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P RÁTICA
PEDAGÓGICA II
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SOMESB
Sociedade Mantenedora de Educação Superior da Bahia S/C Ltda.
Pesquisa
e Prática Presidente ♦ Gervásio Meneses de Oliveira
Pedagógica II Vice-Presidente ♦ William Oliveira
Superintendente Administrativo e
Financeiro ♦ Samuel Soares
Superintendente de Ensino, Pesquisa e Extensão ♦ Germano Tabacof
Superintendente de Desenvolvimento e>>
Planejamento Acadêmico ♦ Pedro Daltro Gusmão da Silva
FTC - EaD
Faculdade de Tecnologia e Ciências - Ensino a Distância
Diretor Geral ♦ Waldeck Ornelas
Diretor Acadêmico ♦ Roberto Frederico Merhy
Diretor de Tecnologia ♦ Reinaldo de Oliveira Borba
Diretor Administrativo e Financeiro ♦ André Portnoi
Gerente Acadêmico ♦ Ronaldo Costa
Gerente de Ensino ♦ Jane Freire
Gerente de Suporte Tecnológico ♦ Jean Carlo Nerone
Coord. de Softwares e Sistemas ♦ Romulo Augusto Merhy
Coord. de Telecomunicações e Hardware ♦ Osmane Chaves
Coord. de Produção de Material Didático ♦ João Jacomel
♦PRODUÇÃO ACADÊMICA ♦
♦PRODUÇÃO TÉCNICA ♦
Revisão Final ♦ Carlos Magno Brito Almeida Santos
Coordenação ♦ João Jacomel
Equipe ♦ Ana Carolina Alves, Cefas Gomes, Delmara Brito,
Fabio Gonçalves, Francisco França Júnior, Israel Dantas,
Lucas do Vale e Mariucha Ponte
Editoração ♦ Mariucha Ponte
Imagens ♦ Corbis/Image100/Imagemsource
Ilustrações ♦ Mariucha Ponte
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www.ftc.br/ead
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SUMÁRIO
GESTÃO ESCOLAR:
DO PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO AO COTIDIANO DA SALA DE AULA ○ ○ ○ ○ 07
Atividade Orientada ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ 74
Glossário ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ 81
Referências ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ 82
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Pesquisa
e Prática
Pedagógica II
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Apresentação da Disciplina
Caro(a) aluno(a),
“Daquilo que eu sei
Nem tudo me deu clareza
Nem tudo me foi possível
Nem tudo foi concebível”...
Muito prazer!
Profa. Ms. Maria das Graças Cardoso Moura
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Pesquisa
e Prática
Pedagógica II
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A EDUCAÇÃO E O EXERCÍCIO DA
CIDADANIA: A ESCOLA COMO ESPAÇO
DE FORMAÇÃO DE SERES HUMANOS
Você Sabia?
Na Grécia Antiga, as pes- de Nóbrega, quinze dias após a
soas que dispunham de condições chegada edificaram a primeira
sócio-econômicas e tempo livre, escola elementar brasileira, em
nela se reuniam para pensar e Salvador, tendo como mestre o Irmão
refletir. Esta ação era vista como Vicente Rodrigues, contando apenas
“ócio”. Os primeiros jesuítas chega- 21 anos. Irmão Vicente tornou·se o
ram ao território brasileiro em março primeiro professor nos moldes
de 1549 juntamente com o primeiro europeus e durante mais de 50 anos
governador·geral, Tomé de Souza. dedicou·se ao ensino e a propa-
Comandados pelo Padre Manoel gação da fé religiosa.
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Sabe-se que o principal desafio da Escola é garantir o desenvolvimento
do ser humano, observando os inúmeros problemas educacionais e o verda-
deiro papel da educação formal. Os debates voltados para esta temática têm
Pesquisa
resultado na compreensão da necessidade de empreender esforços para
e Prática vencer os obstáculos que inviabilizam a construção de uma escola pública
Pedagógica II que eduque e garanta o exercício pleno da cidadania.
Atenção !
Poderemos indicar alguns procedimentos necessários para esta ação,
a saber:
I As escolas precisam enfrentar o desafio de oferecer aprendizagens
básicas que assegurem a igualdade de oportunidades;
II É necessário considerar as características individuais dos alunos;
III É preciso atuar frente às profundas desigualdades sociais, econômicas
e culturais de uma parcela significativa da população marginalizada;
IV Urge atentar para a não priorização da cultura dominante, configurada
como desestímulo à permanência da “população marginalizada”.
A escola, neste contexto, precisa atentar para a proposta formulada pela Organização
das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), que traz como
princípios fundamentais os quatro pilares da educação: “aprender a conhecer, a fazer, a
conviver e aprender a ser” (1999). Com esta nova concepção, a escola passou a ser
reconhecida como local de processos formativos que priorizam a coletividade e,
conseqüentemente, como um local de afirmação de identidades culturais.
A retomada diária, junto aos educadores, do teor dos documentos publicados pela
UNESCO auxiliam todos os envolvidos com o processo educativo a compreenderem como
deve ser a educação que preparará os cidadãos para o desafio do terceiro milênio. Está
preparado, futuro(a) professor(a)?
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Como fazê-lo? Eis a questão! Pedro Farias Borges (2004) sugere que algumas
associações propiciam melhores entendimentos e concretizam as diretrizes e pilares
indicados.
Algumas sugestões:
Aprender a Ser
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Aprender a Conhecer
Aprender a Fazer
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fazer juntam-se ao saber ser e ao saber para contemplar as exigências requeridas para o
exercício das tarefas complexas, intelectuais, próprias de funções técnicas, junto às que se
referem ao trabalho em equipe, capacidade de iniciativa e de sensibilidade.
Aprender a Conviver
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os analfabetos, os sem-terra), num processo de desenvolvimento que valida
a compreensão do outro, proporcionando novas formas de convivência
baseadas no pluralismo de idéias, facilitando a compreensão mútua e as
Pesquisa relações democráticas na construção de fontes de libertação e autonomia.
e Prática
Pedagógica II A Escola, como espaço social específico, enfrenta o desafio de superar
práticas pedagógicas dominantes, conhecidas como pedagogias tradicionais. É convidada
a implantar, de fato, uma prática pedagógica voltada para a conscientização e reflexão do
sujeito, valorizando o seu saber através do processo de aprendizagem participativo,
contextualizado, oferecendo condições para o aluno expressar seu sentimento e
pensamento. É papel da escola ensinar, garantir a aprendizagem de certas habilidades e
conteúdos que são necessários para a vida em sociedade, contribuindo no e para o
processo de inserção social através da criação de instrumentos de compreensão da
realidade local, e, também, favorecendo a participação dos educandos nas relações sociais
diversificadas.
Para refletir...
As necessidades educa- escola, estratégias de aprendizagem,
cionais dos alunos não dependem avaliação. Estes são fatores que
apenas de suas diferenças. Educar favorecem ou não a aprendizagem e
dentro/para a diversidade requer a participação dos alunos no processo
mudança profunda na prática de desenvolvimento de ensino e
pedagógica, reconhecida através aprendizagem.
da oferta curricular, clima da
Um dos caminhos para a Escola cumprir com a sua função social pode ser o da
efetiva aplicação de uma educação voltada para a liberdade, pautada pela tolerância, pelo
respeito à dignidade humana, valores estes que devem considerar as práticas de nossa
sociedade, sejam elas de natureza econômica, política, social, cultural, ética ou moral. Há
de se considerar também as relações diretas ou indiretas dessas práticas com os
problemas específicos da comunidade local.
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“(...) Homens e mulheres, negros, brancos,
pobres, índios, portadores de deficiências,
homossexuais, etc., todos educam, todos ensinam e
aprendem. Por isso ninguém educa ninguém, os
homens se educam em comunhão”.
Paulo Freire
Na busca de possíveis soluções, o ser humano se relaciona, questiona, busca
respostas, dá respostas. Neste movimento, aprende, constrói saberes, faz cultura. É
fundamental, portanto, que a escola conheça as expectativas da comunidade, suas
necessidades, formas de sobrevivência, valores e manifestações culturais e artísticas. Através
desse conhecimento, a escola pode atender a comunidade e auxiliá-la a ampliar seu
instrumental de compreensão e transformação do mundo.
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Conforme estudos desenvolvidos por Perrenoud (2000,p.23),
Com esse entendimento, a escola que assume as suas atividades num mundo
diversificado não pode mais ignorar o direito de expressão que ocorre nos mais diversos
modos no seu interior, ou seja, na sala de aula. Faz-se necessário, enquanto processo
formativo e transformativo, que se desenvolve na escola, reconhecer as origens, os valores,
os sentimentos, fazendo parte do processo de formar e instruir seus alunos e não mais
silenciar as vozes que estão em desacordo com o discurso politicamente padronizado. A
escola pode ser concebida como um pólo cultural, onde o conhecimento já sistematizado
pela humanidade é socializado e trabalhado de forma não fragmentada, vinculado à
realidade, proporcionando a ampliação das possibilidades culturais dos alunos e da
comunidade, através do debate das principais questões locais e nacionais.
Atenção !
A escola não pode atuar definir e construir o seu próprio caminho
sozinha, ela não existe isoladamente, pedagógico, condição fundamental
mas faz parte de um sistema público para que se sintam comprometidos
que tem a responsabilidade de lhe dar com ele.
sustentação para que possa cumprir
a sua função. A escola só pode cumprir
seu papel de forma competente se tiver
autonomia. Isto é, se os que nela atuam
e os que dela se beneficiam puderem
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Neste contexto, faz-se necessário ter clareza da função social da escola e do tipo de
homem que se constrói como princípio fundamental para realizar uma proposta pedagógica
socialmente comprometida. O impacto desses processos gera a necessidade de respeitar
o outro no contexto escolar, mas vale lembrar que formar cidadão não é tarefa apenas da
escola. Aqui cabe as seguintes perguntas para nossa reflexão, destacadas no item seguinte.
Atividades
Complementares
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Pesquisa
4. Por que é importante articular o saber escolar com o que se aprende
fora da escola? Qual é o fundamento deste processo?
e Prática
Pedagógica II
7. Vamos recuperar a memória do tempo em que você era aluno do Ensino Fundamental
(5ª a 8ª) e Ensino Médio? Escreva as suas lembranças, incluindo os seguintes dados:
a) O que aprendeu e que até hoje é útil no seu cotidiano.
b) Seus sentimentos em relação aos professores.
c) Quais eram as disciplinas preferidas, justificando.
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8. Hoje, você está em processo de formação, ou seja, em breve estará exercendo a
sua profissão, professor(a). Em que estaria baseada a sua ação pedagógica?
10. Hoje o discurso político está voltado para a Educação Para Todos. Pesquise no
site do MEC os Projetos e Programas do Governo Federal voltados para esta proposta e
verifique a que contempla as especificidades do seu município.
www.mec.gov.br
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Pesquisa
Momento de Revisão !
e Prática
Pedagógica II
1. É fundamental que o poder público estabeleça uma política educacional clara, com
objetivos definidos, que garanta atendimento escolar de boa qualidade a toda
população e, ao mesmo tempo, respeitando as diversidades sócio-culturais.
5. É papel das comunidades locais participarem nas decisões relativas ao rumo, diretrizes
e organização de suas escolas, como forma de garantir educação de qualidade que
possa ter continuidade, mesmo com as mudanças que ocorrem no quadro político.
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11. É elementar organizar os conteúdos a serem desenvolvidos levando em conta os
conhecimentos anteriores, seguindo uma seqüência, facilitando a aprendizagem, pois
permite ao aluno estabelecer relações dentro de cada tema e entre os temas. A
aprendizagem é mais fácil e duradoura quando o que está sendo aprendido é
vivenciado.
14. É importante rever o currículo adotado na escola. A visão crítica dos parâmetros é
necessária, assim como os ajustes e as orientações voltadas para a compreensão
do mundo.
15. É edificante verificar que a escola tem como principal função propiciar ao aluno a
cultura letrada, altamente democrática, onde o educador e educando se articulam. A
sala de aula, por sua vez, torna-se um espaço revolucionário, de pluralidade e de
diálogo com o mundo e com os outros.
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Gestão Escolar:
em Busca de uma Gestão Democrática
Pesquisa Nas reflexões que faremos, precisamos ter presente o pano de fundo, o
e Prática contexto social em que a escola está inserida: a experiência democrática
Pedagógica II brasileira é ainda muito recente. Assim sendo, as instituições de ensino,
naturalmente, sofrem o reflexo desta realidade maior.
( VASCONCELLOS, 2006, p. 51)
A necessidade de a escola rever o seu papel, a sua existência numa sociedade que
se transforma com tamanha velocidade é pauta nas orientações das reformas educativas
no Brasil, introduzidas a partir da LDB 9.394/96 e do Plano Nacional de Educação aprovado
pela Lei 10.172/01. As políticas públicas que essa legislação estabelece apontam o que
hoje se espera da escola, visto que é grande a influencia que ela exerce na formação de
indivíduos e coletividades e, portanto, na construção da sociedade.
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Em função das mudanças que vêm ocorrendo nas bases sociais e tecnológicas da
sociedade, o maior desafio da escola é promover o seu desenvolvimento institucional a
partir da redefinição do seu papel, das suas práticas, da sua relação com a cultura, com a
cidadania, com a democracia, revendo também, seus limites e possibilidades no
enfrentamento das questões que lhes são postas na atualidade.
Atenção !
Qual é o papel do Gestor? conquiste autonomia e liberdade
É preciso que o gestor desen- na construção de vínculos afetivos,
volva novas posturas e atitudes que culturais e sociais mais sólidos.
contemplem as necessidades da
escola e as necessidades do grupo
ao qual ela serve, contribuindo,
acima de tudo, para que esse grupo
Nesse contexto, a escola deve ser considerada como espaço legítimo e prioritário
das ações educativas com vistas a consolidar processos participativos, democráticos e
autônomos que assegurem uma educação de qualidade para todos.
Para tanto, faz-se necessário que a gestão escolar seja apoiada por mecanismos e
instrumentos como: gestão colegiada, eleição de diretores e um Projeto Político Pedagógico
construído através de ações coletivas, assegurados por uma formação continuada que
garanta o desenvolvimento das competências necessárias.
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Para refletir...
A gestão da escola em (processos de ensino e
Pesquisa uma perspectiva democrática aprendizagem) como na
e Prática
e autônoma é um processo administrativa (estrutura e
Pedagógica II que exige a apropriação de funcionamento) e política
informações essenciais, para (relações com as esferas
que os gestores possam econômicas, políticas e
atuar com competência tanto culturais em nível local e
na dimensão pedagógica nacional).
Atenção !
O foco da gestão na atuali- gicas, políticas e administrativo
dade é a aprendizagem do aluno, financeiras e direcionálas para uma
assim, é necessário levar em conta mesma finalidade, ou seja, a eleva-
que a atuação do gestor escolar nos ção da qualidade da educação.
campos político e administrativo tem
como objetivo o próprio desenvol-
vimento da dimensão pedagógica da
gestão escolar. Por isso, a competên-
cia maior do gestor é saber articular
diferentes competências pedagó-
Dessa forma, a qualificação dos gestores escolares deve ser definida com base em
três dimensões da gestão, levando-se em consideração que:
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Na Dimensão Política a maior competência dos gestores escolares é o
desenvolvimento de um processo de mobilização e articulação entre a escola e a
sociedade civil. É de extrema relevância que o gestor escolar assegure, por meio
dos conselhos escolares, dos Conselhos do FUNDEF e de Alimentação Escolar
e outros mecanismos de controle social, assim como por meio do Projeto Político
Pedagógico, a participação da comunidade na gestão da escola.
Atenção !
A LDB, em seu artigo 15, Nesse sentido, a dimensão
dispõe que os sistemas de ensino administrativa ganha ênfase no que
assegurarão às unidades escolares diz respeito à gestão de pessoal,
públicas de educação básica que os planejamento e execução financeira
integram progressivos graus de e gestão de material e patrimônio.
autonomia pedagógica e adminis- Veja que a escola tem garantido o
trativa e de gestão financeira, obser- direito de exercer a gestão demo-
vadas as normas gerais de direito crática.
financeiro público. A partir daí a
escola tende a adquirir a capa-
cidade necessária de gerenciar
diretamente os recursos destinados
ao desenvolvimento e manutenção
do ensino, bem como a execução
dos mesmos.
Assim, esta equipe escolar precisa ter clareza de que um dos instrumentos de
garantir a democracia passa pela elaboração do Projeto Político Pedagógico (PPP). Esta
ação antecede a qualquer decisão política ou legal, uma vez que todos os envolvidos nas
práticas escolares precisam compreender que a escola estará a serviço da comunidade,
legitimando o seu papel.
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O trabalho coletivo é necessário para esta ação. Do ponto de vista
legal, a LDB 9.394/96 determina que os estabelecimentos de ensino devem
Pesquisa “elaborar e executar sua proposta pedagógica (art. 12, inciso I). Para tanto, é
e Prática preciso “articular-se com as famílias e com a comunidade” e criando processos
Pedagógica II de integração da sociedade com a escola” (inciso VI).
Atenção !
Mesmo a LDB oficializando produzido pelos diversos sujeitos
as tarefas das escolas e dos que compõem os diferentes grupos
professores em relação à construção que participam do trabalho
do PPP, é preciso emergir do contex- pedagógico.
to da escola a autonomia construída
a partir do diálogo (que se apresenta
em muitos casos conflituoso)
Há bem pouco tempo, o ato de dirigir a escola era considerado uma tarefa rotineira.
Cabia aos gestores, então chamado de Diretor, zelar pelo funcionamento da escola,
centralizando em si todas as decisões. Essa situação, teoricamente, mudou. As
transformações sociais, científicas e tecnológicas exigiram um outro modelo de escola e,
conseqüentemente, um outro perfil de dirigente, com formação e conhecimentos específicos
para assumir o cargo de diretor-gestor.
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Você Sabia?
Em algumas línguas, como o inglês, a palavra diretor significa
professor-chefe. Na maioria dos países onde a educação funciona
favoravelmente, os diretores são escolhidos por critério de mérito, a partir
de concurso de ingresso e progresso na carreira docente ou numa carreira
de adminis-tração escolar.
No Brasil, existem inúmeros do Norte e Nordeste e na maioria
sistemas de escolha de diretores. Os dos municípios) e os sistemas
mais conhecidos são os chamados mistos – prova mais eleição
“de carreira”, a exemplo do que (Minas Gerais) ou prova mais
ocorre em São Paulo, os de provas, escolha pelo Poder Público
os de eleição direta, os de indicação (exemplo do Distrito Federal).
política (notadamente nos Estados
Estudos realizados por Heloísa Lück (2000) nos informam que a gestão não traz, na
sua concepção, a depreciação da administração escolar, mas supera, sim, as suas limitações
de enfoque reduzido e simplificado visando atender a realidade cada vez mais dinâmica.
Esse enfoque, por sua vez, evidencia o conceito de liderança educacional, concepção
indispensável a um bom gestor escolar, despertando o potencial de cada pessoa na
instituição, transformando a escola em oficina de trabalho: neste espaço, todos cooperam
ao mesmo tempo em que aprendem e ensinam, fazendo com que a instituição funcione
com eficiência e eficácia, a partir deste exercício efetivo de liderança.
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Pesquisas realizadas por Rosamaria Calaes de Andrade (2004)
sugerem, para que a escola legitime a sua função social, que a direção
escolar supere o enfoque de administração e construa o de gestão,
Pesquisa observando as seguintes transformações:
e Prática
Pedagógica II
Você Sabia?
Em alguns Estados brasileiros, devido às exigências legais indicadas
na LDB 9394/96, um Projeto Político Pedagógico que servia para muitas
escolas, encontrava-se à venda em bancas de revistas por valores irrisórios,
custando, em média, R$ 30,00.
Interessante é identificar que os autores destes projetos eram
educadores que pensavam ser mais fácil comprar o referido documento do
que construí-lo na escola.
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Percebe-se que o Projeto Político Pedagógico servia apenas para cumprir aspectos
legais, esquivando-se do que a LDB, no artigo 12, legitima, como incumbência da escola
de “elaborar e executar a sua proposta pedagógica e de informar aos pais e responsáveis
sobre a sua execução”. Esta atitude acarretaria a necessidade do planejamento, conceito
que você já construiu ao participar da disciplina Didática.
Para refletir...
A escola e a equipe que a constitui precisam planejar porque a LDB
estabeleceu esta exigência?
É preciso planejar para cumprir cobranças externas?
É legítimo comprar ou copiar projetos para entregar aos órgãos do
sistema para cumprir exigências?
É de extrema importância implementar a prática do planejamento,
da elaboração de projetos porque são processos necessários, parte
da caminhada no sentido de resgatar o papel da escola no exercício
da cidadania e o trabalho do professor em busca de uma gestão
democrática?
É com você, aluno(a)! Sua participação na gestão da escola que se
diz democrática é fundamental!
Momento de Revisão !
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2. Um bom gestor é aquele que é capaz de sentir o que está acontecendo
no grupo e é capaz de ter atitudes adequadas para ajudar o grupo a
ultrapassar os seus problemas.
Pesquisa
e Prática 3. A gestão participativa exige uma mudança de atitude da comunidade
Pedagógica II escolar, o que implica envolver-se no processo de construção do PPP,
promovendo um diálogo permanente com o cotidiano da escola, num
exercício pleno de cidadania.
6. A experiência educativa precisa manter seu caráter formador, uma vez que o ensino
do conteúdo não é suficiente para o desenvolvimento moral dos educandos.
7. A educação precisa ser concebida como o ato de formar; e esta formação supõe o
exercício ético, apoiado em princípios que critiquem permanentemente os desvios de
conduta e de moral com os quais estamos convivendo nos meios social, político e
educacional.
8. O ser humano precisa ser capacitado para saber decidir quando deverá transgredir
ou não, nas situações do cotidiano. Cabe à Escola construir uma proposta de trabalho
que legitime esta premissa. Somos seres humanos carentes de humanidade e de
sentido ético e estético em nossas atitudes. E é na interação com o meio social, com
o outro, que adquirimos condições para desenvolver os sentimentos mais nobres.
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Atividades
Complementares
1. Com base nos estudos e nas pesquisas realizadas no contexto escolar, indique os
valores e princípios próprios da escola que deverão nortear a construção do Projeto Político
Pedagógico.
3. Após a realização da entrevista com o gestor, indique quais são as tarefas da escola
que pretende primar pela democracia.
4. Qual a sua opinião sobre a seguinte afirmação: a educação escolar é uma tarefa
mediadora que emerge do seio da prática social global.
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Pesquisa
5. Você já compreendeu que a gestão escolar é de extrema relevância
para edificar uma escola democrática. Quais são as tarefas do professor de
e Prática Biologia necessárias para concretizar a prática escolar e o compromisso
Pedagógica II social próprios desta escola?
6. Faça um esquema do conteúdo estudado neste tópico. Caso tenha dúvidas, resgate
as informações contidas no Módulo Impresso da disciplina Metodologia do Trabalho
Pesquisa Científico. Mãos à Obra!
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Estrutura e Organização da Unidade Escolar:
a Participação dos Atores Envolvidos na Escola
A escola é uma organização, uma unidade social com identidade própria, portanto,
não é um serviço local do Estado. A sua responsabilidade social é de extrema importância
para o exercício da cidadania, portanto, não é possível deixar de assumir com seriedade a
reflexão em torno dos meios que garantem o seu funcionamento. Desta forma, não basta
invocar valores como dignidade, liberdade, solidariedade e justiça, como se de simples
slogans se tratasse. Não basta advogar o ideal de uma escola humanista e democrática, é
necessário também cuidar da qualidade ética das mediações institucionais que garantem
a sua viabilização. Assim, os “quês” e os “porquês” da organização escolar deverão ser
articulados numa rede de sentido assente, obrigatoriamente, na primordialidade do “quem”.
Onde está a ética neste processo? A ética está presente nos diferentes documentos
que traduzem o rumo de cada organização e nos seus modos concretos de viver a tarefa
educativa. Observe o seguinte esquema:
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Num mundo complexo e carente de referências axiológicas, a escola
precisa assumir a sua autonomia, não abdicando de tomar posição sobre o
Pesquisa
futuro desejado e sobre as condições objetivas que tornem possível os ideais
e Prática indicados. Neste contexto, destaca-se a necessidade de estrutura e organizar
Pedagógica II a escola, buscando a participação do aluno e a auto-organização.
Nesta lógica de preocupações, aponta-se a valorização do Projeto Educativo da
Escola que, em articulação dinâmica com outros instrumentos organizacionais, permite dar
expressão à singularidade de cada cultura escolar.
Ancorada numa consciência profissional exigente, a gestão escolar não pode ficar
confinada ao plano das relações interpessoais, ela deverá ser prolongada nos espaços
institucionais e normativos que configuram as práticas. Pensamos até que é esse o lugar
privilegiado para a afirmação de um perfil profissional, de uma deontologia.
Reconhecemos que, por mais relevantes que sejam, não são suficientes os princípios
ou a consciência pessoal suficientemente inquieta com os males que dificultam a
responsabilidade de ensinar a ser adulto num mundo tão problemático e incerto. É necessário
comprometermo-nos no processo permanente de construção de referências balizadoras
do viver em comum, persistindo em definir comportamentos considerados moralmente
adequados
Esta construção passa, em grande medida, por uma tomada de posição nos
diferentes espaços de participação potencializados no âmbito de uma cultura organizacional
democrática. Acreditamos que é sobretudo nestes contextos, através de uma decisão
partilhada e colegial, tornando explícitos os valores tradicionalmente implícitos, que a ética
profissional ganha sentido e credibilidade e não na simples adoção de códigos de conduta
de caráter corporativista.
Atenção !
Precisamos de escolas com dinâmicas de participação ao nível
identidade pautada na apren- da vida escolar.
dizagem voltada para o exercício
da cidadania ativa e responsável,
reclamada pela sociedade do novo
século. Isto depende muito da
qualidade relacional e emocional
que conseguirmos imprimir nas
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O bom funcionamento da escola requer, ainda, que suas condições estruturais
estejam asseguradas em seus aspectos pedagógicos e administrativos. Assim, a criação
de normas de funcionamento, quando editadas e cumpridas pelas pessoas que fazem parte
da escola, imprimem um caráter de eficácia e de eficiência ao trabalho administrativo e
pedagógico.
Atenção !
Entre as modalidades mais Conselhos de Escolas, sendo que
conhecidas de participação estão os estes devem funcionar de forma
Conselhos de Classe e os Conselhos paritária e como instâncias má-
de Escolas, os primeiros desde a ximas de decisão dentro da escola
década de 80, sendo que o segundo no que diz respeito aos aspectos
existe em muitos municípios e administrativos e principalmente
Estados brasileiros, mas só começa pedagógicos.
a ganhar corpo a partir da Lei 9394/
96 - LDB, que manifesta a neces-
sidade de os estabelecimentos esco-
lares terem uma gestão democrática
e participativa, referindo-se aos
33
Você Sabia?
Pesquisa
e Prática O CONSELHO ESCOLAR tem um papel fundamental, tanto
Pedagógica II na observação da organização da escola,quanto em relação ao
tempo pedagógico.
Cabe ao Conselho ficar atento aos sinais que evidenciam que os estudantes
estão sendo respeitados em seu ritmo de aprendizagem e que, de fato, a
reorganização do trabalho pedagógico favorece esse ritmo.
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É preciso atentar para a necessidade de
atender às demandas das políticas educacionais
e sociais estabelecidas pela sociedade
contemporânea. Uma preocupação vem sendo
observada: os sistemas de ensino público
municipal e estadual têm buscado desenvolver
um sistema de gestão que os tornem
competentes na aquisição das habilidades
necessárias para garantir a gestão democrática.
www.smec.salvador.ba.gov.br
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Pesquisa
e Prática
Pedagógica II
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Regimento Escolar
O Regimento Escolar precisa ser elaborado pelos atores partícipes da U.E. com a
participação do Conselho Escolar. Deve ser analisado e aprovado pelo Conselho Municipal
de Educação, coordenado pelo Gestor Escolar, adequando-o às características e
peculiaridades da U.E.
Projeto Político-Pedagógico
Você Sabia?
Conheça a Base Legal para garantir a Gestão Escolar Democrática
legitimada pela Prefeitura Municipal de Salvador. Procure saber no seu
município quais procedimentos foram adotados para este mesmo fim.
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ASSOCIAÇÃO DE PAIS DE ALUNOS - APA
Regimento da Escola.
Pesquisa
Regimento da Associação de Pais dos Alunos.
e Prática
Pedagógica II CONSELHO DE CLASSE
Lei nº 9394/1996 – Estabelece diretrizes e bases da Educação
Nacional. Título IV, Artigo 12 Inciso V, VI e Artigo 13 Inciso VI.
Regimento Escolar
Um Convite!
É chegado o momento de destacar o ensino de Ciências para a
efetivação desta tarefa, contando com o seu auxílio efetivo, aluno(a):
Este ensino compreende o estudo da natureza e do ambiente,
observando-se as relações do homem com o meio físico, social e ambiental,
além da compreensão das propriedades existentes entre os fatos e
fenômenos e a apropriação de métodos e hábitos científicos, dentre outros.
Veja que o trabalho docente constitui o que chamamos de exercício
profissional do professor como compromisso social.
Então, sua responsabilidade é formar alunos para que estes sejam
cidadãos ativos e participantes na família, no trabalho, nas associações de
classe, na vida cultural e política. Trata-se de uma atividade de cunho
fundamentalmente social, uma vez que contribui para a formação cultural e
científica de um povo. Aceita este convite?
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Atenção !
A disciplina Pesquisa e Prática Pedagógica II o convida a realizar
uma investigação a respeito das práticas administrativas e pedagógicas
de uma determinada escola e refletir sobre suas finalidades.
A pesquisa sugerida consti- No caso específico da atividade que
tui-se como processo de construção lhe sugerimos, trata-se de realizar
de conhecimento sobre um objeto ou uma visita para verificar como a
problema que se considera escola se organiza e se normatiza
relevante e precisa estar fun- pedagógica e administrativamente.
damentada em proposições
teóricas, seguir um método com
rigor científico, produzir novos
conhecimentos e divulgá-los para
torná-los públicos; necessitando de
um tempo mais ou menos longo de
imersão do pesquisador no campo.
Momento de Revisão !
Assim como o mundo vem sofrendo mudanças nos setores econômicos, políticos,
culturais, geográficos, entre outros, a escola também foi afetada por uma série de fatores:
mudança nas organizações da gestão escolar, nos currículos, na concepção de avaliação,
na utilização de novos recursos didáticos (como as novas tecnologias, por exemplo), na
desvalorização da profissão docente, dentre outros.
Essas transformações estão refletidas no cotidiano escolar, uma vez que mudanças
rápidas de paradigmas interferem no interior da escola, ressignificando o seu saber, fazer
e pensar. A Escola que temos hoje passa por um momento de crise no entendimento e na
implementação de conceitos teóricos e práticos com relação à sua organização, ao processo
de ensino-aprendizagem e a rápida transformação dos conhecimentos científicos e técnicos,
princípios pelos quais o processo educacional se estrutura.
39
“Quem” são os sujeitos que lhe dão vida?
Para todos aqueles que fazem parte da escola. Para proporcionar a todas as crianças
e jovens o acesso e a permanência na escola básica, provendo-lhe de excelente formação
cultural e científica.
40
Atividades
Complementares
4. Você escolheu a profissão de educador. Quais saberes serão necessários para que
você assuma, com dignidade e coerência, este privilegiado papel de formar seres humanos?
41
Pesquisa
5. Faça um resumo informativo do texto lido. Este resumo deverá ser
construído em um parágrafo, contendo, no máximo, 500 palavras e, no mínimo,
e Prática 350. Boa leitura!
Pedagógica II
42
A Formação Continuada de Professores:
A Função da Escola como Espaço de Formação de
Seres Humanos.
Estudos desenvolvidos por Saviani (ibid) nos informam que a educação escolar
forma o sujeito para que este possa realizar o exercício consciente (direitos e deveres) da
cidadania. A escola, neste contexto, tem a tarefa de democratizar, com qualidade e “para
todos”, os conhecimentos construídos historicamente pela e para humanidade.
Para refletir...
O que significa a expressão Formação de professores ?
Formação e capacitação são as mesmas coisas ?
Estes conteúdos construídos historicamente precisam ser apropriados pelos sujeitos
que fazem parte da vida em sociedade, independente da sua história pessoal. A proposta
curricular da Escola precisa validar o princípio da identidade, buscando, em sua concepção
filosófica, política, metodológica, acolher o aluno com suas especificidades, assumindo o
compromisso de torná-lo mais cidadão, mais humano.
?
?
Será que os professores de Biologia compreendem a
importância de abordar o conteúdo tomando como base a idéia de
identidade? Os professores desta área de conhecimento foram
formados para compreenderem esta questão?
Você Sabia?
A biologia é a ciência da vida
(do grego bios= vida e logos = estudo).
O Biólogo é o profissional que
debruça-se sobre as características e
o comportamento dos organismos, a
origem de espécies e indivíduos, e a
forma como estes interagem uns com
os outros e com o seu ambiente.
(http://pt.wikipedia.org/wiki/Biologia)
43
O ensino de Biologia tem sido alvo, principalmente nas últimas décadas,
de análises e críticas por aqueles que se preocupam com a qualidade e a
importância de uma educação que leve em consideração a realidade
Pesquisa
sociocultural em que os alunos estão inseridos. Como enfrentar as dificuldades
e Prática relacionadas à formação do professor para atuar no ensino de Biologia?
Pedagógica II Discutir a formação dos profissionais da educação escolar no cotidiano da
Escola Básica significa colocar realidade no contexto mais amplo da
democratização do ensino e da própria sociedade brasileira. Isto significa
assumir a formação do educador como um meio e não como um fim em si.
Contudo, vale destacar que a formação do educador não vai resolver, por si só, a
questão da democratização do ensino, mas, certamente, terá uma função importante no
processo de construção da Escola que se quer democrática. Esta Escola necessita de
educadores mais competentes para que cumpra, de maneira diferenciada, para melhor, a
sua função social.
Para refletir...
Educadores competentes necessitam, sem dúvida alguma,
de condições mínimas de trabalho; dentre elas, a questão salarial
é ponto de partida para qualquer discussão de propostas que
visem melhorar o ensino brasileiro.
?
?
Mas quem é este professor de Biologia? Qual a sua formação?
Este profissional tem conhecimentos necessários para participar da
gestão escolar?
Atenção !
As principais críticas atribuídas a esse modelo dizem respeito à
separação entre teoria e prática na preparação profissional, a prioridade
dada à formação teórica em detrimento da formação prática e a concepção
da prática como simples espaço de aplicação de conhecimentos teóricos.
Você concorda que esta separação é inadequada?
44
? Um outro limite deste modelo consiste em acreditar que o
domínio dos conteúdos específicos que se vai ensinar é suficiente
para ser um bom professor. Isso significa, por exemplo, que, para ser
?
um bom professor de Biologia, basta o domínio dos conhecimentos
específicos dessa área do conhecimento. Com os conhecimentos
que você já construiu ao longo do seu curso de Biologia, é possível
validar esta afirmativa?
? Este mesmo autor enfatiza que, por essa via, o contato com a
?
prática docente aparece desde os primeiros momentos do curso de
formação. Você percebeu agora a importância da disciplina Pesquisa
e Prática Pedagógica para o seu curso?
Porém, o autor alerta para que também não ocorra uma supervalorização da prática
em detrimento da teoria: “ a prática pedagógica não é isenta de conhecimentos teóricos e
que estes, por sua vez, ganham novos significados quando diante da realidade escola
“(PEREIRA, 1999, p.114).
É possível perceber, diante do exposto, que o modelo da RP nos indica que a ação
pedagógica ganha um espaço que se destaca muito mais quando comparado ao modelo
anterior, no qual a teoria é concebida como o eixo da formação: enquanto a RT valoriza
demasiadamente a formação teórica da área específica de referência, acreditando que
isso seja suficiente para se formar um bom professor, a RP propõe que a prática seja o eixo
da formação docente. Em qual modelo está baseado o seu curso?
45
Você Sabia?
A institucionalização dos cursos superiores de formação
Pesquisa
e Prática
de professores começou efetivamente no Brasil na década de
Pedagógica II 1930, apresentando como referencial a criação da Universidade
do Distrito Federal, instituída em 1935 por Anísio Teixeira, onde
se propôs uma escola de nível superior para formar todos os
professores, inclusive aqueles voltados à escolarização inicial.
Essa proposta foi extinta em 1939, tomando espaço a formação
de professores para o ensino básico
(SCHEIBE; DANIEL, 2002).
Até agora tratamos apenas da formação inicial do professor. Mas será que ela se
esgota na graduação? Decerto que não! Para conquistar esta almejada autonomia, aluno(a),
é necessário investir na formação continuada. Este deve ser um espaço que possibilite
ampliar os conhecimentos da área em que o professor atua, além de proporcionar
discussões teóricas sobre problemas práticos do cotidiano escolar.
Para refletir...
Para que a escola seja a burocracia intransponível que
edificada como espaço de impede os afastamentos para a
formação de seres humanos, freqüência em cursos de atualização
associada ao cotidiano escolar, é e/ou formação continuada, além da
preciso superar as dificuldades que falta de material alternativo ao livro
interferem na condução das suas didático e de boa qualidade.
aulas, como o excesso de trabalho,
46
Atividades
Complementares
47
PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO:
Pesquisa
e Prática
A GESTÃO DA ESCOLA E DA SALA DE AULA
Pedagógica II
O Projeto Político-Pedagógico da Escola:
Metodologia de Trabalho para Elaboração Deste Documento.
Estes tão conhecidos autores, discípulos de Paulo Freire, nos alertam que a
elaboração de um Projeto Político-Pedagógico (PPP) ultrapassa a mera elaboração de
planos, que só se prestam a cumprir exigências burocráticas. Este conteúdo, para ser
compreendido por você, caro(a) aluno(a), precisa antes ter estudado os fundamentos
indicados no TEMA 1 deste Módulo Impresso e os seus desdobramentos.
Veiga (2000) nos informa que o termo político aparece para destacar
que a ação pedagógica é um ato político, assim caracterizado por estar
formando cidadãos para determinada sociedade, que exige da escola
uma formação escolar que propicie competência profissional e vivência
democrática, participativa, crítica, responsável e ética.
48
possuem maior poder, ou para desvelar a própria forma como a escola se articula com a
sociedade e seu projeto político.
Todo Projeto Político da Escola possui uma dimensão pedagógica, uma vez que
reflete a intencionalidade da escola, define as ações educativas e as características próprias
de um determinado contexto para que a escola possa cumprir seus propósitos, validando
suas intenções.
Para refletir...
Qual é, na sua opinião, a intencionalidade da escola?
Veiga (ibid) acredita que é a formação do cidadão participativo,
responsável, compromissado, crítico e criativo. E você?
49
A prática de construção de um projeto precisa estar amparada por
concepções teóricas sólidas e supõe o aperfeiçoamento e a formação das
Pesquisa
pessoas envolvidas neste processo. Neste caso, os Conselhos Escolares
e Prática precisam ser atuantes e esta atuação será percebida no interior da Escola e
Pedagógica II das comunidades diretamente envolvidas. O resultado desta ação influencia
e provoca transformações nas instâncias educacionais que, historicamente,
têm ditado o como, o porquê, o para quê, o quando e o onde planejar. Observe,
pois, que a atividade de planejar é científica, sistemática, com objeto de
estudo definido, apresenta método, critérios necessários para viabilizar a ação
de quem planeja, notadamente quando se trata de uma ação coletiva, além
de viabilizar a execução e avaliação do que foi planejado.
Você Sabia?
Neves (1995) identificou as seguintes características do PPP:
50
Para elaborar este documento, necessário se faz atentar para os seguintes
procedimentos, interligados e ordenados, seguindo um método, a saber:
Atenção !
Não existe um único modelo para tornar exitosa a ação educativa
da Escola. Cada U.E é fruto de suas contradições e o caminho que pode
ser coerente numa determinada conjuntura, num determinado local, pode
não o ser em outro contexto.
51
Momento de Revisão !
Pesquisa
e Prática
1. Os estabelecimentos de ensino elaboram, executam e informam os
Pedagógica II pais e responsáveis sobre a execução da proposta pedagógica;
5. O PPP é importante para a escola e sua gestão porque possibilita implementar ações,
metas e estratégias na configuração de um projeto político-pedagógico, no qual a
integração entre a escola e a comunidade e os agentes educativos entre si é a base
fundamental para sua sustentação.
52
Atividades
Complementares
53
5. Reportando-nos aos quatro pilares da educação que ressaltamos na
construção do Projeto (aprender a conhecer, a fazer, a conviver e aprender a
Pesquisa ser), qual a sua importância na efetivação de uma prática educativa a serviço
e Prática das aprendizagens dos alunos?
Pedagógica II
Projeto de Ensino-Aprendizagem:
Concepção de Educação, Currículo e Conhecimento.
Quem educa o educador?1 Educa-o a vida, que é construção de quem vive. A vida
humana, dupla construção de si mesma e do mundo, ensina a ensinar quem, na vida, aprende
a aprender.
Quem educa o educador? Educa-o quem o precedeu em seu labor. Porque nossa
vida é construção histórica e a missão de educar se funda na elaboração de outras
experiências, na história do educar. Educar exige teoria. Reconhece-se, no espaço de
formação, conceitos esquecidos ou não percebidos de fundamental importância para a
construção de uma proposta de trabalho coerente, resgatando nos alunos assistidos o
desejo de aprender.
Quem educa o educador? Educa-o seu trabalho, sua meta de formar, recíproca e
coletiva, partindo do diálogo permanente no espaço escolar e em outros espaços. A escola
é o lugar onde educadores e educandos trocam seus papéis continuamente, questionando
e sendo questionado. Só ensina quem aprende e, porque aprende, aprende a ensinar.
54
Por isso, para falarmos do Projeto de Ensino-Aprendizagem, é preciso nos referir
ao PPP elaborado pelo atores partícipes de uma determinada U.E. para que a proposta a
ser construída pelo professor não seja vista de forma desvinculada dos demais elementos
indicados no plano maior (PPP), pois as mudanças na forma de desenvolvimento desse
processo implicam, necessariamente, mudanças nas formas da ação avaliativa e, do mesmo
modo, as alterações no processo de avaliação poderão conduzir a uma transformação no
processo de ensino. Veja, então, a importância da sua participação na elaboração deste
documento institucional.
Atenção !
Toda prática pedagógica ser partilhada e construída por todos
precisa estar consubstanciada com os sujeitos que atuam e dão sentido
uma teoria ou teorias. Elas devem ser e significado à U.E.
coerentes com as intenções educativas
a que correspondem. Uma unidade
pedagógica é fundamental para que o
sistema reflita tais intenções. Faz-se
necessário uma concepção que deve
55
Para refletir...
À luz dessa filosofia, o estímulo à criatividade e ao
Pesquisa processo de ensino-apren- permanente exercício do
e Prática
dizagem permite ao aluno raciocínio crítico, analítico e
Pedagógica II construir, em parceria com o sistêmico, consolidando o
professor, a sua formação desenvolvimento de saberes,
intelectual. Contextualiza-se, conforme estudos realizados
sob esta ótica, o crescente por Paulo Freire (1996).
Atenção !
Um dos aspectos mais caracterizam-se por serem atividades
complexos do Currículo Escolar é intencionais, o que significa que tratam
a definição das intenções educa- de responder a alguns propósitos
tivas de forma coerente, concreta, (objetivos) e a perseguir a consecução
para nortear a prática docente, per- de algumas metas (resultados).
mitindo ajustes mediante a diversi-
dade de situações e de contextos
nos quais se forma o processo de
ensino e de aprendizagem. As ati-
vidades educativas escolares
!
requer a substituição dos objetivos comportamentais por objetivos cognitivos,
que podem ser concretizados em função do conteúdo aprendido pelos alunos
de forma contextualizada, estabelecendo as atividades de ensino e
aprendizagem das quais irão participar.
56
Os conteúdos curriculares têm valores importantes para a formação dos alunos.
Devem ser o ponto de partida tanto para selecionar quanto para planejar as atividades
realizadas nos espaços de aprendizagem e indicar os resultados esperados da
aprendizagem dos educandos (marcos de aprendizagem). De acordo com esta proposta,
a meta da educação escolar é desenvolver saberes que permitirão que os alunos continuem
aprendendo e utilizando o que sabem para viver e conviver com os outros, melhorando o
ambiente natural e social de que fazem parte.
a) O que ensinar
· Objetivos Gerais da Educação (Infantil, Ensino Fundamental, Ensino Médio);
· Objetivos gerais das disciplinas e áreas de conhecimento;
· Conteúdos das disciplinas e áreas de conhecimento;
· Conteúdos interdisciplinares.
b) Quando ensinar
· Seleção e seqüênciação dos conteúdos (Planejamento da Unidade/Quinzenal)
c) Como ensinar
· Critérios e opções metodológicas;
· Decisões sobre agrupamentos de alunos;
· Decisões sobre organização de tempo e espaço;
· Materiais curriculares e recursos didáticos.
Para que estes elementos ganhem sentido, necessário se faz definir DIRETRIZES
PARA O DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO PEDAGÓGICO
57
Você Sabia?
As referências que necessárias para assegurar o
Pesquisa alimentam a Proposta Cur- desenvolvimento harmônico
e Prática ricular são sócio-ideológicas, dos alunos. Por outro lado, uma
Pedagógica II antropológicas, psicológicas e boa prática docente será
pedagógicas. O Currículo aquela em que essa variedade
Escolar desempenhará me- de intenções educativas se
lhor sua função se levar em reflita claramente nas ativi-
conta, com equilíbrio exigido dades de ensino e de apren-
pelas características de cada dizagem, realizadas na sala de
etapa, todas as capacidades aula.
Conforme estudos desenvolvidos por Coll (1987), optamos por definir as intenções
educativas respeitando as características de um currículo democrático, observando os
resultados esperados da aprendizagem dos alunos e os conteúdos que deverão ser
abordados, mediante escolaridade, por segmento, área de conhecimento. Assim, as
intenções educativas dependem dos saberes enunciados nos objetivos gerais de cada
etapa educativa: educação infantil, ensino fundamental, Ensino Médio e Educação de Jovens
e Adultos. Este conteúdo será abordado de forma mais densa na próxima disciplina,
Pesquisa e Prática Pedagógica III.
Até hoje a literatura referenda que o papel atribuído à educação escolar tem priorizado
as capacidades cognitivas, mas nem todas, e sim aquelas que têm considerado os mais
relevantes: as que se referem às disciplinas tradicionais dos currículos. Você deve ter visto
esta situação ao realizar a Pesquisa de Campo, notadamente ao observarem a sala de
aula.
58
Consideramos que a Escola também deve se ocupar dos saberes necessários para
a formação integral da pessoa. Educar, neste contexto, traduz-se em formar pessoas que
não estão parceladas em compartimentos estanques, em capacidades isoladas. Quando
se tenta potencializar certo tipo de saber cognitivo, ao mesmo tempo se está influindo no
saber fazer, saber ser, saber conviver. A capacidade de uma pessoa para se relacionar
depende das experiências vivenciadas e a escola é um lugar preferencial para se
estabelecer vínculos e relações que definem e condicionam as próprias concepções
pessoais sobre si e sobre os outros. É preciso compreender que tudo quanto o professor
promove, por menor que seja, incide em maior ou menor grau de formação dos alunos. A
maneira de conduzir a aula, os tipos de incentivos, as expectativas depositadas, os materiais
utilizados, cada uma dessas decisões veicula determinadas experiências educativas.
O papel dos saberes. O que são saberes? Como podemos conceituar como
sendo um ensino por saberes?
Podemos conceituar saber como o ato de pensar com entendimento, ação própria
do ser humano, fundamentada na ética, na visão de mundo alicerçada em rigorosidade,
pesquisa, criticidade, risco, humildade, bom senso, tolerância, alegria, curiosidade,
esperança, competência, generosidade, disponibilidade. Para Freire (1996), a Pedagogia
não está mais centrada apenas na Didática, mas também na ética e na filosofia. O que faz
a diferença, neste contexto, é a vivência do estudante, sua capacidade de adaptar-se a
novas situações, seu espírito crítico, facilidade de comunicar-se, capacidade de lidar com
pessoas e de trabalhar em equipe.
Atenção !
Entendemos que os saberes atividades e tarefas que propor-
relacionam-se a três elementos cionem tais saberes. A pergunta
importantes. O primeiro seria a implícita que se faz neste espaço de
condição do sujeito em aprender, no organização do planejamento é “o
sentido de ser consciente de sua que o aluno precisa saber para...”.
capacidade de. O segundo estaria É fundamental e de extrema relevância
relacionado à mobilização de que os planejamentos dos professores
situações e recursos necessários contemplem tais saberes e que sejam
para abordar questões complexas, propostas atividades e tarefas que
compreendendo os conteúdos corroborem para tal formação. No
específicos para a sua resolução. O âmbito de um ensino voltado para o
terceiro refere-se aos recursos desenvolvimento de saberes, no
cognitivos/intelectuais, emocionais, entanto, não basta que sejam
éticos e criativos do sujeito. Estes desenvolvidas as habilidades (o fazer),
saberes são aprendidos. Aprendemos mas que seja pedido que os alunos
a identificar, correlacionar, analisar, sejam criativos, autô-
avaliar, manipular, realizar pesquisas, nomos, para que, de
organizar. Para que tais saberes fato, estejamos for-
sejam aprendidos, é necessário que mando “gente mais
durante as aulas, os alunos realizem gente”.2
2
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia. São Paulo: Paz e Terra, 1996
59
O papel dos Conteúdos. Que conteúdo ensinar?
Saiba mais !
Partindo do pensamento Freireano, pode-se afirmar, pelo menos,
sete teses sobre a construção do conhecimento:
a) o que é conhecer; e) conhecimento e interesse;
b) como se conhecer f ) todos podem conhecer;
c) o que conhecer; g) só é válido o conhecimento compartilhado.
d) por que conhecer;
3
COLL, César, 1992. ZABALA, Antoni, 1998. PCN/MEC, 1996
4
Conforme PCN Ensino Fundamental 5ª a 8ª
60
O papel da seqüência didática. Como organizar uma seqüência didática?
Ensinar envolve estabelecer uma série de relações que devem conduzir à elaboração,
por parte do aluno, de representações pessoais sobre o objeto de conhecimento. Quem
aprende utiliza sua experiência e os instrumentos cognitivos que possui para dar uma
interpretação pessoal e subjetiva do novo conhecimento que se apresenta. Portanto, pode-
se concluir que em cada pessoa o resultado desse processo de conhecimento será
diferenciado.
Atenção !
A Proposta Pedagógica aluno significa que ele deve entender
definida nos documentos divul- o que faz e porquê faz, tendo
gados pelo MEC pauta-se no consciência do processo que está
princípio da atividade mental do seguindo. Isto vai lhe permitir dar-se
aluno – e, portanto, também da conta de suas dificuldades e, se for
diversidade. Apesar disso, situar o necessário, pedir ajuda. Também vai
eixo no aluno ativo não significa lhe permitir experimentar,
promover uma atividade compulsiva, o que o motiva a seguir
reativa, nem tampouco atribuir aos tentando.
professores um papel secundário.
Promover a atividade mental do
Para que o aluno compreenda o que faz, depende, em grande medida, que seu
professor seja capaz de ajudá-lo a compreender a dar sentido ao que tem em mãos, isto é,
depende de como se apresenta, de como tenta motivá-lo, na medida em que o faz sentir
que sua contribuição será necessária para aprender. Outrossim, para que os alunos possam
seguir o processo e situar-se nele, depende também do grau de contribuição do professor
com sínteses e recapitulações, com referências ao que já se fez e ao que resta por fazer; os
critérios que pode transmitir acerca do que constitui uma relação adequada entre alunos e
professores, avaliar o próprio saber, aproveitar as ajudas que lhes são oferecidas e, se for
necessário, pedi-las.
61
O papel da avaliação. Como avaliar?
Atenção !
A avaliação deve ser discu- conteúdos trabalhados, bem como
tida no âmbito do Projeto Peda- sua participação em sala de aula e
gógico, buscando coerência entre assiduidade com as tarefas, sem
teoria e prática. O processo de ava- indicação de nota. Sendo um
liação pode ser compreendido em processo contínuo, a avaliação da
duas dimensões que ocorrem para- aprendizagem auxilia o professor no
lelamente ao longo do ano letivo. A 1ª planejamento e replanejamento de
dimensão centra-se no âmbito da sala suas aulas e de suas intervenções em
de aula e podemos chamá-la de sala de aula e em relação aos seus
avaliação de aprendizagem dos alunos.
alunos. Esta dimensão deve estar
prevista nos planejamentos das aulas
e tem por função avaliar o “rendi-
mento” do aluno em relação aos
62
Indicamos algumas questões, baseados nos estudos realizados por Hoffman (2005),
que devem orientar o professor a realizar uma avaliação mais formativa, no sentido de
colaborar para o replanejamento de sua prática e para a formação de seus alunos:
Momento de Revisão !
4. É importante reunir os professores e toda a equipe escolar para que juntos possam
discutir a importância do Projeto na construção da identidade e autonomia da escola,
analisar os objetivos e finalidades do projeto; refletir sobre a clareza dos fundamentos
teóricos e metodológicos que embasarão o projeto; discutir a proposta metodológica
em construção do projeto.
63
5. Para operacionalizar o PPP são imprescindíveis algumas ações:
discutir com a comunidade escolar o significado do PPP; constituir
uma Comissão composta por segmentos da comunidade escolar que
Pesquisa organize e coordene o processo na escola, em sintonia com os outros
e Prática colegiados escolares; Criar espaços para que toda a comunidade
Pedagógica II escolar possa discutir e decidir ações priorizadas nos fóruns
promovidos pela escola, dentre outras.
6. O projeto não pode ser uma camisa de força para a escola e para o professor. Com
o crescimento da autonomia escolar, a avaliação Institucional tornou-se uma ação
indispensável para a garantia da efetivação dos princípios basilares de uma educação
de qualidade, evidenciada na proposta pedagógica da escola.
64
Atividades
Complementares
65
O Fundeb, Fundescola e o Pde: Informações e
Pesquisa
Recursos Necessários Para Garantir a Autonomia da Escola
e Prática
Pedagógica II
FUNDEB
Fundo de Desenvolvimento e Manutenção da Educação Básica
www.mec.gov.br/sef/fundeb
Você Sabia?
O FUNDEB (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação
Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação) terá a duração de 14
anos (2006-2019), com o intuito de atender os alunos da educação infantil, do
ensino fundamental e médio e da educação de jovens e adultos.
Sua implantação foi O FUNDEB terá a finalidade de
programada de maneira gradativa aumentar os recursos aplicados pela
nos quatro primeiros anos.Está União, estados e municípios na
previsto no quarto ano de vigência educação básica pública e melhorar a
atender 47,2 milhões de alunos com formação e o salário dos profissionais
investimentos públicos anuais de R$ da educação.
50,4 bilhões, dos quais R$ 4,3
bilhões serão provenientes da União
.
www.brasilescola.com/pedagogia/fundeb-fundef.htm
66
FUNDESCOLA
Fundo de Fortalecimento da Escola
www.fnde.gov.br
Você Sabia?
É papel do FUNDESCOLA viabilizar, em regime de parceria e
responsabilidade social, a eficácia, eficiência e eqüidade no ensino
fundamental público notadamente nas regiões Norte, Nordeste e Centro-
Oeste, através da oferta de serviços, produtos e assistência técnico-financeira
criativas e pedagogicamente bem fundamentadas, que tem como meta o
ensino-aprendizagem além das práticas gerenciais das escolas e secretarias
de educação.
Para que você precisa saber sobre estes dois Programas do Governo Federal,
futuro(a) professor(a) de Biologia? Para saber de onde vêm os recursos que chegam à
Escola Básica. E saber, também, como desenvolver Projetos para trazer estes recursos
para a U.E.
67
Sabe por quê? Com destes programas surge o Plano de
Desenvolvimento Escolar (PDE), que tem como objetivo a melhoria da gestão
Pesquisa escolar em seu contexto global, uma vez que abraça questões pedagógicas,
e Prática
administrativas e financeiras.
Pedagógica II
O PDE é coordenado pela diretoria da instituição e desenvolvido de maneira
participativa pela comunidade escolar.
Você Sabia?
O PDE atende a 4,5 milhões de estudantes em 7.300 escolas de
347 municípios dos 19 estados das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.
Os recursos financeiros que chegam à Escola via PDE são utilizados na promoção
de cursos voltados para a formação de professores, gestores e funcionários.
Atenção !
Recebem recursos financeiros e apoio técnico para
elaborar o PDE, as escolas que tenham a partir de 100 alunos,
organizem unidades executoras, disponham de condições mínimas
de funcionamento e possuam liderança forte.
A partir dos objetivos, a escola define o conjunto de ações e metas que transformarão
sua visão de futuro em realidade.
68
Para refletir...
Afirma-se que a autonomia didáticos e tecnológicos; igualmente
financeira fortalece a identidade da importante é a adoção de medidas
escola e incentiva a participação da de manutenção e melhoria da
comunidade em seu apoio. A melhoria gestão e autonomia das escolas,
da qualidade do ensino será asse- além do treinamento prático e no
gurada também pela otimização de serviço para docentes e direção da
recursos e pelo investimento em escola. Você concorda com esta
insumos e inovações, como materiais afirmativa?
Momento de Revisão !
69
Atividades
Pesquisa Complementares
1.
e Prática
Pedagógica II
Você é membro do Conselho Escolar de uma determina U.E. Os
membros do referido Conselho o indicaram para fazer uma palestra para a Plenária, ou
seja, as pessoas que fazem parte diretamente da escola (funcionários, professores, pais,
alunos e comunidade). A palestra tem como tema O FUNDEB, FUNDESCOLA E O PDE:
INFORMAÇÕES E RECURSOS NECESSÁRIOS PARA GARANTIR A AUTONOMIA DA
ESCOLA. Quais seriam as informações que você traria para este público? Faça um roteiro
da sua palestra.
70
A Gestão da Escola e a Gestão da Sala de Aula:
Por onde Começar?
Qual é a escola temos? Qual é o modelo de Gestão ainda presente nesta escola?
Como os professores participam desta gestão? O PPP é um documento real, ou faz parte
do ato burocrático ainda presente nos órgãos federais, municipais e estaduais? Os Cursos
de Formações de Professores, sobretudo as Licenciaturas, estão contemplando, em sua
proposta curricular, situações problematizadoras que convidem os alunos a refletirem sobre
as mazelas próprias da gestão escolar que interferem diretamente na sala de aula ou ainda
reservam-se ao ensino exclusivo de métodos e técnicas?
Estudos desenvolvidos por Sousa e Correa(2002) nos informam que a reflexão sobre
a prática pode ser alicerçada por questões próprias da gestão escolar, a organização do
trabalho pedagógico de forma democrática, a gestão da sala de aula, espaço em que o
pedagógico e o administrativo se confrontam em vários aspectos.
?
promovendo a aprendizagem numa perspectiva interdisciplinar,
globalizada, contextualizada e organizada a partir de problemas reais
dos alunos na sala e fora dela, e da escola.
Afinal, o que são Projetos Didáticos? Você já estudou este conteúdo em Didática.
Vamos apenas pontuar alguma questões necessárias para nossa reflexão.
71
Você Sabia?
O “método de projetos” presentaram este movimento.
Pesquisa
e Prática surgiu no Brasil no bojo do Os dois últimos (Dewey e
Pedagógica II movimento conhecido como Klpatrick) foram os idealiza-
escolanovista, oriundo da dores do chamado criadores do
“Escola Nova”, caracterizado “método de projetos”. Suas
pela posição aos princípios e propostas pedagógicas foram
métodos da Escola Tradi- disseminadas no Brasil por
cional. Os educadores Maria Lourenço Filho e Anísio Teixeira.
Montessori, Ovídio Decroly, Esta proposta não é nova, como
Edouard Claparède John podemos concluir.
Dewey William Kilpatrick re-
Você Sabia?
Na Pedagogia Tradicional os portuguesa, ciências etc. Você ainda
conteúdos escolares eram lembra de algum conceito abordado na
abordados de forma fragmentada, o disciplina Biologia, quando você ainda
que conduziu a uma organização era estudante do Ensino Médio? Havia
segmentada do conteúdo e tempo alguma relação com a Química e a
escolares. Por esta razão, ainda Física? E hoje, como está esta
temos hoje em nossa escola os abordagem?
horários específicos para língua
72
Você, em breve, estará assumindo uma sala de aula. Como será a sua pratica?
Por onde começar?
Vamos, de forma objetiva, indicar algumas questões que consideramos de suma
importância para que você possa, com competência, assumir a sua profissão. Vamos lá?
Como elaborar um Projeto? Primeiro, você e seu grupo precisam definir qual a
finalidade do projeto. É resolver um problema de ordem prática? É o estudo de algum
assunto atual, de interesse dos alunos? É para melhorar algum saber (leitura, escrita)
que os alunos apresentam dificuldade?
! Sabemos que você, aluno(a), está muito bem orientado sobre o seu
papel na formação de seres humanos. A escola deve formar para a
cidadania, então, o exemplo precisa começar neste espaço (ESCOLA) e
você é um dos representantes desta idéia. A gestão que se quer democrática
pode melhorar o que é definido como papel da escola no exercício da
cidadania, ou seja, o ENSINO. Assim, o convite realizado pela disciplina
Pesquisa e Prática Pedagógica II de participar da/na gestão da escola
proporcionará um melhor conhecimento do funcionamento da escola e do
papel de cada pessoa partícipe deste processo, através, sobretudo, do
contato permanente entre professores e alunos, aproximando as
!
necessidades dos alunos, oriundas do seu contexto de vivência, dos
conteúdos que serão mediados por vocês, caros(as) alunos(as), futuros
professores de Biologia.
Mãos à Obra!
73
Atividade
Pesquisa
e Prática
Orientada
Pedagógica II
Amigo(a),
Etapa 1
Elaboração do Relatório
Etapa 2
Elaboração do Cartaz
O cartaz é uma forma de comunicação visual que deve expor a quem o observa e
analisa todas as informações que se pretende transmitir de forma clara, organizada, coerente
e com bom aspecto. O cartaz não deve deixar dúvidas quanto às informações transmitidas
e deve nortear a apresentação da equipe no seminário. Deve ser ilustrado, instigante, sem
perder o caráter acadêmico. Consulte as orientações dadas para a construção do cartaz,
em PPPI.
A seguir daremos as orientações para a realização das etapas.
74
Etapa 3
Elaboração do Folder
Caro(a) educando(a),
· 3 horas de pesquisa;
· 3 horas de elaboração do relatório;
· 2 horas de reuniões.
75
Em relação à pesquisa, o material impresso de PPP I nos diz que
“constitui-se em requisito indispensável à elaboração do seminário”. Então,
esperamos de você responsabilidade com a construção do seu próprio
Pesquisa
conhecimento.
e Prática Utilize os momentos fora da tutoria para ampliar o seu conhecimento
Pedagógica II com pesquisas que enriqueçam a sua formação e a construção do seminário.
Busque aprofundar-se mais sobre o papel da entrevista, da análise documental
e da observação numa pesquisa científica. Busque também conhecer mais sobre o papel
do relatório como instrumento de comunicação de resultados de pesquisas. Entendam
melhor a técnica de estudo do seminário.
Para tal, você dispõe, nas referências deste material impresso, de alguns autores
que tratam de abordagens qualitativas da pesquisa e metodologia do trabalho científico.
Lancem mão desses, de outros autores e também da Internet, afinal, você já recebeu no
AVA do PPP I orientação sobre “como fazer uma pesquisa inteligente na Internet”.
Aqui, você e sua equipe deverão estar elaborando um relatório, um cartaz, um folder
e um seminário, buscando estabelecer relações com os dados levantados e registrados na
entrevista e na análise documental e na observação.
Agora, mãos à obra!
Paute a primeira reunião com sua equipe para organização, leitura e análise coletiva
de todo material desenvolvido e trabalhado nas disciplinas anteriores. Todo este material
se constitui num processo evolutivo de construção do seminário que culminará em uma
apresentação presencial. Assim, tudo isto lhe servirá de norte ao desenvolvimento desta
atividade.
Juntos, façam registros dos pontos que a equipe julga mais relevante. Comecem a
exercitar pensamentos e atitudes coletivas. Isto é muito favorável ao êxito de um trabalho de
grupo.
76
Etapa 01: Elaboração do Relatório de Observação
Em resumo, parta do princípio de que a construção do relatório tem por maior objetivo
divulgar os dados obtidos em suas “andadas” na escola, orientadas nesta disciplina.
Por este motivo, você e sua equipe têm que se organizar no sentido de realmente
selecionar e ordenar os fatos e situações que foram mais relevantes na sua atividade de
observação. Isto é fundamental para o desenvolvimento da escrita do relatório.
CAPA, contendo:
·Nome da instituição responsável;
·Título;
·Local;
·Ano de publicação, em algarismo arábico.
CONTRA-CAPA, contendo:
·nome da instituição, curso, disciplina, orientador(a);
·título;
·nome do relator;
·local;
·ano da publicação em algarismos arábicos.
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SUMÁRIO: relação das etapas do trabalho, na ordem em que aparecerão
no desenvolvimento do relatório.
Pesquisa
e Prática RESUMO: síntese do conteúdo do relatório, destacando os aspectos mais
Pedagógica II relevantes. O resumo não deve ultrapassar 10 (dez) linhas. Ao final do resumo,
deve-se listar até 03 (três) palavras-chave do trabalho.
Conclusões: Onde deve ser feita uma revista crítica e reflexiva no corpo do
desenvolvimento para expor as conquistas alcançadas, as conseqüências e implicações
dos fatos e situações levantadas, as limitações, as expectativas, etc.
Aqui, é importante você estar revendo a etapa número 01 de PPP I, Produção Textual,
porque valem muito a qualidade do texto produzido e o modo como vocês utilizam este
texto para argumentar, justificar, ilustrar suas conclusões.
Você já deve ter observado que existe uma padronização para essas referências.
Elas seguem às normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT.
Busque a ABNT em bibliotecas. Conhecer a ABNT é extremamente importante para o
desenvolvimento deste e de qualquer trabalho científico.
ANEXOS: têm por finalidade esclarecer ou documentar o que foi exposto no corpo
do relatório. Devem ser enumerados e receber títulos.
!
Referências e Anexos devem ser utilizados como títulos, no início da página
destinada a cada um deles.
E aí, já começaram?!
78
Etapa 02: Elaboração do Cartaz
- tratando-se de um recurso didático, deve ter uma organização que lhe confira
clareza e objetividade dos conteúdos;
- tratando-se de um recurso pedagógico, deve servir de apoio à apresentação de
toda a equipe;
- tratando-se de um material ilustrativo, deve ter uma diagramação com capacidade
de provocar fruição, mas sem perder de vista o seu caráter acadêmico;
- tratando-se de um recurso complementar à exposição oral, deve manter uma
coerência com o que está sendo exposto oralmente.
! Caprichem no cartaz!
Ele vai expressar a qualidade do seu trabalho coletivo, antes,
durante e mesmo depois da exposição oral do seu seminário presencial.
!
Etapa 03: Elaboração do Folder
Para a elaboração do folder, você pode seguir a orientação dada em PPP I e que
consta no modelo que está no anexo 02.
Em PPP I, você já obteve orientação acerca de Seminário. Viu que ele abraça as
atividades de pesquisa, discussão e debate.
Fique ligado(a) na importância da clareza e objetividade com que você e sua equipe
tratarão os fatos e situações levantadas, discutidas e analisadas!
79
O relatório construído se constitui no eixo norteador da apresentação
oral do seminário. Tenham como objetivo do grupo a sua compreensão e visão
global por todos os membros da equipe.
Pesquisa
e Prática O fato da exposição oral se caracterizar pelo trabalho colaborativo é o
Pedagógica II fato de que NÃO deve ser traduzido como trabalho fragmentado. Deste modo,
busquem uma estratégia de apresentação oral que garanta a unidade do
trabalho, a clareza das informações e a postura crítica e reflexiva dos apresentadores.
- planejamento criterioso;
-competência (entenda como estudo crítico e reflexivo do(s) conteúdo(s)
abordado(s));
- organização global da apresentação do grupo;
- organização esquemática das falas individuais;
- organização da sala de apresentação, garantindo a todos as mesmas condições
de participação (semi-círculo é uma forma interessante de dispor a sala de aula!);
- expressão oral dos apresentadores;
- qualidade dos recursos materiais, que no nosso caso é o painel;
- clareza e objetividade na exposição (afinal, o público ouvinte deve desenvolver
aprendizagens com a exposição!)
80
Glossário
ETHOS - O ethos é a maneira como cada homem e cada cultura vivem o ser.
81
Referências
Pesquisa
Bibliográficas
e Prática
Pedagógica II
BORGES, Pedro faria. Gestão Escola: Guia do Diretor em Dez Lições. In: ANDRADE,
Rosamaria Calaes de(org). A Gestão da Escola. Porto Alegre: Artmed/Rede Pitágoras,
2004. p. 17-70.
ESTEBAN, Maria Tereza (0rg). Escola, Currículo e Avaliação. São Paulo: Cortez,
2003.
82
OLIVEIRA, Valeska F. Escola: a busca da identidade enquanto projeto político-
pedagógico. In: Contexto e Educação, Universidade de Ijui, ano 5, nº 10, abr/jun 1990.
SALAZAR, Albertina Maria Rocha. Leis de Diretrizes e Base no Cotidiano Escola. In:
ANDRADE, Rosamaria Calaes de(org). A Gestão da Escola. Porto Alegre: Artmed/Rede
Pitágoras, 2004. p. 71-112.
VIEIRA, Sofia Lerche. (Org.). Gestão da escola: desafios a enfrentar. Rio de Janeiro:
DP&A, 2002.
83
Pesquisa
e Prática
Pedagógica II
FTC - EaD
Faculdade de Tecnologia e Ciências - Educação a Distância
Democratizando a Educação.
www.ftc.br/ead
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