Scribd Logo
Upload

Welcome to Scribd!

  • Carta Anita Malfatti

    Uploaded by

    Ohira Bonilha
    14 views3 pages
    in revista pau brasil

    Copyright

    © © All Rights Reserved

    Available Formats

    PDF or read online from Scribd

    Did you find this document useful?

    Is this content inappropriate?

    Report this Document
    in revista pau brasil

    Copyright:

    © All Rights Reserved
    Download as PDF or read online from Scribd
    Flag for inappropriate content
    14 views3 pages

    Carta Anita Malfatti

    Uploaded by

    Ohira Bonilha
    in revista pau brasil

    Copyright:

    © All Rights Reserved
    Download as PDF or read online from Scribd
    Flag for inappropriate content
    of 3
    DA ANTROPOFAGIA 1920 100 DEDALUS - Acervo - MAC 21600004712 “Biblioteca MAC-USE_OGHIY _* MAB-FAAP MUSEU DE ARTE BRASILEIRA 30 NOVEMBRO 2002 A 02 MARGO 2003 Cosac & Naify ma ARTES PLASTICAS 1917 ‘Anta Maurarry {In Revita Aral do Sala de Maio, Sto Paul, 1939. Quando cheguei & Europa, vi pela primeira vex a pintura. Quando visti os uses quel tonta, (Comece a querer descobrr no que os grandes santos das escola italianaseram diferentes dos santinhos dos colégios. Tanto me encantavam uns quanto 0s Fiquelinfeiz porque aemogio nio era de desumbramento, mas de perturbagio «de infnito cansago diane do desconhecido, Assim pase’ semanas voltando diariamente ao Museu de Dresden, Em Berlim continue a busca ¢comecei a desenhar DDesenhei seis meses die noite. Um belo di i com uma colega ver uma gran- de exposigio de pintura moderna. Fram quadtos grandes. Havia emprego de ‘uilo de int ede todas as cores. Um jogo formidivel. Uma confusio um are ‘batamento, cada acidente de forma pintado com todas as cores. © artista ndo haviatomado tempo para misturar as cores, que para mim foi uma revelagio ‘eminha primeira desobert, Pense,o artista esti certo luz do sol écomposta de trts cores primarias equa tro derivadas. Os objeto se acusam s6 quando sacm da sombra, sto é, quando ‘envolvidos na luz. “Tudo € resultado da luz que os cus, partcipando de todas as core. Come a ver tudo acusado por todas as cores, [Nada nese mando ¢incolor sem hz, Procure homem de toda scores, Lov Corinth dentro dew semana come’ tabslhar na sul dese profesor Compre incontinent uma porcio de tinas, ea festa comegou. Continuata ater ‘med da grande pintura como se tem medo de um clculo integeal (Os flamengosentio mais me enristciam, mas continua a frequens-ls ass duamente, Meu profesior trou meus primiros rettatore fui descbri-los na Sezesion de Betlim, andnimos. Nao me lembro das comidas ds cansagos das viagens dese tempo, x da agri de descobrie cores, Fir uma viagem para o tl da Alemana para vera 1* grande exposicio dos pos-impressionistas, Pissaro, Monet, Sisley, Picasso, 9 Douanir Rousseau, Gauguin e Van Gogh. Vi também Cézanne ¢ Rencit. Foi o im das mins reservas Etaa feliz. Segui para Parse fui ao Louvre, a todos os pequenos museus evi o romantismo de Rodin, mas x lembrava da exposigao de Colonia, Voltando 20 Brasil, sé me perguntavam pela Mona Lisa, pela gloria da Renascenga Italiana ¢ eu. nada Pui aos Estados Unidos, entre numa academia para continuar 0 estudos, que deslusio! © professor fo ficando com raiva de mim eeu dle até que um dia a luz brilhow de novo, Uma colega me contou em surdina ue hava um profesor ‘moderno, um grande fildsofoincompreendido e que denava os outros pintar 8 vontade. 'Na mesma tarde procurams o professor, lao, Nao extava em Nova York, leva- +a clase para pinfar muma ilha de pescadores¢ artistas na costa de Nova Inglaterra, Para li nos transportamos dentro de algun dias 0 profesor comesou perguntando se eu no tinka medo da morte, disse ue rio. Pregou-me um valentssimo susto, num barco que leou para perto dos rochedos em alto mat. \Voltou satseitoe me ensinouaesticar uma tela convenientemente num chasis edie: Voct pode pintar. A vontade? Natralmente. tee em pleno iio bucic.Pintvamos na ven= ‘ania 40 sol, na chuvaradae na neblina, Eram tela tela. Era a torment er 0 Farol, eram as casnhas dos pescadoresescorregando pelos morros ram as pic sagenscirculares 0 sl ea lua €0 mi Sempre os rochedos eas grutas onde morria de medo de me perder. Aes siba- dos, grande evista naval onde todas as nosas elas se encarriravam eo filésof® Airigia 0 staque fina Era a poesia plastica da vida. Transpunha a cor do céu, para poder descobre a cov diferente da tera. Transpunka tudo! Que agra! Encontravaedescobia planos com formas e cores novas, nas peswoase as paisagens DDescobri que quando se transpoe uma forma é preciso faz jgualmente com a cor. Era. festa d forma eer a fests da cor. Um dia nos lembramos da céncia ‘dos valores ¢ das distancia Estava de wots a Nova York, CComecamos a nos lembrar de movimento dos misculos, da anatomia © cons- trugio geométrca do desenho bisico. us - ocumenos [A comect a notar que haviaautomoveis na rus, dinero que se trociva por ‘bjetos que no tinham serventia nen uma para agente e que o mundo estava heio de individuos exquisite diferentes. ‘Cert er me embro uma mancha muito brilhante verma, que pra em pleno sol Uma vos pergunta. Qual é o sepredo da feliidade? Pare, A vor continua: ‘Voce parece seo espirita da filicidade,e 8 mancha diminuiu até desapareee Depois perebi que hava sido um automével, [Neste ano e meio de minha vids, conheci muita gente interesante, Os moder- nists fancesesprocuram refi contra a guerea ea fome nos Estados Unidos. Mr. Cotes esposa, an Gris eo bonito Marcel Duchamp, que pinta sobre «enorme plcas de vido, Pela manha os artistas vistavam nosso professor 0 filésofo Homer Bos. Todos ram bem-vindos. sadora Duncan, com suas meninas apareis et vezesvinha ums homem russ, reservado, que nos constrangia..ra Maximo Gorki ‘Um ia me perguntou qual de seus livros eu havia lide. A Mae, respondi ~cha- moe de ignorante,¢ logo desobriu que o i s6 por causa das perguntas que pdessem ser feitas nn hora, 0 que no neg aerescenta ele: "Woot escothew ‘mal, €9 menor dos meus trabalhos” ‘Marcel Duchamp fr uma disertasto engrasadsima sobre a maneirs de fazer ‘arba num dia de tristeza les 6 filam no cubism, nds de macaquice comegamos a fazer as primeieas cexperitnias Isadora Duncan alugou o Century Theatre © ns li estiveros por trés meses toda as tares até podermos sentir uma vaga iia de ritmo. Bakstdesenhavaa Seherazade, Diaghilev sala em Nijnsk que hava enlou- ‘quecido coma guerra, e compunba bilados, ‘As primeiras maquets para os ballads rusos me foram explcadas por Bakst em Nova Yors sto antes de ver Sheherazade que me dixon completamente luca. Falivamos muito de Napiarkowsca que inaugurava um ginero de espticulos ‘Comejamos a usar todos os termos das meninas de Istdora, até que nosso pro- fessor, indignado,achou melhor que volissemos 20s cubes “Todos exes artistas expunham suas opines com igual franquezae dai slam as -ontrovérsis eas lies (0s joralistas nos pediam desenhos ¢comece a desenhar para a Vague e Vanity fair. “amos Jean Christophe, Selma Lagerlof, e descansivamos fizes nos poemas perss hindus (Cheguei ainda a ver Isadora Duncan dara Iphygenie de Tarsus em teatro 30 ar live, no esti da Universidade de Columbus. Foi um esptaclo maraslhoso _De um dia para outro me wjo em Sto Paulo. Meus colegas escrevem uma carta

    You might also like