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A CIENCIA DA INFORMACAO Yves-Francois Le Coadic A ciéncia da informacao Tradugo de Maria Yéda FS. de Filgueiras Gomes % ET CETOS LNROS «© Presses Universtaes de France, 1996 “inl ign: La sconce de Vnformatin: Tradugie da peiea cleo orginsl ublcada em 1994 por Press Unvestaies de France, em sus sie Que sas Je? n° 2873, com atulizagao até aio de 1996, fits pio stor para eta edit brasil Adguicidos os dicta de tradugo para Brit “ado os nets eserves, De stend com ae, nena pare deste tno poe sor otoconia, gravads eproduzi om armavenida mam senna de eeuperagi de infemagdo of tansitda sob qualquer Forma ow por qualquer mei eletrbaio rece sem o prvi consertinetn do detente des dcios auras e de eit ‘Sugesd eitorial Masi das Gragas Trgino Revisdoda radu: Aston Agence Brie! de Lames Maria Laci Vila de Lemos ‘Dados intenacionas de Cualogagto na Publicgao (Ci) (Caznars Brasieta do Livro, sP Bras). auc ; tremucao de Raria Yose fo, de Nstols ervainad: a sclence de L‘intormat ton 1, chineta do intormage t. tetuhe a 95-85697-08-0 io cibncte da. tnformagao 220 Lemos Infrmagio ¢ Comunicago Ll SEES Quadra 701 Bloco K~ Sala $31 Elicio nbassy Tawar ‘Beasfia, DF 7040-000 ‘Teleones (61) 32298 06/322 2420 (rama 1891) Fra (061) 323 1725 ‘all: biguer@ nutecae com. ATENDEMOS 4 PEDIDOS DE VENDA PELO CORREO Sumario Introdugao Capitulo 1, © objeto: a informagio L Que € a informago? I, Informagao e conhecimento IIL Informaco e comunicagio Capituto 2. As primeicas disciplinas L.A biblioteconomia Th. A museoconomia TH A documentagao IV. 0 jomnalismo Capitulo 3, Uma ciéneia, uma indistria para 2 informagio 1. Uma cigncia, uma inddstria IL, Uma ciéncia social IIL. Uma cigneia interdisciplinar 1V, Sua institucionalizacio Capitulo 4. A ciéncia da informagio 1A construcdo da informagéo i. A comunicagdo da informacao IIL. © uso da informagio IV. A medida das atividades de construgtio, comuni- cago ¢ uso da informagao: a infometria Capitulo 5, Epistemologia e histéria da ciéneia da infor- maglo 1. Epistemologia. Conceitos, métodos, leis, modelos teorias da ciéncia da informagao TL A historia da ciéneia da informagao Capitulo 6, As téenicas de informagao Uma hist6ria das técnicas de informaga0 TL As técnicas tradicionais de informagio IIL. As técnicas eletrénicas de informagao Capitulo 7. As profissdes da informa LAs atividades informacionais IL. Os profissionais da informagiio Concluso Anexo I, As principais revistas eientificas e técnicas em ciéncia da inform: Anexo 2. Os principais bancos de informagées em cién- cia da informagao Anexo 3. Prineipais servigos em ciéncia da informacao 1a INTERNET Bibliogratia 90 106 106 107 109 ut ila 7 ng Introducao AINFORMACAO, seja ela escrita, oral ou audiovisual, vende-se bem. Vende-se cada vez. mais ¢ em grande quantidade. Muitos lamentam esse fendmeno; outros agem como se a informagio, qualquer informagao, nao passasse hoje em dia de uma mercadoria? O rdpido desenvolvimento do consumo de produtos informacionais € um fendmeno recente. Eles surgem na esfera da produgio c da {roca mercantil, dando origem ao que se denominam indstrias da informagao e mercado da informagao, com seu cortejo de bens, servigos € produtos informacionais, todos com maior ou menor grau de informatizagao. E portanto inegavel que a informagao se industrializa ao se informatizar cada vez mais. Nao que fagamos desse fato, da informagio, a chave da inteli- gibilidade dos processos naturais e do progresso das civilizagaes, como Duhem fez com a energia no século passado. E preciso, poxém, reconhecer que constitui o objeto de uma ciéneia, de uma tecnologia e uma indistria “de ponta’, Caracteristicas que sio determinadas, como mostrava Lyotard em 1979, pela mudanga da situagdo ocupada pelo saber, conseqtléncia da entrada das socie~ dades na chamada era pés-industrial e das culturas na chamada era pés-modema.” Constatava, ento, que “hd quarenta anos, as chamadas ciéncias ¢ técnicas ‘de ponta’ versam sobre a lingua- ‘gem, a fonologia e as teorias lingilfsticas, os problemas da comu- nicagao e a cibernética, as algebras modemas e a informtica, os computadores e suas linguagens, os problemas de tradugao dessas "Q mesmo que outos, ames de n6s firmaram a respeit da cultura (A. Hue, fon, A Lelebue,B. Migs, R Peron, Captalome et industries euturele, Proses Universes Ge Grensbie, 1978) = 1. Lyatad, La condition postmodere: rapport sr le sav, Pass, Editions de Minuit 1979. (Bd, basi’ O por madere, Rio de Tenet José Osyapo, 1993} Nocampe da colar, passe de uma vido guseapsidlca das masses a chap para una concepeto ‘upresarial que implica aindustilizago aprofissionalzagio dese setor 6 atviddes. Falase, asin, de indsuiasculrase de ergeacro cultural. linguagens e a busca de compatibilidade entre linguagens de ma- quing, os problemas de armazenamento em memiéria e os bancos de dados, a telemdtica e o desenvolvimento de terminais “intel gentes’ [....” B prosseguia, destacando que a “incidéncia de tais transformacdes tecnoldgicas sobre o saber parece ser enorme”, Do mesmo modo, o desenvolvimento da produgdo de infor- mages (informagdes gerais, cientificas e técnicas) ¢ de sistemas de informagao tornow necessdria uma ciéncia que tivesse por objeto de estudo a informagdo, ou seja, uina ciéneia da informagao, bem como uma tecnologia e técnicas resultantes das descobertas feitas por essa cidncia Isso também faz com que nos questionemos sobre as relagdes centre ciéncia da informagdo, tecnologia da informagio e a socie- dade, Sociedade sobre a qual ambas parecem influir, a tal ponto que acabou por assumir seu nome transformando-se em ‘socie- dacle da informagao’, abandonando os qualificativos bastante tmateriais de ‘industrial’, herdado do século passado, mais tarde de “pés-industrial’, e inaugurando a era da informagto e a era do setor quaternério,! De origem anglo-saxdnica, a cigncia da informagao nasceu da biblioteconomia, tomando, portanto, como objeto de estudo a in- Formagdo fornecida pelas bibliotecas, fossem elas piblicas, uni- versitarias, especializadas ou centros de documentagao. A leitura pablica ¢ a hist6ria do tivro constitufram entao a matéria dos primeitos estudos que foram realizados. Mais tarde, a informatio referente as cigncias, as téenicas, as indlstrias € ao Estado” tomou a dianteira sobre esses assuntos, dinamizada pelo advento da tecnologia da informagao ¢ as necessidades crescentes de infor- Mashup, The prac and diss of tnowiedge Inte United Ses, Princeton on Entre os cinco elamintos do desempenko da economia éestacades pelo Comissariat Général du Plan. és (forage, invago © redes) dependem ds intormagio. "A pexformance [deserpenn] wna vez que nlgra uma aldose de infrmagio, ranstonmase ‘esde loo em informanee" (Rena). Trat-se, com efito, do resultado da densiadee da idee da tocas de infrmaghis ene os servigr do Estado, ae empresas eos sida, magio dos setores cientificos, técnicos e industriais, bem como do grande puiblico. A ciéncia da informacdo construiu-se, portanto, € se fundamenta atwalmente, sobre essa base informacional Capitulo t O objeto: a informacao DURANTE MUITO fempo, o desenvolvimento da ciéncia da infor- magio baseou-se em conceitos ambiguos, polivalentes, de trans- paréncia enganosa. Queremos nos referir as palavras informacao, conhecimento ¢ comunicacdo. O surgimento desses conceitos ou palavras-chave nao foi gratuito nem inocente. Visava a assegurar, mediante uma linguagem pseudocientifica que se pretendia co- mum, uma certa convergéncia de métodos e idéias e, finalmente, um pseudoconsenso, Esperava-se chegar assim a uma técnica adornada com o prestfgio de uma ciéncia.! Sozinho ou associado aos outros dois no objetivo, segundo se pensava, de diminuir um pouco sua ambigtiidade, o conceito de informacdo, utilizado nas diferentes disciplinas, apresentou duran- te muito tempo um cardter fluido, embora conservasse um valor heurfstico considerdvel. Quem ainda nao ouviu falar da célebre teoria da ‘informacio', tcoria matemitica que se refere & medida ¢ transmissao de sinais elétticos? As vezes também chamada tcoria da comunicagao. (Quem ainda nao ouviu falar da descrigdo da hereditariedade em termos de ‘informagzo", de mensagens, de cédigos? E da teoria do cédigo genético? Base fundamental da biologia, essa teoria abran- 8 nfo apenas as questdes relativas & estrutura quimica do material genético e da ‘informacio’ que contém, mas também os me- canismos moleculares de expresso dessa ‘informago’ ‘A ‘informagao’ € ento uma medida da organizagio de um sistema:? medida da organizagiio de uma mensagem em um caso (Shannon, Weaver), medida de organizagio de um ser vivo no outro caso (von Bertalanffy). Pode também ser a medida da ordem "A Lichnecowice, information et communication, Pais, Malone, 1993, information das la scence contemporaine, Pais 2 Collage de Royaument, Le concent ions de Minit 1955, das moléculas em um recipiente que contenha um Ifquido ou um ‘g48 (Boltzmann). A nogdo tomara-se camalednica.’ Retenhamos desse amplo espectro de conceitos apenas aquele que esté relacionado com a cognigo ¢ a comunicagdo humanas, descartando, em particular, os cconceitos de “informagao" da teoria estatistica do sinal e da teoria do e6digo genético (ver a segao 1 mais adiante), I. Que éa informagio? A informago & um conhecimento* inserito (gravado) sob a for- sma escrita (impressa ou numérica), oral ou audiovisual ‘A informagao comporta um elemento de sentido. E um signifi- cado transmitido a um ser consciente por meio de uma mensagem inscrita em um suporte espacial-temporal: impresso, sinal elétrico, onda sonora, etc.’ Essa inscrigfo ¢ feita gracas a um sistema de signos (a linguagem), signo este que é um elemento da linguagem que associa um significante a um significado: signo alfabético, palavra, sinal de pontuagao. Seja pelo simples prazer de conhecer (Freud), de estar infor- mado sobre os acontecimentos politicos, os progressos da ciéncia ¢ da tecnologia, ou pelo prazer menos simples de estar a par dos ‘ltimos temas e resultados das pesquisas (fatos, teorias, hipéteses, etc.), de acompanhar a vanguarda do conhecimento cientifico, 0 objetivo da informagio permanece sendo a apreensdo de sentidos ou seres em sua significago, ou seja, continua sendo 0 conhe- cimento; € 0 meio é a transmissto do suporte, da estrutura, O Moda, La méduode, Paris, Etons du Seuil, 1977, (Bd. portoguesa: Método, Lisbos, Buropa Ania, 1987, * Lim conecimento (um saber) 60 resultado do ato de conecer, ato pelo qual oexptito spreene um objeto, Conhecer é ser capac de formar ida de lguma coisa; € ter presente io espiito, ss pode irda simples enticaco (cnhecimento eraum) 4 compxeensio fexata e complen ds objtos (cenbeciento cinco) O saber designa ua conjunto laicladoe oganizado de conhesimentes a parr do qua wma ciénia — um sienna Se relagbes formas e expesmentais— pacers onignar-s. > Rayer, La eyberndtigue eV origne de njormation, Pans, Fansmstion, 1954, > exemplo mais banal € a informagio, a noticia veiculada por um jomal, pelo radio ou pela televisao,! En informética, chama-se dado a representagdo convencional, codificada, de uma informacdo sob uma forma que permite seu processamento eletranica. A representagao codificada da palavra “informagao’ €a segiléncia dos seguintes sinais etétricos. 1O0LGO1 1001110 [000110 1001111 1010010 1001101 1000001 1010100 1001001 YOGIT1T 1001110 cada letra sendo representada por sete sinais numéricos binérios (cont duas alternativas: Oe 1), Desta forma, a letra '” escreve-se: 001001 (0s cédigos de sinalizagae ndo estado representados) Daé a expressdo ‘base de dados’ empregada em informatica para deserever os sistemas de gerenciamento desses conjuntos (arguivos) de dados e suas relagoes. Para falar das fortes de informagio informatizada e dos pro- dutos de informagao oriundos dessas fontes ¢ oferecidos a dife- rentes piblicas, utiliza-se a expresso ‘banco’ de dados:* biblio- grificos, numéricos, icdnicos {imagens}. Alids, seria conveniente falar sobretudo de bances de informagses. 1. A explosio da informagdo, Fundamentando-se progresso {Genco e social no poder ctiativo da linguagem e do racicefnio ligico que daf resulta, pode-se compreender a importincia da communicado verbal da informagao. Com o advento da escrita, a comunicagao passou de oral a escrita. Ito teve como conseqiién- cia, por um baixo custo energético, multiplicar a informagio (c6- pia de manuscritos, imprensa, fotocépia) ¢ memorizé-la, permi- {indo assim exteriorizar, primeiro nas bibliotecas, uma das fungdes do eérebro humano, que & a meméria, Essas operagdes de mul- interna tomnse desinfornagdo quando o coshecimento insente€ akerado, fl {ici Ginforago Fa), oe et asente (nding), > Ver on? 1629 da série ‘Que sais e, sobre bapes de dats 6 ‘iplicagao e memorizagao explicam uma boa parte do que se costumou chamar de explosio da informacdo (mais exatamente a explosio da quantidade de informagies): um crescimento que obedece a uma fei de tipo exponencial. O exempto do crescimento da literatura cientifica’ é a esse respeito muito significativo (ver figura 1). Pode-se observar que as revistas de resumos (chamadas revistas secundétias),’ concebidas originalmente para facilitar 0 acesso as revistas primairias, passaram pela mesma evolugti. Sua informatizagao, que esté na origem dos bancos de ‘dados’, apenas desloca o problema, pois também passaram pelo mesmo tipo de crescimento, implicando o aparecimento de hospedeisos cada vez ‘mais importantes, verdadeiros supermercados da informacio. O advento da eletrénica (que se traduziu pela transigio dos su- portes materiais para suportes imateriais), seguido da informatica ce do desenvolvimento da comunicagado de informagoes & distan- cia (telecomunicacdes) s6 fizeram reforgar essas tendéncias. De~ multiplexagio, amplificago e armazenamento de enormes volu- ‘mes de informagdes ocorrem sem cessar e, a8 vezes, nos fazcin davidar da condialidade da nova sociedade da informagzo! " Baendese por eras cena ¢ técnica anigos (ipo prinipa de informagao enlfica)publicados nis resis clnufieas, ss patenes (principal dpe de inert ‘Sonica pias ress ce patents um conta de publicaghes menos acessveis, como os reatrios, as tse, os anls de congresses, ee, que Constitvem a eraura Disinguem se ts cateporins de revista ietfica cca 25rvits primis, que ‘sontém argos, que cnstitcm a pimeir apargto publica sob forma de prodto de informa, dos resulados de pesquisa: a ovstas Secunda eecrias, grandetnente KE, Bouldina, The image: knowledge in We ond sacieny, Ann Arbor, Unversiy of Michigan Press, 1956, NJ Bellin, Anomalon states of knadge as basis Fer information rtneval, Canadian Journal ef Information Seence, 5, 198. macdo ou informagées que corrigitdo essa anomalia. Disso resul- tard um novo estado de conhecimento, E 0 que Brookes! quis es- quematizar © representar sob a forma do que chamou a equacio fundamental da ciéncia da informagao: K (S)#0K=K(S+28) | a que exprime a passagem de um estado de conhecimento K (S) para um novo estado de conhecimento K (S + 8S) pela contribuigdo de ‘um conhecimento K extrafdo de wma informagao dt, 0 indicando o efeito dessa modificagio. I. Informacio e comunicagio As cigncias, tanto da matéria, da vida, quanto do homem ou da sociedade (¢ da informagao), sendo atividades socioeconémicas, so, portanto, produtoras ¢ utilizadoras de conhecimentos cienti- ficos e técnicos.” O sistema de pesquisas assemelha-se muito a um sistema econémico, Pode-se assim representi-lo a partir do esque- ma econdmico classico: produgdo-distribui¢do-consumo. Analo- sia de fendmenos mas nfo de conceitos, pelo que falaremos mais de construgao do que de producao de conhecimentos, distinguindo entre bens culturais e bens materiais. Construcao, portanto, dos conhecimentos cientificos ¢ tecnoligicos que se tomario, uma vez registrados, em forma escrita ou oral, impressa ou digital, informagées cientificas e tecnolégicas. Pela mesma razio, para descrever as duss outras fases do que chamamos ciclo da infor- ‘magio (figura 2), utilizaremos a palavra comunicagao no lugar de distribuigio e uso no lugar de consumo, Os trés processos — "TC Drockes, The Foundations af iformation sctetee, Journal of Iyfomarion iene, 2, 190. ‘Nasnomenclattas econtmicas elas sto chamadas de ‘pes cenia e teencigie’ 10 construgo, comunicagio © uso — se sucedem e se alimentam reciprocamente, ‘modelo social CO) Figura 2. 0 cielo da informagion Este modelo permite libertarmo-nos daqucle, habitual mas sim- plista, dos meios de comunicagdo de massa, que limita a comu- nicagdo a uma telagao bilateral: informador-informado (figura 3): informe sintered oo Figura 3. Meios de comunieagto de massa ou, pior ainda, do modelo da teoria da informagéo, que toma essa relagdo linear e cré methoré-la ao inserir nela a mensagem. En- contramos tal modelo na célebre cadeie documentétia, Canal, cédigo, ruido € retroalimentagao vieram aprimoré-la, mas no a transformaram em um modelo de comunicagdo social (figura 4): u modelo haseade na sea 0 receptor 4 ol Figura 4. Teoria da informago Incorren-se aqui na confusito conceitual que consiste em con- siderar andlogos 0 conceito de ‘informagdo’ da teoria matemd- tica da transmissdo de sinais elétricos e o conceito de informagéo do processo da comunicagéo humana. Seguindo os passos de Shannon e Weaver, de Moles a Atlan, passando pela escola fran- cesa de comunicagdo, toda a comunidade dos ‘homens da comu- nicagdo' foi vitima ou ctimplice de um erro ensejado por essa anatogia. vedo de todo 0 setor chamado comunicagdo, essa teoria € do- minante. E € lamentdvel ter chamado informacdo 0 conceito desenvolvido por Hartley. De fato, a medida da entropia infor- macional (outra impostura notéria nesse campo é 0 emprego desse conceito da fisica) é aplicdvel aos simbolos, aos proprios signos endo tem nada a ver com o significado. As comunicagbes humanas regulam-se, portanto, pelo modo de transmissdo dos sinais elétricos, e, por isso, ndo podem deixar de ser autoritdrias, dirigidas, unidirecionais. O modelo resultante, largamente difun- dido, coloca em cena um ‘emissor’ que ‘comunica’ uma mensa gem ao ‘receptor’ essa mesma impostura que faz com que se agrupem no mesmo campo a comunicagdo mediante sinais quimicos, a comunicagiio com os micrdbios, a comunicacdo nas sociedades animais, a comunicacdo pelas moléculas, a comunicagdo entre os homens, a comunicagdo entre as criangas, a comunicagdo com os humanos, a comunicagdo com as mdguinas; que faz com que se fale de didlogo homem-méiquina, mensagens moleculares, comunicagées hormonais! 2 Se a anatogia continua sendo um conceito interdisciplinar fecundo, que facilita a transigdo das idéias de um campo para ‘outro, pode também bloquear durante muito tempo os avancos rumo & compreensao de um fendmeno. E néo estamos longe de pensar que, da mesma forma que a analogia da irrigagdo em fisiologia pode por muito tempo bloquear os progressos sobre a compreensdo da circulagao do sangue, descoberia por Harvey, @ analogia da transmissio de um sinal elétrico conseguiu bloquear os progressos concernentes & comunicagdo das informagdes e contribuir para reunir fendmenos irredutiveis sob uma mesma bandeira enganosa, como ainda vemos hoje em dia. A comu- nicagdo humana, contudo, ndo tem muita necessidade desses parentescos. A comunicagio 6, portanto, 0 processo intermedirio que per- mite a troca de informagGes entre as pessoas (ver adiante, capitulo 4, 1.2). Podemos concluir, com Escarpit,' que a comunicagdo é um ato, um processo, um mecanismo, e que a informago é um pro- duto, uma substincia, uma matéria. "a. Reearp Théorie générale de Vxformation et dela communication, Bars, Hse 1990, Capitulo 2 As primeiras disciplinas (© quer caracteriza as quatro disciplinas que foram atuantes, até o presente, no campo da informagio — a biblioteconomia,! a muisecconomia,” a documentagio € o jomalismo € que todas atri- buiram um interesse particularmente geande aos suportes da infor- magio ¢ no i prépria informacéo. O livro na biblioteca e 0 objeto no musen foram durante muito tempo recothiddos, armazenados e preservados por um conservador, com o fim nico da preservagao patrimonial. Documentalistas e jomalistas alardearam as mais ele- vadas intengBes com a informacao (a0 mesino tempo em que con- feriam também uma atenco importante ao documenta e as midias © meio é também a mensagem, nfio € Mac Luhan?). Mas nem sempre tiveram a competéncia necesséria para dominé-ta. L.A biblioteconomia Unido de duas palavras, biblioteca ¢ economia (esta no sentido organizagio, administracao, gestdo), a biblioteconomia ndo ¢ m uma ciéncia, nem uma tecnologia rigorosa, mas uma prética de organizacao: a arte de organizar bibliotecas.’ Ela responde aos problemas suscitados: rin, proce wn a concervagio dot ‘A arguivieics, discipina suxiior ds histrin, preooupase co . doconentos que resultam a tividade de uma instiwigdo ou de ura pessoa Fisica o& iridca, Os anges no passam de documentos conservados,enguanto as biblistcas 530 constusidas de documentes pr els eunids. ar eng tr nao, ward cino masccoeomia com edo qe ots dea cnt J toes al, male nselopsh C7) {A ilolgia er por objeto o estado do tivo, Disepina ala da BLotecaneeis Ivbicings passa por acusdes para aleangar 4 skuagan de cic aduha, “4 © pelos acervos (formagio, desenvolvimento, classificacdo, cata- logacio, conservagaio); © pela propria biblioteca como servigo organizado (regulamento, pessoal, contabilidade, local, mobitiarioy; © © pelos leitores, os usuérios (deveres reciprocos do pessoal e de piblico, acesso aos livros, empréstimo), Mas as solugies para esses problemas sio frequentemente empiticas, portanto, dificilmente generalizaveis, Encontram-se hoje essas trés séries de problemas em outros lugares e suportes. A biblioteca tradicional, que conservava ape- ras livros, sucedeu a biblioteca que retine acervos muito mais diversificados, tanto por seus suportes como por sua origem: ima- gens, sons, textos. Transformou-se em midiateca. Ademais, a0 acolher nfo somente as obras de um patriménio legado pela pas- sado, mas as informagdes veiculadas por redes comerciais atuais & em tempo real, ela passou a set um sistema de informagoes.’ Isso coloca também em evidéncia os objetivos econdmicos & culturais atuais que adquirem uma importancia crescente, como: © 05 usos privados das técnicas de produgdo, processamento ¢ difusio da memséria escrita ou audiovisual; © 0 problema do custo de acesso a essas fontes e, portanto, 0 problema da gratuidade das bibliotecas; © a necessidade de inventar novos usos e, por conseguinte, de qualificar os usudrios dessas técnicas sob pena de ver 0 mer- cado se sattirar muito rapidamente. Mas ainda se fala muito de conservagio, encademagio, livre aacesso®¢ Ieitores jlusttes no projeto da nova Bibliothique Natio- nale da Franga. R Steger, Moires dy fw, Exposition ibtiohhique Publique Taoension, 1997 "Ns universes dos pes ang saxo, a biblioteca to tots dee acess, 0 Wve so acon na Fraga, is I. A museoconomi Paralelo curioso, a ‘ciéneia’ dos museus também empurrada em diregdo a uma economia do museu, no mestno sentido de gestao, otganizagio e administragao, mais exatamente rumo a uma mu- seoconomia. Em primeiro lugar, constitui também uma pratica de onganizagio, a arte de organizar museus, mais do que uma ciéncia ‘© uma tecnologia rigorosas. Responde aos problemas suscitados @ pelos aervos ¢ as reservas tKcnicas (formagio, desenvol- vimento, classificago, conservacao, utilizagao pelos pesquisa- dores niio-musedlogos ¢ exposigoes para o piiblico); © pelo proprio museu como servigo organizado (regulamento, pessoal, contabilidade, locais, mobitiério). ‘© e pelos visitantes, os usuarios (deveres recfprocos do pessoal € do pliblico, acesso as colegses), Mas essas respostas, voltadas sobretudo para os accrvos € 0 museu, também continuam sendo freqientemente empfricas e, portanto, dificilmente generalizAveis. Esta abordagem museoconémica ainda vigora, Como prova disso temos: 7) O programa da nove Ecole Nationale du Patrimoine (‘Ecole Nationale des Musées’) que se articula em torno de dois con- juntos de matérias: © um ensino de tipo geral, que estuda as instituigies culturais governamentais, direito patrimonial, economia do patriménio, igestdo financeira, sacial e das ferramentas técnicas (automa (ilo de escritérios, informdtica documentéria, reprodueao da imagem, etc.), precedido de estdgio em institulgao cultural; © un ensino de tipo técnico, voltado para o patriménio e sua di- wulgagdo, problemas relacionados a construgio € gestdo de edificios de museus, métodos e técnicas de coleta, conservagao e restauro de obras de arte, mobilidrio, arquivos, ete., seguido de estiigio em institigao patrimoniat. 16 2) O conterido do curso de museologia, segundo Riviére:! 0 museu como servico organizado, instituigdo, é estudado nos ca- pitulos I: Museu ¢ sociedade {abordagem histdrica), € 1V-A ins- fituigdo museal (‘estatuto € organizagdo, arquitetura ¢ progra- ‘magio). O estudo das colegdes & objeto do capttulo II: Museu e patriménio {pesquisa e conservagao}. E o breve capitulo Il: Mu- Seu, insirumento de educagéo e cultura (exposigdes, o pliblico dos museus) é consagrado ao estudo das exposigdes e dos visitantes. Referimo-nos ao pablico, aos visitantes, aos usutios, Mas, evi dentemente, a primazia era da instituigao, do museu, das coleges, das reservas téenicas inacessiveis 20 puiblico, além de eminentes ustidtios-pesquisadores* néo-musedlogos e alguns amadores. Fala- se hoje, cada vez mais, dos piblicos do museu, pois estudantes € turistas passaram a utiliz4-los em massa, Ea museologia resiste. IIL. A documentagao No final do século XIX, os problemas bibliograficos come- cavam a tomar-se complexos para os pesquisadores que néo encontravam nas bibliotecas meios de acesso aperfeicoados a documentos cada vez mais variados (um documento sendo tudo 0 que representa ou exprime com a ajuda de sinais graficos (palavras, imagens, diagramas, mapas, figuras, sfmbolos) um objeto, uma idéia). A criagéo do Instituto Intemacional de Bibliografia por Otlet, €, posteriormente, da Federacdo Internacional de Docu- mentagdo, ocorreu em resposta a essa demanda. Havia necessidade de uma nova tecnologia, de um novo conjunto de técnicas para organizar, analisar os documentos, deserevé-los, restumi-los, tée- nicas que diferem das técnicas bibliotecondmicas tradicionais. Essa tecnologia era a documientacdo. Ao contrétio da biblioteconomia e da arquivistica, a documentagdo recorre a técnicas no-con- Georges-Henr Rive, La mustologse, Pars, Danes, 1989. 2 De forma andlegs, 2 nove Bibliotheque Nationale da Frangs aibut om ineresse vilegiads cos seus grandes tore. " vencionais de organizagio e andlise, nio mais apenas de livsos, mas de qualquer tipo de documento, Técnica de classificagéio, a Classificagéio Decimal Universal (CBU) é assim o exemplo de uma classificago natural (que se reparta ao contetido do documento), que nunca teve por objetivo ser uma classificagdo para bibliotecas. Era muito elaborada e, 7 isso, em geral, inadequada para uma biblioteca que se con- entasse com wna classificagdo abstrata (baseada em caracie- Misticas ndo-lingitisticas, como o niimero de regisiro, 0 tamanho die fivro ow 0 nome do editor). Entre as téenicas que acompanharam 0 crescimento da docu- mentagdo, em particular nos Estados Unidos, a da mictofilmagem de documentos — inspirada nas técnicas cinematogrificas — permitia a seus defensores, nos anos 30, prever que 0 microfilme © a microficha suplantariam ¢ livro, que, como ele, poderiam ser mprestados, que os catélogos conteriam os resumos microfil- mados dos textos referenciados, etc. Surgiram posteriormente dispositivos de busca mecanica da literatura, utilizando micro- filmes, como o ‘seletor répido’ ¢ o sistema "Minicard’ da Kodak Porém, o desenvolvimento tecnolégico mais importante, que anun ciava 0 nascimento da ciéneia da informagio, foi, sem diivida, 0 cartio perfurado IBM, utilizado para analisar o contetido dos documentos ¢ extrair a informagao que continham. TY. 0 jornalismo Aqui apenas evocaremos esse campo disciptinar que também participa das inddstrias da informagto. Mas, a histéria quis que, tanto no que diz respeito A profissio quanto 2 pesquisa, ele se desenvolvesse separadamente, nos diferentes quadros das indds- trias da comunicagio,' o que nao impede a existéncia de fortes convergéncias com 08 outros setores. "Vers volutes dase" Que ssf" de n° 1000 (information) ©2638 (La slence de aconminscaten, 18 Capitulo 3 Uma ciéncia, uma indistria para a infermacaio TODA CIENCIA é uma atividade social determinada por condigdes histéricas e socioecondmicas. Assim aconteceu com a ciéncia da natureza — a fisica —, € com o desenvolvimento da sociedade ica nasceu com o advento do sistema mercantil ‘Alguns de scus ramos formaram, a0 longo do tempo, ciéncias independentes como a quimica e a biologia. Essa sociedade indus trial tinha necessidade de um sistema de produgao que the per- rmitisse uma utilizagao sempre crescente da natureza. E 0 desen- volvimento dessa produgo industrial necessitava de “uma ciéncia que estudasse as propriedades fisicas dos objetos niaturais © as formas de agdo das forgas da natureza” (Engels). L. Uma ciéneia, uma indistria Da mesma forma, a sociedade da informagio necessita de uma cigncia que estude as propriedades da informagao ¢ os processos de sua construgdo, comunicagdo e uso. De fato, sob a triplice influéncia do: © desenvolvimento da produgio ¢ das necessidades de informa- Bes cientificas © técnicas (desenvolvimento das atividades cientificas, desenvolvimento de uma cultura cientifica e técnica de massa, demanda de informagio cientifica); © surgimento do novo setor industrial das indkistrias da informa- Ho (produtores e hospedeiros de bases de dados, satélites redes de telecomunicagao, telemitica, grandes museus e gran- des bibliotecas (as ‘catedrais’ do século Xx), turismo cultural); @ © do surgimento das iecnologias eletrénicas (anal6gicas ou digitais) e fotSnicas da informacdo" (microcomputadores, telas de monitor sensfveis ao toque, discos laser, fibras Spticas, dis- positivos de multim{dia, videodiscos, programas de geren- ciamento de acervos, etc.), as bibliotecas, centros de docu- ‘mentago, museus e instituigées culturais, em geral, ndo podem mais set apenas depésitos de livros, documentos, objetos artefatos, Tomaram-se depésitos de conhecimentos sobre um ‘assunto, um objeto, de respostas a questées, isto é, entrepostos de informagées. Melhor ainda, so verdadeiros meios de comunicagdo de informagdes, que atingem um nimero cada vez maior de pessoas. Ou seja, sob 0 efeito dessas trés categorias de rmudangas — culturais, econdmicas e tecnolégicas — tornaram- se multimédias de massa, como seus colegas da imprensa escrita audiovisual. A indiéstria da informagdo (em papel e eletrénica) é, atual- mente, dominada pelos Estados Unidos. Encontraremos, no qua- dro a seguir, 0 faturamento dos dois setores da indiistria da infor- magdo nos Estados Unidos, Europa e Japao. Essas cifras sido bastante significativas ¢ mostram que a indtis- tria da informagao eletrénica ocupa wm lugar cada vez mais im- portante na economia dos paises industrializados, compardvel, na Franca, ao da indistria cinematogrdfica, por exemplo (3,8 bi- Ihdes de francos de faturamento, em 1990). A atividade do setor da informacizo eletranica apresenta, ademais, uma taxa de cresci- mento excepcional, da ordem de 20 a 40% por ano. Apesar do desenvolvimento notdvel da telematica, a Franga detém apenas 10% do mercado europen, ow seja, 33% do mercado mundial Considerando o seu peso econdmico, a indiistria francesa estd um pouco atrasada nesse setor? "Por teensogias elerBnicasentendemos as tenicas que wtlizam fuxos de eétons € por tecnologia fies. qe liam fakes de ftons (particu de ox), Os Banos de ‘ston censtuer sims ecco de dis ipa: analicos edits (ver eaptalo 5) S$. Chania, Congr IDT, Pais, 1993. 20 Paturamento da indvstria da informagio (em bilhdes de francos) ——eoeereer_erorereee EM PAPEL BLETRONICA, Eu 30 Europa 2 2.2 eabem’ Franga}** Sepi0 Total 500(7S correspondema $8 ighes especializadss) “Ese ftaruenio sbeange as vides ligadas & rand imprens, jonas reise ono a rece publics esses jor. Ein 19980 faturaento da inde ledaica francesa tingis 4,2 bithdes de franca Ca. Lnformation électronique profestionneleen France; donntes sur lex actids les marché. La Decinestation Frans, 195, ‘ais mudangas provocaram simultaneamente uma mudanga epistemoldgica. Isso nos faz constatar que, hoje, 0 objeto da cién- cia da informagio no € mais mesino da biblioteconomia e de suas veneriveis disciplinas co-irmas. Nao é mais a biblioteca e 0 livro, 0 centro de documentago e o documento, © museu e 0 objeto, mas a informagio. I, Uma ciéncia social A ciéncia da informagio, com a preocupagao de esclarecer um problema social concreto, o da informagio, ¢ voltada para o ser social que procura informagio, coloca-se no campo das ciéncias sociais (das cigncias do homem e da sociedade), que so 0 meio principal de acesso a uma compreensao do social e do cultural 'A pesquisa em cigncia da informagio, pesquisa orientada, res- pondendo a uma necessidade social, desenvolveu-se em fungéo dessa necessidade ¢ foi, de certa forma, dirigida, e até mesmo financiada por cla, Igualmente, sob a demanda premente da tecno~ logia da informacio, de méquinas de comunicar, a preocupagio dominante dos pesquisadores foi a utilidade, a eficacia, 0 pratico 2 a pratica, e muito pouco o tedrico, a teoria. A teoria, portanto, 24 apresenta-se atrasada em comparagdo com 0 empitico © existe, sobretudo, uma falta de ligagao entre os dois (ver capitulo 4). De pritica de organizagio a ciéncia da informagao toma-se, entio, uma ciéncia social rigorosa, sob 0 efeito tanto de uma de- manda social crescente quanto de noves objetivos sociais ¢ im- portantes avangos econdmicas. Os estudos cientificos, realizados icialmente por pesquisadores de fora da sirea e da profissdo, como os de psicologia, sociologia, economia, informética e telecomu- icagdes, contribufram em muito para essa cientifizat JL, Uma ciéncia interdisciplinar Os problemas de que trata cruzam as fronteiras histéricas das isciplinas tradicionais, e 0 recurso a vérias disciplinas parece ser eviente, Essa colaboragdo chama-se interdisciplinaridade. A interdisciplinaridade traduz-se por uma colaboragao entre diversas disciplinas, que leva a interagdes, isto é uma certa reci- procidade, de forma que haja, ent suma, enriquecimento mittuo. A forme mais simples de ligagéo é 0 isomorfismo, a analogia. A cigncia da informago 6 uma dessas novas interdisciplinas, wm dlesses novos campos de conhecimentos onde colaboram entre si, principalmente, a psicologia, a lingiifstica, a sociologia, a infor- ‘mitica, a matemética, a légica, a estatistica, a eletrénica, a econo- mia, 0 direito, a filosofia, a politica e as telecomunicagoes. E possivel esbogar rapidamente um panorama dessas disciplinas fe dos temas atuais de pesquisa em ciéncia da informacao, squematizando af o fnicio de uma descrigao de sua estrutura, No principio cram o livro (a semente) e, € claro, a bibliote- conomia e a histéria do livre!' Os primeitos fatos de natureza ci- centifica estardo, portanto, ligados as bibliotecas, ¢ as primeiras leis ¢ andlises sero bibliométricas. Depois, surgitio teotias das clas- " existnda, por analogia, pacatesco entre 9s quato campos, difamnos. no setor da ocimenagaa: “No prinefic exam o documento a docurnentg0"; no stor dos muses [LJ No principio eran o objeto e a ‘rseaconomi ye no ser das edi: "J No Princpso era o joa eo jonni” 2 Sificagées e da indexagao, Dentre outros temas centrais, convém citar os estudos sobre sistemas em linha de recuperagao de docu- mentos e dados, e estudos descritivos das tScnicas respectivas: bancos de informagées bibliogréficas, textuais, fatuais; pesquisas sobre sistemas de gerenciamento de bibliotecas ¢ centros de docu- ‘mentagio (aquisi¢Zo, circulagdo, catSlogos informatizados em linha (em inglés, OPAC, de Online Public Access Catalog), et.) Umma série de temas periféticos se destacam, ainda que muito ligados & sua disciplina de origem, mas, apesar disso, firmemente apoiados no campo da ciéncia da informagto: © psical6gicos (comportamentos de comunicagdo, processos heu- risticos, representacdo dos conhecimentos, et): © lingtifsticos (semidtica, reformulagao, paratexto, morfossintaxe, ete.) ® sociotégicos (sociologia das ciéncias, comunidades cientificas, produtividade cientifica, mérito, etc.); © informéticos (bases de dados, recuperagio, sistemas especia- listas, programas para hipertexto, etc.); '® mateméticos, Idgicos, estatisticos (algoritmos, distribuigbes nc- gaussianas, Igicas booleana ¢ difusa [fuzzy logic], processos markovianos, ete.); '® econdmicos, juridicos e politicos (comercializagdo da informa- $40, dieito das criagdes imateriais, indisteias da informacao, sociedace da informacao, etc.); ® cletrénicos e telecomunicagdes (redes, correio eletrOnico, vi- deotexto, etc.): ® filoséficos, epistemotdgicos, hisisricos, etc A tepresentacio cartogrifica da figura 5, obtida em parte gragas a uma andlise de palavras assoviadas (ver capitulo 4), feita no bbanco de informaedes Pascal do INIST,' apresenta uma imagem da estrutura interdisciplinar da ciéneia da informacao. 0 fost National de 'ovormation Seienitigu e Technique (NSH, depo shordindo 0 Conte Naonal ea Recherche Scientiiqu e! Techni (CN&S), radu os bancos informagtes Pascal (inci e éeicas e Pancis (céneas bumanas © soca). 2s soctologia anteopologa Nemes Angie istéria epistemolesia ee rs pewter mec Figura 5.0 maps da cieie da informagso IV. Sua institucionalizagio Acompanhando © surgimento desses novos conhecimentos, implantou-se, progressivamente, uin conjunto de estruturas que vvisam a dar status cientifico e social a ciéneia da informagio. 1) As tevistaseienificas so uma dessasestraturas, m amex, hi um ‘mapa’, necessariamente incompleto e parcial, de evistas de cigneia da informagao. Poucas so em francés. Agrapamo-as em cinco continentes, reunindo as literaturas nucleares (ver capitulo 4, 24 1), em papel, eletronica e periférica, uma ilha francéfona, uma itha us6fona e uma ithota cultural (anexo 1). Convém observar que 0 carter interdisciplinar da cigncia da informacao implica uma dispersio da produgao de artigos. Por isso, encontramos nas revistas dos campos periféricos um nimero importante de trabathos relevantes. 2) Os bancos de informagSes so outros vefculos dos conhe- cimentos produzidos na ciéncia da informagao (anexo 2). 3) A seguir, as sociedades cientificas © profissionais que exis- tem em bite nacional (como @ ADBS ¢ 0 GFit na Franga, aASIS © 211A nos Estados Unidos, a ASLIB e 0 1S na Gré-Bretanha) ¢ internacional (FID, IFLA)! organizam regularmente congressos, coléquiios e conferéncias nos diversos campos da ciéncia e da indiistria da informagio. 4) Hii, por fim, os cursos ¢ as unidades de ensino de ciéneia da informagao que surgem nos estabelecimentos de ensino superior, escolas de engenharia e universidades. Associam-se as vezes com ‘8 cursos de biblioteconomia ou thes dio continuidade, Equipes de pesquisa se acham vinculadas a essas unidades. ‘ADRS = Assecation des Documentalistes et Biliotécaires Spscialss (ruamente, Assocation des Professionnel oe Infomation e def Documentation GL = Greupemert Frapgais de PTadostie e Information; ais = American Society for Information Science 1 = Infonrarion Industry Associaton, aSLie = Atsasiaion of Special Libraries and Information Bureaux (anlimente, Asocistion fr Information Management); = lstiute of Information Seicotst; HD = Federago Internacional de lafornagio ¢ Documentaio: FLA» Federagio Intrascional de Associate Ineiigces Bibles, Capitulo 4 A ciéncia da informacao DE PRATICA de organizagio, a ciéncia da informagdo tornou-se, portant, uma ciéncia social rigorosa que se apdia em uma tecnologia também rigorosa. Tem por objeto 0 estudo das proptiedades gerais da informagao (natureza, génese, efeitos), ou seja, taais precisamente: @ a andlise dos processos de construgdo, comunicagio ¢ uso da informacto: @ © a concepeao dos produtos € sistemas que permitem sua construgio, comunicagdo, armazenamento e uso. Pode-se, a titulo de exemplo, aplicar a definigéo acima as informagées ciemtificas ¢ técnicas de divulgagéo, ¢ enunciar a definigao do que chamamos a museologia das ciéncias e das sécnicas. A museologia das ciéneias e das técnicas tem assim por bjevivo estudar a génese, a natureza e os efeitos das informagdes cientificas e técnicas destinadas a piiblicos de ndo-especialistas finformagées que abrangem as instituigées muscais e de cultura Jentifiea e tenica), ow seja © analisar os processos de produgio, comunicacdo € uso dessas informacdes; # © conceber os sistemas (as colegdes compostas de objetos, as eaposicdes feitas com tais abjetas, bem como seu exume & manipulagda) que permitem sua comunicacdo, uso e arma- renamento. Estudarernos sucessivamente os tr8s processos de construglo, comunicaso ¢ uso da informagio. Assinalemos, desde ja, que os profissionais da informagao tiveramn, durante muito tempo, pouca 26 participacio em cada um desses processos. Suas intervengdes € suas tenicas giraram, principalmente, em tomo dos problemas de armazenamento dos documentos ¢ objetos e do desenvolvimento dos sistemas comespondentes. 1. A construgdo da informagao As atividades cientificas ¢ técnicas so 0 manancial de onde surgem os conhecimentos cientificos e tenicos que se transfor- mario, depois de registrados, em informagées cientfficas e tée- niicas. Mas, de modo inverso, essas atividades s6 existem, s6 se concretizam, mediante essas informagGes. A informagio & 0 san- gue da ciéncia, Sem informagdo, a cigncia néo pode se desen- volver € viver. Sem informacdo a pesquisa seria initil e nao existitia o conhecimento.' Fluido precioso, continuamente produ- ido € renovado, a informagdo s6 imeressa se citcula, e, sobretudo, se-circula livremente. A atividade de pesquisa constitui, com efeito, ‘a aplicacio do raciocfnio ao corpo de conhecimentos acumulados a0 longo do tempo e armazenados nas bibliotecas centros de documentagdo, Ademais, 0 processamento desses conhecimentos, «que se toma possivel apés entrarem em circulagdo, est na origem das descobertas cientificas e das inovagbes técnicas. 1. O crescimento da informagio. As atividades de pesquisa ‘nunca tiveram nem o vigor nem a extensdo que tém hoje em dia. No infcio puramente especulativa, a ciéncia ndo tinha por vocacao servir a algum desenvolvimento técnico. Ao se tomar expe- imental, sua vocagHo passa a ser produzir conhecimentos a fim de satisfazer a necessidades préticas ¢ econdmicas.? Do mesmo modo, ela interessou € interessa, no mais alto nfvel, aos governos € as ‘empresas, que se apropriaram, durante este titimo meio século, da profissdo de fé dos pesquisadores: “O que é bom para a ciéneia é "A. Mitel, Congrts IFLA, Pais, 1989 2° Mc. Banholy, 1-P Despin G, Grandpiee, La sions, Epiemologie générale, Pass Magna, 1978, 2 necessariamente bom para a sociedad.” Sistema de construgio dos comhecimentos, integrou-se ao desenvolvimento econdmico © social a ponto de conferir as sociedades modemas suas caracte~ risticas principais. Na sociedade atual, hd integracao da ciéncia com o sistema de producdo. A industrializagio passa pela ciéncia © acigncia passa pela industrializagio. A) Os modelos quantitativos de crescimento. Constatava-se, nesses diltimos anos, que o crescimento da ciéneia era “muito mais tivo € muito mais vasto em seus problemas do que qualquer outra cespécie de crescimento hoje ocorrendo no mundo” (Price).' Desde ‘0s recursos financeios de que a pesquisa vem se beneficiando hé meio século até 0s periddicos especializados, que passaram de cerca de 10 000 para mais de 300 000, tudo acontece como se a densidade da cigncia em nossa cultura quadruplicasse, a cada geragiio, como se a literatura cientffica dobrasse a cada quinze anos (ver figura 1, capitulo 1)? B) As caracteristicas qualitativas do crescimento. Como se no- ta, essa primeira caracteristica, essencialmente quantitativa, no nos oferece uma imagem correta do progresso das ciéncias e das iécnicas. Com efeito, este crescimento difere segundo as discipli- nas, as regides do mundo e a época. Assim, nao é pelo fato de dois pafses ou duas disciplinas produzirem o mesmo niimero de artigos que gozario do mesmo estado de satide cientifica, Essas descon: timuidades no crescimento das ciéncias ¢ das téenicas estio ligadas, 6 claro, as estratégias dos dirigentes cientificos (pesquisadores administradores), Dé-se, conforme o momento, mais atengo a uma ‘ou outta disciplina; ora & teoria, ora a experimentagao. "DJ de Sala Pic, Srience since Bayon, Now Haven Ya University Press, 1962, TE taste Acifnc dve a Rabi, Bele Horizont, Rai: do Palo Fa Universo de Sio Palo, 1976.) = Fim 1987, contavam-st 5 000 novos atigs por dia (ou sj, mais de ts artigos por reimuto)e 2 (00 aovaspatenses por dia © As caracteristicas atuais do crescimento. Ao lado desse crescimento muito particular do conhecimento ¢ da informacio, coutras caracteristicas permitem compreender o porué do elevado lugar que a ciéncia e a tecnologia ocupam atualmente na hierar- quia dos fatores sociais.’ Tais caracteristicas sao: © ampliagiio dos setores onde se exerce esse conhecimento: € natural que se tivesse procurado ultrapassar os domfnios aces- ssfveis a nossos Srgios dos sentidos, mas ninguém poderia tet imaginado que @ ultrapassagem chegaria a tal ponto. As escalas de valor dos pardmetros em geral utilizados, como a velocidade dos sinais elétricos,* a densidade de integragdo dos circuitos microeletrénicos, etc. multiplicaram-se por poténcias de 10; © um movimento de sintese e um profundo desejo de unidade: 0 ‘mapa da ciéncia, a geografia das disciplinas cientificas, passou por profundas mudaneas. As disciplinas antigas ampliaram e aprofundaram consideravelmente sua rea de atuagdo, Ocorre- ram fusGes entre disciplinas dando origem a novas interclis- ciplinas. A cincia da informagio, as ciéncias do conhecimento em geral, sto, a esse respeito, excelentes exemplos de interdis- ciplinas (ver capitulo 3), © aparecimento de novos produtos, processos de produc, atividades e empresas: assim, as inddstrias eletrOnicas deram forma e se valeram dos progressos cientificos e técnicos me- diante agdes de diferentes tipos: * introduziram novos produtos no mercado: mictoprocessador, mmieméria, fibra dptica, videotexto, etc. + desenvolveram novos processos de produgio: miniaturi zagao, automagao, etc.; + criaram novas atividades e novas empresas 7 R Toon etal, Histoire générale des sciences, Faris PUR, 198, 2 arias empresas Iborsrcs de pesquiteslingaram programas de pesquisas sobre transistors 8 veloidade must se, ca oer deur teri por segundo (il thoes de bits por segendo= 1 *bitslerg} (er capi) » 2. Os atores da construcio: a ‘comunidade cientifica’. A comunidade cientifica é 0 grupo social formado por individuos que tém como profissio a pesquisa cientifica ¢ tecnolégica. A nogio de comunidade cientifica é muito ambigua se reveste de uma espécie de mito surgido no século XIX. Trata-se do mito da ‘reptiblica das idéias’, da Cidade do Saber, onde cientistas exclusivamente teSricos, desvinculados de sua condici social e material e ligados centre si pela preocupagio com a verdade, se eneontram para trocar idéias abstratas. No que concerne a esse mito, existem as comu- nidades cientificas reais, segmentadas em fungio de disciplinas, Ifmguas, nagdes e mesmo de ideologias politicas; comunidades de wabalhadores cientfficos motivados por um forte espirito de ‘competigio, onde o pesquisador que ganha ¢ aquele que primeiro publica a informagao. Como funcionam essas comunidades cientificas? Do mesmo modo que as sociedades primitivas, mediante o sistema de doacio. © pesquisador transfere gratuitamente para sua comunidade ientifica as informagdes que detém. Nao espera, em troca disso, «qualquer contrapartida econdmica. Mas essa doagto s6 pode exis- tir na medida em que a comunidade cientifica fomece, por sua vez, uma contrapartida, que € a confirmacdo do individuo come cien- tista. Primeiramente, ha um reconhecimento interpessoal pela comnidade em questio, depois, uma confirmagao maior que & institucional e que se faz merecida por causa de um volume inten- so e constante de publicagdes originai A produtividade dos pesquisadores €, no entanto, muito desigual: assim, o niimero n de autores que publicaram x artigos em determinado campo, durante determinado perfodo, € igual a ‘Vie, onde 0 expoente n mede as proporgées relativas dos ‘grandes’ e ‘pequenos’ produtores. Um indice elevado revela uma distorgao da produgio: 20% dos pesquisadores produzem, por exemplo, 80% a literatura, Fa lei de Lotka! (figura 6). TAT. Lorka, The Requeney of distibsion of slaniic productivity, Journal of the ‘Washington acaeon of Sciences, 16,1926 30 mero de pesquisadcres 50: Pequenos prodatores “8 20: 10 andes produtores yor of 10 20 30 exo de argos Figura 6. Produtividade cientifica dos pesquitadores de quimica (Gurante um perfodo de tes anos) 3. As instituigées. Os membros dessas comunidades trabalham em certo niimero de instituigdes de natureza social e econdmica, como academias, sociedades cientificas, associagdes de pesqui: sadores, laboratérios e universidades. Cinco etapas balizaram essa institucionalizagao: © o cientista isolado: os primeiros esforgos tendentes ao desen- volvimento das ciéncias foram empreendidos por homens inglés Ah ngs > tances 10 2 Figura 13. 0 uso do francs e Go inglés pelos pesquisadores 170% 20.10% cuir “iigentes A] 00% especie sem ‘norton Figura 14, Tipologia dos panicipantes de encoatros profissionais © ousuério e os catditogos na era das bibliotecas informatizadas; © 0 piiblico de uma biblioteca escolar; © o percurso do visitante de musew: © Adbitos de leitura dos alunos da segdo moderna, © prdticas informativas de pesquisadores em ciéncias da edu: cagiio; * avaliagao da biblioteca do museu romano; @ uso do Bulletin de I’Institut des Machines Hydrauliques et de Mecénique des Fluides; st o 2 4 6 8 wo into de woes on novos Figura 15. © uso dos livros novos © uso dos arquivos: © os arquivos de documentos na biblioteca municipal: ‘© uso dos periddicos e dos arquivos de documentos numa escola de comércio; © uma fototeca no depariamento de geografia: © usos dos catilogos em microfichas e emt linka; © uso do banco de imagens fixas da televisiio. IV. A medida das atividades de construcio, comunicagiio ¢ uso da informagio: a infometria © objeto da infometria € medir as atividades de informagao) cientifica e técnica (ICT).' A combinagio dos elementos de infor- 1 objet da cemiometsia € medira atvidades de esis ceaiiae tecnica (FCT) ‘wediante isumos (mio-d-obra,invesimentos) © produtos (equipamentes, proluts, publicagies (aI); conserando-seeieca e facnogia em sentido to, das ici do cian vgncios do homnem, pasando pels cigecias david ea ciacias da soctedae Ver ‘Que saisjots n 2727, La svientoméerie. O objeto da bibiomettia € redir as wividades de pesto dos lies, dos documentos 52 magao permite elaborar indicadores quamtitativos (medidas) qualitativos das atividades de construco, comunicagio ¢ uso das informagées cientificas ¢ técnicas. Aplicam-se métodos matemé- ticos e estatisticos. A medida das atividades de informagdo. Nao hi ciéncia ou te: nologia sem medidas. E principalmente sem medidas exatas. Nao cera facil introduzir a mensuragao em centros de informagdo (bi- bliotecas, centros de documentagao, etc.) quando ainda nao havia uma cigncia prépria, Desde que se tomaram objeto de pesquisa passaram a usar técnicas elettOnicas ¢ fotOnicas de informacdo gracas & digitalizaco crescente dos fluxos de informagao disso resultante, foi possivel pensar no desenvolvimento da infometria, [Nao que os ntimeros ni estejam presentes na biblioteca, centro de documentago ow museu: contar tudo que entra ou sai € uma medida importante da atividade dessas instituigdes (medidas de gestiio ou de biblioteconomia, de ‘economia’ da organizagiio). A classificagao introduz também um elemento alfanuimérico que € riimero de chamada, a cota. J4 nas antigas bibliotecas encontra- ‘vam-se pesos e medidas de tempo e extensiio que nio tinham, em geral, valor informacional (0 tamanho dos livros ainda serve de base para certos esquemas de classificacio). Grandezas e unidades de medida infométricas. No campo da informagio, as grandezas mensurdveis so 0 sinal, 0 (exto, 0 tempo, a populacgo e a utilidade (figura 16). Graders Simbolo __Uniae osm 8 wit owen T pala tempo t segundo apopvligio P individuo cvtliade u 80 Figura 16, As grandezas mensuraveis em informasa0 biaiography of biliometsics, Jownal of Docinentaion 25, 33 ‘As unidades correspondentes $0: @ obit (ogaritmo de base 2 do mimero de posigdes possiveis do dispositive) ¢ seus miltiplos (quitobit, megabit, gigabit, tera- bib: © a palavra (p) (forma lingitistica minima independente dotada de sentido) ¢ seus mUltiplos (quilopalavra, megapalavra), © o segundo (s) e sous miitiplos (minuto, hora, dia, semana, més, ano) e submtltiplos (milissegundo, microssegundo, ete.); © o individuo (i), autor, leitor, visitante, ouvinte, espectador (que alimenta a biblioteca, o centro de documentagdo, 0 museu ou {que se alimenta de informagao); © 0 uso (u) (ntimero de empréstimos c/ou de citagdes de um objeto informacional), Essas unidades, consideradas como as unidades fundamentais do sistema de unidades de medida da informagio, permitirao de- terminar unidades derivadas, como: ® a velocidade dos sinais (S/0: nimero de bits por unidade de tempo (bits por segundo); © a produgdo/consumo de informago (T/P): miimero de palavras preduzidas/consumidas por individuo; © a freqiiéncia de uso da informagto (UM): nimero de usos por unidade de tempo; @ a densidade de uso da informagio (UIP): nimero de usos por individuo, ® tc Os métodos infométricos. Identifican-se atualmente trés grupos de métodos:? ‘© (Qs métodos infométricos monodimensionais apéiam-se em classificagdes, nomenclaturas preestabelecidas, ¢ consistem em contagens do nimero de publicagées (artigos ou patentes) que Tp Barve Precio roduc la centométri, JP. Cota Pasi, Anthropos, 1950 54 apresentem essa ou aquela caracterfstica, que pertengam a deter- minado mimero de classificacao. Permitem também medir a pro- dutividade de um autor, pafs ou instituigdo, bem como o impacto de uma revista, assunto ou autor (utilizando as contagens das citagdes que detetminado trabatho teve durante determinado pe- sfodo) (capftulo 3). © Os métodos bidimensionais ou relacionais baseiam-se na deteccdo de uma relagto entre 0s elementos de informagao e visam a identificar a estrutura de um campo de atividade cientifica ou técnica que € representada com freqiéncia em forma gréfica (mapa). Os dois métodos mais utilizados, o das co-citagdes ¢ o das palavras associadas, serdo descritos no capitulo 5, © Os métodos multidimensionais so métodos estatisticos tra~ dicionais, como a andtise fatorial. 55 Capitulo 5 Epistemologia e histéria da ciéncia da informagao I, Epistemologia. Conceitos, métodos, leis, modelos ¢ teorias da ciéncia da informagio Como VIMoS antes, a cifncia da informagio identificou ¢ deli- rmitou seu objeto de estudlo e seus problemas fundamentais de pes- quisa: estudo das propriedades gerais da informagao (natureza, genese € ofeitos), dos processos e sistemas de construgdo, comu- nicagio € uso dessa informagao. Essas propriedades, processos & sistemas foram estudados de diversas formas por diferentes disci- plinas: primeiro, pela biblioteconomia, museoconomia, documen- {aso ¢ jomalismo; depois, pela psicologia, informitica, sociologia (sociologia das cigncias, em particular), ciéncias cognitivas! ¢ ciéncia da comunicagao (meios de comunicagdio de massa). Pouco ‘ pouco, foram sendo elaborados conceitos, métodos, leis e teorias priprios dessa nova ciéncia, Encontraremos, nas péginas que se seguem, a apresentagio de um ndmero limitado desses instru- mentos da linguagem da ciéncia da informagao. 1. Os conceitos cientificos e téenicos. Os conceitos cientificos ¢ tecnicos sao conceitos untvocos que fornam os conhecimentos tcientificos ¢ técnicos conhecimentos objetivos ou tendentes a pbjetividade. Caracterizam-se pelo fato de nao terem ou de tende- rem a ier apenas um tinico sentido para abarcar um conjunto definido de fendmenos. Nisso diferem dos conceitos lingitisticos, por naiureza aimbiguos, que abrangem vérios fendmenos ¢ so suscetiveis de sentidos escorregadios, de metdforas ou associa- Tie Cncis copativas estilo conjnte dos processos de frmagoe uilizago gos conhwesmentos,pngessos due se encontrar ante o mundo vivo quanto no das maquinns ntelge nies 56 nner RTI | | (des incongruentes. Para um antropélogo, 0 termo cultura néio fem 0 mesmo sentido que tem para um romancista ow wm agri cultor* Hé alguns anos, constatava-se com inquietagdo que a liguagem cempregada no discurso corrente da ciéncia da informago era mais uma linguagem do cotidiano, comum, do que uma linguagem cientifica. Hoje, ao lado de alguns conceitos ainda ambfguos, existe ‘um niimero importante de conceitos cientificos e téenicos A) Os conceitos cientfficos. Os conceitos cientificas, isto €, definigdes estaveis, sempre idénticas, resultam de experiéncias muitas vezes de natureza quantitativa, Definem-se mediante um procedimento regular e reproduzivel que permite identificé-los ¢ medi-los. a) Alguns sio estéveis e operacionais, como a frequéncia de publicagao de um periédico ou como o sistema de gerenciamento de bases de dados relacionais* Uma base de dados contém um grande nimero de arquivos de dados e relagdes entre esses dados. E gerenciada por um sistema cujos objetivos principais sao: # descrigao dos dados: © manipulagio dos dados; @ manutengao da integridade dos dados; © gerenciamento das transacdes; © gerenciamento das filas de espera, seguranca ¢ controle do acesso. Existem trés modelos de descrigdo de dados: 0 modelo hierdr- guico, 0 modelo em rede e 0 modelo relacional, surgido em 1984. Concebido a partir de uma teoria matemdtica complexa, esse modelo permite uma representagao em tabelas, tanto das enti- dades quanto das relagaes entre essas entidades. Uma base de SMC. Banal etal. op cit * Outtos, como 9 coneeto de peso aplicado aos live, sto essencaimente opaacinsis, ‘quando se trata de ealclar a reistncia de um lj, assem importacia game & sus enalogagtot 37 dados relacional apresenta-se, portanto, como wm conjunto de relacdes. O modelo relacional dispae de um grupo de operadores de conjuntos unitdrios (unido, intersecao, etc.) e bindrios, cuja aplicagéo nessas relacées constitui a digebra relacional.* b) Mencionemos igualmente os conceitos de citagio ¢ hiper- texto. ‘© Elemento paratextual,” a citagdo ¢ um conceito simples. Qua- se todos os artigos, comunicagdes e revises da literatura citam & fazem referéncia a documentos anteriores que servem de suporte € precedente a elaboragao do que o autor escreve: Em ciéncia da informagdo, quando um documento (A) refere-se a outro documento (8), diz-se que 0 documento (8) foi citado pelo documento (4). Nesse caso, referencia e citagao sao intercam- bidveis. Enquanto em literatura a citagdo & um extrato, um em préstimo: frase, rrecho ou texto emprestado de um autor que se reprodus textualmente para ilustrar ou apoiar 0 que se quer dizer:' E.a referéncia é uma evocagito: a simples indicagdo de wn documento ao qual estamos nos referindo. Mediante essas citagdes, um autor identifica as relagdes seman- ficas entre seu artigo € os documentos citados. Além disso, os ‘novos artigos que ciiam os mesmos documentos anteriores tém, em geral, relagdes semfinticas entre si. As citagdes fornecem a linhagem histérica do conhecimento ¢ so o reflexo de uma divida intelectual. Servirao para desctever a configuracdo dos piblicos que utilizam textos cientificos em determinada érea.* " Aieliif,Le Bian, Limame, Paris, Onale, Eyles, 1987 ‘Ora textual que contoma ofexo propianiente cto paratexto € um instrument de sdapiogo enter texto sum publce (6. Ganete, Paraevte, Posies, 62, (987) Tem por Tungio eseacial metivara leur, orienta e garenti ua perinéoca, bem como de Baliri-ln Compreende o ilo, of) mas) dos) autores), ender, resume, pa sascchave, tages cu meexBacas, et ° a. Compagnon, La seconde main ov le real de la tation, Paris, Ed. du Seui, 1979, “8. Latour, Scence inaction, Mion Keynes, Open University Press, 1987 58 Mas obedecem também a outras motivagdes: citagio-recom- pensa como forma de agradecimento ao seu superior; citagdo-po- Iitica para que o artigo seja aceito, para suscitar atitudes seme- Thantes; citagdo-dlibi destinada a dissipar os ceticismos, cita- $o-persuasio, autocitacdo. Base de um novo método de indexagao, as citagdes deram ori- gem, em 1960, aos indices de citagdes! e ao método de ansilise por meio de co-citagdes (ver parte IT] adiante). © O conceito de hipertexto® é ainda mais recente (1975). Novo tipo de documento eletrOnico, 0 hipertexto € 0 vetculo informatico de uma informagio nfo-linear, resultado do desmantelamento, pelo computador, da organizacao estritamente seqiiencial do suporte de papel Em que um documento hipertexto difere de um documento convencional de papel? Num documento de papel, seja um artigo ‘ou um romance, as estruturas fisicas e légicas esto muito préxi- mas. Fisicamente, 0 documento € uma longa seqiéncia linear de palavras que, por razdes de ordem prética, foi dividida em linhas e paginas. A estrutura l6gica do documento também € linear: combinam-se as palavras para formar frases, as frases, pardgrafos, os pardgrafos, capftulos, etc. Se 0 documento apresentar uma estrutura I6gica hierarquizada, como acontece com muitos docu- mentos cientificos, esta hierarquia seré reproduzida de forma linear: resumo, introdugao, primeiro pardgrafo, segunda parte, ¢ assim por diante, até a conclusdo. Alguns documentos de papel, como enciclopédias, dicionérios € outras obras de referéncia, separam a estrutura légica da estru- tura fisica, Do ponto de vista fisico, esses documentos so se- qiiéncias lincares de unidades independentes, como os artigos redi- * Science Citation Index, Social Sciences Citation hudex®, Art & Humanities Caton Inder®,Jownal Cavin Reporis®, ee, so prodasdos pelo Insite for Scenic Ine ‘ation, da Plait, 27. H, Nelson, Ger out of our system in Information revieval a review, ©. Scestes (ea, Washingion, Thompson Books, 1975. 59 gidos sobre assuntos especfficos, como as entradas das diferentes palavras. Do ponto de vista légico, so mais complexos. E impos- sivel Ié-Ios, por exemplo, do comego ao fim, Procurarse @ entrada que nos imteressa (trata-se de uma forma de entrada aleatéria) € lé-se de forma seqiiencial a parte do texto correspondente. Encontramos entio un certo mimero de remissivas do tipo ‘ver’ ou “ver também’ que nos obrigam a procurar, um pouco mais adiante ‘on em outto volume, a entrada indicada, A estrutura légica da leitura segue entdo um caminho que lembra uma rede que atravessa © conjunio dos documentos. Embora esse tipo de documento parega ser mais flexfvel, € também mais incOmodo quando possui varios volumes," (Os documentos cletr6nicos em hipertexto possuem esta flexibi- lidade além de alguns outros recursos, A informagdo encontra-se, de fato, armazenada em uma rede de nds conectados por ligagdes. (Os nés podem conter textos, gréficos, gravagoes de dudio e video (false, entdo, de documentos hipermidia, multimidia) € so os anilogos das entradas do diciondrio ou da enciclopédia. As liga- Ges unem essas entradas entre si: do texto lido aos textos a ler, da ilustragao ao trecho de musica... E sempre possivel modificd-los, 0 contrario do documento impresso. Hyrexcano® é um programa de hipertexto: no HYPERCARD, a informagBes sto colocadas em HCHAS, [Nos CAMPOS, as fichas podem conler textos, imagens ¢ sons. As fchas sto agrupadas em PILHAS. Em uma pilha, as ickas tém geralmente axpecto idémtico e contém informagdes do mesmo tipo, Para passar de wma ficha para outra (no interior de uma mesma pill, ou de ‘uma pilha para outra), basta clicar um BOTAO. De fat, voc une suas informagoes com a ajuda de UGAGOES, AApés ter igado urn bocko a uma ficha ou a uma pitha, voc® pode, com um simples clique no betio, ir para essa pilha ou ficha e acessar a informagia que The inreressa. Os batdes execatam os comandos HyperTalk ‘linguagem de programagio do HYPERCARD), como © encaminhamento a uma ‘uit ficha, busca de texto, triagem das fchas, etc. Os comandos HyperTalk es- ‘Yoo Le Ci, Tee, pstextes et hypertext en iiéatre scientifique et technique, Sica Science Infarction, 30, 2 Tae 1991. 279-285. 00. contidos nos SeRIPTS, que podem ser modificados. Além de encaminnar a cutasfchas ou pithas, os bots tm ouias fungdes. Podem diseer umm namero {etelefone, scompantar de pero 0 Seu orgamenta oientr sa aprendizsgem c, ‘é resra0,comandar uma unidade de leiture de videodisco. © que diferencia 0 conceito de hipertexto das outras formas de armazenamento eletrOnico da informagio € sua estrutura asso- ciativa que reproduz, muito de perto, a estrutura da meméria hu- mana e pode tornar-se seu complemento fntimo ¢ ampliado.’ Pes- mite substituir as estruturas cléssicas arborescentes da informacio por estruturas mais ricas e mais complexas, organizadas em redes, mostrando um niimero infinito de caminhos, abertos a todas as navegagdes ¢ interligando miltiplos objetos. Mas quem fala de navegacao fala de auxilio aos navegantes: 0 paratexto constitu © auxflio desenvolvido para essa navegagto. 6) Terminemox pelos conceitos de obsolescéncia ¢ classificagao, © 0 primeiro surgiu quando se colocou a questio do uso que tinham os trabalhos antigos, tendo parecido justificdvel supor que © crescimento répido do nimero de publicagdes deveria levar a uma obsolescéncia igualmente répida do acervo de informagées disponiveis. Isso significa que, se as referencias & literatura passa- da forem distribuidas de modo aleatério, sem relagao com a data de publicagio, uma maioria remeteré para trabalhos recentes, pois hd mais artigos dispontveis que podem ser citados (ver figura 17) ‘As pesquisas sobre a meia-vida das literaturas cientificas forne- com elementos que permitem esclarecer esse tipo de questi do. A meia-vida de uma literatura é 0 tempo durante 0 qual metade da literatura ativa foi publicada, Estudos de obsolescéncia de diferentes literaturas mostraram variagdes importantes dessa caracteristica: 4,6 anos em fisica, 7,2 anos em fisiologia ¢ 10,5 anos em matemdtica. De forma idéntica, conhecendo 0 mimero total de citagoes recebidas por uma revista, a meia-vida dessa revista mede o ntimero de anos durante os quais ela recebeu 50% "¥, Bus, As we may think, Adontic Monthy, 176, 1985, 6 dessas citagées. Encontraremos na figura 18 os valores dessas meias-vidas para algumas revistas de ciéncia da informagdo. uimero de itagdes recebidas imela-vida = 4 anos Seo Tae 7300 ano de publicagao Figure 17, Obsolescéncia da informago em fsiea (segundo Gap! © © conceito de classificagao (que est presente em vérias cigncias) consiste na elaboragdo de uma ordem particular, resul- tado da divisio sistemiitica do espago do saber.” A Classificagao Decimal Universal (CDU) é um dos exemplos mais elaborados. ‘d) Outros conceitos, como o de relevancia, so importantes mas aio so operacionais. No caso dos sistemas de informagdo, 0 ob- jetivo principal ¢ fornecer a informagio relevante ao usuério. A re- TT Gupta, Obvokacence of physes Mterature, Journal of the Amican Society for Information Science A, 4, 1990. [Em ona lasicagi, por out no, trate de disper fo enum dem neta, mas cana cara meres ratica ura corespondasia eure 0 que clasieado cura onde: “habelecida previament, como uma oidem alfabética, ronolgica ou numirica, 62 ator de impacto Mev (anos) ‘Arua Review of aformation Science and Technology 160 ‘Journal ofthe American Society for Information Science ‘WITS. “Toural of Docamenzion Lisi > 100 Cntne Review hiss 42 ‘Selentamatrics 099038 urna of Edacaton for Library and lformation Science 0830 4.0 Jouenal of Injormation Science om 4 Database os (23 Abid Proceedings 26 7 Social Sconce Ffaration 017982 +0 fie de nga mede 3 egies com gue due deen ano ¢ aig "web de tune via iads Ea genre pane de age elds € 0 MEO eae pbhcaos Figura 18, Meias-vidas efator de impacto de revistas de cigncia da informagdo, (Fonte CRD) levincia mede, assim, a corespondéncia que existe entre um documento ¢ uma questio, Esse conceito esté na base da avaliagdio de desempenho dos sistemas de recuperagio da informacio: vincula necessidade do usudrio a documento(s) ¢ tem a ver, por- tanto, com a satisfagdo do usudrio. A partir da tabela de contin- ‘eéncia {relevancia-recuperagiio), definem-se medidas de desem- pemho do sistema como a revocacao € a preciso (figuras 19 e 20). DOCUMENTOS —relevantes——nowelevantes_ TOTAL eeuperados 2 > ase ‘nborreeuperados « a cea ate bed arbeerd Figura 19, Tabela de contingtnci {retevincia-ecuperaso} ‘A revocagdo € a proporgdo de documentos relevantes recupe- rados, enguanto a precisio mede a proporgtio de documentos recuperados que sio relevantes. 3 ¢) Varios conceitos cienttficos foram desenvolvidos em disci- plinas periféricas, como a lingiifstica, a sociologia, a psicologia e a ldgica. Assim & que: © conceitos lingtisticos ligados & andlise de documentos: con- ceitos textuais (sintagmas, indices) ¢ conceitos paratextuais (titulo, resumo, palaveas-chave, descritores, citagdes, referén- cias bibliogréficas), ® conceitos sociolégicos, como os de comunidade cientifica (conceito freqiientemente utilizado, mas que ainda ndo conta com uma definigaio com a qual todos estejam de acordo), rede de comunicagao ¢ uso; © conceitos psicalégicos, como necessidade de informagao, in- teragao e atitude; © conceitos légicos, como os da I6gica booleana ¢ os da ligica difusa. B) Os conceitas téenicos. Os conceitos técnicos de natureza mais empfrica, as vezes intuitiva, so menos estveis, menos inmu- taveis, e mais qualitativos, Relacionam-se, por exemplo, a gestdo e armazenamento de documentos: referéncia bibliogrifica, tesau- +6, catélogo. Nao se prestam & medigo, mas & normali O formato akc (Machine Readable Cataloging) é um exemplo de formato bibliogréfico uiilizado para catalogar livros, ¢ que foi concebide com 0 objetivo de tornar automdtica a leitura por computador des registros bibliogréficos. 4 2.0s métodos de anélise dos documentos ¢ da informacio. ‘A ciéncia da informagio desenvolveu eficientes métodos de ané- lise quantitativa e qualitativa dos documentos esctitos, sendo uns apoiados no paratexto ¢ outros, no texto. Inicialmente manuais, tais métodos — catalogagio, indexagdo, elaboragdo de resum clustering (formagao de aglomerados de palavras) — estdo cada vez mais informatizados. Seu objetivo ¢ extrait do documento um conjunto de palavras que sirvam para representi-lo de forma con- densada. Dois tipos de conjuntos podem ser obtidos, © primeito remete & origem do documento ¢ 0 segundo, ao seu contetido, 1) A catalogagdo é um método tradicional que consiste em es- colher como palavras que servirdo de entradas no catdlogo aquelas que descrevam a origem do documento: nomes de autores, editores, Jugar, data, lingua de publicagao, titulo do documento, etc. Com- preende-se facilmente por que pode ser automatizada, levando & produgo de catdlogos informatizados em linha." ‘Como a descrigéo do contetido de um documento ¢ um pro- biema complexo,’ os métodos propostos so numerosos © com respeitével basc lingilistica. A indexagao é um desses métodos que consiste em selecionar, nur documento textual, certas pala vvras-chave consideradas como as mais representativas do conte- do desse documento. Assim, sio produzidos indices paratextuais (indices de palavras dos iftulos’ e indices de citagées) ¢ indices textuais (indices de palavras-chave, obtidos cada vez mais por meio de indexago com auxilio de computador, indices de palavras de textos integrais). ‘O cadogo da Biblioteqve Publique information, de Pais 6, desse modo, aeesivel pela rede Mintel, to numero 3615 BF RC. Cras, J-C. Gan, F. Livy, awemetinaton des recherches documentares, Pass, Gautier Vii, 1964, * Petmutando as pulavras do tule, maliplicam sas entradas possiveis e cbtém-se um nce que pve facet infroatizad, coma é 0 caso do fade Kvtc (Key Wore in Cones). 6s 2) Esses métodos deram origem a outros métodos de andlise mais qualitativos, como a andlise de co-citagdes ¢ a andlise de termos associados, © Na origem do primeiro desses métodos qualitativos, que se presta para a avaliagdo das atividades cientificas © técnicas, encontra-se a idéia de que a freqiiéncia das citagdes recebidas por um artigo € um indicador da importincia cientifica desse artigo. Melhor ainda, a idéia de que 0 estudo das relagdes entre os artigos muito citados pode permitit representar a estrutura da ciéneia em termos geogréficos, levando a producdo de mapas das ciéncias.! © No segundo método, levam-se em conta as palavras-chave utilizadas na indexagao de um artigo. A fungo das palavras como operadoras da auto-estruturagao dos domfnios cientificos e técni- 08 foi, de fato, demonstrada.? As palavras-chave indicam quais sdo 05 assuntos relevantes em determinado setor de pesquisa em determinado momento. Quando duas palavras-chave aparecem juntas num banco de dados, os assuntos que elas tepresentam estiio associados. Os esquemas de associagio de palavras-chave permitem, portanto, revelar as tendéncias da pesquisa, bem como 0s ptincipais focos de interesse dos pesquisadores Para construr a rede de assoviagbes, a primeira ecapa consisie em calcular @ ‘pumera de ceonréncias C, de eada termo i na base de dados ¢ o nimeto de co-ocorténcias C, de cada par de tenmos.* Caleula-se, entio, um coeficiente de assoclagho E, para cada uma das ligaydes estabelecidas entre cuas palaveas. O coeficieme utlizado na andlise das palavras assoviadas 60 coefciente de equiva Jeni "HL Smal coctation model af a scenic spt: loxgiudinal std of collagen research, Soca Studies of Science, 7, 1977 Call, J-P Conn, W. Tume,S. avi, From tanslation to problematic network an inroductien 1 coword analysis, Social Science Information, 22, 2, 1983. °B, Michelet, analyse des association, thse, Universi de Pais VI, 1988 66 a Gg Pra identifica as especiales ciemtifcas,utilizase ent uma téenica de clustering que permite obter pequenos aglomerscos (clusters) de terms forte- mente associakos ‘Temos na figura 21 um grafo dos termos associados ao termo ‘sevestimento cerdmico’ (os textos analisados provém de um banco de patentes ¢ sio formados de titulos e resumes de 16 000 patentes extrafdas dese banco), 3) A cigneia da informagto vale-se também de outros métodos desenvolvidos em outras disciplinas, como © a lingiifstica e os métodos de reformulagao (resumo, comen- tétio, sintese (review); © acstatistica, a matemdtica e os métodos infomnétricos; © asociologia, a psicologia e os métodos de pesquisa por meio de questionatios, entrevistas, observagai, etc. 3. As leis, Como todas as disciplinas nomotéticas (que buscam © estabelecimento de leis) e diferentemente das disciplinas hist6- ricas, juridicas e filos6ficas, a ciéncia da informagdo procurou for- ‘ular leis, no sentido de relagdes quantitativas relativamente cons tantes © exprimfveis sob a forma de fungdes matemdticas que estabelecem telagdes universais ¢ necessérias entre o aparecimen- lala solar TOS Figura 21. Grafo de ‘revestimento eerimico" to de um fendmeno c as condigdes que o fazem surgir, permitindo fazer previsdes; mas, igualmente, no sentido de relagdes ordinais, de andlises estruturais, etc,, traduzindo-se por meio da linguagem corrente ou de uma linguagem mais ou menos formalizada (Idgica, etc)! 1) As teis quantitativas, como as leis bibliométricas, que foram formmuladas a partir de observagSes empiricas, nao permitem com- preender 0 comportamento social responsavel pelas observagies registradas. Por outro lado, so titeis para o gerenciamento dos acervos disponiveis e, mais comumente, nos processos de tomada de decisao. Assim ocorre no caso do uso de periddicos em uma biblioteca, adistribuicdo dos artigos sobre determinado assunto nos sa proca de les esteve igulmente presente na bidtoteconomia, Ranganathan for rmoloi en 19283 cinco lie da veia da bicteca 1) oie so para rar 2) a cada ler seu ito 3) ca Tio seu leitor 4) poupeofempo doktor: 5) a biblitec é um ergaismo em crescimento, Bens mas de que Jes, so precetesbbliccondiieos. 6 diferentes perisdicos, a freqtiéncia de uso dos termos na indexagio, die., @ as leis de Bradford, Lotka, Zipf que regem tais situagies. NUMERO ACUMULADO DE REFERENCIAS: 1500, in) 1000- 5004 10 100 * [NUMERO DE RENISTAS (escalaloparimica} Figura 22, Lei de Bradford © conhecimento da lei de Bradford! pode assim ajucar a definir a politica de aquisiedo (coleta de documentos) de um centro de documentagio. Permite localizar a informagao relevante na massa das referéncias disponiveis. Constatou-se que essa informacao distribuia-se nas revisias com notvel regularidade, 0 que Ievou a © SC. Braiford, Documentation. Londes, Crosby Lockwood, 1948, {Fd brasileira Documentagda, Rio de Fao, Fundo de Cshura, [861] 9 supor que existem, em qualquer setor especializado de atividade, trés tipos de periddicos (ver figura 22) Os periddicos da especialidade constituem o micleo [core] da literatura, ¢. Pouco numerosos, seus artigos so em geral rele- vantes para a formagiio de um acervo dessa especialidade. Um segundo grapo mais importante € constitufdo de ‘c.m" periédicos, «que no si de especialidade, mas tém um contetido que abarca 0 niicleo da literatura, Proporciona o segundo conjunto de artigos. No tereairo grupo de ‘eam periddicos, os assuntos cobertos terd0, ralmente, apenas relagdes remotas com os que so objeto das. ppesquisas na especialidade examinada. Certamente serd preciso consuultar um grande ntimero de periédicos até encontrar um que seja relevante. O que significa que, para encontrar o mesmo nti- nero de artigos relevantes, é preciso consultar um periédico da li- teratura-niicleo, cinco dos dominios conexos e 25 das éreas mais petiféricas. Ou que, lendo apenas os periédicos da literatura- avcleo, ja se terd encontrado quase 40% dos artigos relevantes.! A formulagdo matematica mais divulgada da lei de Bradford foi elaborada por Brookes:* Rin) = klog n onde n.é @ posigito do periédico e R(n} 0 mimero acumulado dos artigas publicados pelos periddicos. k é uma consiante, Uma vez formado 0 acervo documental, a colegio, é posstvel gerencid-lo (politica de gerenciamento, de “desbaste’ dos acervos documentais, das colegdes), estudando 0 seu uso, por meio dos indices de citagdes, das fichas de empréstimos e da freqiiéncia. Acompanha-se, em funcao do tempo, a evolugao do niimero de citagdes, de empréstimos, de consultas feitas a um documento, de visitas a uma exposigdo. Tais medidas revelam, por exemplo, que: TE idee 20-80" 20% dos revistas conten BOM do stgos relevant publica XD dos atigs. ete 208 dos anexes B.C. Brookes, Bradford law and the bibliography of science, Nature 224, 1969 70 © a taxa de obsolescéncia do acervo de informagoes de fisica é ‘muito mais rapida do que a do acervo de informagoes de fisio- logia (ver p. 65); © a freqiiéneia de empréstimos dos livros varia muito de um livro para outro; © algumas exposicdes so mais visitadas do que outras. Encontramos, em todos os casos, distribuigdes estatisticas na forma da letra ‘I’ invertida, distribuigdes hiperbélicas, distri- ‘huigdes rdo-gaussianas (ndo tm momento) que se encontram com {fregiiéncia nas ciéacias humanas ¢ sociais, Em lingitistiea, Zipf ‘mostrou que se as palavras de um texto forem contadas ¢ colocadas em ordem decrescenie de freqiténcia, esta serd pro- porcional pasicdo. A patavra que se encontrar em décimo lugar aparecerd no texto com freqiiéncia 10 vezes menor do que a palayra que se encontrar em primeiro lugar. De fato, 0 que caracteriza diversos fenémenos informacionais so 05 comportamentos de natureza hiperbélica, ow seja, aqueles em que o produto de poténcias fixas das varidveis & constante F(x).x" = constante. Em suas manifestacdes discretas (ndo-aleatérias), isso se tra- duz no fato de que a uma causa (insumo) que cresce de modo geo- métrico corresponde um efeito (produto) que cresce de modo arit- mético. Notamos esta relagdo empirica entre ntimero de autores e niimero de artigos (Lotka}, entre niimero de periédicos e niime~ 10 de artigos (Bradford), entre nimero de palavras e riimero de ocorréncias dessas palavras (Zipf). Qualquer que seja sua origem, todas essas distribuigdes hiperbolicas (expressas, desta vez, em iermos de varidveis continuas aleatorias) tém a forma: Pluj=ku® Psu Rode francesa de rasmlssto de dades, equivalent &RENPAC bases, (N) “LAN laa! area network: WAN = wide area nemwork vp ‘ite que intimeros computadores “conversem entre si’. Essa cone- ‘do em massa de computadores significa novas possibilidades de acesse a numeroses recursos informactonais neles armazenados (catdlogos informatizades de bibtiotecas, bancos de informagdes bibliognificas, numéricas, genéticas, oceanogréficas, de imagens, etc), que ndo param de proliferar. Para identificé-los ¢ localizé-los, Utilizain-se programas de recuperagio, como Wats, GOPHER € WWW (World Wide Web), Dispéem ainda de comreio eletrénico (MAIL), conferéncias eletrSnicas (NEWS) e transferéncia de arquivos (FTP). isso gracas a um simples enderego eletrénico do tipo: lecoadic@enam.fr Jformada com: pessoa compistadorpats 3. Um panorama das técnicas eletrOnicas de informagao de hoje e de amanba. Hoje em dia, num centro de documentacao, ‘iblioteca ou museu que estejam numa etapa proto-eletrénica, ‘coexistem algumas dessas tcnicas (figura 27): TECNICAS ANALOGICAS. VIDEO gravator de video, vgaodisue videocassete “iapostv,fikme Avpie taco de som eta casote de Sudo isco, telefon, eonorizasan fCNICAS DIGITAIS. COMPUTADOR, TERMINAL, REDE, HOSPEDEIRO ‘aidogo,tanco de mages Banco de informagces MICROCOMPUTADOR, ESCANER, ‘APARELHO DE FAX Depois de amanh’, no final desta década, a partir de nossa estagdo de trabullto, compulsaremos a esino, a distancia, as cole ges de uma biblioteca, centro de documentagao ou museu cletrd- nicos, que oferecerdo, em linha, servigos de consulta ¢ forneci mento eletrdnico de informacio. Armazenando informagoes sele- cionadas em diferentes fontes, os usuétios formardo assim *ma- nuais’ personalizados. Poder também ter acesso a pegas musi cais e videos seja para uma auciovistio imediata, seja para captura © armazenamento, Cresceré a prética do pagamento pelo uso da informagao. Essas instituigdes tomar-sc~ao hipermercados da in- formagio. 4, Um panorama dos sistemas eletrOnicos de informagio. Até recentemente, os avangos técnicos ocorridos no dominio das tei anccontt basco eg enn, cnSecinecen cate cigs Cron ces Cb,co onan Cowan SACP Cama de cag cotta eae arn ein vr ovkenaet Bae ‘clu de et Svc aha sg eter Ge conga erouitente duc de doses se) ‘aceite reds ac nope nein om ps pa at) aa plac recess dade (0) ee oa ‘events os sues, sas eps st pean, a, de eter Sec ene eke, tem aro ‘Neotn neues 10.27. As técnicos analéicas e digitais de informasio hoje Amanha, sum centro de documentagéo ¢ numa biblioteca semi-cletrénicos, as tcnicas digitais suplantarko as analdgicas. Serio utilizadas as téenicas cnumeradas na figura 28, algumas das ‘quais j4 esto sendo empregacias em alguns centros. 08 Figura 28, As téenicas digits de hoje e de aman telecomunicagdes haviam privilegiado os contatos individuais sgracas A introdugao do telefone, e possibilitado a difusdio em mas- sa pelo radio e a televisio. Os pequenas grupos, nos quais acon- tece a maior parte de nossas atividades cotidianas, ainda no 99 haviam sido atingidos pelos meios eletrénicos. Além disso, ha- viam também privilegiado uma comunicagio oral (som e ima- gem): 0 telex’ continuava sendo a tinica forma de comunicagéo da escrita & distiincia, Os sistemas eletrinicos que surgiram recente- ‘mente tentaram trazer respostas a esses problemas. Permitiram também visualizar uma ‘eletronizacdo’ em massa do conjunto dos dispositivos informacionais. A) O oral eletrénico. F. a teleconferéncia, isto &, a utilizagao, para debater (tratar um assunto em comum), de sistemas de telecomunicacdo, por grupos de trés ou mais pessoas que se encontram ao mesmo tempo (sineronismo) em dois ou mais lugares diferentes. Uma classificagaa segundo a rede utilicada distingue duas grandes categorias de teleconferéncias: sistemas em rede de banda estreita e sistemas em rede de banda larga. Esta classi- Jficagdo é mais ou menos idéntica a que diferencia os sistemas de releconferéncias segundo os sinais transmitidos: sistemas de duudio, isto €, as audioconferéncias, ¢ sistemas de video, isto videorconferéncias. B) A escrita eletrOnica, escrita profissional & distancia pode ser feita com o emprego de téenicas mediatizadas ou ni por computadores. Essas técnicas permitem a individuos ou grupos de indi viduos, que estejam distantes uns dos outros, comunicarem-se enlre si, geralmente de forma assincrona: © escrita sem auxilio de computador: telex e fax siio as duas técnicas mais importantes desta categoria; © escrita com auxitio de computador: denominacdo genérica que se aplica a qualquer utitizagdo do computador para transmitir, | No confadir como telex, creo cleutnic de empresa gue s Baseava na trasmnss#0 anorsitia ete mquinas de atanente de xts, conta & rede telefOnea: 0 tkexc, que design a videoprafia por eediusdo do ipo aNTIOE sila de arqusition numerigue leisuabsationd images organises en pages seve) tite. sien francés ‘idetsst, send 9 videoexto a vieografis iterate, 100 receber, armazenar e organizar informagdes que circulem entre tum individuo e outro, entre um grupo ¢ outro. 4) Os bancos de dados e seus hospedeiros foram as primel técnicas informaticas de armazenamento colocadas ‘ern linha’, a fim de permitir aos usudtios receber informagses. Esto agora dis- pontveis “fora de linha’, para uso local, gragas aos discos épticos compactos (CD-ROMS). +b) Porém a idéia de que um computador pudesse servir para compor, trocar ¢ classificar mensagens € recente (1972) ¢ se defrontou com obstéculos. Raramente se comprava um compu- tador com a finalidade de estabelecer comunicagao, mas, sim, para cefetuar célculos, processar informagées textuais, gerenciar dados, ete. Tecnicamente, todos esses novos sistemas baseiam-se na utili- zagio de um computador ¢ um programa especializado, uma rede de transmissdo ¢ terminals (estagbes de trabalho) e seus perité usuais. $40, portanto, dispositivos de comunicagio por intermédio de computador, a interagdo sendo, nesse caso, do tipo P-C-P (pessoa-computador-pessoa). Correio eletrdnico. Digitam-se as mensagens em um terminal conectado a um computador por meio de linhas telef6nicas, redes de transmissio. O computador armazena a mensagem recebida ¢ & coloca, em ordem cronolégica, numa area de sua meméria, A mensagem poderd ser acessivel a um tinico destinatirio ou a uma lista de destinatérios. Conferéncia eletrénica, F; uma conferéncia que se tealiza cm um computador ao invés de oconer numa sala de conferéncias, Os participantes inserem, a partir de um terminal conectado a um computador, textos e temas de discussio. Revista eletrénica. Em virtude de volumes e tipos erescentes de informagio serem encontrados cada vez mais em formato eletrS~ nico, em virtude de as redes de transmissfo serem cacla vez. mais eficientes, em virtude de a economia do sistema parecer ser interessante e poder ser aperfeigoada é que o advento hoje da re vista cletronica € oportuno. Imaginada desde 1945, Woodward cos 101 afirmava, em 1976, que: “A tecnologia estava disponivel, a eco- nomia do dispositive seria favoravel dentro de alguns anos, mas a tradigao da edigio em papel, adaptagao dos autores, editores, Ddibliotecdrios, documentalistas € usudrios, bem como os inves- A primeira reatizagdo (fimanciada pela National Science Foundation) fol feita nos Estados Unidos, de 1978 a 1980, no New Jersey Institute of Technology. Chamava-se £1#5, Electronic {nformation Exchange System. Abrangia um correio eletrénico ‘informal newsletter), uma conferéncia com auxitio de compu. tador (unseleered paper fair), um boletim dirigido por wn editor usitiado per especialistas e um caderno de notas A segunda realizagdo (financiada pelo Department of Research and Develepment da British Library) foi conduzida na Gra-Bre- (anha, entre 1980 ¢ 1984, por duuas universidades, Birmingham e onghborough, Chamava-se Blend, Birmingham and Loughbo- nigh Electronic Network Development, e levou & edigiia da revista Computer Human Factors, que chegou a conter par volta de 50 artigos ¢ contou com uns sessenta assinantes: A terceira realizegdo ocorreu na Franca enire 1984 ¢ 1987, sob vesponsabilidade da Direction des Bibliotheques, des Musées et de information Scientitique et Technique (DBMIST). Recebeu o nore dle JOURNALREVUE e compreendia uma revista e um jornal. Ao mesmo tenipo, réplicas eletrdnicas de revistas em papel tinham sido desenvolvidas pela Royal Chemical Society, Elsevier, Cornell University, American Chemical Society e American Medical sociation, Surgiram newsletters eletrénicas, come Online Chronicle, Videotech, ere Decorridos cerca de dez anes, as cnicas eletrOnicas passaram por grandes mudancas, seja quanto as possibilidades dos micro- computadores ou das estacées de trabalho, seja quanto & ergono- mnia dos sistemas: Jeitura na tela, anotagio, possibilidade de com- loz i i i pulsar a esmo, captura de dados, modos de apresentagao, arqui- tefura, armazenamento, recuperagio e transmiss4o, Também me- Ihorou o conhecimento das esteatégias, velocidade e exatiddo de leitura de leitores, pareceristas [referees], bem como das estra~ tégias de redagdo dos autores. Ademais, a economia dos produtos e sistemas de informagdo eletrOnica parece ser mais interessante do que a dos produtos de papel. A situagdo destes nao é brilhante: a economia do setor do papel & frdgit, Os custos de edigio e assi- natura ausmentam enquanto diminuem os recursos financeiros destinados as bibliotecas. Os pesquisadores nao mais assinam re- vistas de papel O resultado disso é que vdo surgindo outras revistas eletrénicas: 4 empresa norte-americana OCLC (muito conhecida no mundo das bibliotecas) ea American Association for the Advancement of Science (AAAS), editora da renomada revista Science, langaram em 1091 a primeira revista eletrOnica integral: The Online Journal of Current Clinical Trials, com texto € ilustragdes, um comité edito- rial ¢ recursos para busca em linha das informagdes ali contidas. Publica resultados de estudos médicos 48 horas depois de terem sido aceitos, Desde entao foram colocados em linha The Online Journal of Knowledge Synthesis for Nursing e Electronic Letters Online. No final de janeiro de 1995 chegow a vez. da prestigiosa Applied Physics Letters. ‘Outros acontecimentos, porém, ocorreram em outros locais, baseados em redes, principalmente gragas & INTERNET, BITNET, RENATER € JANET: © o projeto Electronic Journals on SuperJANET retine nove edito- res cientificos em tomo do Institute of Physics thup:/wwwukerna sc ukiSupertANET/SuperiaNET/Elec-JourElec-Jour html; © a colegio de pré-publicagées (preprints) e artigos eletrOnicos em fisica ‘e-print archive’ que contém mais de 40 000 documentos, possui cerca de 25 000 usuatios e recebe por volta de igual némero de transagées por dia {ntips.axxanl gov} © biblioiecas universitérias produzem revistas eletronicas que se acham disponfveis ¢ podem ser consultadas em linha gragas a 10s programas de recuperago como WAIS, GOPHER © WWW: Virginia Polytechnic, University of Texas, University of Houston, Lough- borough University © seu Electronic Training Journal for Res- earch in Information Management thupulwwainfo kit ac.uk}, et. © varias instituigdes ¢ sociedades difundem suas revistas cienti- ficas, que contam com comités editoriais, nas redes de compu- tadores (como a American Society for Biochemistry and Mole- sulat Biology © 0 Journal of Biological Chemistry ~ Ontine Version fhtp#/www ibe stantord.eda joel ® bibliotecas publicas, como a Cleveland Public Library {gopher /f Iibeary eplorg): © a Library of Congress, a Bibliothtque Publique d’ Information de Paris thupzvwwbpitnl colocam em linha catélogos e textos integrais; ® servigos comerciais de informagdo, como Meekler Publishing tenet nieot june net Springer {gopher:ick lp springerde:70/1] colo- im em rede seus catdlogos de publicagdes, sumrios de suas edigdes, ete: Hoje em dia, 0 desenvolvimento dessas revistas se faz, freqiien- temente, a partir de aplicativos como as conferéncias eletrOnicas (as NEWS), isto é, cextos grupos com atividades regulares tomam- se verdadeiras revistas eletrOnicas. Isso permite que se preveja a proliferagio de novas atividades de pesquisa cientffica interdisciplinar e intradisciplinar no interior de numerosos ‘colégios invisiveis’, na expectativa de que amplie 0 campo da comunicagao cientffica e reduza 0 impacto das revistas dominantes. Fi de se esperar, igualmente, que as estruturas disci- plinares tenham interesse em controlar ov suprimir esses de- senvolvimentos. Atualmente, as revistas eletrénicas pertencem, majoritariamente, ao setor néo-comercial, Sio criadas mais fre~ qiientemente por docentes universitérios. Contém somente texto, um texto pouco trabalhado, com os didlogos entre usuario € computador marcados por uma aridez excessivamente profissio- nal. Nao sao caras — gratuitas para os docentes ligados ao centro | | | | de informatica da universidade — e relativamente desconhecidas, ‘Mas estamos apenas no comecinho... Exemplo de NEWS: From last] gametberkoley.edu Wed Jul 14 18:90:06 1998 ‘Tos lecoadie @enam,cnar fr Subject Re: fener forum Status: RO LEONARDO ELECTRONIC NEWS. sy 45, 1988 Volume 3 : Number 7 Contanis: AboUL Tis Issue: Jugy Malloy DEEP CREEK SCHOOL: Dan Colins and Laurie Lundquist ‘Some Unrecorded Deep Creek At: udy Malloy ‘cece WORDS ON WORKS >>>>> RUPTURE, AN INTERACTIVE INSTALLATION: Gene Cooper GLOBAL DISPLACEMENT NETWORK: Dana and Larry ‘SOUND AND CERAMICS: San Lynch ecce PROJECTS s305> ‘THE MUSEUM OF PHOTOGRAPHY OF FROM TRANSYLVANIA: horea READINGS IN ORGANIZED CHAOS: Max Lanier and Lora MeDonale EARTHVIEW: John Mathews and Charles Garoian Secee AAT TALK >>> Art Against the Norm: Lawrence T. Gawot Poking atthe envicrmertal fe: H, Anderson Turner it ‘cewez ANNOUNCEMENTS >>>>> SIGGRAPH "Sirds ofa Feather” Mesting: Rogar Malina t 105 Capitulo 7 As profissées da informacio A EVOLUCAG das profissdes da informagdo esta ligada, muito de perto, #0 progresso da ciéncia e da tecnologia da informagao. Encontraremos, portanto, as formas mais avangadas dessas profis- ses nos paises que desenvolveram uma indiistria da informagio, como Estados Unidas, Europa e Japio. Por profissionais da informagio entendemos as pessoas, ho- tens (ainda sio poucos) ¢ mulheres, que adquirem informagio registrada em diferentes suportes, organizam, descrevem, inde- Xam, armazenam, recuperam e distribuem essa informagéo em sua forma original ot como produtos elaborados a partir dela.’ LAs idades informacionais AAs atividades exercidas pelos profissionais da informago apre- sentam notavel diversidade, Além das atividades clissicas encon- lradas freqiientemente, essas fungSes podem incluir: ® avaliar, planejar, vender ¢ implantar redes locais de comuni- cago de informagiio em uma empresa industrial; fazer buseas manuais e informatizadas no servigo de documen- taco de um centro de pesquisa e desenvolvimento; *® implantar programas de gerenciamento de informagao na infor- matizagao de bibliotecas, museus ou centros de informagio; * implantar servigos eletrOnicos de comunicagio oral (video- conferéncia) ¢ escrita (corrcio eletrSnico) em empresas; preparar, resumir ¢ editar informagdes, por exemplo, sobre novos medicamentos em uma empresa farmacéutica; o que im- plica saber recuperar e avaliar a informagéio cientifica médica, interpretat e redigir documentos téenicos; Ho ineoi quam produr esta infon ages: pesylsadoneste}e reensiogosts) 106 sistas © produzir programas audiovisuais e ser capaz de implantar sis- femas de informacio multimidia para um conjunto de esta- belecimentos escolares; © administrar as aquisigdes, formar os acervos de museus ou Dbibliotecas e informatizé-los; © dirigira redagio de revistas cientfficas numa empresa editorial; © implantar a politica orgamentéria e a politica de selegdo de pes- soal em um centro de documentagao; © administrar 0 arquivo médico, preparar prontuérios analiticos, implantar a gestdo informatizada da informagdio médica em hospitais.* IL. Os profissionais da informagio A estrutura dos empregos no setor da informagio aproxima-se progressivamente da que existe nos outros setores industriais. Ao lado de engenheiros, executivos, professores € pesquisadores que receberam uma formagao universitiria de longa duragio (de quatro a cinco anos), encontram-se cargos téenicos para pessoal com formacao profissional de curta duragao (de dois a trés anos) Apesar de timidos avangos, as antigas profissdes de bibliote- cétio, documentalista, arquivista € museGlogo so © continuam, sendo as de técnicos do documento e do objeto, mas nio da infor- ‘magio. Isso pouco as predispde a conhecer a evolucdo acima des- ctita que leva a trés grupos de profissées de alto nivel 1. Os especialistas da informagiio. Esta categoria, muito ain- pla, inclui pessoas que ndo trabalham, em geral, no ambiente da ‘biblioteca’ tradicional, se bem que possam freqientemente re- conrer a técnicas bibliotecérias, Processam a informacao recorren- do &s técnicas eletrGnicas de informagéo que utilizam os computa- dores e as redes de telecomunicacao, Esto mais voltados para a andlise, comunicacao e uso da informagao do que para o armaze- namento e a conservagao das colegbes de documentos e objetos "LB. Spvack, Carers information, Whit Pins, Knowledge Industry Publ, 1983, 107 Podemos encontré-los no departamento de marketing de uma firma comercial, no de investimentos de um baneo, no laboratério de pesquisa de uma empresa quimica ou em uma editora de pro- datos de informagao, Chamam-se analistas da informagao, geren- tes da informagio, planejadores dé sistemas de informagio. 2. Os empresérios da informagio. Este grupo & constituido de profissionais da informagao que criam empresas de fabricacao e venda de produtos ov servigos de informagtio. Uma empresa de informacio organiza, processa, transforma, comunica e analisa a informagao produzida como resultado de pesquisas e estudos. O produto da informagao pode ser um banco de informagées espe- cializadas, um programa de computador, publicagdes ({ndices, catalogos, etc.). Um servigo de informagao fomece informacdo a pedido de uma empresa que ndo tem servigo préprio ou ali coloca profissionais da informagao, durante curtos perfodos, Podemos distinguir as seguintes categorias de empresas ¢ empresérios da informacao: © empresas que produzem informagao priméria e secundéria; ® empresas que fomecem produtos e servigos (informatizados ou 1nd) que dao acesso as informag&es priméria e secundaria; © agentes de informagao que elaboram, a pedido, produtos de informagao; © empresas prestadoras de servigos que permitem a utilizagao de computador em tempo compartithado, para gerenciamento, pro- cessamento e edigtio de informagoes; © servigos de organizacdo de semindrios e conferéncias.. 3. Os cientistas da informagao. E a comunidade cientifica for- ‘mada por pesquisadores e docentes que pesquisam e ensinam na drea da ciéncia da informagao. Trabalham em universidades, cen- tros de pesquisa ou para grandes empresas que implantaram pro- gramas de pesquisa, visando a estudar as propriedades da infor- temas e produtos de informagiio. 108 | i Conclusio A CIENCIA da informagio € cincia, produgdo consciente da espécie humana com origens bem precisas, um objeto ¢ um conteiido bem definidos e especialistas facilmente identificaveis. Suas origens so recentes: 1968, data de nascimento da primei- ra grande sociedade cientifica nos Estados Unidos, a American Society for Information Science (ASIS). Tem, portanto, um quarto de século, tempo de uma geragio, 0 que é também uma idade adulta, A ciéncia da informagdo tornou-se uma ‘ciéncia adulta’,’ ue conta com uma definicao do seu objeto de estudo, métodos, alguns conceitos basicos, leis fundamentais, etc. Enfim, refere: cada vez mais & sua propria histéria, o que & sinal de sua matu- ridade.? Seu objeto é uma matéria, a informagao, que permeia o espago das profissées. Trata-se de recurso vital do qual ainda nzo se me~ div suficientemente a extenstio dos usos € nao-usos, por falta de atengao com seus usuétios, Seu contetido, marcado pelo selo da interdisciplinaridade, é uma sbia dosagem de ciéncias matematicas ¢ fisicas, bem como cincias sociais e humanas. ‘Técnicas audaciosas e 05 imperativos de sua tecnologia a impulsionam iresistivelmente ¢ a fazem passar do universo do papel para o universo eletrOnico. Nesse universo, informagdes de toda natureza podem ser armazenadas e transmitidas sob forma digital. Apds té-las convertido, representamos qualquer texto, som ‘ou imagem na forma de bits e bytes. Uma vez digitalizadas, essas informagGes podem ser veiculadas por diferentes meios, nas redes de transmisso, por difusio hertziana, em (micro, mini, super) computadores, e até mesmo em livros eletrénicos. Do mesmo modo, por mais diferentes que sejam os estadios de maturidade Lunclen Sve, Marvin et shorie dela personnal, Pais Eons Sociales, 1968 1 Mich, Le genve vemaculair, Pais, dios Cu Seu, 1982. 109 técnica e econdmica dos diferentes componentes veiculados (voz, texto, imagem), o centro de gravidade das préticas informacionais desloca-se inexoravelmente de ui p6lo constitufdo pelo papel para ‘um péio elettOnico onde o oral € 0 visual retomam um lugar que 0 {textual thes havia tomado, deixande entrever o surgimento de uma nova cultura informacional, As geragGes futuras serdo mais exi- gentes em relagdo a esses meios, particularmente os audiovisuais, menos formais do que os meios textuais; tero provavelmente menos tempo e estardo menos interessadas em obter informagé mediante uma leitura constante, podendo o texto ser apresentado oraimente.” Essa cigncia esté na origem de uma inddstria, de um mercado € de um comércio da informago. A indistria da informagao cresce rapidamente. O mercado da informagio diversifica-se ¢ as popu- lacdes de usudrios mudam rapidamente. O comércio da infor- magi, ainda que se defronte com problemas de direito autoral ¢ propriedade intelectual, destaca-se pelas vendas de produtos infor- macionais de significativo valor agregado. Por isso, 0s espe- cialistas da ciéncia da informagao e 0s profissionais do setor, editores, livteitos, documentalistas, bibliotecarios, arquivistas & museélogos, preocupados com a criagio, armazenamento, comu- nicagio € uso da informagao, dever examinar seus futuros papéis, mais préximos da informagao e mais distantes do livro, do docu- mento € do abjeto, "2. Marya, P. Vickers, M. Feeney, Iymation UK 2060, London, Bowker Saut, 1990, Ho Anexo 1 As principais revistas cientificas ¢ téenicas em ciéncia da informagio Ocontineme do ndcleo Journal of the American Society for Information Science Tournat of information Selence ournal of Documentation Scienrometrics International Forwn for information and Documentation Information Processing end Management Annual Review of information Science and Technology ‘Nauchno-Tekhnicheskava fnformatsiys Seriya 2 Information Technology and Libraries Nacrichten far Dokumentation Education for Information Knowledge Organization RQ Ocontinents do pape! Libvary Trent Library Quarteriy Libri Journal of Librarians and hyormasion Science Librars and Information Science Research Irvernasional Information ad Library Review su Proceedings Zeitschrift fr Bibhshekswesen und Bibltographie Library Resources and Technica Services Library Acquisitions. Theory and Practice Journal of Education for Library and Information Science Library Jour Canadian Libvary Journat College ene Research Libraries Bullen ofthe Medical Library Assocation Jowmal ef Academe Librarianship Serials Labrian Specia Libraries, Schelariy Publishing Inteslending cred Document Supply i Law Library Journal American Archivist Behavioral and Social Sciences Librarian O continente elerénieo Online Review Program ~ Automated Library and Information Systers Online Database Electronic Library Telecommunications Policy Communication of the ACM Antificial Intelligence International Journal of Man-Machine Studies Computer and the Humanities Information Technology and Libraries Ocontinente perifésica: Social Science Information Social Studies of Science American Psychologist American Sociologist Cognitive Science R&D Management Revue Frangaize de Sociologie American Journal of Sociology Quality and Quantity Minerva Aika frane6fona: Documentalist. Sciences de UInformation Documentation ei Bibliothiques Bulletin des Bibliotheques de France Atha lnséfona Ciéncia da Informacao Revista de Biblioteconomia de Brasilia Revista Brasileira de Biblioteconomia e Documentagdo Revista da Escola de Biblioteconomia da UFMG Cadernos de Biblioteconomia, Arquivistica e Documentagdo Bibliotecas, Arquivos e Museus 12 sini gue Boletim de Bibliografia Pornguesa. Documentos nao Testuais A ithota cultral: New Seiemist La Recherche Nature Science 13 Anexo 2 Os prineipais bancos de informagées em ciéneia da informagio Legenda, Banco nome do bance 0 lipo de banco: bibliogritico, fatual, ete ESPECIALIDADE Franuroe HOSPEDE:RO ‘campo do eonbecimento produtor do baneo hospedeiro do banco 1) ance —mascal: Sciences de l'information, Documentation ‘TO: Bibliogrétien ESPECIALIDADE: Agricultura Biomedicina Biotecnologia Constragso Ciéncias da Terew Energia Citacias da aliment Bibiioieconomia e Giéncins ds vida Metalurgia (Ciéncia © tecnologia proouto: Franga, Centre National de la Recherche Scientifique (CNRS), institut de Information Sciemifique e Technigue (Bs), HOSPEDFIROS: Franca, Centre Notional de la Recherche Scientifique (CNRS), Inszitut de Information Scientifique et Technique (INST): DIALOG Infor mation Services, Inc: European Space Agency (ESA); Information Retrieval Service (#8): Queste 2) BANCO Library and Information Seience Abstracts (LISA) incr: Bibllogrdticn ESPECIALIDADE: Biblioteconomia e cigneia da informagae noutor: Bowker-Saur Le HosPunEiROS: DIALOG Information Services, Ine.: ORBIT Search Service: BRS Informacion Technologies: 8 Information Technologies. BRS/OOLLEAGUE niacin i i University of Tsukuba, Seience Information Processing Center; Bowker Saur Lid. 3) BANCO ~ Informatian Setence Abstracts (384) ‘TPo: Bibliogréfico ESPECIALDADE: Biblioteconomia e cifncia da informagao PRODUTOR:IR/Plenum Data Company LHOSPEDEIRO: DIALOG Information Services, tne 4) Banco ~ Educational Resources Information Center {ERIC} “nro: Bibliograico ESPECIALIDADE: Educagio e formagio de recursos huntanos Biblioteconomia e eifncia da informagio PRODUTOR: Us Department of Edacation, Office of Educational Research and Improvement {02R1), Educational Resources Information Center (ERIC) HOSPEDEIROS: BRS Information Technologies; BRS Informacion Technologies ‘pRS/AfleDark; ss information Technologies, BRS/COLUEAGLE; OCLC Orline Computer Library Center, Ine., OCLC EPIC; DIALOG Information Services Inc: CCL Online Computer Library Center Ie., ocuC First Search Catalog; DiALOGinormation Services, Ine, Knowledge Index; Univesity of Twukuba, Science Information Processing Center, BiOsts, Life Science Network ‘TO: Bibliogrético ESPECIALIDADE: Biblioteconomia e ci€ncia da informagso pronutor: Gesellschaft fir Mathematik und Datenverarseitag (GMD}, CMD Tnformationszentram fr lnformationswissenschalt und Praxis (GMD-IZ2), HOSPEDEIROS: Fechinformationszentnuim Technik (FZ Technik}; STI Hnterna- tional 6) Pano —mnspec ‘nro: Biblioaréfico ESPECIALIDADES: Informatica Fletsénica Engenharia Biblioreconomia ecidneia da informago Fisica PRODUTOR: Institution of Electrical Engineers (SE) [HOSPEDEIROS: BRS information ‘Technologies: BRS Information Technologies, ‘S/A\fterDark; B85 Information Technologies, BRS/COL2EAGLE Canada Institute foe Selettic and Technical Information (cis). CAN/OLE; Ministére 15

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