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HINOS:
Compositores: Ambrosius, GregórioI, Prudentius, Clemente
Exemplo: “Veni redemptor gentium” de Sto. Ambrósio (de onde deriva o hino de Lutero “Nun
komm, der Heiden Heiland”)
Sto. Ambrósio ORDINARIUM:
Kyrie, Gloria, Sanctus, Agnus Dei, Gloria Patri, Pai nosso, Te Deum, Aleluia e responsórios.
Idade Média – séculos XI a XV
Um pouco antes da virada do 1º milênio, surgiram novos modelos de cânticos latinos, entre eles, o
Tropus (um complemento de texto a um coral gregoriano já existente) e a Seqüência (acréscimo de
texto na última sílaba do Aleluia). A Seqüência evoluiu para uma forma de estrofes em 3 linhas. Em
seguida, surgiram as narrativas do evangelho em alemão culto medieval e as primeiras traduções
para o alemão dos hinos latinos, logo seguidas pelos Leisen, estrofes únicas em alemão assim
chamadas por sempre terminarem com a palavra Kyrieleis, derivada de Kyrie eleison (expressão
grega que significa: “Senhor, tem piedade de nós”). Os Leisen eram cantados por peregrinos, pelo
povo, nas procissões, nos cultos e em autos da Páscoa e do Natal. Tem início a polifonia.
Hinos:
Compositor: Hrabanus Maurus, (780-856), Kempten: EG 3
EG 92, 453, 470
Antífonas:
EG 19, 125, 156, 421, 518
Kyrie com tropus:
EG 178.4
Seqüência:
EG 149
Leisen:
EG 22, 23, 75, 99, 124, 214, 498
Hrabanus Maurus
Idade Média – séculos XI a XV
No meio e no fim da Idade Média, surgiram hinos impregnados de sentimento e emoção: os hinos
sacros da Paixão e da Santa Ceia, verdadeiras declarações de fervor espiritual e de misticismo.
Traduções da liturgia latina e absorções da música e poesia secular para fins religiosos
(Kontrafakturen); canções provenientes do folclore popular (Cantiones).
Hinos:
Arnulf von Löwen, Hus, Johann von Jenstein, Tomás de Aquino
.
Hinos latinos:
EG 29, 75, 77, 100, 105, 119, 183, 192
Hinos latinos-alemães:
EG 69, 100, 105, 120, 125, 138, 183, 518
Kontrafakturen:
S. Francisco de Assis
EG 19, 98, 78, 158, 243, 289, 521
Lutero considerava direito de todos a participação no culto e, para atender a essa necessidade, ele
concebeu a idéia do coral na língua do país e fatura acessível, a fim de que todos, sem exceção,
pudessem compreendê-lo e cantá-lo.
Seria interessante assinalar que esta expansão se verificou não apenas nas
regiões protestantes; as partes católicas do país também adotaram os corais,
usando-os na medida que seus textos podiam servir-lhes ou substituindo os
textos. .
Origem dos textos
A influência dos corais ultrapassou fronteiras. O coral exerceu influência sobre o Saltério francês, entusiasmou
estrangeiros e foi levado a regiões distantes na voz de alemães que os levavam em suas mentes e corações,
como precioso patrimônio espiritual, capaz de confortá-los em suas dificuldades, como aconteceu com Hans
Staden durante seu cativeiro entre os índios tupinambás no Brasil.
Dos hinos oficiais latinos derivam, entre outros, os corais: Christum wir
sollen loben schon (A solus ortus cardine); Der du bist drei in Ewigkeit (O
lux beata trinitas); Erhalt uns, Herr, bei deinem Wort (Sit laus, honor et
gloria); Herr Gott, dich loben wir (Te Deum laudamus); Jesus Christus
unser Heiland (Jesus Christus nostra salus); Komm Gott, Schöpfer,
Heiliger Geist (Veni Creator Spiritus); Komm, Heiliger Geist, Herre Gott
(Veni Sancte Spiritus); Nun komm, der Heiden Heiland (Veni redemptor
gentium); Verleih' uns Frieden gnädiglich (Da pacem, domine) ;
Hans Staden (1525-1579)
Wir glauben all an einen Gott (Credo in Deum patrem omnipotentem), cujas versões em alemão foram feitas
pelo próprio reformador. Allein Gott in der Höh' sei Ehr' (Gloria in excelsis), traduzido por Nikolaus Decius
(1485-1546); e Christus, der uns selig macht (Patris sapientia, veritas divina), traduzido por Michael Weisse
(1488-1534).
Origem dos textos (cont.)
São paráfrases de salmos os seguintes corais de Lutero: Ach, Gott, vom Himmel sieh darein (Salmo 12);
Es spricht der Unweisen Mund wohl (Salmo 14); Ein' feste Burg ist unser Gott (inspirado no Salmo 46);
Es wolle Gott uns gnädig sein (Salmo 67); Wär' Gott nicht mit uns diese Zeit (Salmo 124); Wohl dem, der
in Gottesfurcht steht (Salmo 128); Aus tiefer Not schrei ich zu Dir (Salmo 130). Merece, ainda, destaque o
coral ainda hoje muito cantado Du meine Seele, singe (Salmo 146), de Paul Gerhardt (1607-1676).
Alguns hinos latinos traduzidos para o alemão conservaram suas antigas melodias, como por exemplo “Veni
redemptor gentium (Nun komm, der Heiden Heiland), atribuído a Sto Ambrósio e remontando ao séc. IV, e
“Veni Creator Spiritus” (Komm, Gott, Schöpfer, Heiliger Geist), geralmente atribuído a Carlos Magno (742-
814), entre muitos outros.
Muitas canções tradicionais alemãs da época também foram aproveitadas. O próprio Lutero, baseando-se no
canto muito em voga Aus fremden Landen komm ich her, compôs o coral de Natal Vom Himmel hoch da
komm ich her. A canção popular Innsbruck, ich muss dich lassen, deu origem ao coral O Welt, ich muss
dich lassen. Uma canção de amor, composta por Hans Leo Hassler (1564-1612) em 1601: Mein G'müth ist
mir verwirret, foi aproveitada para o coral fúnebre Herzlich tut mich verlangen em 1613 e, posteriormente,
ligada ao coral da paixão O Haupt voll Blut und Wunden de Paul Gerhardt, numa tradução livre do poema
“Salve caput cruentatum”, de São Bernardo de Claraval.
Origem das melodias (cont.)
Canções populares estrangeiras, particularmente francesas, e árias de danças também forneceram melodias aos
corais. A canção de amor Il me suffit de tous mês maux, publicada em Paris em 1529, cedeu sua melodia ao coral
Was mein Gott will, das g'scheh allzeit. A melodia do coral In dir ist Freude proveio de uma das danças de
Giovanni Gastoldi, publicadas em 1591. Johann Sebastian Bach, po sua vez, no séc. XVIII, adaptou a melodia de
uma “corrente”, dança de origem francesa, ao coral Liebster Immanuel, Herzog der Frommen, que ele preparou
para o hinário de Schemelli e, posteriormente, usou como tema na cantata 123.
Algumas canções populares francesas penetraram no coral alemão através do Saltério Huguenote, que delas fez
largo uso. Clemente Marot e Teodoro de Beza haviam metrificado os 150 Salmos em francês que Luis Bourgeois,
In: Evangelisches Gesangbuch, Ausgabe für die Ev. Kirche von Kurhessen-Waldeck, Liedgeschichte
im Überblick, Verlag Ev. Medienverband Kassel, 5. Auflage, 1998.
Trabalho preparado para palestra sobre a “Música da Reforma”, por ocasião do Dia da
Igreja, celebrado pelo Sínodo Sudeste em 25 de junho de 2006 no Rio de Janeiro.
Eugênio Gall
Organista e Regente de Coro
Paróquia Martin Luther