gostaríamos de uma resposta para a seguinte questão: Marte é o deus da guerra? Em


qual crença? Cristã? Muçulmana? Ou pagã? Existe, de fato, o deus da guerra? E o que
ele tem a ver com o planeta que leva o seu nome? Esta associação não tem sentido
nenhum. Vejamos bem: o que temos aqui é um deus inexistente (imaginário), que
empresta seu nome para um corpo celeste que, por causa desse empréstimo, passa a
exercer a influência segundo a característica do deus inexistente. Pagananismo e
astrologia andam de mãos dadas.

Os egípcios foram os primeiros a construir um calendário solar. Separaram um grupo


de 36 estrelas brilhantes que, uma a uma, foram separadas entre si por um período
de dez dias. Essas estrelas, que serviam para indicar o tempo através dos anos,
vieram a ser chamadas de decanos (termo do tarô). Cada decano foi concebido como
sendo um espírito com poder sobre o período de tempo para o qual servia. Com isso,
podemos ver a identificação da astrologia com os deuses pagãos.

Quando a astrologia foi levada da Mesopotâmia para a Grécia, os planetas passaram a


ser para os gregos o que já eram para os mesopotâmicos – não simplesmente astros,
mas deuses. Como os filósofos não puderam abolir os deuses da crença popular, por
escolha ou necessidade, eles, então, identificaram os dois (deuses e crenças
populares). Platão chegou a propor em sua obra, As leis, que o Sol deveria ser
adorado com o título de Apolo.

Por outro lado, é maravilhoso ver que Moisés, instruído nas artes e ciências do Egito,
ensinou a Israel, pela revelação divina, a afastar-se desse tipo de idolatria. Disse ele:
“Que não levantes os teus olhos aos céus e vejas o sol, e a lua, e as estrelas, todo o
exército dos céus; e sejas impelido a que te inclines perante eles, e sirvas àqueles
que o SENHOR teu Deus repartiu a todos os povos debaixo de todos os céus” (Dt
4.19). Sua concepção era de um Universo criado por Deus para o bem do homem e
não de um Universo que era algum deus.

Por essas palavras, percebemos que a adoração aos astros era comum na
antiguidade. Mas aqueles que queriam ser fiéis a Deus fugiam disso: “Se olhei para o
sol, quando resplandecia, ou para a lua, caminhando gloriosa, e o meu coração se
deixou enganar em oculto, e a minha boca beijou a minha mão, também isto seria
delito à punição de juízes; pois assim negaria a Deus que está lá em cima” (Jó 31.26-
28).

Conhecendo as raízes da astrologia, cabe ao homem afastar-se desta para apegar-se


ao Deus vivo.

Porque a astrologia está ligada à magia

“Caso de um acaso bem marcado em cartas de tarô. Meu amor, o nosso amor estava
Página

escrito nas estrelas, tava sim...”. Era a música de uma cantora pop da década de 80.
É fácil perceber o quanto a astrologia está próxima de outros tipos de magia e
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ocultismo. O perfil do astrólogo não se harmoniza, em ponto algum, com o do


pesquisador, do astrônomo ou do cientista. Ele não é um pensador, nem um filósofo.
Na verdade, é um “vidente”, um tarólogo, um bruxo, um quiromante, ou algo
parecido. Quem lida com astrologia lida com os poderes do oculto e não com as
evidências da ciência ou da sabedoria. Negar isto é tolice.

Por mais que os astrólogos queiram incluir cálculos matemáticos e astronômicos em


suas “previsões”, isto não os redime. Na verdade, os resultados de suas análises têm
mais a ver com a mediunidade do que com a precisão científica. Longe de ser uma
ciência exata, a astrologia não passa de uma arte de adivinhação tão condenada pela
Bíblia como as demais.

A astrologia é irmã gêmea da magia. Em seu livro sobre magia moderna (wicca),
Eddie Van Feu afirma: “Todos os rituais devem seguir uma tabela planetária para uma
melhor eficácia...”. Segundo ela, “você precisa saber quais influências cada planeta
exerce e consultar as horas e os dias de acordo com seu ritual ou encantamento”. Lua
cheia, solstícios, influência dos planetas (cada astro exerce uma influência específica),
são elementos comuns à bruxaria.

Porque a Bíblia condena todo tipo de adivinhação e ocultismo

A astrologia, em sua forma tradicional, é um método de adivinhação baseado na


teoria de que as posições e movimentos dos corpos celestes (estrelas, planetas, Sol e
Lua), no momento do nascimento, influenciam profundamente a vida da pessoa. Na
sua forma psicológica, a astrologia é um tipo de terapia da Nova Era, usada para a
autocompreensão e análise da personalidade.

Tem sido a porta de entrada mais comum para outros tipos de ocultismo. Embora em
sua comercialização assuma, muitas vezes, um caráter inocente, quase como que de
uma brincadeira popular, quando, porém, proferida e utilizada por verdadeiros
astrólogos, torna-se tão nociva espiritualmente quanto as outras formas de
adivinhação.

Quem deseja, pois, se afastar de todo tipo de práticas proibidas deve também se
afastar da astrologia, ainda que apresente aparência de inocência. “Quando entrares
na terra que o SENHOR teu Deus te der, não aprenderás a fazer conforme as
abominações daquelas nações. Entre ti não se achará quem faça passar pelo fogo a
seu filho ou a sua filha, nem adivinhador, nem prognosticador, nem agoureiro, nem
feiticeiro; nem encantador, nem quem consulte a um espírito adivinhador, nem
mágico, nem quem consulte os mortos; pois todo aquele que faz tal coisa é
abominação ao SENHOR; e por estas abominações o SENHOR teu Deus os lança fora
de diante de ti” (Dt 18.9-12).

Por este motivo, o profeta Isaías, ao proferir seu juízo contra a idólatra Babilônia,
também não pôde deixar de profetizar contra seus “agoureiros dos céus”, aqueles
Página

que se diziam capazes de predizer o futuro por meio das estrelas: “Deixa-te estar com
os teus encantamentos, e com a multidão das tuas feitiçarias, em que trabalhaste
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desde a tua mocidade, a ver se podes tirar proveito, ou se porventura te podes


fortalecer. Cansaste-te na multidão dos teus conselhos; levantem-se pois agora os
agoureiros dos céus, os que contemplavam os astros, os prognosticadores das luas
novas, e salvem-te do que há de vir sobre ti. Eis que serão como a pragana, o fogo os
queimará; não poderão salvar a sua vida do poder das chamas; não haverá brasas,
para se aquentar, nem fogo para se assentar junto dele. Assim serão para contigo
aqueles com quem trabalhaste, os teus negociantes desde a tua mocidade; cada qual
irá vagueando pelo seu caminho; ninguém te salvará” (Is 47.12-15; grifo nosso).
Porque eu entreguei minha vida a Jesus e Ele é o Senhor das minhas
atitudes, do meu presente e do meu futuro

A experiência cristã de conversão e novo nascimento põe fim completo à crença na


astrologia. Para alguém que passou a viver sob o senhorio de Jesus Cristo, não existe
lugar para a noção de que o movimento dos astros no céu seja responsável por
qualquer coisa em sua vida, seja seu jeito de ser e pensar, seja seu futuro.

A vida cristã é concebida em termos do caráter de Cristo. “Já estou crucificado com
Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim” (Gl 2.20). Somos transformados
pelo Espírito Santo (2Co 3.18) para nos tornarmos semelhantes a Cristo (Rm 8.29).
Antes disso, está escrito que éramos controlados por nossa carne, pensamento e,
também, por Satanás (Ef 2.2,3). Não podemos aceitar a “forma” deste mundo (Rm
12.2), e isto inclui rejeitar a crença na astrologia como fator determinante de nossa
personalidade.

A vida cristã é regida por chamado e ministério (At 20.24). Deus tem um propósito e
um futuro para a nossa vida (Jr 29.11), e devemos viver segundo este propósito para
que possamos chegar a este futuro que Ele nos tem preparado. Não há espaço para
confiar em coisas “escritas nas estrelas”. Nada que aconteça no espaço sideral deve
nos atemorizar. Nenhuma previsão astrológica deve causar qualquer preocupação em
nosso coração. “Não vos espanteis dos sinais dos céus; porque com eles se
atemorizam as nações” (Jr 10.2). Um crente de verdade está seguro da sua vida nas
mãos de Deus e de modo algum vai se deixar enganar pelos absurdos da astrologia.

Não podemos aceitar nada na astrologia

Nem seus conceitos, suas explicações, suas reivindicações. Não há nada escrito nas
estrelas sobre o destino individual de ninguém. Os astros definitivamente não
predizem o futuro. Definitivamente também não influenciam o comportamento
humano. Se quiserem, as pessoas podem mudar esses fatos ou continuar apegando-
se a crendices supersticiosas. Mas não podem ter uma confiança verdadeira em Deus
e nos astros ao mesmo tempo.

Se há algo para o homem entender quando olha para as estrelas, com certeza não é
seu temperamento nem seu futuro. Mas pode olhar para o céu e reconhecer um
Página

pouco da glória e do poder de Deus: “Os céus declaram a glória de Deus e o


firmamento anuncia a obra das suas mãos” (Sl 19.1). “Porquanto o que de Deus se
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pode conhecer neles se manifesta, porque Deus lho manifestou. Porque as suas
coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua
divindade, se entendem, e claramente se vêem pelas coisas que estão criadas” (Rm
1.19,20).

Pode também fazer como o rei Davi e perceber a bondade de Deus e a pequenez do
ser humano diante da grandeza do Universo:
“Quando vejo os teus céus, obra dos teus dedos, a lua e as estrelas que preparaste;
que é o homem mortal para que te lembres dele? e o filho do homem, para que o
visites? pois pouco menor o fizeste do que os anjos, e de glória e de honra o coroaste.
Fazes com que ele tenha domínio sobre as obras das tuas mãos; tudo puseste
debaixo de seus pés: todas as ovelhas e bois, assim como os animais do campo, as
aves dos céus, e os peixes do mar, e tudo o que passa pelas veredas dos mares. Ó
SENHOR, Senhor nosso, quão admirável é o teu nome sobre toda a terra!” (Sl 8.3-9).

Glória ao Deus que é sobre todas as coisas!

Mapa astral - Aspectos Planetários

Os astrólogos acreditam que os traços de personalidade e a direção da vida de um


indivíduo são revelados pela posição das estrelas e dos planetas por ocasião do seu
nascimento. Para interpretar possibilidades e ver como poderiam ser desenvolvidos
certos potenciais, os astrólogos seguem o mapa astral.

Elaborar um mapa completo é um processo complicado que exige consulta a diversas


fontes. Tais cálculos só podem ser dominados com instrução, paciência e prática.

De acordo com a tradição, pede-se para um astrólogo experiente traçar este mapa.
Em geral, este cobra uma taxa que inclui uma interpretação do mapa e os conselhos
aos respectivos conflitos descobertos.

Um dos aspectos mais poderosos que podem aparecer em um mapa são a oposição, a
quadratura, a conjunção e o trígono. Para interpretá-los, leva-se em consideração a
natureza dos planetas envolvidos. Abaixo, você encontra os exemplos pela posição
em Marte e Saturno. Veja:

Oposição

Aqui, o planeta Saturno – que simboliza estrutura, disciplina e autoridade – aparece na


primeira casa, que governa a independência. Marte – que representa desejo, energia
e sexualidade – opõe-se a Saturno na sétima casa, que rege as parcerias. Os
astrólogos interpretam esse aspecto de oposição como um forte conflito entre o
desejo de ficar sozinho e autocontido e a busca agressiva de relacionamento com os
demais.
Página

Quadratura
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Este aspecto de quadratura revela um conflito entre Marte na quarta casa, que
governa a infância, e Saturno representa a autoridade e a disciplina, além da
paternidade e do relacionamento com o pai. Para os astrólogos, esse aspecto assinala
o conflito de alguém com o pai, bem como com outras figuras de autoridade.

Conjunção
Neste aspecto, que se costuma interpretar como sinal de luta interna, os planetas
Marte e Saturno aparecem na quinta casa, que se julga reger a criatividade. Neste
caso, Marte, que representa o desejo e as coisas físicas, está em luta com Saturno,
símbolo da disciplina; segundo a interpretação de um astrólogo, esta conjunção
poderia significar uma luta contra a letargia ou a dificuldade em impor disciplina a
uma energia física.

Trígono

Marte na sétima casa, que se supõe ser regente das relações e parcerias íntimas, seta
separado por 120 graus de Saturno na casa 11, que se supõe descrever tanto a
interação social quanto a criativa. Esse aspecto, dizem os astrólogos, cria uma
atmosfera na qual parcerias energéticas resultam em contribuições sociais
responsáveis.

Glifos planetários

No mapa natal, cada planeta, o Sol e a Lua são representados por um símbolo, ou
glifo. Os planetas retrógrados – aqueles que, vistos da Terra, parecem estar andando
para trás – são anotados com um símbolo especial, assim como os nodos Norte e Sul
da Lua, pontos em que a órbita mensal da Lua cruza a eclíptica.

Notas:

COSTA, Jefferson Magno. Porque Deus condena o espiritismo. CPAD, 1987.


VAN FEU, Eddie. Wicca.Editora Escala, 2003.
Enciclopédia Britânica. Verbete Astrologia Vol 2, Edição de 1967.
Revista Superinteressante, nº 10, ano 2, out/1988.
KELLY, I.W. Modern Astrology: a critique, p. 931.
http://www.cetico.hpg.ig.com.br/astrologia.html.

Página
90
14. Pró-Vida - A integração cósmica pregada pelo
movimento de Celso Charuri

Por Natanael Rinaldi

Um movimento estranho de caráter esotérico, sediado na cidade de São Paulo, já


alcançou algumas outras cidades do país.

Embora não possamos defini-lo como uma sociedade secreta religiosa, como a
Maçonaria, a Teosofia ou a ordem Rosa-Cruz, este movimento, porém, não deixa de
manter um certo “secretismo” em relação às suas atividades e doutrinas, restritas aos
seus membros. A curiosidade de alguns dos interessados só pode ser satisfeita com a
condição de a pessoa matricular-se nos cursos oferecidos pelo Instituto.

Quase todas as circulares, por meio das quais são oferecidas instruções aos
participantes do Instituto, apresentam a seguinte declaração (ou pergunta) em
manchete: “Como vai a sua mente?”. Com isso, demonstra que sua preocupação
maior é o desenvolvimento da mente, cujo objetivo é fazer que o participante chegue
ao que denominam “Integração cósmica”.

O que é realmente a Pró-Vida?

Deixemos que o dr. Celso Charuri, idealizador e fundador da entidade, responda à


pergunta: “a Pró-Vida é um Instituto, com sede na capital de São Paulo, que se propõe
a conduzir os interessados a uma integração cósmica”.
Página

A fim de colocar o leitor a par da referida entidade, prosseguimos com as indagações.

O que significa integração cósmica?


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“Significa fazer que o homem amplie sua visão em relação ao ‘habitat’ em que vive.
Em simples palavras, significa sair do seu egocentrismo, depois de sua cidade, depois
do seu estado, depois de seu país, depois de seu planeta, depois de todos os planetas
e assim por diante, até descobrir que ele é uno e todo ao mesmo tempo, e que dentro
dele brilha a mesma centelha divina que também está presente numa bactéria do
mais longínquo planeta imaginável”.
E como a Pró-Vida conduz os interessados a este propósito?

“Por intermédio de nove cursos, nos quais são discutidos e analisados temas dentro
da esfera mental, física e espiritual”.

Lá se pratica treinamento mental?

“Sim, de uma forma ordenada, por profissionais capacitados, representados por


médicos, fisiologistas, psicólogos e filósofos”.

Em que consiste o treinamento mental?

“Consiste numa série de processos, que visam a retirada dos véus que impedem ao
homem a captação de vibrações energéticas que nos cercam”.

O que acontece quando estes véus são retirados?

“Acontece uma ampliação de consciência, até chegar à consciência cósmica”.

Que benefício isto traz ao homem?

“Com a ampliação da consciência, o homem conhecerá a Verdade que o levará à


Justiça, que lhe dará liberdade e, finalmente, o homem encontrará a almejada paz”.

E o que é a central geral dos dízimos?

“É, em resumo, o ato manifestado, ou seja, a ação que é própria do homem integrado
cosmicamente. Em outras palavras, é o privilégio de ser nas mãos de quem dá”1
(grifo do autor).

Diante dos pontos centrais expostos pela Pró-Vida, tecemos os seguintes comentários
a respeito:

Panteísmo

Pode-se afirmar que a Pró-Vida é mais uma entidade que integra o conceito do
Página

Movimento Nova Era. Que conceito é este? Administrar melhor a mente do indivíduo a
fim de alcançar, pelo desenvolvimento da mente, sua própria divindade, tornando-se
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Um com o Todo. A Nova Era propaga que “Jesus nos ensinou a usarmos o que hoje a
Ciência da Mente reconhece que é uma lei infalível e universal: o que você pede, o
que você pensa e deseja, o que você mentaliza, acontece, porque o subconsciente é
acionado para executar. No âmago do subconsciente está o Pai, o eu superiror”.2

Quando lemos a respeito de conceitos como os expostos, logo nos lembramos que
este grupo admite um princípio religioso conhecido como panteísmo, ensino próprio
das religiões orientais, como o budismo, o hinduísmo, o taoísmo, entre outros. Este
ensino admite que tudo é Deus e porque tudo é Deus, então Deus, como um ser
pessoal espiritual, não existe. Para este conceito, a identidade Pró-Vida dá uma nova
nomenclatura: “integração cósmica”. Nos outros movimentos ocultistas, a expressão
é “consciência cósmica”.

Segundo o dr. Celso, “integração cósmica” é sair do egocentrismo [...] até nos
unirmos no Deus Uno e Todo.

A oração do Pai-nosso

Ao ensinar a oração do Pai-nosso, Jesus incluiu uma súplica que deveria ser repetida
todas as vezes que ela fosse feita: “... seja feita a tua vontade, assim na terra como
no céu” (Mt 6.10).

Ao contrário da oração-modelo recomendada por Jesus — “seja feita a tua vontade,


assim na terra como no céu” — houve alguém num passado longínquo que fez uma
oração diferente, dentro dos moldes a que se propõe a Pró-Vida com seus cursos de
desenvolvimento mental, sugestionando o conceito de “nos unirmos no Deus Uno e
Todo”. A pessoa em questão foi Lúcifer, o líder dos coros celestiais. A sua oração está
dita nos seguintes termos: “Eu subirei ao céu, acima das estrelas de Deus exaltarei o
meu trono, e no monte da congregação me assentarei, ao lado do norte. Subirei sobre
as alturas das nuvens, e serei semelhante ao Altíssimo” (Is 14.13,14).

A vontade de Deus já não era mais importante para Lúcifer. Ele tinha decidido “fazer
a sua própria vontade”. E, com um terço das hostes angelicais, ele lançou a sua
rebelião. Foi um esforço abortado porque Deus reagiu rapidamente. As legiões de
anjos que acompanharam Lúcifer foram lançadas fora do céu como estrelas cadentes.
O domínio de Lúcifer foi imediatamente reduzido do estado celestial para um posto
distante do universo chamado terra. O seu espírito de anarquia contra-explodiu da
maneira mais terrível. No entanto, Lúcifer, agora Satanás, não admitiria derrota ou
erro. Então começou a procurar outras vítimas as quais pudesse enganar para fazer o
seu trabalho, como ele tinha feito com os anjos ímpios. Seus olhos caíram sobre Eva
e, imediatamente, pôs as mãos à obra.

“Ora, a serpente era mais astuta que todas as alimárias do campo que o SENHOR
Deus tinha feito. E esta disse à mulher: É assim que Deus disse: Não comereis de toda
a árvore do jardim? E disse a mulher à serpente: Do fruto das árvores do jardim
Página

comeremos, mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: Não
comereis dele, nem nele tocareis para que não morrais. Então a serpente disse à
93

mulher: Certamente não morrereis. Porque Deus sabe que no dia em que dele
comerdes se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal”
(Gn 3.1-5).

A frase de Satanás ainda não mudou: “É assim que Deus disse?”. Sempre lançando
dúvidas sobre a autoridade da Palavra de Deus. Deus tinha dado ordens específicas a
Adão e Eva para que não comessem do fruto da árvore do conhecimento do bem e do
mal, pois, caso o fizessem, certamente morreriam. Satanás lançou a idéia de que
talvez Deus estivesse enganado e que eles certamente não morreriam. Ao contrário,
seriam como deuses. Esta é a promessa do Movimento Nova Era e de seu Instituto
menor, a Pró-Vida.

Diz o dr. Celso que a “’integração cósmica’ é sair do egocentrismo [...] até nos
unirmos no Deus Uno e Todo”.

As teses básicas da doutrina panteísta são:

a) Nada existe, exceto a matéria.

b) Deus e o universo são idênticos.

c) Todas as coisas, corpóreas ou espirituais, emanam da substância divina.

d) A substância divina torna-se todas as coisas por manifestação ou evolução de si


mesma.

e) Deus é um ser universal e indefinido que, ao determinar-se a si mesmo, compõe o


universo que é diversificado em gêneros, espécies e indivíduos.
Um Deus pessoal

Ao contrário, a Bíblia ensina o monoteísmo, ou seja, a existência de um só Deus. Os


judeus pronunciam em altos sons: “Ouve, Israel, o SENHOR nosso Deus é o único
SENHOR. Amarás, pois, o SENHOR teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua
alma, e de todas as tuas forças” (Dt 6.4,5).

O próprio Deus afirma sua singularidade: “Eu sou o SENHOR; este é o meu nome; a
minha glória, pois, a outrem não darei” (Is 42.8).

O apóstolo Paulo ensina também que devemos descobrir “qual seja a boa,agradável,
e perfeita vontade de Deus para as nossas vidas” (Rm 12.2). Este Deus revelou-se na
Bíblia como o Pai, o Filho e o Espírito Santo (Mt 3.16,17; 28.19; 2Co 13.13).

Etapas para alcançar a paz

Além de oferecer aos seus alunos condições de alcançarem a integração cósmica, o


Página

dr. Celso declara:


94

“Com a ampliação da consciência, o homem conhecerá a Verdade. Esta o levará à


Justiça, que lhe dará Liberdade e, finalmente, o homem encontrará a almejada Paz”.

Em outras palavras, alcançar a paz por caminhos diferentes dos apontados na Bíblia.
Alcançar a Verdade, alcançar a Justiça, alcançar a Liberdade que levará o homem à
almejada Paz, por outros caminhos, como desenvolvimento por meio de cursos
mentais, é procurar algo em vão. Jesus declarou os meios pelos quais esta verdadeira
paz poderia ser alcançada: “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou
como o mundo a dá. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize” (Jo 14.27).

Como sabemos pela Bíblia, o problema do homem não é a ignorância de sua


divindade nem de seu poder mental ainda inato que precisam ser despertados pelo
desenvolvimento de poderes extra-sensoriais para que ele (o homem) se integre ao
cosmos. Antes, o problema do homem é o pecado, que se introduziu no mundo pela
desobediência: “Portanto, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo
pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens por isso que todos
pecaram” (Rm 5.12).

O pecado afasta o homem de Deus e o torna infeliz: “De que se queixa, pois, o
homem vivente? Queixe-se cada um dos seus pecados. Esquadrinhemos os nossos
caminhos, e provemo-los, e voltemos para o SENHOR” (Lm 3.39-40).

Jesus veio ao mundo para reconciliar o homem com Deus, perdoando os seus
pecados: “O qual por nossos pecados foi entregue, e ressuscitou para nossa
justificação” (Rm 3.25). Quando o homem aceita a Jesus Cristo como Senhor e
Salvador encontra a paz tão almejada pela humanidade: “Tendo sido, pois,
justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo” (Rm 5.1).

Certamente, o curso ministrado pelo movimento Pró-Vida jamais poderá oferecer aos
seus alunos e simpatizantes e paz que tanto almejam e procuram.

Cursos ministrados

Nas agendas das atividades físicas e mentais marcadas para cada mês encontram-se
as programações com as seguintes atividades: Torneio Robin Hood de Arco e Flecha,
Clarividência, Ginástica Aeróbica, Vôlei, Telepatia, Psicometria, Xadrez para iniciantes,
Feiras de Mitologia, Radiestesia, entre outras.

Ainda, como parte das festividades, programam o dia da Assembléia Central Geral do
Dízimo no Clube de Campo Pró-Vida. Existe também o Corpo de Baile da Pró-Vida.

Algumas dessas práticas têm ligação ocultista e, por conseqüência, têm


conotação com o satanismo. Vejamos:
Página

Clarividência: é a “visão” mental de objetos ou eventos físicos a distância, por meios


95

psíquicos.

Levitação: a pessoa fica suspensa no ar.

Psicometria: é a capacidade de adivinhar atos a partir de objetos pessoais.

Telepatia: é a transferência silenciosa de pensamentos de uma mente para outra.


Envolve a percepção extra-sensorial dos pensamentos ou do estado mental de outra
pessoa.

Radiestesia: trata-se da prática de procurar a localização de objetos ocultos por meio


das varas de adivinhação, dos pêndulos. É aplicada também em outros campos
(prospecção mineral).

Feiras de Mitologia: ocasião em que certos objetos ligados à mitologia são expostos à
venda. Destacam-se incensos, perfumes, talismãs e amuletos de uso universal como:
figa, ferradura, trevo de quatro folhas, elefante em estatueta, forca, corcunda,
pomba, cobra mordendo a cauda, gato preto, sino, entre outros.

Proibição divina

Consideradas à luz do ensino bíblico, não vemos como possamos criticar qualquer
exercício físico que vise o bem do corpo: “Porque o exercício corporal para pouco
aproveita, mas a piedade para tudo é proveitosa, tendo a promessa da vida presente
e da que há de vir” (1Tm 4.8). Contudo, outros exercícios que envolvem a mente em
práticas ocultistas são contrários aos ensinos bíblicos:

“A feiticeira não deixarás viver” (Êx 22.18).

“Não agourareis nem adivinhareis” (Lv 19.26).

“Quando alguém se virar para os adivinhadores e encantadores, para se prostituir


com eles, eu porei a minha face contra ele, e o extirparei do meio do seu povo.
Quando, pois, algum homem ou mulher em si tiver um espírito de necromancia ou
espírito de adivinhação, certamente morrerá; serão apedrejados; o seu sangue será
sobre eles” (Lv 20.6,27).

“Entre ti não se achará [...] nem adivinhador, nem prognosticador, nem agoureiro,
nem feiticeiro; nem encantador, nem quem consulte a um espírito adivinhador, nem
mágico, nem quem consulte os mortos; pois todo aquele que faz tal coisa é
abominação ao SENHOR; e por estas abominações o SENHOR teu Deus os lança fora
de diante de ti” (Dt 18.10-12).

Porta que leva à perdição


Página

Como convite irrecusável para os que se interessam pelo seu curso, a Pró-Vida
oferece: “O MUNDO BEM MELHOR JÁ É UMA REALIDADE PARA OS QUE
96

ATRAVESSARAM A PORTA PRÓ-VIDA”.3

Em contrapartida, declaramos que o mundo de fato tornou-se verdadeiramente bem


melhor para aqueles que realmente aceitaram o Príncipe da Paz: “Porque um menino
nos nasceu, um filho se nos deu, e o principado está sobre os seus ombros, e se
chamará o seu nome: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade,
Príncipe da Paz” (Is 9.6).
Jesus afirmou: “Eu sou a porta; se alguém entrar por mim, salvar-se-á, e entrará, e
sairá, e achará pastagens” (Jo 10.9).

A entrada pela porta larga é a que conduz à perdição (Mt 7.13,14).

Fiquemos atentos!

Notas:

1 Circular 69, outubro de 1986.


2 Lauro Trevisan. Os Poderes de Jesus Cristo, p. 234.
3 Circular nº 70, de novembro de 1986.

15. Raelianos – Somos clones dos ET’s

Os embaixadores dos extraterrestres

Por Elvis Brassaroto Aleixo


Página

Não é a primeira vez que o mundo fica perplexo diante de um alarme assombroso.
Sejam relacionados à política, à ciência ou à religião, alguns acontecimentos têm
97

mudado o rumo de nossa história. Na área científica, principalmente, os avanços e as


descobertas vêm rompendo barreiras que outrora eram restritas apenas ao campo
fértil da imaginação humana com temas fictícios, irreais. Exemplos desses impactos:
em 1969, a chegada do homem à Lua; em 1978, o nascimento do primeiro bebê de
proveta; em 1997, a clonagem da ovelha Dolly. As novidades não pararam por aí.

Voltando à frase primeira deste texto, no dia 29 de dezembro de 2002, a empresa


Clonaid, nas Bahamas, anunciou aos quatros ventos da terra que havia trazido ao
mundo, com sucesso, o primeiro clone humano, uma menina, nascida de cesariana,
chamada Eva, “cópia idêntica” de sua mãe, uma americana de 31 anos. O fato curioso
é que a empresa mantém laços estreitos com um movimento exótico conhecido como
“Religião raeliana”.

Nossas pesquisas revelaram tratar-se de um grupo totalmente fantasioso. Ao


conhecer o teor doutrinário do movimento raeliano é possível equipará-lo às
fantásticas histórias científicas de Julio Verne1. Só que no caso de Verne as fantasias
não passam de fantasias e, portanto, não são acreditadas por uma legião de adeptos.

Segundo ensina esse grupo, Jesus Cristo é meio-irmão de seu fundador e sua
humanidade é fruto de experiências alienígenas realizadas há 25 mil anos, entre
outros contra-sensos. Como se essas estranhas doutrinas não fossem suficientes, o
movimento tem gerado ainda grande ceticismo e indignação entre os governos e as
comunidades médicas e científicas de todo o mundo com sua controvertida
declaração.

Dado a repercussão do fato, aprouve-nos pesquisar as origens e os fundamentos


doutrinários desse grupo que, com muita rapidez, se tornou conhecido mundialmente.

Como tudo começou

O título da seita é uma derivação do nome de seu fundador, o francês Claude


Vorilhon, autodenominado Rael, ex-jornalista e ex-piloto automobilístico.

Segundo Rael, tudo começou no dia 13 de dezembro de 1973, quando ele foi
supostamente visitado por um ET, que se apresentou com o nome de Yahvé Elohim
(dois nomes hebraicos de Deus utilizados na Bíblia hebraica). O fato ocorreu na cidade
de Auvergne, região central da França.

Rael explica que “a palavra Deus é uma tradução malfeita do termo Elohim, que
significaria aqueles que vêm do céu”. Esse “ser” seria o presidente dos Elohim, seres
divinos subalternos que, em seu primeiro contato, teriam raptado Rael e o
transformado em um Messias. Na ocasião, esses seres lhe forneceram as origens
remotas da criação e de todas as suas religiões. Um detalhe importante, segundo
Rael, a mensagem dos ETs foi transmitida, impecavelmente, no idioma francês.
Página

Rael conta que, por ser uma pessoa normal e “humilde”, não havia entendido o
motivo de ter sido escolhido pelos Elohim, pois achava que eles deveriam ter
98

procurado as potências do nosso mundo para estabelecer seus propósitos. Mas os


Elohim contestaram e afirmaram que existia uma imensa discórdia entre eles e as
nossas organizações políticas, morais, religiosas e filosóficas, sendo assim impossível
um contato amistoso com as nossas lideranças sem um mediador.

Mas a utopia de Rael continua, pois o principal motivo da escolha ainda não teria sido
esse. Os Elohim não queriam ser ocultados pelos governos, permanecer no
anonimato, o que fatalmente ocorreria caso se revelassem sem um planejamento, por
isso escolheram um jornalista desconhecido e independente, sem vínculos com
grandes organizações, um perfil ideal para suas finalidades.

Os raelianos hoje

No princípio de sua história, o grupo era chamado de Movimento Raeliano, mas sofreu
uma alteração em seu título, sendo atualmente conhecido como Religião Raeliana.
Mas como podemos observar, trata-se mesmo de mais uma nova seita, com uma
nova revelação e um novo líder. A diferença é que esta não declara ser fruto de uma
visão, sonho ou mensagem angelical, mas de um contato com extraterrestres.

Considerando a sua origem, alguns poderiam julgar que o movimento estaria fadado
ao fracasso, sem seguidores e sem repercussão. Ledo engano. Hoje, contam com a
adesão de 55 mil membros ativos e simpatizantes espalhados em 84 países.
Atualmente, estão sediados no Canadá, em Québec.

A seita se gaba de possuir um conselho científico e um grupo de guias e sacerdotes


que somam 130 pessoas no mundo inteiro, entretanto, as credenciais científicas de
seus membros têm sido amplamente contestadas pelos profissionais do segmento.

Afirmam ser uma instituição sem fins lucrativos e intitulam-se como um movimento
de caráter revolucionário constituído de livres pensadores, plenamente voluntários,
não conformistas, trabalhando para mudar a si mesmos e a sociedade com o fim de
acolher os seus “pais do espaço”, os Elohim.

Manancial de heresias

Como pode ser identificado na grande parte dos movimentos religiosos recentes, a
doutrina raeliana tem na Nova Era o seu manancial doutrinário. Os elementos em
comum podem ser flagrados sem o menor esforço. A crença em ETs é o pilar
doutrinário do grupo. Conforme ensina seu fundador, os Elohim lhe confiaram a
importante missão de edificar uma embaixada na Terra para recebê-los, e esses
embaixadores se identificam como os grandes profetas das grandes religiões.

Assim como o movimento aquariano, os raelianos também tributam à humanidade um


estado progressivo de evolução espiritual, vivendo, dessa forma, a iminência de um
dia atingirem o nível em que poderão relacionar-se com os seres superiores,
Página

alcançando a “expansão do indivíduo”. Acreditam que um dos principais índices dessa


“maturidade” é a evolução holística2 dos relacionamentos humanos. Aguardam a
99

unificação governamental do mundo, o estabelecimento de uma única moeda


corrente, uma única língua e, como não poderia deixar de ser, alegam já conhecerem
o Messias, Rael, o que para nós não é nada surpreendente.

Destacam-se, ainda, em sua coleção de heresias, a “meditação sensorial”, cujo


objetivo é fazer que seus praticantes reconheçam a “hierarquia entre as raças
humanas” e, antagonicamente, sua auto-afirmação ateísta, o que revela o disparate e
a confusão de conceitos doutrinários do movimento.
Os “pais do espaço”

Não bastasse a crença absurda em alienígenas, os raelianos ainda ensinam que


somos criação de tais seres. Segundo Rael, o que ele chama de os “pais do espaço”
estiveram, há 25 mil anos, em nosso planeta e criaram a nossa raça por meio de
avançadas técnicas de clonagem. O tempo passou e os nossos antepassados
começaram a desenvolver as diversas religiões que hoje conhecemos, acabando por
mistificar os “pais do espaço”, chamando-os de deuses.

O fundador da seita chega a ponto de descrever os “criadores da raça humana” e,


para nossa surpresa, desta vez, sua imaginação não foi nada original. Rael diz ter
presenciado, no interior de um vulcão inativo, próximo a Clermont Ferrand, no centro
da França, a aparição de um óvni de sete metros de diâmetro, feito de metal
brilhante, totalmente silencioso. Os ETs vistos por ele eram como os marcianos dos
desenhos animados, seres de baixa estatura, aproximadamente 1,20m de altura, cor
de pele verde-oliva, olho estreito, boca pequena, habitando num planeta distante três
anos-luz3 da Terra. Essa concepção sobre os ETs pode ser conferida na capa de seu
livro A mensagem transmitida pelos extraterrestres.

A evolução dos tais deuses é tão distante da nossa que Rael arrisca ilustrá-la por meio
de uma comparação, afirmando que a clonagem entre eles é algo ordinário, comum.
Para eles, clonar um ser humano é tão simples quanto é para nós gravarmos um CD.

A posição bíblica sobre os alienígenas

A idéia de que a raça humana é fruto de uma criação alienígena remonta a 1935,
quando Erick Von Daniken lançou seu livro Erinnerungen na Die Zukunft, em
português: Eram os deuses astronautas? A repercussão foi intensa e, desde então, os
adeptos da ufologia não pararam de crescer. Desde que surgiram os primeiros
“testemunhos” de contatos com esses seres até os dias de hoje, quase nada pôde ser
provado. Geralmente, as fraudes fotográficas e testemunhais dão conta de responder
ao “fenômeno”.

A Bíblia revela à humanidade, sem distorções, o início criativo de Deus. A seqüência


da criação não abre margem para a sustentação dos ufólogos. Basear a existência de
ETs no silêncio de Deus sobre a questão nos levaria à possibilidade de empregar o
Página

mesmo método de interpretação em relação a outras doutrinas bíblicas, o que nos


conduziria a um emaranhado de heresias. Ademais, os supostos ETs não trazem a
100

autenticação de Deus (Gn 1.4,10,12,21,25,31). Pela Bíblia reconhecemos apenas dois


níveis de hábitat: o terrestre e o celestial. As Escrituras nos revelam a existência de
apenas três naturezas: a divina, a espiritual e a humana. Nada mais além disso. Vale,
aqui, considerar a existência dos principados e potestades, das hostes espirituais da
maldade que habitam nos “lugares celestiais” (Ef 6.12), bem como o seu poder
(limitado por Deus) para operar sinais e prodígios (2Ts 2.9).

Norbert Liech, apologista do ministério Chamada da Meia-Noite, apresenta o seu


ponto de vista de modo muito interessante: “Deus nos informou acerca de detalhes
muito exatos do futuro (por exemplo, acerca da volta de Jesus, detalhes acerca do fim
deste mundo, como em Mateus 24 ou no livro de Apocalipse). Um dia o Universo será
enrolado como um pergaminho envelhecido (Is 34.4; Ap 6.14). Com isso, se Deus
tivesse criado seres viventes em outro lugar, Ele automaticamente destruiria a
morada deles”.

Liech continua: “Outro raciocínio que leva à mesma conclusão: se conhecemos a


finalidade das estrelas, temos em mãos a chave bíblica para respondermos às
questões concernentes aos assim chamados ´extraterrestres´. Com base em Gênesis
1.14,15, as estrelas são, portanto, orientadas e planejadas para a terra, ou, para ser
mais exato, para as pessoas que vivem na terra”.

Além do equívoco de crer em extraterrestres, o grupo raeliano atribui a eles a


“façanha inédita” de clonagem dos seres humanos. Levando em conta o contexto
místico que se esconde por trás dessa crença, não foi difícil entender a desconfiança e
o ceticismo que causaram no mundo todo.

Veja em nosso site a matéria: Óvnis: estão os seres humanos sozinhos no universo?

Uma fábrica de clonar

Os membros da seita fundaram, em 1997, a empresa Clonaid, nas Bahamas, com o


objetivo de fornecer serviços de clonagem. Segundo atesta a religião raeliana, este é
o artifício dos ETs para assegurar a eternidade da raça humana, a solução para todas
as doenças. Rael considera isso um grande bem proporcionado pelos alienígenas, mas
não tem pressa, pois está convicto de que, por ser um profeta, os Elohim “já lhe
garantiram” o privilégio de ser clonado quando morrer.

O preço do serviço está estipulado em 200 mil dólares, cerca de 700 mil reais, e, com
o tempo, querem abater o valor para 175 mil reais. Mas não é só isso. Afirmam
oferecer ainda uma diversidade de serviços como: preservação de tecidos para futura
clonagem e clonagem de animais de estimação.

A empresa é conduzida por Brigitte Boisselier, “bispa raeliana”, química e física


biomolecular. Como diretora científica da Clonaid, diz conduzir as experiências de
maneira “adequada” e reclama ainda não depender da religião raeliana para a
Página

manutenção financeira da empresa, embora seus objetivos e os da religião sejam


inseparáveis.
101

Em 2001, a empresa instalou-se nos Estados Unidos, mas já pretendem mudar de


país, pois suas experiências ferem as leis norte-americanas.

Segundo Rael, centenas de mulheres, adeptas do movimento, se apresentaram como


voluntárias para as experiências. Conforme critérios da empresa, as técnicas
utilizadas nas experiências são restritas a casais estéreis, homossexuais e doentes
terminais.
Fabricantes de deuses

“Comissionados” pelos Elohim, os raelianos pretendem construir laboratórios e


universidades por todo o mundo. Acreditam que os alienígenas prestariam suporte ao
nosso avanço tecnológico e, com isso, nos igualaríamos ao nível científico deles. Para
obtermos semelhante capacidade, teríamos de ultrapassar a etapa do “crescimento
acelerado”, ou seja, clonar, em poucos minutos, sem a necessidade da permanência
de nove meses no ventre materno. O “projeto” se estende a outras etapas, mais
fictícias ainda, como, por exemplo, transferir informação mental (da memória e da
personalidade) de um indivíduo envelhecido para um novo indivíduo, um clone adulto
fisicamente jovem. Essa transferência de memória a um jovem adulto determinaria a
vida de um mesmo indivíduo indefinidamente, seria o segredo para a vida eterna.
“Quando uma pessoa é clonada, cada vez que morre, e ao transferir sua memória e
personalidade a um corpo novo, ela vive eternamente em vários corpos”, explica
Rael. Seria uma espécie de reencarnação, o início da vida em um corpo jovem. Outro
absurdo.

Rael comenta sobre as conseqüências de tamanho avanço no âmbito legal: “As leis
humanas terão de se adaptar às nossas mudanças de cultura e aos avanços
tecnológicos em incremento [...] Ainda passarão numerosos dias antes que tal coisa
aconteça, mas novas leis têm de ser promulgadas para definir os critérios segundo os
quais poderemos nos beneficiar desta tecnologia. Aqui como no planeta dos Elohim, o
número de clones deverá ser limitado a um para cada indivíduo - e unicamente depois
da sua morte”.

Após alcançarmos hilariante evolução, seria possível à humanidade visitar outros


planetas e criar vidas ao seu bel-prazer, transformando-se então em Elohim para os
seres “criados”, isto é, seriam deuses para suas criaturas e estas, por sua vez, se
evoluiriam e tornar-se-iam semelhantes aos criadores.

A Bíblia condena a clonagem?

Os cientistas estão brincando de deuses! Esta sempre foi uma afirmação bastante
repetida no meio religioso em relação à questão. Entretanto, essa posição esbarra em
fatores relevantes. Um deles é o fato de Deus ter nos criado com imenso potencial, do
qual não utilizamos nem a metade de sua capacidade. Por que Deus nos criaria com
Página

tamanha potencialidade se não fosse para empregá-la? Explorar essa capacidade e


alcançar resultados é “brincar de ser Deus”? O que Deus quis dizer quando confiou ao
102

homem o domínio pleno de sua criação? (Gn 1.26). De fato, não há quaisquer
advertências quanto a esse domínio, exceto o fato de que devemos observar o
mandamento do Senhor, amando nosso próximo como a nós mesmos e ao Senhor
com todo o nosso coração, alma, força e entendimento (Lc 10.27).

Para uma visão equilibrada da questão não podemos julgar a clonagem sem
considerar suas causas e circunstâncias. Se alguém nos perguntasse se somos a favor
de experiências com urânio, certamente responderíamos que não, pois
imediatamente nos viria à mente as implicações catastróficas das bombas nucleares.
Mas se a finalidade das experiências fossem benéficas, tais como, controlar radiações
para que possam combater certas doenças, então nossa resposta seria sim, pois a
boa causa abonaria as experiências. Assim, a nossa capacidade pode ser revertida
para a prática do bem ou do mal, logo, a aplicação dos resultados e seus objetivos
deveriam ser o cerne da questão. Reservada as devidas distinções, o mesmo conceito
poderia ser aplicado à clonagem, mas a polêmica não é tão simplista assim.

Para que se obtivesse um resultado satisfatório com a ovelha Dolly, foram necessárias
277 tentativas, algo que reputaríamos monstruoso, caso ocorresse o mesmo com os
humanos. Mas se no futuro esse obstáculo fosse transpassado com uma única
experiência bem-sucedida, então o problema acabaria. Mas ainda outros teriam de
ser solucionados. Como viveriam os clones sabendo que não são filhos de ninguém?
Haveria discriminação por parte da sociedade? Teriam outras diferenças em relação a
nós? São perguntas que merecem uma reposta.

Em detrimento de tudo, o elemento que mais tem trazido malefícios é a saga dos
laboratórios em querer se apresentar ao mundo como mentores pioneiros da
experiência. É uma corrida em busca da publicidade que, às vezes, não respeita a
ética. É difícil avaliar as intenções, os limites e os resultados a que chegaremos.
Talvez, num futuro próximo, as coisas sejam diferentes, mas hoje a clonagem põe em
risco vidas humanas, a do bebê e a da gestante, precipitando-se em uma área em
que a sociedade ainda não criou consensos.

Inserido nesse complexo contexto, encontramos os raelianos misturando clonagem,


alienígenas e religião. Não é de espantar que o médico italiano Severino Antinori, um
dos credenciados cientistas envolvido nesse propósito, classificou o anúncio da
Clonaid como “uma piada de mau gosto”.

• Para aprofundamento sobre o tema veja em nosso site www.icp.com.br a matéria


Clonagem – a ciência e a religião.

Os objetivos da religião raeliana

Como toda religião, os raelianos advogam sua razão de existir. Para levarem a efeito
sua missão, a odisséia raeliana depende de uma mobilização que só pode ser
adquirida pela participação em seus eventos e seminários.
Página

Segundo explicam, o desenvolvimento da humanidade se daria numa cultura em que


103

o amor, o respeito e a realização fossem as únicas regras e onde a sinceridade, a


sensualidade e a individualidade pudessem desabrochar. Rumo a este ideal, os
raelianos expõem seus objetivos:

1. Informar sem convencer: a religião raeliana está fundamentalmente interessada


num diálogo aberto e honesto. Deseja apenas informar as pessoas interessadas nas
mensagens dos Elohim, não convencê-las.
2. Edificar uma embaixada: os Elohim têm pedido a Rael para edificar uma embaixada
onde se encontrarão com os nossos chefes políticos e científicos (extraterrestres) que
nos transmitirão sua sabedoria e tecnologia. O local da embaixada deve ser neutro e
internacionalmente reconhecido. Terá a proteção e a imunidade diplomática com o
objetivo de beneficiar todos os Estados.

3. Ignorar o passado e orientar a humanidade rumo ao futuro, com valores de amor,


de paz, de liberdade, de individualidade, de prazer e de realização. Declaram que é
necessário que a humanidade desenvolva seu relacionamento em busca da paz, isso
seria uma condicional para que os “pais do espaço” visitem a embaixada sem
ocasionar temor, hostilidade e fanatismo religioso.

4. Constituir um governo mundial e uma moeda única, com o fim de eliminar a fome,
doenças e sofrimentos e estabelecer, enfim, um mundo de realização e de lazeres
ativos para os quais a raça humana fora concebida.

Nova versão da Declaração universal dos direitos do homem

Os absurdos não cessam! Acredite se puder, os raelianos audaciosamente


desenvolveram uma nova versão da Declaração universal dos direitos do homem.
Trata-se de um suplemento que denominaram de Carta universal do ser humano, pela
qual sonham em submeter todas as religiões existentes. O documento adiciona 18
novos artigos, os quais julgam estarem adaptados à época em que vivemos. A análise
dos artigos deixa inconteste a estreita ligação entre os raelianos e a Nova Era. Em
suma, visam assegurar a observação de comportamentos, tais como: a busca da
felicidade individual e coletiva, o bem-estar social de toda a humanidade, a
preservação da fauna e da flora, o anti-racismo, o homossexualismo, a legalização
mundial da eutanásia, o ecumenismo etc.

Artigo 18

Um governo mundial deve ser estabelecido rapidamente e democraticamente. Este


governo estabelecerá um autêntico controle da aplicação e do respeito dos “Direitos
do ser humano” em todas as regiões da Terra. Sancionará as regiões que não
respeitem estes direitos e castigará severamente os responsáveis daquelas ações.
Página

Estabelecerá uma moeda única mundial, com o objetivo de favorecer e de provocar,


em breve, a supressão total da moeda e do protagonismo dos valores econômicos.
104

Garantirá uma comunicação entre todos os seres humanos do planeta, permitirá o


ensino de um idioma mundial e controlará sua aplicação.

Uma embaixada para os extraterrestres

Como vimos, esse é um dos objetivos do grupo. Observação: a embaixada não pode
ser construída em qualquer lugar. Judeus, palestinos e agora ETs. É isso mesmo, eles
têm preferência. Jerusalém é o local ideal! Segundo os adeptos dessa seita, foi
próximo a essa região que os Elohim criaram os primeiros seres humanos.
Consideram os judeus descendentes dos Elohim e responsáveis por educar toda a
humanidade. Moisés, Jesus, Buda, Maomé e outros profetas, todos vivem hoje
harmoniosamente no planeta dos Elohim. Nem os ufólogos com todas as suas
fantasias conseguem conceber uma idéia tão excêntrica!

O primeiro templo judeu teria sido a primeira embaixada dos Elohim, em torno da
qual a antiga cidade foi edificada. A embaixada pretendida seria o tão anelado templo
que os atuais judeus anseiam reconstruir. Uma réplica dela seria construída perto da
original para dissipar a curiosidade pública. Todo o seu projeto já foi “revelado”
diretamente dos Elohim para Rael. O lugar seria o referencial espiritual do mundo
pelos milênios a seguir.

O movimento raeliano reclama ter solicitado ao governo israelense o estatuto de


extraterritorialidade em diversas ocasiões, mas sem sucesso. Em 20 de março de
1990, Rael, “instruído pelos Elohim”, decidiu mudar o símbolo da seita (que até então
era a suástica) em respeito às vitimas do nazismo e com o fim de facilitar as
negociações, mas de nada adiantou. Isso teria gerado um dissabor aos Elohim: “Se a
resistência judaica permanecer, a localização da embaixada poderá ser em território
egípcio ou palestino” e “o povo de David perderá a proteção dos Elohim”.

Por que os ETs precisam de uma embaixada?

Do mesmo modo que os representantes diplomáticos desenvolvem as inter-relações


com as nações, esse seria o objetivo dos “pais do espaço”. “Eles querem estabelecer
um contato sem invasão”. A embaixada possibilitará aos Elohim controlar seu acesso
em nosso planeta sem intervenções.

Assim como o ET de Steven Spilberg, os Elohim também são pacíficos e, por isso,
retardaram sua instalação em nosso planeta. Como poderiam eles entrar em contato
conosco sem invadir o nosso espaço aéreo, suscitando uma ameaça bélica? Sua
presença entre nós nos levaria ao pânico, a um colapso geral, os militares estariam
diante de cenas hollywodianas, mas reais! Com essas idéias alucinógenas, Rael
justifica o porquê de, até então, não termos avançado em nossa relação com os “pais
do espaço”.
Página

A embaixada deverá compreender 347 hectares, ou seja, 3.470.000 m², para que um
105

círculo de raio de 1050 metros possa se inscrever no seu interior. A construção


renderá a “módica” quantia de 20 milhões de dólares, dos quais a seita já afirma
possuir 7 milhões. E, acredite, testemunham que a soma não para de crescer!

A concretização desta missão seria o início de uma nova era, marcada pelo
desaparecimento de todas as religiões primitivas, incluindo o cristianismo. “Somos os
seres humanos de hoje, usando a tecnologia de amanhã, com religiões e
pensamentos de ontem”, diz Rael.
A data para o retorno de Jesus

A data foi marcada para 2035. Não podia faltar. Esse é outro atrevimento corriqueiro
reprovado por Jesus e que pode ser encontrado na maioria das literaturas sectárias
(Mt 24.36). No caso dos raelianos, existe um diferencial a mais, Jesus voltará com
uma comitiva, mas não são seus anjos. Ensinam que Jesus voltará com os Elohim, os
grandes homens das religiões: Moisés, Buda, Maomé e companhia. A função deles
seria nos levar a uma compreensão religiosa unânime, estratégia usada por alguns
grupos hoje, algo impossível dentro dos padrões bíblicos (ler 1Co 6.14-18).

O segredo da vida eterna

Uma reportagem como essa nos leva a reflexões importantes. Paramos para pensar
sobre o incrível poder de uma religião, a influência que um grupo religioso pode
causar, a repercussão que pode alcançar e, sobretudo, as almas que pode atrair para
si. Não importa quão estranhos e falsos sejam seus ensinamentos, sempre haverá
aqueles que lhes darão crédito. Alguns poderão abandonar o movimento, mas muitos
permanecerão. Trata-se de pessoas cegas. O deus deste século as cegou e, agora,
estão impossibilitadas de enxergar a luz do resplandecente evangelho da glória de
Cristo (2Co 4.4). E se recusam a dar ouvidos à verdade, entregando-se às fábulas
engenhosamente inventadas (2Tm 4.4).

Algumas das heresias aqui expostas são tão incoerentes que seria perda de tempo
utilizar-se da Bíblia para refutá-las. Mas todas elas originam-se de um único fator: a
necessidade do homem de cultuar algo superior a ele. Como diz Agostinho: “O
homem vive a vaguear até que se encontra com Deus”. Esse encontro é o verdadeiro
segredo da vida eterna: “E sabemos que já o filho de Deus é vindo, e nos deu
entendimento para conhecermos o que é verdadeiro; e no que é verdadeiro estamos,
isto é, em seu Filho Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna” (1Jo 5.20 –
grifo do autor).

Quem entende isso não busca razão para sua existência em histórias imaginárias,
antes, pode afirmar como Pedro: “Senhor, para quem iremos nós? Tu tens as palavras
de vida eterna” (Jo 3.68 – grifo do autor). Os crentes em Cristo não apóiam suas
esperanças espirituais na clonagem, ou em qualquer outra conquista científica, antes,
a “nossa esperança é a vida eterna, a qual Deus, que não pode mentir, prometeu
Página

antes dos tempos dos séculos” (Tt 1.2 – grifo do autor).


106

Não existem segredos nem exclusividades, não precisamos pagar nada pela vida
eterna, tudo já foi pago (1Co 6.20, 1Tm 2.6). Nesta fé prosseguimos até que
possamos desfrutar da verdadeira vida eterna em Cristo.

A literatura raeliana

A primeira publicação de Rael é O livro que diz a verdade, França, 1974. Em suas
edições em português, esta obra foi traduzida com o título O verdadeiro rosto de
Deus. O livro explica o desenvolvimento da religião raeliana até os nossos dias.
Poucos anos depois, Rael publicou outros dois livros: Acolher os extraterrestres (1979)
e Meditação sensorial (1980). Suas obras foram traduzidas para mais de 25 línguas. O
grupo publica também uma revista internacional de luxo, de periodicidade trimestral,
chamada Apocalypse, criada para promover a filosofia e a inteligência dos Elohim.

Clonaid no Brasil

O porta-voz do movimento raeliano no Brasil, o franco-espanhol David Uzal, pintor,


escritor e filósofo graduado pela Sorbonne, tem planos de abrir uma filial da Clonaid
em nosso país, mais precisamente no Rio Grande do Sul, lugar estratégico para
atender à demanda de pedidos da empresa, que pretende, simultaneamente, levar
seus serviços à Argentina, ao Uruguai e ao Paraguai.

O representante raeliano tem grandes esperanças de que o governo de Lula seja


menos inflexível do que o de Bush e proporcione à empresa o aval para prosseguir em
seus projetos no país que já conta com mais de 500 adeptos da seita.

A presidente da empresa planeja nos visitar em março ou abril deste ano. Ratifica o
interesse no Brasil devido à nossa grande tolerância religiosa, não encontrada em
outros países.

Rael, o fundador, também quer nos visitar. Fanático por automobilismo, afirmou, em
uma de suas entrevistas, que seu sonho é clonar seu ídolo, Ayrton Senna, o que
afirma ser possível se a família de Senna possuir conservado algum material genético
dele. Pretende visitar o país em maio, ocasião em que lançará um livro e tentará
contato com a família de Senna.

Seminários raelianos

Esses seminários contam com a presença de Rael e dos sacerdotes da seita. São tidos
como uma espécie de manual de instrução transmitido pelos criadores da raça
humana, os Elohim. “Tem como objetivo despertar o nosso potencial e expandir a
nossa mente, proporcionando uma vida plenamente satisfatória”. Isso se dá
principalmente por meio de técnicas de meditação. Consideram os momentos em que
passam no seminário como uma premonição do paraíso onde o “novo ser humano”
viverá.
Página

São realizados no Canadá e contam com uma ampla infra-estrutura. Possuem serviço
107

de tradução simultânea para o inglês e o espanhol. Promovem a participação dos


seminaristas em atuações artísticas e incluem, ainda, momentos de lazer por meio de
atividades turísticas: conhecer as cidades de Québec, Montreal, passeio a cavalo e de
balsa pelo rio, entre outras.

Existem também algumas regras. É vetada a participação de menores de 18 anos e é


obrigatório o uso de uma túnica branca durante o desenvolver das seções.
Notas:

1 Júlio Verne foi um dos autores mais populares do século 19. Em histórias fantásticas
como Viagem ao Centro da Terra, 20 mil léguas submarinas e Da terra à lua, Verne
apresentou uma visão revolucionária da ciência que previu avanços modernos.
2 Teoria segundo a qual o homem é um todo indivisível, e que não pode ser explicado
pelos seus distintos componentes (físico, psicológico ou psíquico), considerados
separadamente.
3 Unidade de distância que equivale à distância percorrida pela luz, no vácuo, em um
ano, à razão de 299.792 km/s, e igual a 9 trilhões e 450 bilhões de quilômetros,
aproximadamente.

16. Reiki – A técnica esotérica que diviniza o espírito


Página

humano
108

Por Marcio Souza

Parece que a cada ano surge uma nova epidemia de “faça isso ou aquilo” para se alcançar
“uma boa qualidade de vida”. Dentre as inovações, o Reiki, uma espécie de massagem pela
imposição das mãos, é a última moda entre os artistas e demais personalidades brasileiras. A
posição dos militantes desse movimento é extremamente ousada. Certo comentarista dessa
técnica afirma que seu fundador, Mikao Usul, conseguiu recuperar as técnicas de cura
utilizadas por Jesus em seu ministério terreno.

Será que esse movimento tem algum fundamento cristão? Não! Como veremos, não existe
nessa corrente religiosa nenhum indício dos ensinos de Cristo, pois o Filho de Deus jamais
usou de técnicas para curar as pessoas, tudo o que fez foi pelo poder e autoridade de Deus.

É incrível, mas cada movimento oriental que surge insiste em afirmar que encontrou algum
tipo de solução para os problemas que afligem a humanidade. E, para arrebanhar adeptos,
apontam para o interior do homem que está sempre em busca de toda e qualquer resposta
para os seus dilemas, seja da mente ou do corpo. As formas esotéricas para a solução dos
problemas humanos são diversas. Entre elas, a meditação e a meditação transcendental. A
primeira é feita com ajudas externas, como a música e a visualização. A segunda só é bem-
sucedida pela respiração ritmada, pelo esvaziamento, pelo êxtase e pela recitação de
mantras.

A ioga, a acupuntura e o feng shui também são métodos utilizados nesse processo. Outros
canais externos são o uso da urina, das terapias da luz, do vento, da música, das cores e dos
líquidos. O incenso é utilizado pelos esotéricos como um canal de energização.

Segundo os místicos, existem também, fora os externos, os canais internos no corpo dos
pacientes pelos quais podem captar e/ou emanar energia vital. Esses pontos são chamados
de chacras – aliás, diversos movimentos espíritas usam os mesmos pontos e, quando não, a
mesma nomenclatura para defini-los. Seria apenas coincidência ou tais movimentos têm as
mesmas raízes?

A técnica esotérica

Reiki é a energia vital (Ki), direcionada e mantida pela sabedoria universal (Rei). “É a energia
natural, harmônica e essencial a todo ser vivente”, afirmou uma revista sobre terapias
alternativas ao comentar a respeito desse movimento.

Os “reiquianos” dizem que uma energia vital ocupa e abrange todo o corpo humano.
Segundo eles, é justamente essa energia que possibilita, enquanto dormimos, o trabalho vital
de respiração, irrigação e batimentos cardíacos sem a nossa consciente intervenção. Esse
corpo etéreo deve ultrapassar o corpo físico em aproximadamente 2,5 centímetros. Quando
algo está errado, ou seja, quando sentimos em nossa própria pele que não estamos bem, por
um órgão ou parte do corpo não está cumprindo suas funções harmonicamente, paramos
para cuidar dessa parte do corpo. Percebemos então que a saúde é justamente o estado de
perfeito funcionamento dos órgãos do corpo em si mesmo e em seu conjunto, e que a dor é
um grito de socorro desesperado do corpo para que possamos agir.
Página

Afirmam que esse corpo vital, etéreo, é responsável pela absorção da energia vital adquirida
pelos chacras, pontos que captam e emanam energia que interage com a natureza. Para o
109

equilíbrio do corpo etéreo com a energia vital (Ki) é necessário obter a sabedoria universal
(Rei) que se manifesta na interação com a natureza.

O Reiki é aplicado pela imposição das mãos a uma distância de três a cinco centímetros entre
o paciente e o aplicante. Todo o processo não dura mais do que cinco minutos e as mãos do
aplicador devem estar em forma de concha. No final, é feito um ritual para “fechar” o campo
áurico do paciente. Em seguida, o aplicante lava as mãos com água fria e corrente para
purificá-las.
Os objetivos das aplicações do Reiki, entre outros, são: curas físicas, combate ao estresse e
ativação da concentração e do raciocínio. Alguns astros e estrelas televisivos têm procurado
o movimento e testemunhado que, após as aplicações, alcançaram maior concentração
mental e capacidade para resolver questões pessoais, além de melhor qualidade de vida.

Os deuses do Reiki

Os “reiquianos” compartilham os ícones de seus ensinamentos com qualquer cultura ou


movimento religioso. São adeptos do ecletismo e do sincretismo, pois aceitam os ensinos
ocultistas de outras correntes religiosas. A técnica “reiquiana” pode ser interpretada como
sendo a emanação de um deus pessoal ou impessoal. E o mais absurdo é que seus mentores
alegam que Jesus é a fonte espiritual dessa técnica.

A “sabedoria universal”, afirmam, “pode ser invocada com outros nomes”. A saber: Fonte
Primeira, Deus ou Deusa, Criador, Aquele que é, a Chama, o Buda, o Cristo, o Brahma, a
Ordem Natural, o Todo, Tupã e Energia”. Tudo vai depender da forma como ela é venerada e
conhecida em cada cultura mundial mediante seus ídolos. Prana, para os hindus; Chi, para os
chineses; Ka, para os egípcios; Pneuma, para os gregos; e Nefesh, para os judeus. E
prosseguem. Na Polinésia ela é conhecida como Mana e os russos a identificam como
bioenergia. Para os alquimistas ela é o Fluido da Vida e para os cristãos, Luz ou Espírito
Santo.

Suas divindades podem ser identificadas com quaisquer ídolos que tenham afinidade. Essa
possibilidade na prática do Reiki traz uma espécie de “desencargo de consciência”. Isto é,
“não vou ferir minha devoção se posso identificar meu deus (ou ídolo) como emanador dessa
energia”. Chamamos esse procedimento de sincretismo religioso.

Assim como os ecologistas místicos, os “reiquianos” também crêem que a terra é a “Grande
Mãe”, com influência mística. Essa influência é conhecida no Reiki como Karuna Reiki, o
aspecto feminino da energia vital. Na China, essa influência é simbolizada pela mãe Kuan Yin.
Na Índia, ela é conhecida pelo nome de Avalokitesbuara. No Tibet, é chamada de Chenrezig.
No Japão, de Kannon. E aqui, no Brasil, existem dois ícones: Nossa Senhora Aparecida e
Iemanjá.

Segundo esse movimento, a influência feminina, dócil e compassiva de Karuna Reiki traz paz
de espírito. Será?!

Os “reiquianos” consideram que todas as culturas acharam, em suas respectivas civilizações,


a mesma fonte de sabedoria e residência da energia vital. Bem, se isso for verdade, o que o
Página

Reiki oferece de novo? Nada.

Por tudo que vimos, parece que o Reiki nada mais é do que um movimento espírita e
110

ecumênico em sua prática e ensino. As curas por imposição de mãos, recurso tão peculiar
nessa religião, podem ser atribuídas tanto a Iemanjá quanto a Maria (ídolo católico). Ou,
então, a Buda ou ao Jesus da Cristandade. Para os “reiquianos”, não importa a origem das
forças ocultas que atuam em suas sessões.

Visão holística: ferramenta da Nova Era

Os “reiquianos” dizem que o homem deve ser estudado de forma global: mente, corpo e
espírito. Esse ponto de vista indica que a pessoa interage com a natureza e que sua
disposição mental está intrinsecamente relacionada à saúde do corpo. A idéia é de que
somos “um” com o universo, ou seja, que o universo, a mente, o corpo e o espírito interagem
ou podem estar desequilibrados, causando doenças e outros distúrbios. Todos os tratamentos
medicinais para essas doenças ou distúrbios são apenas soluções paliativas, porque não
alcançam a causa do problema. Então, entra a propaganda mística de que a visão holística
proverá milagres! – “alcançará as causas e trará equilíbrio ao corpo, fazendo cessar os
sintomas”, afirmam.

De acordo com os mestres holísticos, o tratamento ideal é permitir que o corpo “fale” e
transmita o método apropriado para o tratamento. Um dos conselhos desses mestres é:
“Uma viagem; uma perspectiva de si mesmo mais suave; ou mesmo procurar um padre ou
um médium ou mesmo um médico – mas deixe seu corpo opinar”.

Tal conselho, no entanto, não é sábio, pois, segundo os princípios bíblicos, devemos
averiguar as fontes de nossas orientações. Além disso, confiar no sentimento interior para
uma decisão tão importante é algo gravíssimo. O nosso coração é enganoso (Jr 17.9), e
quando confiamos apenas nele dificultamos e embaraçamos a nossa vida.

Um pouco da história do Reiki

Seu fundador é Mikao Usui, monge japonês e estudioso das religiões que procurava respostas
para a técnica de cura usada por Jesus. Mikao percorreu parte da China e da Índia em uma
busca incessante desse método. Sua procura foi interrompida no Japão, em um monastério
budista, onde supostamente encontrou o que tanto procurava. A descoberta que fez, no
entanto, não lhe proporcionou as verdades e práticas espirituais que transformam o homem
caído em uma nova criatura diante de Deus.

No monastério budista, Mikao achou alguns escritos “reiquianos” que ensinavam técnicas de
cura. “Uma coisa era conhecer a técnica, outra era saber como ativar a energia necessária à
aplicação da técnica”, afirmou o próprio Mikao Usui. Foi então que decidiu meditar e jejuar.
Subiu ao monte Koryama, no Japão, onde passou 21 dias em meditação. No último dia, foi
atingido por uma luz no chacra do terceiro olho (parte frontal da testa) e visualizou a
formação dos símbolos do Reiki. Depois da “visão”, ficou inconsciente por algum tempo. E
chamou essa experiência de sinal. Seria, então, o primeiro sinal de uma série deles que
comprovariam que de fato havia conseguido ativar a energia.

Ao descer do monte, ele feriu um dos dedos do pé e, ao passar a mão no local, foi curado.
Seria esse o segundo sinal. O terceiro sinal diz respeito ao fato de haver conseguido comer
uma modesta refeição depois de passar 21 dias em jejum. O quarto sinal está relacionado à
Página

cura de um atendente que sentia forte dor de dente. O homem alcançou o alívio da dor assim
que Mikao passou a mão pelo seu rosto. O quinto e último sinal que o consagrou como
portador do conhecimento “reiquiano” foi a cura, em um monastério, de um colega e mestre
111

que sofria de artrite.

Durante suas expedições, Mikao ficou abatido ao descobrir que suas “curas” eram
superficiais, ou seja, as pessoas não alcançavam uma mudança espiritual, como
aparentemente ocorria no corpo. Inicialmente, as pessoas se arrebatavam com a cura
alcançada, mas logo estavam novamente envolvidas com as mesmas dificuldades anteriores
e, então, o abandonavam. Daí, Mikao concluiu que precisava atingir a mente de seus
pacientes e não apenas o corpo.
Mikao morreu em 1930 e deixou alguns discípulos. Esses seguidores foram influenciados pela
escola Tendai, movimento budista tântrico japonês cuja base é o estudo do Ko-fo, arte iogue
de respiração e meditação para controlar as energias básicas do corpo.

Oito anos depois de seu falecimento, uma havaiana chamada Hawayo Takata submeteu-se a
um tratamento pelo Reiki e foi curada de sua moléstia. Após o “milagre”, ela foi para o Japão,
onde passou alguns anos aprendendo a técnica com Chujiro Hayashi. Voltou para o Havaí e
começou a ensinar e a divulgar o Reiki no Ocidente.

Prática de espiritismo no Reiki

Não podemos nos esquecer de que o Reiki é um movimento eclético. Mistura seus
procedimentos e conceitos com os procedimentos e conceitos de outras religiões, como, por
exemplo, o espiritismo e o budismo. E não apenas isso. Se necessário, usa as mesmas
nomenclaturas. Quando um movimento lança mão dessa artimanha, simplesmente o faz
unilateralmente. No nosso caso, os cristãos, não compartilhamos nem emprestamos nossos
conceitos e terminologias a outros segmentos religiosos. O objetivo do Reiki ao esforçar-se
dessa maneira é tornar seu ensino mais “digestivo” para os incautos que desconhecem a
verdadeira fé cristã.

As práticas e conceitos espíritas que encontramos no Reiki demonstram o quanto esse


movimento é perigoso. Segundo seus adeptos, o desenvolvimento de doenças físicas ou
emocionas que aparecem no corpo é provocado por lesões como fissuras e obstruções que
desequilibram ou desalinham os chacras. E de que maneira os chacras podem ser
restaurados e/ou renovados? Pela meditação, pelo passe espírita, por encantamentos, além
de outros métodos que os energizam.

A energia Reiki (ou qualquer outra fonte espírita), segundo seus adeptos, alinha e restaura o
equilíbrio dos chacras, harmonizando-os. Somente assim o paciente receberá a energia da
natureza sem nenhum tipo de obstrução. Tal energia é adquirida por meio da luz, do ar, da
água, da terra, dos antepassados e das pessoas que cercam o paciente.

O Reiki à luz da Bíblia

A seguir, apresentaremos os conceitos desse movimento e depois consideremos as respostas


bíblicas.

• Os “reiquianos” afirmam que as pessoas conseguem evitar os distúrbios buscando o


equilíbrio consigo mesmas e na natureza. O pecado não existe. Nas culturas orientais é
Página

comum os ensinos espíritas que procuram anular a consciência do pecado, pois atribuem os
distúrbios de caráter, as doenças físicas e espirituais, as deficiências e a morte ao
desequilíbrio com o meio ambiente. Por isso os “reiquianos” buscam o equilíbrio nas práticas
112

esotéricas e em si mesmos a fim de obterem paz e saúde duradoura. Como o pecado para
eles não existe, concebem a idéia de que a humanidade caída não herdou nenhum pecado
original.

Resposta apologética: Em Gênesis 3.17b, as Escrituras confirmam que houve de fato um


desequilíbrio no meio ambiente: “maldita é a terra por causa de ti; com dor comerás dela
todos os dias da tua vida”. Todavia, devemos ficar atentos a um detalhe: o pecado (queda
espiritual) foi a causa desse desequilíbrio, não o inverso. Houve um pecado original, real! E
podemos localizá-lo no tempo e nas ações do primeiro casal (Gn 2.17). Adão e Eva
desobedeceram ao Senhor e atentaram contra a sua soberania ao comerem do fruto
proibido, símbolo do conhecimento do bem e do mal. E, por causa desse delito, o homem
distanciou-se de Deus.

As conseqüências do pecado de Adão e Eva não demoraram a acontecer: 1. Guerra espiritual


entre o homem e o diabo (Gn 3.14,15). 2. Insuficiência e deficiência no corpo humano: a dor
tornou-se constante (Gn 3.16). 3. Desequilíbrio na família humana (Gn 3.16). 4. Desequilíbrio
social (Gn 3.17). 5. Desequilíbrio dos ciclos naturais (Gn 3.17-19). 6. A morte física (Gn 3.19).
7. E, finalmente, a morte espiritual, ou seja, a separação eterna do Criador (Gn 3.22).

Aparentemente, a pena da condenação ultrapassou, em muito, o ato do pecado cometido


pelo primeiro casal. Devemos entender que Deus olha o pecado sob uma perspectiva
diferente da nossa. Ele não vê apenas o ato isoladamente, mas todas as implicações
relacionadas ao pecado. Além disso, qualquer pecado separa literalmente a pessoa de Deus.
É uma questão moral que afeta a justiça e a santidade de Deus, como Juiz e Criador. Apesar
de tudo, a humanidade não ficou à mercê do juízo sem que tivesse uma oportunidade de
libertação. O próprio Senhor foi quem providenciou esse meio de libertação ao prometer um
Descendente (Jesus Cristo) que triunfaria sobre o diabo e suas artimanhas (Gn 3.15). Essa
provisão divina ‘cobriria’ os efeitos daninhos do pecado (Gn 3.21) e traria novamente o
paraíso. Ou seja, a presença de Deus na vida do homem (Ap 21.3-5). Somente por esse
Descendente prometido é possível ao homem decaído alcançar a paz universal e pessoal com
Deus (Fp 4.7).

Quanto à ecologia, reconhecemos seus méritos. E, como cristãos, devemos colaborar com a
preservação da natureza, mas tais medidas não solucionam o problema em sua raiz – a
queda da natureza humana. Embora apoiemos as medidas ecológicas, e incentivemos o
contato recreativo com a natureza, não atribuímos, porém, influência mística à natureza. A
natureza é criação de Deus, e deve ser cuidada e preservada, mas não adorada (Rm 1.20-
23).

• Segundo os “reiquianos”, o homem tem poder em si mesmo e deve desenvolver esse


poder. E, seguindo esse raciocínio, muitas culturas pagãs divinizam o homem. Algumas
divinizam seus líderes. Outras, seus mortos. A cultura oriental geralmente encontra respostas
para suas questões em si mesma. “O ‘eu’ superior deve ser buscado, temos poder criativo
que deve ser desenvolvido e usado a favor do desenvolvimento e da evolução humana”,
prega a doutrina Reiki. Ainda seguindo essa mesma concepção, a divinização do homem é
uma crença predominante nas culturas orientais e inclui a idéia da evolução das espécies a
ponto de alcançarem habilidades sobrenaturais.
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Resposta apologética: As Escrituras declaram um caminho diametralmente oposto: o homem


está decaindo, não evoluindo. O homem foi criado perfeito, logo, era digno diante de Deus.
Mas, ao pecar, decaiu espiritual e moralmente (Dt 32.5). A trajetória humana desde a queda
113

é negativa e está conduzindo cada vez mais o homem ao caos. Hoje, assistimos de perto aos
avanços da tecnologia e de todas as áreas do conhecimento humano, mas esses avanços
“mecânicos” não têm contribuído para solucionar os problemas sociais e espirituais da
humanidade. O interesse humano em conhecer-se a si mesmo não tem resolvido suas
questões primárias, e muito menos as questões mais complexas dos relacionamentos sociais.

A alma humana tem algum poder para curar a si mesma e aos outros? Obviamente que não.
É verdade que o homem fora criado por Deus com habilidades naturais sociais superiores às
habilidades dos animais irracionais. E, devido a essas habilidades, o homem tem condições
para crer e buscar o Criador e receber dele suas provisões. Mas isso não significa que o
homem, baseado em sua capacidade espiritual, possua poderes sobrenaturais em si mesmo.
Não pode absorver nenhum tipo de energia por meio de mantras, rezas ou símbolos do
ocultismo. Portanto, as habilidades propagadas pelas artes orientais são questionáveis.

O ocultismo e todos os seus segmentos são vistos pelas Escrituras como diferentes formas de
feitiçaria. As manifestações espíritas são as mesmas, quer seja no candomblé ou no vodu
praticado na Nigéria, quer seja em um transe kardecista ou em uma manifestação de um
xamã ou por meio da ioga. Em todas as experiências ocultistas os poderes manifestos não
provêm da alma, mas da possessão de entidades que se autodenominam mentores da luz,
cujo principal objetivo é a destruição moral e espiritual da humanidade.

• O ensino Reiki afirma que a origem das emanações pode ser atribuída a diversos ídolos e
deuses, inclusive ao próprio Cristo. Os movimentos orientais e ocidentais, principalmente a
Nova Era, não se preocupam em determinar a origem (ou fonte) de suas forças místicas. Sua
identificação com outros deuses, ídolos ou poderes impessoais é algo natural, ou pelo menos
uma forma de manter uma boa política.

Resposta apologética: O ecletismo e o sincretismo são vistos em nosso mundo globalizado


como algo simpático, ou seja, como a velha filosofia da boa vizinhança. Mas as coisas não são
tão simples assim. Primeiramente, precisamos entender que qualquer tipo de feitiçaria,
misticismo ou mediunidade é condenado nas Escrituras. A busca de poder em si mesmo ou
em coisas criadas é vã. A Palavra de Deus ensina que a humanidade distanciou-se de Deus
devido à confiança em si mesma. A oferta: “e sereis como Deus” (Gn 3.5) era falsa. De forma
nenhuma imputou evolução ao homem, mas degradação moral, espiritual e física.

O Criador dos céus e da terra se revelou por meio de sua Palavra. A Bíblia Sagrada é um livro
ímpar, ou seja, único. Nenhum outro livro considerado sagrado (os Vedas do hinduísmo, os
Três Cestos do budismo, as inscrições egípcias, entre outros) traz revelações sobre a origem
do homem, sua situação atual e seu futuro. Somente a Bíblia fornece tais informações. Além
disso, a Bíblia revela um Deus único e real que criou e se preocupou com sua criação,
orientando e punindo o homem, mas também fornecendo um caminho de salvação por meio
de um único Mediador, Jesus Cristo. As credenciais do Messias são claramente fornecidas no
Antigo Testamento e devidamente cumpridas no Novo Testamento.

A Bíblia fala da existência de um único Deus e Salvador, Jesus Cristo. E também do culto
único ao Criador, excluindo divindades intermediárias, exaltação do ser humano, atribuições
de poderes místicos e curadores a objetos, sinais esotéricos e quaisquer meios materiais de
purificação espiritual. A mediunidade espírita (ou interação com entidades espíritas) e o culto
Página

a ídolos também estão fora das páginas sagradas. As Escrituras não aceitam o sincretismo
religioso.
114

Em 1 Samuel 5.1-4, temos um exemplo que demonstra o costume eclético das religiões
pagãs. Lemos no texto em pauta que os filisteus tomaram a Arca da Aliança de Israel e
trouxeram-na a Asdode, na casa de Dagom (deus filisteu). Ao agir dessa forma, os filisteus
estavam dispostos a adorar tanto o seu deus quanto a qualquer outro deus associado. Mas o
Senhor Deus reprovou essa atitude jogando ao chão a imagem de Dagon que, além de caído,
estava decapitado e sem as mãos. Esse julgamento condenatório demonstra que o único
Deus não comunga com o sincretismo e o ecumenismo.
Além do Todo-Poderoso, não existem outros deuses ou mediadores. Por isso a Bíblia proíbe o
sincretismo e o ecumenismo. Quem são os supostos mediadores e ídolos das nações? A
Palavra de Deus responde: “Antes digo que as coisas que os gentios sacrificam, as sacrificam
aos demônios, e não a Deus. E não quero que sejais participantes com os demônios” (1Co
10.20).

Por ser um movimento eclético, o Reiki apresenta os mesmos conceitos hindus, espíritas e
esotéricos sobre os chacras e suas funções. Veja o quadro.

FERRAMENTAS SEMELHANTES NO REIKI E NO


ESPIRITISMO
Reiki, espiritismo,
hinduísmo e
Localização do
Chacra esoterismo – têm o
chacra
mesmo conceito sobre
a função do chacra.
A porta do
discernimento, da
Entre as intuição, da
Frontal
sobrancelhas imaginação, do
conhecimento e da
percepção. Rege os
olhos e a memória.
É por onde flui a
inspiração, a
criatividade, a
Laríngeo Garganta
comunicação e a
expressão com o
mundo. Rege o
pescoço e os ombros.
As energias de
abundância e todas as
energias recebidas
Tórax, entre a pelo primeiro e
4a e segundo chacras são
Cardíaco
a 5a vértebra utilizadas nesse centro
em energia de amor.
Rege o pulmão, o
coração, os braços e as
Página

mãos.
É o centro que reúne
informações,
115

sentimentos e
Região lombar, percepções e depois os
Plexo Solar
acima espalha e movimenta
do umbigo por todo o corpo. Rege
o sistema digestivo, o
fígado, o baço, o
estomago e o intestino.
No alto da É o portal da
espiritualidade pelo
Coronário cabeça qual nos ligamos ao
universo.
Rege o cérebro.
Energias primárias
como a paixão fluem
Sacro Órgãos genitais por este chacra.
Rege os rins, o sistema
reprodutor, o
circulatório e a bexiga.
Está relacionado à
vontade de viver, ao
Final da espinha corpo e à terra.
Básico dorsal Segurança física e
emocional. Rege as
pernas, os pés e os
ossos.

Vocabulário utilizado no Reiki

Pontos circulares que


comunicam emanando e
Chacras recebendo energia.
Literalmente quer dizer
“roda” ou “círculo”.

É o universo se
transformando a cada
instante. É o que traz a
Cho Ku Rei
energia para o mundo
físico. É o símbolo do
poder.

Incorpora a energia do
chacra, trabalha o
Dai Koo Myo alinhamento com o
espírito e é o símbolo da
capacitação.
Página

Hon Sha Zé Sho Nen É o símbolo que funciona


como ponte entre as
116

dimensões. É o caminho
sem tempo e espaço entre
a matéria densa e o
etéreo e entre o passado,
o presente e o futuro. Age
sobre o corpo mental
consciente e sobre o
carma.

É a ligação com o aspecto


Ra Ku divino do ser, símbolo da
purificação.

É a unidade e a
correspondência, do céu e
da terra, do que está em
cima e do que está
embaixo, da matéria e do
Sei He Rei
espírito, age sobre o corpo
emocional, o mundo, o
carma e a vida. Libera
emoções. É o símbolo do
equilíbrio.

17. Será que estamos sendo vigiados?

Por Márcio Souza


Página

Em 1859, quando Charies Darwin publicou seu livro "A origem das espécies", a teoria
da evolução iniciou uma jornada que a levaria ao status de única explicação sobre as
nossas origens, Na mesma época, fraudes e equívocos acompanharam essa teoria e
117

vozes criacionistas se levantaram em favor da criação. Semelhantemente, em 1935,


Erich Von Dãniken lançou um livro que suscitaria ilusões sobre a origem e o
desenvolvimento da humanidade.

Trata-se do Erinnerungen an Die Zukunft (Recordações do futuro), ou, conforme título


em português, "Eram os deuses astronautas?", que trouxe aplausos dos céticos e
revolta ao meio evangélico.
Estariam os seres humanos sozinhos no universo? Existiriam outros seres com uma
tecnologia avançada manipulando a história humana? Seriam os Escritos Sagrados
normas morais desenvolvidas pelos alienígenas?1 As visões dos profetas e seu
cumprimento foram interferências de extraterrestres? Depoimentos de raptos,
visitações, contatos imediatos de primeiro2, segundo e terceiro graus, entre outras
coisas. Será que tudo isso merece crédito?

Berço da civilização: "babá extraterrestre"?

Daniken sugeriu que o desenvolvimento da humanidade ocorreu devido às constantes


visitações de astronautas (extraterrestres) ao nosso planeta. Desde as primeiras
civilizações até ocasiões de delicados relacionamentos diplomáticos, esses
extraterrestres visitavam a terra e cooperavam no desenvolvimento da civilização
humana. E, segundo Dãniken, houve influência de elementos extraterretres em nosso
aspecto genético. Outros ufólogos conjeturam que a humanidade seria uma
experiência genética ou cobaia de outros mundos.

Tais visitações eram excitantes para os humanos que lhes imputavam, aos
astronautas, a posição de deuses. Como observadores, como os seres humanos, que
desconheciam qualquer tecnologia mais avançada, poderiam expressar as visitações
desses astronautas? Os estrondos, os aspectos cintilantes e as roupas espaciais
tinham um esplendor tão magnífico que forneciam aos homens as visões registradas
nos livros sagrados (devemos entender que, segundo os ufólogos, todas as
civilizações tiveram algum tipo de interferência extraterrestre que ocasionou tais
escritos).

Como a visitação de aeronaves extraterrestres poderia ser relatada por observadores


primitivos? A resposta a essa pergunta é respondida por alguns ufólogos da seguinte
maneira: os registros dos profetas. O exemplo mais utilizado pela ufologia encontra-se
no livro bíblico de Ezequiel. Mas, de acordo com a nossa fé, cremos que esse profeta
foi detalhista no relato de sua visão, através da qual expressou única, exclusiva e
minuciosamente a glória de Deus. Esse livro não contém nenhum indício de alguma
visitação alienígena. Seriam as manifestações de Deus visitações extraterrestres?
Claro que não!

Embora os mentores da ufologia procurem nas Escrituras evidências de


Página

manifestações extraterrestres, eles esbarram, porém, na consistência da mensagem


bíblica, que é coerente desde Gênesis até o Apocalipse. Visto que a Bíblia abrange
118

toda a história da humanidade, e foi escrita durante um período de cerca de 1500


anos por aproximadamente 40 autores inspirados, ela tem demonstrado singularidade
e presciência em seu conteúdo. Não obstante, os ufólogos se esforçam em interpretar
algumas passagens bíblicas como sendo relatos de tais visitações extraterrestres.
Vejamos um exemplo de tais associações feitas no texto do livro de Ezequiel.

Visões celestiais Interpretadas como visitares extraterrestres


Lançando mão da visão de Ezequiel, o autor do livro "Eram os deuses astronautas?",
procurando simular uma visitação dos extraterrestres, tece o seguinte comentário:
"Quem falou com Ezequiel? Que espécie de seres eram? 'Deuses', segundo a
concepção tradicional, certamente não eram, pois esses provavelmente não
necessitavam de um veículo para ir de um local a outro. A nós, essa espécie de
movimentação nos parece incomparável com a concepção de um Deus Todo-
Poderoso". Sobre o motivo da visita dos astronautas, afirma: "Os 'deuses' falaram com
Ezequiel e instaram para que doravante restaurasse a lei e a ordem na terra".3

Apologia ao livro de Ezequiel

As Escrituras têm um padrão moral e espiritual que objetiva restaurar o homem a um


relacionamento aprovado diante de Deus. E que isso só é possível através de Jesus
Cristo. Deus, por meio de sua Palavra, não demonstra nenhum interesse político ou
diplomático dissociado da moralidade e dos pactos instituídos com o seu povo.
Quando esses elementos políticos aparecem, são apenas conseqüências da
desobediência por parte da nação de Israel, ou do desrespeito das nações para com
Israel.

Por outro lado, alguns ufólogos dizem que determinadas decisões governamentais são
fruto das interferências alienígenas. Isto é, os extraterrestres visitavam a terra
periodicamente e comunicavam alguma orientação aos povos. Isso, afirmam, foi feito
aos diversos povos espalhados pelo mundo. Em outras palavras, veríamos traços
alienígenas em todas as civilizações. Semelhantemente, afirmam que as intervenções
divinas na nação de Israel seriam intervenções alienígenas, e não do próprio Deus
vivo.

Essa idéia é ventilada na afirmação de Daniken4. Ele diz que os extraterrestres


estariam orientando os procedimentos mundiais. Não é isso que encontramos no livro
de Ezequiel. Se realmente os alienígenas desejassem uma intervenção internacional
deveriam ter-se apresentado a Nabucodonosor, rei de Babilônia, e não a um profeta
humilde de um povo cativo.

Qual foi a amplitude da visão?

Uma visita dos astronautas? Em Ezequiel 1, lemos que o profeta estava no meio dos
cativos e teve visões: "abriram-se os céus, e eu tive visões de Deus". O povo que
Página

estava com Ezequiel não teve as mesmas visões, logo não houve qualquer visitação
de astronautas! "Os céus foram abertos". Então, a partir desse momento, Ezequiel
119

passou primeiramente a ouvir a Palavra de Deus. Depois, ele continuou vendo a


manifestação da glória de Deus. Os detalhes das visões de Ezequiel demonstram a
realidade da presença de Deus. O povo cativo de Israel estava atribulado, mas foi
revigorado pelas visões de Ezequiel, embora não tivesse vendo aquilo que o profeta
contemplava.

Em Ezequiel 8, encontramos outro relato das visões do profeta. Nessa ocasião, ele
estava em casa, junto aos anciãos de Israel, mas somente ele foi transladado e teve a
visão, "em espírito", das coisas ocultas em Jerusalém. O que aconteceu aqui? Uma
visitação de extraterrestres ou uma visão divina? Obviamente, uma visão divina, pois
os demais companheiros do profeta não participaram dessa visão, apenas ouviram
seu relato. Isso contraria profundamente a afirmação dos ufólogos, que dizem que as
visitas dos extraterrestres causavam transformações nas culturas primitivas.

Outro fator essencial do livro de Ezequiel é a sua mensagem profética. Seriam,


porém, essas profecias provenientes dos extraterrestres? Se a sua origem fosse dessa
natureza, elas dependeriam dos mesmos agentes para seu cumprimento. As
Escrituras, no entanto, nos ensinam que a base do cumprimento das profecias bíblicas
é a atuação de Deus: "Ainda veio a mim a palavra do SENHOR, dizendo: Que é que
vês, Jeremias? E eu disse: Vejo uma vara de amendoeira. E disse-me o SENHOR: Viste
bem; porque eu velo sobre a minha palavra para a cumprir" (Jr 1.11,12).

Exemplos das profecias de Ezequiel

No capítulo 26 está registrado que a Palavra do Senhor veio a Ezequiel. Encontramos,


nesse texto, cerca de sete previsões bem específicas: 1. Nabucodonosor destruirá a
cidade de Tiro, localizada no continente (26.8). 2. Muitas nações lutarão contra Tiro
(26.3). 3. Será feita como uma penha descalvada; ficará plana como o topo de uma
penha (26.4). 4. Pescadores espalharão suas redes no local (26.5). 5. Lançarão o
entulho na água (26.12). 6. Jamais será construída (26.14). 7. Jamais voltará a ser
encontrada (26.2 1). O que aconteceu com Tiro foi diferente da sentença lançada às
cidades de Sodoma e Gomorra, cuja destruição foi repentina. O cumprimento da
profecia de Ezequiel para Tiro arrastou-se por centenas de anos, até chegar ao nosso
século. Seu cumprimento está inteiramente ligado à onipotência e à onisciência de
Deus.

Vejamos seu cumprimento: três anos após a profecia, Nabucodonosor sitiou a cidade
de Tiro. Lemos, na Enciclopédia Britânica: "Depois de treze anos de cerco (585-570
aC.) por Nabucodonosor 11, capitulou e reconheceu a soberania babilônica. Em 538
aC. Tiro, com o restante da Fenícia, passou para a soberania da Pérsia aquemênida. A
cidade continental foi destruída em 573 aC. (Predição 1). Em 333 aC. Alexandre 111,
depois de derrotar Dario 111, marchou para o sul. Demoliu a velha Tiro, localizada no
continente, e com o entulho construiu um molhe de 60 metros de largura,
atravessando o estreito que separava a antiga e a nova cidade, edificando torres e
engenhos de guerra na ponta do molhe" (Predição 5). "A marinha utilizada por
Página

Alexandre foi composta pela contribuição de várias cidades e regiões: Sidom, Arado,
Biblo (essas contribuíram com 80 navios à vela), 10 de Rodes, 3 de Solos e Malos, 10
120

de Lícia, um bem grande da Macedônia, e 120 de Chipre " (Predição 2). "A parte maior
do local onde outrora havia a grande cidade é hoje em dia um local plano como o alto
de uma Penha" (Predição 3). "E um lugar próprio para os pescadores, que ainda hoje o
utilizam para espalhar e secar suas redes" (predição 4). Até hoje não foi construída"
(Predição 6). "Suas ruínas foram lançadas ao mar e seu nome não más é encontrado".
Plínio, o Velho, apresenta uma grande conclusão: "Tiro... outrora famosa, mas hoje
toda a reputação de Tiro se limita ao nome de um molusco e de um corante de cor
púrpura5 (Predição 7).
Quando tais profecias poderiam depender da interferência dos extraterrestre?
Cumpriram-se em todos os seus detalhes até os nossos dias. Isso totaliza 26 séculos!
Stoner comenta que: "Se Ezequiel tivesse em sua época olhado para Tiro e tivesse
feito essas sete predições pela sabedoria humana, essas estimativas indicam que as
chances de todas elas se concretizarem seria de apenas uma em 75 milhões. Todas
se concretizaram nos mínimos detalhes".6

Grandes civilizações, inclusive os ufólogos, que disseram deter as visitações


extraterrestres desapareceram. Os Maias, os Incas e os Astecas foram povos que
floresceram e desvaneceram. Onde estavam os seus mentores quando a adversidade
chegou? Por outro lado, todas as profecias bíblicas se cumpriram plenamente.

Fatores essenciais no 'fenômeno' dos OVNIs

O primeiro registro moderno de um 'fenômeno' dos OVNls ocorreu em Washington,


EUA, em 1947 7. Desde que um homem de negócios contou ter visto algo semelhante
a um "pires" voando, centenas de milhares de pessoas em todo o mundo anunciaram
suas próprias visões de objetos voadores não identificados. A palavra "ufologia" vem
da sigla UFO (Unidentified Flying Objects), que corresponde a OVNI ("Objeto voador
não identificado"). A ufologia é a área que estuda a possível existência de seres em
outros planetas e galáxias.

A canalização é um fator essencial para os supostos contatos com extraterrestres.


Relatos de abduções8 são acompanhados com detalhes parapsicológicos. Muitas
vezes os testemunhos são possíveis somente através da hipnose. Outro fator que
acompanha os testemunhos dessas pessoas que dizem ter sido abduzidas são os
contatos sexuais com extraterrestres. Nesses "encontros" com os humanos a intenção
dos extraterrestres é transmitir-lhes uma mensagem. A mensagem ufológica, no
entanto, coincide com os ensinamentos esotéricos. Enquanto o esoterismo 'deu vida'
aos elementos da natureza (duendes e demais frutos da fantasia), enchendo-lhes de
ensinamentos filosóficos e místicos, a ufologia tem atribuído semelhantes
conhecimentos aos imaginários mestres cósmicos.

Divergências no inundo da ufologia

Longe de lançarem mão de fatos em seus argumentos sobre a existência e a


Página

interação dos extraterrestres, as conclusões dos ufólogos advêm das observações de


alguns eventos interpretados como evidência alienígena. Todavia, encontramos
121

divergências no meio ufológico. A ufologia tem divisões internas que expõem a


fragilidade do movimento. São dois os principais ramos da ufologia: o científica e o
místico. "A ufologia dita científica não poupa ataques ao exagerado esoterismo, à
confusão de idéias e à duvidosa religiosidade que permeia sua rival, por isso mesmo
denominada mística", explica A. J. Gevaerd, editor da revista Ufo. "Assim, o correto é
que se divida a ufologia, doravante, não mais em mística ou científica, mas, sim, em
'séria' e 'não séria'. Onde se fixará este limite, no entanto, dependerá da
sensibilidade, da maturidade e da experiência de cada ufólogo. Que tenhamos
capacidade para aproveitar o que houver de sério e útil em cada uma dessas
correntes. E que não nos falte sabedoria para discernir e descartar aquilo que não nos
servir", conclui o A. J. Gevaerd.

A ufologia científica depende exclusivamente de fatos, contudo, na prática, utiliza


evidências circunstanciais: fotos, filmes, impressões no corpo, na terra, em
plantações. Evidências que são, em primeira mão, inusitadas, mas desbaratadas com
o tempo e o esclarecimento. Essa é a posição do respeitado cientista Carl Sagan que,
embora cresse em vida extraterrestre, e procurasse investir em sua busca, através de
comunicação por sofisticados aparelhos, a ponto de criar um centro de escuta
intergaláctico, admitiu que nunca conseguiu sequer um contato bem-sucedido. Carl
Sagan fundou a Planetary Society, uma renomada instituição na vanguarda do
rastreamento de sinais de vida fora do nosso planeta. O projeto Search for
Extraterresrial Intelligence (SETI), Ou "Busca por inteligência extraterrestre", não
alcançou êxito. Em Socorro, Novo México, encontra-se o Very Large Array (VL4), um
aglomerado de vinte e sete radiotelescópios conectados eletronicamente, como se
fossem um único telescópio do mesmo tamanho até nos menores elementos, ou um
radiotelescópio de dezenas de quilômetros de extensão9. Toda essa estrutura
científica não conseguiu localizar outras civilizações alienígenas, quer inferiores quer
superiores, ou mesmo algum planeta que tenha semelhanças com o planeta terra.

O 'outro evangelho’, o das estrelas

Além dos fantásticos relatos das visões ufológicas, encontramos também o


surgimento de seitas apocalípticas envolvidas com manifestações de OVNls. Um
exemplo exótico é a "Fundação Uranius", sediada nas proximidades de San Diego,
Califórnia, e administrada pela autodenominada "visionária cósmica" Ruth Norman,
também conhecida pelo nome de Uriel. Ela afirma ter recebido transmissões de seres
"supercelestiais" e visitado nada menos que 60 planetas. "Através de meus
ensinamentos, os humanos poderão atingir um plano espiritual mais elevado, de
preferência a tempo de saudar as 33 naves estelares da Confederação Interplanetária
que irão aterrissar em San Diego em 2001", diz Norman.

Outro exemplo do misticismo no movimento ufológico ocorreu em Londres, Inglaterra.


A sociedade Aetherius, caracterizada por cultos a contatos extraterrestres. Segundo
George King, fundador do movimento em 1956, entre os extraterrestres encontram-se
Jesus e diversos santos que moram em Vênus. King afirma que, como interessado
Página

pelo misticismo oriental, certo dia, em estado de transe, recebeu mensagens de seres
extraterrestres. Eles afirmavam que Jesus estava vivo e morava em Vênus.
122

Edenilton Lampião, quando editor da revista "Planeta", escreveu um artigo publicado


em 10 de setembro de 1984 no jornal "Folha da Tarde", alertando os leitores quanto à
sofisticação dos métodos e da linguagem das seitas no Brasil. Lampião classificou as
seitas em três tipos: as profundamente místicas (de inspiração cristã, na qual Jesus
surge como comandante de frotas de naves-mãe em trânsito pelas galáxias), aquelas
que falam em nome de uma nova "consciência cósmica" (um líder serve de mediador
com os Ets, com os quais, claro, só ele e mais uns poucos privilegiados têm acesso) e
as mais traiçoeiras de todas, a corrente de seitas esotérico-científicas, que se
adaptam ao gosto do linguajar moderno dos meios de comunicação.

Esperava-se que suas mensagens refletissem cultura altamente desenvolvida,


principalmente na área científica. Contudo, não é isso que propagam. Antes, refletem
idéias ocultistas, principalmente quando tentam atingir as Escrituras como sendo
espúrias.

A seguir, algumas afirmações descabidas dos diversos livros, revistas e


jornais que propagam a ufologia:

• Acusam a Bíblia de falsidade, no entanto, usam diversas passagens bíblicas para


indicar a existência dos OVNls. Afirmam que algumas mensagens supostamente
alienígenas interpretam, de forma particular, as Escrituras.
• Afirmam que os "mentores galáticos" aguardam algum tipo de adoração por parte
dos habitantes da terra.
• Atribuem ao homem certa capacidade divina que deve ser desenvolvida através de
exercícios, meditações, amuletos e marcas. E que o homem deve aguardar o advento
de centenas de naves alienígenas que conduzirão a humanidade a uma nova era.
• Aguardam uma nova era, quando o ser humano ultrapassará as fronteiras do
conhecimento. Falam da constituição de um código civil mundial que trará paz ao
planeta, e que o autoconhecimento libertará o homem, ou, então, o divinizará.
• Afirmam que Deus, o homem e os animais fazem parte da mesma essência divina e
material; portanto, é necessário um respeito místico ecológico entre eles.
• São unânimes em afirmar que entidades alienígenas e/ou espirituais estão agora
presentes para ajudar a humanidade a ajustar-se à nova era de avanço espiritual.

Extraterrestres e anjos parecem confundir-se no imaginário popular. Esses


seres são excitantes para a mente popular devido às seguintes
características:

1 - Vêm de um outro mundo (planeta ou céu).


2 Têm formas avançadas de vida, cujo propósito é ultrapassar as fronteiras
tecnológicas e/ou espirituais.
3 Geralmente, suas qualidades são expressas em beleza física.
4 Têm excelente comunicação com os humanos.
5 Possuem habilidade para voar.
Página

6 Suas aparições são acompanhadas de luz brilhante e cintilante.


7 O branco, o azul e o cinza são as cores mais populares.
123

8 Profetizam mudanças no meio ambiente e a inauguração de uma nova era.


9 Incentivam a divinização do homem; ou seja, a busca do 'eu' interior.
10 Negam ou omitem o pecado, a real condição do homem, portanto não têm
nenhum plano de salvação que inclua o arrependimento, a fé e a santificação.

Tanto aqueles que dizem ter falado com 'anjos' quanto os que afirmam ter-se
comunicado com Ets possuem todas as características supracitadas. Os conceitos de
pecado e a condição geral da humanidade parecem muito com as atuais filosofias
materialistas e liberais.

As chances de se ver um OVNI aumentaram

Com a difusão do sistema de telefonia, que usa satélites de última geração, as


chances de se ver um OVNI aumentaram de forma surpreendente. Há mais ou menos
dois anos, foram lançados em órbita 72 satélites desses. São nada menos do que
cerca de 640 kg girando em torno da terra a 780km de altitude. Esses satélites
compõem a primeira rede global de telefonia celular e paging. Por emitirem um brilho
rápido e forte, têm sido confundidos com OVNls, proporcionando, dessa forma,
expressivo aumento das incidências de relatos de pessoas que viram tais objetos
voadores não identificados.

A revista Ufo relata: "Proporcionalmente ao seu tamanho, o brilho do satélite Iridium é


mais forte que o da Lua: um aparelho da rede pode ter seu brilho na magnitude 9,
considerado alto pelos ufólogos... Os satélites podem ser avistados com certa
facilidade após o crepúsculo, ou antes do alvorecer, em qualquer ponto do azimute.
Têm elevação variada, podendo chegar ao zênite 90' perpendicular ao solo, acima de
nossas cabeças. A oeste, os satélites são vistos no início da noite e, a leste, pouco
antes do amanhecer - mas a maioria dos avistamentos é ao norte ou ao sul, no início
e fim da noite".10

Muitos sinais luminosos são apenas reflexos dos mais diversos satélites utilizados pela
telefonia. Mesmo a atmosfera pode refletir luz, dando a impressão para muitos de que
essa luz seja algum OVNI. Portanto, se dividirmos os testemunhos de pessoas que
avistaram OVNIs encontraremos o seguinte: fraude fotográfica e testemunhal,
reflexos na atmosfera, reflexos dos satélites e visões paranormais.

Identificando os OVNIs: a fronteira

O imaginário popular adquiriu um espaço sem fronteiras em grande parte devido às


viagens espaciais, à ficção científica e à indústria cinematográfica. Além disso,
onerosos projetos científicos estão sendo utilizados para encontrar vida e inteligência
no espaço sideral, o que tem dificultado às pessoas, mais precisamente os jovens,
identificarem onde termina a ciência e onde começa a ficção. A suposta existência
dos seres extraterrestres e a possibilidade de alguém se comunicar com eles e ser
influenciado invadiram sutilmente a mente das pessoas.
Página

As Escrituras afirmam que a "terra era sem forma e vazia". A mesma condição é vista
124

nos planetas vizinhos e naqueles que podem ser observados por diversos meios. Por
outro lado, as Escrituras admitem existir vida fora da terra. Pelo relato do apóstolo
Paulo, ele claramente nos dá a entender que existe vida fora da terra e que estamos
em luta contra esses seres. Em Efésios 6.12, escreveu: "Porque não temos de lutar
contra a carne e o sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades,
contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade
nos lugares celestiais". As Escrituras também nos advertem quanto aos riscos que
corremos quando nos envolvemos com essas entidades (seres) espirituais que
vagueiam no espaço entre o céu e a terra: "Vós bem sabeis que éreis gentios, levados
aos ídolos mudos, conforme éreis guiados" (1 Co 12.2).

Embora as Escrituras admitam a existência de outros seres, além dos humanos, e até
mesmo atribui-lhes poder sobre-humano, não encontramos, porém, em suas páginas,
nenhuma afirmação de que existam seres em outros planetas. Elas apenas afirmam a
existência de dois níveis de hábitat: o terrestre e o celestial.

Por outro lado, alguns processos cristãos liberais afirmam que existem outros mundos
habitados e que estes, talvez, tenham sido também visitados por Jesus depois de sua
morte e ressurreição na terra. Se no período em que Cristo visitou esses mundos
tivesse morrido em favor de tais extraterrestres, esses também seriam alcançados
por Ele e salvos. Quanto a esse assunto, encontramos alguns problemas no contexto
bíblico que não podemos deixar de considerar. Primeiro, a morte de Cristo para o
perdão de pecados é única: "assim também Cristo, tendo-se oferecido uma vez para
sempre para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos
que o aguardam para a salvação" (Hb 9:28). A manifestação de Cristo é clara.
Primeiro Ele veio para tirar o pecado e virá segunda vez para aqueles que o
aguardam. A intervenção de Deus na criação diversas vezes em mundos diferentes
através de Cristo está fora do contexto bíblico. O livro de Apocalipse relata a
exaltação de Cristo diante de todo o universo, e não sistematicamente nos
quadrantes do universo (Ap 12.12; 18.20). Se de fato existissem outros mundos, eles
estariam sujeitos ao juízo que está ocorrendo no céu (devido à rebelião de Satanás) e
ao juízo que está por vir sobre a terra (por causa da condição caída da humanidade).

Será que Deus não poderia criar outros mundos no vasto universo? Sim. Mas temos
de concordar que houve um princípio, um início criativo. E, pelas Escrituras, a
seqüência da criação é bem conhecida: "No princípio criou Deus os céus e a terra".
Nos céus Deus criou os anjos, em diversos níveis, e na terra, a natureza, os animais e,
finalmente, o homem. A citação quanto à criação dos animais, dos répteis e das aves
é bem clara. Se houvessem outros mundos, isso seria relevante e registrado pelas
Escrituras. Podemos encontrar apenas três naturezas em todo o universo: a divina,
subsistente na Trindade; a celestial, que se aplica a todas as classes dos anjos; e a
humana. Uma quarta natureza está sendo preparada: a incorruptível, que os santos
(mortos e vivos) adquirirão somente na manifestação do Senhor Jesus (1 Co 15.51-
53).
Página

Temos apenas duas ferramentas de identificação dos OVNls: o equívoco daqueles que
tiveram tais experiências e os frutos que produzem. Vamos primeiro aos equívocos,
125

que podem ser enumerados da seguinte forma:

1 - confusão com o planeta Vênus, este é o mais brilhante de todos os planetas e dá a


impressão de que está rodando rapidamente no seu eixo.
2 - balões meteorológicos.
3 - meteoros.
4 - aviões ou helicópteros.
5 - parélio, isto é, mancha brilhante que aparece em um dos lados do sol
6 - A dificuldade que as pessoas têm em relatar aquilo que realmente viram, o que
contribui para uma interpretação errônea e carregada de imaginação.
7 - Paranormalidade e hipnose, cheias de elementos ocultistas.

Passemos, agora, à segunda ferramenta: os frutos. "Pelos seus frutos os conhecereis.


Colhem-se, porventura, uvas dos espinheiros ou figos dos abrolhos?" (Mt 7.16). Que
frutos estão produzindo tais 'aparições'? Seus ensinos, conforme já comentamos,
demonstram que toda a árvore, ou seja, qualquer assunto relacionado com OVNIS,
está comprometida com o ocultismo, portanto condenados pelas Escrituras.

Outra característica comum das aparições dos supostos extraterrestres é a


deformidade física apresentadas por esses seres: cabeças desproporcionais ao corpo,
pele desbotada, olhos exagerados, que ocupam 30 % da cabeça; corpo minúsculo e
falta de comunicação oral, o que enfatiza seus poderes telepáticos. Alias, é através da
telepatia11 que os seres extraterrestres sempre se comunicam com os terrestres.
Talvez seja esta a razão da necessidade que os alienígenas têm da hipnose para se
fazer entender.

Enfim, as 'criaturas' que aparecem nas retratações daqueles que afirmam ter visto
algum extraterrestre não passam pelo crivo das Escrituras, pois Deus sempre
testificou que sua criação era boa. Definitivamente, os supostos seres extraterrestres
não trazem a assinatura de DEUS (Gn 1.4,10,12,18,21,25,31)

"Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas; sobre a terra, angústia entre as nações
em perplexidade por causa do bramido do mar e das ondas" (Lc 21.25).

Notas:

1 Alienígena - Alguém que é de um outro país. Essa palavra é popularmente aplicada


a população extraterrestre.
2 Contatos imediatos: 1' grau: refere-se ao contato através do som; 21 grau: contato
através da visão; 31 grau: contato através do tato, pessoal.
3 Eram os deuses astronautas? - Melhoramentos - p. 50 -edição 1969.
4 Daniken, Erich von, 1935 - autor do livro Erinnerungen an die Zufunft - em
português: Eram os deuses astronautas?
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5 Veja pormenores sobre essa profecia no livro Evidência que exige um veredicto, Vol.
1. Autor: Josh McDowell. Editora: Candeia. São Paulo, pp. 340 - 343;
126

6 Stoner, Peter W. Science Speaks: An Evaluation of Certain Christian Evidences.


Chicago: Moody Press, 1963.
7 Mistérios do Desconhecido - Contatos Alienígenas - Editores de Tiine-Life Livros - p.
7
8 Abduções: Rapto com violência, fraude ou sedução.
9 Cosmos. Carl Sagan. Editora: Livraria Francisco Alves Editora S.A. p. 261.
10 Revista Brasileira de Ufologia - Ufo – nº 66
11 Telepatia: Transmissão ou comunicação extra-sensorial de pensamentos e
sensações, a distância, entre duas ou mais pessoas.

18. Teosofia – A filosofia religiosa que lançou as bases


para o atual movimento da Nova Era

Por Natanael Rinaldi

A palavra theosophia é de origem grega e significa “sabedoria de Deus”. Surgiu no


terceiro século, em Alexandria, no Egito, com um notável pensador da época, Amônio
Sacca, que foi mestre de Plotino, sendo ambos filósofos platônicos. A teosofia (de
théos = Deus, sophia = sabedoria) vem a ser, como dizem, “um corpo de
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ensinamentos misteriosos revelados somente a poucas pessoas mais avançadas”.1


Esse conhecimento tem recebido o título de doutrina secreta. Neste sentido, trata-se
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de um ramo do ocultismo (da palavra latina ocultus).

Essa palavra se distingue da palavra teologia. A teologia é um discurso sobre Deus


(Theós), conhecido à luz da fé. A Bíblia afirma: “Ora, sem fé é impossível agradar-lhe;
porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe, e que
é galardoador dos que o buscam” (Hb 11.6). Por outro lado, lemos: “Visto como na
sabedoria de Deus o mundo não conheceu a Deus pela sua sabedoria, aprouve a Deus
salvar os crentes pela loucura da pregação. Porque os judeus pedem sinal, e os
gregos buscam sabedoria; mas nós pregamos a Cristo crucificado, que é escândalo
para os judeus, e loucura para os gregos. Mas para os que são chamados, tanto
judeus como gregos, lhes pregamos a Cristo, poder de Deus, e sabedoria de Deus.
Porque a loucura de Deus é mais sábia do que os homens; e a fraqueza de Deus é
mais forte do que os homens” (1Co 1.21-25).

Assim, ao passarmos a estudar sobre a teosofia, não podemos deixar de apontar


aquilo que Paulo nos adverte sobre as doutrinas que surgiriam nos últimos tempos
como ensinos totalmente antagônicos à Palavra de Deus (1Tm 4.1,2). Por isso,
devemos ter cautela, para não sermos iludidos por tais doutrinas. Diz o apóstolo:
“Tende cuidado, para que ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofias e vãs
sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo, e não
segundo Cristo” (Cl 2.8).

Seita ou religião?

A Sociedade Teosófica procura negar o seu caráter sectário ou religioso, afirmando


que “a Sociedade não se identifica com nenhuma religião em particular, não sendo
ela mesma uma seita religiosa”. É óbvio seu interesse em não se declarar entidade
religiosa ou sectária: fazer que as pessoas religiosas não se sintam preocupadas em
estudar os ensinos religiosos da Teosofia.

A propósito, o escritor Adolpho J. Silva, membro do Conselho Editorial da Editora


Teosófica, em entrevista à revista ANO ZERO, declara que “a Teosofia não chega a ser
uma religião, é uma filosofia de vida e pretende que o católico, o protestante, o
evangélico, entre outros, vivam melhor a sua religião e tenham uma visão mais ampla
da realidade. Neste sentido, a Teosofia é um sistema, uma filosofia”.2 Continuando
sua entrevista e indagado se a Teosofia se propõe a aglutinar membros de diferentes
movimentos, religiões e sociedades secretas, a resposta foi: “Exatamente, há uma
tendência ao sincretismo religioso”.3 Ora, como sabemos, sincretismo é a fusão de
religiões, ritos e crenças.

Adolpho J. Silva declara que “a teosofia se propõe a aglutinar membros de diferentes


movimentos, religiões e sociedades”. Isto significa que pessoas de várias religiões e
crenças chegarão a um impasse: decidir se permanecem em suas crenças ou adotam
as novas, filiando-se à Sociedade Teosófica, à medida que descobrem que os ensinos
novos da teosofia conflitam com aquilo que crêem.
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Passaremos a demonstrar que as doutrinas teosóficas não podem conciliar-se com a


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doutrina cristã e que não seria correto um cristão participar das reuniões promovidas
por eles e nem mesmo ler os livros, revistas e outras publicações teosóficas, a menos
que o faça para pesquisar e refutar com conhecimento de causa.

Duas mulheres

• HELENA PETROVNA BLAVATSKY


Na história da teosofia surgem duas mulheres proeminentes, conhecidas como
mestras da teosofia moderna: Helena Petrovna Blavatsky e sua “continuadora”, Annie
Besant.

A Sra. Blavatsky nasceu em Ekaterinoslaw, na Ucrânia, em 12 de agosto de 1831. Era


filha do coronel Petervon Hahn e Helena Andreyevna, e sobrinha de Sergei Witte que,
mais tarde, se tornou primeiro-ministro e amigo de Gregory Rasputin. Sua história
pessoal é repleta de aventuras e extremamente conturbada. Quando criança foi
rebelde e estranha. Era paranormal e escrevia seus livros em transe mediúnico, sendo
inspirada, conforme dizia, por Mestres de Sabedoria. Aos 16 anos, casou-se com o
general russo Nicéforo Blavatsky, mas, três meses depois do matrimônio, abandonou
o marido.

Após a separação, passou a percorrer o mundo em busca da sabedoria. Ouviu


mestres ocultistas, magos e médiuns da Turquia, Inglaterra e Egito. Por fim, em 17 de
novembro de 1875, resolveu fundar, junto com o coronel Henry Steel Olcott, em Nova
York, nos Estados Unidos, uma organização a qual deu o nome de Sociedade
Teosófica. O coronel Olcott tornou-se o primeiro presidente da Sociedade e, em 1878,
partiram, juntos (Blavatsky e Olcott), para a Índia. Em 3 de abril de 1905, foi
estabelecida a sede internacional da Sociedade Teosófica no bairro de Adyar, na
cidade de Chennay (antiga Madras), no Estado de Tamil Nadu, sul da Índia.

Com a fundação da Sociedade Teosófica, Helena Blavatsky pretendia iniciar a


transferência do budismo e do hinduísmo para o ocidente, difundindo a teosofia nos
Estados Unidos. Não conseguindo de início o seu propósito, transferiu a Sociedade
Teosófica para a Índia, onde predomina o hinduísmo.

Helena Blavatsky faleceu em 8 de maio de 1891 e foi sucedida por Annie Besant.

* H. P. B., dentro da teosofia, é a forma comum de mencionar a fundadora.

• ANNIE WOOD BESANT

Annie Wood Besant nasceu em 1847, em Londres, e se casou, ainda muito nova, com
Frank Besant, com quem teve dois filhos. Ela também abandonou o marido. Com a
morte de Helena Blavatsky, Annie Besant colocou-se à frente da sociedade.
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Assumindo a tutoria de um jovem indiano chamado Jiddu Krishnamurti, nascido em


Madabapelle, Madras, em 1897, em 1908 Annie Besant identificou esse jovem, seu
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filho, como o futuro Mestre e Salvador da humanidade. Segundo ela, Jiddu era o Cristo
reencarnado. O tal jovem já havia supostamente passado por 32 encarnações,
gastando, para isso, 72.000 anos. Como sabemos, Jesus nos exortou a estarmos
alertas contra o surgimento de falsos cristos e Jiddu, ao que consta, seria esse falso
cristo, tido como salvador do mundo.

Atentemos para o prognóstico de Jesus: “Porque muitos virão em meu nome, dizendo:
“Então, se alguém vos disser: Eis que o Cristo está aqui, ou ali, não lhe deis crédito;
porque surgirão falsos cristos e falsos profetas, e farão tão grandes sinais e prodígios
que, se possível fora, enganariam até os escolhidos. Eis que eu vo-lo tenho predito”
(Mt 24.5, 23-25).

Estas fantasias foram as responsáveis pelas principais cisões entre os teósofos. A


seção alemã, por exemplo, dirigida por Rudolf Steiner, filósofo e pedagogo austríaco
(que nasceu em Kraljevic, em 1861, e morreu nessa mesma cidade croata, em 1925),
separou-se, em 1913, da Sociedade Teosófica e fundou a Antroposofia.

Organização e atividades

Estão organizados em mais de sessenta países em seções nacionais e estas, por sua
vez, compõem-se em Lojas e Grupos de Estudos. A maioria das lojas e grupos de
estudo realiza reuniões públicas com palestras, cursos, debates e outros eventos
desse tipo. Existem outras atividades de confraternização entre membros e
simpatizantes. No Brasil, há dois ramos distintos: a Sociedade Teosófica no Brasil,
filiada à Sociedade Teosófica fundada por Helena Petrovna, e a Sociedade Teosófica
Brasileira, também conhecida como Sociedade de Eubiose, fundada por Henrique José
de Souza e com sede em São Lourenço, Minas Gerais.

Objetivos

A Sociedade Teosófica afirma que possui três objetivos básicos:

1. Formar um núcleo da fraternidade universal da humanidade, sem distinção de raça,


credo, sexo, casta ou cor;

2. Estimular o estudo comparativo das religiões, filosofias e ciências;

3. Investigar as leis ainda não explicadas da natureza e os poderes latentes do


homem.

Para que uma pessoa se torne associada da Sociedade, tem de concordar pelo menos
com o primeiro objetivo. Os outros dois são opcionais.

Fonte de autoridade
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O livro mais importante da fundadora é A doutrina secreta (1888). Suas outras obras
são: A voz do silêncio (1889), Isis sem véu e A chave da teosofia. Embora a palavra
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teosofia signifique a sabedoria de Deus, essa nova sabedoria, no entanto, não tem
nada em comum com a verdadeira sabedoria de Deus (1Co 2.6-13).

Blavatsky declarou que “não é o temor do Senhor o princípio da sabedoria, mas o


conhecimento do EU que se torna a principal sabedoria” (A doutrina secreta). Os
Upanixades e os Vedas, livros sagrados do hinduísmo, constituem a base para grande
parte de suas doutrinas. O budismo também influenciou grandemente as doutrinas da
teosofia.
Como lemos na Bíblia: “O temor do Senhor é o verdadeiro princípio da sabedoria” (Sl
111.10), e não a sabedoria aprendida nos meios ocultistas, pois esta é “terrena,
animal e diabólica. Mas a sabedoria que do alto vem é, primeiramente pura, depois
pacífica, moderada, tratável, cheia de misericórdia e de bons frutos, sem parcialidade,
e sem hipocrisia” (Tg 3.15,17).

A mãe da Nova Era

Um grande número de estudiosos procura uma data específica para o início do


Movimento Nova Era (MNE), e indicam esse ponto de partida como sendo a data da
fundação da Sociedade Teosófica, em 1875, na cidade de Nova York. A teosofia
declara ser “a essência de todas as religiões e da verdade absoluta, da qual uma gota
apenas se encontra em cada crença”.4 Seus ensinos englobam os neoplatônicos5, os
gnósticos6, a cabala judaica7, a mística dos rosacruzes8 e certas doutrinas de
Paracelso9.

Um dos ensinos fundamentais da Nova Era é a criação de uma religião universal. A


teosofia tem o mesmo objetivo. Tanto uma quanto a outra procuram juntar o melhor
de várias doutrinas em uma só religião. Essa mistura religiosa é denominada
sincretismo. A palavra sincretismo designa “qualquer mistura de pensamentos e
práticas diversas, com o objetivo de formar um todo, criando, a partir dessa união,
algo novo, mantendo essencialmente as mesmas características das anteriores”.10

A pergunta que se faz é: “Em que se baseava a escritora para afirmar que a teosofia é
a essência de todas as religiões e da verdade absoluta?”. Por incrível que pareça, ela
se baseava no testemunho de videntes, isto é, de mestres iluminados do Tibete, no
ensinamento da Loja Branca, da Hierarquia dos Adeptos e na cultura do pretenso
continente Atlântida, que não passa de mera ficção literária de Platão.

Tal posição é oposta ao que Cristo afirmou sobre si mesmo, dizendo: “Eu sou o
caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim” (Jo 14.6). Por
sua vez, Pedro, em sua segunda carta, declara: “Porque não vos fizemos saber a
virtude e a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, seguindo fábulas artificialmente
compostas; mas nós mesmos vimos a sua majestade. Porquanto ele recebeu de Deus
Pai honra e glória, quando da magnífica glória lhe foi dirigida a seguinte voz: Este é o
meu Filho amado, em quem me tenho comprazido. E ouvimos esta voz dirigida do
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céu, estando nós com ele no monte santo; e temos, mui firme, a palavra dos profetas,
à qual bem fazeis em estar atentos, como a uma luz que alumia em lugar escuro, até
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que o dia amanheça, e a estrela da alva apareça em vossos corações” (2Pe 1.16-19).

Tais homens, tidos como mahatmas (mestres iluminados), não passam de falsos
cristos, indicados por Jesus em Mateus 7.15.

A teosofia e a Bíblia

Como essência de todas as religiões, a teosofia reúne os ensinos centrais da Nova


Era, um movimento eclético que engloba doutrinas do hinduísmo, do taoísmo, do
budismo, do cristianismo e de práticas como a ioga e a meditação transcendental
para despertar o suposto poder latente do ser humano.

O aspirante à teosofia deve submeter-se a uma disciplina: “o carma ioga, a senda da


prova” e, depois, a “senda do discípulo”, propriamente dito, que o levarão,
progressivamente, ao estado de pleno desenvolvimento e de aptidão para o nirvana.

Ensinos teosóficos versus ensinos cristãos

Teosofia: Jesus é um dos cristos

Declaram que a atual “raça-trono” ariana já teve até agora cinco cristos, ou seja,
cinco encarnações do Supremo Mestre do Mundo, que foram: Buda, Hermes,
Zoroastro, Orfeu e Jesus. Afirmam que Cristo usou o corpo de Jesus. Desta forma,
Jesus não deve ser considerado o único Filho de Deus, o Deus homem. Ele é apenas
uma das muitas manifestações ou aparições de Deus através dos séculos. Cristo é
distinto de Jesus. Cristo é uma idéia perfeita de Deus – o despertar da divindade
inerente. Jesus tem a consciência crística ou espírito crístico mais desenvolvido do
que outros, mas cada um pode desenvolver seu espírito crístico ou consciência
cósmica. Não bastasse tudo isso, ainda aguardam a chegada de um novo cristo, que
será mais poderoso do que o Senhor Jesus Cristo. Esse novo cristo unirá todas as
religiões em uma só, dizem os teosofistas.

Cristianismo: Jesus é o Cristo

Jesus e Cristo são dois nomes para a mesma pessoa. Jesus não se tornou o Cristo
como pessoa adulta, mas nasceu o Cristo (Lc 2.11,26; Jo 1.41; Mt 16.13-16; Jo
11.25,27). O Cristo da Bíblia é o Jesus de Nazaré histórico e o eterno Filho de Deus.
Ele se tornou homem, viveu uma vida sem pecado, sofreu a morte vicária e ascendeu
aos céus, ao seu Pai (Gl 4.4,5; 1Co 15.3,4; At 1.9-11).

A Bíblia apresenta Jesus como a única manifestação de Deus na carne (Jo 1.1-3,14;
8.58; 14.8-10) e admoesta que tenhamos cautela com relação aos falsos Cristos (Mt
24.4,5, 23-25).

Pedro declarou que Jesus, o Cristo, é o Filho do Deus vivo (Mt 16.16), sendo elogiado
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por Jesus, que lhe disse ter sido iluminado por Deus para fazer tal declaração (Mt
16.17-18). Jesus disse de si mesmo que era o único caminho para que o homem
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pudesse chegar a Deus (Jo 14.6). O apóstolo Pedro, por sua vez, reiterou que só no
nome de Jesus há salvação (At 4.12). João disse que aqueles que negam que Jesus é o
Cristo são anticristos (1Jo 2.22-23).

Teosofia: Tudo é um

Toda a realidade é um todo unitário. Ou seja, toda a realidade (e aqui estão incluídos
Deus, a humanidade, o universo criado, a terra, o tempo e o espaço) faz parte do
todo. Esta idéia é conhecida como monismo e é basicamente um conceito hinduísta.

Cristianismo: o Deus bíblico é pessoal

A idéia bíblica de Deus envolve um Pai pessoal de amor, a quem os cristãos se


dirigem chamando-o de “Aba, Pai” (Rm 8.15; Gl 4.6). Existem evidências que
comprovam a natureza pessoal de Deus, pois Ele ouve (Êx 2.24; Sl 94.6), vê (Gn 1.4),
conhece (2Tm 2.19), tem vontade (Mt 6.10) e demonstra emoção (Gn 6.6).

Teosofia: tudo é Deus

“Na teosofia não se admite a figura de um Deus potente e poderoso presidindo a


formação de tudo. Deus seria o Princípio Transcendental Supremo, chamado de Logos
Cósmico”.1 1 “A teosofia é panteísta: Deus é tudo e tudo é Deus”.1 2 “A teosofia não
acredita no Deus bíblico, nem no Deus dos cristãos. Rechaço a idéia de um Deus
pessoal. O Deus da teologia é um ninho de contradições e uma impossibilidade”.

Cristianismo: a Bíblia nega que tudo seja Deus

O Deus da Bíblia criou o homem, que é uma pessoa distinta e à parte do Criador (Gn
1.27).

Deus é uma personalidade consciente (Êx 3.14; Is 48.12).

É um espírito pessoal (Jo 4.23,24), com vontade própria (Rm 12.1,2; Hb 10.9).

É um Deus Trino: três pessoas distintas: Pai, Filho e Espírito Santo, mas numa só
essência ou natureza divina (Mt 28.19; 3.16,17; 2Co 13.13; Gl 3.20).

Teosofia: o homem é Deus e Deus é o homem

O objetivo da vida é despertar o deus que dorme no interior do ser humano. Cada
pessoa é mais do que sublime, porque somos divinos. “Não é o temor do Senhor o
princípio da sabedoria, mas o conhecimento do EU que se torna a própria
sabedoria”.1 3 “O homem traz latentes no seu interior todos os atributos da divindade
Página

que podem ser progressivamente desenvolvidos e atraídos à manifestação através do


pensamento puro e reto comportamento”.14
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Cristianismo: Deus é distinto do homem

A Bíblica ensina que o ser humano foi criado à imagem e semelhança de Deus (Gn
1.26,27). Deus é distinto do homem (Ec 5.2; Nm 23.19; Os 11.9). A própria ignorância
do homem sobre a sua suposta divindade mostra que ele não é Deus. Vejamos
algumas diferenças entre Deus e o homem:
a) Deus é Todo-Poderoso (Mt 19.26); o homem tem poder limitado (Hb 4.15).

b) Deus é onipresente (Sl 139.7-12); o homem é confinado no espaço e no tempo (Jo


1.50).

c) Deus é eterno (Sl 90.2); o homem é criado no tempo (Gn 1.26).

d) Deus é verdade (Is 65.16); o coração do homem é enganoso (Jr 17.9).


Teosofia: o homem não é pecador

O problema do homem é ignorar sua divindade. Desde que não exista o problema do
pecado, ele também não tem necessidade de salvação. Conseqüentemente, Jesus não
morreu na cruz para providenciar a salvação do pecador. Os homens precisam de
iluminação para reconhecer sua divindade. Pela reencarnação, uma pessoa pode
retornar a Deus. A única coisa que o homem precisa é de iluminação, para reconhecer
sua divindade. A iluminação ou alteração da consciência é chamada também nova
consciência. As técnicas para a alteração da consciência ou nova consciência são:
meditação transcendental, ioga, hipnoses, mantras, diálogo com canalizadores, entre
outros.

Cristianismo: o problema do homem é o pecado

O cristianismo começa com uma distinção entre o Criador e a criação. Oposto ao


ensino monista panteísta, existe um abismo entre o Criador e o homem (Is 45.18). O
homem de fato tem pecado contra Deus (Rm 3.23) e precisa necessariamente de
salvação (Rm 5.18; 6.23). O Jesus bíblico ensinou que o homem não tem
simplesmente um problema de ignorância da sua divindade, mas um problema grave
de pecado que precisa resolver (Mt 12.33,34; Lc 11.13).

O Jesus bíblico ensinou que sua missão foi prover, por sua morte na cruz, expiação
pelo pecado da humanidade (Mt 20.28; 26.26-28). Ensinou, ainda, que a salvação do
homem só é possível por fé nele (Jesus), e não por iluminação ou nova consciência (Jo
3.16).

Teosofia: prega a reencarnação e o carma

A vida e o destino do homem são governados pela lei do carma (ação em sânscrito), a
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lei da causa e efeito.15 O homem precisa progredir muitas vezes até chegar à
unidade com o Um. Se o homem adquire bom carma (reação a toda ação), benefícios
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positivos o acompanharão em outras vidas. O mau carma produzirá futuros castigos.


Eventualmente, deixará o ciclo de nascimento e renascimentos pelas práticas de
iluminação ou nova consciência, efetuando, dessa forma, sua própria salvação.

Cristianismo: nega veementemente a reencarnação (Hb 9.27)

O tipo de reencarnação adotado pela teosofia não é igual ao de Allan Kardec. O mais
importante argumento contra a reencarnação é o esquecimento geral das vidas
passadas. Se é verdade que já vivemos algumas vezes, como se explica o
esquecimento geral das vidas anteriores?16

A reencarnação constituiria um castigo injusto. Pois: de que serviria a uma alma voltar
à carne se ignora as etapas que já percorreu na sua purificação espiritual? A
reencarnação prende-se, geralmente, ao falso conceito de Deus; ou seja, ao
panteísmo, junto com o qual a reencarnação é professada na Índia. De fato, se não há
um Deus pessoal, a quem o homem possa invocar, é o próprio homem quem tem de
remir a si mesmo.

Ora, os esforços do homem em demanda da perfeição são sempre lentos. De onde se


segue que uma série de encarnações sucessivas se impõe como solução para o
problema? Esta solução errônea, por apregoar a auto-redenção, não deixa de ser
sedutora, pois bajula o orgulho da criatura humana, dando-lhe a ilusão de que ela não
depende de ninguém.

Por outro lado, o homem que crê em um Deus pessoal e distinto do mundo, sabe que
é amado por este Deus que provou o seu amor doando seu Filho Jesus para que
pudéssemos obter redenção (1Jo 4.8). “Nisto se manifesta o amor de Deus para
conosco: que Deus enviou seu Filho unigênito ao mundo, para que por ele vivamos.
Nisto está o amor, não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos
amou a nós, e enviou seu Filho para propiciação pelos nossos pecados” (1Jo 4.9,10).

Jesus é o nosso Advogado, e nos defende do pecado (1Jo 2.1.2,12).

Teosofia: nega a eficácia da oração

“Não acreditamos na eficácia da oração enquanto súplica externa dirigida a um Deus


desconhecido”.17

Cristianismo: o cristão ora

Jesus ensinou aos discípulos a orar (Mt 6.9-13). Freqüentemente, Jesus era encontrado
em oração de manhã, de tarde e de madrugada. Pedro foi livre das mãos de Herodes
pela oração da Igreja em seu favor (At 12.5-8). Paulo recomendou que os cristãos
devem orar sem cessar (1Ts 5.17).
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Teosofia: declara que a redenção por Cristo é perniciosa


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Falando sobre a redenção efetuada por Cristo, L.W. Rogers declara: “É esta perniciosa
doutrina de que o erro cometido por um pode ser consertado pelo sacrifício de outro.
É simplesmente surpreendente que tal crença tenha sobrevivido à Idade Média e
continue a encontrar milhões de pessoas que a aceitam nesses dias de pensamento
claro. O homem, que busca comprar a felicidade, através da agonia de outro, é
indigno do céu, e não poderia reconhecê-lo, se estivesse lá. Um céu habitado pelos
que vêem no sacrifício vicário um arranjo feliz, o qual lhes permite viver no prazer e
bem-estar, não é digno de ser possuído”.18
Cristianismo: a base da redenção é o sangue de Cristo (Mt 26.28; Ef 1.7; 1Jo
1.7,9).

Jesus ensinou a regeneração, e não a reencarnação (Jo 3.1-7). A queda da raça


humana, relatada em Gênesis 3.1-5, indica a origem da rebelião contra Deus (1Sm
15.23). O cristianismo afirma que a única solução é o homem converter-se de sua
rebelião contra Deus e depositar sua fé em Jesus Cristo (Is 55.6,7; Lc 13.3; 19.10).

Salvação é mais do que mudança de consciência: é um processo pelo qual a graça de


Deus transforma a pessoa em uma nova criatura (2Co 5.17).

O lema da Sociedade Teosófica

“Não há religião superior à verdade, este era o antigo lema da família de Kasi, ou
Varanasi, também adotado como lema da Sociedade Teosófica”.19 A verdade
essencial da teosofia é que existe a unidade por trás de toda a diversidade.

Concordamos com o fato de que as inúmeras religiões não são superiores à verdade,
entretanto, é salutar esclarecer que verdade é esta, e, neste intento, é adequado
apontá-la como nosso lema, cujo fundamento é exarado de forma explícita e absoluta
na Bíblia.

Jesus se identificou como a verdade, quando declarou: “Eu sou o caminho, e a


verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim” (Jo 14.6). E ainda
acrescentou: “a tua palavra é a verdade” (Jo 17.17). Fica claro, em suas declarações,
que Jesus não considerava a possibilidade de acesso a Deus por meio de uma
diversidade de outros líderes religiosos, “iluminados”, pois suas palavras são
incisivas: “ninguém vem ao Pai, senão por mim”. Não há aqui qualquer margem de
espaço para Buda, Krishna, Maomé e outros.

A verdade essencial do cristianismo não esconde atrás de si uma diversidade de


caminhos para a salvação. O apóstolo Pedro ratificou essa doutrina ao declarar: “e em
nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há,
dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos” (At 4.12; grifo do autor). O
apóstolo Paulo complementa: “Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e
os homens, Jesus Cristo homem” (1Tm 2.5; grifo do autor).
Página

Atentemos para a exclusividade reclamada pelas expressões “ninguém vem ao Pai


136

senão por mim” (Jo 14.6), “em nenhum outro há salvação” (At 4.12) e “um só
mediador” (1Tm 2.5). De acordo com as Sagradas Escrituras, Jesus é a verdade.
Qualquer religião que ignorar ou deturpar este lema não poderá oferecer a verdadeira
salvação.

Entre outros, este é um dos principais atrativos que a Nova Era resgatou de sua
precursora, isto é, o ideal de harmonizar e unificar valores religiosos em busca da
verdade, apresentando, com isso, uma religião sincrética. Logicamente, em nossos
dias, essa pregação simpática encontrará o acolhimento de pessoas que não querem
se comprometer com uma verdade moral e um Deus pessoal. Nós, em contraste,
continuaremos irredutivelmente apregoando a mensagem da verdade, independente
de como ela for recebida. Afinal de contas, como Charles Haddon Spurgeon disse: “mil
erros podem viver em paz uns com os outros, mas a verdade é um martelo que os
quebra a todos em pedaços”.

O EMBLEMA DA SOCIEDADE TEOSÓFICA

Segundo os adeptos da teosofia, o emblema da Sociedade “é uma perfeita equação


algébrica com todos os termos expressos encerrando uma infinidade de valores,
representando a intenção da teosofia de redimir a humanidade da miséria, aflição e
pecado, frutos da ignorância, causa de todo o mal”.

Como podemos constatar abaixo, o conjunto de elementos que encerra o emblema


deste grupo religioso é constituído de símbolos declarados pela Nova Era.

Vejamos:

• Os dois triângulos eqüiláteros entrelaçados simbolizam o Universo como a dualidade


espírito-matéria. O de vértice para cima é o do fogo, espírito ou Pai; o de vértice para
baixo é o da água, matéria ou Mãe. Os lados do triângulo do fogo, entre outras coisas,
significam: existência, consciência e bem-Aventurança; os do triângulo da água
significam as três características da matéria: inércia, movimento e equilíbrio. Os doze
lados iguais formados pelo cruzamento das linhas da figura consideradas em conjunto
representam os “dozes deuses” da Cabala e de outras religiões antigas, os doze
signos do Zodíaco, os doze meses do ano.

• A cruz “ansata”, ou Tau, encerrada dentro do duplo triângulo é o símbolo do espírito


que desce à matéria e nela está crucificado, porém, que ressuscitou da morte e
permanece triunfante nos braços do vitimário já vencido e, por isso, é chamada de
“Cruz da Vida”, simbolizando a ressurreição. Nas pinturas egípcias pode-se ver que
esta cruz era aplicada sobre os lábios da múmia, quando a alma voltava ao corpo.

• Acima, o torvelinho da Cruz Ígnea, ou Svástika (Cruz Alada ou Cruz de Fogo) é o


símbolo da energia vertiginosa que cria um Universo, “abrindo buracos no espaço” ou,
dizendo em forma menos poética, formando os torvelinhos ou átomos para a
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construção dos mundos. Ao contrário do que muitos acreditam, a suástica é usada há


mais de três mil anos pelos chineses, tibetanos e antigas nações germânicas;
137

encontrada também entre os bompas e budistas; usada como símbolo do budismo


esotérico, figurando a frente de todos os símbolos religiosos de todas as nações
antigas, sendo o mais sagrado e místico símbolo da Índia. Segundo afirmam, tem
estreita relação e até identidade com a cruz cristã. Como diagrama místico de bom
augúrio “svástika”, ou seja, signo de saúde, não mantém relação alguma com o
símbolo usado na Segunda Grande Guerra.

• A serpente que morde a própria cauda, o ouroboros, é o milenar símbolo da


eternidade, o círculo sem começo nem fim em que todos os universos crescem e
declinam, nascem e morrem. Ao redor do símbolo, o lema do Maharâja de Benares:
Satyât nâsti paro Dharma [Não há religião superior à verdade].

• Este sinal, a sílaba sagrada AUM, em sânscrito, é a representação gráfica e sonora


(OM) do mistério do PRÍNCIPIO UNO, manifestado em seus três aspectos: a Trindade.
A letra A representa o nome de Vishnu (o preservador); a letra U, o nome de Shiva (o
destruidor) e a letra M, o de Brahmâ (o criador). AUM é o nome místico da divindade,
a palavra mais sagrada de todas na Índia, a expressão laudatória ou glorificadora com
que começam os Vedas e todos os livros sagrados ou místicos. Todas as grandes
religiões falam da Trindade, ainda que dando nomes diferentes. Assim, segundo os
teósoficos, por exemplo, no cristianismo são: PAI, FILHO e ESPÍRITO SANTO; na
Teosofia: 1º, 2º e 3º LOGOS.

Fonte: http://www.mcanet.com.br/lotusbranco/simbologia.htm

RELIGIÕES, SEITAS E FILOSOFIAS A SERVIÇO DA NOVA ERA

RELIGIÕES

Hinduísmo (*2000 – 1500 a.C)


Xintoísmo (*660 a.C)
Taoísmo (*604 – 531 a.C)
Confucionismo (*551 – 479 a.C)
Budismo (*563 – 483 a.C)

SEITAS

Espiritismo Moderno (1848)


Teosofia (1875)
Ciência Cristã (1879)
Sociedade Vedanta (*1895)
AMORC - Antiga e Mística
Ordem Rosa Cruz (1915)
Antroposofia (1913)
Eubiose (1924)
Seicho-No-Iê (1930)
Página

Logosofia (1930)
Perfect Liberty (1946)
138

Meditação Transcendental (*1950)


Cientolgia (1955)
Arte Mahikari (1959)
Hare Krishna – ISKCON (1966)
Raelianos (1975)
Viver de Luz (*1898 – 1962)

FILOSOFIAS E PRÁTICAS
Homossexualidade
Gnosticismo
Ecumenismo
Sincretismo
Panteísmo
Monismo
Holismo
Astrologia
Ufologia
Ecologia
Cosmologia
Cosmogonia
Bruxaria
Bruxaria
Alquimia
Feng-Shui
Reiki
Vodu
Ioga
Entre outros

Notas:

1 Folheto Teosofia e a Sociedade Teosófica.


2 Revista ANO ZERO n. 24, de abril de 1993, p. 43.
3 Ibid.
4 The Key of Theosophy. Helena P. Blavatsky, p. 85, edição em francês de 19l6.
5 Corrente doutrinária fundada por Amônio Sacas (séc. II), em Alexandria, e cujos
representantes principais são: Plotino, filósofo romano (240-270), em Roma; Jâmblico,
filósofo grego (c.250-330), na Síria; e Proclo, filósofo grego (410-485), em Atenas.
Caracterizava-se pelas teses da absoluta transcendência do ser divino, da emanação
e do retorno do mundo a Deus pela interiorização progressiva do homem.
6 Existem várias correntes diferentes do gnosticismo, porém, todas elas foram
influenciadas pelo neoplatonismo e pelo pensamento grego em geral. Rejeitavam a
matéria por achar que ela era má e, com isso, rejeitavam também a encarnação do
Verbo, o que gerou posições absurdas e conflitantes no que se referia à morte e à
Página

ressurreição de Cristo. Ao que parece, foi uma das primeiras heresias cristãs, visto
que, conforme a opinião de alguns, os escritos do apóstolo João foram redigidos
139

visando combater estas idéias errôneas a respeito de Cristo.


7 Cabala é o nome dado ao conhecimento judaico místico, originalmente transmitido
de forma oral. O misticismo gnóstico já se fazia presente na Haggadah (livro que
narra o Êxodo e apresenta a ordem de Sêder – as bênçãos, símbolos, orações e,
principalmente, a exposição rabínica do tema). As pessoas buscavam a presença de
Deus. Essa presença substituía toda a erudição e todo o esforço humano. Assim, a
alma humana entraria em harmonia com o Ser divino. As pessoas andavam atrás da
perfeição, da santidade e da autopurificação, para que pudessem chegar à presença
de Deus. O instrumento usado para isso era a cabala que, naturalmente, incorporava
muitas idéias pagãs, no campo dos conceitos, como a adivinhação. A cabala era
usada como a Bíblia do misticismo.
8 Segundo a própria Ordem RosaCruz, sua finalidade é estudar, testar e ensinar as
leis de Deus. Vejamos o que declaram: “A finalidade da Ordem é estudar, testar e
ensinar as leis de Deus e da natureza capazes de tornar nossos membros mestres do
sagrado templo (o corpo físico) e obreiros do divino laboratório (os reinos da
natureza). Isto nos permite prestar auxílio mais eficaz aos que ainda não conhecem
aquelas leis e que precisam de assistência. Todo iniciado tem o dever de servir,
considerando imperativo estudar e praticar as leis ensinadas em nossa Ordem,
aplicando-as sempre que oportuno”.
9 Mestre de Alquimia, médico e filósofo alemão que conseguiu difundir suas doutrinas
sem ser condenado pela Igreja. É considerado o personagem mais característico do
Naturalismo alemão na Renascença. Definia o fundamento da Medicina como uma
conjugação entre o mundo exterior e as diferentes partes do organismo humano.
Tornou-se célebre pela doutrina dos medicamentos específicos e pela teoria da
múmia, bálsamo natural que deveria preparar todos os tecidos.
10 Dicionário de religiões, crenças e ocultismo. Mather & Nichols. Editora Vida, p. 415,
2000.
11 Revista ANO ZERO n. 24, de abril de 1993, p 46.
12 The Key to Theosophie. Helena P. Blavatsky, p. 63.
13 A doutrina secreta. Helena P. Blavastky.
14 Folheto Princípios teosóficos.
15 Ibid.
16 A reencarnação dos espíritos, p. 192, 1946.
17 Revista ANO ZERO n. 24, abril de 1993, p.46.
18 Citado no Dicionário de religiões, crenças e ocultismo.

19. Tratamentos alternativos e alternativas perigosas

Por Por Márcio Souza


Página

“As emoções negativas são a causa primária de muitas doenças. Se intensas, podem
distorcer a manifestação dos ideais de força, sabedoria e beleza, preexistentes na
140

natureza humana”.

É com esse enunciado que começa determinado artigo incentivando o uso dos Florais
de Bach, considerado um regulador das vibrações que nos equilibram com a natureza.
Muitos cristãos têm indagado se devemos ou não substituir ou adicionar os
tratamentos alternativos aos cuidados alopáticos (Alopatia: Sistema terapêutico que
consiste em tratar as doenças por meios contrários a elas, procurando conhecer suas
causas e combatê-las).
Primeiramente, devemos distinguir os tratamentos alternativos das alternativas
espiritualmente perigosas, muito em moda hoje em dia. A maioria dessas alternativas,
bastante veiculadas pela mídia, está altamente comprometida com a holística.

Ao falarmos em qualquer tipo de tratamento, não podemos nos esquecer de que, seja
qual for ele, a automedicação não é aconselhada. É muito comum encontrarmos por
aí consultores sem nenhuma formação ou habilitação profissional atuando como
conselheiros ou terapeutas. O que pode ser benéfico para uma pessoa poderá ser
inócua ou até mesmo nociva para outra. Portanto, o cristão que deseja tratar-se
através do naturalismo deve primeiro verificar a fidelidade do proposto pelo
medicamento. Também se faz necessário conhecer as credenciais dos consultores
naturalistas.

Tratamentos alternativos reconhecidos

Alguns tratamentos são plenamente reconhecidos pelos órgãos governamentais de


saúde. Outros, portanto, ainda estão sendo pesquisados. A AMHB (Associação Médica
Homeopática Brasileira) lançou um informativo sobre a aceitação e o uso do público
brasileiro dos tratamentos alternativos. O mesmo documento alerta quanto à carência
de profissionais formados nessa área. Alguns dos tratamentos alternativos
reconhecidos são: a homeopatia, a fitoterapia, a naturopatia, a quiropatia e a
acupuntura. Contudo, verificamos que existe a tendência para a administração
holística de tais tratamentos. É neste ponto que esbarramos com conceitos que nós,
os cristãos, não aceitamos.

As terapias alternativas apresentaram um grande crescimento a partir da década de


70. Desde então têm-se popularizado. O primeiro gráfico demonstra o resultado de
uma pesquisa feita entre mil entrevistados. A porcentagem daqueles que conhecem e
usam medicações alternativas tem aumentado cerca de 2% a 3% ao ano.

Na pesquisa feita entre os usuários das terapêuticas alternativas encontra-se um


demonstrativo sobre os ramos terapêuticos mais utilizados (veja gráfico acima). Cerca
de mil pessoas foram questionadas a respeito da forma alternativa de sua opção.
Resultado: 56,2% usam a homeopatia; 26,2% a fitoterapia e 17,6% a acupuntura.
Novas formas de tratamentos estão sendo descobertas. A disputa entre o sistema
alopático e o homeopático demonstra que o naturalismo vem ganhando espaço.
Página

Qual a eficiência de tais tratamentos? Um grupo de usuários de diversos ramos da


141

terapêutica alternativa apresentou suas conclusões. Cerca de 92% informaram que


estavam otimistas, ou pelo menos satisfeitos, com a eficácia dos tratamentos
alternativos. Um dos motivos mais apreciados pelos usuários é a quase inexistente
agressividade desses tratamentos. Apenas 1,4% registrou que eles não foram
eficazes e outro grupo de 1,4% informou que o tratamento foi negativo.

O uso de plantas medicinais conta, ainda que com restrições, com o apoio científico.
Como tais plantas são selecionadas e que critério é usado? Inicialmente, a sabedoria
popular é a responsável pela sugestão de uso de diversas plantas e pela maneira
como devem ser utilizadas. Às vezes, a mesma planta é citada para algumas doenças
ou para todas. Excluindo os excessos, podemos encontrar muitas utilizações
realmente eficazes. Em 1982, a CEME (antiga Central de Medicamentos) implantou
um programa para pesquisar as plantas de uso popular em solo brasileiro. Objetivo?
Estudar possíveis substâncias ativas que servissem para preparados fitoterápicos
científicos. Novamente, a sabedoria popular, o receituário do povo, foi o cabedal para
selecionar as plantas e ervas candidatas.

O primeiro passo da pesquisa foi nominar corretamente as plantas com seu nome
latino, para que não ocorresse o costumeiro erro de se dar o mesmo nome a plantas
diferentes, ou nomes diferentes a plantas iguais, dependendo da região e do nome
popular a elas atribuídos. O segundo passo foi verificar se tais plantas atuariam
realmente nos males que o receituário popular apregoava. Os resultados positivos
foram surpreendentes. Hoje, diversas indústrias farmacêuticas têm oferecido
produtos exclusivamente bulados nestas ervas.

Alternativas perigosas

O cristão deve tomar sua decisão pessoal quanto aos ramos mencionados acima.
Contudo, quando algo mais está envolvido, o que deve ser feito? Existem muitos
remédios aparentes, representativos. Conseqüentemente, não são reconhecidos pelos
órgãos competentes de saúde. Observe o parecer técnico do Ministério da Saúde
(Vigilância Sanitária) sobre as essências florais:

Parecer técnico do Ministério da Saúde (Vigilância Sanitária) sobre as


essências florais

Respondendo ofício nº 01/98, referente a essências vibracionais, informo que as


essências florais, tais como apresentadas pelos Sindicatos e Associações Produtoras,
não constituem matéria submetida ao regime de vigilância sanitária, a teor da Lei nº
6360, de 23.09.76 e seus regulamentos, não se tratando de medicamentos, drogas ou
insumos farmacêuticos. Tal fato não exime, no entanto, a responsabilidade das
empresas pela produção e comercialização dessas substâncias dentro dos padrões de
qualidade adequados ao consumo da população. Neste sentido, na comercialização e
venda dessas substâncias não podem ser apresentadas indicações terapêuticas com
finalidades preventivas ou curativas, induzindo o consumidor ao erro ou à confusão
Página

(Brasília, 23 de outubro de 1998. Ofício SVS/GABIN/ Nº 479/98).


142

O Ministério da Saúde não reconheceu as essências vibracionais como medicamentos,


drogas ou insumos farmacêuticos. E alertou que às suas apresentações (ou seja, seus
rótulos e propagandas) não fossem atribuídas indicações terapêuticas com finalidades
preventivas ou curativas.

Se tais essências não ocupam espaço farmacêutico ou homeopático, como elas


devem ser consideradas pelos cristãos? Devemos, então, antes de mais nada,
verificar a origem da eficácia atribuída aos florais.
Muitas alternativas estão sendo acopladas aos tratamentos alternativos. Qual é a bula
dessas alternativas? Em muitos segmentos encontramos a visão holística. Devemos
nos lembrar, portanto, que a visão holística pode ser encontrada nos tratamentos
legítimos. Nestes casos, é bom excluir o elemento holístico. Isso não afetará o
tratamento. Por outro lado, se o tratamento tiver apenas representação das
perspectivas holísticas, ele deve ser totalmente rejeitado.

A composição desses florais não representa riscos aos usuários, geralmente é feita de
água mineral, conhaque de uvas, arbustos ou árvores silvestres. Administrados em
doses pequenas, cerca de quatro gotas, não fazem mal, mas também não são
eficazes, conforme parecer do Ministério da Saúde: não podem ser apresentadas
indicações terapêuticas com finalidades preventivas ou curativas, induzindo o
consumidor ao erro ou à confusão. Se as composições desses florais são ineficazes,
por que devemos considerá-los?

Tratamentos holísticos

Entramos, agora, em uma nova modalidade: os tratamentos holísticos. A visão desse


tratamento é alcançar o homem como um todo: espírito, alma e corpo. É a sua
espiritualização. A medicina moderna tem dado um salto de fé no escuro em direção
ao misticismo. De fato, a nova preocupação da medicina com o espírito do homem
surgiu através da surpreendente transformação da sociedade ocidental. Essa
mudança ocorreu quando os ocidentais decidiram aceitar o misticismo oriental.

Muitas pessoas, por usarem palavras como Deus, Cristo, espírito e alma são
consideradas simpáticas ao cristianismo. Todavia, não devemos nos confundir.
Obviamente que alma, espírito, Deus e Cristo não são termos científicos ou
medicinais, mas, sim, religiosos. Aqueles que lançam mão de tais palavras
certamente têm o seu próprio conceito a respeito do significado delas, e isso refletirá
no seu modo de vida.

Ficaremos estarrecidos se voltarmos nossa atenção para os conceitos defendidos


pelos profissionais holísticos. Por exemplo, o psicólogo Jack Gibb foi bem claro ao
dizer: A pressuposição absoluta que muitos de nós estamos adotando no Movimento
de Saúde Holística é que todas as coisas necessárias à criação da minha vida se
acham em mim... Eu creio que sou Deus, e creio que você também é... 1
Página

O conceito holístico poderia ser expresso assim: a visão de que o todo não se explica
143

fora de suas partes e estas não podem ser compreendidas fora do todo. A visão
holística tem integrado áreas do conhecimento de forma abrangente, ultrapassando
as fronteiras religiosas. Absorvem conceitos de todas as religiões e cultos, buscando a
verdade em sua essência. O homem deve ser tratado como um todo, nele mesmo e
através da natureza. Logo, o bem-estar espiritual do homem depende de seu
equilíbrio com a natureza.

A cor, a forma e o aroma das flores veiculam o espírito da natureza. Esse dom,
alegam, pode ser adquirido pela absorção de algumas gotas do florais. São dezenas
de essências florais. E cada uma delas é aplicada conforme suas atribuições. Ao
escolher aquela que corresponde à sua necessidade espiritual, o usuário alcançará o
reequilíbrio emocional. Tais conceitos afirmam que estamos em um universo onde as
forças impessoais estão em constante luta. Trata-se do bem e do mal, da luz e das
trevas. Longe de qualquer vitória entre essas forças, os adeptos do conceito holístico
afirmam que precisamos equilibrá-las, pois elas são essenciais ao universo.

Tais conceitos estão longe do que a Palavra de Deus ensina. Os tratamentos


representativos estão impregnados pela filosofia ocultista. Conseqüentemente, esses
conceitos afetam a comunhão com Deus. Em virtude desses tratamentos, o ocultismo
está se popularizando cada vez mais. Como servos de Cristo, devemos discernir entre
o natural e o místico. E, para isso, não podemos nos deixar enganar pelas aparências.

Talvez alguém seja realmente curada ao fazer uso de algumas raízes ou folhas.
Erram, portanto, quando adicionam misticismo ao elemento natural. Como cristãos, o
que devemos fazer a respeito? Excluir o místico e usufruir apenas do natural. Um
exemplo do que estamos falando é o uso da folha de arruda atrás da orelha, simpatia
atribuída ao natural, o que significa adesão ao misticismo idólatra. O servo de Deus
deve rejeitar isso.

1 The Journal of Holistic Health, 1977, Jack Gibb, Psycho-Sociological Aspects of


Holistic Health. p. 44.

Um exemplo de tratamento representativo da visão holística são os florais de Bach. O


próprio dr. Bach disse: A ação destes remédios consiste em elevar nossas vibrações e
abrir nossos canais para a recepção do ‘eu espiritual’, inundar nossa natureza com a
virtude particular de que precisamos e em expurgar de nós o erro que causa o mal
(...). Eles curam, não combatendo a doença, mas inundando nosso corpo com as
sublimes vibrações de nossa Natureza Superior, em cuja presença a enfermidade se
dissolve como a neve à luz do sol. Não existe cura autêntica, a menos que exista uma
mudança de perspectiva, uma serenidade mental e uma felicidade interna.
Informações que vêm na bula de alguns florais de Bach.
O dr. Edward Bach nasceu em 24 de setembro de 1886, em Mesely, um vilarejo
próximo de Birmingham, Inglaterra. Aos 17 anos alistou-se no corpo de Cavalaria de
Worcestershire, onde começou a interessar-se por tratamentos alternativos.
Página
144
20. Vivendo de Luz

Quando passar fome é uma virtude

Por João Flavio Martinez

Talvez alguém possa estranhar o tema em pauta, entretanto ele é um dos mais
recentes assuntos do mundo das religiões. Apesar de os seguidores desse movimento
‘do Viver de Luz’ dizerem que não se trata de mais uma religião, não é o que vemos
na prática, pois usam uma linguagem metafísica na propagação da sua “ciência”.

Abaixo faremos várias citações que, na sua maioria, foram extraídas do site:
http://www.vivendodaluz.com/PT/articles/jas/lol_update_2001.html

Quem começou esse movimento?

Segundo uma das adeptas do “Viver de Luz”, Alice Domingues (Centro Holístico do
RJ), uma das maiores autoridades deste assunto é a escritora australiana Jasmuheen,
autora do livro “Viver de Luz”. Ela já esteve no Brasil várias vezes dando entrevistas e
palestras. Mas parece que o movimento criou mais força após Evelyn Levy Torrence
(uma das mais aguerridas defensoras desse ensino) ter sido entrevistada num
programa televisivo, provocando polêmica ao afirmar que estava há dois anos sem
comer, somente vivendo da luz. Incentivando as pessoas a pararem de comer -
“comida é veneno”, disse ela.

A opinião científica

Para a endocrinologista Geísa Macedo, que chefia o ambulatório de Diabetes do


Hospital Agamenon Magalhães, a hipótese da alimentação solar não só é absurda
como é impossível alguém sobreviver por 40 dias sem comida. “Sem o alimento, o
Página

corpo começa a buscar energia internamente, através da queima das reservas de


proteínas, de gorduras, chegando a ponto de causar perda de musculatura”, explica.
145

Em outras palavras, a pessoa passa a devorar a si mesma. “E também não é possível


ativar nenhuma glândula. Se alguém muda seu ritmo de vida, passando a ter mais
tranqüilidade no dia-a-dia, certamente vai influenciar seu sistema neuroendócrino a
ponto de fazê-lo funcionar melhor. Mas isso está longe de ser uma mudança na
função glandular”, completa. Quanto à influência do Sol sobre o organismo, a médica
explica que ele ativa a produção de vitamina D através da pele e ajuda a desencadear
a puberdade, mas não tem qualquer atuação sobre a nutrição. “Acho que o único lado
positivo de toda essa divulgação na mídia é conscientizar as pessoas sobre os males
do consumo excessivo de comida. O resto deve ser visto com muita cautela”, alerta.

O que é a metafísica?

Vamos elucidar o que é metafísica, pois esse vocábulo é muito aplicado pelos
seguidores dessa doutrina. Metafísica “é a divisão da filosofia que se ocupa de tudo o
que transcende o mundo físico ou natural” (Enciclopédia Britânica do Brasil
Publicações Ltda). Ou seja, acreditar na metafísica é ser místico ou religioso, de
alguma forma.

É claro que o assunto todo não passa de um tema esotérico/religioso. Alice


Domingues (Centro Holístico do RJ), afirmou que se não houver fé na nova prática de
vida a pessoa não terá êxito em sua nova maneira de se alimentar. Ela assegurou que
espírito, mente e uma fé confiante nessa mudança de hábito alimentar trará o
resultado da libertação da necessidade dos alimentos. Para ela, comer é uma questão
social, e não essencial: “Eu me alimento apenas socialmente, e não por necessidade”,
afirmou em entrevista por telefone.

Evelyn induz que Jesus Cristo e a Bíblia defendem seu ponto de vista e corroboram
com a idéia de viver de Luz. (Veremos esse assunto mais adiante). Também afirma:
“A purificação e a desintoxicação do corpo permitem que o físico alcance uma
vibração energética muito mais fluida, deixando, com isso, o espírito livre para se
movimentar com muito mais facilidade para dentro e para fora do corpo. A não
alimentação provoca um poder espiritual mais ativo e isso permite que a pessoa
possa viver novas e diferentes realidades pessoais. O ser purificado trabalha no
campo invisível com a consciência, realiza viagens astrais, desperta a intuição, abre
sem medo o coração e aceita totalmente o mundo espiritual como verdade”. Ou seja,
segundo Evelyn o parar de comer traz enlevo espiritual e provoca poderes
sobrenaturais. É claro que isso gira em torno de uma ótica religiosa e
sobrenatural/esotérica.

O prana

Na realidade, não é que eles não se alimentam de nada: a “comida” deles é “prana”,
energia universal que é obtida a partir da respiração e da absorção da luz solar. Algo
como a fotossíntese realizada pelas plantas que, no caso dos humanos, seriam feitas
pelas glândulas pineal e hipófise. É o que afirma Evelyn.
Página

De onde vêm esses ensinos?


146

Dos mestres Astrais. Diz Evelyn que “Os mestres astrais sempre ensinam que uma
ação externa só tem poder e valor se dermos esse poder e valor a essa coisa. Os
mestres me ouviam, me mostravam, me contavam e eu lia e lia e lia... Um dia recebi
a orientação de encontrar um mestre virtual para me ajudar a passar pelos obstáculos
de minha vida cotidiana... me foi indicado que estudasse com um índio Tolteca
chamado Don Juan. Don Juan era amigo da morte... muito amigo... Don Juam me
ensinou muitas coisas valiosíssimas, foi ele quem me ensinou a não temer mais a
morte. Foram doze anos de um aprendizado diário com Don Juan, através de
Castaneda, praticando todos os ensinamentos”.

Dos livros e sites: “Aconselho seguindo algumas etapas, que são: Ler livros sobre o
assunto, investigar sites, conversar consigo mesmo sobre essa possibilidade de vida e
recolher a maior carga possível de poder pessoal para tomar a decisão de não desistir
de maneira nenhuma”.

A iniciação: o processo dos 21 dias

Tudo começa com o processo dos 21 dias. Vejam o que atesta Evelyn em seu site:
“Esse processo não é e nem pode ser considerado como uma nova dieta de
emagrecimento. Essa nunca foi a proposta do trabalho, que visa única e
exclusivamente a desintoxicação orgânica humana e reconexão interna com o Eu
Superior... Para se tomar a decisão de parar de alimentar-se de elementos sólidos é
preciso muita consciência e visão, para que o processo possa ser realizado com
absoluto êxito... O Processo dos 21 dias foi elaborado pela australiana Jasmuheen, há
cerca de 10 anos. Jasmuheen, depois de pesquisar e estudar a influência dos
alimentos na vida humana, recebeu a autorização espiritual para ensinar às pessoas
mais conscientes como se reconectar com seu Eu Superior através de uma
reprogramação física, energética, mental e espiritual... Esse processo de
reprogramação alimentar foi dividido em três grupos de sete dias, totalizando um
programa de 21 dias, que começa com a decisão interna de parar de comer... Essa
decisão pode ser tomada de diversas e diferentes maneiras: ir parando aos poucos
(quando a pessoa gradativamente reduz a alimentação, cortando os alimentos mais
pesados); aplicando jejuns alternados; entrando numa dieta à base de frutas; parando
completamente a alimentação com uma data marcada (neste caso a pessoa precisa
estar 100% consciente de sua decisão radical)”.

Entretanto, o dr. Regis Barbier afirma: “Tornar as glândulas pituitária e pineal capazes
de absorver a energia solar e nutrir o corpo significa realizar uma transmutação
biológica. Isso nunca foi feito por cientistas. E se isso for possível a um ser humano,
não acredito que alguém o faça em apenas 21 dias”, justifica. “Seria necessário um
processo alquímico capaz de transformar fótons em proteínas e açúcares”.

Por que as pessoas morrem quando param de comer?


Página

A essa pergunta os adeptos desse movimento respondem que as pessoas só morrem


porque seus cérebros estão programados para morrerem quando param de se
147

alimentar. Isso seria cômico se não fosse levado a sério pelos indivíduos praticantes
do “viver de luz”.

Refutação teológica

É uma religião. Apesar de ter ouvido categoricamente de Alice Domingues que esse
movimento não é religioso, é só perscrutar um pouquinho e veremos que tudo não
passa de esoterismo/nova era, sendo uma das mais recentes maneiras religiosa de
expressão. Frases como: “A não alimentação provoca um poder espiritual”; “Recebeu
a autorização espiritual para ensinar as pessoas mais conscientes”; “O Eu divino”;
“Está escrito até na Bíblia...”. Enfim, são inúmeras expressões religiosas usadas em
toda a doutrina desse movimento, fazendo dele mais uma religião, ou melhor, seita -
a seita do Viver da Luz.

A questão da gula. Afirmam os adeptos dessa seita: “Até na Bíblia a gula é


mencionada como algo maléfico”. Notemos primeiro o que é gula, segundo o
dicionário Aurélio: “Excesso na comida e na bebida... Apego excessivo a boas
iguarias”. Não diz nada sobre parar de comer, mas que gula é um excesso na
ingestão de alimentos.

A Palavra de Deus também condena esse excesso: “E olhai por vós, não aconteça que
os vossos corações se carreguem de glutonaria, de embriaguez, e dos cuidados da
vida, e venha sobre vós de improviso aquele dia” (Lc 21.34). Observem que a Bíblia
condena a glutonaria, mas não instrui ninguém a se privar das boas iguarias.

Adão e Eva. Sobre o primeiro casal e a queda, Evelyn diz: “Tudo começou com uma
linda e cheirosa maçã! Dizem as Escrituras que Eva não resistiu ao encanto da fruta e
pela primeira vez na vida sentiu vontade não só de tocar, cheirar e apreciar, mas de
ingerir aquela fruta tão linda e atraente. Ao experimentar o primeiro pedaço, Eva
sentiu o prazer do paladar e apresentou sua descoberta para seu companheiro Adão
que também experimentou e gostou da maçã. Até aí não aconteceu nada de errado,
pois a maçã era um dos presentes de Deus e nunca fora proibida de ser degustada
com amor e prazer... Porém, Eva se tornou dependente daquele prazer...”.

Bem, provavelmente a tal “árvore proibida” e o tal fruto não era a macieira e
conseqüentemente a maçã, provavelmente era uma figueira e o fruto um figo (leia Gn
3.7). Evelyn não conhece nem o básico das Escrituras e tenta usá-la para apoiar seus
devaneios. Entretanto, a problemática do contexto do livro de Gênesis é outra. O
pecado de Eva não foi em si comer um fruto ou uma maçã, pois a Palavra havia dito:
“E o Senhor Deus fez brotar da terra toda qualidade de árvores agradáveis à vista e
boas para comida” (Gn 2.9). Ou seja, a questão não era alimentar ou dietética, mas
de obediência ao Senhor. Aquela determinada árvore foi a prova de obediência que
Adão e Eva tiveram para optar em obedecer a Deus ou não: “De toda árvore do jardim
comerás livremente; mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dessa não
comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás” (Gn 2.16-17).
Página

Após a queda do primeiro casal, Deus ainda deu liberdade para que o homem se
alimentasse de carnes: “Tudo o que se move, e vive
148

, ser-vos-á para alimento” (Gn 9.3). Adão e Eva nunca viveram de Luz!

Jesus Cristo e os alimentos: “Veio o Filho do homem, comendo e bebendo, e dizem:


Eis aí um comilão e bebedor de vinho, amigo de publicanos e pecadores” (Mt 11.19).
Evelyn tenta argumentar que Jesus jejuou, mas se esquece que a prática do jejum
nada tem a ver com ficar para sempre sem comida ou bebida. O jejum era uma forma
de consagração a Deu em momentos de crise e reflexão (Mt 6),nunca uma iniciação
para parar de comer. Essa idéia foi inventada e não tem respaldo bíblico. A Bíblia
ainda diz que Jesus, olhando para certa multidão faminta, deu uma ordem aos seus
discípulos: “dai-lhes vós de comer” (Mt 14.16).

Evelyn menciona Cristo como um de seus instrutores nessa nova revelação,


entretanto não haveria melhor hora para o Cristo ensinar esse conceito de “viver de
luz” do que naquele dia em que a multidão anelava faminta no deserto. Mas Cristo
não ensinou isso, ao contrário, Ele efetuou um grande milagre - O Milagre da
Multiplicação dos pães. A multidão comeu até se fartar e todos voltaram para a cidade
alimentados e bem nutridos.

Um corpo imortal como o espírito. A Palavra de Deus diz que o nosso corpo é
corruptível e que enquanto estivermos nele seremos sujeitos à morte (1Co 15.52,53).
Ainda é enfatizado pela Palavra que ao homem é ordenado morrer (Hb 9.27). Só em
Cristo Jesus podemos ser salvos da morte, pois Ele já a venceu e ressuscitou. Apesar
disso Evelyn afirma: “... o corpo pode ser imortal e carregar o mesmo espírito por toda
a existência, ou por quanto tempo quiser”.

O apóstolo Paulo qualifica movimentos desse tipo como doutrinas de demônios. “Mas
o Espírito expressamente diz que em tempos posteriores alguns apostatarão da fé,
dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios... proibindo o
casamento, e ordenando a abstinência de alimentos que Deus criou para serem
recebidos com ações de graças pelos que são fiéis e que conhecem bem a verdade;
pois todas as coisas criadas por Deus são boas, e nada deve ser rejeitado se é
recebido com ações de graças; porque pela palavra de Deus e pela oração são
santificadas” (1Tm 4.1-5). Tudo o que é bom e saboroso Deus tem prazer que seus
filhos desfrutem: “Se quiserdes, e me ouvirdes, comereis o bem desta terra” (Is 1.19).
É claro que algo que tenha bom sabor, mas que causa algum malefício ou vício deve
ser evitado, pois: “Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm.
Todas as coisas me são lícitas; mas eu não me deixarei dominar por nenhuma delas”
(1 Co 6.12).

Tanto a conclusão médica quanto a teológica condenam o ensino dos adeptos do


“Viver de Luz”. Na verdade, em minhas pesquisas e entrevistas com os seguidores
desse movimento descobri que todos eles, inclusive a Evelyn, se alimentam, ainda
que em pequenas porções. NÃO ESTÃO TOTALMENTE SEM COMER. Esse movimento,
além de antibíblico, é extremamente perigoso e nocivo à nossa sociedade. Se nada
for feito, pessoas inocentes começarão a morrer. Até no próprio site do “viver de luz”
Página

é mencionado um caso que terminou mal: “É verdade que existiu um caso de uma
senhora que morreu durante o processo...”.
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A incógnita é: quantos ainda serão vitimados por permitirem que coisas desse nível
sejam ventiladas pela mídia sem que ninguém tome as devidas providências? Onde
estão as autoridades do nosso país? Ou será que a nossa democracia permite
qualquer lance? Alguma providência precisa ser tomada, esse ensinamento absurdo e
lunático não pode continuar sendo vinculado sem que haja a preocupação com os
receptores! Sabemos que há pessoas que não têm estrutura neuropsicológica para
agüentar esse tipo de idéia e podem enveredar-se por um caminho sem volta, e isso
poderá gerar um verdadeiro caos. Que o leitor ore e procure se informar muito bem
sobre esse mais novo ensino em nosso meio.

ESTE MATERIAL FOI COLETADO NO SITE:

www.icp.com.br

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