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PESQUISA E

P RÁTICA
PEDAGÓGICA II

1
SOMESB
Sociedade Mantenedora de Educação Superior da Bahia S/C Ltda.

Pesquisa
e Prática Presidente ♦ Gervásio Meneses de Oliveira
Pedagógica II Vice-Presidente ♦ William Oliveira
Superintendente Administrativo e
Financeiro ♦ Samuel Soares
Superintendente de Ensino, Pesquisa e Extensão ♦ Germano Tabacof
Superintendente de Desenvolvimento e>>
Planejamento Acadêmico ♦ Pedro Daltro Gusmão da Silva
FTC - EaD
Faculdade de Tecnologia e Ciências - Ensino a Distância
Diretor Geral ♦ Waldeck Ornelas
Diretor Acadêmico ♦ Roberto Frederico Merhy
Diretor de Tecnologia ♦ Reinaldo de Oliveira Borba
Diretor Administrativo e Financeiro ♦ André Portnoi
Gerente Acadêmico ♦ Ronaldo Costa
Gerente de Ensino ♦ Jane Freire
Gerente de Suporte Tecnológico ♦ Jean Carlo Nerone
Coord. de Softwares e Sistemas ♦ Romulo Augusto Merhy
Coord. de Telecomunicações e Hardware ♦ Osmane Chaves
Coord. de Produção de Material Didático ♦ João Jacomel

EQUIPE DE ELABORAÇÃO/PRODUÇÃO DE MATERIAL DIDÁTICO:

♦PRODUÇÃO ACADÊMICA ♦

Gerente de Ensino ♦ Jane Freire


Coordenação de Curso ♦ Letícia Machado
Autor (a) ♦ Maria das Graças Cardoso Moura
Supervisão ♦ Ana Paula Amorim

♦PRODUÇÃO TÉCNICA ♦
Revisão Final ♦ Carlos Magno Brito Almeida Santos
Coordenação ♦ João Jacomel
Equipe ♦ Ana Carolina Alves, Cefas Gomes, Delmara Brito,
Fabio Gonçalves, Francisco França Júnior, Israel Dantas,
Lucas do Vale e Mariucha Ponte
Editoração ♦ Mariucha Ponte
Imagens ♦ Corbis/Image100/Imagemsource
Ilustrações ♦ Mariucha Ponte
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SUMÁRIO

A EDUCAÇÃO E O EXERCÍCIO DA CIDADANIA: A ESCOLA


COMO ESPAÇO DE FORMAÇÃO DE SERES HUMANOS ○ ○ ○ ○ ○ ○
07

GESTÃO ESCOLAR:
DO PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO AO COTIDIANO DA SALA DE AULA ○ ○ ○ ○ 07

A finalidade da Escola: formar seres humanos ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ 07

Gestão Escolar: em busca de uma gestão democrática ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ 20

Estrutura e Organização da Unidade Escolar: a participação dos atores


envolvidos na escola. 31 ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

A Formação Continuada de Professores: a função da escola como espaço


de formação de seres humanos. 43 ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO:


A GESTÃO DA ESCOLA E DA SALA DE AULA ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ 48

O Projeto Político Pedagógico: metodologia de trabalho para a elaboração


deste documento. ○ ○ 48 ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

Projeto de Ensino-Aprendizagem: concepção de Educação, Currículo e


Conhecimento. ○ ○ ○
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○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

O FUNDEB, o FUNDESCOLA e o PDE: informações e recursos necessários


para garantir a autonomia da Escola. 66 ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

A Gestão da Escola e a Gestão da Sala de Aula: por onde começar? ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ 71

Atividade Orientada ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ 74

Glossário ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ 81

Referências ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ 82

3
Pesquisa
e Prática
Pedagógica II

4
Apresentação da Disciplina
Caro(a) aluno(a),
“Daquilo que eu sei
Nem tudo me deu clareza
Nem tudo me foi possível
Nem tudo foi concebível”...

Seja bem vindo(a) à disciplina Pesquisa e Prática Pedagógica II! Trata-se de


mais um momento de reflexão e tematização da prática pedagógica, desta vez
voltada para a temática “O Papel da Educação no Exercício da Cidadania”. Como
exercer este papel, professor de Biologia? Como compartilhar com outros
professores e com o Gestor Escolar sobre as questões pedagógicas voltadas para
a construção da escola que queremos (e podemos ter), para o Projeto Político
Pedagógico, para a cidadania?
Devido às situações históricas distorcidas, o ato de Planejar carregou o
estigma de “impossível”, “burocrático”, “enfadonho”, “cópia” de documentos e/ou de
roteiros disponibilizados nos livros didáticos. Será que estes atos são legítimos
quando queremos pensar sobre a formação dos seres humanos que procuram a
escola para concretizar saberes presentes no dia-a-dia e que “ganham” na escola
outros olhares críticos, reflexivos?
Temos um convite para lhe fazer: enfrentar o desafio de definir o Projeto
Político Pedagógico, fruto de uma gestão democrática, como necessário e possível.
Para tanto, além de “não fechar os olhos” para as questões técnicas, legais, políticas,
sociais e pedagógicas, é necessário “não tapar os ouvidos” para escutar o que os
gestores e/ou Coordenadores Pedagógicos da Escola em que você fará Pesquisa
de Campo têm a dizer sobre a sua ação no contexto educacional, superando a
rejeição causada pelo ato de planejar, compreendendo-o como prática humana, como
encontro de pessoas ímpares, “usando todos os sentidos” para viabilizar a tarefa
urgente de transformar a escola através da reflexão da prática pedagógica,
compreendendo-a como ato significativo, crítico, em busca da autonomia,
influenciando a organização da gestão escolar.
O convite se estende chamando sua atenção para que não lave as mãos
diante deste ato mediador próprio para viabilizar a construção da cidadania: a
educação. Você, nós, educadores(as), precisamos nos sentir “cada vez mais limpos,
cada vez mais limpos!”
Sem a sua participação, não é possível fazer uma reflexão política, teórica e
pedagogicamente consistente, que confronte duas questões essenciais, mediadoras
do nosso processo metodológico, utilizado para a concepção deste Material Impresso:
a questão da responsabilidade dos atores envolvidos no processo democrático da
gestão escolar (professores, alunos, comunidade, gestor) e a questão das
possibilidades e limites desses mesmos atores. É pela análise crítica entre as
responsabilidades e possibilidades que construímos e aprofundamos questões que
serão aqui compartilhadas com vocês.

Muito prazer!
Profa. Ms. Maria das Graças Cardoso Moura

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Pesquisa
e Prática
Pedagógica II

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A EDUCAÇÃO E O EXERCÍCIO DA
CIDADANIA: A ESCOLA COMO ESPAÇO
DE FORMAÇÃO DE SERES HUMANOS

GESTÃO ESCOLAR: DO PROJETO POLÍTICO-


PEDAGÓGICO AO COTIDIANO DA SALA DE AULA

A Finalidade da Escola: Formar Seres Humanos

Nossa obrigação é dar conta de um direito cujos contornos


não é cada escola que decide. Um direito é inerente à condição
humana de cada educando. Diante de direitos sociais, só nos cabe
como famílias, comunidades ou profissionais entender suas
exigências e garanti-los. Nunca teremos o direito de reduzi-los e
menos de negá-los, ou de interpretá-los autonomamente.
(ARROYO, s/d).

Escola. Que espaço é este? Certamente é um espaço formal de construção de


saberes. A palavra tem sua origem mais próxima no latim clássico schola, que, por sua vez
originou-se do grego scholé, e significava ‘lazer’. Para os gregos que viveram um século
antes de Cristo, a busca de conhecimento era sinônimo de ócio, papel hoje redefinido pelos
jovens como espaço de tormento. Como fazer com que o ato de estudar torne-se uma
situação favorável para a aprendizagem? Este é o nosso primeiro ponto de reflexão.

Você Sabia?
Na Grécia Antiga, as pes- de Nóbrega, quinze dias após a
soas que dispunham de condições chegada edificaram a primeira
sócio-econômicas e tempo livre, escola elementar brasileira, em
nela se reuniam para pensar e Salvador, tendo como mestre o Irmão
refletir. Esta ação era vista como Vicente Rodrigues, contando apenas
“ócio”. Os primeiros jesuítas chega- 21 anos. Irmão Vicente tornou·se o
ram ao território brasileiro em março primeiro professor nos moldes
de 1549 juntamente com o primeiro europeus e durante mais de 50 anos
governador·geral, Tomé de Souza. dedicou·se ao ensino e a propa-
Comandados pelo Padre Manoel gação da fé religiosa.

Fonte de Pesquisa: http://www.pedagogiaemfoco.pro.br/heb02.htm#texto

7
Sabe-se que o principal desafio da Escola é garantir o desenvolvimento
do ser humano, observando os inúmeros problemas educacionais e o verda-
deiro papel da educação formal. Os debates voltados para esta temática têm
Pesquisa
resultado na compreensão da necessidade de empreender esforços para
e Prática vencer os obstáculos que inviabilizam a construção de uma escola pública
Pedagógica II que eduque e garanta o exercício pleno da cidadania.

Atenção !
Poderemos indicar alguns procedimentos necessários para esta ação,
a saber:
I As escolas precisam enfrentar o desafio de oferecer aprendizagens
básicas que assegurem a igualdade de oportunidades;
II É necessário considerar as características individuais dos alunos;
III É preciso atuar frente às profundas desigualdades sociais, econômicas
e culturais de uma parcela significativa da população marginalizada;
IV Urge atentar para a não priorização da cultura dominante, configurada
como desestímulo à permanência da “população marginalizada”.

Percebam que estas ações apontam para


o rompimento com o entendimento de sujeito
homogêneo (todos são iguais), de consciência
unitária (todos pensam do mesmo jeito) para a
construção de um sujeito consciente, crítico, livre e
autônomo de fato! Este é o(a) aluno(a) que
desejamos e poder ter.

A escola, neste contexto, precisa atentar para a proposta formulada pela Organização
das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), que traz como
princípios fundamentais os quatro pilares da educação: “aprender a conhecer, a fazer, a
conviver e aprender a ser” (1999). Com esta nova concepção, a escola passou a ser
reconhecida como local de processos formativos que priorizam a coletividade e,
conseqüentemente, como um local de afirmação de identidades culturais.

A retomada diária, junto aos educadores, do teor dos documentos publicados pela
UNESCO auxiliam todos os envolvidos com o processo educativo a compreenderem como
deve ser a educação que preparará os cidadãos para o desafio do terceiro milênio. Está
preparado, futuro(a) professor(a)?

Agora, as discussões e a reflexão da prática devem conduzir à sua inserção e ao


seu compromisso pedagógico validado na sala de aula, no dia a dia da escola, associando-
se às Diretrizes e aos Parâmetros Curriculares. Trata-se de fazê-los acontecer, de fato!
Está preparado para assumir este compromisso?

8
Como fazê-lo? Eis a questão! Pedro Farias Borges (2004) sugere que algumas
associações propiciam melhores entendimentos e concretizam as diretrizes e pilares
indicados.
Algumas sugestões:

Aprender a Ser

É angustiante como as escolas de educação básica, de


modo geral, ignoram totalmente as diferenças entre os alunos. A
designação do aluno oculta a origem e a história pessoal de cada
um, as questões étnicas, a sexualidade, o meio social, os
interesses, os gostos, as preferências e, principalmente, os dons
e talentos. Buscam-se turmas homogêneas, com escolas em que
predominam o espírito utilitarista dos conteúdos estudados que têm
maior ou menor valor, ditados pela cobrança no vestibular(p.74).

O que as Diretrizes Curriculares Nacionais indicam em relação a este pilar? Indicam


que os projetos do Ensino Fundamental (Parecer CNE 04/98) e Ensino Médio(Parecer CNE
15/98) devem:

Parecer 04/98 Parecer CNE 15/98

Reconhecer a identidade pessoal dos Valorizar aspectos relativos à estética da


alunos, dos professores, da escola e do sensibilidade;
seu contexto; À política da igualdade;
Abordar temas ligados à vida cidadã, À ética da identidade.
tratando-os contextualmente e inter-
disciplinarmente.

Estes projetos devem proporcionar aos jovens ocasiões de descobertas, de


experimentação e de outras habilidades. Sugerimos as seguintes atividades:
experimentação utilizando sucatas; estudo do meio, através de excursões; campanhas
solidárias em bairros circunvizinhos, dentre outras. Eis, aqui, professor, a sua participação!

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Aprender a Conhecer

O conhecimento tornou-se fator de produção, mas não será adquirido


Pesquisa
em situações mecânicas, desligadas da realidade social, sem envolvimento
e Prática
pessoal. É preciso que o conhecimento seja objeto de interesse do educando,
Pedagógica II da sua curiosidade e da sua atenção, de modo que sempre se esteja pronto a
tirar partido de várias ocasiões da vida, com jogos, estágios, viagens, projeto
práticos, visitas, excursões, filmes, debates, entrevistas, seminários e jornais.
(SALAZAR, 2004, p. 76)

As Diretrizes Curriculares Nacionais, com relação à educação básica, definem que


as situações de aprendizagem precisam respeitar as diferenças e tenham como objetivo a
formação do ser humano integral, crítico, reflexivo, participante de todo o processo
educacional. Ao interagir com seus pares, os alunos terão garantido pela escola a base
para que todos estejam sempre mobilizados no processo do conhecimento, através da
execução de atividades interdisciplinares e contextualizadas. O convite é para aprender a
aprender, através de processos dinâmicos e reais.

Como os conteúdos próprios da Biologia poderão ser abordados considerando-se


estes aspectos? Para você refletir, aluno(a)!

Aprender a Fazer

Não se trata de aparelhar trabalhadores para a execução mecânica de


atividades práticas mais ou menos rotineiras. É o compromisso da escola forma
pessoas dotadas da capacidade de pensar, de inovar, de criar, de interferir e de
raciocinar – capacidades exigidas, hoje, para execução de tarefas de produção
cada vez mais intelectualizadas e mentais. (ibid, p. 77)

É necessário informar que aprender a fazer é indissociável do aprender a conhecer.


A aprendizagem de trabalhar em grupo se aprende na escola, através de atividades de
língua portuguesa, matemática, física, química, biologia, artes, história, geografia, língua
estrangeira. É importante destacar que os conhecimentos e habilidades ligados ao saber

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fazer juntam-se ao saber ser e ao saber para contemplar as exigências requeridas para o
exercício das tarefas complexas, intelectuais, próprias de funções técnicas, junto às que se
referem ao trabalho em equipe, capacidade de iniciativa e de sensibilidade.

Aprender a Conviver

Será que este aprender é tarefa da escola? É, e constitui um de seus


maiores desafios. Compete-lhe ensinar a não-violência e a redução de conflitos
que fazem parte da história da humanidade e que, hoje, face aos avanços e
progressos tecnológicos, colocam em risco toda a humanidade envolvida em
guerras e disputas. (Ibid, p. 79)

Qual é a relação que as Diretrizes Curriculares Nacionais têm com o aprender a


conviver? Compreende-se que a descoberta do outro passa pela descoberta de si mesmo,
dando espaço para compreender os outros, aprendendo com eles. Aulas expositivas com
alunos passivos, abordagens descontextualizadas sem efetivar o “aprender a conviver”
provocam a falência da curiosidade dos alunos.

A escola, nesse processo de valorização das diferenças, é concebida não apenas


como o espaço para a transmissão da cultura e a socialização. Para cumprir a sua função
social, deve, também, ser considerada como um dos espaços para a construção da
identidade cultural e sobretudo pessoal, a partir do desenvolvimento de uma proposta
curricular que privilegie todos os alunos que chegam a este espaço de construção de saberes.
Precisa voltar-se para a realização plena do ser humano no seu contexto social, político,
econômico e cultural, valorizando as aprendizagens e os conhecimentos prévio construídos
ao longo da vida.

Esses elementos de sustentação da educação deverão fundamentar a construção


da escola para a contemporaneidade. A educação formal, validada pela escola, precisa
promover a aceitação e a valorização das diferenças de todos, ou seja, aprender a viver
juntos. E esta construção
demanda um percurso que
se inicia na elaboração do
Projeto Político Pedagógi-
co (PPP), visando o forta-
lecimento dos grupos tradi-
cionalmente marginaliza-
dos ( as mulheres, os indíge-
nas, os desempregados,

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os analfabetos, os sem-terra), num processo de desenvolvimento que valida
a compreensão do outro, proporcionando novas formas de convivência
baseadas no pluralismo de idéias, facilitando a compreensão mútua e as
Pesquisa relações democráticas na construção de fontes de libertação e autonomia.
e Prática
Pedagógica II A Escola, como espaço social específico, enfrenta o desafio de superar
práticas pedagógicas dominantes, conhecidas como pedagogias tradicionais. É convidada
a implantar, de fato, uma prática pedagógica voltada para a conscientização e reflexão do
sujeito, valorizando o seu saber através do processo de aprendizagem participativo,
contextualizado, oferecendo condições para o aluno expressar seu sentimento e
pensamento. É papel da escola ensinar, garantir a aprendizagem de certas habilidades e
conteúdos que são necessários para a vida em sociedade, contribuindo no e para o
processo de inserção social através da criação de instrumentos de compreensão da
realidade local, e, também, favorecendo a participação dos educandos nas relações sociais
diversificadas.

Para refletir...
As necessidades educa- escola, estratégias de aprendizagem,
cionais dos alunos não dependem avaliação. Estes são fatores que
apenas de suas diferenças. Educar favorecem ou não a aprendizagem e
dentro/para a diversidade requer a participação dos alunos no processo
mudança profunda na prática de desenvolvimento de ensino e
pedagógica, reconhecida através aprendizagem.
da oferta curricular, clima da

Um dos caminhos para a Escola cumprir com a sua função social pode ser o da
efetiva aplicação de uma educação voltada para a liberdade, pautada pela tolerância, pelo
respeito à dignidade humana, valores estes que devem considerar as práticas de nossa
sociedade, sejam elas de natureza econômica, política, social, cultural, ética ou moral. Há
de se considerar também as relações diretas ou indiretas dessas práticas com os
problemas específicos da comunidade local.

Aqui no Brasil, um defensor contumaz dessa concepção de educação inclusiva e


includente foi Paulo Freire (1997, p.79), quando nos informa que :

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“(...) Homens e mulheres, negros, brancos,
pobres, índios, portadores de deficiências,
homossexuais, etc., todos educam, todos ensinam e
aprendem. Por isso ninguém educa ninguém, os
homens se educam em comunhão”.

Paulo Freire
Na busca de possíveis soluções, o ser humano se relaciona, questiona, busca
respostas, dá respostas. Neste movimento, aprende, constrói saberes, faz cultura. É
fundamental, portanto, que a escola conheça as expectativas da comunidade, suas
necessidades, formas de sobrevivência, valores e manifestações culturais e artísticas. Através
desse conhecimento, a escola pode atender a comunidade e auxiliá-la a ampliar seu
instrumental de compreensão e transformação do mundo.

Nesta articulação se condensa o desafio oficial de promover educação diferenciada,


caracterizada por processo complexo de transformação profunda e contraditória. Assim,
encontramos nos documentos oficiais a seguinte informação: “ (...) ao longo de nossa história,
têm existido preconceitos, relação de discriminação e exclusão social que impedem muitos
brasileiros de ter uma convivência plena de sua cidadania” ( PCN, 1997, v. 10, p.15).

O termo exclusão social tem a condição de


iluminar justamente o espaço social, jurídico e político
perdido frente ao estado de destituição de recursos
de toda espécie,ou seja, faltam recursos à disposição
de um indivíduo ou de uma família que impede o
acesso a bens materiais necessários para sobreviver.
Preparar culturalmente os indivíduos significa
possibilitar-lhes a compreensão da visão de mundo
presente na sociedade, para que possa agir
aderindo, transformando e participando da mudança
dessa sociedade.

A Escola, o ato de educar, ganha um corresponda à diversidade dos sujeitos e


duplo papel, uma vez que promove a das situações. Desta forma, pensar em uma
diversidade e contribui para eliminação das educação escolar que envolve todos os
desigualdades sociais. Faz-se necessário segmentos da população implica em
destacar que diversidade sem diferenciação reconhecer que essas diferenças(fala,
pedagógica conduz à desigualdade. gestos, estilos)continuam a registrar as
Estudiosos alertam para os efeitos perversos situações de preconceitos existentes entre
da construção das chamadas escolas de os diferentes povos e variados grupos.
massas, que não identificam os seres Assim, “nossas diferenças não nos podem
humanos ali acolhidos. Ou seja, um fator levar à desigualdade, diminuindo nossos
importante no e para o desenvolvimento direitos a diferenças que, por conseqüência,
social e pessoal potencializador da anula a possibilidade de igualdade”.
igualdade é a defesa de uma educação que (SANTOS, 2002, p.16).

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Conforme estudos desenvolvidos por Perrenoud (2000,p.23),

Embora os programas escolares se tenham vindo a tornar


progressivamente menos elitistas, eles possuem ainda características de uma
Pesquisa cultura de elite, como, por exemplo, dar maior importância ao saber sobre do
e Prática que ao saber fazer, privilegiar os textos escritos sobre outros tipos de expressão
Pedagógica II e valorizar de foram distinta o estilo ortográfico.

Assim, a escola poderá cumprir o seu papel de socializar o conhecimento quando e


se investir na qualidade do ensino, modificando, para tanto, a sua prática fragmentada e
individualista, reflexo da divisão social em que está inserida.

Com esse entendimento, a escola que assume as suas atividades num mundo
diversificado não pode mais ignorar o direito de expressão que ocorre nos mais diversos
modos no seu interior, ou seja, na sala de aula. Faz-se necessário, enquanto processo
formativo e transformativo, que se desenvolve na escola, reconhecer as origens, os valores,
os sentimentos, fazendo parte do processo de formar e instruir seus alunos e não mais
silenciar as vozes que estão em desacordo com o discurso politicamente padronizado. A
escola pode ser concebida como um pólo cultural, onde o conhecimento já sistematizado
pela humanidade é socializado e trabalhado de forma não fragmentada, vinculado à
realidade, proporcionando a ampliação das possibilidades culturais dos alunos e da
comunidade, através do debate das principais questões locais e nacionais.

Atenção !
A escola não pode atuar definir e construir o seu próprio caminho
sozinha, ela não existe isoladamente, pedagógico, condição fundamental
mas faz parte de um sistema público para que se sintam comprometidos
que tem a responsabilidade de lhe dar com ele.
sustentação para que possa cumprir
a sua função. A escola só pode cumprir
seu papel de forma competente se tiver
autonomia. Isto é, se os que nela atuam
e os que dela se beneficiam puderem

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Neste contexto, faz-se necessário ter clareza da função social da escola e do tipo de
homem que se constrói como princípio fundamental para realizar uma proposta pedagógica
socialmente comprometida. O impacto desses processos gera a necessidade de respeitar
o outro no contexto escolar, mas vale lembrar que formar cidadão não é tarefa apenas da
escola. Aqui cabe as seguintes perguntas para nossa reflexão, destacadas no item seguinte.

Atividades
Complementares

1. Em grupos ( no máximo 05 componentes), façam a montagem do “Retrato da Escola”,


enfocando aspectos que julguem mais relevantes. Utilizem recorte e colagem de jornais e
revistas. Em seguida, cada grupo apresentará a sua produção, justificando a idéia
representada. Após esta etapa, cada grupo indicará o aspecto real e o aspecto ideal presente
em cada cartaz produzido. Registrem o texto que será apresentado neste espaço.

2. Qual é a realidade das escolas do município em que você vive?

3. O que distingue a prática escolar de outras práticas educativas realizadas em outros


espaços como, por exemplo, Igreja, Associações Comunitárias? Qual é o papel do professor
de Biologia neste contexto?

15
Pesquisa
4. Por que é importante articular o saber escolar com o que se aprende
fora da escola? Qual é o fundamento deste processo?
e Prática
Pedagógica II

5. A cidadania depende da atuação de todos. Quais capacidades são necessárias a


uma pessoa para participar efetivamente como cidadão em nossa sociedade? E você,
professor em formação, como pode contribuir para que este processo seja efetivado?

6. O que os alunos aprendem na escola os capacita a atuarem como cidadãos?


É possível, com este aprendizado, melhorar a vida de suas comunidades?

7. Vamos recuperar a memória do tempo em que você era aluno do Ensino Fundamental
(5ª a 8ª) e Ensino Médio? Escreva as suas lembranças, incluindo os seguintes dados:
a) O que aprendeu e que até hoje é útil no seu cotidiano.
b) Seus sentimentos em relação aos professores.
c) Quais eram as disciplinas preferidas, justificando.

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8. Hoje, você está em processo de formação, ou seja, em breve estará exercendo a
sua profissão, professor(a). Em que estaria baseada a sua ação pedagógica?

9. A Escola poderá cumprir o seu papel de socializar o conhecimento e investir na


qualidade do ensino. Porém, ela deve modificar a sua prática, fragmentada e individualista.
Como a Escola pode legitimar esta premissa?

10. Hoje o discurso político está voltado para a Educação Para Todos. Pesquise no
site do MEC os Projetos e Programas do Governo Federal voltados para esta proposta e
verifique a que contempla as especificidades do seu município.

www.mec.gov.br

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Pesquisa
Momento de Revisão !
e Prática
Pedagógica II

1. É fundamental que o poder público estabeleça uma política educacional clara, com
objetivos definidos, que garanta atendimento escolar de boa qualidade a toda
população e, ao mesmo tempo, respeitando as diversidades sócio-culturais.

2. É preciso investir nessa política, garantindo infra-estrutura de funcionamento, condições


dignas de trabalho, melhores salários para educadores e programas de formação
continuada.

3. É necessário que o desenvolvimento desse projeto permita uma ação pedagógica


mais realista e democrática.

4. É imprescindível a revisão das estruturas burocrático-administrativas do sistema, que


muitas vezes inviabilizam a elaboração de projetos pelas escolas.

5. É papel das comunidades locais participarem nas decisões relativas ao rumo, diretrizes
e organização de suas escolas, como forma de garantir educação de qualidade que
possa ter continuidade, mesmo com as mudanças que ocorrem no quadro político.

6. É urgente tomar consciência e questionar nossa posição, saindo do lugar de sujeito


passivo e ocupando o lugar do sujeito que escolhe, com conhecimento dos vários
aspectos envolvidos na situação que se apresenta.

7. É imprescindível trabalhar conteúdos e habilidades necessárias à participação do


indivíduo na sociedade. É através do trabalho com o conhecimento que a escola
concretiza sua função social, num ato cidadão isso se dá pelo processo ensino-
aprendizagem.

8. É importante observar que as aprendizagens são organizadas no currículo escolar.


Portanto, o currículo é mais do que uma simples lista de conteúdos. É o instrumento
através do qual a escola vai preparar o indivíduo para o exercício da cidadania.

9. É recomendável escolher tanto os conteúdos de ensino quanto à organização de


experiências e situações que garantam a aprendizagem, o que significa dizer que
inclui conteúdos e metodologias de ensino. Esse percurso não é estabelecido de
forma neutra, existem intenções, que estão sempre presentes na concepção que se
tem da função social da escola e o tipo de formação que se pretende proporcionar
aos educandos.

10. É de fundamental importância reconhecer a escola como um ambiente estimulante,


onde os alunos se defrontam com situações-problema que os motivem e desafiem. E
o aluno só tem motivação para aprender o que tem significado para ele. A aprendizagem
será tanto mais significativa quanto mais relações o aluno conseguir estabelecer com
o seu cotidiano, com suas experiências anteriores e com sua própria organização do
conhecimento.

18
11. É elementar organizar os conteúdos a serem desenvolvidos levando em conta os
conhecimentos anteriores, seguindo uma seqüência, facilitando a aprendizagem, pois
permite ao aluno estabelecer relações dentro de cada tema e entre os temas. A
aprendizagem é mais fácil e duradoura quando o que está sendo aprendido é
vivenciado.

12. É recomendável identificar os conteúdos relevantes para a compreensão do mundo.


Isso não é uma tarefa tão simples, exige dos professores clareza e domínio de sua
área específica, assim como reflexão constante dos grandes desafios presentes na
prática social contemporânea que serviram como principais parâmetros para a seleção
dos conteúdos curriculares.

13. É de responsabilidade de toda equipe de professores selecionar e organizar os


conteúdos de ensino. A transformação do ato de ensinar, da prática pedagógica,
precisa ser validada, para que os alunos possam fazer relações entre os conteúdos e
as questões mais gerais, construindo gradativamente, sua compreensão de mundo.

14. É importante rever o currículo adotado na escola. A visão crítica dos parâmetros é
necessária, assim como os ajustes e as orientações voltadas para a compreensão
do mundo.

15. É edificante verificar que a escola tem como principal função propiciar ao aluno a
cultura letrada, altamente democrática, onde o educador e educando se articulam. A
sala de aula, por sua vez, torna-se um espaço revolucionário, de pluralidade e de
diálogo com o mundo e com os outros.

Então, a escola, ao pensar a sua função social, num exercício de cidadania,


deve buscar a avaliação constante, redimensionando a sua ação, a sua estrutura
organizacional, a formação docente, para que seja, de fato, democrática e universal.

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Gestão Escolar:
em Busca de uma Gestão Democrática

Pesquisa Nas reflexões que faremos, precisamos ter presente o pano de fundo, o
e Prática contexto social em que a escola está inserida: a experiência democrática
Pedagógica II brasileira é ainda muito recente. Assim sendo, as instituições de ensino,
naturalmente, sofrem o reflexo desta realidade maior.
( VASCONCELLOS, 2006, p. 51)

Nas últimas décadas do século XX,


começa a se configurar no cenário educacional
um amplo movimento que introduz mudanças
significativas no papel que a instituição escolar
deve assumir na contemporaneidade. Esse movi-
mento, orientado por políticas globais e locais,
reforça a necessidade de a escola rever sua forma
de organizar e lidar com os tempos, espaços, as
relações, os métodos de ensino; enfim, a gestão
e a prática educativa propriamente dita.

A necessidade de a escola rever o seu papel, a sua existência numa sociedade que
se transforma com tamanha velocidade é pauta nas orientações das reformas educativas
no Brasil, introduzidas a partir da LDB 9.394/96 e do Plano Nacional de Educação aprovado
pela Lei 10.172/01. As políticas públicas que essa legislação estabelece apontam o que
hoje se espera da escola, visto que é grande a influencia que ela exerce na formação de
indivíduos e coletividades e, portanto, na construção da sociedade.

No debate educacional traçado por educadores, gestores e segmentos organizados


da sociedade civil tem se tornado evidente essa importância atribuída ao papel que a escola
tem a desempenhar no enfrentamento de questões sociais, políticas, econômicas e culturais
que surgem na sociedade contemporânea. Os motivos que levam esse tema a assumir
tamanha relevância dizem respeito ao período de transformações que hoje a sociedade
experimenta, marcado principalmente pela centralidade que o conhecimento assume na
organização social, política e econômica.

20
Em função das mudanças que vêm ocorrendo nas bases sociais e tecnológicas da
sociedade, o maior desafio da escola é promover o seu desenvolvimento institucional a
partir da redefinição do seu papel, das suas práticas, da sua relação com a cultura, com a
cidadania, com a democracia, revendo também, seus limites e possibilidades no
enfrentamento das questões que lhes são postas na atualidade.

Atenção !
Qual é o papel do Gestor? conquiste autonomia e liberdade
É preciso que o gestor desen- na construção de vínculos afetivos,
volva novas posturas e atitudes que culturais e sociais mais sólidos.
contemplem as necessidades da
escola e as necessidades do grupo
ao qual ela serve, contribuindo,
acima de tudo, para que esse grupo

Nesse sentido, as políticas públicas educacionais têm apontado a necessidade de


mudanças significativas tanto na dimensão pedagógica como na dimensão política e
administrativo financeira da educação brasileira, mudanças a serem empreendidas de forma
sistemática e articulada, envolvendo a participação da sociedade civil e do governo na
organização e direcionamento de ações voltadas para a implementação de um novo padrão
de gestão educacional.

Nesse contexto, a escola deve ser considerada como espaço legítimo e prioritário
das ações educativas com vistas a consolidar processos participativos, democráticos e
autônomos que assegurem uma educação de qualidade para todos.

A gestão escolar é vista como um processo que exige a apropriação de valores e


princípios que, na atualidade, fundamentam um novo padrão de gestão, ou seja, autonomia,
participação e democracia, os quais são fundamentais na construção de uma educação de
qualidade. Com base nesses valores e princípios, busca-se a ampliação dos espaços
decisórios na escola, a formação democrática dos alunos e o envolvimento da sociedade
civil na resolução dos problemas relacionados com a educação.

Para tanto, faz-se necessário que a gestão escolar seja apoiada por mecanismos e
instrumentos como: gestão colegiada, eleição de diretores e um Projeto Político Pedagógico
construído através de ações coletivas, assegurados por uma formação continuada que
garanta o desenvolvimento das competências necessárias.

21
Para refletir...
A gestão da escola em (processos de ensino e
Pesquisa uma perspectiva democrática aprendizagem) como na
e Prática
e autônoma é um processo administrativa (estrutura e
Pedagógica II que exige a apropriação de funcionamento) e política
informações essenciais, para (relações com as esferas
que os gestores possam econômicas, políticas e
atuar com competência tanto culturais em nível local e
na dimensão pedagógica nacional).

Nesse sentido, o gestor escolar deve ter a competência de coordenar um projeto


intelectual que possa garantir, acima de tudo, que o aluno realmente aprenda e participe
efetivamente da construção do conhecimento. Para que esse novo padrão de gestão seja
consolidado, faz-se necessário o desenvolvimento de habilidades, competências, posturas
e atitudes profissionais que elevem a qualidade do trabalho dos gestores escolares, através
de processos formativos que envolvem conhecimentos da área educacional em suas
dimensões cientifica, política, pedagógica e técnica.

Atenção !
O foco da gestão na atuali- gicas, políticas e administrativo
dade é a aprendizagem do aluno, financeiras e direcionálas para uma
assim, é necessário levar em conta mesma finalidade, ou seja, a eleva-
que a atuação do gestor escolar nos ção da qualidade da educação.
campos político e administrativo tem
como objetivo o próprio desenvol-
vimento da dimensão pedagógica da
gestão escolar. Por isso, a competên-
cia maior do gestor é saber articular
diferentes competências pedagó-

Dessa forma, a qualificação dos gestores escolares deve ser definida com base em
três dimensões da gestão, levando-se em consideração que:

Na Dimensão Pedagógica, as políticas públicas têm enfatizado a necessidade


de compreender a educação como espaço de formação e de construção social,
política e cultural, onde se potencializam sujeito e sociedade, para que possam
desenvolver novas formas de ser e de conviver na cultura global, sem perder de
vista as peculiaridades locais. Torna-se necessário, então, repensar as práticas
pedagógicas em atenção à formação de um sujeito que é solicitado a agir e a
refletir sobre a sua relação com o mundo e com os outros, e a desenvolver novas
posturas e atitudes que possibilitem, também, algum tipo de mudança na
sociedade e na cultura.

22
Na Dimensão Política a maior competência dos gestores escolares é o
desenvolvimento de um processo de mobilização e articulação entre a escola e a
sociedade civil. É de extrema relevância que o gestor escolar assegure, por meio
dos conselhos escolares, dos Conselhos do FUNDEF e de Alimentação Escolar
e outros mecanismos de controle social, assim como por meio do Projeto Político
Pedagógico, a participação da comunidade na gestão da escola.

A Gestão Democrática e Participativa deve ser desenvolvida através de processos


coletivos entre a escola, a comunidade e o órgão municipal de educação. Para
tanto, o gestor deve ser capaz de criar mecanismos que permitam a articulação
entre os diferentes segmentos da sociedade, favorecendo a associação dos
esforços dos diversos atores dessa articulação.

Na Dimensão Administrativa, inicia-se um processo de gestão compartilhada da


escola para o qual é necessário que se promova uma efetiva desburocratização
e descentralização da gestão da educação.

Atenção !
A LDB, em seu artigo 15, Nesse sentido, a dimensão
dispõe que os sistemas de ensino administrativa ganha ênfase no que
assegurarão às unidades escolares diz respeito à gestão de pessoal,
públicas de educação básica que os planejamento e execução financeira
integram progressivos graus de e gestão de material e patrimônio.
autonomia pedagógica e adminis- Veja que a escola tem garantido o
trativa e de gestão financeira, obser- direito de exercer a gestão demo-
vadas as normas gerais de direito crática.
financeiro público. A partir daí a
escola tende a adquirir a capa-
cidade necessária de gerenciar
diretamente os recursos destinados
ao desenvolvimento e manutenção
do ensino, bem como a execução
dos mesmos.

O movimento de qualificação e democratização da educação é amplo e extremamente


complexo, tendo como meta a transformação da prática em sala de aula e na escola.
Conforme estudos desenvolvidos por Vasconcellos (2006, p. 51), “(...) a equipe diretiva
(direção, supervisão, coordenação pedagógica, orientação educacional) tem como
importante papel garantir este movimento, dada sua influência na criação de um clima
organizacional favorável”.

Assim, esta equipe escolar precisa ter clareza de que um dos instrumentos de
garantir a democracia passa pela elaboração do Projeto Político Pedagógico (PPP). Esta
ação antecede a qualquer decisão política ou legal, uma vez que todos os envolvidos nas
práticas escolares precisam compreender que a escola estará a serviço da comunidade,
legitimando o seu papel.

23
O trabalho coletivo é necessário para esta ação. Do ponto de vista
legal, a LDB 9.394/96 determina que os estabelecimentos de ensino devem
Pesquisa “elaborar e executar sua proposta pedagógica (art. 12, inciso I). Para tanto, é
e Prática preciso “articular-se com as famílias e com a comunidade” e criando processos
Pedagógica II de integração da sociedade com a escola” (inciso VI).

Ao tratar da responsabilidade dos educadores para com a construção do PPP, a


Lei 9394/96, em seu art. 13 estabelece:

Participar da elaboração da proposta pedagógica do estabelecimento de ensino;


Elaborar e cumprir plano de trabalho, segundo a proposta pedagógica do
estabelecimento de ensino; [...]
Colaborar com as atividades de articulação com as famílias e a comunidade.

Atenção !
Mesmo a LDB oficializando produzido pelos diversos sujeitos
as tarefas das escolas e dos que compõem os diferentes grupos
professores em relação à construção que participam do trabalho
do PPP, é preciso emergir do contex- pedagógico.
to da escola a autonomia construída
a partir do diálogo (que se apresenta
em muitos casos conflituoso)

Você já compreendeu como é complexo e ao mesmo tempo encantador o ato de


educar? Cabe ao professor de Biologia fazer parte dessa história! Sabe como? Vamos
tentar, nesta disciplina, lhe informar!

Há bem pouco tempo, o ato de dirigir a escola era considerado uma tarefa rotineira.
Cabia aos gestores, então chamado de Diretor, zelar pelo funcionamento da escola,
centralizando em si todas as decisões. Essa situação, teoricamente, mudou. As
transformações sociais, científicas e tecnológicas exigiram um outro modelo de escola e,
conseqüentemente, um outro perfil de dirigente, com formação e conhecimentos específicos
para assumir o cargo de diretor-gestor.

24
Você Sabia?
Em algumas línguas, como o inglês, a palavra diretor significa
professor-chefe. Na maioria dos países onde a educação funciona
favoravelmente, os diretores são escolhidos por critério de mérito, a partir
de concurso de ingresso e progresso na carreira docente ou numa carreira
de adminis-tração escolar.
No Brasil, existem inúmeros do Norte e Nordeste e na maioria
sistemas de escolha de diretores. Os dos municípios) e os sistemas
mais conhecidos são os chamados mistos – prova mais eleição
“de carreira”, a exemplo do que (Minas Gerais) ou prova mais
ocorre em São Paulo, os de provas, escolha pelo Poder Público
os de eleição direta, os de indicação (exemplo do Distrito Federal).
política (notadamente nos Estados

Ao substituir a expressão administração escolar, a gestão escolar não valida apenas


uma questão semântica, ao contrário, representa uma mudança radical de postura, de
organização, questões estas ancoradas nos princípios de participação, autonomia e
autocontrole.

Estudos realizados por Heloísa Lück (2000) nos informam que a gestão não traz, na
sua concepção, a depreciação da administração escolar, mas supera, sim, as suas limitações
de enfoque reduzido e simplificado visando atender a realidade cada vez mais dinâmica.
Esse enfoque, por sua vez, evidencia o conceito de liderança educacional, concepção
indispensável a um bom gestor escolar, despertando o potencial de cada pessoa na
instituição, transformando a escola em oficina de trabalho: neste espaço, todos cooperam
ao mesmo tempo em que aprendem e ensinam, fazendo com que a instituição funcione
com eficiência e eficácia, a partir deste exercício efetivo de liderança.

25
Pesquisas realizadas por Rosamaria Calaes de Andrade (2004)
sugerem, para que a escola legitime a sua função social, que a direção
escolar supere o enfoque de administração e construa o de gestão,
Pesquisa observando as seguintes transformações:
e Prática
Pedagógica II

O conceito de gestão democrática associa-se, pois, à democratização e à


participação responsável de todos os sujeitos históricos presentes na comunidade escolar
no processo decisório, a partir de ações articuladas em busca de um ensino de qualidade.

Estudos realizados por Libâneo (2004, p.26) nos informam que

(...) o centro da organização e do processo administrativo é a tomada


de decisão. Os processos intencionais e metódicos de se chegar a decidir
alguma coisa e de fazer essa decisão funcionar caracterizam o que podemos
chamar de gestão. Sendo assim, gestão é a atividade pela qual são
movimentados maneiras e procedimentos para se alcançar os objetivos da
organização, especificamente os aspectos gerenciais e técnico-administrativos,
apresentados, assim, como sinônimos de administração. Já a direção é um
princípio e atributo da gestão, mediante a qual é encaminhado o trabalho coletivo
das pessoas, direcionando-as e unindo-as no rumo dos objetivos.

Compreende-se que todos os profissionais envolvidos como ato de educar, incluindo


você, futuro professor de Biologia, precisam agir democraticamente tanto na construção
do PPP quanto em todas as decisões tomadas no universo da escola. Este é o princípio
definido pela concepção de gestão escolar.

Você Sabia?
Em alguns Estados brasileiros, devido às exigências legais indicadas
na LDB 9394/96, um Projeto Político Pedagógico que servia para muitas
escolas, encontrava-se à venda em bancas de revistas por valores irrisórios,
custando, em média, R$ 30,00.
Interessante é identificar que os autores destes projetos eram
educadores que pensavam ser mais fácil comprar o referido documento do
que construí-lo na escola.

26
Percebe-se que o Projeto Político Pedagógico servia apenas para cumprir aspectos
legais, esquivando-se do que a LDB, no artigo 12, legitima, como incumbência da escola
de “elaborar e executar a sua proposta pedagógica e de informar aos pais e responsáveis
sobre a sua execução”. Esta atitude acarretaria a necessidade do planejamento, conceito
que você já construiu ao participar da disciplina Didática.

Para refletir...
A escola e a equipe que a constitui precisam planejar porque a LDB
estabeleceu esta exigência?
É preciso planejar para cumprir cobranças externas?
É legítimo comprar ou copiar projetos para entregar aos órgãos do
sistema para cumprir exigências?
É de extrema importância implementar a prática do planejamento,
da elaboração de projetos porque são processos necessários, parte
da caminhada no sentido de resgatar o papel da escola no exercício
da cidadania e o trabalho do professor em busca de uma gestão
democrática?
É com você, aluno(a)! Sua participação na gestão da escola que se
diz democrática é fundamental!

Momento de Revisão !

1. A gestão escolar pode ser classificada em três grandes blocos:

GESTÃO AUTORITÁRIA OU AUTOCRÁTICA: é caracterizada pela tomada de


decisão por parte da autoridade maior, o Gestor, sem consultar o grupo. As tarefas são
definidas e fixadas pelo gestor e determina a forma de execução. Fica vedada a iniciativa
pessoal, o que gera conflitos, agressividade, desinteresse, dentre outrOs. No entanto, é
notória a elevação da produtividade, não acompanhada pela satisfação dos parceiros.

GESTÃO LIBERAL: é também conhecida como não-diretiva. O gestor exerce o


papel de membro do grupo e só age quando solicitado. Neste caso, o grupo responsabiliza-
se pelo levantamento de problemas, pelas discussões e tomada de decisões. A ação do
gestor limita-se ao fornecimento de informações, caso seja requerida a sua presença. Sem
direção, as tarefas podem ser desenvolvidas insatisfatoriamente.

GESTÃO DEMOCRÁTICA : nesta classificação, é a decisão do grupo que prevalece.


As pessoas participam da programação do trabalho, divisão das tarefas e as decisões
tomadas coletivamente. O gestor é o articulador, integrando-se ao grupo, sugerindo e não
impondo alternativas.

27
2. Um bom gestor é aquele que é capaz de sentir o que está acontecendo
no grupo e é capaz de ter atitudes adequadas para ajudar o grupo a
ultrapassar os seus problemas.
Pesquisa
e Prática 3. A gestão participativa exige uma mudança de atitude da comunidade
Pedagógica II escolar, o que implica envolver-se no processo de construção do PPP,
promovendo um diálogo permanente com o cotidiano da escola, num
exercício pleno de cidadania.

4. A escola que valoriza a experiência vivida no cotidiano e os seus conteúdos


emergentes, ricos de sentidos, é potencialmente capaz de trabalhar também com a
perspectiva da valorização humana que pretende atingir.

5. Paulo Freire (1996), ao tratar da ética e da estética no processo de ensino e


aprendizagem, compreende não ser possível conviver com seres humanos sem validar
a ética, considerando esta situação como transgressora na medida em que desrespeita
os direitos do outro em seu próprio benefício.

6. A experiência educativa precisa manter seu caráter formador, uma vez que o ensino
do conteúdo não é suficiente para o desenvolvimento moral dos educandos.

7. A educação precisa ser concebida como o ato de formar; e esta formação supõe o
exercício ético, apoiado em princípios que critiquem permanentemente os desvios de
conduta e de moral com os quais estamos convivendo nos meios social, político e
educacional.

8. O ser humano precisa ser capacitado para saber decidir quando deverá transgredir
ou não, nas situações do cotidiano. Cabe à Escola construir uma proposta de trabalho
que legitime esta premissa. Somos seres humanos carentes de humanidade e de
sentido ético e estético em nossas atitudes. E é na interação com o meio social, com
o outro, que adquirimos condições para desenvolver os sentimentos mais nobres.

9. A educação é de fundamental importância para nós, pois é responsável pelo processo


de humanização do ser em seus aspectos ético e estético.

10. O currículo vivido na escola emerge da necessidade de humanização, valorizada pelas


práticas educativas. A discussão pura e simples desses valores, no e entanto, no âmbito
da disciplina Biologia, não é o bastante para afastar o risco de cristalização de
comportamentos e de atitudes instituídas com status de verdade absoluta.

28
Atividades
Complementares

1. Com base nos estudos e nas pesquisas realizadas no contexto escolar, indique os
valores e princípios próprios da escola que deverão nortear a construção do Projeto Político
Pedagógico.

2. Reflita sobre a seguinte questão: qual a relação entre democratização do ensino e


democratização da sociedade? Em que medida esta relação influencia na gestão
democrática pretendida pela escola?

3. Após a realização da entrevista com o gestor, indique quais são as tarefas da escola
que pretende primar pela democracia.

4. Qual a sua opinião sobre a seguinte afirmação: a educação escolar é uma tarefa
mediadora que emerge do seio da prática social global.

29
Pesquisa
5. Você já compreendeu que a gestão escolar é de extrema relevância
para edificar uma escola democrática. Quais são as tarefas do professor de
e Prática Biologia necessárias para concretizar a prática escolar e o compromisso
Pedagógica II social próprios desta escola?

6. Faça um esquema do conteúdo estudado neste tópico. Caso tenha dúvidas, resgate
as informações contidas no Módulo Impresso da disciplina Metodologia do Trabalho
Pesquisa Científico. Mãos à Obra!

30
Estrutura e Organização da Unidade Escolar:
a Participação dos Atores Envolvidos na Escola

Gestão democrática implica em compartilhar o “poder”,


descentralizando-o, com variada gama de responsabilidades das equipes
gestoras da escola e dos sistemas de ensino. ( SALVADOR, 2003)

A escola é uma organização, uma unidade social com identidade própria, portanto,
não é um serviço local do Estado. A sua responsabilidade social é de extrema importância
para o exercício da cidadania, portanto, não é possível deixar de assumir com seriedade a
reflexão em torno dos meios que garantem o seu funcionamento. Desta forma, não basta
invocar valores como dignidade, liberdade, solidariedade e justiça, como se de simples
slogans se tratasse. Não basta advogar o ideal de uma escola humanista e democrática, é
necessário também cuidar da qualidade ética das mediações institucionais que garantem
a sua viabilização. Assim, os “quês” e os “porquês” da organização escolar deverão ser
articulados numa rede de sentido assente, obrigatoriamente, na primordialidade do “quem”.

Onde está a ética neste processo? A ética está presente nos diferentes documentos
que traduzem o rumo de cada organização e nos seus modos concretos de viver a tarefa
educativa. Observe o seguinte esquema:

31
Num mundo complexo e carente de referências axiológicas, a escola
precisa assumir a sua autonomia, não abdicando de tomar posição sobre o
Pesquisa
futuro desejado e sobre as condições objetivas que tornem possível os ideais
e Prática indicados. Neste contexto, destaca-se a necessidade de estrutura e organizar
Pedagógica II a escola, buscando a participação do aluno e a auto-organização.
Nesta lógica de preocupações, aponta-se a valorização do Projeto Educativo da
Escola que, em articulação dinâmica com outros instrumentos organizacionais, permite dar
expressão à singularidade de cada cultura escolar.

Ancorada numa consciência profissional exigente, a gestão escolar não pode ficar
confinada ao plano das relações interpessoais, ela deverá ser prolongada nos espaços
institucionais e normativos que configuram as práticas. Pensamos até que é esse o lugar
privilegiado para a afirmação de um perfil profissional, de uma deontologia.

Reconhecemos que, por mais relevantes que sejam, não são suficientes os princípios
ou a consciência pessoal suficientemente inquieta com os males que dificultam a
responsabilidade de ensinar a ser adulto num mundo tão problemático e incerto. É necessário
comprometermo-nos no processo permanente de construção de referências balizadoras
do viver em comum, persistindo em definir comportamentos considerados moralmente
adequados

Esta construção passa, em grande medida, por uma tomada de posição nos
diferentes espaços de participação potencializados no âmbito de uma cultura organizacional
democrática. Acreditamos que é sobretudo nestes contextos, através de uma decisão
partilhada e colegial, tornando explícitos os valores tradicionalmente implícitos, que a ética
profissional ganha sentido e credibilidade e não na simples adoção de códigos de conduta
de caráter corporativista.

Atenção !
Precisamos de escolas com dinâmicas de participação ao nível
identidade pautada na apren- da vida escolar.
dizagem voltada para o exercício
da cidadania ativa e responsável,
reclamada pela sociedade do novo
século. Isto depende muito da
qualidade relacional e emocional
que conseguirmos imprimir nas

32
O bom funcionamento da escola requer, ainda, que suas condições estruturais
estejam asseguradas em seus aspectos pedagógicos e administrativos. Assim, a criação
de normas de funcionamento, quando editadas e cumpridas pelas pessoas que fazem parte
da escola, imprimem um caráter de eficácia e de eficiência ao trabalho administrativo e
pedagógico.

No ambiente educacional há um determinado consenso em relação a algumas destas


regras, uma certa similaridade em relação a outras e também, uma prática de copiar as
normas de uma instituição para outra, numa atitude de simplificação e de vulgarização deste
conteúdo. Esta atitude garante o bom funcionamento da escola? Decerto que não!

Neste contexto, é preciso que seja levada em consideração as especificidades e as


singularidades do contexto educacional, promovendo um estudo cuidadoso das
possibilidades de intervenção neste contexto para que sejam criadas normas de
funcionamento e de participação pertinentes à sua realidade e às aspirações dos atores
envolvidos no processo: alunos, professores, gestores, familiares e a comunidade na qual a
unidade escolar está inserida.

Atenção !
Entre as modalidades mais Conselhos de Escolas, sendo que
conhecidas de participação estão os estes devem funcionar de forma
Conselhos de Classe e os Conselhos paritária e como instâncias má-
de Escolas, os primeiros desde a ximas de decisão dentro da escola
década de 80, sendo que o segundo no que diz respeito aos aspectos
existe em muitos municípios e administrativos e principalmente
Estados brasileiros, mas só começa pedagógicos.
a ganhar corpo a partir da Lei 9394/
96 - LDB, que manifesta a neces-
sidade de os estabelecimentos esco-
lares terem uma gestão democrática
e participativa, referindo-se aos

33
Você Sabia?
Pesquisa
e Prática O CONSELHO ESCOLAR tem um papel fundamental, tanto
Pedagógica II na observação da organização da escola,quanto em relação ao
tempo pedagógico.

Cabe ao Conselho ficar atento aos sinais que evidenciam que os estudantes
estão sendo respeitados em seu ritmo de aprendizagem e que, de fato, a
reorganização do trabalho pedagógico favorece esse ritmo.

O Conselho Escolar pode auxiliar a escola na ampliação de sua autonomia


em relação à condução das atividades pedagógicas e administrativas sem perder
de vista que o objetivo último e mais importante é que tal clima favoreça, de fato, as
aprendizagens dos educandos. Constitui o espaço mais adequado para, de forma
compartilhada, dirimir as dúvidas, encontrar saídas alternativas e propor novas
condutas de participação individual e coletiva.

Como implantar o Conselho Escolar? A Escola precisa, e muito, de sua ajuda!

Não esqueça: é tarefa do Conselho Escolar acompanhar as formas como se


realizam as progressões dos estudantes, verificar de que modo estão se saindo nas
recuperações propostas pelos docentes e quais resultados alcançaram, bem como o
tempo adequado para as atividades realizadas. Não confunda Conselho de Classe
com Conselho Escolar!

CONSELHO DE CLASSE é uma organização de natureza técnico-


pedagógica, em funcionamento na escola, quando previsto no Regimento Escolar.
Este Conselho é composto por todos os professores, coordenadores pedagógicos
sob a liderança de Gestor Escolar, podendo até ter representatividade discente, se
for dispositivo regimental.

Compete ao Conselho de Classe socializar informações à família do aluno


sobre a sua vida escolar, dar parecer a respeito do desempenho de aprendizagem e
de aspectos psicopedagógicos dos alunos, de medidas e intervenções a serem
adotadas em prol da integração

Para garantir as normas de funcionamento e de organização são escolhidos os


membros do Conselho Escolar: os pais, professores, representantes das comunidades locais
e algumas vezes os alunos. O Gestor Escolar também faz parte do Conselho. A maior parte
do Conselho Escolar é composta pelos pais e representantes das comunidades. Nenhum
grupo, como por exemplo, os representantes das comunidades ou professores, pode
perfazer um número que supere os votos do resto do Conselho Escolar. A única qualificação
necessária para pertencer ao Conselho Escolar é o desejo de ajudar a escolar. Este desejo,
com certeza, você já tem, caro aluno! Contamos com seu discernimento para ajudar a escola
a exercer o seu papel!

34
É preciso atentar para a necessidade de
atender às demandas das políticas educacionais
e sociais estabelecidas pela sociedade
contemporânea. Uma preocupação vem sendo
observada: os sistemas de ensino público
municipal e estadual têm buscado desenvolver
um sistema de gestão que os tornem
competentes na aquisição das habilidades
necessárias para garantir a gestão democrática.

Observe, como exemplo, a Estrutura Organizacional da Secretaria


Municipal de Educação da Prefeitura de Salvador:

www.smec.salvador.ba.gov.br

Vejam que, com esta Estrutura Organizacional, busca-se garantir a missão de

formular, coordenar e executar políticas de Educação e Cultura em


articulação interinstitucional, de modo a construir uma escola pública municipal:
plural em sua natureza, universal em seu compromisso com a democratização
de oportunidades socioeducativas, e ética na responsabilidade de formação de
valores para uma educação socialmente inclusiva.(ibid)

É nesse contexto que se encontram o sistema e o subsistema educativos, significando


para Libâneo (2004, p. 40) que:

a escola necessária para fazer frente a essas realidades é a que provê


formação cultural e científica, que possibilita o contato dos alunos com a cultura,
aquela cultura provida pela ciência, pela técnica, pela linguagem, pela estética,
pela ética. Especialmente, uma escola de qualidade é aquela que inclui, uma
escola contra a exclusão econômica, política, cultural, pedagógica.

Corroborando esta premissa, percebemos que desde a promulgação da Constituição


Federal do Brasil, indica-se que a gestão democrática do ensino público é um dos sete
princípios a serem observados ao se ministrar o ensino (Inciso VI do Artigo 206).

Assim, a tal propagada gestão democrática da escola pública requer a participação


coletiva:
a) das comunidades escolar e local na gestão dos recursos financeiros;
b) de pessoal/patrimônio, na construção e na implementação de projetos educacionais,;
c) na elaboração e implementação do Regimento Escolar, do PDE;
d) na construção e implementação da Proposta Pedagógica .

Esta participação requer normas e instrumentos legais que a auxiliem. Conheça


estes instrumentos para poder, inclusive, auxiliar os professores que farão parte da escola
em que você desenvolverá atividades pedagógicas, caro(a) aluno(a)!

35
Pesquisa
e Prática
Pedagógica II

36
Regimento Escolar

Instrumento legal que indica as diretrizes técnicas, administrativas, pedagógicas e


disciplinares da Unidade Escolar (U.E.).

O Regimento Escolar precisa ser elaborado pelos atores partícipes da U.E. com a
participação do Conselho Escolar. Deve ser analisado e aprovado pelo Conselho Municipal
de Educação, coordenado pelo Gestor Escolar, adequando-o às características e
peculiaridades da U.E.

Plano de Desenvolvimento da Escola - PDE

Processo gerencial de planejamento estratégico desenvolvido pela escola visando


a melhoria da qualidade do ensino. Também é elaborado com a comunidade escolar, de
forma participativa.

Para a elaboração do PDE necessário se faz: criar um grupo de sistematização


formado pelo diretor e representantes dos diversos segmentos da U.E. que, junto ao
Conselho Escolar, constituem o Comitê Estratégico responsável pelas decisões projetadas
para execução do plano.

Projeto Político-Pedagógico

É o plano global da U.E. Refere-se à sistematização do processo de planejamento


participativo definindo o tipo de ação educativa que se quer realizar, definindo a
intencionalidade dos sujeitos que representam a escola e da leitura da realidade.

Você Sabia?
Conheça a Base Legal para garantir a Gestão Escolar Democrática
legitimada pela Prefeitura Municipal de Salvador. Procure saber no seu
município quais procedimentos foram adotados para este mesmo fim.

GESTÃO DEMOCRÁTICA: PDE


Constituição Federal / 88 Convênio firmado entre o
LDB/96 FUNDESCOLA/MEC e o Município de
Plano Nacional de Educação/2000 Salvador, renovado anualmente.

CONSELHO ESCOLAR ORGANIZAÇÕES ASSOCIATIVAS


Lei Municipal 4940/94 DOS ALUNOS
Decreto 10.895/94 Lei Federal nº 7398 de 14 de novembro
Resolução do CME nº 005/99 de 1985;
Constituição Estadual Artigo 249;
REGIMENTO ESCOLAR Regimento Escolar;
Constituição Federal / 88 Lei nº 8069 de 13 de julho de 1990 –
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Dispõe sobre o Estatuto da Criança e
Nacional nº 9394/96 do Adolescente;
Estatuto da Criança e do Adolescente – Capítulo IV, Artigo 53.
Lei Federal 8.069/90

37
ASSOCIAÇÃO DE PAIS DE ALUNOS - APA
Regimento da Escola.
Pesquisa
Regimento da Associação de Pais dos Alunos.
e Prática
Pedagógica II CONSELHO DE CLASSE
Lei nº 9394/1996 – Estabelece diretrizes e bases da Educação
Nacional. Título IV, Artigo 12 Inciso V, VI e Artigo 13 Inciso VI.
Regimento Escolar

É de responsabilidade da escola fazer com que os alunos tenham condições de


continuarem estudando e aprendendo durante toda a vida, divulgando valores e convicções
democráticas necessárias para viver em comunidade. Assim, os objetivos, conteúdos e
métodos da escola democrática devem observar as exigências econômicas, sociais e
políticas de cada época histórica, validando a conquista da democracia efetiva. A
democratização do ensino requer sólido domínio das áreas de conhecimento, observando
que a leitura e a escrita é compromisso de todas as áreas. Este ensino, associado ao
desenvolvimento de competências e habilidades intelectuais, contribui para estabelecer o
vínculo entre o indivíduo e a sociedade e vice-versa. Amplia a compreensão das tarefas do
homem integral e alarga os horizontes para que todo os sujeitos reconheçam seu papel
como membro de uma coletividade mais ampla, para além da vivência individual e regional.

Um Convite!
É chegado o momento de destacar o ensino de Ciências para a
efetivação desta tarefa, contando com o seu auxílio efetivo, aluno(a):
Este ensino compreende o estudo da natureza e do ambiente,
observando-se as relações do homem com o meio físico, social e ambiental,
além da compreensão das propriedades existentes entre os fatos e
fenômenos e a apropriação de métodos e hábitos científicos, dentre outros.
Veja que o trabalho docente constitui o que chamamos de exercício
profissional do professor como compromisso social.
Então, sua responsabilidade é formar alunos para que estes sejam
cidadãos ativos e participantes na família, no trabalho, nas associações de
classe, na vida cultural e política. Trata-se de uma atividade de cunho
fundamentalmente social, uma vez que contribui para a formação cultural e
científica de um povo. Aceita este convite?

Por onde começar? Partindo do seu compromisso, professor(a), em educar seus


(uas) alunos(as), organizando situações de aprendizagem para que estes se apropriem
dos conhecimentos, desenvolvam suas forças para enfrentar os desafios da vida no trabalho,
nas lutas sociais . (LIBÂNEO, 2004)

38
Atenção !
A disciplina Pesquisa e Prática Pedagógica II o convida a realizar
uma investigação a respeito das práticas administrativas e pedagógicas
de uma determinada escola e refletir sobre suas finalidades.
A pesquisa sugerida consti- No caso específico da atividade que
tui-se como processo de construção lhe sugerimos, trata-se de realizar
de conhecimento sobre um objeto ou uma visita para verificar como a
problema que se considera escola se organiza e se normatiza
relevante e precisa estar fun- pedagógica e administrativamente.
damentada em proposições
teóricas, seguir um método com
rigor científico, produzir novos
conhecimentos e divulgá-los para
torná-los públicos; necessitando de
um tempo mais ou menos longo de
imersão do pesquisador no campo.

Momento de Revisão !

Vamos resgatar os questionamentos que levantamos ao longo do texto dedicado a


este conteúdo?

“Quem” é a escola, qual a sua identidade, a sua memória e o seu projeto?

Assim como o mundo vem sofrendo mudanças nos setores econômicos, políticos,
culturais, geográficos, entre outros, a escola também foi afetada por uma série de fatores:
mudança nas organizações da gestão escolar, nos currículos, na concepção de avaliação,
na utilização de novos recursos didáticos (como as novas tecnologias, por exemplo), na
desvalorização da profissão docente, dentre outros.

Essas transformações estão refletidas no cotidiano escolar, uma vez que mudanças
rápidas de paradigmas interferem no interior da escola, ressignificando o seu saber, fazer
e pensar. A Escola que temos hoje passa por um momento de crise no entendimento e na
implementação de conceitos teóricos e práticos com relação à sua organização, ao processo
de ensino-aprendizagem e a rápida transformação dos conhecimentos científicos e técnicos,
princípios pelos quais o processo educacional se estrutura.

39
“Quem” são os sujeitos que lhe dão vida?

Todos aqueles que chegam à escola, mediados pela ação do Gestor.


Pesquisa
O compromisso social, expresso principalmente na competência profissional
e Prática é exercido na vida social e política. Assim, a profissão-professor (o chamado
Pedagógica II magistério) constitui-se em ato político porque se realiza no contexto das
relações sócias, espaço onde de manifestam os interesses das classes
sociais. Faz-se necessário uma sólida preparação profissional face às
exigências colocadas pelo trabalho docente.

“Quem” a dirige, “quem” a gere e “quem” a avalia?

Todos aqueles que fazem parte da escola. A avaliação da aprendizagem no cenário


da educação escolar esteve por muito tempo como única forma de avaliação, fundamentada
pela Pedagogia do Exame, sem que se pensasse em avaliar outros processos da ação
escolar, tendo como únicos atores, os alunos. Sousa (1995, 43-49), faz reflexões importantes
em torno da atuação da psicologia na avaliação da aprendizagem, e da influência exercida
pelos estudos realizados nos Estados Unidos nas duas primeiras décadas do século vinte.
Destes estudos surge a convicção de que se conhecendo a natureza do desenvolvimento
do aluno, abre-se caminho para a compreensão e aperfeiçoamento da educação escolar.

Para “quem” se destinam as diferentes propostas de trabalho?

Para todos aqueles que fazem parte da escola. Para proporcionar a todas as crianças
e jovens o acesso e a permanência na escola básica, provendo-lhe de excelente formação
cultural e científica.

40
Atividades
Complementares

1. Libâneo (2004, p.29) afirma que a educação é um fenômeno e um processo social.


O que você pode concluir a partir desta afirmativa?

2. Por que é importante para o profissional de Biologia compreender os fundamentos


conceituais voltados para a temática “Estrutura e Organização da Unidade Escolar”?

3. Analise as permanências e mudanças presentes na estrutura administrativa e


pedagógica da escola investigada como proposta da disciplina PPPII e a escola em que
você estudou.

4. Você escolheu a profissão de educador. Quais saberes serão necessários para que
você assuma, com dignidade e coerência, este privilegiado papel de formar seres humanos?

41
Pesquisa
5. Faça um resumo informativo do texto lido. Este resumo deverá ser
construído em um parágrafo, contendo, no máximo, 500 palavras e, no mínimo,
e Prática 350. Boa leitura!
Pedagógica II

42
A Formação Continuada de Professores:
A Função da Escola como Espaço de Formação de
Seres Humanos.

(...) ser cidadão significa ser sujeito de direitos e deveres. Cidadão é,


pois, aquele que está capacitado a participar da vida da cidade literalmente e,
extensivamente, da vida da sociedade (...); ser cidadão significa, portanto,
participar ativamente da vida da sociedade moderna, isto é, da sociedade cujo
centro de gravitação é a cidade. SAVIANI (1986, p. 73-76).

Estudos desenvolvidos por Saviani (ibid) nos informam que a educação escolar
forma o sujeito para que este possa realizar o exercício consciente (direitos e deveres) da
cidadania. A escola, neste contexto, tem a tarefa de democratizar, com qualidade e “para
todos”, os conhecimentos construídos historicamente pela e para humanidade.

Para refletir...
O que significa a expressão Formação de professores ?
Formação e capacitação são as mesmas coisas ?
Estes conteúdos construídos historicamente precisam ser apropriados pelos sujeitos
que fazem parte da vida em sociedade, independente da sua história pessoal. A proposta
curricular da Escola precisa validar o princípio da identidade, buscando, em sua concepção
filosófica, política, metodológica, acolher o aluno com suas especificidades, assumindo o
compromisso de torná-lo mais cidadão, mais humano.

?
?
Será que os professores de Biologia compreendem a
importância de abordar o conteúdo tomando como base a idéia de
identidade? Os professores desta área de conhecimento foram
formados para compreenderem esta questão?

Você Sabia?
A biologia é a ciência da vida
(do grego bios= vida e logos = estudo).
O Biólogo é o profissional que
debruça-se sobre as características e
o comportamento dos organismos, a
origem de espécies e indivíduos, e a
forma como estes interagem uns com
os outros e com o seu ambiente.

(http://pt.wikipedia.org/wiki/Biologia)

43
O ensino de Biologia tem sido alvo, principalmente nas últimas décadas,
de análises e críticas por aqueles que se preocupam com a qualidade e a
importância de uma educação que leve em consideração a realidade
Pesquisa
sociocultural em que os alunos estão inseridos. Como enfrentar as dificuldades
e Prática relacionadas à formação do professor para atuar no ensino de Biologia?
Pedagógica II Discutir a formação dos profissionais da educação escolar no cotidiano da
Escola Básica significa colocar realidade no contexto mais amplo da
democratização do ensino e da própria sociedade brasileira. Isto significa
assumir a formação do educador como um meio e não como um fim em si.

Contudo, vale destacar que a formação do educador não vai resolver, por si só, a
questão da democratização do ensino, mas, certamente, terá uma função importante no
processo de construção da Escola que se quer democrática. Esta Escola necessita de
educadores mais competentes para que cumpra, de maneira diferenciada, para melhor, a
sua função social.

Para refletir...
Educadores competentes necessitam, sem dúvida alguma,
de condições mínimas de trabalho; dentre elas, a questão salarial
é ponto de partida para qualquer discussão de propostas que
visem melhorar o ensino brasileiro.

?
?
Mas quem é este professor de Biologia? Qual a sua formação?
Este profissional tem conhecimentos necessários para participar da
gestão escolar?

Segundo autores como Pereira (1999), os currículos de formação de professores


baseados no modelo da racionalidade técnica mostram-se inadequados à realidade da
prática profissional docente.

Atenção !
As principais críticas atribuídas a esse modelo dizem respeito à
separação entre teoria e prática na preparação profissional, a prioridade
dada à formação teórica em detrimento da formação prática e a concepção
da prática como simples espaço de aplicação de conhecimentos teóricos.
Você concorda que esta separação é inadequada?

44
? Um outro limite deste modelo consiste em acreditar que o
domínio dos conteúdos específicos que se vai ensinar é suficiente
para ser um bom professor. Isso significa, por exemplo, que, para ser

?
um bom professor de Biologia, basta o domínio dos conhecimentos
específicos dessa área do conhecimento. Com os conhecimentos
que você já construiu ao longo do seu curso de Biologia, é possível
validar esta afirmativa?

Reconhece-se que o caráter pedagógico da formação do professor ultrapassa a


dimensão técnica, que é considerada insuficiente para responder aos dilemas e
ambigüidades presentes no processo educativo, dando relevância à multiplicidade que
compõe sua dimensão humana (ESTEBAN, 2001).

Um modelo alternativo de formação de professores que vem conquistando um espaço


cada vez maior na literatura especializada é o da racionalidade prática (RP), o qual se
contrapõe ao modelo da racionalidade técnica (RT).

Estudos desenvolvidos por Pereira (1999) informam que no modelo da RP o professor


é considerado um profissional autônomo, que reflete, toma decisões e cria durante sua
ação pedagógica, a qual é entendida como um fenômeno complexo, singular, instável e
carregado de incertezas e conflitos de valores.

A prática pedagógica do professor de Biologia, segundo o modelo da RP, “não é


apenas locus de aplicação de um conhecimento científico e pedagógico, mas espaço de
criação e reflexão, em que novos conhecimentos são, constantemente, gerados e
modificados”. (PEREIRA, 1999, p. 113).

? Este mesmo autor enfatiza que, por essa via, o contato com a

?
prática docente aparece desde os primeiros momentos do curso de
formação. Você percebeu agora a importância da disciplina Pesquisa
e Prática Pedagógica para o seu curso?

Porém, o autor alerta para que também não ocorra uma supervalorização da prática
em detrimento da teoria: “ a prática pedagógica não é isenta de conhecimentos teóricos e
que estes, por sua vez, ganham novos significados quando diante da realidade escola
“(PEREIRA, 1999, p.114).

É possível perceber, diante do exposto, que o modelo da RP nos indica que a ação
pedagógica ganha um espaço que se destaca muito mais quando comparado ao modelo
anterior, no qual a teoria é concebida como o eixo da formação: enquanto a RT valoriza
demasiadamente a formação teórica da área específica de referência, acreditando que
isso seja suficiente para se formar um bom professor, a RP propõe que a prática seja o eixo
da formação docente. Em qual modelo está baseado o seu curso?

45
Você Sabia?
A institucionalização dos cursos superiores de formação
Pesquisa
e Prática
de professores começou efetivamente no Brasil na década de
Pedagógica II 1930, apresentando como referencial a criação da Universidade
do Distrito Federal, instituída em 1935 por Anísio Teixeira, onde
se propôs uma escola de nível superior para formar todos os
professores, inclusive aqueles voltados à escolarização inicial.
Essa proposta foi extinta em 1939, tomando espaço a formação
de professores para o ensino básico
(SCHEIBE; DANIEL, 2002).

Segundo Esteban (2001), a relação teoria/prática é fundamental para a construção


da autonomia docente. No entanto, ela é considerada como um dos seus entraves, em
especial pelo distanciamento existente entre a reflexão e a ação e pela dificuldade de colocar
em prática as discussões teóricas.

A idéia de autonomia apresentada pela autora refere-se à capacidade do professor,


individual ou coletivamente, criar alternativas para a sua ação. A construção de uma prática
nova e de melhor qualidade depende da conquista dessa autonomia.

Até agora tratamos apenas da formação inicial do professor. Mas será que ela se
esgota na graduação? Decerto que não! Para conquistar esta almejada autonomia, aluno(a),
é necessário investir na formação continuada. Este deve ser um espaço que possibilite
ampliar os conhecimentos da área em que o professor atua, além de proporcionar
discussões teóricas sobre problemas práticos do cotidiano escolar.

Concordamos com Libâneo (2000) quando posiciona-se acerca da formação


continuada, ao considerar que esta formação deveria proporcionar aos professores a
ampliação do seu campo de atividade, por meio da atualização sobre os avanços da sua
disciplina e no seu campo de ensino, tanto no que tange aos conteúdos quanto aos métodos.

Para refletir...
Para que a escola seja a burocracia intransponível que
edificada como espaço de impede os afastamentos para a
formação de seres humanos, freqüência em cursos de atualização
associada ao cotidiano escolar, é e/ou formação continuada, além da
preciso superar as dificuldades que falta de material alternativo ao livro
interferem na condução das suas didático e de boa qualidade.
aulas, como o excesso de trabalho,

46
Atividades
Complementares

1. Vamos resgatar os questionamentos que levantamos ao longo do texto dedicado a


este conteúdo? Veja que em alguns tópicos inserirmos uma numeração (1 a 7). Estas
questões precisam ser refletidas por você. Mãos à Obra!

Registro das reflexões

47
PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO:
Pesquisa
e Prática
A GESTÃO DA ESCOLA E DA SALA DE AULA
Pedagógica II
O Projeto Político-Pedagógico da Escola:
Metodologia de Trabalho para Elaboração Deste Documento.

Pensar em planejar a educação é parte essencial da reflexão sobre


como realizar e organizar o trabalho escolar, o que significa encarar os problemas
dessa instituição e do sistema educacional como um todo, compreendendo as
relações institucionais, interpessoais e profissionais nela presentes, avaliando
e ampliando a participação de diferentes atores em sua administração, em sua
gestão, assumindo-a enquanto instância social de contradições, propícia ao
debate construtivo e, sobretudo, enquanto entidade que tem por principal tarefa
propiciar atividades e formar cidadãos. (GADOTTI; ROMÃO, 2004, p.80)

Estes tão conhecidos autores, discípulos de Paulo Freire, nos alertam que a
elaboração de um Projeto Político-Pedagógico (PPP) ultrapassa a mera elaboração de
planos, que só se prestam a cumprir exigências burocráticas. Este conteúdo, para ser
compreendido por você, caro(a) aluno(a), precisa antes ter estudado os fundamentos
indicados no TEMA 1 deste Módulo Impresso e os seus desdobramentos.

Por que o nome Projeto Político-Pedagógico?

Vamos entender o que alguns autores compreendem acerca deste conteúdo:

Veiga (2000) nos informa que o termo político aparece para destacar
que a ação pedagógica é um ato político, assim caracterizado por estar
formando cidadãos para determinada sociedade, que exige da escola
uma formação escolar que propicie competência profissional e vivência
democrática, participativa, crítica, responsável e ética.

Desta forma, compreende-se que o Projeto Político-Pedagógico configura-se como


uma ação intencional, que tem sentido claro: trata-se de um documento que reflete a
identidade da escola. Todo Projeto Pedagógico da escola é político por sua característica
democrática e por estar intimamente articulado ao compromisso sócio - político e com os
interesses reais da população que faz parte daquela U.E.

Refletir acerca do papel político e pedagógico que a escola assume na sociedade


historicamente dividida em classes sociais, dentro de um modo de produção capitalista,
nos impulsiona a reconhecer a educação como um ato político, intencional. É justamente
esta característica que vem contribuindo ou para reforçar o modelo de sociedade, sua
ideologia, a cultura e os saberes que são considerados relevantes para os grupos que

48
possuem maior poder, ou para desvelar a própria forma como a escola se articula com a
sociedade e seu projeto político.

A Escola é, pois, um espaço emancipatório, caracterizado como locus de construção


de uma contra-ideologia, espaço em que a cultura e os saberes dos grupos sociais
discriminados,com a sua historia negada e distorcida, esteja em constante diálogo com
outros saberes acumulados e sistematizados historicamente.

Todo Projeto Político da Escola possui uma dimensão pedagógica, uma vez que
reflete a intencionalidade da escola, define as ações educativas e as características próprias
de um determinado contexto para que a escola possa cumprir seus propósitos, validando
suas intenções.

Para refletir...
Qual é, na sua opinião, a intencionalidade da escola?
Veiga (ibid) acredita que é a formação do cidadão participativo,
responsável, compromissado, crítico e criativo. E você?

Com tal compreensão e, consequentemente, prática, estaremos desvelando a idéia


ou o mito do planejamento como documento meramente burocrático e compreendendo o
seu caráter político e ideológico, pois, ao definir objetos, metas, metodologias de ação,
forma de avaliação do trabalho escolar, fazendo ações, atribuímos às nossas ações
educativas ou um caráter conservador ou caráter transformador.

Vasconcellos (2006) compreende que o PPP é “o plano global da


instituição, entendido como sistematização, nunca definitiva, de um
processo de planejamento participativo” (p.17)

O PPP configura-se como instrumento teórico-metodológico de suma importância


para servir como indicador da realidade vivenciada em determinado contexto escolar,
transformando-a. Este instrumento é resultante da interação entre os objetivos e prioridades
estabelecidas pela sujeitos que representam a escola, indicando, após reflexão, as ações
necessárias para a construção de uma escola que atenda às exigências próprias para
construção de uma nova sociedade.

A elaboração deste instrumento requer, antes de tudo, um trabalho comprometido


de todos os envolvidos no processo educativo: professores, equipe técnica, alunos, seus
pais e a comunidade.

Para Diogo (1998, p. 17), o Projeto Educativo é, claramente, um


documento de planificação escolar que poderíamos caracterizar do seguinte
modo: de longo prazo quanto à sua duração; integral quanto à sua amplitude,
na medida em que abraça todos os aspectos da realidade escolar; flexível
e aberto; democrático porque é elaborado de forma participada.

49
A prática de construção de um projeto precisa estar amparada por
concepções teóricas sólidas e supõe o aperfeiçoamento e a formação das
Pesquisa
pessoas envolvidas neste processo. Neste caso, os Conselhos Escolares
e Prática precisam ser atuantes e esta atuação será percebida no interior da Escola e
Pedagógica II das comunidades diretamente envolvidas. O resultado desta ação influencia
e provoca transformações nas instâncias educacionais que, historicamente,
têm ditado o como, o porquê, o para quê, o quando e o onde planejar. Observe,
pois, que a atividade de planejar é científica, sistemática, com objeto de
estudo definido, apresenta método, critérios necessários para viabilizar a ação
de quem planeja, notadamente quando se trata de uma ação coletiva, além
de viabilizar a execução e avaliação do que foi planejado.

O Projeto Político-Pedagógico pode ser considerado como a síntese de um processo


permanente de discussão para definir, coletivamente, as diretrizes, prioridades e metas da
escola e, ao mesmo tempo, traçar os caminhos para alcançá-los. O professor precisa
interagir de forma participativa na elaboração do Projeto Político-Pedagógico, pois o
processo de construção e implantação dará identidade não só à escola, mas também ao
professor no que diz respeito à sua prática educativa.

Oliveira (1990) compreende que o PPP Retrata a cara da escola,


sua identidade. Por isso mesmo, a elaboração do PPP é sempre um
processo inconcluso, uma etapa em direção a uma finalidade que
permanece como horizonte da escola. Conforme este autor, termo Projeto
Político-Pedagógico nasce nos anos 80, com o intuito de se contrapor a
uma visão burocrática e técnica e afirmar a natureza política do projeto.

É necessário, segundo Veiga (2000) considerar três pontos básicos na especificidade


do projeto, a saber: o projeto é uma antecipação do futuro, portanto, deve orientar e conduzir
a ação presente; é utópico, caracteriza-se como idéia em processo para transformar-se
em ação, o que reforça o caráter político da educação. O papel do PPP está voltado para
o desenvolvimento de um projeto que se pretende histórico em busca da transformação
social. O PPP, após a sua concepção, acompanhamento e avaliação constante, numa prática
coletiva, legitima a identidade da Escola.

Você Sabia?
Neves (1995) identificou as seguintes características do PPP:

Totalidade: Porque engloba toda a ação da escola, seus fundamentos


filosóficos, objetivos e metas e o mecanismo de gestão.
Identidade: Porque explicita com clareza a missão social, princípios,
valores e compromissos, além da organização em nível material
e financeiro para consecução dos objetivos indicados.
Dinamismo: Porque é um processo contínuo de construção.
Transparência: Porque está aberto à comunidade escolar.

50
Para elaborar este documento, necessário se faz atentar para os seguintes
procedimentos, interligados e ordenados, seguindo um método, a saber:

Justificativa: contextualiza e descreve a U.E, informando a sua história, a sua


realidade, as questões que precisam ser analisadas.

Contexto referencial: informa as ações que serão implementadas para


solucionar os problemas levantados. Ainda neste espaço, são indicados o sentido
do trabalho que será realizado, além do diagnóstico, partindo do levantamento de
dados sistemáticos retirados da realidade, indicando as Forças, as Possibilidades
e a Situação da Escola. Este diagnóstico cobrirá as dimensões externas (família
e comunidade) e internas (todos aqueles que encontram-se diretamente ligados
à escola). Há ainda necessidade de definir o ideal de homem, de cidadão, de
educação e sociedade que se pretende edificar, apontando o perfil institucional,
seu compromisso com a formação de seres humanos. Por fim, programam-se as
linhas de ação, definindo a metodologia de trabalho, combinando a ação individual,
grupal (com representantes de cada segmento) e plenário (reunindo todos os
membros da escola).

Programação: é a etapa que indica as ações que serão executadas, diminuindo


a distância entre o diagnóstico e a realidade pretendida. As Metas são traçadas,
indicando o que se quer alcançar, integrando os membros da U.E. que deverão
nortear as atividades que serão desenvolvidas na Escola: corpo docente; corpo
discente; pais e comunidade. Os objetivos da U.E, de cada nível e curso ministrado
também são apontados, definindo a estrutura curricular. Enfim, concluindo este
tópico, as ações são programadas, especificando as atribuições dos envolvidos.
Observe o esquema:
Metas Ações/Atividades Responsável Cronograma de execução

Avaliação: não é preciso aguardar a conclusão do Projeto para avaliar os


resultados pois a avaliação se faz presente e necessária ao longo do processo,
de caráter permanente, combinando dois momentos indissociáveis:produtos e
processos. É preciso identificar a metodologia de avaliação do projeto, realizando
atividades dinâmicas, tais como: reunião para avaliação, supervisão dos
resultados das atividades, entrevistas para elaborar diagnóstico, programação
com pais e comunidade, dentre outros.

Conclusão: algumas considerações precisam ser registradas, tendo em vista o


aprimoramento do Projeto: é preciso observar a coerência entre os planos da
U.E e o de cada professor em sua proposta de trabalho; destacar a teoria
pedagógica que dará suporte ao processo ensino-aprendizagem. O Regimento
Escolar deverá ser elaborado simultaneamente ao PPP e precisa ser avaliado
com periodicidade, pois depende de processos legitimadores juntos à U.E.

Atenção !
Não existe um único modelo para tornar exitosa a ação educativa
da Escola. Cada U.E é fruto de suas contradições e o caminho que pode
ser coerente numa determinada conjuntura, num determinado local, pode
não o ser em outro contexto.

51
Momento de Revisão !
Pesquisa
e Prática
1. Os estabelecimentos de ensino elaboram, executam e informam os
Pedagógica II pais e responsáveis sobre a execução da proposta pedagógica;

2. Os docentes devem participar da elaboração e implementação de um plano de


trabalho que concretize a proposta pedagógica da escola;

3. Deve haver a participação de todos os profissionais da escola na elaboração do


projeto: este é um dos princípios da gestão democrática;

4. As instâncias superiores à escola devem adotar coordenação dos sistemas


educativos, prestando apoio e incentivo às escolas, abandonando práticas
autoritárias.

5. O PPP é importante para a escola e sua gestão porque possibilita implementar ações,
metas e estratégias na configuração de um projeto político-pedagógico, no qual a
integração entre a escola e a comunidade e os agentes educativos entre si é a base
fundamental para sua sustentação.

6. A construção coletiva do PPP permite que os sujeitos envolvidos assumam um


compromisso sócio-político com os interesses reais e coletivos da população local,
a partir da intencionalidade na formação do cidadão para um determinado tipo de
sociedade, primando sempre pela qualidade, eficiência e eficácia do ensino.

7. O Projeto Político-Pedagógico, na concepção oficial, deve criar as condições para


que se ultrapasse os baixos índices de desempenho apresentados pelo sistema de
ensino, e ao mesmo tempo, ampliar as condições de permanência do aluno na escola.
E, ainda, demonstrar que é indispensável garantir às escolas os meios favoráveis à
construção desse projeto, calcado nos princípios de qualidade, eqüidade, autonomia,
participação democrática e valorização do magistério.

8. A elaboração do PPP pela escola, envolvendo todos os atores educacionais e a


comunidade, é a expressão do processo de descentralização no âmbito pedagógico
que é bastante enfatizado nos documentos oficiais a partir da década de noventa. De
um modo geral, a descentralização implica a existência de uma pluralidade de níveis
de decisão exercida de forma autônoma.

9. O processo de construção do PPP deve estar em


consonância com o planejamento escolar, consi-
derando que estas atividades refletem as práticas
sociais e educativas vivenciadas na escola.

52
Atividades
Complementares

1. Analise atentamente o texto construído para validar os princípios indicados no


conteúdo proposto. Como o professor de Biologia pode auxiliar na elaboração do PPP?

2. Como tornar o PPP legítimo e tradutor dos anseios da equipe escolar?

3. Como acompanhar a sua implementação no interior das escolas?

4. Considerando a inter-relação entre os conhecimentos filosóficos e políticos da


educação, analise os princípios do PPP e suas implicações na prática pedagógica.

53
5. Reportando-nos aos quatro pilares da educação que ressaltamos na
construção do Projeto (aprender a conhecer, a fazer, a conviver e aprender a
Pesquisa ser), qual a sua importância na efetivação de uma prática educativa a serviço
e Prática das aprendizagens dos alunos?
Pedagógica II

Projeto de Ensino-Aprendizagem:
Concepção de Educação, Currículo e Conhecimento.

O Projeto de Ensino-Aprendizagem é uma síntese que o educador faz


dos apelos da realidade, das expectativas sociais, de seus compromissos e
objetivos, das condições concretas do trabalho.
( VASCONCELLOS, 2006, p. 147)

Antes de abordamos o tema objeto de análise deste conteúdo, convidamos você,


aluno(a), para refletir acerca das seguintes questões:

Quem educa o educador?1 Educa-o a vida, que é construção de quem vive. A vida
humana, dupla construção de si mesma e do mundo, ensina a ensinar quem, na vida, aprende
a aprender.

Quem educa o educador? Educa-o quem o precedeu em seu labor. Porque nossa
vida é construção histórica e a missão de educar se funda na elaboração de outras
experiências, na história do educar. Educar exige teoria. Reconhece-se, no espaço de
formação, conceitos esquecidos ou não percebidos de fundamental importância para a
construção de uma proposta de trabalho coerente, resgatando nos alunos assistidos o
desejo de aprender.

Quem educa o educador? Educa-o seu trabalho, sua meta de formar, recíproca e
coletiva, partindo do diálogo permanente no espaço escolar e em outros espaços. A escola
é o lugar onde educadores e educandos trocam seus papéis continuamente, questionando
e sendo questionado. Só ensina quem aprende e, porque aprende, aprende a ensinar.

Esta compreensão é de extrema necessidade para que possamos iniciar o nosso


diálogo acerca dos princípios pedagógicos e critérios metodológicos necessários para a
construção de uma proposta de trabalho a ser realizada no contexto escolar.
Compreendemos que este ato só é produtivamente possível se realizado como um dos
elementos de um processo de ensino e aprendizagem que estejam claramente definidos
por uma proposta pedagógica.
1
WARSCHAUER, Cecília. Rodas em Rede. Oportunidades Formativas na Escola e fora dela. Rio de Janeiro:
Paz e Terra, 2001.

54
Por isso, para falarmos do Projeto de Ensino-Aprendizagem, é preciso nos referir
ao PPP elaborado pelo atores partícipes de uma determinada U.E. para que a proposta a
ser construída pelo professor não seja vista de forma desvinculada dos demais elementos
indicados no plano maior (PPP), pois as mudanças na forma de desenvolvimento desse
processo implicam, necessariamente, mudanças nas formas da ação avaliativa e, do mesmo
modo, as alterações no processo de avaliação poderão conduzir a uma transformação no
processo de ensino. Veja, então, a importância da sua participação na elaboração deste
documento institucional.

Atenção !
Toda prática pedagógica ser partilhada e construída por todos
precisa estar consubstanciada com os sujeitos que atuam e dão sentido
uma teoria ou teorias. Elas devem ser e significado à U.E.
coerentes com as intenções educativas
a que correspondem. Uma unidade
pedagógica é fundamental para que o
sistema reflita tais intenções. Faz-se
necessário uma concepção que deve

Se o fazer e as intenções educativas integram e concretizam um Currículo, devem


ser compartilhadas por todos aqueles que atuam e que vierem a atuar nas Escolas.. O
Currículo expressa a vida escolar, devendo ser documentado, mas se concretiza nos espaços
escolares: sala de aula, reuniões, corredores. Portanto, dinâmico, o currículo deve ser visto
como processo, mesmo que necessário como produto.

Uma UE é formada essencialmente um sistema de ensino deve ter minimamente


por Diretor(a), Coordenador(a), Secre- documentadas as suas intenções
tário(a), apoio administrativo, família, educativas, expressadas no Planejamento
professores(as) e alunos(as). Podemos dizer (Unidade e Quinzenal) que, por serem
que os protagonistas do processo ensino- momento de estudo e tematização da
aprendizagem são essencialmente os dois prática, deverão ser concretizadas por essas
últimos (professores e alunos). Porém, essas pessoas. O coração da vida escolar, o
pessoas mudam constantemente: os alunos, currículo, deve estar documentado e servir
pela continuidade dos estudos em outros como referencial para os profissionais da
contextos, e os professores, por condições escola. Estas informações você já construiu
sociais, econômicas e pessoais. Portanto, ao estudar Didática, caro(a) aluno(a)!

O Projeto Pedagógico da Escola, documento que revela a sua proposta curricular,


procura consolidar uma base técnica-científica que viabilize aos alunos o desenvolvimento
de um processo de aprendizagem, possibilitando a interpretação, a compreensão, a
assimilação e a internalização individual e coletiva das organizações e das mudanças
indispensáveis a estas e ao contexto sócio-econômico, habilitando-os a implementar e
adequar as modificações necessárias.

55
Para refletir...
À luz dessa filosofia, o estímulo à criatividade e ao
Pesquisa processo de ensino-apren- permanente exercício do
e Prática
dizagem permite ao aluno raciocínio crítico, analítico e
Pedagógica II construir, em parceria com o sistêmico, consolidando o
professor, a sua formação desenvolvimento de saberes,
intelectual. Contextualiza-se, conforme estudos realizados
sob esta ótica, o crescente por Paulo Freire (1996).

O compromisso da U.E. reside no acompanhamento do aluno, garantindo-lhe a


compreensão e o entendimento das premissas da formação pessoal, através da averiguação
das potencialidades individuais e coletivas e da orientação para a aprendizagem, a auto-
avaliação e questionamento permanentes, assegurando a sua própria formação e
desenvolvimento.

Atenção !
Um dos aspectos mais caracterizam-se por serem atividades
complexos do Currículo Escolar é intencionais, o que significa que tratam
a definição das intenções educa- de responder a alguns propósitos
tivas de forma coerente, concreta, (objetivos) e a perseguir a consecução
para nortear a prática docente, per- de algumas metas (resultados).
mitindo ajustes mediante a diversi-
dade de situações e de contextos
nos quais se forma o processo de
ensino e de aprendizagem. As ati-
vidades educativas escolares

A expressão “intenções educativas” (COLL, 2004) é utilizada para designar os


resultados esperados da aprendizagem, indicando o que o aluno deve aprender até o final
do processo educativo.
! IMPORTANTE!
Não serão abordados, neste nosso Módulo de PPPII, a indicação dos
objetivos comportamentais, conforme concepção psicológica dominante na
década de 1970, que enunciava as transformações que deveriam ser
observadas no comportamento do aluno como indicadores de que os
resultados foram alcançados. Ao contrário, a definição de intenções educativas

!
requer a substituição dos objetivos comportamentais por objetivos cognitivos,
que podem ser concretizados em função do conteúdo aprendido pelos alunos
de forma contextualizada, estabelecendo as atividades de ensino e
aprendizagem das quais irão participar.

56
Os conteúdos curriculares têm valores importantes para a formação dos alunos.
Devem ser o ponto de partida tanto para selecionar quanto para planejar as atividades
realizadas nos espaços de aprendizagem e indicar os resultados esperados da
aprendizagem dos educandos (marcos de aprendizagem). De acordo com esta proposta,
a meta da educação escolar é desenvolver saberes que permitirão que os alunos continuem
aprendendo e utilizando o que sabem para viver e conviver com os outros, melhorando o
ambiente natural e social de que fazem parte.

Mas para que serve a Proposta Curricular?

· Para tomar decisões coletivas coerentes;


· Para melhorar a qualidade do ensino: análise e reflexão sobre a própria prática;
· Para orientar a formação em serviço dos professores;
· Para registrar a história da Escola: memória coletiva;
· Para elaborar um Projeto Pedagógico adequado e coerente à realidade da instituição
e à filosofia educativa da equipe docente, assegurando ao mesmo tempo o acesso
de todos os alunos às experiências educativas essenciais para seu desenvolvimento
e socialização.

Quais são os ELEMENTOS que compõem um PROJETO CURRICULAR?

a) O que ensinar
· Objetivos Gerais da Educação (Infantil, Ensino Fundamental, Ensino Médio);
· Objetivos gerais das disciplinas e áreas de conhecimento;
· Conteúdos das disciplinas e áreas de conhecimento;
· Conteúdos interdisciplinares.

b) Quando ensinar
· Seleção e seqüênciação dos conteúdos (Planejamento da Unidade/Quinzenal)

c) Como ensinar
· Critérios e opções metodológicas;
· Decisões sobre agrupamentos de alunos;
· Decisões sobre organização de tempo e espaço;
· Materiais curriculares e recursos didáticos.

d) O que, quando e como avaliar


· Procedimentos e instrumentos para avaliar o progresso das aprendizagens dos
alunos;
· Elaboração de critérios para avaliação;
· Elaboração de programa específico de acompanhamento do aluno com dificuldade
de aprendizagem (Conselho de Classe – diagnósticos e prognósticos).

Para que estes elementos ganhem sentido, necessário se faz definir DIRETRIZES
PARA O DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO PEDAGÓGICO

57
Você Sabia?
As referências que necessárias para assegurar o
Pesquisa alimentam a Proposta Cur- desenvolvimento harmônico
e Prática ricular são sócio-ideológicas, dos alunos. Por outro lado, uma
Pedagógica II antropológicas, psicológicas e boa prática docente será
pedagógicas. O Currículo aquela em que essa variedade
Escolar desempenhará me- de intenções educativas se
lhor sua função se levar em reflita claramente nas ativi-
conta, com equilíbrio exigido dades de ensino e de apren-
pelas características de cada dizagem, realizadas na sala de
etapa, todas as capacidades aula.

Mas, o que significa a expressão INTENÇÕES EDUCATIVAS?

As intenções educativas alicerçam a prática dos professores e, ao mesmo tempo,


permitem um ajuste à diversidade de situações e de contextos nos quais se forma o processo
de ensino-aprendizagem.

Conforme estudos desenvolvidos por Coll (1987), optamos por definir as intenções
educativas respeitando as características de um currículo democrático, observando os
resultados esperados da aprendizagem dos alunos e os conteúdos que deverão ser
abordados, mediante escolaridade, por segmento, área de conhecimento. Assim, as
intenções educativas dependem dos saberes enunciados nos objetivos gerais de cada
etapa educativa: educação infantil, ensino fundamental, Ensino Médio e Educação de Jovens
e Adultos. Este conteúdo será abordado de forma mais densa na próxima disciplina,
Pesquisa e Prática Pedagógica III.

Iniciamos este Módulo falando sobre PLANEJAMENTO. Vamos agora entender


elementos que fazem parte deste documento, assim como fizemos ao tratarmos do PPP.

O papel dos objetivos educacionais. O que significa isto?

Os objetivos educacionais devem ser estabelecidos em relação aos saberes que se


pretende desenvolver junto aos alunos a partir da intervenção específica e devem ser
referendados pela tipologia dos conteúdos.

Até hoje a literatura referenda que o papel atribuído à educação escolar tem priorizado
as capacidades cognitivas, mas nem todas, e sim aquelas que têm considerado os mais
relevantes: as que se referem às disciplinas tradicionais dos currículos. Você deve ter visto
esta situação ao realizar a Pesquisa de Campo, notadamente ao observarem a sala de
aula.

58
Consideramos que a Escola também deve se ocupar dos saberes necessários para
a formação integral da pessoa. Educar, neste contexto, traduz-se em formar pessoas que
não estão parceladas em compartimentos estanques, em capacidades isoladas. Quando
se tenta potencializar certo tipo de saber cognitivo, ao mesmo tempo se está influindo no
saber fazer, saber ser, saber conviver. A capacidade de uma pessoa para se relacionar
depende das experiências vivenciadas e a escola é um lugar preferencial para se
estabelecer vínculos e relações que definem e condicionam as próprias concepções
pessoais sobre si e sobre os outros. É preciso compreender que tudo quanto o professor
promove, por menor que seja, incide em maior ou menor grau de formação dos alunos. A
maneira de conduzir a aula, os tipos de incentivos, as expectativas depositadas, os materiais
utilizados, cada uma dessas decisões veicula determinadas experiências educativas.

O papel dos saberes. O que são saberes? Como podemos conceituar como
sendo um ensino por saberes?

Podemos conceituar saber como o ato de pensar com entendimento, ação própria
do ser humano, fundamentada na ética, na visão de mundo alicerçada em rigorosidade,
pesquisa, criticidade, risco, humildade, bom senso, tolerância, alegria, curiosidade,
esperança, competência, generosidade, disponibilidade. Para Freire (1996), a Pedagogia
não está mais centrada apenas na Didática, mas também na ética e na filosofia. O que faz
a diferença, neste contexto, é a vivência do estudante, sua capacidade de adaptar-se a
novas situações, seu espírito crítico, facilidade de comunicar-se, capacidade de lidar com
pessoas e de trabalhar em equipe.

Atenção !
Entendemos que os saberes atividades e tarefas que propor-
relacionam-se a três elementos cionem tais saberes. A pergunta
importantes. O primeiro seria a implícita que se faz neste espaço de
condição do sujeito em aprender, no organização do planejamento é “o
sentido de ser consciente de sua que o aluno precisa saber para...”.
capacidade de. O segundo estaria É fundamental e de extrema relevância
relacionado à mobilização de que os planejamentos dos professores
situações e recursos necessários contemplem tais saberes e que sejam
para abordar questões complexas, propostas atividades e tarefas que
compreendendo os conteúdos corroborem para tal formação. No
específicos para a sua resolução. O âmbito de um ensino voltado para o
terceiro refere-se aos recursos desenvolvimento de saberes, no
cognitivos/intelectuais, emocionais, entanto, não basta que sejam
éticos e criativos do sujeito. Estes desenvolvidas as habilidades (o fazer),
saberes são aprendidos. Aprendemos mas que seja pedido que os alunos
a identificar, correlacionar, analisar, sejam criativos, autô-
avaliar, manipular, realizar pesquisas, nomos, para que, de
organizar. Para que tais saberes fato, estejamos for-
sejam aprendidos, é necessário que mando “gente mais
durante as aulas, os alunos realizem gente”.2

2
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia. São Paulo: Paz e Terra, 1996

59
O papel dos Conteúdos. Que conteúdo ensinar?

Os conteúdos escolares são compreendidos a partir da tipificação


Pesquisa
relativa a conteúdos factuais (relativos a fatos), conteúdos conceituais
e Prática (relativos a conceitos e princípios), conteúdos procedimentais
Pedagógica II (relativos a procedimentos) e conteúdos atitudinais (relativos a valores,
normas e atitudes).3

Entende-se por conteúdos o conjunto de formas culturais e saberes selecionados


para formar parte das diferentes áreas curriculares em função dos Objetivos Gerais de
Área4. Os conteúdos podem ser fatos, conceitos, princípios, procedimentos, valores, normas
e atitudes.

Um conceito designa um conjunto de objetos ou símbolos que têm certas


características comuns. Exemplo: mamíferos, número primo, triângulo. Um princípio somente
descreve relação causa-efeito. Geralmente usam os termos “regra” ou “lei” como sinônimos
de princípio. Na medida em que os princípios descrevem relações entre conceitos, constituem
verdadeiros sistemas conceituais. Exemplo: a lei da gravidade, o ciclo natural da água.

Um procedimento é um conjunto de ações ordenadas e finalizadas, quer dizer,


orientadas para a consecução de uma meta. Para que um conjunto de ações constitua um
procedimento, é necessário que esteja orientado até uma meta e que as ações ou situações
didáticas se sucedam em uma certa ordem. A complexidade dos procedimentos varia em
função do número de ações ou situações implicadas em sua realização. Geralmente utilizam-
se os termos “destreza”, “técnica”, “método”, ou ainda “estratégia” como sinônimo de
procedimento. Exemplo: construir um plano, fazer um resumo, confeccionar um plano de
observação.

Um valor é um princípio normativo que preside e regula o comportamento das


pessoas em qualquer momento e situação. Exemplo: respeito à vida, respeito à natureza,
a solidariedade. Os valores se concretizam em normas, que são regras de conduta que
devem respeitar as pessoas em determinadas situações: compartilhar, ajudar, ordenar,
respeitar.

Uma atitude é uma tendência a comportar-se de uma forma consistente e persistente


ante determinadas situações, objetos, ou pessoas. As atitudes traduzem, no nível
comportamental, um maior ou menor respeito a determinados valores e normas: conduta
de compartilhar, de respeitar, de ordenar, de ajudar, de cooperar.

Saiba mais !
Partindo do pensamento Freireano, pode-se afirmar, pelo menos,
sete teses sobre a construção do conhecimento:
a) o que é conhecer; e) conhecimento e interesse;
b) como se conhecer f ) todos podem conhecer;
c) o que conhecer; g) só é válido o conhecimento compartilhado.
d) por que conhecer;

3
COLL, César, 1992. ZABALA, Antoni, 1998. PCN/MEC, 1996
4
Conforme PCN Ensino Fundamental 5ª a 8ª

60
O papel da seqüência didática. Como organizar uma seqüência didática?

Ensinar envolve estabelecer uma série de relações que devem conduzir à elaboração,
por parte do aluno, de representações pessoais sobre o objeto de conhecimento. Quem
aprende utiliza sua experiência e os instrumentos cognitivos que possui para dar uma
interpretação pessoal e subjetiva do novo conhecimento que se apresenta. Portanto, pode-
se concluir que em cada pessoa o resultado desse processo de conhecimento será
diferenciado.

Apesar de possuir elementos compartilhados com os outros, terá determinadas


características únicas e pessoais, posto que a diversidade é inerente à natureza humana e
qualquer ação educativa deve se adaptar a essa característica. Sendo assim, pode-se falar
na diversidade de seqüências que os professores podem utilizar na concretização das
intenções educativas com seus alunos. Esta interação direta tem que permitir o
acompanhamento dos processos que os alunos vão realizando. O acompanhamento e uma
intervenção diferenciada, coerente com os objetivos estabelecidos, tornam necessária a
observação do que acontece em sala de aula.

Atenção !
A Proposta Pedagógica aluno significa que ele deve entender
definida nos documentos divul- o que faz e porquê faz, tendo
gados pelo MEC pauta-se no consciência do processo que está
princípio da atividade mental do seguindo. Isto vai lhe permitir dar-se
aluno – e, portanto, também da conta de suas dificuldades e, se for
diversidade. Apesar disso, situar o necessário, pedir ajuda. Também vai
eixo no aluno ativo não significa lhe permitir experimentar,
promover uma atividade compulsiva, o que o motiva a seguir
reativa, nem tampouco atribuir aos tentando.
professores um papel secundário.
Promover a atividade mental do

Para que o aluno compreenda o que faz, depende, em grande medida, que seu
professor seja capaz de ajudá-lo a compreender a dar sentido ao que tem em mãos, isto é,
depende de como se apresenta, de como tenta motivá-lo, na medida em que o faz sentir
que sua contribuição será necessária para aprender. Outrossim, para que os alunos possam
seguir o processo e situar-se nele, depende também do grau de contribuição do professor
com sínteses e recapitulações, com referências ao que já se fez e ao que resta por fazer; os
critérios que pode transmitir acerca do que constitui uma relação adequada entre alunos e
professores, avaliar o próprio saber, aproveitar as ajudas que lhes são oferecidas e, se for
necessário, pedi-las.

A atuação do professor deve ser no sentido de contar com as contribuições e os


conhecimentos prévios dos alunos, tanto no início das atividades, quanto durante sua
realização. O professor deve potencializar progressivamente a autonomia dos alunos com
o propósito de ajudá-los a encontrar sentido no que estão fazendo, criando um sentimento
de compromisso e responsabilidade com a própria aprendizagem e trabalho em sala de
aula. Deve, também, estabelecer determinadas relações pautadas no respeito mútuo e no
sentimento de confiança, promovendo a auto-estima e o auto-conhecimento.

61
O papel da avaliação. Como avaliar?

O ato de avaliar se dá a todo instante no próprio processo da vida. Se


Pesquisa
a escola não está isolada da sociedade, apesar de sua especificidade, não
e Prática pode continuar insistindo numa prática de avaliação mecânica, sem perceber
Pedagógica II que as pessoas que fazem parte do cotidiano escolar são as mesmas pessoas
que fazem parte do cotidiano da vida.

Uma prática com ênfase no processo e não somente no aproveitamento final do


aluno, que não utiliza a prova como o seu único instrumento, coloca a avaliação a serviço do
crescimento do aluno e não de sua exclusão, não devendo ser confundida apenas como
momento de teste ou prova. Provas e testes não são sinônimos de avaliação, mas são
instrumentos que ajudam no processo de avaliação do aluno.

Avaliar é preciso e necessário. O aluno deve ter continuamente avaliada a sua


capacidade de observar, refletir e intervir nas atividades desenvolvidas em sala de aula,
bem como nos seus processos de construção dos conhecimentos.

Segundo ESTEBAN (2001), assumindo-se como objetivo nuclear da escola o ensino


e, portanto, o processo de apropriação e construção do conhecimento pelo aluno, são
destacadas como funções da avaliação o diagnóstico do processo de ensino e
aprendizagem, permitindo o seu contínuo aprimoramento. Portanto, seus resultados devem
servir para orientação da aprendizagem, cumprindo uma função eminentemente educacional,
rompendo-se com a falsa dicotomia entre ensino e avaliação, subsidiando professores,
alunos e a escola na transformação do trabalho escolar.

Atenção !
A avaliação deve ser discu- conteúdos trabalhados, bem como
tida no âmbito do Projeto Peda- sua participação em sala de aula e
gógico, buscando coerência entre assiduidade com as tarefas, sem
teoria e prática. O processo de ava- indicação de nota. Sendo um
liação pode ser compreendido em processo contínuo, a avaliação da
duas dimensões que ocorrem para- aprendizagem auxilia o professor no
lelamente ao longo do ano letivo. A 1ª planejamento e replanejamento de
dimensão centra-se no âmbito da sala suas aulas e de suas intervenções em
de aula e podemos chamá-la de sala de aula e em relação aos seus
avaliação de aprendizagem dos alunos.
alunos. Esta dimensão deve estar
prevista nos planejamentos das aulas
e tem por função avaliar o “rendi-
mento” do aluno em relação aos

62
Indicamos algumas questões, baseados nos estudos realizados por Hoffman (2005),
que devem orientar o professor a realizar uma avaliação mais formativa, no sentido de
colaborar para o replanejamento de sua prática e para a formação de seus alunos:

Quais devem ser os meus critérios de avaliação?


Quais os saberes da área de conhecimento que precisam ser contemplados no período?
Quais os instrumentos que devem guiar a minha prática avaliativa?
Como corrigir as tarefas? O que entendo por “erro”?
O que devo quantificar?
Como discutir os resultados da avaliação com os alunos?
Como acompanhar os alunos que apresentaram dificuldades?

A 2ª dimensão é chamada de institucional e tem como propósito avaliar se as


práticas dos docentes e da organização pedagógica-administrativa da U.E. A
avaliação interna é concretizada através de questionários, elaborados a partir de critérios
que são coerentes com tais fundamentos e que serão respondidos pelos atores envolvidos
no processo: Professor, Aluno, Coordenador, Diretor.

Momento de Revisão !

1. A efetivação da prática democrática e da construção de um ambiente educativo


propício à articulação de saberes para a elaboração do planejamento participativo,
requer atitudes concretas, tanto de resistências positivas, quanto de abertura para a
criação de uma pressão institucional para a mudança dos vários sujeitos que dela
participam.

2. A mudança é necessária para a busca da qualidade e não de mudança no sentido


de exclusão de pessoas. Aquele que ainda não se comprometeu com a atitude
colaborativa, vai se dando conta, progressivamente, da mudança que já está em
curso.

3. Uma das maiores preocupações na construção do PPP é garantir o envolvimento e


o comprometimento da equipe escolar em seu processo de elaboração. Por outro
lado, pode-se apresentar um paradoxo: Por que “perder tempo” na construção e na
elaboração do Projeto, quando se pode delegar a outros esta tarefa? Isto acontece
quando a equipe escolar vê o PPP apenas como um documento exigido pelo Sistema
Educacional e não como uma ferramenta pedagógica que norteia a ação educativa
em todos os âmbitos; e que dá segurança aos atores institucionais no seu fazer
cotidiano.

4. É importante reunir os professores e toda a equipe escolar para que juntos possam
discutir a importância do Projeto na construção da identidade e autonomia da escola,
analisar os objetivos e finalidades do projeto; refletir sobre a clareza dos fundamentos
teóricos e metodológicos que embasarão o projeto; discutir a proposta metodológica
em construção do projeto.

63
5. Para operacionalizar o PPP são imprescindíveis algumas ações:
discutir com a comunidade escolar o significado do PPP; constituir
uma Comissão composta por segmentos da comunidade escolar que
Pesquisa organize e coordene o processo na escola, em sintonia com os outros
e Prática colegiados escolares; Criar espaços para que toda a comunidade
Pedagógica II escolar possa discutir e decidir ações priorizadas nos fóruns
promovidos pela escola, dentre outras.

6. O projeto não pode ser uma camisa de força para a escola e para o professor. Com
o crescimento da autonomia escolar, a avaliação Institucional tornou-se uma ação
indispensável para a garantia da efetivação dos princípios basilares de uma educação
de qualidade, evidenciada na proposta pedagógica da escola.

7. É importante questionar: como sustentar um projeto educacional que articule o


compromisso com a finalidade da ordem social, com a cidadania coletiva, em uma
sociedade submetida a processo de mudanças aceleradas e atravessadas por uma
crise ética?

8. O Projeto deve refletir o movimento de busca da ressignificação do real, do instituído,


com força de instituinte de novas possibilidades de dinamização da praxis, baseada
na ação-reflexão-ação sobre as ações realizadas na escola, utilizando a avaliação
como elemento retroalimentador do PPP.

9. O Projeto Pedagógico é um instrumento de luta por melhores condições educativas.


E através disto, permitir o diálogo consistente e fecundo com a comunidade, e mesmo
com os órgãos dirigentes.

64
Atividades
Complementares

1. Elabore um Mapa Conceitual a partir das considerações e reflexões realizadas.


Não esqueça de consultar o Módulo Impresso da disciplina Metodologia do Trabalho
Científico.

65
O Fundeb, Fundescola e o Pde: Informações e
Pesquisa
Recursos Necessários Para Garantir a Autonomia da Escola
e Prática
Pedagógica II
FUNDEB
Fundo de Desenvolvimento e Manutenção da Educação Básica

A educação básica - que compreende a educação infantil, o ensino


fundamental e o ensino médio em todas as suas modalidades - deverá contar
com um fundo de financiamento próprio a partir da aprovação do Fundo de
Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos
Profissionais da Educação (Fundeb).

www.mec.gov.br/sef/fundeb

Qual a importância do FUNDEB?

O FUNDEB tem um profundo significado, que é o de financiar todos os níveis da


educação básica, buscando reduzir as disparidades entre Estados e municípios, bem
como entre grupos sociais. Este programa é fruto de um acordo financeiro realizado entre
o Banco Mundial e o MEC e os recursos são destinados às regiões consideradas mais
pobres do Brasil: Norte, Nordeste e Centro-Oeste.

Você Sabia?
O FUNDEB (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação
Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação) terá a duração de 14
anos (2006-2019), com o intuito de atender os alunos da educação infantil, do
ensino fundamental e médio e da educação de jovens e adultos.
Sua implantação foi O FUNDEB terá a finalidade de
programada de maneira gradativa aumentar os recursos aplicados pela
nos quatro primeiros anos.Está União, estados e municípios na
previsto no quarto ano de vigência educação básica pública e melhorar a
atender 47,2 milhões de alunos com formação e o salário dos profissionais
investimentos públicos anuais de R$ da educação.
50,4 bilhões, dos quais R$ 4,3
bilhões serão provenientes da União
.
www.brasilescola.com/pedagogia/fundeb-fundef.htm

66
FUNDESCOLA
Fundo de Fortalecimento da Escola

O Fundo de Fortalecimento da Escola (Fundescola) é um programa do


Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE/MEC), com a interface
das secretarias estaduais e municipais de Educação das regiões Norte, Nordeste
e Centro-Oeste e financiamento proveniente do Banco Mundial (Bird). Tem por
objetivo promover um conjunto de ações para a melhoria da qualidade das escolas
do ensino fundamental, ampliando a permanência das crianças nas escolas
públicas, assim como a escolaridade nessas regiões do país.

www.fnde.gov.br

Você Sabia?
É papel do FUNDESCOLA viabilizar, em regime de parceria e
responsabilidade social, a eficácia, eficiência e eqüidade no ensino
fundamental público notadamente nas regiões Norte, Nordeste e Centro-
Oeste, através da oferta de serviços, produtos e assistência técnico-financeira
criativas e pedagogicamente bem fundamentadas, que tem como meta o
ensino-aprendizagem além das práticas gerenciais das escolas e secretarias
de educação.

Além disso, o Fundescola promove, mediante transferência de recursos


financeiros, por meio de convênios com os municípios, estados ou órgão do
MEC, as seguintes ações:

- Aquisição de equipamento e mobiliário escolar para salas de aula;

- Projeto de Melhoria da Escola -PME;

- Adequação física de prédios escolares - PAPE;

- Construção de escolas em assentamentos rurais e áreas de comunidades


indígenas com atendimento educacional do programa;

- Formação e titulação de professores não habilitados para o ensino nas


séries iniciais do Ensino Fundamental, por meio do Programa Proformação;

- Capacitação de docentes da Escola Ativa;

- Plano de Desenvolvimento da Escola - PDE.


www.fnde.gov.br/home/index.jsp?arquivo=/fundescola/fundescola.html

Para que você precisa saber sobre estes dois Programas do Governo Federal,
futuro(a) professor(a) de Biologia? Para saber de onde vêm os recursos que chegam à
Escola Básica. E saber, também, como desenvolver Projetos para trazer estes recursos
para a U.E.

67
Sabe por quê? Com destes programas surge o Plano de
Desenvolvimento Escolar (PDE), que tem como objetivo a melhoria da gestão
Pesquisa escolar em seu contexto global, uma vez que abraça questões pedagógicas,
e Prática
administrativas e financeiras.
Pedagógica II
O PDE é coordenado pela diretoria da instituição e desenvolvido de maneira
participativa pela comunidade escolar.

Você Sabia?
O PDE atende a 4,5 milhões de estudantes em 7.300 escolas de
347 municípios dos 19 estados das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.

Os recursos financeiros que chegam à Escola via PDE são utilizados na promoção
de cursos voltados para a formação de professores, gestores e funcionários.

Este documento configura-se com instrumento de planejamento estratégico plurianual


direcionado a melhorar a qualidade e a eficiência da escola.

Atenção !
Recebem recursos financeiros e apoio técnico para
elaborar o PDE, as escolas que tenham a partir de 100 alunos,
organizem unidades executoras, disponham de condições mínimas
de funcionamento e possuam liderança forte.

Por meio do PDE, a escola faz:


a) um diagnóstico de sua situação;
b) define seus valores e sua missão;
c) elabora objetivos, estratégias, metas e planos de ação.

A metodologia para elaboração e implementação do Plano segue o modelo de


planejamento estratégico, segundo manual que descreve o processo passo a passo,
incluindo conceitos, princípios e instrumentos necessários ao gerenciamentodo Plano. Visite
o site do MEC e veja como este documento é estruturado.

Na primeira etapa do processo – visão estratégica – a comunidade escolar define:


a) seus valores;
b) sua visão de futuro;
c) missão e objetivos estratégicos ou grandes alvos a serem alcançados.

A partir dos objetivos, a escola define o conjunto de ações e metas que transformarão
sua visão de futuro em realidade.

A autonomia escolar será assegurada pela destinação de recursos diretos, geridos


pelo conselho escolar.

68
Para refletir...
Afirma-se que a autonomia didáticos e tecnológicos; igualmente
financeira fortalece a identidade da importante é a adoção de medidas
escola e incentiva a participação da de manutenção e melhoria da
comunidade em seu apoio. A melhoria gestão e autonomia das escolas,
da qualidade do ensino será asse- além do treinamento prático e no
gurada também pela otimização de serviço para docentes e direção da
recursos e pelo investimento em escola. Você concorda com esta
insumos e inovações, como materiais afirmativa?

Momento de Revisão !

1) O objetivo do FUNDESCOLA é incentivar a adoção de um novo modelo de gestão


na escola fundamental pública. Sua missão é promover um conjunto de ações para
a autonomia e melhoria da qualidade do ensino fundamental e para a garantia da
permanência das crianças nas escolas públicas.

2) A estratégia principal do FUNDESCOLA é incrementar o desempenho dos sistemas


de ensino público, fortalecendo a capacidade técnica das secretarias de educação,
a gestão das escolas e a participação da comunidade na vida escolar.

3) O FUNDESCOLA compõe-se de diferentes projetos voltados para planejamento,


adequação de prédios, equipamentos e mobiliários escolares e formação de
professores.

4) O Plano de Desenvolvimento da Escola(PDE) é projeto principal do


FUNDESCOLA, visando à modernização da gestão e ao fortalecimento da
autonomia da escola, mediante a adoção do modelo de planejamento estratégico,
que se apóia na racionalização e na eficiência administrativa.

5) O PDE busca elevar o grau de conhecimento e o compromisso de diretores,


professores e outros funcionários da escola com os resultados educacionais;
melhorar as condições de ensino e estimular o acompanhamento dos pais na
aprendizagem de seus filhos.

69
Atividades
Pesquisa Complementares
1.
e Prática
Pedagógica II
Você é membro do Conselho Escolar de uma determina U.E. Os
membros do referido Conselho o indicaram para fazer uma palestra para a Plenária, ou
seja, as pessoas que fazem parte diretamente da escola (funcionários, professores, pais,
alunos e comunidade). A palestra tem como tema O FUNDEB, FUNDESCOLA E O PDE:
INFORMAÇÕES E RECURSOS NECESSÁRIOS PARA GARANTIR A AUTONOMIA DA
ESCOLA. Quais seriam as informações que você traria para este público? Faça um roteiro
da sua palestra.

70
A Gestão da Escola e a Gestão da Sala de Aula:
Por onde Começar?

[...] que alternativas a escola deve buscar para organizar o trabalho


pedagógico numa perspectiva crítica e democrática, visando, efetivamente, a
contribuir para a formação de um cidadão autônomo e reflexivo, sem a perda
dos laços de solidariedade social? (SOUSA; CORRÊA, 2002, p. 23)

Qual é a escola temos? Qual é o modelo de Gestão ainda presente nesta escola?
Como os professores participam desta gestão? O PPP é um documento real, ou faz parte
do ato burocrático ainda presente nos órgãos federais, municipais e estaduais? Os Cursos
de Formações de Professores, sobretudo as Licenciaturas, estão contemplando, em sua
proposta curricular, situações problematizadoras que convidem os alunos a refletirem sobre
as mazelas próprias da gestão escolar que interferem diretamente na sala de aula ou ainda
reservam-se ao ensino exclusivo de métodos e técnicas?

A escola que ainda temos enfrenta, no seu cotidiano, a diversidade de concepções e


práticas pedagógicas que interferem no planejamento escolar. Então, ao pensarmos na
gestão escolar, via PPP, necessário s faz encarar como desafio o trabalho coletivo,
democratizando o espaço escolar, escutando, acolhendo e respeitando a diversidade de
concepções expressas pelos diferentes atores envolvidos na prática pedagógica.

Estudos desenvolvidos por Sousa e Correa(2002) nos informam que a reflexão sobre
a prática pode ser alicerçada por questões próprias da gestão escolar, a organização do
trabalho pedagógico de forma democrática, a gestão da sala de aula, espaço em que o
pedagógico e o administrativo se confrontam em vários aspectos.

Então, a sala de aula denuncia se as intenções, metas e ações indicadas no PPP


são palavras vãs ou retratam a identidade da escola. Sabemos que na escola, existem, e
são claros, os problemas econômicos, políticos, sociais, demonstrados nas relações
interpessoais entre alunos, professores, funcionários e corpo diretivo. A sala de aula está
conectada com estes s problemas e com os do seu entorno social.

? Como agir numa situação tão complexa e, ao mesmo tempo,


desafiadora?

Uma das indicações é o trabalho com Projetos Didáticos,

?
promovendo a aprendizagem numa perspectiva interdisciplinar,
globalizada, contextualizada e organizada a partir de problemas reais
dos alunos na sala e fora dela, e da escola.

Afinal, o que são Projetos Didáticos? Você já estudou este conteúdo em Didática.
Vamos apenas pontuar alguma questões necessárias para nossa reflexão.

71
Você Sabia?
O “método de projetos” presentaram este movimento.
Pesquisa
e Prática surgiu no Brasil no bojo do Os dois últimos (Dewey e
Pedagógica II movimento conhecido como Klpatrick) foram os idealiza-
escolanovista, oriundo da dores do chamado criadores do
“Escola Nova”, caracterizado “método de projetos”. Suas
pela posição aos princípios e propostas pedagógicas foram
métodos da Escola Tradi- disseminadas no Brasil por
cional. Os educadores Maria Lourenço Filho e Anísio Teixeira.
Montessori, Ovídio Decroly, Esta proposta não é nova, como
Edouard Claparède John podemos concluir.
Dewey William Kilpatrick re-

O então denominado método de projetos de Dewey e Kilpatrick, ao buscar


compreender situações próprias do ato pedagógico do ensinar e do aprender, é considerado
como uma mudança na maneira de pensar na proposta pedagógica da escola, a proposta
curricular e, conseqüentemente, a prática pedagógica.

Com os Projetos Didáticos, a aprendizagem passa a ser compreendida da seguinte


forma:
a) um processo complexo e global,
b) a teoria e prática não se dissociam
c) o conhecimento da realidade e a intervenção nesta realidade é a pauta de trabalho do
professor que compreende a necessidade da contextualização dos conteúdos
específicos
d) aprendizagem é desencadeada a partir de um problema que surge e que conduz à
investigação, à busca de informações, à construção de novos conceitos, à seleção de
procedimentos adequados.

Você Sabia?
Na Pedagogia Tradicional os portuguesa, ciências etc. Você ainda
conteúdos escolares eram lembra de algum conceito abordado na
abordados de forma fragmentada, o disciplina Biologia, quando você ainda
que conduziu a uma organização era estudante do Ensino Médio? Havia
segmentada do conteúdo e tempo alguma relação com a Química e a
escolares. Por esta razão, ainda Física? E hoje, como está esta
temos hoje em nossa escola os abordagem?
horários específicos para língua

72
Você, em breve, estará assumindo uma sala de aula. Como será a sua pratica?
Por onde começar?
Vamos, de forma objetiva, indicar algumas questões que consideramos de suma
importância para que você possa, com competência, assumir a sua profissão. Vamos lá?

Como elaborar um Projeto? Primeiro, você e seu grupo precisam definir qual a
finalidade do projeto. É resolver um problema de ordem prática? É o estudo de algum
assunto atual, de interesse dos alunos? É para melhorar algum saber (leitura, escrita)
que os alunos apresentam dificuldade?

Como selecionar os conteúdos? Depende da proposta do grupo envolvido e das


questões surgidas no desenvolvimento do projeto.

Quanto tempo? Pode ser de horas, dias ou meses, dependendo da complexidade


do tema.

Como escolher o tema do Projeto? Precisa observar os interesses dos alunos ,


mas não se limitar a este aspecto, ou seja, o professor que indicar um tem para
estudo por perceber a sua necessidade, deve provocar a motivação necessária,
envolvendo os alunos em todas as fases do projeto.

Como avaliar? Cabe ao professor orientar, planejar, discutir e mediar os


conhecimentos que serão abordados nos projetos, escolher os procedimentos
didáticos mais adequados, fomentar a pesquisa e garantir a sistematização dos
diferentes tipos de conteúdos. A avaliação deverá contemplar os conteúdos
abordados, observando o processo de construção de conhecimento de cada aluno
e do grupo, indicando atividades de sistematização desafiadoras, criativas e
contextualizadas.

! Sabemos que você, aluno(a), está muito bem orientado sobre o seu
papel na formação de seres humanos. A escola deve formar para a
cidadania, então, o exemplo precisa começar neste espaço (ESCOLA) e
você é um dos representantes desta idéia. A gestão que se quer democrática
pode melhorar o que é definido como papel da escola no exercício da
cidadania, ou seja, o ENSINO. Assim, o convite realizado pela disciplina
Pesquisa e Prática Pedagógica II de participar da/na gestão da escola
proporcionará um melhor conhecimento do funcionamento da escola e do
papel de cada pessoa partícipe deste processo, através, sobretudo, do
contato permanente entre professores e alunos, aproximando as

!
necessidades dos alunos, oriundas do seu contexto de vivência, dos
conteúdos que serão mediados por vocês, caros(as) alunos(as), futuros
professores de Biologia.
Mãos à Obra!

73
Atividade
Pesquisa
e Prática
Orientada
Pedagógica II
Amigo(a),

Estamos vencendo mais uma etapa de nossa caminhada acadêmica!


Inicialmente, lembremos que a disciplina Pesquisa e Prática Pedagógica II – PPP II
é uma oportunidade de você estar desenvolvendo o exercício da crítica e da reflexão acerca
da Gestão Escolar e do Projeto Político-Pedagógico à medida que se processa a sua
formação acadêmica. Objetivamos vislumbrar mudanças no processo ensino-aprendizagem,
tornando-o essencial à efetiva promoção da cidadania.
Finalizando essa parte da caminhada, estaremos direcionando para a confecção da
Atividade Orientada que visa o desenvolvimento de competências e habilidades para a
execução de um seminário cujo tema transversal é “A Educação no exercício da Cidadania”.
A Atividade Orientada deve ser realizada em três etapas que estão descritas logo
abaixo. Lembre-se de que, essa atividade pertence à disciplina, tem caráter obrigatório,
devendo ser realizada e direcionada para a construção do seminário.

Etapa 1
Elaboração do Relatório

O relatório é um documento muito comum em todas as profissões. De um modo


geral, podemos dizer que ele é uma exposição escrita que tem por finalidade descrever
alguma situação anteriormente pesquisada ou vivenciada.
O nosso relatório deverá expor fatos e situações levantadas e/ou analisadas na
atividade de observação já realizada ao longo das disciplinas oferecidas neste Circuito.
Estamos, portanto, em fase de elaboração de um Relatório, cujo modelo se encontra no
ANEXO A. Lembramos mais uma vez que sua observação já foi norteada pela entrevista e
pela análise documental do Projeto Político-Pedagógico.

Etapa 2
Elaboração do Cartaz

O cartaz é uma forma de comunicação visual que deve expor a quem o observa e
analisa todas as informações que se pretende transmitir de forma clara, organizada, coerente
e com bom aspecto. O cartaz não deve deixar dúvidas quanto às informações transmitidas
e deve nortear a apresentação da equipe no seminário. Deve ser ilustrado, instigante, sem
perder o caráter acadêmico. Consulte as orientações dadas para a construção do cartaz,
em PPPI.
A seguir daremos as orientações para a realização das etapas.

74
Etapa 3
Elaboração do Folder

O folder é um material impresso e que deverá apresentar resumidamente os dados


de identificação dos colaboradores, da Faculdade, da Disciplina e do seminário que será
apresentado. Ele deverá ser distribuído para a apresentação do seminário; portanto ele
norteará os observadores no acompanhamento e desenvolvimento do mesmo. Para a
confecção do Folder siga o modelo que se encontra no anexo 02. Este modelo encontra-se
disponível para download no Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA). Dessa forma, você
poderá baixá-lo e preenchê-lo com as informações referentes ao seminário.

ORIENTAÇÕES PARA REALIZAÇÃO DA ATIVIDADE ORIENTADA

Caro(a) educando(a),

Como é do seu conhecimento, já destinamos 12 (doze) horas de PPP II nas disciplinas


anteriores. Agora você dispõe de mais um momento para a elaboração da atividade
orientada, que é a culminância do material impresso. Lembramos que a atividade orientada
deve ser realizada no ambiente de tutoria, mas algumas atividades essenciais à elaboração
do seminário deverão ser realizadas fora do ambiente de tutoria, durante as duas semanas
letivas da disciplina, observando a seguinte carga horária:

· 3 horas de pesquisa;
· 3 horas de elaboração do relatório;
· 2 horas de reuniões.

1. Quanto à construção do seminário:

Como aconteceu em Pesquisa e Prática Pedagógica I, pudemos ver, anteriormente,


que a linha de base da orientação se processará em 03 (três) etapas:

Etapa 01: Elaboração do relatório de observação


Etapa 02: Elaboração do cartaz
Etapa 03: Elaboração do folder

Você já realizou uma entrevista e a observação, uma análise documental do Projeto


Político-Pedagógico (ou, em caso de inexistência ou impossibilidade, do Plano de
Desenvolvimento da Escola), bem como a observação do ambiente escolar. Todas essas
atividades constituem-se, naturalmente, em atividades de pesquisa, mas não se esgotam
nelas.

75
Em relação à pesquisa, o material impresso de PPP I nos diz que
“constitui-se em requisito indispensável à elaboração do seminário”. Então,
esperamos de você responsabilidade com a construção do seu próprio
Pesquisa
conhecimento.
e Prática Utilize os momentos fora da tutoria para ampliar o seu conhecimento
Pedagógica II com pesquisas que enriqueçam a sua formação e a construção do seminário.
Busque aprofundar-se mais sobre o papel da entrevista, da análise documental
e da observação numa pesquisa científica. Busque também conhecer mais sobre o papel
do relatório como instrumento de comunicação de resultados de pesquisas. Entendam
melhor a técnica de estudo do seminário.

Para tal, você dispõe, nas referências deste material impresso, de alguns autores
que tratam de abordagens qualitativas da pesquisa e metodologia do trabalho científico.
Lancem mão desses, de outros autores e também da Internet, afinal, você já recebeu no
AVA do PPP I orientação sobre “como fazer uma pesquisa inteligente na Internet”.

Aqui, você e sua equipe deverão estar elaborando um relatório, um cartaz, um folder
e um seminário, buscando estabelecer relações com os dados levantados e registrados na
entrevista e na análise documental e na observação.
Agora, mãos à obra!

2. Quanto à realização das etapas

Paute a primeira reunião com sua equipe para organização, leitura e análise coletiva
de todo material desenvolvido e trabalhado nas disciplinas anteriores. Todo este material
se constitui num processo evolutivo de construção do seminário que culminará em uma
apresentação presencial. Assim, tudo isto lhe servirá de norte ao desenvolvimento desta
atividade.

Juntos, façam registros dos pontos que a equipe julga mais relevante. Comecem a
exercitar pensamentos e atitudes coletivas. Isto é muito favorável ao êxito de um trabalho de
grupo.

Neste momento, remeta-se ao seu material impresso de Pesquisa e Prática I, pois


ele lhe servirá de apoio para a construção do seminário, do cartaz e do folder, além de
oferecer orientações importantes à produção do relatório.

Esteja atento às orientações e realize as atividades com compromisso. Além disso,


participe ativamente nos encontros de equipe e mantenha um bom relacionamento com
seus colegas. Atitudes como essas (atenção, compromisso, participação, boa relação inter-
pessoal), associadas ao exercício da pesquisa teórica e prática, em muito lhe serão úteis
ao desenvolvimento de suas habilidades e competências para exercer a sua profissão de
educador-pesquisador crítico e reflexivo, não somente em relação à sala de aula, mas
também em relação às dinâmicas de uma escola comprometida com a formação de
cidadãos e cidadãs.

76
Etapa 01: Elaboração do Relatório de Observação

Tratamos aqui, de um relatório como instrumento de uma comunicação do trabalho


científico. Buscaremos, por enquanto, uma execução simples de relatório por ser esta,
provavelmente, a sua primeira experiência.

Convém que estejamos reunindo documentos utilizados na entrevista, na análise


documental e na observação. Isto é muito importante porque além de demonstrarem e
ilustrarem as situações e os fatos relatados, são comprobatórios do que está sendo relatado.

Em resumo, parta do princípio de que a construção do relatório tem por maior objetivo
divulgar os dados obtidos em suas “andadas” na escola, orientadas nesta disciplina.

Por este motivo, você e sua equipe têm que se organizar no sentido de realmente
selecionar e ordenar os fatos e situações que foram mais relevantes na sua atividade de
observação. Isto é fundamental para o desenvolvimento da escrita do relatório.

Para facilitar o seu trabalho, estaremos disponibilizando um modelo simplificado de


Relatório, no Centro de Recursos do Serviço de Atendimento ao Estudante (SAE). Você
deve fazer o download do documento, salvá-lo, abri-lo, imprimi-lo e utilizá-lo na escrita do
seu relatório.

Ações importantes e preliminares à escrita do relatório:

- análise profunda e coletiva dos registros da atividade de observação;


- registro de outros fatos que foram percebidos durante a observação e que sejam
relevantes à elaboração do relatório;
- estabelecimento de relações entre a observação, a entrevista e a análise
documental;
- realização de um breve estudo bibliográfico sobre ENTREVISTA, ANÁLISE
DOCUMENTAL, OBSERVAÇÃO e RELATÓRIO;
- estudo coletivo do modelo de relatório que ora apresentamos.

Conheça melhor a estrutura básica do modelo sintético de relatório que está


publicado no SAE:

CAPA, contendo:
·Nome da instituição responsável;
·Título;
·Local;
·Ano de publicação, em algarismo arábico.

CONTRA-CAPA, contendo:
·nome da instituição, curso, disciplina, orientador(a);
·título;
·nome do relator;
·local;
·ano da publicação em algarismos arábicos.

77
SUMÁRIO: relação das etapas do trabalho, na ordem em que aparecerão
no desenvolvimento do relatório.
Pesquisa
e Prática RESUMO: síntese do conteúdo do relatório, destacando os aspectos mais
Pedagógica II relevantes. O resumo não deve ultrapassar 10 (dez) linhas. Ao final do resumo,
deve-se listar até 03 (três) palavras-chave do trabalho.

TEXTO: é o corpo e deve conter as seguintes seções:

Introdução, que é a apresentação do assunto. Aqui, vocês devem ter a preocupação


de oferecer ao leitor uma idéia do todo a ser relatado, sem entrar em maiores detalhes.

Desenvolvimento: Nesta parte vocês deverão apresentar os pressupostos teóricos


que nortearão o desenvolvimento do trabalho, fazendo citações que levarão à conclusão
final; para tanto, busque, pesquise, para se fundamentar em bases sólidas e científicas.
Neste espaço você também informará os resultados levantados e obtidos ao longo da
pesquisa.

Conclusões: Onde deve ser feita uma revista crítica e reflexiva no corpo do
desenvolvimento para expor as conquistas alcançadas, as conseqüências e implicações
dos fatos e situações levantadas, as limitações, as expectativas, etc.

Aqui, é importante você estar revendo a etapa número 01 de PPP I, Produção Textual,
porque valem muito a qualidade do texto produzido e o modo como vocês utilizam este
texto para argumentar, justificar, ilustrar suas conclusões.

REFERÊNCIAS: relação das referências utilizadas pelo(s) autor(es) para a execução


do relatório.

Você já deve ter observado que existe uma padronização para essas referências.
Elas seguem às normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT.
Busque a ABNT em bibliotecas. Conhecer a ABNT é extremamente importante para o
desenvolvimento deste e de qualquer trabalho científico.

ANEXOS: têm por finalidade esclarecer ou documentar o que foi exposto no corpo
do relatório. Devem ser enumerados e receber títulos.

! Atenção: Sumário, Resumo, Introdução, Desenvolvimento, Conclusão,

!
Referências e Anexos devem ser utilizados como títulos, no início da página
destinada a cada um deles.

E aí, já começaram?!

78
Etapa 02: Elaboração do Cartaz

Inicialmente, torna-se importante uma releitura da elaboração do cartaz.

Alguns aspectos que devem ser considerados para o cartaz:

- tratando-se de um recurso didático, deve ter uma organização que lhe confira
clareza e objetividade dos conteúdos;
- tratando-se de um recurso pedagógico, deve servir de apoio à apresentação de
toda a equipe;
- tratando-se de um material ilustrativo, deve ter uma diagramação com capacidade
de provocar fruição, mas sem perder de vista o seu caráter acadêmico;
- tratando-se de um recurso complementar à exposição oral, deve manter uma
coerência com o que está sendo exposto oralmente.

Dicas para a melhor qualidade estética e acadêmica do cartaz:

- mandar fazê-lo numa gráfica;


- enriquecê-lo com pequenos textos e chamadas que explicite ao leitor alguns
argumentos teóricos importantes ao conteúdo exposto.

! Caprichem no cartaz!
Ele vai expressar a qualidade do seu trabalho coletivo, antes,
durante e mesmo depois da exposição oral do seu seminário presencial.
!
Etapa 03: Elaboração do Folder

Para a elaboração do folder, você pode seguir a orientação dada em PPP I e que
consta no modelo que está no anexo 02.

ORIENTAÇÃO PARA O SEMINÁRIO PRESENCIAL

Em PPP I, você já obteve orientação acerca de Seminário. Viu que ele abraça as
atividades de pesquisa, discussão e debate.

Releia as orientações para construção do seminário, no material impresso de PPP I,


e as utilize para a construção deste.

Fique ligado(a) na importância da clareza e objetividade com que você e sua equipe
tratarão os fatos e situações levantadas, discutidas e analisadas!

79
O relatório construído se constitui no eixo norteador da apresentação
oral do seminário. Tenham como objetivo do grupo a sua compreensão e visão
global por todos os membros da equipe.
Pesquisa
e Prática O fato da exposição oral se caracterizar pelo trabalho colaborativo é o
Pedagógica II fato de que NÃO deve ser traduzido como trabalho fragmentado. Deste modo,
busquem uma estratégia de apresentação oral que garanta a unidade do
trabalho, a clareza das informações e a postura crítica e reflexiva dos apresentadores.

A esta altura, vocês já têm conhecimento da importância de estar utilizando um recurso


didático visual como fonte de ilustração e enriquecimento da sua apresentação, que no
nosso caso se trata de um painel.

O seminário é instrumento muito valioso na exposição de informações acerca de


uma determinada pesquisa.

Alguns aspectos relevantes ao êxito da apresentação do seminário:

- planejamento criterioso;
-competência (entenda como estudo crítico e reflexivo do(s) conteúdo(s)
abordado(s));
- organização global da apresentação do grupo;
- organização esquemática das falas individuais;
- organização da sala de apresentação, garantindo a todos as mesmas condições
de participação (semi-círculo é uma forma interessante de dispor a sala de aula!);
- expressão oral dos apresentadores;
- qualidade dos recursos materiais, que no nosso caso é o painel;
- clareza e objetividade na exposição (afinal, o público ouvinte deve desenvolver
aprendizagens com a exposição!)

Colocar os anexos dos modelos sugeridos abaixo:

ANEXO A - MODELO DE RELATÓRIO


Arquivo anexado

ANEXO B - MODELO DE FOLDER PARA O SEMINÁRIO PRESENCIAL II


Já existe em PPPI
– é só anexar

80
Glossário

ETHOS - O ethos é a maneira como cada homem e cada cultura vivem o ser.

DEMOCRACIA - Democracia vem da palavra grega “demos” que significa povo.


Nas democracias é o povo que detém o poder soberano sobre o poder legislativo e executivo

PARTICIPAÇÃO - É um dos cinco princípios da democracia. Estamos falando de


participação em todos os níveis, sem exclusão prévia de nenhum grupo social, sem
limitações que restrinjam o direito e o dever de cada pessoa tomar parte e se responsabilizar
pelo que acontece no planeta, consequentemente, na escola.

POLÍTICAS PÚBLICAS - São aquelas ações continuadas no tempo, financiadas


principalmente com recursos públicos, voltadas para o atendimento das necessidades
coletivas. Resultam de diferentes formas de articulação entre Estado e sociedade. A tomada
de decisão quanto à direção da ação de desenvolvimento, sua estruturação em programas
e procedimentos específicos (fundos de apoio, serviços, pesquisa, etc.), bem como a dotação
de recursos é sancionada, na maioria das vezes, por intermédio de atores governamentais.
A política pública pretende universalizar o acesso a direitos sociais como é o caso da
educação. Envolve um conjunto de ações diversificadas e continuadas no tempo, voltadas
para manter e regular a oferta de um determinado bem ou serviço, envolvendo, entre estas
ações, projetos sociais específicos.

GESTÃO PARTICIPATIVA - Modelo de organização das relações escolares que


resulte de uma boa articulação entre a escola, a sociedade civil (organizações não-
governamentais, associações, conselhos, movimentos e lideranças locais, etc.) e o Estado
(Secretarias de Educação, MEC, outros serviços públicos presentes na comunidade). Numa
gestão participativa, a sociedade civil compartilha não apenas da execução de ações, mas,
sobretudo, dos espaços de tomada de decisão, atuando no planejamento, monitoramento
e avaliação da escola e dos projetos por ela desenvolvidos. Um modelo participativo é uma
escolha feita pela gestão da escola e é desejável que envolva, em diferentes níveis, toda a
comunidade escolar no seu planejamento e execução.

PROJETO DE TRABALHO - Corresponde a uma unidade menor do que o projeto


político-pedagógico da escola e do que a política pública de educação em que o sistema
escolar se insere. Os projetos de trabalho contribuem para a dinamização da escola,
favorecendo sua atualização e abertura para os temas culturais e socioambientais relevantes,
a partir de uma ação geralmente mais localizada no tempo e focalizada em seus resultados.

81
Referências
Pesquisa
Bibliográficas
e Prática
Pedagógica II

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_______. Lei 9.424, de 24 de dezembro de 1996, que dispõe sobre o fundo de


manutenção e desenvolvimento do ensino fundamental e de valorização do magistério, na
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Pesquisa
e Prática
Pedagógica II

FTC - EaD
Faculdade de Tecnologia e Ciências - Educação a Distância
Democratizando a Educação.
www.ftc.br/ead

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