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DIREITO CONSTITUCIONAL I

(APOSTILA IV)

OS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS

1- SIGNIFICADO:

- Segundo Celso Ribeiro Bastos, “os princípios constitucionais são


aqueles que guardam os valores fundamentais da ordem jurídica.
Isso só é possível na medida em que estes não objetivam regular
situações específicas, mas sim desejam lançar a sua força sobre
todo o mundo jurídico. Alcançam os princípios esta meta à
proporção que perdem o seu caráter de precisão de conteúdo, isto
é, conforme vão perdendo densidade semântica, eles ascendem a
uma posição que lhes permite sobressair, pairando sobre uma área
muito mais ampla do que uma norma estabelecedora de preceitos.
Portanto, o que princípio perde em carga normativa ganha como
força valorativa a espraiar-se por cima de um sem-número de
outras normas”.

- Os princípios, portanto, determinam a regra o que deverá ser


aplicada pelo intérprete, demonstrando um caminho a seguir e,
ainda, informam materialmente as demais regras.

- Diferenças entre as normas (regras) e princípios: a) quanto à


natureza (há hierarquia); b) quanto à forma (regras = menor grau de
abstração e mais alta densidade normativa; princípios = maior grau
de abstração e menor densidade normativa).

2- ANÁLISE DOS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS NA


C.F/BRASILEIRA.

- Nos dizeres de Luís Roberto Barroso:

a) PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO ESTADO BRASILEIRO –


Afirma que são decisões políticas fundamentais (estrutura e
organização do Estado) do constituinte originário, concretizadas em
normas conformadoras do sistema constitucional positivo
(NORMAS-PRINCÍPIOS). São eles: o republicano e o federalismo
(art. 1º, caput), da soberania (art. 1º, inc. I), o Estado Democrático
de Direito (art. 1º, caput), o da separação de poderes (art. 2º), o
presidencialista (art. 76), todos da Constituição Federal.

b) PRINCÍPIOS GERAIS – Não estruturam politicamente o Estado,


mas trazem regras de limitação dos Poderes, carregando mais
valoração ética e menos decisão política. São eles: a cidadania (art.
1º, inc. II), dignidade da pessoa humana (art. 1º, inc. III), o
pluralismo político (art. 1º, inc. V), do trabalho e da livre iniciativa
(art. 1º, inc. IV), o democrático (parágrafo único do art. 1º), dos
objetivos fundamentais (art. 3º), da legalidade (5º, inc. II), da
liberdade (5º, inc. II, VI, XV, entre outros), o da isonomia (art. 5º,
caput e inc. I), do acesso ao judiciário (art. 5º, XXXV), da segurança
jurídica (art. 5º, XXXVI), entre outros.

c) PRINCÍPIOS SETORIAIS OU ESPECIAIS – estão presentes em


determinados setores organizacionais do Estado. Podemos citar os
da Administração Pública (art. 37, caput), da tributação e orçamento
(art. 150), da ordem econômica (art. 170), da ordem social (art. 193
a 232), entre outros.

d) PRINCÍPIOS DE ORDEM INTERNACIONAL – ART. 4º DA C.F.

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