- Segundo Celso Ribeiro Bastos, “os princípios constitucionais são
aqueles que guardam os valores fundamentais da ordem jurídica. Isso só é possível na medida em que estes não objetivam regular situações específicas, mas sim desejam lançar a sua força sobre todo o mundo jurídico. Alcançam os princípios esta meta à proporção que perdem o seu caráter de precisão de conteúdo, isto é, conforme vão perdendo densidade semântica, eles ascendem a uma posição que lhes permite sobressair, pairando sobre uma área muito mais ampla do que uma norma estabelecedora de preceitos. Portanto, o que princípio perde em carga normativa ganha como força valorativa a espraiar-se por cima de um sem-número de outras normas”.
- Os princípios, portanto, determinam a regra o que deverá ser
aplicada pelo intérprete, demonstrando um caminho a seguir e, ainda, informam materialmente as demais regras.
- Diferenças entre as normas (regras) e princípios: a) quanto à
natureza (há hierarquia); b) quanto à forma (regras = menor grau de abstração e mais alta densidade normativa; princípios = maior grau de abstração e menor densidade normativa).
2- ANÁLISE DOS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS NA
C.F/BRASILEIRA.
- Nos dizeres de Luís Roberto Barroso:
a) PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO ESTADO BRASILEIRO –
Afirma que são decisões políticas fundamentais (estrutura e organização do Estado) do constituinte originário, concretizadas em normas conformadoras do sistema constitucional positivo (NORMAS-PRINCÍPIOS). São eles: o republicano e o federalismo (art. 1º, caput), da soberania (art. 1º, inc. I), o Estado Democrático de Direito (art. 1º, caput), o da separação de poderes (art. 2º), o presidencialista (art. 76), todos da Constituição Federal.
b) PRINCÍPIOS GERAIS – Não estruturam politicamente o Estado,
mas trazem regras de limitação dos Poderes, carregando mais valoração ética e menos decisão política. São eles: a cidadania (art. 1º, inc. II), dignidade da pessoa humana (art. 1º, inc. III), o pluralismo político (art. 1º, inc. V), do trabalho e da livre iniciativa (art. 1º, inc. IV), o democrático (parágrafo único do art. 1º), dos objetivos fundamentais (art. 3º), da legalidade (5º, inc. II), da liberdade (5º, inc. II, VI, XV, entre outros), o da isonomia (art. 5º, caput e inc. I), do acesso ao judiciário (art. 5º, XXXV), da segurança jurídica (art. 5º, XXXVI), entre outros.
c) PRINCÍPIOS SETORIAIS OU ESPECIAIS – estão presentes em
determinados setores organizacionais do Estado. Podemos citar os da Administração Pública (art. 37, caput), da tributação e orçamento (art. 150), da ordem econômica (art. 170), da ordem social (art. 193 a 232), entre outros.
d) PRINCÍPIOS DE ORDEM INTERNACIONAL – ART. 4º DA C.F.