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pensamos que a Revolugdo de Julho® explicasse esta moda, ¢ além disso iio é possivel act im to recente.(...) De 1833 a \tismo consistia em no fazer a barba ¢ vestir coletes de lapeles largas, muito engomados. ‘No ano seguinte, acreditamos que era se negar a montar guarca, Enos outros nfo pensimos nada .. tanto. o Romantismo, entao? £ o emprego de palavras cmuas? Eo Odio ts porifrases? ,...£ a esealha de certos periodos que ‘esto na moda, como a Fronda® ou o reino de Carlos IX? E a mania do suieidio e 0 herofsmo & Byron... E, enfim, alguma cofsa, ou nfo passa de uma palavra sonora e © orgulho vazio que fala da boca para fora? Ge) “agora chepamos a0 amago do sssunto desta carta; & que pensamos que hoje em dia se usam adjetivos d ‘Nossa opinigo conclusiva Bae que, se riscéssemos todos os adjtivos dos livros que hoje se escre ‘vem, havera apenas um Volume em lugar de dois, de modo que eustaria sete libras e dez soldos, em vez de quinze ftancos — o que merece refle- xo. Os autores venderizm melhor suas obras, apenas conforme a sua aparéncia. O senhor se lembra dos acres beijos de Julia, na Nova ‘Helot- sa?” Sao o produto do efeito na sua 6poca; mas parece-nos que na nossa do teriam nenhum, pois ¢ preciso grande sobriedade numa obra para ue s2 note um epiteto. Atualmente ndo existem romances em que nfo 38 encontrem tantos epitetos ao fim de trés paginas, e mais viol 8, que em todo Montesquieu. Para finalizar, cremos que o Romantismo ‘consiste apenas em empregar todos 0s adjetivos, e s6 isso. (. ..} 0, para sairem do embarego, Dupuis @ Cotonet v0 procurar um praticante de advocacia que se jactava de conhecer liters- tura, Bisa resposta que eles obtiveram: } © praticante de advocacia © Romantismo, meu caro senhor? Néo, certamente, nfo € nem 0 desprezo peles unidades, nem a combinagdo do tragico com o comico, Sem nada no Tmaundo que se possa expressar, em vo tentarfo aprsionar 182 da borboleta,a poesia que a colorelhes ficard nos dedos. O Roman ae pln ¢o Verto que em, Ea nie gue eee a lot que perfuma eo pissaro que Voa; 60 gestoinesperado, ¢ 0 &x tase enlangueseido, o pogo sob as palimeires, é a esperanga rubra e seus mil amores, 0 aajo.e apérola, a veste branca dos salgueros; oh, que bela Coisa, meu senhor! £ 0 infinite e a estrela, 0 cdlido, o quebrado, o des- ‘contudo, a0 mesmo tempo, o cheio ¢ 0 redondo, 0 éiametal, ental, 0 ll g0 vivo, o comprimido, 0 cingido, 0 impe: XIV, na Franga.(N. 60). mance patemintico de JeansJacques Rousseat, (N. do 7). 152 ' t Em: Teorioe Poeticas da Romanhrrs, Wed. 660teed; Waralobo Por® Alegre: Reread Aber, 1954, PRIMEIRAS SEGUNDAS-FEIRAS 1844 © SAINTE-BEUVE! FERDINAND DENIS CCenas da natureza nos Tropicos¢ da sua influgncia sobre apoesi, seguido de Cambese de José Indio Enquanto indimeras cronicas e memories introdu te, novas luzes em noste histéria passada ou contemporanea, nossa eu: rlosidade, com necessidade sempre erescente, transporta-se pare 0 outro lado dos mares em dizegzo a nagOes ainda pouco conhecidas, se dirige 205 viajantes dessas grandes regides do mundo, solicitandovthes 0 verdz, deito e 0 novo, ¢ acolkendo avidamente suas narrativas. Mas sto princi palmente os pormenores ligados @influéncia dos costumes © do lugar so bre os hébitose a 4 dos povos o que mais valorizamos. ‘Néo desejamos que nos facam passear pelo mundo como se fesse mos criangas, pelo simples prazer dos olhtos; em poucos anos a Europa envelheceu. muito; sua experigncia avancada procura hoje.se insteuir com setiedade em toda parte, O sr. Ferdinand Denis compreendeu esta erdade. E particularmente sob este ponto de vista que estudou ot paf- 85 que comenta, De volta 2 sua pitta, retomou suas recordagbes. No momento em que todos que véem sontem-se to sequiosos em dizer. rnuma época em que se resste tYo pouco ao desabafo de uma primeira impressio, ele soube por muito tempo conter o seu pensamento jo, em sous trabalhos consciontes e grandiosos. Consultou antes e até mesmo 0s poetas que }é haviam falado dos de que ele mesmo iria falar. Nao que uma ostentacio pedante © testemunhe alcance de suas pesquisas, nada 6 mais modesto suis citagdes s¥0 quase sempre homenagens, & sempre mihesimento que ele comemora os nomes dos viajantes ‘que o precederam, cesta a idéia que prosidiu a sua obra; a poesia retira seu primelro ‘encanto das imagens tomadas & natureza. Em nossas temperadas regi6es, no seio de uma civiizagZo todo-poderosa, a natureza encontra dificulda- Jo est4 a vontade para se expandir. Somente num cli 1896), Premier lune Poreaitslirtdaires (1884). In:Oete Vp. 64-11. Poram sleclonados dois ensuios eriticos ‘Novo Mundo. (N. do T.). chetiont ma onde o fogo a fecunda incessantenc ¢ 2 vizinhanga do homem do a inibe de nenhum modo, ela pode, cheia de vida'e javentude, explodir em toda a sua grandeza, E, portant, um servi que se presto 20s postas abri-thes novas fontes de inspiragfo e colocar anto seus olhos algumas eenas dos trOpioos consideradas sob este aspecto, mos trando-hes, 20 mesmo tempo. como exemplo, a cor local que elas difundem ne poesia dos ind Esta idéia € perfetamente justa: 0 poeta necessita de ume obser- vaedo bem refletida sobre a natureza; com iso seu gbnio ganha em ver dade ¢ amplitude, Os melhores estudos poéticos, apésa profunda medi. tago dos grandes modelos, seriam os de viagen, sem davida nenhuma: of lugares s20 ainda mais clogientes que os livros. Em nossos das, 186 homens que escreveram em géneros e com mérito dversos, ms sempre com grande squeza de imaginagdo, dovem atais viagens a poesia nove e bihante que cinta em sua prot. Leian:se as bela piginas de Volney, de Bernardin de Saint-Pierre* e do sr do Chateaubriand e obsorvese 36 nelas no est contido o caréter dos lugares onde foram vscritus, ¢ se, or assim dizer, ndo se refle as, em torno da idéia principal, naturalmente vinka agrupar-se uma in finidade de quest&es acessorias que o autor negligenciou, provocadas pe lo espfrito da época: até que ponto é legitimo ¢ acsito polo gosto este empréstimo de imagens estrangeires; de que pode realmente consi se é afrontando 2 harmonia com uma infinitude de palavras barbaras re tiradas de idiomas ainda grosseiros ou simplesmente reproduzindo um ensamento ingénuo ou um costume patético de um povo jover, se & pala apropriagdo sem discernimento dos seres exiados nas mitologias es trangeiras, ott o enriquecimento somente com alegorias engealosas eriadas para agradar em todos os lugares, que o posta imitador recebe. #6 merecidamente a honta de literatura nacional; ou ainda, se nfo se de- ve temer excessos neste recurso por demais usual as descrigdes de fend menos: se Delile? Castel, freqlentemente citados pelo autor, ¢os ese tores daquela estola que ele parece apreciar sempre evitaram se, enfim, indo ha, com freqliéncie, um outro perigo nifo menos grave a evitar — 0 de falar & napdo sobre uma natureza que ela n¥o compreende, o de Ihe exigir recordagoes que s6 existem para o escritor, ¢ obrigar o homem mediocremente ilustrado a consultar Buffon ou Cuvier‘ para ouvir um verso. Se 0 autor a tudo isso responder que tais discussdes so proble- mas mais do eritico que do visjante, devo aceité-lo, mas nfo sem antes examinat o que fez em lugar do que poderia ter feit. 2 Conde de Volney (1757-1820), autor de Ar nuiner ou meditpes sobre as revo- lugdes dos impérios (1791); Bernardin de Saint Pitre (1737-1814), aor do fo {gore romance préromantico Paulo e Virginia (Past et Virginie), 1787. (N. do 7) Toeques Delile (1738-1813), ramanciva francés, (N. do). * Buffon: Goorge-Louis Leclere, conde de (1707-1788), autor do Diseurso sobre 0 753) Cuvier (1769-1832), clntista fran, (N. do T). 194 ‘A mesma indefinigao, a mesma indecisfo que assinalamos na idéia eral logo nas primeiras paginas se faz notar. O autor olhe de relance a natureza dos tpicos, as impressOes que Ihe causim a vegetacio, © ‘eano, os ios. Mas como ele nao define exatamente o lugar de suas ob- servagoes — © como, conseqiientemente, s6 exprime os efeitos em sua seneralidade, sem examinar e analisar os pormenores, pouco satisfaz 0 espirito que busca imagens positivas, A situagdo do autor éa de um ho. ‘mem sensfvel emocionado por um grande espeticulo. De rentes de entusiasmo que em véo procurant se prod que se desdobram de cem maneitas sobre si mesmas antes de aleangar 0 feito desejado. Somente depots as sensagdes se separam, se clasificam = 2 a admirapfo, de algum modo, se justifica, Segue-se desta primeira fatha que, neste parte, o estilo & excessivamente tenso e comtinuaments magnifico. Tudo ¢ muito cuidado, de modo que as ricas descrigdes se perdem ein nieio a tanto brilho, Entre rapa realmente eneantadors: “Na América ~ diz o autor maré baixa, surpreso as vezes por ver uma flor tio fundo de um pe- thasco estéril sobre 0 qual 2 onda acabou de se quebrar, q Inher aqueta coroa futuante quo tanto resiste as intempo © orvalto dos cus; mas, repent 1 flor se escapa dente os de dos indiscretos que acabam de tocétia. Sensivel w essas margens, ela é mais animada que uma simples planta mas sem ter contudo a previsio dos seres inteiramente organizados. E um pélipo elegante, ¢ a natureza parece ter ficado indecisa quando a fez naszer". E mais além, quando fos desertos da Arabia: YO amor nestes paises ardentes torna-se um sentimento do qual nada pode desviar; & a mais imperiosa necessidade ta alma; é 0 grito do homem pela companheira para no ficar sozinho em meio eo desorto”. Sem duvida, Besnardin de Saint-Pierre nao ter dito methor. Como quer que sejem as belezas de detalhes, até aqui nossas eri. ticas perdurariam, e sempre se poderia dizer a0 sr. De tar este processo de exposigzo imprecise, tdo pouco propicia a quem de- seja aprender? Por que se munir assim de uma admiragdo permanente, que fatiga a si mesma e ao leitor, e qu @ permite ver e sentir e- 10 por seu intermédio? Primeiro dilua o cenario que oferece; lance, om seu lugar, petsonagens naturais que falam e agem a seu modo proprio e livre, ngo intervenha entce ele e nds; faca como Walter Scott ¢ Cooper, desapareca para poder melhor pintar. Diriamos que 0 autor previu esta objesdo e, em dois episédios notaveis, como que tentou se aproximar do genero desses dois grandes escritores. Mas ainda assim € notério o quanto esté longe daqueles, e esta comparagdo ainda ressalta adi a. Emprestando relatos a esses porsonagens, o Sr. Denis ni se apereebe de com: fala frequentemente por sua boca, eujas ‘dias, to infel lnosas,e cujas frases, ta hoy poe . a i logantes, sfo as do autor, o qual supde nelas com muita facilidade sua propria maneira delicada de observar e de sentir. O primeiro episédio nos di a conhecer a tribo brasileira dos M- chakalis. Um jovem chefe dessa tribo ndmade relata 2 um portugués, um caminho, como se apaixonon pela filha de um govemiador de pro. vincia ¢ quais foram as inflizes conseqjigncias deste afeto. Ha uma sin- aguler expressao de melancolia em toda a pessoa deste jovem guerrero, ‘meio selvager, de alma desenvolvida pelo amor eo pesar. Ble se surpre. ende com a indiferenga de seus companheiros, que altemnadamente can tam a beleza das mulheres, cagem o jaguar e se embriagam; de sabito sua paixio 0 civilizou, revelando-the o isolamento de sua existéncia, E pela primeira vez as flozestas lhe pareceram solitéras. Contudo, eu me sentria muito mais comovido se nio o visse dotado de tantos racioct nos, ¢ ouso dizer que sentiria mais 0 seu infortinio se ele me explicasse tudo um pouco menos. Em outro episodio, Jof0, um velho negro liberto, que vive isotedo perto de Sao Salvador, relata a hist6ria de seu pai, Zumbi. Os costumes afrianos, a escravatura e a revolta dos escravos s40 pintados com as co res mais vivas, 0 que inspire no autor uma generosa indignagdo contra um trifico altamente condenado pela consciéneia dos povos. Ha, tam- bém, as vezes, contrastes felizes que ali viam a alma estigmatizada; o dl timo trago do quacro 6 cheio de encanto, embora no totalmente isento a sedutora imperfeicdo que censuramos ao Sr. Denis. Naquele tempo, 1s negros desembarcados no Brasil quebrarem suas algemas e fundaram 4 vila dos Palmares, Ali se mantiveram livres por algum tempo, sob 2 chefia de Zumbi, Mas breve Palmares sucumbiu 20s empenhos dos por- ‘ugueses, apesar do herofsmo de seu defensor. Apésviitar as unas de Pelmares, o neto de Zumbi retornou e disse a seu pai Joao: “~ Fui ao vale ¢ me sentei entre as palmeiras que se estendem pela areia;as lendas retomnaram a minha memoria, Examine tristemente a cena dos inforti- nios de Zumbi. .. Ai! Creria em mim? Enquanto eu estava mergulhado fem meus devaneics, algumas jovens vieram tirar os frutos de alguns ta rmarineiros que ainda ha junto ao logo; grinaldas de céssia cobriam suas frontes de Ebano; elas se puseram a dangar e suas vozes se elevaram ale- gremente, mas ndo celebravam Palmares. Parecitm ignorar os eventos que se passaram tio perto delas, Assim, em poucos anos, tudo se esque- ce! Fo} de mim que elas conheceram os infortinios de sua antiga patria, seus olhos exprimiram pesar quando Ihesfalei de meu avo; mas o prazer as seduais, e acabaram por me convidar para suas dangas... ” So poderiamos louvar o restante da obra, Quer porque o Sr. Denis fas transporte aos pequenos bosques do Otahiti, local encantador, de poesia ¢ volipias, quer porque nos relate as caracteristicas dos belos Iu ares onde se banha, a plenitude das vegetagdes, os povoados no seio da Nloresta, as guzelas e corcas prOximas do bitfalo é do tigre, o elefante sel vagem € sua vasta dominagdo sobre os hbspedes da mata e suas lutas 156 sanguinolentas contra as Ue eagadores; ou porque, tendo camprido desta feita sua missio, ele nos mostre a literatura portuguese do Ganges ao Tejo, ¢ nos apresenta as fabulas indianas, suas engrapadas alogoriase suas erengas alternadamente t60 doves e tao terrivels.entio, Airigindosse aos poetas, ele mesmo € poeta; seu pensamento, singu monte gracioso, embeleze-se ainda de uma expressio cula exStica pure: 2a anlmase de cores orientais, Se a beleza confia a0 pombo-correio 0 segredo que ela ndo ousaria revelar a seus austeros guardises, ele acres centa: “Pronta para ver 0 pissaro encantador clevarse nos aes, levano consigo 0s votos de seu amor, ela gostaria de retélo, como se reter uma confiss¥o que escapa”. E quando ele fala dos odores misteriosos ue revelam as suaves inquietudes e doces esperangas de uma jover es “mais discreto que nossa excite, ago- onhecida, seu perfume ja 6 ume linguagem, suas cores so ums Seguesse a obra que acabamos de resenhar uma espécie de novela historica sobre a vida de Cambes. Acredito ter compreendido como esse fragmento se liga & intengdo geral do autor, Nenihum poeta se mals com os grandes ospeticulos dos tr6picos que Cames: é ue ele toma suas mais ticas descrigSes: sua imaginagao, vivamente im. pressionada pelos vapores, tempestades e diversos aspectos do Oceano, 4s exprimiu com uma veravidade e um vigor que langam 2 seus textos uum eterno encanto. O autor quis, portanto, segundo me parece, demons. trar na sua pessoa 2 influeneia completa das cenas da natureta sobre o glo, Lowvo-o s ese foi asua iia; mas aenecupto € fala aftada Cambes que conta sua historia a José Indio, Por que estes perpétuos relatos? Por que se impor esta penose tarefa de fazer um grande homem falar com dignidede? Com o profundo conhecimento que o Sr. Denis possui da literatura portuguesa e das obras do poeta, ele deveria ouser Aispensar as criages romanescas, e 6 retirar interese da simples real dade. Ngo hé entdo suficiente fonte de sentimento no quedro ingénuo desse nobre coragdo partido de amor que visja go outro lado do Ocea. ‘no, para se distrair nos combates e se consolar na natureza? N&O se cria, no entanto, que falte beleza a este segundo texto do Sr. Denis, rauitas vezes ele nos reeompenss com a verdade dos pormenores cont 4403 nos vieios de sua concepd0.5(...) 10 patigrato elogia w euigdo do Sr. de Sours d PRIMEIRAS SEGUNDAS-FE/RAS SAINTE-BEUVE® Poesia ~ Cowper ~ 0s poetas dos lagos tigo © quadro da poes impossivel apresentar aqui u Pichot nos afirma a este respeito, porque em geral é que ele nos dé a conhectla. E sendo esta dnice mane mente bos, seria mals adequado desenvolvéla num |. Ali, a questio da poesia de nossos cia em Globo, onde diversos poetas muito pouco conh ga tiveram suas biografias * éxame, de modo que nosso trabalho também Por volta do fim do século passado [X | quele pais nfo teve quer as mesmas ¢ | tines que entre nos. Thompson e nham muita semelhanga entre si, 0 que | pulos e sucessores. Enquanto nossos poe namente na super clegantes uma cépia fiel e mondtona da natureza inanimada, na Ingla soclas a ess85 pinturas as impressBes que elas provoca 5 vide por um reflexo dos sentimentos a, ndo nos escapou totalmente; mas, coisa not hoje coube quase somente aos prosadores conservéla © executéla. O que algures eta obra de William Cowper e dos poetas do Iago, na Franga fra uma criagdo de Jean-Jacques, brilhante e graciosa heranga que reco Jheram, na falta de André Chénier,® Bernardin de tas costo infos Lake spins vs na, | 3 her thompson (1700-114 as poomes campos mareatam Um estilo. 180 0 estilo iftundido por 1d clogio 20 povo francés. los do présro- te no € que escapava as mios da poesia; ¢ quando recentemente, enfim, a poe sia, pela musa do Sr. de Lamartine, reivindicou uma parte deste legit ‘mo domfnio ao qual jamais deveria ter renunciado, aparentemente igno- raram-se seus i mo audacia. Por Por que, te 0 qual 2 poesia pareceu impedir asi mesma uma fonte nova de emopto e de imagens? Nao seré diffcl, segundo penso, assinalar um srande mimero de causas que explicam este fato. Da se poderiam deri. ‘Yar mesmo consideragses sutis e delicadss; que nos baste ter indicado ‘ou pelo menos suas priticas foram admiradas co- esta procura, Na Inglaterra, entdo, 0 que fot iniciado pelos poetas foi continua- do pelos Quando esgotaram os cenérios exteriores e reproduzi- ram os aspectos extemes da natureza, penetraram mais além, mais iden. ificandosse com esta, para ndo mais se separarem. A partir de entfo, 05 imos objetos, 0s mais vulgares acidentes que ela oferece se enfeita ram com um novo encanto 20s olhios do observador apaixonado e, de certo modo, se haurizam de cores novas, no frescor de seu pensemento. Uma paisagem, uma drvore, uma planta, os movimentos da vaga e ingpiraram igualmente 0s mais solenes espetéculos, seus cantos, a tocantes pensamentos e associag6es subli- mes. O quinto passeio dos Sonhos, 0 “Morangueiro” de Estudos da na- tureza € 0 “Lago” de Meditardes podticas® sio para nds representantes bastante perfeitos do que fizeram de bom nesse genero 0s poetas dos quais tratamos. 0. primeiro dentre eles, a0 menos cronologicamente, William Cowper (1731-1800), nosso Rousseau, em relagdo a su fem que se revelou o seu talento de Iaivos melancélicos e re fir, pelas loucuras de sua alma desconfiada e delicada. No seus sombries acessos, ele se ocupava fazendo gaiolas, da mesma forma que 0 outro copiava mésicas. Foi a ele que 0s poetas dos lagos — dos uais vamos falar ~ admitiram como precursor, Mas 0 que nele no pas. ava de um impulso espontinzo de uma alma solitéra, neste se tornou uum sistema determinado ¢ ido, Através dele fol eduzida a teoria de todas as vagas efus0es de entusiasmo; todo pensamento indeciso, to- a impressio fugicia foi proposta, ou melhor, consagrada. Eles fizeram da poesia ume religifo cujos livros sfo oF seu ancestral, Words- worth, parece se ocultar, no fundo de seus lagos, usufruindo de mistica obseuridade, Afirma Pichot que Wordsworth 6 0 lider da escola dos lagos, cons tufda de Southey, Coleridge, Wilson etc. ctc.,¢ assim chamada porque ° Bruder de la manure (1784), obra de Bernardin 4 Saint Piero; Meditapdes pob. ‘ieas (1820), de Lamastine. (N. 40.72). 159 todos esses p ram os lagos de Westmorland ¢ de Cumberland. Ainda que unidos muito mais pelos elos de parentesco € de amizade do que por concordarem em doutrinas de uma mesma posti a, Wordsworth, Southey, Coleridge e Wilson podem ser encarados co- Em politica, os poetas dos Lagos sfo forys. Mas o republicanismo foi o pecado de sua juventude, e con- servaram mais idéias liberais que os proprios whigs.’° Exaltaram-se com 1789, mas F@P3 os decepcionou; ¢ em seu desespero, Southey, Cole- fe Susque- zabeth [XVIT]; depos de Misi e Jeremy Taylor até Cowpe - ‘Gistiges otter ofereceu ie prande ano, f-eoberanes de antigas be Iadas do bispo Perey veio reconcilia, segundo cles, aI verdadeira poesia. A estas admiracdes, quase exclusives, chisturam uma verdadeira paixdo pela met Pretendem também sent za com uma energia € uma ve- ‘eméncia de que nem todos os coragbes sfo capazes, exceto — do a en- tender — os da grande maioria dos poetas que, estragados por falsos sis temas, nela s6 encontraram as belezes conv Eles 36 a natureza porque a amam. Nessas mudas soliddes, no éeio désses Lagos, ‘a Teia-lua dessas florestas, parece-thes que sua alma se funde com a al ra universal; eles sentem urna influéneia invistvel e inefavel que os exal- ta, 0s alegra e purifica. & um misticismo com algama afinidade com 0 pantefsmo pitagérico. Par do 0 que é vsivel, twdo o que & dota- Go de movimento ou de uma voz oferece nfo apenas simbolos obscuros ‘ou emblemas fantsticos, mas também verdadeiras revelagdes. “Bu vi" — diz Wordsworth — i ‘orelha uma concha de bord lisa ¢ ‘ouvia com toda a atengdo da sua alma, e logo a alegria brilhou em sua fisionomia; pois ela escutava murmiirios interiores e ecordes sonoros, pelos quais, pensava elz, o habitante da concha anunciaya a sua alianga mnisteriosa com o s2u mar natal, O proprio universo ¢ semelhante aesta concha para o ouvido da f& e Ihe transmite auténticas revelagdes sobre as coisas invisiveis” ‘Os poetas dos lagos portanto nao evitaram, de modo nenhum, os obstéculos existentes no sdu género, comprometendo-o singularmente, amo consorvadores quanto 0$ (Carta da Referma) de fo Franeest iavam a claase média¢ promoviam a Reform Wiliam Cow 1900), autor de poesias liricas de estilo natural, em opo- igo a0 stlo neoeléssico de Alexander Pope e seus epigonos. (N. do T). 160 slo, Partindo de uma idéia profunda ¢ verdadeira, exacerbs. , deste modo, pecaram a0 inverso dos discipalos de Delile, talvez com mais génio, mas certamente de modo mais ridiculo. & assim que mio vemos sem um sorriso Bemardin de Saint-Pierre extasier-se iante de suas incompreenst todos 05 poetas do la 20, & verdade, levaram tf0 longe o sistema. Southey, principalmente, desde que se tornou mundano e cortesfo, teve muito 0 que reformular, na sua metaffsica, O jover e infel esta escola, mas que, a0 cont doce 2 necessidades intimas de seu coragio, nem’ sequer sonhou, a0 ce lebrar ingenuamente suas impressdes, em se deixar marcar por esta teo- tia suti. Mas Coleridge parece ter deixado para trés todos 0s outros, © proprio Wordsworth: sonhador intrépido, ele so compraz no seu hu mor indolente e de bom grado compara seus cantos 20s sons inter tes que 0 vento provoca ao tocar sua lira. “A volipia de sonhar” — diz.0 Sr. Pichot — “6 tio doce para ele, que chogou e compor versos apenss fenquanto dormia. Publicou uma’ obra que ers produto de seu sono (Kubla-Khan), precedida de um pequeno prefacio no qual admitia enge- nhosamente que, no momento em que transcrevia seu poems, vieram provurislo para um negécio, e que, a0 retorar ao trabalho, nao pode reencontrar o fio de sua narrative, o que nos condenard para sempre 2 conhecé-a pela metade. Ele no d4 melhor justificativa para cada frag- mento que compée a sua coletinea postica. Talvez.haja também uma intengo no titulo que dew & obra: As fouhas sibiinas.” ‘Se af hé motivo para rr, também nao podemos deixar de lastimar ‘sta perda voluntaria de um belo talento. A encentadora peea Genove- v, traduzida pelo Sr. Pichot, nos mostra que alturas Coleridge pode al- ceangar, quando o deseja, o que no entanto no diminui nossa lstima. J que & inevitével, saibamos, 20 menos, tirar proveito de tudo ix to para nbs, A escola de Rousseau ¢ Bernardin comeca, jf 0 dssemos, @ se introduzir na poesia: ¢ a historia dos poetas dos lagos & bem apropris: da para thes revelar os perigos de que deve se precaver. A carta sobre Coleridge, pelo seu feliz prefacio, foi escrita ao Sr. de Lamartine; 0 Sr. igit a0 célebre poeta homenagem mais merecida 85-1806), por sou volume de verso de 1803, foi pro oder jado por Byron. Mas ap6x sta morte ape

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