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Dum Dum precisava falar com alguém que entendesse que era preciso descobrir
onde estava a parte que faltava da Lua. Precisava de aliados. Precisava encontrar
alguém que o ajudasse a chegar até a Lua, para começar. Que lugar melhor para
começar a procurar pistas? E quem mais estaria tão preparado para lidar com assuntos
que morava logo ali, depois daquele buraco no tempo e no espaço, como o doutor
sempre frisava. De manhã, bem cedo, pronto para resolver esse caso, Dum Dum saiu de
alto a baixo, vendo que tudo era rabiscado com frases de capítulos inteiros de livros
muito importantes – alguns deles nem haviam sido publicados ainda. Dum Dum
resposta. Numa janelinha do terceiro andar, o Dr. Julien R. Baptiste botou a cabeça de
- Bom dia pra quem é de bom dia. Entre aí, entre aí, menino, porque você é bem-
vindo!
Dentro da casa, Dum Dum pôde ver que haviam vários computadores ligados
por toda parte. Em uma sala espaçosa, perto da escada, estava Mole Mole Pá, o
Baptiste planou escada abaixo. Assim que o viu, Dum Dum disparou a falar, enquanto
preocupado. A lua assim, sem um pedaço, não tem graça. O senhor viu?
- Eu vi, eu vi, menino. Ia fazer uma serenata para as minhas amoras, à luz da lua,
Dr. Julien R. Baptiste desmontou das cambaxirras, que voaram para perto de
Mole Mole Pá. O supercomputador soltou um bocejo desafinado, abriu dois olhos
- Alguém tem que investigar esse mistério! Eu quero ir até a cena do crime!
- O problema é que eu não sei como chegar até a Lua. Por isso vim pedir sua
ajuda.
- Veio ao lugar certo, Dum Dum. Ao lugar certo. Para ir até a lua, você vai
jaleco, Dr. Julien R. Baptiste fez uma lista do que Dum Dum precisaria para a viagem.
Boieco e Maieco. Um jacaré de madeira com rodinhas que atende por Calango. Um
colocou todos os itens dentro de uma mochila e a entregou para Dum Dum.
Baptiste, embora ainda não entendesse como todo aquele material o levaria até a Lua.
E passou a assobiar, assobiar, assobiar, assobiar cada vez mais alto, olhando para
aproximava de uma janela lateral foram suficientes para que Dum Dum ficasse
preocupado em relação ao que realmente havia atendido ao assobio. E bem na sua frente
estava ... estava … estava aquilo. Calçava enormes sapatos de palhaço, tinha pernas
compridas e um corpo com o formato de barril coberto de grossos pêlos marrons, braços
peludos que funcionavam como asas. A cabeça era redonda e careca, com um bico que
abria e fechava como uma tesoura, olhos muito vivos que não paravam de mexer de um
lado para o outro, além de ter um pequeno guarda-chuva lilás aberto bem no alto da
cabeça. Agora que estava em pé ao lado do Dr. Julien, não mais esticava e encolhia o
pescoço, como fazia enquanto voava. Aquilo, além se ser bem estranho, fazia um
- Uhhhiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii!
- Ah, esse aqui é o Bocoió de Asa. Diga olá para Dum Dum, Bocoió de Asa.
- Uhhhiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii!
- Ele vai te levar até a Lua, menino. Desde que você não se esqueça de alimentá-
- Ah, Dum Dum, você sabe. Alguém tem que ficar por aqui, para ordenar a
bagunça, bagunçar a ordem, essas coisas. Mas, olhe só, eu tenho aqui algo que vai
- Uhhhiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii!
Depois de batucar a ponta dos dedos nas mangas do jaleco, o Dr. Julien R.
- Algum conselho para me dar antes que eu vá até a lua, Dr. Julien ?
- Mas eles são adultos, Dr. Julien. Não entendem que alguém precisa saber onde
- Fique tranqüilo, menino, fique tranqüilo. Eu conheço seus pais: são escritores.
Eles entendem muito bem de casos como esse. Você vai ver. Vai por mim.
Dr. Julien mostrou a Dum Dum como ele poderia usar o Quer-Falar-Alô para
avisar seus pais que estava indo até a lua. Depois, ele acenou para suas cambaxirras de
estimação, que o conduziram novamente para o terceiro andar de sua casa. Já fora da
casa, acompanhado pelo Bocoió de Asa, Dum Dum ainda pôde ouvir um “boa viagem e
até outra vez”, enquanto Mole Mole Pá organizava o coro dos demais computadores do
casarão.
- Uhhhiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii!