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ZOOLOGIA GERAL E COMPARADA II

ZOOLOGIA
GERAL E
COMPARADA II

1
Zoologia Geral e SOMESB
Comparada II Sociedade Mantenedora de Educação Superior da Bahia S/C Ltda.

Presidente ♦ Gervásio Meneses de Oliveira


Vice-Presidente ♦ William Oliveira
Superintendente Administrativo e Financeiro ♦ Samuel Soares
Superintendente de Ensino, Pesquisa e Extensão ♦ Germano Tabacof
Superintendente de Desenvolvimento e>>
Planejamento Acadêmico ♦ Pedro Daltro Gusmão da Silva

FTC - EaD
Faculdade de Tecnologia e Ciências - Ensino a Distância
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Diretor Acadêmico ♦ Roberto Frederico Merhy
Diretor de Tecnologia ♦ Reinaldo de Oliveira Borba
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Gerente Acadêmico ♦ Ronaldo Costa
Gerente de Ensino ♦ Jane Freire
Gerente de Suporte Tecnológico ♦ Jean Carlo Nerone
Coord. de Softwares e Sistemas ♦ Romulo Augusto Merhy
Coord. de Telecomunicações e Hardware ♦ Osmane Chaves
Coord. de Produção de Material Didático ♦ João Jacomel

EQUIPE DE ELABORAÇÃO/PRODUÇÃO DE MATERIAL DIDÁTICO:

♦ PRODUÇÃO ACADÊMICA ♦
Gerente de Ensino ♦ Jane Freire
Autor (a) ♦ Claudia Borges
Supervisão ♦ Ana Paula Amorim
Coordenação de Curso ♦ Letícia Machado

♦ PRODUÇÃO TÉCNICA ♦
Revisão Final ♦ Carlos Magno Brito Almeida Santos

Equipe ♦ Ana Carolina Alves, Cefas Gomes, Delmara Brito,


Ederson Paixão, Fabio Gonçalves, Francisco França Júnior,
Israel Dantas, Lucas do Vale, Marcus Bacelar e Yuri Fontes
Editoração ♦ Fabio José Pereira Gonçalves
Ilustração ♦ Fabio José Pereira Gonçalves, Francisco
França Júnior, Cefas Gomes
Imagens ♦ Corbis/Image100/Imagemsource

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Sumário

ECTOTERMIA ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ 07

INVERTEBRADOS SUPERIORES E PRIMEIROS VERTEBRADOS

Introdução ao Grupo dos Artrópodos ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ 07

Características Gerais dos Artrópodos ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ 08

O Ambiente Aquático e os Peixes Primitivos ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ 16

Os Peixes Cartilaginosos e Ósseos ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ 19

CONQUISTA DO AMBIENTE TERRESTRE

Modificações para a Vida na Terra ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ 27

Anfíbios: Biologia e Classificação ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ 28

Répteis: Biologia e Classificação ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ 33

ENDOTERMIA ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ 49

EVOLUÇÃO DAS AVES

A Evolução das Aves e a Origem do Vôo ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ 49

Características Gerais e Classificação ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ 51

Diversidade das Aves ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ 59

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MAMÍFEROS E O HOMEM

Zoologia Geral e
Características e Diversidade dos Mamíferos ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ 70
Comparada II

Tamanho Corpóreo, Ecologia e Vida Social dos Mamíferos ○ ○ 81

Evolução dos Primatas e o Surgimento dos Humanos ○ ○ ○ ○ 82

Atividade Complementar ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ 86

Glossário ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ 98

Referências Bibliográficas ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ 99

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Apresentação da Disciplina

Caro (a) graduando (a),

A Biologia é, hoje, um dos ramos da ciência que tem crescido em


um ritmo bastante acelerado. A divulgação desse progresso através dos
meios de comunicação (jornais, televisão e internet) tem trazido para
dentro das salas de aula assuntos que despertam muito o interesse dos
alunos. Como exemplo, tem-se a terapia através do uso de células tronco.

Ao iniciarmos os nossos estudos de Zoologia II, temos como


objetivo principal fornecer todas as informações necessárias para que o
discente de Licenciatura em Ciências Biológicas seja capaz de transmitir
a seus futuros alunos, noções básicas sobre o mundo vivo que nos rodeia.

O material didático desta disciplina foi estruturado para


fundamentar seus conhecimentos, sendo aconselhado, portanto, a leitura
e interpretação dos textos. No final de cada conteúdo são propostas
atividades destinadas à fixação e à avaliação da aprendizagem, a fim
de que se desenvolva uma reflexão orientada e crítica.

Esperamos que vocês encontrem neste módulo um bom


material para estudo!

Profª. Cláudia Borges

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Zoologia Geral e
Comparada II

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ECTOTERMIA

Quase todos os seres vivos dependem de fontes externas de calor para manter a
temperatura interna do corpo. Trata-se de um modo antigo, seguro e bastante econômico
de viver. Ectotermia é o nome dado a esse estilo de vida e os organismos que o utilizam
são chamados de ectotérmicos. Plantas, fungos, micróbios e a grande maioria dos animais
são ectotérmicos.

INVERTEBRADOS SUPERIORES E PRIMEIROS


VERTEBRADOS

CONTEÚDO 1 - INTRODUÇÃO AO GRUPO DOS ARTRÓPODOS

O filo Arthropoda (do grego Arthros, articulação + podos, pés) contém a maioria dos
animais conhecidos. Mais de um milhão de espécies já foram descritas (83% do Reino
Animalia), e as estimativas dão conta que esse número deve representar menos de 10% do
total de espécies. Pertencem ao filo Arthropoda: os insetos (borboletas, gafanhotos, moscas),
os aracnídeos (aranhas, escorpiões, carrapatos), os crustáceos (caranguejos, camarões,
siris, cracas) e outros subgrupos menores (centopéias, piolhos de cobra).
A enorme diversidade de adaptação dos artrópodos tem-lhes permitido sobreviver
em quase todos os habitats; e eles são talvez, os animais que com mais êxito invadiram o
ambiente terrestre: há espécies marinhas, de águas doces, salobras e terrestres. Artrópodos
ocorrem em altitudes acima de 6.000 metros em montanhas e crustáceos a profundidades
que chegam a 9.500 metros no mar. Outras espécies são, ainda, ectoparasitas de plantas
e, sobretudo, endoparasitas de outros animais. Outras são gregárias, e vários tipos de
insetos coloniais desenvolveram organizações sociais, com divisão de trabalho entre os
membros de diferentes castas. Muitos artrópodos são economicamente importantes. Os
grandes caranguejos, lagostas e camarões são comidos pelo homem, crustáceos pequenos
são os principais herbívoros no mar e a base da maioria das teias alimentares.
A maioria dos zoólogos concorda que os artrópodos representam a culminação do
desenvolvimento evolutivo nos protostômios. Estes animais tiveram origem a partir de um
tronco comum de poliquetos ou, pelo menos, de um ancestral comum a ambos; as relações
entre os artrópodos e os anelídeos se manifestam nos seguintes aspectos:
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a) Os artrópodos, como os anelídeos, são metaméricos.
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b) Primitivamente, cada segmento de artrópodo é portador de um par de
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apêndices. Observa-se esta mesma disposição nos poliquetos, nos quais cada
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metâmero possui um par de parapódios. Entretanto, a homologia exata entre
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parapódios e os apêndices dos artrópodos é incerta.
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c) A organização do sistema nervoso segue, em ambos os grupos, um
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plano básico idêntico. Em ambos, o cérebro dorsal anterior é seguido de um cordão
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nervoso ventral com expansões ganglionares em cada segmento.
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d) O desenvolvimento embrionário de alguns artrópodos
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apresenta, ainda, uma clivagem holoblástica determinada e o
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mesoderma nestas formas tem origem no blastômero quatro d.
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e) Outras características semelhantes incluem uma cutícula
Zoologia Geral e 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345
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produzida pela epiderme, um trato digestivo tubular desde uma boca
Comparada II 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345
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anterior até um ânus posterior e a concentração dos órgãos dos
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sentidos na cabeça.
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As principais diferenças entre os anelídeos e os artrópodos refletem os diversos


aspectos estruturais e fisiológicos associados ao corpo mole, hidraulicamente operado
dos anelídeos, e o corpo duro, operado por um sistema de alavancas, dos artrópodos.
Muitos aspectos, presentes nos artrópodos, mas não nos anelídeos, incluem:

a) Grande redução do celoma.


b) Presença de um exoesqueleto duro e não-flexível.
c) Um sistema circulatório aberto, lacunar.
d) Ausência de cílios em todos os sistemas de órgãos.
e) Olhos compostos.

CONTEÚDO 2 - CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS ARTRÓPODOS

Duas características ressaltam-se quando os aspectos gerais dos artrópodos são


analisados:

a) A presença de um esqueleto externo (ou exoesqueleto) constituído


por quitina, um polissacarídeo nitrogenado (C8H18O5N) bastante resistente e
insolúvel em água, álcalis, ácidos diluídos, ou pelos sucos digestivos de
outros animais. Entretanto, a presença de uma carapaça limita o crescimento
do animal, o que foi solucionado com o desenvolvimento de um processo
periódico de substituição do exoesqueleto. Essa substituição periódica,
chamada ecdise ou muda, permite que o animal cresça.
b) A presença de patas articuladas, apêndices de locomoção que
funcionam como um sistema de alavancas, potencializando a ação muscular
e transformando com mais eficiência a contração muscular em movimento.
No entanto, os artrópodos não possuem apenas patas articuladas, mas, sim,
todas as extremidades, como antenas e peças bucais.

Além das características já mencionadas, existem outras, comuns a todos os


artrópodos:
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c) A circulação é aberta, com um coração alongado dorsal, que
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apresenta orifícios (óstios) através dos quais o sangue entra ou sai: Não
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existe cavidade pericárdica. Uma diferença importante entre o sangue dos
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artrópodos e os vertebrados é que, nesses últimos, há grande quantidade
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de células (glóbulos brancos e vermelhos), enquanto nos artrópodos essa
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quantidade é muito reduzida. Esse sangue de baixa celularidade é
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conhecido pelo nome de hemolinfa.
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d) Os órgãos excretores podem ser genericamente denominados
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glândulas renais, embora recebam nomes específicos, dependendo do
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grupo: essas glândulas têm por característica filtrar as excretas do sangue,
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uma vez que não possuem cavidade celomática ampla. De acordo com o
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ambiente ocupado por cada grupo, o seu principal resíduo metabólico pode
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ser a amônia (crustáceos), o ácido úrico (insetos, diplópodos e quilópodos) ou
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a guanina (aracnídeos). A eliminação de ácido úrico ou de guanina são as
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mais adequadas para a vida terrestre, pois são produtos pouco tóxicos e que
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exigem pouca diluição, representando uma boa estratégia de economia de
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água.
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e) O sistema nervoso dos artrópodos apresenta, em geral, gânglios
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cerebrais bem desenvolvidos, de onde parte o cordão nervoso ventral,
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ganglionar. As estruturas sensoriais dos artrópodos são eficientes e
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diversificadas. Há sensores químicos capazes de reconhecer a presença de
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alimentos ou de inimigos naturais; há receptores de paladar, como aqueles
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localizados nas patas das moscas; há sensores posturais semelhantes aos
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encontrados nos demais invertebrados (os estatocistos); receptores auditivos,
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receptores luminosos, etc.
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2.1 Classificação dos Artrópodos

O filo dos artrópodos pode ser subdividido em cinco classes principais, usando como
critério o número de patas.

A Classe Insecta

São os artrópodos com seis patas (= 3 pares). Os insetos são os


mais numerosos e diversificados de todos os artrópodos, com cerca de
1.500.000 espécies conhecidas e descritas.

Morfologia Externa

Possuem o corpo dividido em três segmentos (=regiões): cabeça, tórax e abdome. A


cabeça na maioria dos insetos é orientada de tal forma que as peças bucais ficam dirigidas
para baixo (hipognatos). Em um inseto hipognato, as superfícies mais laterais e dorsais da
cabeça apresentam um par de antenas (uma antena típica é formada por artículos ou
antenômeros e apresenta 3 regiões distintas: escapo, pedicelo e flagelo), que são utilizadas
para orientação, e um conjunto de olhos que proporciona aos insetos uma excelente visão.
Eles podem enxergar coisas que não são visíveis ao olho humano. Este conjunto está formado
por um par de olhos compostos (isto é, olhos formados por várias unidades denominadas
omatídios), que permitem enxergar em várias direções ao mesmo tempo e três olhos simples
também conhecidos como ocelos. O tórax, o qual forma a região média do corpo do inseto,
é composto por três segmentos – um protórax, um mesotórax e um metatórax. Em cada um
destes três segmentos, há um par de pernas articuladas com a pleura. É ainda no tórax que
se prendem as asas, existentes na maioria dos insetos. Quanto ao número de asas, existem
3 tipos de insetos: sem asas (traças-de-livros, pulgas, piolhos) com um par de asas (como
é o caso das moscas) e com dois pares de asas (como as libélulas). O abdome é composto
de 9 a 11 segmentos.

Exemplos: baratas, besouros, moscas, cigarras, mariposas, etc.

9
Zoologia Geral e
Comparada II

Figura 01 – Estrutura externa de um inseto.


www.consulteme.com.br

Reprodução e Desenvolvimento

Os insetos são animais de sexos separados (dióicos) e ovíparos. O sistema


reprodutivo feminino típico consiste de dois ovários (um de cada lado) e de dois ovidutos
laterais. O par de ovidutos usualmente se reúne para formar um oviduto comum que leva a
uma vagina. O sistema reprodutor masculino inclui um par de testículos, um par de ductos
laterais e um ducto mediano que se abre em um pênis ventral.
Durante a copulação, o pênis do macho (freqüentemente extensível ou eversível) é
inserido no orifício genital da fêmea. Os machos de muitas ordens – libélulas, moscas
verdadeiras, borboletas, mariposas, para especificar uns poucos – possuem órgãos
seguradores para agarrar o abdome da fêmea. Os órgãos seguradores (clásperes) derivam-
se de partes dos segmentos terminais variando muito em estrutura.
Depois que os ovos são postos pelas fêmeas, eles se desenvolvem e formam um
novo inseto. Alguns insetos têm desenvolvimento direto, sem metamorfose (desenvolvimento
ametábolo: a= sem; metábolo = mudança): do ovo nasce uma forma jovem, que já tem o
aspecto do adulto, embora menor. É por exemplo, o caso da traça-de-livro. O
desenvolvimento da borboleta é indireto, com metamorfose completa (desenvolvimento
holometábolo: holo = total; metábolo = mudança): ela nasce diferente do adulto. Do ovo
eclode uma larva, bastante distinta do adulto. Essa larva passa por um período em que se
alimenta ativamente, para depois entrar em estágio inativo e secretar um casulo que a
envolve. Este estágio é o de pupa, quando ocorre a metamorfose. Dentro do casulo, a larva
transforma-se no adulto ou imago. No imago, estão presentes todos os órgãos que
caracterizam um adulto da espécie. A designação imago não significa, obrigatoriamente,
adulto sexualmente ativo, mas uma forma na qual as estruturas sexuais já se encontram
formadas, ainda que imaturas e afuncionais. Depois de adulto, o inseto não sofre mais
mudas e, portanto, não cresce mais. Além das borboletas, outros insetos também possuem
desenvolvimento indireto. É, por exemplo, o caso das moscas e pulgas.
Alguns insetos holometábolos possuem fase larval aquática, como é o caso de
importantes mosquitos vetores de doença. Como exemplo temos: Culex, que transmite a
elefantíase, Anopheles, que transmite a malária e Aedes aegypti, que transmite a dengue e
a febre amarela.

Insetos Sociais

Organizações sociais desenvolveram-se em duas ordens de insetos, os


Isoptera que contém os cupins e os Hymenoptera que incluem as formigas, abelhas
e vespas. Em todos os insetos sociais nenhum indivíduo pode existir fora da colônia
nem pode ser membro de outra colônia senão aquela em que ele se desenvolveu.

10
Existe um cuidado cooperativo na incubação e superposição de gerações. Todos
os insetos sociais exibem algum grau de polimorfismo (do grego: muitas formas)
sendo os diferentes tipos de indivíduos de uma colônia denominadas castas. As
principais castas são os machos, as fêmeas (ou rainhas) e as operárias. Os
machos funcionam na inseminação da rainha, a qual produz novos indivíduos
para a colônia. As operárias fornecem o suprimento e manutenção da colônia. A
determinação das castas é um fenômeno desenvolvimental regulado pela presença
ou ausência de certas substâncias fornecidas aos estágios imaturos por outros
membros da colônia.

A abelha Apis mellifera é o inseto social melhor conhecido. Supõe-se que esta espécie
tenha-se originado na África e seja um invasor recente das regiões temperadas pois,
diferentemente das outras abelhas e vespas de regiões temperadas, as colônias destas
abelhas sobrevivem ao inverno e a multiplicação ocorre por divisão da colônia num processo
denominado enxameamento. Estimulada em parte pela multidão de operárias (de 20.000 a
80.000 em uma única colônia), a rainha-mãe abandona a colônia com um punhado de
operárias (um enxame) para fundar uma nova colônia. A colônia anterior é deixada com
rainhas em desenvolvimento. Na eclosão, uma nova rainha faz vários vôos nupciais durante
os quais ocorre a copulação com os machos (zangões). Ela acumula espermatozóides
suficientes para o restante de sua vida. O macho morre após a copulação quando seus
órgãos reprodutivos são literalmente explodidos para o interior da fêmea. Uma nova rainha
pôde, eventualmente, partir com algumas das suas operárias com um pós-enxame, deixando
as operárias restantes para desenvolverem outra rainha. Eventualmente, a colônia antiga
consistirá de um terço do número original de operárias mais a sua nova rainha.

B Classe Crustacea

Os crustáceos são artrópodos com 5 pares (= 10) de patas. São


habitualmente aquáticos ( marinhos ou de água doce), embora existam
espécies terrestres, como o tatuzinho-de-jardim.

Morfologia Externa

O corpo dos crustáceos pode estar dividido em cabeça, tórax e abdome ou em


cefalotórax e abdome, sendo que o cefalotórax corresponde à fusão de dois tagmas: a
cabeça e o tórax. Na cabeça, estão presentes, além de dois pares de antenas, um par de
olhos compostos que, geralmente, situam-se na extremidade de dois pedúnculos; são por
isso, chamados de olhos pedunculados. Esses olhos são movimentados pelos pedúnculos,
permitindo assim, uma ampla exploração do ambiente. Ao redor da boca, há um par de
mandíbulas. Atrás das mandíbulas encontram-se dois pares de apêndices alimentares
acessórios: a primeira e a segunda maxilas. O tronco é muito menos uniforme que a cabeça.
Na região torácica encontramos os cinco pares de apêndices (pernas torácicas),
denominados periópodos, que são usados para locomoção. O abdome é formado por
diversos segmentos distintos e articulados. Seus apêndices (pernas abdominais) são
denominados pleópodos, ajudam na respiração e carregam os ovos das fêmeas. Os últimos
segmentos são estruturas achatadas; os dois laterais são denominados urópodos e o central,
telso. Em conjunto eles formam um remo para natação.

Exemplos: siris, caranguejos, lagostas, camarões, etc.

11
Zoologia Geral e
Comparada II

Figura 02 – Estrutura
externa de um
crustáceo.
www.consulteme.com.br

Reprodução

A maioria dos crustáceos é dióica, mas as cracas e alguns membros de outros grupos
são hermafroditas. As gônadas dos crustáceos são órgãos pares tipicamente alongados,
que se encontram na porção dorsal do tórax ou do abdome, ou em ambos. Os ovidutos e os
ductos espermáticos são geralmente túbulos pares simples que se abrem na base de um
par de apêndices do tronco ou em um esternito. Entretanto, os segmentos portadores dos
gonóporos podem variar de um grupo para outro.
Mesmo nas espécies hermafroditas, a fecundação é cruzada, envolvendo a copulação.
O macho dispõe de uma série de apêndices modificados para segurar a fêmea que incuba
os ovos em apêndices do corpo, como ocorre nas lagostas e nos caranguejos, ou em sacos
ovígeros formados quando os ovos são expelidos, como ocorre nos copépodos.

Você sabia?
Caranguejo ou siri?
Muita gente confunde caranguejo com siri. Eles podem, no
entanto, ser diferenciados facilmente por várias características; duas
delas muito evidentes:
- O corpo do siri é mais achatado do que o corpo do
caranguejo, que é mais “arredondado”.
- As patas traseiras do siri são largas, como remos, ao
passo que as patas do caranguejo são pontudas.

C Classe Arachnida

São artrópodos com oito (= 4 pares) de patas. De acordo com o registro fóssil, as
formas primitivas eram aquáticas. Os representantes atuais, entretanto, ocupam
principalmente o ambiente terrestre, sendo mais comuns em regiões quentes e secas. A
grande maioria dos membros do grupo tem tamanho reduzido. As aranhas, por exemplo,
costumam medir menos de 25 milímetros de comprimento (as espécies avantajadas são
poucas) e muitos ácaros não têm mais que 0,5 milímetros de comprimento.

12
Morfologia Externa

Aranhas

As aranhas variam de tamanho desde pequeninas espécies com menos de 0,5 mm


de comprimento até os grandes migalomorfos tropicais (chamados tarântulas,
caranguejeiras ou aranhas-macaco em diferentes partes do mundo) que medem 9 cm,
podendo a extensão das pernas ser muito maior.
O corpo é geralmente dividido em dois segmentos: o cefalotórax (cabeça fundida ao
tórax), coberto dorsalmente por uma carapaça sólida convexa, e o abdome. No cefalotórax,
geralmente existem oito olhos anteriores e apêndices articulados. O par mais anterior é o
das quelíceras, usadas na captura de alimento. Cada uma apresenta um acúleo em forma
de garra onde se abre o ducto de uma glândula de veneno. O segundo é o par de pedipalpos,
que são curtos nas fêmeas e semelhantes a pernas, sendo usados no esmagamento do
alimento; mas nos machos eles se modificam, formando estruturas copulatórias. Os quatro
pares restantes são as patas locomotoras, de tamanho variável; geralmente constam de
oito segmentos: uma coxa basal, um trocânter pequeno, um fêmur longo, uma patela curta,
uma tíbia longa e um metatarso, um tarso e um pequeno pré-tarso distal que termina em
duas ou três garras. Não há antenas. As aberturas corporais, com exceção da boca, são
abdominais e ventrais, com o destaque para a abertura genital, as aberturas respiratórias,
as fiandeiras por onde saem os fios de seda para a construção da teia, e o ânus.

Exemplos: aranhas, escorpiões, pseudo-


escorpiões, ácaros, carrapatos, etc.

Figura 03 – Estrutura externa de um aracnídeo.


BARNES, R. D. 1984.

13
As aranhas possuem sexos separados (são animais dióicos) e,
geralmente, são dotadas de um evidente dimorfismo sexual, ou seja, a fêmea
e o macho são nitidamente diferentes. Habitualmente, os machos são menores
Zoologia Geral e que as fêmeas. Na época da reprodução, o macho tece um casulo de seda,
Comparada II no qual deposita uma gotícula de líquido contendo os espermatozóides; estes
são tomados nas cavidades de seus palpos, para mais tarde serem
introduzidos na cavidade genital da fêmea, onde ficam armazenados no
receptáculo seminal. Há espécies que se acasalam várias vezes durante a
vida; outras só realizam o acasalamento uma vez. A fêmea pode matar e comer o macho
após o acasalamento, mas isto é incomum. Mais tarde, a fêmea tece um casulo de seda
almofadado no qual os ovos são postos (ooteca). Este casulo ou ooteca pode ficar preso à
teia ou ser carregado pela fêmea. O desenvolvimento é direto, e não há passagem por
estágio larval. Existem cuidados com a prole; após a eclosão, os filhotes são protegidos
pela mãe, podendo ser carregados sobre o abdome durante os primeiros dias de vida.

Figura 04 – Aranha na ooteca


http://www.geocities.com/
apotecionegro/arac.html

Você sabia?
A seda das Aranhas

A seda das aranhas é uma proteína composta de glicina,


alanina, serina e tirosina e é similar à seda das lagartas. É emitida
como um líquido e o endurecimento não resulta da exposição ao
ar mas, provavelmente do processo real de estriamento. Um único
fio é composto de várias fibras, cada uma das quais procede de
seda líquida produzida por um fuso. A maioria das aranhas produz
mais de um tipo de seda e os vários tipos são secretados por dois
a seis tipos diferentes de glândulas sericígenas.
A seda desempenha um importante papel na vida das
aranhas e é utilizada para diversos fins, mas todas as famílias de
aranhas produzem teias para capturas presas. Uma função da seda
comum à maioria das aranhas é o seu uso como fio guia. As aranhas
vão deixando, continuamente, um fio de seda seco atrás delas à
medida que se movem. A intervalos, esta seda atua como dispositivo
de segurança, similar ao utilizado pelos escaladores de montanhas.
A cena comum de uma aranha suspensa no ar, após cair de algum
objeto, resulta da contínua retenção de seu fio de guia.

14
Aranhas e Escorpiões de Interesse Médico

As espécies de aranhas perigosas para o homem pertencem


a quatro gêneros: Phoneutria, Loxosceles, Latrodectus e Lycosa.
Outros gêneros podem picar o homem, mas a conseqüência é apenas
uma forte dor local.
Os escorpiões que podem causar perigo ao homem pertencem
principalmente ao gênero Tityus. Esses animais possuem uma quilha
longitudinal ao alongo do corpo e um espinho sob o ferrão do
aguilhão. Os mais freqüentes no Brasil são o Tityus bahiensis ou
escorpião marrom e o Tityus serrulatus ou escorpião amarelo.

O primeiro filme “Homem aranha” deveria ser, na verdade,


“Homem opilião”, porque o símbolo no peito do herói não possuía
o pedicelo, que é a sinapomorfia básica das aranhas. No segundo
filme, os diretores corrigiram esse erro.

D Classe Chilopoda

Os quilópodos são animais com 2 patas (= 1 par) por segmento do tórax.

Morfologia Externa

São artrópodos que apresentam o corpo alongado, contendo grande número de


segmentos e sem uma nítida separação entre a cabeça, o tórax e o abdome. Em cada
segmento, encontram-se um par de pernas; sendo que o primeiro par é transformado em
uma estrutura denominada fórcipula, na extremidade da qual se abre uma glândula de veneno,
com o qual os quilópodos paralisam suas presas.
No último segmento, o par de pernas merece especial atenção, pois é algo diferente
dos outros pares restantes que servem apenas para locomoção: é mais longo e em geral
dotado de fortes e robustos espinhos. Quando a lacraia anda, é dirigido para trás
horizontalmente ou mesmo um pouco para cima, sempre um tanto aberto como uma pinça
prênsil que ajuda a captura das presas. Na cabeça, apresentam um par de antenas.

Exemplos: centopéias ou lacraias.

Reprodução

A reprodução dos quilópodos é sexuada. São animais dióicos, com desenvolvimento


direto (o jovem assemelha-se ao adulto, com o mesmo número ou um número menor de
segmentos) ou indireto. A fecundação é interna: o macho deposita os espermatozóides no
corpo da fêmea, dentro da qual encontram as células sexuais femininas. Algumas centopéias
põem ovos e outras são vivíparas.

15
E Classe Diplopoda

Os diplópodos são animais com 2 patas (=1 par)


Zoologia Geral e por segmento do tórax e 4 patas (2 pares) por segmento
Comparada II do abdome.

Morfologia Externa

Os diplópodos têm corpo cilíndrico com muitos segmentos e a parede do corpo inclui
depósitos de sais de cálcio. Não possuem forcípula. A cabeça dos diplópodos tende a ser
convexa dorsalmente e achatada ventralmente, com dois grupos de muitos olhos simples e
um par de antenas curtas e de mandíbulas. Uma estrutura em forma de placa (gnatoquilário)
pode representar as maxilas fundidas. O tórax é curto, com quatro segmentos ímpares,
todos menos o primeiro com um par de pernas. O longo abdome possui 9 a 100 segmentos
duplos, cada um contendo dois pares de estigmas, ostíolos e gânglios nervosos e dois
pares de pernas com sete artículos.

Exemplo: piolhos de cobra ou gongolos.

Reprodução e Desenvolvimento

A fecundação é interna. Os ovos são fecundados no momento da postura e,


dependendo da espécie, são produzidos de 10 a 300 ovos de uma só vez. Alguns depositam
os ovos em grupos no solo ou no humo; outros, como o Narceus, regurgitam um material
que é moldado em forma de taça com a cabeça e as pernas anteriores. Um único ovo é
depositado na taça, que depois é fechada e polida. A cápsula é depositada em humo e
fendas e é comida pelo jovem diplópodo ao eclodir. O diplópodo europeu Glomeris tem
hábitos similares, mas forma a cápsula com excremento.
Os ovos da maioria das espécies eclodem em várias semanas e os jovens recém-
eclodidos geralmente possuem apenas sete segmentos e os três primeiros pares de pernas
sendo os outros adicionados na frente do segmento anal durante mudas sucessivas (até
10) do crescimento. Muitos diplópodos sofrem ecdise (processo de mudança do
exoesqueleto) dentro de câmaras de muda especialmente construídas, similares aos ninhos,
e é dentro destas câmaras que muitas espécies tropicais sobrevivem na estação da seca.
O exoesqueleto desprendido é geralmente comido, talvez para auxiliar na reposição de
cálcio. Os diplópodos vivem de 1 a 10 ou mais anos, dependendo da espécie.

CONTEÚDO 3 – O AMBIENTE AQUÁTICO E OS PEIXES


PRIMITIVOS

Os primeiros vertebrados que surgiram na face da Terra eram provavelmente animais


marinhos de pequeno porte, com todas as características dos cordados. Já apresentavam,
entretanto, um encéfalo simples e um esqueleto cartilaginoso, com crânio e vértebras ainda
não completamente formados. Esses vertebrados primitivos não possuíam mandíbulas
verdadeiras e foram, por isso, denominados agnathas ou ciclostomatos, pois possuíam a
boca arredondada.

16
Os agnathas eram abundantes nos mares de eras geológicas passadas, mas na
fauna atual estão representados por dois grupos: o das lampreias, com trinta espécies, e o
das feiticeiras (ou peixes-bruxa), com vinte espécies.

A Petromyzoniformes

Morfologia Externa

A lampreia tem corpo cilíndrico e cauda lateralmente comprimida. As nadadeiras


são pequenas, mas isso não restringe seus movimentos natatórios, executados por
ondulações do corpo. A boca é circundada por um grande funil ventral com forma de taça,
sugador, com muitos dentes córneos cônicos e longa língua protrátil também armada com
dentes córneos. A narina é medianodorsal na cabeça, seguida por pele fina sobre o órgão
pineal. Os dois grandes olhos são laterais e cobertos com pele transparente, mas sem
pálpebras. Apresenta, lateralmente no corpo, sete pares de bolsas branquiais, abrindo-se
separadamente, por onde sai à água que banha estes órgãos respiratórios. O ânus abre-
se ventralmente na base da cauda e, imediatamente atrás, há uma pequena papila urogenital,
perfurada por um ducto. Todo o animal é coberto com um epitélio liso, contendo muitas
glândulas, porém sem escamas.

Figura 05 – Exemplo de um peixe primitivo:


a lampreia.
www. wikipedia.org

Reprodução e Desenvolvimento

Quando as lampreias, tanto marinhas como de água doce, estão sexualmente


maduras, na primavera ou início do verão, as gônodas incham e ambos os sexos locomovem-
se para os rios, às vezes “cavalgando” em peixes ou barcos que passam. Procuram águas
claras e rasas nos rios e usando o funil bucal movem pedras no fundo e varrem os detritos
por movimentos rápidos do corpo até preparar uma depressão arredondada, rasa, livre de
lama, como ninho. A fêmea prende-se a uma pedra fazendo face à corrente, e o macho
prende-se à fêmea, ambos usando seus funis bucais. Parcialmente entrelaçados, agitam-
se para frente e para trás, quando óvulos e espermatozóides são eliminados, sendo a
fecundação externa. Os ovos são pequenos (1 mm na lampreia de rio) e adesivos; afundam
rapidamente s são cobertos por areia e lodo. Uma fêmea de lampreia de rio pode conter
2.00 a 65.00 ovos e a da grande lampreia marinha até 236.000 ovos. Alguns casais
geralmente desovam próximos uns dos outros, às vezes no mesmo ninho. Todos os adultos
morrem depois da desova. Os jovens eclodem mais ou menos em um mês como pequenas
larvas; quando atingem 12 a 15 mm de comprimento, abandonam o ninho à procura de
águas calmas. Aí cada um constrói e habita um túnel em forma de U na areia e lodo, mas sai
do túnel para se alimentar do limo que cobre o fundo. A água entra pela boca por ação ciliar

17
e sai através das fendas branquiais. O alimento é capturado no muco secretado
pelo endóstilo do assoalho da faringe, como no anfioxo.
As larvas, conhecidas como amocetes, são muito parecidas com o
Zoologia Geral e anfioxo (cordado marinho, pequeno e pisciforme). São cegas, desprovidas
Comparada II de dentes e têm uma vida longa, de pelo menos 3 anos (Entosphenus
tridentatus) até mais ou menos 7 anos (Petromyzon). Durante a metamorfose
são seguidos dois caminhos por diferentes tipos de lampreias. No grupo mais
primitivo o trato digestivo funcional é mantido e desenvolvem-se dentes fortes
e afiado; tais lampreias alimentam-se de peixes, continuando a viver e a crescer no mar ou
em grandes rios ou lagos, conforme a espécie. Depois de terem existido neaste estágio
por um ano (talvez mais tempo nas espécies maiores), sobem pequenos rios durante a
primavera, pra desovar e depois morrer. Membros do segundo grupo param de comer e de
crescer após a metamorfose, de agosto a outubro; o tubo digestivo e os dentes degeneram
parcialmente e após 4 a 11 meses os animais reproduzem-se e morrem. Tais lampreias
degeneradas desenvolveram-se como ramos divergentes do tipo normal em diversos lugares,
tanto no leste como no oeste dos Estados Unidos e em outras partes do mundo.

B Myxiniformes

Morfologia Externa

Comparados com as lampreias, os membros da ordem Myxiniformes (feiticeiras)


diferem de muitas maneiras:

(1) pela pequena boca sugadora mole, com 1 grande dente


epidérmico dorsal e fileiras de pequenos dentes usados para arrancar
pedaços do corpo da presa;
(2) vários pares de tentáculos ao redor da boca e abertura
nasal;
(3) narina terminal e mediana com canal (e bolsa pituitária)
abaixo do encéfalo até o teto da faringe, funcionando como canal
para a entrada de água para arejar as brânquias;
(4) olhos por baixo da pele (não-visíveis);
(5) ovos grandes, com casca córnea formada no ovário.

Reprodução

Os peixes-bruxa são hermafroditas. Um único animal pode produzir espermatozóides


em uma época reprodutora e óvulos na seguinte. Óvulos e espermatozóides são eliminados
para a cavidade abdominal como nas lampreias e penetram nos ductos celomáticos situados
na parte posterior do abdome e que se unem com a cloaca. Os óvulos são poucos, com
muito vitelo e uma casca córnea resistente; são ovais alongados e podem ser grandes (10
por 30 mm). Nas extremidades existem terminais em forma de âncora, que prendem os
ovos a algas marinhas ou a outros objetos do fundo. O crescimento até a forma adulta
aparentemente é direto, sem estágio larval.

3.1 História Natural

As lampreias vivem tanto em água doce como no mar de regiões temperadas. As


espécies ectoparasitas prendem-se a peixes e baleias. Por sucção do funil e uso dos dentes

18
bucais abrem orifícios na pele por onde é injetada uma substância que evita a coagulação
do sangue do hospedeiro enquanto este flui para dentro da boca da lampreia. Peixes e
baleias sadios são atacados e podem ser mortos. Esta é também uma forma de se
deslocarem. A ventosa bucal também lhes serve para se agarrarem a pedras ou vegetação
aquática para descansarem. Por esta razão, em alguns locais da Europa são conhecidas
por suga-pedra (“stone-sucker” em inglês). As lampréias, principalmente a larva ammocoetes,
são usadas como isca na pesca. No entanto, em alguns países,os adultos são considerados
uma especialidade culinária. Em Portugal, a lampreia é comida sobretudo em arroz de
lampreia, com uma confecção próxima da cabidela. Alguns restaurantes e casas fazem-na
também assada no espeto. A lampreia é comida de finais de janeiro a meados de abril.
As feiticeiras não toleram luz forte e salinidades baixas. Procuram partes lodosas no
fundo do mar, geralmente abaixo de profundidades de 24 metros onde cavam. Comem
vermes e outros invertebrados que vivem sobre o fundo ou em seu interior e peixes mortos
(necrófagos) ou doentes e outros animais que vão para o fundo.

CONTEÚDO 4 – OS PEIXES CARTILAGINOSOS E ÓSSEOS

Várias espécies de animais que vivem na água são chamados peixes desde os
peixes-boi até as estrelas-do-mar, mas o termo se aplica propriamente a vertebrados
aquáticos inferiores. Os gregos conheciam os peixes como ichthyes, sendo a ictiologia o
estudo científico dos peixes; o nome comum peixe deriva do latim, pisces.
Os tubarões, as raias e as quimeras são os vertebrados viventes mais inferiores que
têm vértebras completas e separadas, mandíbulas móveis e extremidades pares. Os
condrícties (ou peixes cartilaginosos) podem ser classificados em dois grupos: Holocephali
e Elasmobranchii ou Selachii.
De acordo com a classificação científica tradicional, a classe Osteichthyes (Exemplos:
sardinhas, atuns e bagres) agrupava os peixes ósseos, em contraposição com
Chondrichthyes, os peixes cartilaginosos. No entanto, de acordo com as descobertas mais
recentes sobre a filogenia dos animais, a classe Osteichthyes agrupa todos os animais
com tecido ósseo e com dentes implantados nas maxilas. Esta classe inclui: os Sarcopterygii
(Sarcos = carnoso; pterygium = nadadeira) e os Actinopterygii (actinos = raios).

A Holocephali

Estão representados pelas quimeras ou peixe coelho. São peixes grotescos do fundo
das profundidades oceânicas (baixas latitudes) ou de águas rasas (altas latitudes). Têm um
comprimento de 0,5 a 2 metros. Possuem brânquias
protegidas por um opérculo, cauda longa e flexível, olhos
muito grandes, corpo sem escamas e maxila fundida
com o crânio. Suas mandíbulas contêm grandes
placas achatadas. São ovíparos. As quimeras
alimentam-se de algas marinhas, invertebrados e
peixes.

B Elasmobranchii ou Selachii

Condrícties que possuem de cinco a sete


fendas branquiais, não recobertas por opérculos.
Figura 06: Quimera
Estão representados pelos tubarões e raias. É o maior http://palaeo.gly.bris.ac.uk/Palaeofiles/Fossilgroups/
Chondrichthyes/Modernforms/modernforms.html

19
grupo entre os condrícties, integrado por cerca de 760 espécies.
Ao contrário dos agnatha e dos holocephali, os elasmobrânquios
possuem nadadeira caudal bem desenvolvida e o corpo recoberto por
Zoologia Geral e escamas placóides, cada uma com um espinho voltado para trás, coberto de
Comparada II esmalte e uma placa basal de dentina situada na derme. Essas escamas são
também chamadas de dentículos dérmicos.

B.1 - Tubarões

Morfologia Externa

Os tubarões possuem uma cabeça terminada em ponta arredondada (focinho), onde


há duas narinas ventrais e uma boca larga. Os olhos laterais, movidos por três pares de
músculos que prendem o globo ocular na sua base, não têm pálpebras. Como na maioria
dos peixes elasmobrânquios, a retina contém apenas bastonetes e os olhos parecem estar
adaptados para pouca luz.
As narinas são dois orifícios localizados na região cefálica, que terminam em fundos
cegos. Não se comunicam com a faringe, como ocorre na maioria dos peixes ósseos. Nos
condríctes e na maioria dos osteícties, as narinas têm apenas a função olfativa: um dos
sentidos muito desenvolvidos nos tubarões. O odor é percebido por quimiorrecepção: um
dos mecanismos sensoriais utilizados para a percepção de presas a grandes distâncias.
Uma vez próximos da presa, esses animais passam a utilizar-se da visão. Seus olhos
enxergam bem em baixa luminosidade.
O tronco é fusiforme, maior perto das nadadeiras peitorais, afilando para trás Há
duas nadadeiras dorsais medianas separadas, uma nadadeira caudal mediana e dois pares
de nadadeiras laterais, peitorais e pélvicas.
A nadadeira caudal é bilobada, sendo a parte superior mais estreita do que o lobo
ventral que se prende ao longo da parte inferior da coluna vertebral. Quando a cauda se
move de um lado para outro durante a natação, o lobo ventral fornece elevação. Em cada
movimento para dentro a superfície superior é inclinada em direção à linha mediana e o
lobo ventral segue atrás dela. A força resultante tem um componente para cima e a cauda
tende a elevar-se e a enviar as partes anteriores para baixo. As nadadeiras peitorais,
entretanto, inclinam-se para cima e provocam a elevação das partes anteriores,
contrabalançando a ação da cauda. O efeito combinado tende a elevar o peixe o que é
importante para um animal sem bexiga natatória e que é mais pesado que a água do mar.

Figura 07: Exemplos de peixes cartilaginosos. A. Tubarão:


estrutura externa; B e C. Raia: estrutura externa. Fonte: STORER,
T.I.; USINGER, R. L.; STEBBINS, R.C.; NYBAKKEN, J. W.;1984.

20
Reprodução

Com relação à reprodução, os tubarões são animais dióicos, apresentando


dimorfismo sexual. O macho diferencia-se extremamente da fêmea, pois as nadadeiras
pélvicas foram transformadas em um órgão copulador denominado clásper.
A cópula frequentemente é cíclica, durante curto período. Os machos são
frequentemente agressivos e alguns tubarões induzem as fêmeas a acasalar-se mordendo-
as ou, em espécies menores, agarrando-as com as mandíbulas. Na cópula, os clásperes
são colocados um junto do outro e os dois órgãos são inseridos na cloaca da fêmea.
As fêmeas geralmente têm filhotes apenas em anos alternados. Os tubarões podem
reproduzir-se de duas maneiras diferentes:
Nos vivíparos forma-se uma placenta no saco vitelino. É aí que crescem os filhotes
durante um período que pode atingir dois anos. Quando nascidos, os tubarões bebê já
estão completamente formados. Por isso, a mãe tubarão não precisa tomar conta dos filhotes
depois do nascimento.
A maioria dos tubarões é ovovivípara, retendo os ovos no seu interior para o
desenvolvimento, dando nascimento a filhotes vivos. Alguns meses depois, o tubarão bebê
rompe a casca do ovo e nasce já pronto a viver sem ajuda.

Você sabia?
Em muitos países, tubarões e raias são usados pelo homem como
alimento. No oriente as nadadeiras dos tubarões são secas e depois cozidas
para produzir um material gelatinoso usado para sopas.
Antigamente, no Velho Mundo, a pele de tubarão era curtida com as
escamas (denominada pele-de-lixa) para fazer capas para livros finos, caixas
de jóias e bainhas de espadas. Com as escamas destruídas, as peles serviam
como couro para sapatos e bolsas.
Os tubarões também podem causar prejuízos ao homem. Em algumas
praias populares têm sido registrados inúmeros ataques. O Brasil abriga
três das espécies de tubarões consideradas perigosas: o Tubarão Branco, o
Tubarão Tigre e o Tubarão Cabeça Chata – responsáveis pelos ataques na
costa do nordeste e sudeste. Leia a reportagem publicada no dia 19/06/
2006 – Jornal O Globo.

Ataque de tubarão faz rever prática de surf

O Comitê Estadual de Prevenção e Monitoramento de Incidentes com Tubarões se


reúne nesta segunda-feira, em caráter extraordinário, em Recife, para discutir a ampliação
do trecho onde a prática de surf e outros esportes náuticos são proibidos. Isso porque o
ataque que matou no domingo o surfista Humberto Pessoa Batista, na praia de Punta Del
Chifre, em Olinda, estava liberado para o surf.
A limitação a surf e outros esportes existe desde 1994. Os ataques começaram a se
intensificar em 1992 e desde então, já são quase 50 pessoas mordidas e mutiladas e 18
mortos.
O ataque de tubarão neste fim de semana foi o terceiro do ano nas praias
pernambucanas, o primeiro com morte. No dia 9 de abril, o catarinense José Ivair Pereira,
35 anos, foi mordido no joelho, na praia de Piedade. Em 21 de maio, a vítima foi o
caminhoneiro Rogério Antônio de Cardoso, 33 anos, atingido na perna esquerda, na coxa
e na panturrilha. Ele foi atacado em Boa Viagem e teve que fazer uma cirurgia.

21
B.2 - Raias
Zoologia Geral e
Comparada II
Morfologia Externa

Apresentam um corpo muito achatado, com nadadeiras peitorais muito


largas e delgadas, unidas à cabeça e ao tronco, dando a estes peixes um
contorno rômbico ou em forma de disco. As brânquias, dispostas em cinco pares de fendas
branquiais, localizam-se na face ventral do corpo. A cauda é normalmente longa e afilada,
com a aparência de um chicote. Na superfície dorsal encontram-se os espiráculos (aberturas
que levam água às cavidades branquiais), um par de olhos bem desenvolvidos, mas
incapazes de enxergar colorido, uma vez que não possuem cones (células responsáveis
pela percepção de cor).

Reprodução

Diferentemente dos peixes ósseos, as raias copulam, sendo a fecundação interna.


Posteriormente os ovos são liberados na água, envoltos em bolsas coriáceas. O
desenvolvimento dos ovos é muito lento, podendo demorar mais de um ano e meio, quando
então eclodem os alevinos.

C Sarcopterygii

Os Sarcopterygii, como o próprio nome diz, são peixes que possuem nadadeiras
carnosas, sustentadas por ossos semelhantes aos das patas tetrápodes. Em razão disso,
acredita-se que os primeiros vertebrados terrestres – os anfíbios – teriam surgido de um
grupo de sarcopterígeo primitivo, que vivia em águas rasas, respirando por brânquias e
também pulmões. Os sarcopterígeos eram abundantes em períodos geológicos passados,
mas na fauna atual estão representados por apenas quatro gêneros, classificados em dois
grupos: o dos Actinistias e o dos Dipnoi. Os sarcopterígeos que deram origem aos anfíbios
não têm representantes na fauna atual.
No grupo dos actinístias está a Latimeria, peixe marinho que vive a,
aproximadamente, 200 metros de profundidade, na costa da África. Sua característica mais
importante é a presença de barbatanas pares (peitorais e pélvicas) cujas bases são
pedúnculos que se assemelham aos membros dos vertebrados terrestres e se movem da
mesma maneira.
Os dipnóicos são peixes pulmonados. Corpo longo, delgado; sem pré-maxilas e
maxilas; 3 pares de placas dentárias duras e nadadeiras pares. Vivem em rios de regiões
tropicais e estão representados na fauna atual com apenas três gêneros: o Neoceratodus
da Austrália, o Lepidosiren da América do Sul e o Protopterus da África.
Os peixes pulmonados possuem brânquias reduzidas, insuficientes para suas
necessidades respiratórias. A respiração aérea através do pulmão é obrigatória para eles.
Ao contrário dos demais peixes, os dipnóicos possuem narinas em comunicação com a
faringe através das coanas. Estas também estavam presentes nos sarcopterígeos primitivos
(os crossopterígios que dera origem aos tetrápodos e permaneceram em todos os
vertebrados terrestres.

22
O peixe pulmonado brasileiro é a pirambóia (Lepidosiren paradoxa), que vive na
região amazônica. Este peixe foi descoberto no Brasil (Amazonas) pelo naturalista austríaco
Johannes von Natterer, que esteve dezoito anos percorrendo nosso país a serviço da ciência.
O nome “pirambóia” foi dado pelos indígenas e significa peixe-cobra/peixe-réptil.

D Actinopterygii

Os Actinopterygii, como o próprio nome diz, são peixes cujas nadadeiras são
sustentadas por raios, esqueleto interno tipicamente clacificado e aberturas branquiais
protegidas por um opérculo ósseo É o grupo mais diversificado e que reúne mais de 27.000
espécies. Tipicamente os peixes ósseos não são maiores que 1 m de comprimento, mas
existem formas reduzidas e gigantescas. São exemplos de actinopterígeos: as sardinhas,
o salmão, a truta, o baiacu, o arenque, entre inúmeros outros.

As suas características principais são:

- O corpo é fusiforme, mais alto que largo, de corte oval o que facilita a deslocação
através da água. A cabeça estende-se da ponta do focinho até o canto posterior do opérculo, o
tronco deste ponto até o ânus e o resto é a cauda. A grande boca é terminal, com maxilas e
mandíbulas distintas que apresentam dentes finos. Na parte dorsal do focinho há duas narinas
duplas (bolsas olfativas), os olhos são laterais, sem pálpebras, e atrás de cada um há uma
cobertura fina das brânquias, o opérculo, com margens livres embaixo e atrás. Por baixo de
cada opérculo existem quatro brânquias em forma de pente. O ânus e a abertura urogenital
precedem a nadadeira anal.
- O esqueleto apresenta 3 partes principais: coluna vertebral, crânio e raios das
barbatanas. Da coluna vertebral partem as costelas e a cintura peitoral. Numerosos outros
pequenos ossos sustentam os raios das barbatanas. O crânio é articulado com as maxilas e
mandíbulas, ambas bem desenvolvidas, e suporta os arcos branquiais. A articulação do crânio
com a coluna vertebral é tão forte que os peixes não podem virar a cabeça.
- A pele cobre todo o corpo e contém inúmeras glândulas mucosas, cuja secreção
facilita o deslizar através da água e protege contra infecções, e escamas no tronco e cauda, de
várias formas (ciclóide, ctenóide, ganóide) mas sempre de origem dérmica. Algumas espécies
não apresentem escamas ou estas podem ser revestidas de esmalte.
- As escamas são finas, arredondadas e implantadas em fileiras longitudinais e diagonais,
imbricadas como as telhas de um telhado. As extremidades livres das escamas estão cobertas
por uma fina camada de pele que protege de parasitas e doenças. Em algumas espécies, esta
camada de pele ajuda a manter a umidade quando o animal está emerso. Cada escama está
fixa numa bolsa dérmica e cresce durante a vida do animal, o que geralmente origina anéis de
crescimento (maiores no verão e muito pequenos no inverno). Estes anéis são mais notórios em
peixes de regiões temperadas. Devido ao padrão de distribuição, forma, estrutura e número das
escamas ser quase constante em cada espécie, esta é uma importante característica sistemática
desta classe.
- Um grande saco de paredes finas, a bexiga natatória, ocupa a porção dorsal da cavidade
do corpo. Ela é ligada à faringe por um ducto pneumático em alguns peixes, especialmente nas
espécies de raios moles, porém não na perca ou nas formas de raios espinhosos. A bexiga
natatória é preenchida por gases (O2, N2, CO2) e atua como órgão hidrostático para ajustar o
peso específico do peixe ao da água em diferentes profundidades, permitindo que eles subam,
desçam ou fiquem parados. Em diversos peixes a bexiga natatória pode ajudar na respiração ou
servir como órgão de sentido ou na produção de sons. A bexiga natatória é semelhante a um
pulmão nos peixes pulmonados e em alguns outros.

23
Zoologia Geral e
Comparada II

Figura 08: Estrutura externa de um peixe ósseo.


http://curlygirl.no.sapo.pt/osteites.htm

Reprodução

Os Actinopterygii possuem sexos separados e gônadas geralmente pares. São


principalmente ovíparos com fecundação externa, embora existam espécies com fecundação
interna e hermafroditas. Os ovos são pequenos e sem anexos embrionários mas com
quantidade de vitelo muito variável. As espécies de mar alto produzem enormes quantidades
de ovos, pois a maioria não sobrevive.Algumas espécies cuidam dos ovos e/ou dos juvenis,
guardando os ninhos e mantendo-os oxigenados com jorros de água. Outros incubam os
ovos na boca ou permitem que os jovens lá se recolham quando ameaçados. Várias espécies
migram grandes distâncias (tanto de água salgada para doce, como algumas espécies de
salmões, ou o inverso, como as enguias) para desovar.

4.1 Relações com o Homem

Os peixes têm sido importantes como alimento humano desde os tempos do homem
paleolítico que deixou ossos de peixes nos seus sambaquis, até os dias presentes. A carne
da maioria dos peixes é branca (ou avermelhada) e de textura flocosa. Contém 13 a 20%
de proteínas e tem um valor alimentar de 660 a 3.500 kcal por kg, dependendo do conteúdo
em óleo (até 17% no salmão). O Brasil possui uma indústria pesqueira em grande
desenvolvimento. Mas, como tem um litoral de mais de 9.000 quilômetros, além de muitos
rios - maior bacia hidrográfica do mundo -, conta com possibilidade de ser um dos maiores
produtores mundiais de pescado e a garantia de alimentação de sua população.
A pesca é também uma recreação para milhares de pessoas. O sistema “pesque e
solte” tem sido introduzido em diversas localidades do território brasileiro.
Muitos peixes como os Lebistes são utilizados como ferramenta de controle biológico
para combater os transmissores da Malária e da Febre Amarela. São também utilizados
em laboratórios, nos experimentos ecotoxicológicos, genéticos, comportamentais e
reprodutivos.
Muitas espécies de peixes são mantidas e criadas em tanques e aquários por
amadores ou por outras pessoas e muitas instituições públicas mantêm grandes aquários
com paredes de vidro onde são expostos tanto peixes nativos como exóticos. Além disso,

24
estes animais têm sido mencionados em numerosas letras musicais. Como é observado
na composição de Oswaldo Montenegro.

Aos Filhos de Peixes

Composição: Oswaldo Montenegro

É peixe quando pula e descortina


a clara possibilidade de mudar de opinião
é peixe quando sem ligar a seta muda o rumo
inverte a coisa, embola o pensamento e então ...
é peixe quando o germe da loucura
se transforma em claridade e anda pela contramão
é peixe quando anda no oceano de quarenta correntezas
sem nenhuma embarcação
é peixe quando salta o precipício da responsabilidade
e tem uma queda pra ilusão
é peixe quando anda contra o vento, desafia o
sofrimento
e carrega o mundo com a mão
é peixe quando a luz do misticismo
se transforma na procura do princípio e da razão
é peixe quando anda no oceano de quarenta correntezas
sem nenhuma embarcação


1
[ ] Agora é hora de
TRABALHAR

a) Duas características que permitam agrupá-los no mesmo


No aniversário da Cidade de Salvador, o Restaurante filo:
Iemanjá promoveu um “Festival de Crustáceos”: _______________________________________________________________
lagosta, lula, camarão, ostra e mexilhão. Quais desses ______________________________________________________________________________________________________________________________
b) Duas características que os separam em classes distintas:
animais não deveriam estar incluídos no cardápio? _______________________________________________________________
Por quê? ______________________________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________________________________________
3
_______________________________________________________________ Descreva as estruturas presentes na cabeça de um
inseto.
2 _______________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________________________________________
O camarão e a abelha são animais pertencentes ao ______________________________________________________________________________________________________________________________
mesmo filo, embora separados em classes distintas. _______________________________________________________________
Cite:

25
_______________________________________________________________
4 ______________________________________________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________________________________________
Como os aracnídeos se reproduzem? _______________________________________________________________
Zoologia Geral e _______________________________________________________________
Comparada II _
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9
_______________________________________________________________ Caracterize os dipnóicos e dê exemplos desses
peixes.
5 _______________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________________________________________
Mencione aracnídeos que para o homem são: ______________________________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________
a) Parasitas: _______________________________________________________________
_______________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________________________________
b) Peçonhentos: ______________________________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________ _______________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________________________________________
c) Causadores de alergia:
_______________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________________________________________
10
_____________________________________________________________________________________________________________________________ Quais são as principais diferenças existentes entre
os condrícties e os osteícties?
6 _______________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________________________________________
Por que os vertebrados primitivos foram denominados ______________________________________________________________________________________________________________________________
agnathas ou ciclostomatos? ______________________________________________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________________________________________
7 ______________________________________________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________________________________________
Descreva o ambiente e o modo de vida das: ______________________________________________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________________________________________
a) Lampreias:
_______________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________________________________
b) Feiticeiras: ______________________________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________________________________

8
Resuma o processo de reprodução dos tubarões
_______________________________________________________________
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______________________________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________

26
CONQUISTA DO AMBIENTE TERRESTRE

CONTEÚDO 1 – MODIFICAÇÕES PARA A VIDA NA TERRA

O primeiro grupo de vertebrados que invadiu o ambiente terrestre foi o dos anfíbios.
A chamada saída da água ocorreu há mais ou menos 350 milhões de anos, quando alguns
crossopterígeos subiram a terra, provavelmente a procura de áreas úmidas e assim devem
ter originado os anfíbios. Para se adaptarem à vida terrestre os primeiros vertebrados tiveram
de desenvolver as seguintes características:
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1) Suporte do peso do corpo – que implica no desenvolvimento da estrutura
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óssea, ossificação da coluna vertebral e das costelas.
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2) Novas formas de locomoção – desenvolvimento de membros, quatro
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(tetrápodes), a partir de barbatanas largas e carnudas. Os membros desenvolvidos
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possuem 5 dígitos (pentadáctilos). Contudo os anfíbios mantêm a habilidade e a
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capacidade de nadar, permanecendo ainda ligados ao meio aquático mesmo que
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seja apenas nas primeiras fases de vida (larvares) e épocas de reprodução.
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3) Maior mobilidade, que permita não só a locomoção em terra como
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agilidade para a captura de presas e, mais tarde, a fuga. Os anfíbios desenvolvem
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processos articulares no tronco e região anterior da cauda. Uma cintura entre o
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crânio e o tronco (pescoço). Maior mobilidade da cabeça assim como lateral.
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4) Respiração através do oxigênio aéreo, que é feita pelo desenvolvimento
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de pulmões e, em simultâneo, no caso dos anfíbios, pela respiração cutânea (perda
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de escamas). Em íntima conexão com a evolução dos mecanismos respiratórios
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está a evolução do sistema circulatório - vasos e coração. Com a progressiva
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adaptação ao meio terrestre e com a necessidade de tornar mais rentável o
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processo respiratório do O2 atmosférico, o sistema circulatório evolui no sentido da
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separação do sangue oxigenado do não oxigenado. Isto faz-se pela
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compartimentação do músculo cardíaco e pela existência de canais separados –
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artérias e veias – que asseguram a saída e retorno do sangue.
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5) Capacidade de exploração de novos recursos alimentares. Uma
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característica dos anfíbios primitivos é o desenvolvimento muito maior da região
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anterior às órbitas em relação à região posterior inversamente aos peixes. O
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desenvolvimento do focinho parece estar relacionado com a eficiência do
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mecanismo de predação, e com o maior desenvolvimento dos lobos olfativos.
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6) Adaptação dos órgãos sensoriais – aquisição de órgãos sensoriais
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funcionais tanto no meio aquático como aéreo. Com a invasão do meio terrestre, o
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olfato, já importante nos peixes, desenvolve-se ainda mais. A visão teve de se
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adaptar no seu sistema de lentes, do ponto de vista óptico, e na presença de
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estruturas protetoras que protegem os órgãos da visão da dissecação, pálpebras
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(proteção física) e glândulas orbitais que segregam líquidos lubrificantes (proteção
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química). Há ainda modificações auditivas com o aparecimento de uma membrana,
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tímpano, sensível às vibrações do meio aéreo.
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7) Adaptações Fisiológicas – um dos aspectos de índole bioquímica de maior
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relevância da adaptação dos vertebrados ao meio terrestre é o da eliminação de
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produtos finais muito menos tóxicos que a amônia excretada pelos
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peixes. Desta forma, reduz-se o dispêndio de água, necessária em
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grandes quantidades para dissolver os produtos tóxicos da excreção,
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o que proporciona uma economia hídrica.
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Zoologia Geral e 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890
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Comparada II 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890
8)Proteção das fases juvenis da dissecação – a proteção do
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embrião e juvenis é feita nos anfíbios através da metamorfose. Os
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primeiros estágios de vida mantem-se ligados à água, os ovos são
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protegidos apenas por uma substância gelatinosa e necessitam de
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água para não desidratarem.
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CONTEÚDO 2 – ANFÍBIOS: BIOLOGIA E CLASSIFICAÇÃO

Anfíbios (do grego aphi, ambos ou dois modos, e bios, vida) são vertebrados cuja
característica fundamental é o desenvolvimento na fase larvária em meio aquático e na fase
adulta em meio terrestre.
As principais características deste grupo são:

· A maioria dos anfíbios possui 4 membros pentadáctilos (são tetrápodos =


dois pares de patas – andar/nadar/saltar) para locomoção em terra, lateralmente
orientadas. Nas cecílias faltam as patas, nos sirenídeos faltam apenas as anteriores.

· Pele úmida e lisa, com glândulas mucosas e venenosas, e sem escamas


externas, apta para respiração cutânea (que nos anfíbios torna-se mais importante
que a respiração pulmonar). A respiração cutânea é fundamental para esses
animais, pois seus pulmões são simples e insuficientes para suas necessidades
respiratórias. Tanto a água como os gases passam facilmente através da pele dos
anfíbios. A pressão osmótica interna é inferior à dos outros vertebrados (cerca de
2/3 menor), os fluídos internos contêm menos sais. Os anuros do deserto, após a
estação chuvosa, enterram-se absorvendo água do solo através da pele como se
fossem uma planta aproveitando um gradiente de pressão osmótica entre o solo e
a pele. Quando o gradiente deixa de ser suficiente param de excretar urina, o que
eleva o potencial osmótico interior até 600 meq. Esse aumento de potencial permite-
lhes continuar a absorver água. Impedidos de respirar pela pele estes animais
podem morrer.

· Cavidade bucal sem queixo: na maioria dos anfíbios a língua é bem


desenvolvida e extensível. Os dentes, quando presentes, são pequenos e situam-
se nos maxilares ou no palato. O esqueleto é em grande parte ossificado. A cabeça
assenta numa única vértebra cervical, com a qual se articula através de dois
côndilos. As costelas, quando existem, não apresentam externo.

· São pecilotérmicos (animais de sangue frio);

· Coração com três cavidades: duas aurículas ou átrios e um ventrículo. O


sangue arterial, que entra na aurícula esquerda, e o sangue venoso, que chega a
aurícula direita, vão se juntar ao nível do ventrículo único. Por isso a circulação
destes animais é dita fechada, dupla, porém incompleta;

· Presença de entalhe ótico, resultado do desaparecimento do opérculo


que, nos peixes, protege as brânquias.

28
Os anfíbios atuais podem ser divididos em três grupos pelo seu modo de locomoção
embora haja outras características anatômicas, fisiológicas e de comportamento a separá-
las:

A Ordem Anura

A ordem Anura ou Salienta está representada por anfíbios sem cauda: os sapos e as
rãs. No Brasil, há sapos e rãs de diversos gêneros e grande quantidade de espécies, inclusive
dendrobatídeos perigosamente peçonhentos e sapos de curiosas denominações regionais,
como o sapo-boi ou sapo-gigante (Bufo paracnemis), o sapo-cururu (Bufo marinus), o sapo-
canoeiro (Phrynohias hebes), o sapo-ferreiro (Hyla faber Wied) e o sapo-de-chifre ou
untanha, dos maiores, assim como a rã-pimenta (Leptodactylus pentadactylus), a rã-
assobiadora, a rã-do-banhado, etc.

Morfologia Externa – a rã

Uma rã é inconfundível. Esteja onde estiver, reconhecemos sempre uma rã. Elas
possuem a pele mole, lisa e úmida. A cabeça apresenta uma ampla boca, pequenas narinas
valvulares, olhos grandes esféricos e salientes, fornecendo um amplo campo visual, que
compensa a falta de movimento rotatório e, atrás de cada olho, um tímpano achatado ou
membrana timpânica. Cada olho possui uma pálpebra superior carnosa e opaca e uma
inferior menor. Internamente a elas existe uma terceira pálpebra transparente que se
assemelha funcionalmente à membrana nictitante dos vertebrados superiores. Ela move-se
para cima sobre o globo ocular para conservá-lo úmido no ar e para protegê-lo dentro da
água.
O corpo é compacto, com coluna vertebral curta e rígida; as vértebras estão ligadas
de modo a restringir os movimentos laterais. A região pélvica é reforçada e firmemente
ligada à coluna vertebral. A vértebra posterior forma uma estrutura alongada e rígida
denominada uróstilo. A pélvis e o uróstilo conferem rigidez à parte posterior do tronco. As
patas anteriores curta compõem-se de braço, antebraço, pulso e mão; esta tem quatro
dedos e um polegar vestigial. O dedo interno espessa-se nos machos, principalmente na
época da reprodução. As patas posteriores muito longas são empregadas para impulsionar
o animal. Possuem membranas interdigitais que lhes permitem ainda atividade natatória.

Reprodução

Os Anuros possuem hábitos reprodutivos associados a vocalizações. Ao contrário


dos ápodes e urodelos em que não existem vocalizações, nos Anuros a emissão de som é
um fenômeno importante. O som é produzido pela deslocação do ar através das cordas
vocais, situadas na laringe entre a boca e os pulmões. Os sons podem ainda ser
intensificados por um saco de ressonância interno ou externo.
Os chamamentos são diversos, variando com a espécie, e na mesma espécie existem
vários tipos de vocalizações associadas a fins diferentes. As características do som podem
identificar a espécie e o sexo do indivíduo.
Estão identificados 5 tipos de sons:

29
a) “Courtship call” – produzido pelo macho para atrair
Zoologia Geral e as fêmeas;
Comparada II b) “Territorial call” – produzido por machos residentes é
um som de aviso e marcação de território;
c) “Reciprocation call” – produzido pelas fêmeas
receptivas em resposta ao chamado dos machos;
d) “Encounter call” – indica o reconhecimento específico
de indivíduos;
e) “Distress call” – exibido em situações de stress.

Quando uma fêmea atraída pelo canto, encontra um macho da mesma espécie, é
por ele agarrada pelas costas, num abraço nupcial. A seguir, os ovos são postos em um
local úmido, podendo ser dentro d´água, debaixo de pedras, no interior de uma toca no
chão, sobre uma folha, na axila de uma bromélia, etc. À medida que a fêmea, estimulada
pelo abraço nupcial, põe os ovos, estes vão sendo fertilizados pelo sêmen expelido pelo
macho. Tanto o aspecto dos ovos como os arranjos que
eles apresentam após a postura variam muito,
dependendo da espécie considerada. Os ovos podem
formar um cordão gelatinoso, que contem centenas
de ovos; podem aderir-se a plantas, pedras, ou folhas
enroladas, ou podem ficar protegidos dentro de um
ninho de espuma. Com a eclosão dos ovos, nascem
os girinos, que representam a primeira fase da vida
dos anuros, conhecida como fase larval. Esta fase vai Figura 09: Abraço Nupcial.
desde uma semana até mais de dois anos. Os girinos vivem
na água e se assemelham aos peixes, geralmente de cor escura.
São providos de cauda, não têm patas e respiram por meio de brânquias. Para que atinjam
a forma adulta eles passam por uma transformação total do organismo conhecida como
metamorfose. Durante essa transformação os animais adquirem patas, perdem a cauda,
deixam gradualmente o ambiente aquático e passam a respirar através dos pulmões e da
pele, o esqueleto é muito modificado e desenvolvem-se dentes na maxila superior.

Figura 10: Metamorfose dos anuros


http://miscelaneos.webcindario.com

30
· Proteção da Prole

Diversos grupos de anfíbios desenvolveram meios de proteger seus filhotes. Algumas


espécies podem guardar temporariamente os filhotes na boca, no estômago, ou em pregas
da pele semelhantes às bolsas dos marsupiais. No sapo-aru (também conhecido como
pipa), os ovos, depois de fecundados, são conduzidos pelo macho ao dorso da fêmea,
onde ficam protegidos dentro da pele até o nascimento dos filhotes. A nossa rã mais comum,
a rã-pimenta, monta guarda permanente desde a postura dos ovos até a metamorfose dos
girinos, tornando-se muito agressiva com os eventuais predadores.

Você sabia?
Todas as rãs são carnívoras, e tem um apetite voraz.
Qualquer animal que caiba nas suas bocas serve de alimento.
No entanto, esta dieta passa apenas por artrópodes e minhocas,
uma vez que não há rãs suficientemente grandes para ingerir
outros vertebrados. Os girinos são vegetarianos, embora haja
os que comem invertebrados e outros girinos.
Substâncias secretadas pelas rãs poderão ajudar no
tratamento de herpes e de outras infecções. Dois pesquisadores
australianos descobriram que as rãs produzem compostos
químicos que podem ser a base de novos antibióticos e
antivirais. Até agora já foram isolados 35 tipos de peptídios
(compostos aminoácidos) secretados pelas glândulas de diversas
espécies de rãs (glândulas das peles). O bioquímico John Bowie
e o especialista em anfíbios Mike Tyler da Universidade de
Adelaide começaram o estudo interessados na resistência que
os batráquios têm a infecções. Eles descobriram que as rãs
têm um verdadeiro coquetel de peptídeos que as protege da
ação de microorganismos patogênicos, como as bactérias.
Segundo Bowie, um dos peptídeos isolados se mostrou eficiente
contra o agente infeccioso Estafilococo dorado, resistente a
todos os antibióticos conhecidos.

(www.consulteme.com.br/biologia/chordados/anfibios/anura.htm)

B Ordem Urodela

A ordem Urodela está representada por anfíbios que apresentam cauda: são as
salamandras e os tritões. A ordem Urodela só tem um único representante na fauna brasileira,
Bolitoglossa altamazonica.

Morfologia Externa – a salamandra

As salamandras costumam ser confundidas com lagartos, sua silhueta tende a evocar
um réptil. Mas, sua pele é muito mais fina e não possui escamas. São providos de quatro
patas e uma cauda, com muitas vértebras. Possuem a cabeça e o pescoço diferenciados,
o tronco largo e cilíndrico, por vezes achatado dorsoventralmente. A cintura pélvica é curta e

31
os músculos segmentados são conspícuos. Os olhos são pequenos, mas
funcionais, podendo ter ou não pálpebras e não emitem sons.
Zoologia Geral e
Figura 11: Salamandra salamandra
Comparada II http://www.xtec.es

Reprodução

A maior parte dos Urodelos utiliza a fertilização interna, embora duas faílias mais
primitivas, Hynobiidae e Cryptobranchidae, retenham a fertilização externa, na superfamília
Salamandroidae a fertilização é sempre interna
A fertilização interna é realizada pela transferência de um pacote de esperma (o
espermatóforo) do macho para a fêmea. O comportamento mais típico compreende as
seguintes fases:

1) o macho pressiona a região cloacal da fêmea com o focinho.


Se esta está receptiva, monta-a e aperta-a com as patas traseiras.
Glândulas hedônicas especiais no corpo do macho estimulam a fêmea
durante esta fase;
2) o macho liberta a fêmea e avança indicando-lhe uma
direção, normalmente o fundo da massa de água. A fêmea segue-o
até ao fundo do charco, altura em que pressiona a região cloacal do
macho induzindo-o a depositar um espermatóforo no fundo;
3) a fêmea passa então sobre o espermatóforo, apanha-o na
sua cloaca, e o invólucro gelatinoso que reveste o espermatóforo
dissolve-se na cloaca libertando o esperma.

Trata-se de um comportamento que envolve estímulos visuais, táteis e químicos,


frequentemente específicos de cada espécie. No mesmo charco pode haver muitas
espécies a procriar e a variabilidade de comportamento ajuda no isolamento genético. Em
algumas espécies, vários machos depositam os espermatóforos, dos quais as fêmeas
escolhem alguns.
As salamandras que criam na água põem geralmente os seus ovos neste meio. Os
ovos são postos isoladamente ou em uma massa gelatinosa. Formam-se larvas aquáticas
branquiadas que mais tarde darão origem a adultos terrestres. Algumas famílias dispensam
o estado larvar aquático (Plethodontidae), neste caso os ovos são postos em locais muito
úmidos.
Algumas salamandras são ovovivíparas em situações de secura. Outro
comportamento de resistência à secura é a retenção do espermatóforo viável por 2 anos,
até se obterem condições favoráveis à fecundação e postura.

32
C Ordem Apoda ou Gymnophiona

Morfologia Externa – a cecília

Os Ápodes (cecílias) são anfíbios de corpo alongado, vermiforme, sem extremidades


nem cinturas. A cauda está muito reduzida ou é ausente nos adultos, não existe um pescoço
distinto, a cabeça é extremamente contínua com o corpo, o crânio é compacto, não possuem
costelas nem membros.
A pele é lisa com pregas transversais, que se assemelham a anéis o que contribui
para o seu aspecto vermiforme. Possuem uma cobertura dérmica de escamas
mesodérmicas, não perceptíveis exteriormente.
Os olhos são reduzidos, cobertos por uma pele pigmentada ou por uma placa óssea,
permitindo uma visão deficiente ou não funcional. Possuem um par de tentáculos sensoriais
próximos dos olhos, que de certa forma deverão compensar a sua falta de visão.

Reprodução

Neste grupo as adaptações reprodutivas são muito especializadas. A fertilização é


conseguida por um órgão masculino intromissor, protáctil, que sai junto à cloaca. Algumas
espécies são ovovivíparas e transportam os ovos nos anéis do corpo, outras são vivíparas.
Neste caso o crescimento do embrião no interior do corpo é suportado inicialmente pela
albumina do ovo fertilizado. Mais tarde os embriões raspam o epitélio das paredes do oviduto
com dentes embrionários especializados, sendo uma parte do epitélio ingerida. As trocas
gasosas são conseguidas por aposição das brânquias embrionárias às paredes do oviduto.
Antes do nascimento, as brânquias desaparecem.

D Hábitos Alimentares

Os anfíbios adultos atuam apenas como carnívoros, alimentam-se de presas vivas.


O seu comportamento de caça está muito dependente da visão, reagem só a objetos que
se movam. Enquanto os adultos podem suportar jejuns prolongados, as larvas necessitam
de uma alimentação contínua. Tanto uns como outros são em geral polifágicos, embora
existam alguns casos de monofagia (por exemplo: os Microhylidae comem só formigas e
térmitas). De uma forma geral, a natureza e o tipo das presas reflete:

1) as características da fauna do meio no qual o anfíbio


vive(aquático, terrestre, solo, árvore, etc);
2) a dimensão da armadura bucal que determina o
tamanho de presas possíveis.

CONTEÚDO 3 – RÉPTEIS: BIOLOGIA E CLASSIFICAÇÃO

Os répteis surgiram, a partir de um grupo primitivo de anfíbios, há cerca de 340


milhões de anos. Apresentam uma série de características que lhes permitiram explorar o
ambiente terrestre; diferindo de seus ”primos” em três aspectos fundamentais:

33
1) a pele era rija, sem glândulas mucosas, e recoberta por
escamas de origem epidérmica, o que os protegia do
Zoologia Geral e desgaste contínuo do movimento e da evaporação excessiva;
Comparada II 2) ovos com casca resistente à perda de água e contendo
uma câmara cheia de líquido, a cavidade amniótica que protege
o embrião em desenvolvimento contra a dessecação e lesões
mecânicas; além disso, a casca é porosa, permitindo a entrada
de oxigênio e a saída de gás carbônico, fundamentais para a
respiração do embrião;
3) controle da temperatura corpórea. Os répteis aquecem
seus corpos através de fontes externas de calor, como o sol ou a
superfície quente de uma rocha. Por isso, é comum vermos os
répteis expostos ao sol durante o dia. Quando muito aquecidos,
eles, geralmente, procuram locais sombreados. Por meio desse
comportamento, conseguem manter praticamente constante a
temperatura de seus corpos, em torno de 37°C.

Classificação dos Répteis

Embora em épocas remotas os répteis tivessem sido bastante comuns, atualmente


a maior parte deles foi extinta, por razões que ainda não foram esclarecidas e que são
objetos de muito debate.
Estes representam apenas 4 das 16 ordens conhecidas que floresceram durante o
Mesozóico:

A Ordem Rhincocephalia

Representada por animais cuja cabeça é prolongada em forma de bico. Há atualmente


uma única espécie vivente que é o Sphenodon punctatus conhecido popularmente como
“tuatara”, comprimento até 76 cm; vive na terra e na água e cava;
come insetos, moluscos e pequenos vertebrados; as fêmeas
põem cerca de 10 ovos, com casca branca e dura que são
depositados em buracos na terra, necessitam de 13 meses
para eclodir. São encontrados em uma das ilhas da Nova
Zelândia.

Morfologia Externa
Figura 12: Tuatara (Sphenodon
punctatum) http://
À primeira vista é semelhante a um lagarto, mas miscelaneos.webcindario.com

apresenta muitos caracteres primitivos incluindo

(1) dois arcos temporais no crânio,


(2) uma boca com teto grande,
(3) quadrado fixo,
(4) dentes firmemente afixados aos bordos do maxilar e
mandíbula,
(5) um olho parietal mediano,
(6) costelas abdominais persistentes,
(7) ausência de órgãos copuladores,
(8) abertura anal transversal e
(9) preferência por temperaturas baixas – 4 a 28°C, média de
18°C – em experimentos de laboratório.

34
B Ordem Chelonia

Nesta ordem estão incluídas as tartarugas (marinhas), os cágados (água doce) e os


jabutis (terrestres).

Morfologia Externa – Tartarugas

O corpo está encaixado numa concha oval, formada por uma camada de ossos
semelhantes a placas com um padrão definido e intimamente suturado uns com os outros,
havendo sobre elas placas cornificadas (= compactadas, cimentadas queratinizadas),
também de arranjo regular. A porção dorsal convexa é a carapaça e a parte ventral é o
plastrão. As vértebras torácicas e as costelas são geralmente soldadas com a carapaça
óssea. Tartarugas de concha mole apresentam tegumento coriáceo, não-dividido em placas
e a concha é fracamente ossificada. A cabeça, a cauda e as pernas das tartarugas aparecem
entre as duas partes da concha e na maioria das espécies podem ser retraídas
completamente para dentro de suas margens, como medida de segurança. Sua maxila e
mandíbula não têm dentes, mas apresentam lâminas cornificadas fortes, que servem para
esmagar o alimento. Os dedos terminam em garras córneas que são úteis para reptar e
cavar. Nos jabutis os pés têm forma de tocos e nas tartarugas marinhas as pernas têm
forma de remo, para a natação.

Reprodução

São ovíparos. As fêmeas procuram bancos de areia ou barrancos para escavar


cavidades, cavando com as pernas posteriores, cobrindo os ovos mais tarde.

Você sabia?
Projeto Tamar

O Projeto TAMAR (Tartaruga


Marinha) é um projeto criado em 1980 pelo
IBDF, atual IBAMA, com a finalidade de
proteger as cinco espécies de tartarugas
marinhas que ocorrem no Brasil (Caretta
caretta, Chelonia mydas, Dermochelys coriacea,
Eretmochelys imbricata e Lepidochelys olivacea).
No início foi feito o levantamento da
real situação das tartarugas no país. O
Brasil já possuiu uma grande população de
tartarugas, que alimentou desde os índios às
famílias de pescadores do último final de século, passando por
colonizadores, comerciantes jesuítas, etc. O hábito de matar as
fêmeas que sobem às praias para a desova fez com que a
população, outrora abundante, fosse quase extinta. Para reverter
esse quadro, o Projeto TAMAR decidiu estabelecer campos de
trabalho nos principais pontos de reprodução para garantir a
preservação das espécies. Foram escolhidas, inicialmente, a Praia
do Forte, na Bahia; Pirambu, em Sergipe, e Regência, no Espírito

35
Santo. De lá para cá se somam 21 estações que garantem o
nascimento aproximado de 350 mil filhotes por ano.
Zoologia Geral e
Comparada II
O que faz?

O Projeto TAMAR realiza importante trabalho de


educação ambiental junto aos turistas e as comunidades litorâneas,
cumprindo também uma função social através do envolvimento destas
comunidades no trabalho de preservação. Cerca de 300 pescadores
trabalham para o Projeto TAMAR em todo o país. Eles são os
tartarugueiros, que patrulham as áreas de proteção, fiscalizando os
ninhos. Também desenvolve projetos sociais, como creches e hortas
comunitárias, e outros que oferecem fontes alternativas de renda,
como confecções, artesanato, programas de ecoturismo, programa
de guias-mirins e várias atividades de educação ambiental. Oferece,
ainda, atividade de educação ambiental junto a escolas e instituições.
Nas áreas de desova há o monitoramento da praia pelos
tartarugueiros e pesquisadores. Eles marcam as nadadeiras anteriores,
identificando o animal com um número individual e uma inscrição
com o endereço do TAMAR e a solicitação de que seja notificado
quando e onde aquela tartaruga foi encontrada. Quando isso acontece,
é possível estudar o comportamento da desova, as rotas migratórias,
e fazer um controle da população. É feita, ainda, análise biométrica
para cada espécie, medindo o comprimento e a largura do casco. Os
ninhos que estiverem em locais de risco são transferidos para trechos
mais protegidos ou para os cercados
nas bases do TAMAR, onde são
reproduzidas as condições
normais para a incubação dos
ovos. Quando os filhotes saem
à superfície, são contados,
identificados e soltos para
seguirem até o mar.
Nas áreas de alimentação de juvenis e sub-
adultos de tartarugas marinhas, o TAMAR monitora
as redes de pesca e outras formas de armadilhas para
peixes que possam existir nos locais, para verificar a
incidência de captura acidental de tartarugas. Uma vez encontradas,
essas são identificadas, muitas vezes recuperadas através de
desafogamento e ressuscitação cárdio-pulmonar, e então medidas e
marcadas a fim de que se possa estudar seu ciclo de vida, padrão de
crescimento e rotas migratórias.
O Projeto TAMAR desenvolve continuamente atividades de
pesquisa visando a aumentar os conhecimentos sobre o
comportamento das tartarugas marinhas e aprimorar técnicas que
possam contribuir para o trabalho de preservação das espécies. Para
descrever as populações de tartarugas marinhas são realizados

36
estudos genéticos (DNA mitocondrial) e outros que revelam
informações sobre comportamento de reprodução, condição de
incubação de ninhos, distribuição espacial e temporal de ninhos
para as diferentes espécies e áreas de reprodução, além de
comparativos referentes a temperatura de ninhos e incubação
em locais diferentes.

Como ajudar?

Não compre, e denuncie quem capturar ou vender produtos


oriundos das tartarugas marinhas, tais como: ovos, carne,
enfeites, cremes, etc. Quando avistar uma tartaruga, mesmo
morta, comunique imediatamente a base mais próxima do
projeto. Visite e ajude a divulgar o Projeto
TAMAR junto a seus amigos, parentes,
colegas, etc. Nas bases do projeto você
poderá ver tartarugas vivas em tanques,
assistir fitas de vídeo e exposições sobre
o trabalho do Projeto TAMAR, além de
poder adquirir camisetas, bonés e outros
souvenirs.

(www.geocities.com)

C Ordem Crocodilia

Representada pelos jacarés e crocodilos, animais aquáticos que vivem nas regiões
tropicais e subtropicais do mundo.

Morfologia Externa

O corpo compreende cabeça, pescoço, tronco e cauda distintos; cada uma das curtas
pernas possui dedos terminados por garras córneas e com palmouras entre eles. A longa
boca é marginada com dentes cônicos, situados em alvéolos. Perto da extremidade do
focinho existem duas pequenas narinas. Os olhos são grandes e laterais, com pálpebras
superiores e inferiores e uma membrana nictitante transparente move-se para trás por baixo
das pálpebras. A pequena abertura do ouvido situa-se atrás do olho, por baixo de uma
dobra móvel da pele. O ânus é uma fenda longitudinal, atrás das bases das pernas
posteriores. O crânio maciço inclui um longo focinho e os ossos são geralmente rugosos no
adulto velho. A longa mandíbula articula-se em cada lado da margem posterior do crânio
com um osso quadrado fixo.

Reprodução

Todas as espécies são ovíparas e carnívoras. Os ovos formam-se nos ovários e


passam para dentro dos funis; nos ovidutos, cada um é fecundado e envolvido por albumina,
membranas da casca e uma casca antes da ovipostura.

37
Você sabia?
A expressão popular derramar lágrimas de
crocodilo, usada para dizer que alguém chora sem
Zoologia Geral e razão ou por fingimento, surgiu de um fato real
Comparada II que acontece com os crocodilos. Quando o animal
come uma presa, ele a engole sem mastigar. Para
isso, abre a mandíbula de tal forma que ela
comprime a glândula lacrimal, localizada na base
da órbita, o que faz com que os répteis lacrimejem.
E são as lágrimas que lubrificam o olho.

D Ordem Squamata

Enquadra animais recobertos por escamas ou pequenas placas. Dividem-se em


duas subordens: Lacertilia e Ophidia.
Os primeiros são animais tetrápodas e citamos como exemplo os camaleões, as
iguanas, as a lagartixas, os dragões voadores, as cobras-de-vidro, as cobra de duas cabeças
e o monstro de Gila (Heloderma), que tem a forma de um lagarto, sendo um dos raros
exemplos de lagartos venenosos. Este lagarto pode ser encontrado no México e nos Estados
Unidos.
Os ofídios estão representados pelas cobras, as quais são todas ápodas (sem patas);
embora existam algumas, como a jibóia e a sucuri, que apresentem membros rudimentares.
Ao contrário dos demais répteis, as cobras não possuem tímpano nem cavidade do ouvido
médio. A columela está presente unindo um osso da mandíbula, o quadrado, ao ouvido
interno. Esses animais percebem com eficiência as vibrações no solo, mas praticamente
não percebem sons.

D.1 - Subordem Ophidia

As serpentes são notáveis pela emoção que despertam no homem; relacionadas


com a arte de curar desde a pré-história, se tornaram símbolo das profissões médicas e
farmacêuticas.
Os ofídios não constituem apenas os répteis mais numerosos, mas também os mais
amplamente distribuídos; embora predominem nas regiões tropicais. A respeito delas, muitas
noções falsas e superstições foram inventadas, sendo por este razão necessário esclarecer
alguns pontos: elas não são viscosas e seu corpo é frio porque sua temperatura interna não
é mais alta que a do ambiente; quando dão o bote, nunca saem do chão, pois necessitam
de um ponto de apoio; as cascavéis não aumentam um guizo por ano, e sim, geralmente,
dois ou três, dependendo do número de vezes que mudam de pele; a remoção das presas
de uma cobra venenosa não a torna permanentemente inofensiva, pois nascer-lhe-ão novas
presas.
Podemos distinguir as cobras quanto aos dentes, em venenosas e não venenosas.
Os dentes das venenosas têm um sulco ou canal que se comunica com a glândula de veneno
(glândulas parótidas modificadas). De acordo com as características dentárias do maxilar,
podemos classificar os ofídios na seguinte série:
12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123
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· ÁGLIFAS (Aglifodonte) - desprovidas de dentes inoculadores de
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veneno. Todos os dentes são iguais. Não são cobras venenosas, como é o
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caso da Sucuri, Jibóia, Falsas Corais.
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· OPISTÓGLIFAS (Opistoglifodonte) - Os dentes inoculadores de
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veneno se localizam na parte posterior do maxilar e são sulcados; poucas
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possuem veneno realmente poderoso e, para usarem esses dentes, elas
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precisam abrir muito a boca e segurar muito bem a vítima. Na realidade,
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essas serpentes são quase todas inofensivas para o homem, mas há uma ou
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duas delas que podem ser perigosas. Cobra-cipó.
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· PROTERÓGLIFAS (Proteroglifodonte) - Apresentam os dentes
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inoculadores de veneno na posição anterior do maxilar superior. Esses dentes
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são sulcados (fendidos) e ocorrem em cobras venenosas. Coral verdadeira
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(Micrurus), Naja Indiana, Mamba.
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· SOLENÓGLIFAS (Solenoglifodonte) - Apresentam os dentes
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inoculadores de veneno na porção anterior da maxilar superior, porém, os
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sulcos modificam-se em canais formando um excelente sistema de injeção
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hipodérmica. Cascavel, Jararaca, Urutu, etc.
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Além da presença dos “dentes de veneno”, outras características externas ajudam a


distinguir as cobras venenosas das não venenosas. Como por exemplo:

Figura 13: Outras características que diferenciam uma cobra peçonhenta de uma
não-peçonhenta (LOPES,S. 1994)

D.1.1 - Tipos de Locomoção

As cobras usam quatros métodos de locomoção que lhes permitem uma mobilidade
substancial mesmo perante a sua condição de répteis sem pernas.

a) Locomoção ondulatória horizontal (ou lateral): é comumente usada


quando uma cobra rasteja com velocidade moderada a alta. O corpo forma curvas em
S e o animal se impulsiona para frente por meio da pressão que as alças do corpo
exercem para trás e para os lados contra irregularidades do substrato. Os lugares
contra os quais a pressão é aplicada são indicados por cristas do solo na parte posterior
de cada alça do corpo. A superfície ventral lisa da cobra reduz o atrito com o solo.

39
b) Locomoção retilínea (ou em “lagarta”): pode ser empregada ao
aproximar-se lentamente de uma presa ou ao mover-se cautelosamente. A cobra
rasteja lentamente, geralmente com o corpo quase reto. A pele frouxa do ventre
avança em ondas ondulatórias que parecem passar da cauda até a cabeça Em
Zoologia Geral e vista lateral as ondulações baixas aparecem ao longo da superfície ventral quando
Comparada II as escamas avançam em série progressiva, pressionadas contra o solo e o
corpo escorrega para frente dentro da pele. Ao contrário da locomoção ondulatória
horizontal, o atrito entre a superfície ventral da cobra e o substrato é essencial.

c) Locomoção em sanfona: envolve a extensão e a retração do corpo


de um ou mais pontos de atrito ou âncora. Pode ser usada em superfície
achatada, ao rastejar através de um túnel ou ao trepar. Os movimentos do
corpo em sanfona talvez sejam melhor vistos. A cobra ancora a parte anterior
de seu corpo pressionando-a contra as superfícies próximas por meio de alças
do orpo. Puxa, então, suas partes posteriores, ancorando-as da mesma maneira.
As partes anteriores são agora libertadas e estendidas (abrindo-se as alças)
Às vezes há combinação de locomoção em sanfona com locomoção ondulatória
horizontal.

d) Locomoção por meio de alças laterais: é uma forma especial de


locomoção encontrada em diversas víboras africanas e do oeste da Ásia e na
cascavel norte-americano Crotalus cerastes. Todas são espécies de zonas
áridas. A locomoção por meio de alças laterais parece ser uma adaptação para
a movimentação rápida sobre superfícies sem obstáculos como areia ou terra
muito dura. Evita escorregar e conserva energia. A velocidade atingida ajuda a
fugir de inimigos. A locomoção por meio de alças laterais foi considerada uma
forma modificada de locomoção ondulatória horizontal. As alças de um lado do
corpo são ligeiramente elevadas do substrato e a força exercida pelas alças do
outro lado impulsionam a cobra para o lado. A força propulsora não é mais
exercida horizontalmente, mas em ângulo oblíquo em relação a superfície. Esta
força inclinada compensa a ausência de irregularidades da superfície,
necessárias para a locomoção ondulatória horizontal. A locomoção por meio de
alças laterais tem sido considerada um caso especial de locomoção em sanfona.

D.1.2 - Cobras Peçonhentas do Brasil

Existem no Brasil setenta espécies de cobras peçonhentas, pertencentes a dois


grupos: o dos crotalíneos e o dos elapíneos. No grupo dos crotalíneos estão os gêneros
Bothrops, Crotalus e Lachesis, e no dos elapíneos, o Micrurus. Observe as informações
descritas abaixo que foram disponibilizadas pelo Instituto Butantã, São Paulo.

Jararacas (gênero Bothrops)

São as serpentes responsáveis por cerca de 90% dos acidentes ofídicos registrados no país. Também
conhecidas por “jaracuçu”, “urutu”, “jararaca do rabo branco”, “cotiara”, “caicaca”, “surucucurana”, “patrona”,
“jararaca-pintada”, “preguiçosa” e outros.

40
Características: Coloração variada com padrão de
desenhos semelhantes a um “V” invertido. Corpo fino
medindo aproximadamente um metro de comprimento.
Possui fosseta loreal (orifício entre o olho e a narina). A cauda é lisa e afilada.

Habitat. É encontrada principalmente nas zonas rurais e periferia de grandes cidades, em lugares úmidos e
em que haja roedores (paióis, celeiros, depósitos de lenha etc.).

Distribuição geográfica: Encontrada em todo o território brasileiro.

Sintomas após a picada: Dor, inchaço e manchas arroxeadas na região da picada. Pode haver
sangramento no local, e em outras partes do corpo, como nas gengivas, ferimentos recentes e urina. E
pode haver complicações, como infecção e morte do tecido (necrose) no local picado. Nos casos mais
graves, os rins podem parar de funcionar.

Tipo de soro: Antibotrópico ou antibotrópico-laquético.

(Instituto Butantã – São Paulo. www.butantan.gov.br)

Surucucu (gênero Lachesis)

Responsável por cerca de 1,5% dos acidentes ofídicos registrados no país. Também é conhecida como
“surucucu pico de jaca”, “surucutinga”, “malha-de-fogo” e outros.

Características: É a maior das serpentes peçonhentas das Américas, medindo ate 3,5m. Possui fosseta
loreal. As escamas da parte final da cauda são arrepiadas, com a ponta lisa.

Habitat. Florestas densas.

Distribuição geográfica: Encontrada na Amazônia e nas florestas da Mata Atlântica, do Estado do Rio de
Janeiro ao Nordeste.

Sintomas após a picada: Dor e inchaço no local; semelhante à picada da jararaca. Pode haver
sangramentos, vômitos, diarréia e queda da pressão arterial.

Tipo de soro: Antilaquético ou antibotrópico-laquético.

(Instituto Butantã – São Paulo. www.butantan.gov.br)

41
Coral (gênero Micrurus)

Zoologia Geral e É responsável por cerca de 0,5% dos acidentes ofídicos registrados no país.
Comparada II Também conhecida por “coral verdadeira”, “ibiboboca”, “boicorá” e outros.

Características: São as serpentes de pequeno e médio porte, com tamanho em torno de um


metro. Não possuem fosseta loreal. Seu corpo é coberto por aneis vermelhos, pretos, brancos
ou amarelos. Na Região Amazônica existem algumas espécies com padrão diferente, como,
por exemplo, branco-e-preto. É importante prestar bastante atenção nas cores da coral. Em
todo o país existem serpentes não-venenosas com coloração semelhante a das corais
verdadeiras: são as falsas-corais.

Habitat. Vivem no solo sob folhagens, buracos, entre raíz de arvores, ambientes florestais e
próximo de água.

Distribuição geográfica: Encontrada em todo o território brasileiro.

Sintomas após a picada: No local da picada não se observa alteração importante, porem a
vitima apresenta visão borrada ou dupla, pálpebras caídas e aspecto sonolento. Pode haver
aumento da salivação e insuficiência respiratória.

Tipo de soro: Antielapídico.

(Instituto Butantã – São Paulo. www.butantan.gov.br)

D.1.2 - Como Prevenir Acidentes com Cobras

· Oitenta por cento das picadas atingem as pernas, abaixo dos joelhos. Use botas ou botinas
com pederneiras de couro;
· Dezenove por cento das picadas atingem as mãos ou antebraços. Use luvas de aparas de
couro para remexer em montes de lixo, folhas secas, buracos, lenhas ou palha. Afaste galhos com
um pedaço de pau;
· Cobras gostam de se abrigar em locais quentes, escuros e úmidos. Cuidado ao mexer em
pilhas de lenha, palhadas de feijão, milho ou cana. Cuidado ao revirar cupinzeiros;
· Onde tem rato, tem cobra. Não deixe amontoar lixo. Limpe paióis e terreiros. Feche buracos
de muros, portas e janelas;
· Atenção ao calçar sapatos e botas. Animais peçonhentos podem se refugiar dentro deles;
· Lembre-se: na natureza não há vilões. Não mate cobras simplesmente por estarem vivas.
Elas mantêm o equilíbrio natural, comendo roedores, que transmitem doenças e dão prejuízos nas
plantações e paióis.

42
(Instituto Butantã – São Paulo. www.butantan.gov.br)

43
Zoologia Geral e
Comparada II

(Instituto Butantã – São Paulo. www.butantan.gov.br)

D.2. - Subordem Sauria

Onde vivem os répteis?

- Dragão de Komodo:um réptil guloso e


carnívoro

O Dragão de Komodo é o maior de todos os lagartos


atuais. Existente há centenas de séculos, este réptil já vivia
na Terra muito antes do surgimento do homem. É uma espécie
endêmica da Indonésia, sendo visto nas ilhas Komodo, Rintja,
Padar e Flores, habitando florestas e clareiras.
Aprecia bastante carniça e é capaz de devorar uma
carcaça inteira de búfalo. Nada impede que o Dragão de
Komodo coma animais vivos. Ele costuma derrubar a vítima
com a força de sua cauda e cortá-la em pedaços com
os dentes. Possui a cabeça grande, o
corpo maciço e as patas poderosas,
com fortes garras. São poderosos
predadores que atacam e matam
porcos selvagens, cabras, jovens
búfalos, cavalos, macacos, veados e
aves.
O Dragão de Komodo chega a medir 3,5 m e a pesar
até 110 kg, vivendo, em média, 50 anos. A sua cor é cinzenta
e marrom. Ao terminar a estação das chuvas, a fêmea põe
cerca de 25 ovos na areia, que se abrem depois de 6 a 8
semanas. Os filhotes ao nascerem, medem 20 a 25 cm de
comprimento. Os jovens alimentam-se de lagartos, insetos,
aves e pequenos mamíferos.
O Dragão de Komodo encontra-se ameaçado pela caça,
por envenenamentos feitos pelas populações locais e pela
diminuição das presas de que se alimenta. Padar e Rintja
foram classificadas como reservas pelo governo Indonésio,
tanto para o dragão de Komodo como para as suas presas.

44
Assim como os anfíbios, os répteis são animais ectotérmicos. Isto significa que eles
não produzem boa parte da temperatura de seu corpo, por isso, são dependentes de fontes
externas de calor. Por esta razão, eles são muito sensíveis às variações de temperatura, o
que faz com que a maior concentração de répteis aconteça em locais próximos aos trópicos
e à medida que nos aproximamos dos pólos, encontraremos cada vez menos espécies.
Todavia, uma espécie bem resistente de lagarto e outra de serpente ocorrem acima
do círculo ártico, na Escandinávia e em algumas montanhas existem lagartos que se situam
nos bancos de neves em suas atividades diárias. Os Tuataras são conhecidos por caçarem
pássaros durante a noite, quando a temperatura do ar é de apenas 7ºC, com chuva forte e
ventos de 50 nós. Estes exemplos citados são incomuns e existem dois tipos de lugares
apenas onde os répteis são realmente abundantes: regiões tropicais e desérticas.
As tartarugas e crocodilos são, na sua maioria, aquáticos, enquanto os lagartos e
serpentes são na maior parte terrestres e arborícolas. Existem exceções interessantes:
algumas tartarugas não apenas vivem longe da água, mas vivem em regiões desérticas e
algumas serpentes marinhas têm uma existência totalmente aquática.

a) Répteis Terrestres

Pelo fato de que viver na terra é algo muito familiar aos humanos, adaptações para
outros locais são sempre consideradas “especiais” e adaptações terrestres são meramente
consideradas como normais. No entanto, a vida terrestre impõe condições únicas que
requerem modificações na forma e funções muito maiores do que as relacionadas à vida na
água ou árvores. O esqueleto necessita ser forte o bastante para suportar o peso do corpo
sem o suporte flutuante que a água oferece. A respiração é diferenciada e existe a necessidade
de manter o corpo propulsionado ao longo do chão. A habilidade para enxergar à distância
também é importante. Pulmões, membros e olhos parecem ser equipamentos padrões
para os humanos, porque nós os possuímos e porque a maioria dos animais possui estruturas
similares. No entanto, num contexto totalmente biológico, estas estruturas são adaptações
extraordinárias!
Os membros dos répteis são fortemente adaptados ao tipo de ambiente em que
eles vivem. Lagartos terrestres que se movimentam rapidamente geralmente possuem patas
longas com pés bem desenvolvidos e garras que ajudam na aderência ao solo. Alguns
lagartos que possuem patas muito longas costumam ter a habilidade de correr de maneira
bípede, aumentando muito sua velocidade. Estas espécies possuem uma cauda muito
longa, que servem para dar equilíbrio durante a corrida do animal.
Serpentes terrestres, totalmente desprovidas de membros, possuem um tipo de
adaptação diferente. Elas são capazes de se mover ao longo do solo através de movimentos
específicos de seu corpo, aproveitando-se das irregularidades do solo. As escamas grandes
e transversais do ventre das serpentes são firmemente presas pelo seu centro, mas possuem
as extremidades soltas, sobrepondo-se à escama seguinte. Essas extremidades soltas
ajudam na aderência ao solo, prevenindo a derrapagem do animal. Muitas serpentes terrestres
são longas e estreitas e possuem caudas compridas. Essas características favorecem o
movimento rápido e ágil pelo solo.

b) Répteis Arborícolas

Viver nas árvores requer uma habilidade para escalar galhos e troncos e ter a
habilidade de “saltar” de um galho para o outro. Muitos lagartos que escalam possuem
garras afiadas que podem ser “cravadas” nas árvores, auxiliando o movimento do animal.
Outros, como os geckos, possuem patas expandidas com uma camada aderente, que
permite que eles escalem até mesmo superfícies lisas. A efetividade deste mecanismo fica
evidente quando você vê uma lagartixa andando pelo seu teto ou pelos vidros da sua casa.
Outros lagartos arborícolas, como os camaleões, possuem os dedos dos pés similares
aos dos humanos, ou seja, capazes de agarrar as coisas. Os camaleões também possuem
cauda preênsil, que podem servir como um quinto membro.
Em relação às serpentes, a falta de membros fez com que elas passassem por
diferentes adaptações. Muitas serpentes arborícolas são exímias escaladores, algumas

45
capazes até mesmo de subir em troncos de árvores totalmente verticais, sem ter
que se enrolar em volta dele. Estas serpentes usam as fendas e rachas do tronco
para conseguirem se firmar e se impulsionar. As serpentes conhecidas como Vine
Snakes são arborícolas e têm este nome por se parecerem muito com uma videira.
Zoologia Geral e Elas são longas e finas e têm facilidade de andar pelos galhos das árvores. A
Comparada II aparência deste animal serve como camuflagem, mas também é muito útil no seu
processo de locomoção.
Viver em um ambiente com muitas árvores requer grande habilidade em
calcular e estimar distâncias. Muitos lagartos e serpentes arborícolas possuem os
olhos direcionados para a frente, de tal maneira que ambos os olhos possam ser
focados para a frente, possibilitando uma melhor precisão no cálculo de uma distância.
Talvez a mais incomum adaptação de um réptil arborícola seja a habilidade de
“voar” ou “planar”. Um gênero de lagarto asiático (Draco), possui costelas estendidas, que
suportam o excesso de pele que existe nos flancos do animal, formando uma espécie de
asa. Caso sejam molestados, estes “lagartos voadores” irão fugir de sua árvore “voando”
por uma longa distância, ou para o chão, ou para outra árvore. Podemos encontrar também
na Ásia as chamadas “Flying Snakes” ou serpentes voadoras, do gênero Chrysopelea.
Ela costuma saltar das árvores e, aplainando seu corpo, pode “planar” e impedir sua
queda. Mas não existe nenhum réptil moderno que faça algo comparado ao vôo do extinto
Piterodáctilo.

c) Répteis Subterrâneos

Algumas das modificações que ocorreram nos répteis subterrâneos não são
verdadeiras adaptações, mas apenas perda de estruturas que não tinham mais uma função
biológica. Por exemplo, em um buraco escuro, onde a cabeça do animal está em contato
direto com o solo, os olhos não têm uma função útil, portanto, algumas serpentes e
lagartos subterrâneos possuem apenas olhos rudimentares. A falta de membros é também
uma conseqüência comum da existência subterrânea. Embora os membros possam ser
úteis para escavar, sendo que muitos répteis terrestres usam seus membros para este
propósito, eles aumentam a fricção e fazem com que um animal que viva embaixo do solo
tenha que cavar muito mais do que não tendo os membros. Por isso, boa parte dos
répteis subterrâneos perdeu seus membros ao longo do tempo, ou tiveram os mesmos
drasticamente reduzidos.
Em contraste, outras características são adaptações à um estilo de vida
subterrâneo. Muitos lagartos e serpentes subterrâneas possuem os ossos do crânio
fundidos em uma estrutura sólida e compacta, preparada para suportar fortes impactos.
As cobras cegas (família Typhlopidae) possuem ponto afiado em suas caudas, que serve
como uma âncora, quando ela impulsiona seu corpo liso e polido através do solo. Os
amphisbaenídeos utilizam outra tática: eles possuem ranhuras por todo o corpo que ajudam
na tração, facilitando o processo de escavação.
A falta de membros nas serpentes é provavelmente uma herança de seus ancestrais
subterrâneos. Acredita-se que as serpentes vieram dos lagartos subterrâneos que possuem
membros e olhos reduzidos. Os olhos das serpentes não possuem estruturas presentes
na maioria dos vertebrados e parece terem sido desenvolvidos a partir de um rudimentar
olho de lagarto. As serpentes modernas jamais recuperaram os membros funcionais e,
como indicado anteriormente, esta condição conduziu a adaptação destes animais para
ambientes arbóreos a terrestres de maneira diferente da ocorrida com os lagartos.

d) Répteis Aquáticos

Os ancestrais terrestres dos répteis modernos impuseram limitações em suas


vidas na água. Sendo ovíparas, as fêmeas da maioria das espécies necessitavam ir para
a terra para postarem seus ovos; apenas algumas das serpentes marinhas dá a luz à
seus filhotes na água e nunca emergem voluntariamente para a terra. A respiração é outro
limitante. Todos os répteis aquáticos precisam ir até a superfície periodicamente para
respirar, embora alguns sejam capazes de prolongar ao máximo o tempo que ficam
submersos. As serpentes marinhas podem ficar submersas por uma ou duas horas, pois
podem absorver oxigênio pela sua pele a um nível que as serpentes terrestres não podem.
Elas podem mergulhar a até 100 metros de profundidade sem nenhum problema,

46
provavelmente devido à permeabilidade da pele à gases; o excesso de nitrogênio
absorvido pelo sangue, sob pressão, pode passar pela pele para o ambiente externo.
Para evitar que o ar saia do pulmão, a serpentes marinhas possuem válvulas que fecham
as narinas quando o animal está submerso.
As narinas e olhos dos crocodilianos e serpentes aquáticas tendem a ser
localizados mais em cima, na parte superior do cabeça. Isto permite que o animal,
estando na superfície, fique quase completamente submerso, mas com condições de
ver e respirar, enquanto se movimenta.
A locomoção dentro d’água é completamente diferente da locomoção na terra,
principalmente pelo fato da pressão que o animal faz com seu corpo ter que ser aplicada
contra a água e não contra uma superfície. Os répteis se adaptaram à esta condição de
duas maneiras. Aqueles que possuem membros desenvolveram pés como teias ou, no
caso das tartarugas marinhas, nadadeiras. Já as serpentes marinhas adaptaram suas
caudas, deixando-as com um formato mais achatado. Os crocodilianos e alguns lagartos
semi-aquáticos também possuem a cauda achatada, o que aumenta a superfície da
cauda em contato com a água, facilitando a movimentação.
O principal problema encontrado pelos répteis marinhos é a salinidade da água.
O rim destes animais não pode deparar com uma alta salinidade e a vida no mar só é
possível para alguns répteis devido à presença de uma glândula excretora de sal. Algumas
serpentes marinhas possuem uma de suas glândulas salivares modificadas em uma
glândula excretora de sal. Ela fica localizada debaixo da língua, e o sal é expelido pela
pele da língua. Quando a serpente coloca sua língua para fora da boca, o sal é levado
de volta para o mar. Outro grupo de serpentes, habitantes de águas salgadas (as
Homalopsines), possui uma glândula similar, mas que é localizada na frente do céu da
boca do animal. As tartarugas marinhas possuem uma glândula lacrimal modificada
que excreta sal dos olhos.
Já os crocodilos marinhos possuem pequenas glândulas excretoras de sal
situadas em baixo da superfície da língua. Muitas iguanas terrestres possuem uma
glândula nasal que excreta o excesso de sal presente em sua dieta. A iguana marinha,
das Ilhas Galápagos, que costuma mergulhar no mar e se alimentar de algas, possuem
esta mesma glândula só que bem mais desenvolvida. O sal é excretado para a passagem
nasal e quando o animal está na terra ele espirra, eliminando assim o sal de seu corpo.
Poucos animais são adaptados para se mover sobre superfície da água. Um
dos poucos que possui esta habilidade é o lagarto Basilisco, da América Central. Eles
possuem uma espécie de aba de pele, na lateral dos pés da pata traseira. Esta estrutura
é dobrada quando o animal está andando na terra. Quando o animal se sente ameaçado,
ele começa a correr de maneira bípede e abra as abas presentes em seus pés, criando
uma superfície extra que possibilita que o animal consiga correr sobre a superfície da
água. Caso pare de correr, irá afundar, porém são exímios nadadores.

e) Répteis em Ilhas

Algumas ilhas oceânicas remotas geralmente possuem muito poucas espécies


de plantas e animais, especialmente aqueles capazes de sobreviver à longas viagens.
Certos répteis, como os geckos, são geralmente bem representados, pelo fato de
muitas adaptações terem contribuído para o animal estar presente em algumas ilhas e
conseguirem se estabilizar nelas.
Muitos lagartos vivem sob pedaços de madeiras flutuantes em algumas praias.
A madeira é levada pela maré até longas distâncias, carregando com ela lagartos ou
seus ovos. Alguns geckos possuem ovos resistentes ao sal, que são pegajosas quando
postados, mas após ficarem secos, aderem fortemente às fendas e rachas nas madeiras
flutuantes.
O maior problema que um animal recém chegado à uma ilha encontra é
estabelecer uma população. A dispersão pela água é um fenômeno relativamente raro e
uma segunda dispersão pode não chegar à uma ilha durante toda a vida de um réptil.
Espécies partenogênicas (aquelas em que a fêmea pode postar ovos férteis sem ter
sido inseminada por um macho) costumam prosperar com mais sucesso em ilhas
isoladas. É muito significante que a uma das características dos geckos encontrados
em ilhas seja a partenogênese, sendo que nessas ilhas existem poucos ou nenhum
macho.

47
Talvez o réptil terrestre recordista em dispersão seja a Iguana das
Ilhas Fiji e algumas outras ilhas vizinhas, do Pacífico. Seus únicos parentes
estão na América do Sul e Central. Certamente, seus ancestrais vieram através
do Oceano Pacífico e, uma vez isolados, desenvolveram-se nas espécies que
Zoologia Geral e são hoje.
Comparada II


1
[ ] Agora é hora de
TRABALHAR

6
Cite 3 adaptações sofridas pelos anfíbios durante a Classifique as cobras quanto à presença de dentes,
conquista do ambiente terrestre. de veneno e dê exemplos dos diferentes tipos.
_______________________________________________________________ _______________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________________________________

2 7
Cite as principais características dos anfíbios: Diferencie as cobras peçonhentas das não-
_______________________________________________________________ peçonhentas pelas características:
______________________________________________________________________________________________________________________________ a) da cabeça:
_____________________________________________________________________________________________________________________________
3 b) da cauda:
______________________________________________________________________________________________________________________________
Mostre que os répteis são vertebrados tipicamente c) das escamas:
terrestres, através de suas características
______________________________________________________________________________________________________________________________
relacionadas com:
a) Pele
_______________________________________________________________ 8
b) Ovos
Faça uma lista de cobras peçonhentas brasileiras
_______________________________________________________________ _______________________________________________________________
c) Controle da Temperatura Corpórea
______________________________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________

4 9
Sobre acidentes com cobras, relacione:
Cite os quatro grupos de répteis e seus a) medidas de prevenção:
representantes. _______________________________________________________________
_______________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________________________________________

5 10
Onde vivem os répteis?
Caracterize morfológica e funcionalmente o ouvido das _______________________________________________________________
cobras. ______________________________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________________________________________

48
OS HOMENS, A SOCIEDADE E
A ECONOMIA

As aves e mamíferos são animais endotermos, ou seja, produzem grande quantidade


de calor através das altas taxas metabólicas. Mas esse calor seria perdido para o ambiente
se não fosse à presença de pêlos e penas que funcionam como isolantes térmicos.
Diferentemente, dos ancestrais ectotermos que dependem do calor do meio externo, uma
vez que suas taxas metabólicas são baixas. Além disso, apresentam pouco isolamento
térmico, o que permite que a troca de calor seja realizada. Assim, as duas características
fundamentais para a endotermia seriam: alta taxa metabólica (que permite a produção de
calor) associada ao isolamento térmico.

EVOLUÇÃO DAS AVES

CONTEÚDO 1 – A EVOLUÇÃO DAS AVES E A ORIGEM DO VÔO

Aves Ancestrais

Acredita-se que as aves evoluíram a partir dos dinossauros Therapoda a cerca de


150.000 anos atrás, devido a diversas características comuns entre este grupo de
dinossauros e as aves, como por exemplo, a presença de penas. A ave mais primitiva que
se conhece é o Archaeopteryx (que significa “asa antiga”), que viveu no período Jurássico.
Seu fóssil foi descoberto em 1861 em Baviera, ele tinha características de répteis, como a
boca com dentes, ossos pesados, uma longa cauda, andar bípede e o corpo recoberto
pelas penas, sendo esta uma das características mais marcantes das aves. Muitas
evidências sugerem que esta ave primitiva era capaz de voar, as proporções do seu
esqueleto, por exemplo, eram semelhantes às de
algumas aves atuais que voam, possuíam um
esterno retangular que, provavelmente, era
associado a fortes músculos de vôo.
A descoberta de outros fósseis fornece
dados da evolução subseqüente ao
Archaeopteryx. Um grupo conhecido como
Enantiornithes, viveu entre 141 e 70 milhões de
anos atrás (Período Cretáceo), a maioria era de
tamanho pequeno a médio e viviam em árvores,
alguns tinham pernas longas, outros garras
potentes como as dos gaviões atuais. Muitas
características dos Enantiornithes estão
associadas com o vôo: o pulso podia curvar-se
fortemente para trás, como nas aves modernas,
de tal forma que a asa podia ser dobrada contra o Figura 14: Archaeopterix (Fonte:http://
curlygirl.naturlink.pt/aves.htm )

49
corpo. Já os Ichthyornithiformes eram aves voadoras com uma quilha bem
desenvolvida no esterno, cauda e dorso curtos, e possuíam dentes, eram do
Zoologia Geral e tamanho de gaivotas e devem ter tido hábitos semelhantes. Outro grupo de
Comparada II
aves do Cretáceo, os Hesperornithiformes, possuía dentes, eram nadadoras
e especializadas para o mergulho através de pés-propulsores. Essas aves
tinham o corpo e o pescoço alongados, o esterno não tinha quilha, os ossos
não eram pneumáticos (ossos ocos), e sim mais densos o que dava maior
peso, facilitando o mergulho. Os pés eram localizados próximos à cauda (posição
característica de muitas aves mergulhadoras com pés-propulsores) e essas aves não eram
capazes de andar em terra. Diferentemente das aves mergulhadoras modernas, os
Hesperornithiformes não possuíam asas.

Origem do Vôo

Existem duas hipóteses para explicar a origem do vôo das aves: a teoria arborícola
e a teoria terrícola. De acordo com a teoria arborícola as aves ancestrais eram trepadoras
de arvores, que pulavam de galho em galho e de árvore em árvore, de modo semelhante a
alguns esquilos, lagartos e macacos. O lagarto arborícola Draco, por exemplo, utiliza asas
de pele de cada lado do corpo para planar de uma árvore para outra. O vôo das aves teria
evoluído de estágios planadores, passando por estágios intermediários (com planeio
auxiliado por um vôo batido, como em Archaeopteryx), até voadores com vôo batido
totalmente desenvolvido. Por outro lado, os dromeossauros (dinossauros terópodos
emplumados que se acredita ser o ancestral das aves) eram corredores bípedes terrestres,
como explicar então a origem do vôo a partir de árvores? A teoria terrícola (ou teoria do
chão-para-cima) postula que o vôo batido evoluiu diretamente dos corredores bípedes
terrícolas, como os dromeossauros. Esses corredores bípedes utilizariam suas asas como
planadores para aumentar a força de ascensão e aliviar o peso durante a corrida. Porém,
em termos mecânicos, o batimento das asas não é um mecanismo eficiente para aumentar
a velocidade de corrida, o que levou a falha dessa teoria.
As características observadas em Archaeopteryx e vários dromeossauros sugerem
que eles utilizavam os membros anteriores para capturar as presas e posteriormente teriam
auxiliado nos saltos horizontais sobre a presa. Assim, Archaeopteryx seria um predador
cursor terrícola que poderia saltar no ar para capturar insetos voadores, além de voar
rapidamente para escapar de seus predadores, correndo e batendo as asas para decolar
(como fazem muitas aves grandes atualmente).
As aves que não voam possuem restrições mecânicas associadas à produção de
potência para o vôo, mas mesmo assim o tamanho de seus corpos não se aproxima ao dos
mamíferos. Além disso, as aves a apresentam uniformidade morfológica maior que os
mamíferos, que é devido, em grande parte, as suas especializações para o vôo. O tamanho
do corpo, por exemplo, apresenta um limite máximo para que o vôo seja possível, pois, a
potência muscular exigida para a decolagem aumenta com a massa corpórea. Outro fator
importante é a freqüência da batida das asas. Portanto, as aves grandes necessitam de
corridas mais longas para decolar do que as aves pequenas. A avestruz é a maior ave atual
que não voa e pesa cerca de 150 Kg, entre as aves extintas a maior que se conhece é a
ave-elefante que estima-se que pesava 450 Kg. Contrariamente, o maior mamífero, a baleia-
azul, pesa acima de 135.000Kg.

50
CONTEÚDO 2 – CARACTERÍSTICAS GERAIS E CLASSIFICAÇÃO

Características das Aves

As aves possuem modificações estruturais importantes para a realização do vôo;


muitos ossos são pneumatizados (cheios de ar) e o crânio é leve. Em geral, a pneumatização
dos ossos é mais desenvolvida nas aves grandes que nas pequenas e, as mergulhadoras
como pingüins e mergulhões, por exemplo, têm pouca pneumatização. Em contrapartida os
ossos dos membros posteriores são mais pesados do que aqueles dos mamíferos. Assim,
a massa total do esqueleto de uma ave é semelhante àquela de um mamífero de tamanho
semelhante, no entanto, a maior parte da massa está concentrada nos membros inferiores.
As características de alguns órgãos das aves também reduzem a sua massa corpórea,
elas não têm bexiga urinária, por exemplo, e a maioria das espécies têm somente um ovário.
As gônadas dos machos e das fêmeas são, geralmente, pequenas, se hipertrofiam durante
a estação reprodutiva e regridem quando a reprodução termina. Os corações são grandes
e a velocidade de fluxo sanguíneo é alta, os pulmões complexos usam fluxos de corrente-
cruzada de ar e sangue para maximizar a troca de gases e dissipar o calor produzido pelos
altos níveis de atividade muscular durante o vôo. O encéfalo das aves é semelhante, em
tamanho, ao dos roedores. Elas dependem bastante da informação visual e os lobos ópticos
são especialmente grandes, sendo o olfato pouco desenvolvido na maioria.
As penas são estruturas epidérmicas peculiares, constituindo um revestimento do
corpo leve e flexível, mas resistente. Além do vôo, as penas são responsáveis pelo isolamento
térmico necessário à endotermia, protegem a pele contra o desgaste e as penas finas,
achatadas e sobrepostas das asas e da cauda formam superfícies para sustentar a ave
durante o vôo. As penas sofrem mudas regulares, num processo gradual e ordenado, de
modo que nunca se formam áreas nuas. A mudança de penas nunca se realiza em épocas
críticas (de elevado investimento metabólico), como quando se reproduzem, migram ou
durante condições adversas (escassez de alimentos ou secas, por exemplo). O crescimento
de uma pena começa, com uma papila dérmica local, forçando para cima a epiderme
sobreposta. A base deste primórdio de pena aprofunda-se em uma depressão circular, o
futuro folículo, que manterá a pena na pele. Esses folículos a partir dos quais as penas
desenvolvem-se, geralmente estão arranjados em regiões chamadas pterilas, estas são
separadas por áreas de pele sem penas ou aptérias. Mas em algumas espécies, como os
pingüins, por exemplo, as penas distribuem-se uniformemente sobre a pele. As penas são
compostas em sua maior parte (cerca de 90%) por beta-queratina, uma proteína relacionada
com a queratina, 8% de água, 1% de lipídeos e o restante de pequenas quantidades de
outras proteínas e pigmentos, como a melanina, que conferem cores as penas. O conjunto
de todas as penas de uma ave é chamado de plumagem e o processo de substituição das
penas é conhecido como muda. Uma pena completa é formada por um tubo transparente
(cálamo) que, mergulhado no folículo (“poro” da pele), prolonga-se no raque. Em cada lado
do raque há uma série de barbas (“ramificações”) paralelas, cujo conjunto constitui o vexilo
ou estandarte. Cada barba, por sua vez, é provida de numerosas barbelas, que se unem
entre si por delgadas bárbulas em forma de gancho.

51
Zoologia Geral e
Comparada II

Figura 15: Pena típica da asa com suas principais


características estruturais. (Fonte: Pough et al.,1999).

São encontrados 5 tipos de penas: (1) rêmiges e rectrizes (penas de contorno que
incluem as penas do corpo e as do vôo); (2) semiplumas; (3) plúmulas; (4) cerdas; e (5)
filoplumas.
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· As rêmiges (penas das asas) e as rectrizes (penas da cauda) são grandes,
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rijas e modificadas para o vôo. As rêmiges mais internas são chamadas secundárias
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e as mais internas primárias. Estas últimas, em muitas espécies, são afiladas
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abruptamente, deixando espaços ou fendas entre elas quando as asas estão abertas.
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Isto permite torcer as pontas das penas quando as asas batem, agindo como se
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cada uma delas fosse a pá de uma hélice.
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· As semiplumas possuem estrutura intermediária entre as penas de contorno
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e as plúmulas. Geralmente estão escondidas sob as penas de contorno, fornecem
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isolamento térmico e ajudam a preencher o contorno do corpo da ave.
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· As plúmulas fornecem isolamento térmico para as aves adultas de todas
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as espécies e no recém-nascido antecedem, usualmente, o desenvolvimento das
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primeiras penas de contorno. As plúmulas da glândula uropigial estão associadas
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à glândula sebácea grande, encontrada na base da cauda da maioria das aves, que
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possui um tufo de plúmulas modificadas, em forma de pincel, que ajudam a transferir
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a secreção oleosa da glândula para o bico, a fim de fornecer à plumagem uma
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cobertura à prova d’água.
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· As cerdas são penas encontradas na base do bico, ao redor dos olhos
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como pestanas e na cabeça. Estas penas repelem partículas estranhas, protegendo
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as narinas e os olhos de muitas aves, servem como olhos sensoriais tácteis e,
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possivelmente, auxiliam na captura aérea de insetos voadores.
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· As filoplumas são penas finas, capilares e auxiliam na ação das outras
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penas. Elas possuem numerosas terminações nervosas livres nas paredes de seus
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folículos e aparentemente, transmitem informações sobre a posição e o movimento
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das penas de contorno, através destes receptores. Este sistema sensorial tem,
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provavelmente, o papel de manter as penas de contorno no lugar, ajustando-as
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adequadamente para o vôo, isolamento térmico, banho ou exibição.
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Figura 16: Tipos de penas. (a) Semipluma. (b)
Pena de contorno do corpo. (c) Cerda. (d)
Filopluma. (Fonte: idem fig.14)

Diferentemente das asas fixas de um avião, as de uma ave funcionam não apenas
como superfície de ascensão, como também um propulsor de movimento para frente. As
rêmiges primárias, implantadas nos ossos da mão, executam a maior parte da propulsão
quando a ave bate suas asas e as secundárias, dispostas no antebraço, fornecem a força
de ascensão. As aves podem modificar a área a e forma de suas asas, assim como suas
posições em relação ao corpo. Tais mudanças produzem alterações correspondentes na
velocidade e na força de ascensão, que permite uma ave manobrar, mudar de direção,
aterrissar e decolar.
A forma das asas e cauda também é importante para o vôo: aves que devem levantar
vôo rapidamente para fugir a predadores têm asas largas e arredondadas, que lhes dão
aceleração. Aves que voam durante muito tempo têm asas longas, enquanto voadores
rápidos e poderosos (aves de rapina, por exemplo) têm asas longas e curvas, de
extremidades pontiagudas para reduzir o atrito. Aves que mudam bruscamente de direção
em pleno vôo terão, por sua vez, caudas profundamente bifurcadas.
Os segmentos da asa (mão, antebraço e braço) são alongados em graus diferentes
a depender se a ave é, primariamente, uma potente voadora, ou uma forma que plana em
altitude. Os beija-flores, por exemplo, possuem os ossos da mão mais longos do que o
braço e o antebraço juntos. A maior parte de sua superfície de vôo é formada pelas rêmiges
primárias e eles têm apenas seis ou sete rêmiges secundárias, assim, obtêm batidas de
asas rápidas e potentes. Já as fragatas, espécies marinhas com asas longas e estreitas
possuem os três segmentos dos membros anteriores aproximadamente iguais em

53
comprimento e são especializadas tanto para o vôo potente quanto para o
Zoologia Geral e vôo planado. Os albatrozes, planadores de altitude, são as aves que possuem
Comparada II as asas mais longas: o braço é o segmento mais longo e na sua asa interna
podem ser encontradas até mesmo 32 rêmiges secundárias.

Figura 17: Proporcões das asas. Comparacão dos comprimentos dos


segmentos dos ossos das asas de um beija-flor (em cima), uma fragata
(no meio) e um albatroz (em baixo). (Fonte: idem fig.14)

Apesar das vantagens que o vôo mostra, muitas aves perderam essa capacidade,
geralmente em locais onde a falta de predadores e abundância de alimento não o exigia.
Outras aves optaram pela força e velocidade no solo, como as aves corredoras atuais
(avestruzes, nandus e emas).

Sistema Respiratório e Circulatório

O sistema respiratório das aves é único entre os vertebrados atuais e ajuda a dissipar
o calor gerado pelos altos níveis de atividade muscular durante e vôo, sendo composto por
sacos aéreos e pulmão parabronquial. Os sacos aéreos garantem um fluxo de ar em sentido
único através dos pulmões, ao invés de fluxo e refluxo (entra e sai) como nos pulmões dos
mamíferos. Eles ocupam uma porção considerável da parte dorsal do corpo e estendem-se
até os espaços pneumáticos de muitos ossos, são pouco vascularizados e a troca de gases
só ocorre no pulmão parabronquial. O volume de todos os sacos aéreos juntos é cerca de
nove vezes o volume do pulmão parabronquial.
Durante a inspiração o volume do tórax aumenta, conduzindo o ar pelos brônquios e
sacos aéreos torácicos posteriores e abdominais, bem como para o pulmão parabronquial.
Simultaneamente, o ar do pulmão parabronquial é conduzido para os sacos clavicular e
torácicos mais craniais. Na expiração, o volume do tórax diminui e o ar, dos sacos torácicos
mais caudais e abdominais, é impelido para o pulmão parabronquial e o ar, dos sacos
clavicular e torácicos, é expelido pelos brônquios.

54
Figura 18: Pulmão e sistema de sacos aéreos
do periquito australiano.

A troca de gases ocorre numa rede de capilares finíssimos com fundo cego, que se
entrelaçam com os capilares sanguíneos igualmente finos. Os fluxos de ar e de sangue
caminham em direções opostas e os pares de capilares compõem assim um sistema de
troca com corrente-cruzada. Este arranjo é mais eficiente nas trocas gasosas pulmonares
que nos mamíferos.
A segunda função do sistema respiratório é a vocalização. O órgão responsável é
chamado siringe e situa-se na base da traquéia onde os dois brônquios bifurcam-se. O
mecanismo de produção do canto nas aves é controverso.
O sistema circulatório é composto de coração e vasos sangüíneos. O coração tem
quatro cavidades: dois átrios e dois ventrículos, o sangue venoso não se mistura ao sangue
arterial. Persiste apenas o arco aórtico direito, glóbulos vermelhos, ovais e biconvexos.

Sistema Digestório

O tubo digestivo das aves é completo, composto por boca, faringe, esôfago, papo,
estômago glandular (proventrículo), estômago muscular (moela), intestino, cloaca e órgãos
anexos como o fígado e o pâncreas. Existe ainda a adição de sucos digestivos no
proventrículo. Na boca das aves não há dentes, mas um bico que é adaptado ao tipo de
alimentação mais comum de cada espécie. À boca, segue-se a faringe e no esôfago é
encontrada uma bolsa chamada papo.
A boca é rodeada por um bico pontiagudo, leve e flexível e com revestimento córneo
(queratina) que cresce continuamente, para substituir possíveis desgastes. Quando aberto,
tanto o maxilar inferior como o superior se deslocam, obtendo-se uma ampla abertura. A
forma do bico revela os hábitos alimentares da ave, pois a sua forma está a eles adaptada.
O papo de algumas aves é simplesmente uma porção dilatada do esôfago, enquanto em
outras é uma estrutura unilobada ou bilobada. Sua função é estocar temporariamente os

55
alimentos e adicionalmente transportar alimento para os filhotes. Na rolas e
pombos o papo de indivíduos de ambos os sexos produz um fluido nutritivo
(leite do papo) que alimenta os filhotes. O leite é produzido por células ricas
Zoologia Geral e em gorduras, que se destacam do epitélio escamoso do papo e ficam
Comparada II suspensas em um fluido aquoso. O leite do papo é rico em lipídeos e proteínas,
mas não contém açúcares.
A forma do estômago das aves está relacionada com a sua dieta. As
aves carnívoras e piscívoras (que comem peixes) precisam expandir as áreas
de estocagem para acomodar grandes volumes de alimentos moles. Já aquelas que comem
sementes ou insetos precisam de um órgão muscular, que possa contribuir para a trituração
mecânica do alimento. Normalmente o trato digestório das aves é composto por duas partes
relativamente distintas: o estômago glandular (proventrículo) e o estômago muscular (moela).
O proventrículo contém glândulas que secretam ácido e enzimas digestivas e, em espécies
que ingerem alimentos grandes (como frutos inteiros), é especialmente desenvolvido. A
moela, além de poder estocar alimento, dar continuidade à digestão química iniciada no
proventrículo, porém sua função mais importante é triturar os alimentos. As paredes
musculares espessas da moela esmagam o seu conteúdo e pequenas pedras, que são
mantidas nas moelas de muitas aves, ajudam a moer o alimento.
A digestão completa do alimento ocorre no intestino delgado, onde as enzimas do
pâncreas e do intestino degradam o alimento em pequenas moléculas, que podem ser
absorvidas através da parede intestinal. A mucosa do intestino delgado é modificada em
uma série de dobras, lamelas e vilosidades que aumentam a sua superfície. O intestino
grosso é relativamente curto, normalmente menos que 10% do comprimento do intestino
delgado. Existe um par de cecos na junção entre os intestinos delgado e grosso, eles são
pequenos nas espécies carnívoras, insetívoras e granívoras (que se alimentam de grãos),
porém grandes nas espécies herbívoras e onívoras.
A cloaca (saída comum aos aparelhos digestório e reprodutor) estoca,
temporariamente, os produtos residuais enquanto a água é reabsorvida. A absorção da
água é realizada através da precipitação do ácido úrico, na forma de uratos, que dá a
coloração branca a uma parte das fezes das aves.

Sistema Excretor

Os rins são metanéfricos, com dois ureteres que desembocam na cloaca, pois não
possuem bexiga urinária já que não produzem urina líquida, isso reduz o peso total do animal.
A água corporal é mantida pela reabsorção tubular e a excreção da maior parte dos
compostos nitrogenados ocorre sob a forma de ácido úrico. Na cloaca, há uma reabsorção
adicional de água e o ácido úrico é eliminado sob a forma de cristais brancos misturados
às fezes.

Sistema Nervoso

Apresentam sistema nervoso central e periférico com doze pares de nervos cranianos.
O encéfalo apresenta cerebelo bem desenvolvido, pois necessitam de muito equilíbrio para
o vôo. Têm visão bem desenvolvida. Percebem cores nitidamente, pois a retina contém
muitos cones com gotículas de óleo. Os ouvidos abrem atrás dos olhos, protegidos por
penas especiais, e são igualmente eficientes. As narinas abrem no maxilar superior, mas a
quimiorrecepção (olfato e gustação) é muito pobre, devido ao estilo de vida destes animais.
Entretanto, muitas aves predadoras e espécies que vivem no chão têm um olfato bem

56
desenvolvido. Por exemplo, o quivi noturno da Nova Zelândia tem narinas no ápice de um
longo bico e encontra minhocas pelo cheiro, quando fareja a terra.

Esqueleto

Totalmente ossificado, é simultaneamente delicado e forte, pois muitos ossos estão


fundidos (o que diminui a necessidade de grandes músculos e tendões para uni-los) e muitos
outros são ocos. O fato de não conterem medula no seu interior poderia torná-los frágeis,
porém eles são suportados internamente por uma rede de trabéculas ósseas. Muitos destes
ossos ocos contêm sacos aéreos no seu interior, associados ao sistema respiratório. O
esqueleto das aves é modificado de modo a que se adapte ao vôo, a locomoção é bípede. O
pescoço é tipicamente longo e flexível, permitindo a alimentação e o tratamento das penas. O
esterno é grande e com quilha, onde se apóiam os poderosos músculos das asas, o que
impede a sua expansão durante a respiração. A cintura pélvica é largamente aberta
ventralmente, permitindo a passagem fácil dos ovos nas fêmeas. As vértebras caudais são
pouco numerosas e comprimidas.
As patas anteriores são transformadas em asas para voar, embora tenham o padrão
tetrápode típico, estão bastante modificadas: o número de dedos está reduzido e muitos
ossos estão fundidos. As patas posteriores são muito fortes e resistentes, permitindo ao
animal lançar-se para o ar e amortecer a aterragem. Geralmente têm 4 dedos (3 virados
para a frente e um para trás, o sistema ideal para se empoleirar) com garras córneas e
revestidas por escamas epidérmicas, adaptadas a andar ou nadar (neste caso com
membranas interdigitais). No entanto, existem aves com apenas 2 dedos no total (avestruzes,
por exemplo) ou com 2 dedos virados para a frente e dois para trás (pica-paus, por exemplo).

Reprodução

A grande maioria das aves é monogâmica (pelo menos aparentemente), formando


casais reprodutores. Os machos defendem um território e realizam complexos rituais de
acasalamento, exibindo-se ou cantando para atrair as fêmeas. Todas as aves são ovíparas
e produzem ovos com muito vitelo e casca calcária. Os ovos são sempre depositados
externamente (geralmente num ninho) para incubação. O ninho fornece segurança, calor e
um local isolado e longe de predadores para cuidar das crias. Os materiais de construção
de ninhos dependem da disponibilidade local, podendo ser usados galhos, penas, pêlos,
teias de aranha e até pele de réptil ou artefatos humanos.
Nas fêmeas, apenas um dos ovários embrionários se torna funcional no adulto, num
esforço para reduzir o peso da ave durante o vôo. Um ovário maduro tem o aspecto de um
cacho de uvas, podendo conter até 4000 óvulos, que podem potencialmente desenvolver-
se em gemas. Cada um está ligado ao ovário através de uma fina membrana - folículo -
coberta por uma rede de vasos sanguíneos. A gema é formada por deposição de camadas
sucessivas de vitelo. Após a ovulação, a gema é mantida íntegra pela membrana vitelina e
é recolhido da cavidade abdominal pela extremidade em forma de funil do oviduto, designada
funículo ou infundíbulo, nesta zona do oviduto ocorre a fecundação, se os espermatozóides
a tiverem alcançado.
As restantes zonas do oviduto formam os componentes do ovo: no magnum a clara é
acrescentada, estando a forma do ovo definida; no istmo, uma zona mais estreita do canal,
formam-se as membranas da casca; no útero ou glândula da casca forma-se a casca, a
etapa mais demorada da formação do ovo, e diferencia-se a calaza; na vagina o ovo recebe
uma fina película anti-bacteriana e anti-partículas designada cutícula, impedindo-as de

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penetrar através da casca porosa. Também na vagina o ovo é virado, pois
deverá ser posto com a extremidade arredondada primeiro.
Os ovos são geralmente pigmentados, devendo-se a sua cor à mistura
Zoologia Geral e em percentagens variáveis de apenas dois tipos de pigmento, um derivado
Comparada II da hemoglobina e outro da bílis. O pigmento é adicionado à casca durante a
passagem deste pelo oviducto da fêmea. Os ovos esbranquiçados pertencem
geralmente a espécies que os colocam em cavidades, como os pica-paus,
permitindo-lhes identificar facilmente o ovo no escuro. Pelo contrário, ovos
pigmentados são geralmente colocados em ninhos abertos, permitindo-lhes passarem
despercebidos aos predadores.
Ao pôr o ovo, a fêmea everte parcialmente a cloaca, como se virasse uma luva ao
contrário, impedindo, assim, que o ovo entre em contacto com o ânus e seja contaminado
por fezes. Os sistemas restantes são também bloqueados, impedindo descargas acidentais
durante o esforço de postura do ovo.
O sistema reprodutor masculino mantém no adulto os dois testículos embrionários,
ligados a um par de epidídimos e canais deferentes, que conduzem à cloaca os
espermatozóides e as secreções espermáticas.
A fecundação é sempre interna, com a cópula resultando apenas do encosto das
aberturas das cloacas masculina e feminina - “beijo” cloacal. No entanto, existem aves
(algumas espécies de patos e gansos, cisnes, avestruzes ou búfagos, por exemplo) que
apresentam órgãos copuladores, embora sem vasos sanguíneos no seu interior. É comum
que apresentem um sulco espiralado ao longo da sua superfície, por onde o esperma escorre
para o interior da cloaca e oviducto da fêmea.
As crias, pouco desenvolvidas ao nascer, são alimentadas e vigiadas pelos pais,
após a eclosão. Na maioria das espécies, os pintos nascem cegos, sem penas e sem
capacidade reguladora de temperatura corporal. Algumas espécies (principalmente aves
aquáticas), no entanto, têm pintos um pouco mais desenvolvidos, com penas e capazes de
procurar alimento poucas horas após o nascimento.
Os ovos das aves, bem como dos répteis e mamíferos ovíparos, são telolecíticos e
iniciam a segmentação ainda no oviducto, antes de serem expulsos pela fêmea para o
ninho. Os principais componentes do ovo de uma ave, em tudo semelhante ao de um réptil,
são:

Casca - formada por diversas


camadas sobrepostas, neste caso é
de natureza calcária, o que a torna
resistente, mas porosa. O seu
exterior é coberto por uma fina
película - cutícula - cuja função é
impedir a entrada de partículas e
microrganismos. Interiormente é
revestida por duas membranas da
casca (interna e externa), que
apenas podem ser diferenciadas na
zona do espaço aéreo (parte mais
larga do ovo). A função destas
membranas é controlar a
evaporação do conteúdo hídrico do Figura 19: Estrutura do ovo de uma ave.
(Fonte: http://curlygirl.naturlink.pt/aves.htm ).
interior do ovo.

Clara - também chamada albúmen, é formada por um material semi-sólido


ou gelatinoso, com elevado conteúdo hídrico e protéico (albumina). Esta zona do
ovo protege o embrião dos choques e fornece uma reserva de água e nutrientes.

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No seu interior diferenciam-se dois cordões protéicos - calaza - que manterão a
gema no centro da clara, mas permitindo-lhe girar e oscilar;

Gema - corresponde ao óvulo propriamente dito, com grande quantidade de


vitelo disposto em camadas concêntricas e envolvido por uma membrana vitelina.

Classificação das Aves

Na Classe Aves encontramos cerca de 9.000 espécies, divididas em dois grandes


grupos, que totalizam 27 ordens.

A. Ratitas

Apresentam asas atrofiadas ou ausentes e osso esterno sem quilha. Representado


por duas ordens: Apterigiformes, Rheiformes e Estrucioniformes.

B. Carinatas

Apresentam asas bem desenvolvidas e esterno com quilha. São representadas por
todas as demais ordens.

CONTEÚDO 3 – DIVERSIDADE DAS AVES

- Apterigiformes: Quivi

O quivi ou kiwi é um tipo de aves encontrada comumente na Oceania e é o símbolo


da Nova Zelândia. O kiwi não voa e tem hábitos noturnos e vive em um buraco no solo. O
seu tamanho é aproximadamente o de uma galinha, tem a plumagem do corpo fofa,
semelhante a pêlos, bico longo e delgado com narinas na extremidade, pés com garras
fortes e asas atrofiadas. Usam o olfato em busca de alimento. São onívoros, alimentado-se
de frutas, sementes, pequenos vermes e larvas de insetos.São monogâmicos. Depois do
encontro durante a estação do acasalamento ( março a junho), o par fica no ninho chocando
o ovo, só põem um ovo por ano, onde este é dez vezes maior que o ovo de uma galinha e
pesa aproximadamente 450 gramas. O kiwi põe os maiores ovos do mundo, tendo em
conta o seu tamanho.

- Rheiformes: ema (Rhea americana)

Estão distribuídas apenas na América do Sul, são aves não voadoras, de grande
porte, adaptadas à vida terrícola. É a maior e mais pesada ave brasileira (~1,50m e até 100
Kg). São onívoras, ou seja, comem de tudo (folhas, brotos, sementes, insetos e pequenas
serpentes e animais), excelentes dispersores de sementes. .Além disso, a ema come muitas
pedrinhas, que servem para facilitar a trituração dos alimentos. A ema é uma ave corredora
que vive nas planícies da América do Sul, do Brasil até o sul da Argentina, vive nas regiões
campestres e cerrados, em bandos. Embora possua grandes asas, ela não voa. Usa as
asas para equilibrar-se e mudar de direção na corrida. Bebe pouca água. Suas penas são
usadas para decoração. A ema está na lista dos animais que estão em perigo de extinção.

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- Estrucioniformes: avestruzes

O avestruz é uma ave não voadora originária da África que leva o nome
Zoologia Geral ecientífico Struthio camelus. Embora não voe, as longas, fortes e ágeis pernas,
Comparada II
permitem que ele atinja até a velocidade de 120 km/h, pois em uma só passada
cobre 4 a 5 metros. Os avestruzes são considerados a maior espécie viva
das Aves, normalmente pesam de 90 a 130 Kg, embora alguns avestruzes
machos tenham sido registrados com pesos de até 155 Kg. Na maturidade
sexual (entre 2 e 4 anos de idade), avestruzes machos podem possuir de 1,8 m a 2,7 m de
altura, enquanto as fêmeas alcançam de 1,7 m a 2 m. Possui dimorfismo sexual (ou seja,
machos diferentes das fêmeas): nos adultos, o macho tem plumagem preta e as pontas das
asas são brancas, enquanto que a fêmea é cinza. O dimorfismo só se apresenta com um
ano e meio de idade. As pequenas asas vestigiais são usadas por machos como exibição
para fins de acasalamento.As penas são macias e servem como isolante térmico e são
bastante diferentes das penas rígidas de pássaros voadores. As pernas fortes do avestruz
não possuem penas. Suas patas têm dois dedos, sendo que apenas um tem unha enquanto
o maior lembra um casco. Seu aparelho digestivo é semelhante ao dos ruminantes e seus
olhos, com grossas sobrancelhas negras, são os maiores olhos dos animais terrestres.

Você sabia?
a) Raças de Avestruz

Existem, atualmente, três subespécies de avestruzes:

Blue Neck (pescoço azul) - habita o Nordeste africano, é


a subespécie mais corpulenta, apresentando pele de um tom
cinzento azulado.
Red Neck (pescoço vermelho) - habita o Quênia e parte
da Tanzânia, é uma ave de corpo corpulento e apresenta a pele
de um tom vermelho.
African Black - é um híbrido resultado do cruzamento entre
subespécie da África do Sul e as subespécies do Nordeste da
África, sendo normalmente a mais baixa de todas as
subespécies. Possui como característica principal
a qualidade de suas penas, superior em relação
às outras subespécies.

Obs: Não existe uma subespécie que


produza mais filhotes, ou que, seja mais
dócil que a outra. O que existe são animais
dentro de uma subespécie que se
destacam na produtividade, e ganho de
peso. Por isso o futuro criador deve
adquirir seus reprodutores de uma fonte
confiável e que possua um rígido controle
genético e de aperfeiçoamento.

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b) Você sabia?

· Que a carne de Avestruz é recomendada pelas


Sociedades Brasileira e Americana de cardiologia, pois possui
Ômega 3, que faz muito bem para o coração?
· Que as avestruzes fêmeas possuem plumagem
acinzentada?
· Que o avestruz não voa, mas pode chegar a uma
velocidade de até 60km/h?
· Que o couro do avestruz é o 2º mais caro do mundo;
só perdendo para o couro de crocodilo?
· Que a estimativa de vida do avestruz é de 70 anos?
· Que existem registros da existência de avestruzes que datam de 5.500
a.C?
· Que a carne do avestruz é livre do hormônios e aditivos?
· Que os egípcios usavam a pluma de avestruz como leque?
· Que os romanos usavam plumas de avestruz como adorno em seus
capacetes?
· Que o avestruz é considerado a maior ave do planeta?
· Que a prole do avestruz chega a ser de 30 a 60 por ano?
· Que a aparência e o sabor da carne de avestruz é muito similar à carne
bovina?
· Que o avestruz é considerado o ser vivo de maior resistência imunológica
do reino animal?
· Que 1 ovo de avestruz equivale aproximadamente a 25 ovos de galinha?
· Que o avestruz suporta bem baixas e altas temperaturas?
· Que os bicos e unhas são utilizados na confecção de jóias e botões?
· Que o avestruz pode botar até 100 ovos no período fértil?

- Sphenisciformes: pingüins

O pingüim é uma ave que não pode voar, suas asas evoluíram para nadadeiras e
eles praticamente voam pela água usando as patas carnudas como lemes. Chega a nadar
com uma velocidade de até 40 km/h e passa a maior parte do tempo na água. Os pingüins
existem exclusivamente no hemisfério Sul. Apesar da maior diversidade de pingüins se
encontrar na Antártida e regiões polares, há também espécies que vivem nos trópicos como
,por exemplo, nas Ilhas Galápagos. A morfologia dos pingüins reflete várias adaptações à
vida no meio aquático: o corpo é fusiforme; as asas atrofiadas desempenham a função de
barbatanas e as penas são impermeabilizadas através da secreção de óleos. Os pingüins
alimentam-se de pequenos peixes e outras formas de vida marinha.

- Pelicaniformes: pelicanos, atobás, fragatas, biguás

Pelecaniformes é uma ordem de aves constituída por seis famílias e 67 espécies. O


grupo está distribuído por todo o globo e habita sobretudo regiões costeiras marinhas e
perto de grandes lagos ou estuários. São aves aquáticas de médio a grande porte que se
caracterizam por patas onde todos os quatro dedos se encontram unidos por uma membrana
interdigital. A plumagem tem coloração muito diversa de acordo com a espécie e varia
entre negra e branca. O pescoço é comprido na maioria das espécies e as patas são
curtas. O bico é bastante longo e em muitos casos termina num gancho.A maioria das

61
espécies está especialmente adaptada para a pesca de peixes, cefalópodes
e crustáceos a partir do vôo. Não apresentam dimorfismo sexual (ou
seja,machos e fêmeas são aparentemente iguais) e vivem habitualmente em
Zoologia Geral e
Comparada II
grupos, reproduzindo-se em colônias numerosas. Durante a época de
reprodução a cor das patas e do saco torna-se mais intensa. Os ninhos são
feitos no chão e a incubação leva entre 20 a 55 dias de acordo com a espécie.

- Ciconiformes: garça, cegonha, flamingo

Ciconiiformes é uma ordem de aves de médio a grande porte com distribuição mundial.
O grupo habita preferencialmente zonas costeiras, ou perto de lagos, rios ou estuários, mas
inclui também aves terrestres. Alguns exemplos de ciconiformes são a cegonha, as garças
e o íbis. As aves ciconiformes têm habitualmente patas longas e sem penas e pescoço
comprido. A forma do bico varia de acordo com os hábitos alimentares entre direito, encurvado
ou espatulado. As patas terminam em quatro dedos, dispostos como três para a frente e um
para trás, sem membrana interdigital. As asas são grandes e alongadas. As cores da
plumagem são bastante variáveis de acordo com a espécie.Os ciconiformes vivem
normalmente em grupos, que se reproduzem em colônias, mas que emitem pouca ou mesmo
nenhuma vocalização. Todas as formas de comunicação fazem-se através de exibições
rituais que podem ser muito elaborados. Os juvenis nascem indefesos e requerem o cuidado
parental de pelo menos um dos progenitores para sobreviver.Estas aves alimentam-se à
base de peixe, crustáceos ou insetos. Os ciconiformes não se alimentam por filtração, ao
contrário dos flamingos, nem mergulham na água, o que os separa de outros grupos de
aves aquáticas como os Anseriformes ou Gaviiformes.

- Anseriformes: pato, ganso, cisne

Anseriformes é uma ordem de aves aquáticas que contém 161 espécies, incluem
animais como o pato, o ganso e o cisne e têm distribuição cosmopolita. As aves anseriformes
habitam zonas aquáticas continentais como lagos, pântanos, rios e estuários, no entanto
algumas espécies mudam-se para habitats marinhos durante a época de reprodução. São
aves de médio a grande porte que medem entre 30 a 180 cm de envergadura e pesam
entre 200 gramas e 20 kg. A plumagem destas aves é muito variada, sendo algumas espécies
monocromáticas enquanto que outras bastante coloridas. Estas aves têm membranas
interdigitais nas patas, numa adaptação ao meio aquático. Os anseriformes são aves
onívoras que se alimentam de folhas, frutos e raízes de plantas terrestres e aquáticas, mas
também de insetos e larvas e pequenos crustáceos. Muitas das espécies de anseriformes
são migratórias.

- Falconiformes: urubu, falcão, águia, abutre, gavião.

A ordem Falconiformes é um grupo de cerca de 300 espécies que inclui as aves de


rapina diurnas. A ordem caracteriza-se pelas suas adaptações a predação, como um bico
curvo e garras afiadas. Enquanto animais diurnos, estas aves têm normalmente um sentido
da visão bastante apurado. Os falconiformes têm uma espectativa de vida média muito alta
para as aves e levam muito tempo a atingir a maturidade sexual. Em geral a fêmea é maior
do que o macho e fica no ninho para proteger os filhotes. Muitas espécies estabelecem
relações monogâmicas.

62
- Galiformes: codornizes, faisão, peru, galinha, perdiz.

Galliformes é uma ordem de aves muito diversa que integra 70 gêneros e cerca de
250 espécies, conhecidas geralmente como aves galináceas. O grupo inclui animais
domésticos como a galinha ou o peru e espécies caçadoras como as perdizes e faisões.
As aves galiformes têm distribuição mundial e ocupam uma enorme variedade de habitats.Os
galináceos são aves de pequeno a médio porte, pesando entre cerca de 250 kg até 10 kg,
robustas e com asas pequenas e arredondadas. A sua plumagem é bastante variada. Muitas
espécies apresentam ornamentação na cabeça, que pode incluir papos e cristas coloridas.
O dimorfismo sexual é comum e em algumas espécies pode ser extremo. O tamanho e tipo
de cauda é também bastante diverso no grupo, variando entre a quase inexistência a cerca
de um metro de comprimento no caso do pavão.
As estratégias de reprodução dos galiformes são bastante variadas e adaptadas
aos ecossistemas ocupados por cada espécie. Os galináceos podem ser tanto migratórios
como sedentários, solitários ou gregários (vivem em grupos). Em espécies que vivem
socialmente, os grupos mostram uma estrutura social hierarquizada.
Os galináceos são aves onívoras, que se alimentam pequenos invertebrados e
material vegetal. Em nível ecológico, têm importância como dispersores de sementes e
fonte de alimento para diversos grupos de predadores, como aves de rapina, serpentes, e
carnívoros de pequeno porte. As espécies domesticadas de galináceos são de enorme
importância econômica como fonte de carne e ovos para consumo humano.

- Columbiformes: pombo.

Columbiformes é uma ordem de aves que inclui os pombos e rolas, assim como os
extintos dodós. Apresentam distribuição cosmopolita (por todo o mundo). Possuem cabeça
pequena e redonda, bico fraco (na base é coberto pela “cera”), corpo pesado, plumagem
cheia e macia (rica em pó), glândula uropigiana, em geral, ausente, pernas e dedos moles
e hábitos arborícolas. Alimentam-se de grãos (granívoros) e frutas (frugívoros) sendo por
isso importantes dispersores de sementes. Ambos os sexos são responsáveis por cuidar
das crias e produzem o “leite de papo” (secreção rica em gorduras e proteínas, produzidas
pelo epitélio do papo). Habitam regiões campestres, beneficiados pelo desmatamento e
expansão das culturas. Podem causar grandes prejuízos a plantações. O pombo doméstico
(Columba livia domestica) é uma espécie introduzida e causa estragos nas cidades.

Você sabia?
O pombo-correio é fruto de cruzamentos entre raças
belgas e inglesas, efetuados na segunda metade do século XIX.
Foi seleccionado para apurar duas características
principais:

- o sentido de orientação
- robustez física
-vivacidade
- velocidade – chega a percorrer 700 a 1.000 km/dia, a mais de
90 km/hora.
- penas abundantes e brilhantes
- rabo sempre pregueado
- pescoço, fortemente implantado, muito erguido.
- grande resistência à fadiga
- peso médio - machos entre 425 e 525 g, fêmeas cerca de 480 g

63
A Aprendizagem

Zoologia Geral e A aprendizagem do pombo-correio começa a partir


Comparada II do seu nascimento, e tem como principais objetivos:

- Promover a ligação ao pombal


- Proporcionar a preparação, para que, quando solto, regresse ao
seu pombal com rapidez e segurança.
A capacidade que têm em regressar ao pombal manifesta-se tanto nos
machos como nas fêmeas, através de um treino cuidadoso:
- borrachos com 25 dias que já se alimentam por si - separação dos pais
(designada pelos columbófilos por “desmame”)
- borrachos com três meses de idade e mais de um mês de vôos livres -
começarem os vôos de reconhecimento em grupo nos arredores
- depois do primeiro vôo - aumentar, progressivamente, as distâncias a
40, 75, 100, 150 km (borrachos em grupo)
- segundo ano - os “pombos de ano” voam até 500 km, ou mais, começando
com treinos progressivos, até alcançar a distância desejada.
- pombos adultos de mais de 3 anos – podem entrar nos grandes
concursos de fundo

Orientação

Os pombos correio são


transportados a grandes distâncias e
quando soltos retornam invariavelmente ao
seu pombal de origem.
As hipóteses mais aceitas para explicar este
fenômeno, são as que consideram a conjugação
de vários fatores:

- a posição do sol
- o campo magnético terrestre
- o olfato
- a memória espacial
Esta capacidade de orientação permanece ainda pouco conhecida pelos
cientistas.

- Psitaciformes: papagaios, periquitos, araras

Psittaciformes é uma Ordem de aves que inclui cerca de 350 espécies agrupadas
em duas famílias: Psittacidae (papagaios, araras e piriquitos) e Cacatuidae (cacatuas).Os
psitacídeos caracterizam-se pelo bico encurvado, com a mandíbula superior recurvada sobre
a inferior. Esta forma de bico é uma adaptação à alimentação à base de sementes e frutos.
Estas aves são normalmente muito coloridas e algumas espécies são capazes de aprender
a reproduzir sons de fala humana. As cacatuas são muito semelhantes aos papagaios (família
Psittacidae) no seu bico curvo e morfologia dos pés (dois dedos para a frente, dois para
trás). Como características distintivas, as cacatuas apresentam uma crista móvel e plumagem
de cores simples. Apresentam distribuição geográfica restrita à Austrália e ilhas vizinhas.
Há cerca de 20 espécies de cacatua.

64
- Strigiformes: corujas

As corujas e os mochos são caçadoras eficientes, usando sobretudo seus olhos


extremamente aguçados e movimentos rápidos. Além disso a coruja é extremamente atenta
ao ambiente podendo girar sua cabeça em até 270° e voar silenciosamente devido a penas
especiais muito macias e numerosas que compõem suas asas. Alimenta-se de pequenos
vertebrados,principalmente ratos. A coruja é uma ave noturna e suas características fazem
dela um dos caçadores mais sofisticados do mundo.

- Piciformes: pica-paus, tucanos

Piciformes é uma ordem de aves que inclui animais de médias dimensões que
habitam o meio arbóreo. O grupo tem cerca de 400 espécies, divididas em seis famílias e
inclui o tucano, cuitelão e o pica-pau.

- Passeriformes: passarinhos (cotovias, andorinhas, pardais, etc)

Os passerídeos (ou vulgarmente pássaros) são bastante numerosos e diversificados,


com cerca de 5,400 espécies o que representa metade do total de aves. Geralmente, os
passerídeos são aves de pequenas dimensões, cantoras, com alimentação baseada em
sementes, frutos e pequenos invertebrados.

- Casuariformes: casuares e emus

O emu vive principalmente nas planícies semi-áridas da parte oriental da Austrália.


Depois do avestruz, ele é a maior espécie viva de ave. Não consegue voar, mas é um
corredor de primeira, capaz de manter uma velocidade de cerca de 50 quilômetros por hora
durante um certo tempo. Os emus vagueiam pelos campos em grupos de três a seis, formando
pares na estação do acasalamento, que vai de fevereiro a abril. O ninho é um simples
buraco no chão, ao pé de uma árvore, revestindo de capim e folhas. O macho choca os
ovos durante dois meses e continua a cobri-los por vários dias. O pai ainda toma conta dos
filhotes por algum tempo, embora estes logo se tornem capazes de se alimentarem e se
cuidarem por si mesmos.
O Casuar tem na testa uma crista óssea protuberante, de aspecto estranho e
aparentemente sem utilidade. A cabeça e o pescoço são azuis, com barbelas (dobras de
gordura) vermelhas no pescoço. Esconde-se de dia em arbustos cerrados e, em geral, sai
à noite. Atravessa com rapidez as moitas mais densas, rompendo os galhos com as asas,
que tem penas muito resistentes. Chega a saltar quase 1 m e nada bem.

- Gruiformes: saracuras, galinhas-dágua

Gruiformes é uma ordem de aves que engloba 11 famílias de características muito


distintas, estão distribuídas por toda a Terra, exceto na Antártida e algumas ilhas oceânicas.
Habitam zonas de todos os climas e habitats diversos, desde zonas áridas ou desérticas
até áreas banhadas por lagos ou rios. A maioria das espécies é terrestre, mas existem
também exemplos de gruiformes arborícolas.

65
- Caradriformes: aves aquáticas (pernaltas, maçaricos,
gaivotas, trinta-réis)

Zoologia Geral e Aves de médio e grande porte muito diversificada. A maioria dos seus
Comparada II membros vive nas zonas costeiras e correspondem, de modo geral, às aves
marinhas, embora também ocorram em florestas e desertos.

- Cuculiformes: cucos, anus

Cuculiformes é uma ordem de aves com três famílias, que inclui os animais conhecidos
como cucos. De uma forma geral, a aves cuculiformes são de pequeno a médio porte, bico
curto e arqueado e patas curtas. As espécies do grupo não apresentam dimorfismo sexual
e alimentam-se sobretudo de insetos e outros pequenos invertebrados. As estratégias de
reprodução variam bastante, desde o assalto de ninhos alheios (típico dos cucos) à incubação
normal das posturas. O grupo tem distribuição global, mas vive sobretudo em climas tropicais
a temperados.

- Tinamiformes: inambus, codornas

Os tinamídeos são aves que se alimentam predominantemente de sementes.


Diferentemente da maioria das aves, a incubação e o trato dos filhotes são tarefas exclusivas
dos machos. Outra constante é a dominância do sexo feminino e a monogamia. Cabe às
fêmeas definir territórios, mantê-los, atrair e competir pelos machos que as fecundarão e,
feita a postura, chocarão seus ovos e cuidarão de sua descendência. Existem
aproximadamente 45 espécies de tinamídeos, divididos em 9 gêneros, conhecido, a maioria,
como codornas ou inhambus.

- Gaviiformes: gavia, mergulhões

Gaviiformes é uma ordem de aves que contem apenas a família Gaviidae, o gênero
Gavia e as suas cinco espécies. Estas aves aquáticas habitam sobretudo lagos de água
doce e rios, podendo deslocar-se para zonas costeiras durante a época de reprodução. A
sua distribuição geográfica está limitada ao Norte da Europa e América do Norte.
Exteriormente, assemelham-se a patos, a sua plumagem é preta, branca e cinzenta,
e em algumas espécies apresenta padrões reticulados muito complexos. O bico tem forma
de lança. Outra diferença importante é a estrutura óssea, bastante densa quando comparada
com outras aves. Alimentam-se de peixes, moluscos e crustáceos, que caçam debaixo d”
água em mergulhos. São excelentes nadadoras mas deslocam-se em terra com grande
dificuldade. As suas asas estão bem adaptadas ao vôo e podem percorrer longas distâncias
pelo ar. No entanto a fase de descolagem e aterragem é complicada e requer, como nos
aviões, uma “pista” sobre a água de algumas centenas de metros. É a ave nacional do
Canadá e está representada nas moedas de 1 dólar canadense.

- Caprimulgiformes: bacuraus, curiangos

São animais conhecidos como noitibó e bacurau. Enquanto grupo, estão


representados em todos os continentes, exceto na Nova Zelândia, regiões polares e maioria
das ilhas oceânicas. As famílias têm distribuição mais limitada. A maior diversidade do
grupo encontra-se em regiões tropicais e semi-tropicais.

66
Os caprimulgiformes são aves exclusivamente noturnas. Têm o bico muito pequeno
e cabeça quadrada, com olhos muito grandes e adaptados à visão com pouca luz. As patas
e pés são pequenos e frágeis. As asas são relativamente grandes e alongadas e adaptadas
a um vôo rápido e silencioso. O formato da cauda, de comprimento médio a longo, varia
conforme a espécie. A plumagem é bastante diversa dentro do grupo, mas é normalmente
escura. Os caprimulgiformes alimentam-se exclusivamente de insetos, que caçam durante
o vôo, e representam um papel importante no controle das populações das suas presas.

- Podicipediformes: mergulhões, pescaparas

O grupo está presente em todos os continentes, exceto nas regiões polares e a


maioria das ilhas oceânicas. Os podicipediformes são aves de médio porte, sobretudo
aquáticas que habitam zonas de água doce como estuários, lagos e rios. A plumagem é
geralmente castanha ou cinzenta, sendo a zona ventral mais clara. O dimorfismo sexual, se
presente, ocorre apenas na época de reprodução. O pescoço é alongado e termina numa
cabeça arredondada com bico curto, por vezes encurvado. O corpo é estreito, com as patas
localizadas quase na zona terminal, uma adaptação à natação e ao mergulho que torna
estas aves bastante desajeitadas em terra. As asas são curtas, porém fortes e permitem
vôo durante longas distâncias; algumas espécies são migratórias.
Os mergulhões alimentam-se de peixes, insectos, moluscos e crustáceos, que caçam
durante os mergulhos. São aves solitárias, mas formam casais durante a época de
reprodução ou grandes grupos nas épocas de migração.

- Apodiformes: andorinhões, beija-flores

Apodiformes é uma ordem de aves de pequeno porte, caracterizadas pelo bico longo
e asas afiladas. Estes animais têm um metabolismo muito acelerado, asas muito longas,
músculos de vôo muito desenvolvidos, penas secundárias curtas, 10 penas caudais, pés
muito pequenos com garras recurvadas. A ordem é dividida em três famílias: Apodidae
(andorinhão, gaivão), Hemiprocnidae e Trochilidae (colibri, beija-flor).

- Procelariiformes: albatrozes, procelárias

Procellariiformes (do Latim procella, tempestade) é uma ordem de aves marinhas


de hábitos pelágicos, ou seja, que habitam o oceano aberto. Estas aves caracterizam-se
por terem as narinas inclusas em tubos situados no bico, que é normalmente longo e
encurvado na ponta. Esta adaptação permite-lhes expulsar do corpo o sal adquirido por
ingestão de água do mar. Os procelariformes têm asas compridas e estreitas, o que lhes dá
uma forma aerodinâmica e minimiza a energia gasta durante os seus longos vôos. A sua
plumagem é normalmente branca, podendo apresentar tons de cinzento ou preto. Os
procelariformes têm os dedos dos pés unidos por membranas interdigitais, estando o dedo
posterior ausente ou pouco desenvolvido. Estas aves alimentam-se no mar alto de
cefalópodes e pequenos peixes.

- Coliiformes: coliídeos

Coliiformes é uma ordem de aves, que representada atualmente pela família Coliidae
e suas três espécies, classifcadas em dois gêneros. O grupo inclui os rabos de junco, aves
de pequeno porte, nativas de África, caracterizadas por uma cauda longa e pela morfologia

67
das patas traseiras. Os coliiformes distinguem-se das restantes aves pela
capacidade de inverter a orientação do primeiro e quarto dedo.

Zoologia Geral e - Trongoniformes: surucuás


Comparada II
Trogoniformes é uma ordem de aves com 39 espécies pertencentes
apenas a uma única família, Trogonidae. O grupo habita preferencialmente as
florestas tropicais da América Central e do Sul. No Brasil, estas aves são
chamadas de surucuá. As aves trogoniformes têm geralmente um bico curto e encurvado e
patas também curtas. Os dedos têm uma distribuição distintiva do grupo, estando o primeiro
e o segundo dirigidos para a frente enquanto que o terceiro e quarto apontam para trás. As
asas são curtas e arredondadas e embora sejam bem adaptadas ao vôo, estas aves não
têm o hábito de voar grandes distâncias e preferem saltitar de árvore em árvore. A plumagem
é bastante colorida e varia conforme a espécie entre tons de verde, azul, rosa e/ou encarnado
com brilho metálico. Os trogoniformes apresentam dimorfismo sexual, tendo as fêmeas um
padrão de cores semelhante ao machos, embora muito menos exuberante.Estas aves
alimentam-se de insectos e outros pequenos invertebrados, por vezes de frutos.

- Coraciiformes: martins-pescadores, barrancolis, poupas, rolieiros

Coraciiformes é uma ordem de aves de médio a grande porte com onze famílias
oriundas da África e da Europa.
As aves coraciformes têm em geral um bico robusto e colorido, geralmente vermelho
ou amarelo. As pernas são curtas e terminam em patas pequenas mas fortes. A plumagem
é bastante variável de acordo com a família, assim como a presença ou ausência de
dimorfismo sexual. As asas arredondadas e curtas são especialmente adaptadas ao vôo
curto. A cauda varia entre dimensões médias a muito grandes. Os coraciformes são aves
geralmente arborícolas que preferem climas tropicais.


1
[ ] Agora é hora de
TRABALHAR

______________________________________________________________________________________________________________________________
Por que se acredita que as aves surgiram a partir dos
dinossauros? Quais as evidências? _______________________________________________________________
_______________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________ 3
2 Explique como se acredita que surgiu a capacidade
de voar nas aves primitivas (Archaeopteryx).
Fale sobre as teorias que explicam a origem do vôo _______________________________________________________________
das aves, enfatizando as falhas de cada uma delas. ______________________________________________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________________________________

68
_______________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________ _______________________________________________________________

4 6
Quais as adaptações das aves relacionadas a sua A maioria das aves tem hábitos diurnos, pode voar e
capacidade de vôo? possui olfato pouco desenvolvido. Considerando as
_______________________________________________________________ aves que estudamos, responda:
______________________________________________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________________________________________ a) Que tipo de ave mais se distancia dessas características
gerais?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________

5 _______________________________________________________________
_______________________________________________________________
Quais as funções das penas? Explique qual o papel b) Quais são suas características mais marcantes?
delas no vôo. _______________________________________________________________
_______________________________________________________________ _______________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________

69
Zoologia Geral e MAMÍFEROS E O HOMEM
Comparada II

CONTEÚDO 1 – CARACTERÍSTICAS E DIVERSIDADE DOS


MAMÍFEROS

Introdução ao Grupo dos Mamíferos

Os mamíferos formam o grupo mais evoluído e mais conhecido dos cordados.


Juntamente com os artrópodes, dominam completamente os ambientes terrestres atuais,
embora também tenham colonizado o ar e a água. Contudo, a diversidade de suas espécies
é menor que a dos outros grupos de vertebrados como aves (cerca de 9.000 espécies),
répteis (cerca de 6.800 espécies) e anfíbios (cerca de 4.900 espécies). Este grupo inclui os
maiores vertebrados viventes, aquáticos e terrestres. A baleia azul, por exemplo, é o maior
animal da atualidade e pesa cerca de 120 toneladas. Além disso, nenhum outro grupo de
vertebrados apresenta formas tão diferenciadas como, por exemplo, uma baleia e um
morcego ou uma topeira e uma girafa.
Todos (com raras exceções) apresentam o corpo coberto de pêlos, alimentam as
crias com leite produzido pelas glândulas mamárias (o que deu o nome à classe) e têm
temperatura interna constante. Os cuidados com a prole são os mais desenvolvidos do
reino animal e atingem o seu clímax com a espécie humana. São, ainda, extremamente
adaptáveis, modificando o seu comportamento de acordo com as condições do meio. Alguns
grupos, principalmente primatas, formam sociedades muito complexas.
Os antepassados dos mamíferos foram um grupo de répteis designados terapsídeos.
Estes animais eram pequenos carnívoros ativos e viveram no período Triássico (225 milhões
de anos atrás). Além de importantes diferenças em nível do crânio, os terapsídeos
desenvolveram um esqueleto mais leve e flexível, com os membros alinhados por baixo do
corpo, tornando-os mais ágeis e rápidos.
A transição de réptil para mamífero terminou há cerca de 195 milhões de anos,
coincidindo com a ascensão dos dinossauros, ameaçando os recém-formados mamíferos
de extinção. No entanto, a sua capacidade de controlar a temperatura interna talvez explique
porque os mamíferos sobreviveram ao arrefecimento global do fim do Mesozóico.

Classificação dos Mamíferos

A classe Mammalia é dividida em três subclasses: Prototheria


(monotremados), Metatheria (marsupiais) e Eutheria (placentários).

Os monotremados são os mamíferos mais primitivos que existem. Eles botam ovos
e não possuem dentes na idade adulta. O nome do grupo, Monotremata, refere-se à presença
de uma abertura única para eliminação das fezes e dos produtos urinários e genitais (a
cloaca). Seus representantes mais conhecidos são os ornintorrincos e as équidnas, ambos
vivem na Austrália e na Tasmânia e as équidnas são encontradas também na Nova guiné.

70
As fêmeas carregam os ovos numa bolsa de pele ventral ou os mantêm aquecidos em um
ninho (donde nasce um minúsculo embrião que se desloca para a bolsa). Diferentemente
dos outros mamíferos, elas não possuem mamilos e os filhotes se alimentam do leite que
escorre pelos pêlos da barriga da mãe. O ornitorrinco é uma espécie subaquática com pés
palmados, pêlos curtos e um bico semelhante ao do pato, usado para cavar o lodo à procura
de invertebrados de corpo mole. As garras foram mantidas e são usadas para cavar longos
túneis nos bancos lamacentos. As équidnas têm grandes garras, um focinho longo adaptado
para ingerir formigas e muitos dos seus pêlos são modificados em espinhos.
Os marsupiais são caracterizados pela presença de uma bolsa de pele (marsúpio)
no ventre das fêmeas. Os exemplares mais conhecidos deste grupo são os cangurus da
Austrália e os gambás da América do Sul. Diferentemente dos monotremados, nos quais o
desenvolvimento embrionário ocorre fora do corpo da mãe, os marsupiais iniciam o
desenvolvimento embrionário no interior do útero materno. Aí se alimentam de substâncias
armazenadas no ovo e de líquidos nutritivos produzidos pela parede uterina. Após algumas
semanas, o embrião ainda imaturo nasce, agarra-se nos pêlos da mãe e se desloca até o
marsúpio, onde completa o seu desenvolvimento. Muitas vezes o período de vida dentro da
bolsa é maior que o período de gestação. No interior do marsúpio estão localizados os
mamilos, onde desembocam as glândulas mamárias, que nutrem os filhotes. As fêmeas
possuem um sistema reprodutor “duplo”, com dois úteros e duas vaginas laterais. As crias
nascem através de um canal de nascimento central independente, que se forma antes de
cada parto, podendo ou não permanecer aberto. Por esse motivo, em algumas espécies o
pênis do macho é bifurcado.
Os placentários são mamíferos nos quais o embrião completa todo seu
desenvolvimento no interior do útero materno, ao qual se liga por meio da placenta. Através
da placenta o embrião recebe nutrientes e gás oxigênio do sangue da mãe e elimina gás
carbônico e excreções.
Os mamíferos placentários nascem num estágio mais maduro, mas esta maturidade
é derivada do considerável dispêndio de energia materna. Uma mãe placentária tem que
carregar seus embriões até o seu nascimento relativamente tardio, mesmo que alimento ou
outras condições ambientais não estejam favoráveis. Se necessário, durante o período de
lactação, o filhote poderá ser abandonado, mas assim haverá uma perda dos consideráveis
esforços reprodutivos da mãe. Os filhotes dos marsupiais são menos desenvolvidos e talvez
mais vulneráveis no momento do seu nascimento prematuro, mas pouca reserva materna é
investida nele. A vida da mãe dificilmente é afetada por eles. Se as reservas ambientais
forem escassas, o filhote dentro da bolsa pode ser facilmente abortado e a mãe terá perdido
poucos esforços reprodutivos. Ela terá maiores chances de sobreviver e reproduzir-se
novamente. No entanto, os placentários são os maiores grupos de mamíferos, dominando
totalmente a classe e os habitats terrestres atuais.

Características da Classe

Pele coberta de pêlos

Os pêlos têm uma variedade de funções, incluindo a camuflagem, a comunicação e


a sensação por meio das vibrissas (bigodes), que crescem sobre o focinho ou ao redor dos
olhos e possuem receptores tácteis associados. Características importantes da pelagem
dos mamíferos são seu crescimento, sua substituição, sua cor e sua mobilidade. Um pêlo é
composto de queratina, e ele cresce a partir de uma invaginação profunda na epiderme,
chamada folículo piloso. Os pêlos são sempre mudados periodicamente (cada pêlo é
mudado individualmente, formando-se um novo a partir do mesmo folículo). A cor do pêlo

71
depende da qualidade e quantidade de melanina injetada, no pêlo em
formação, por células especiais que estão na base do folículo piloso, chamadas
melanócitos.
Zoologia Geral e A pele é formada por duas camadas principais: epiderme, mais externa,
Comparada II e derme, mais interna. Nesta camada mais interna estão presentes as glândulas
(estruturas secretoras) que podem ser mamárias, sebáceas, sudoríparas e
odoríferas. As glândulas mamárias produzem o leite necessário para a
alimentação dos filhotes e são funcionais apenas nas fêmeas. As glândulas
sebáceas são encontradas em toda a superfície do corpo e produzem uma secreção oleosa
que lubrifica e impermeabiliza o pêlo e a pele. As odoríferas apresentam uma distribuição
restrita na maioria dos mamíferos, e suas secreções são utilizadas na comunicação química
entre os animais. A marcação por odor é utilizada para indicar a identidade do animal e
para definir territórios. Já as glândulas sudoríparas auxiliam a regulação da temperatura e a
excreção de sais. Abaixo da derme, com os vasos sanguíneos que alimentam a epiderme e
nervos sensoriais, existe uma camada de gordura subcutânea mais ou menos espessa,
dependendo do habitat do animal.
Alguns apêndices tegumentares estão envolvidos na locomoção, nas ofensivas e na
defesa. São estruturas como as garras, unhas e cascos (que crescem permanentemente a
partir da base para compensar o desgaste), bem como chifres e cornos (com centro ósseo
e permanentes) e armações (caem anualmente). O corno do rinoceronte é um caso particular
destas estruturas, pois apesar de não cair anualmente é composto por um emaranhado
denso de pêlos.

Esqueleto

Os mamíferos possuem um esqueleto desenvolvido, totalmente ossificado,


permanecendo cartilagem apenas nas zonas articulares, sendo composto por:

1) Crânio — protege o cérebro e pode ter um volume muito grande,


apresenta uma arcada onde se alojam poderosos músculos, o que permite
movimentos complexos como a mastigação (capacidade exclusiva da classe).
A mandíbula inferior é formada por apenas um osso - dentário - ligado
diretamente ao resto do crânio (noutros vertebrados essa ligação é sempre
indireta, existindo pelo menos um outro osso a fazer a ligação), e onde se
implantam dentes em alvéolos.
2) Coluna vertebral — eixo formado por peças articuladas chamadas
vértebras, que protegem a medula espinhal;
3) Costelas — formam a caixa torácica, muito eficiente nos movimentos
respiratórios, que protege os pulmões e o coração;
4) Ossos — formam as duas extremidades anteriores e as duas posteriores.
Tais extremidades podem estar adaptadas a várias funções, como correr, cavar,
voar ou nadar.

Extremidades

Quatro patas (exceto cetáceos, onde não existem membros posteriores) com 5 dedos
(ou menos) com garras, unhas, cascos ou almofadas carnudas e adaptadas variadamente
a andar, correr, trepar, cavar, nadar ou voar. A marcha quadrúpede é a mais comum, mas
existem muitas espécies bípedes, como os cangurus ou o Homem.
As extremidades localizam-se por baixo do corpo e não para o lado como nos répteis,
o que não só sustenta melhor o peso do corpo mas também permite maior velocidade e

72
reflexos. A velocidade está igualmente associada á flexibilidade da coluna vertebral (chita,
por exemplo, acrescenta cerca de 30 Km/h à sua velocidade máxima devido ao efeito de
mola da sua coluna) e ao aumento do comprimento da zona inferior dos membros (gazelas,
por exemplo).

Órgãos dos Sentidos e Cérebro

O olfato da maioria dos mamíferos é bastante apurado provavelmente devido ao seu


comportamento primariamente noturno. Os primatas, no entanto, possuem olfação pouco
desenvolvida uma vez que possuem hábitos diurnos. E nas baleias este sentido é reduzido
ou ausente, em associação com sua vida aquática.
Os mamíferos evoluíram como animais noturnos, e a sensitividade visual (formação
de imagens sob pouca luz) era mais importante do que a acuidade (formação de imagens
precisas). Assim, possuem retina formada por células que apresentam uma grande
sensibilidade à luz, mas são relativamente fracas para uma visão acurada. Os olhos com
pálpebras móveis.
Os ouvidos possuem pavilhão auditivo externo carnudo e móvel que ajuda a
determinar a direção do som, sua acuidade auditiva é maior do que nos demais tetrápodes.
O ouvido médio contém uma série de três ossos (estribo, martelo e bigorna), em vez de um
único osso. Os mamíferos aquáticos utilizam sistemas inteiramente distintos para ouvir sob
a água, tendo perdido ou reduzido suas orelhas externas.

Sistema Nervoso

O cérebro dos mamíferos possui muitas circunvoluções ou dobras, que aumentam a


superfície do órgão e o número de células nervosas. Por esta razão, os mamíferos
desenvolveram um comportamento complexo, com alto grau de coordenação em todas as
atividades, aprendizagem e memória retentiva. Isso pode ser percebido em atitudes como
as estratégias de caça, o cuidado com os filhotes, a adaptação a qualquer ambiente e os
diferentes sistemas de comunicação estabelecidos entre os indivíduos da mesma espécie.
Os mamíferos são considerados animais inteligentes, embora a inteligência seja
difícil de definir. Geralmente considera-se indicador de inteligência a capacidade de
aprendizagem associada à flexibilidade de comportamento. Estas capacidades permitem
solucionar problemas relacionados com a invasão de novos habitats e de captura de presas,
por exemplo.

Sistema Digestivo

Boca, separada da cavidade nasal pelo palato duro, com língua móvel e dentes
grandes e diferenciados, em relação aos hábitos alimentares.

a) Os dentes
Os mamíferos apresentam uma grande variedade de dentes com funções específicas. Os incisivos
são planos e servem para cortar; os caninos são pontiagudos e são usados para desgarrar a carne. Os
molares são largos e com protuberâncias e servem para esmagar e triturar o alimento. O número e o tipo de
dentes variam de acordo com a alimentação de cada espécie. Os carnívoros possuem os caninos e os
molares muito desenvolvidos; os herbívoros não têm caninos, já que não precisam deles para cortar o
pasto.
A maioria dos mamíferos possui dois conjuntos de dentição em suas vidas (diodonte). O primeiro
conjunto, os dentes de leite, consiste somente de incisivos, caninos e pré-molares. A dentição adulta
permanente consiste no segundo conjunto de dentes originais, com adição de molares. Os últimos molares
dos humanos são conhecidos como dentes do siso (ou do juízo), pois eles aparecem na idade que
supostamente atingimos a maturidade – final da adolescência.

73
Sistema Respiratório

Exclusivamente pulmonar, laringe com cordas vocais (exceto girafas).


Zoologia Geral e O coração e pulmões são separados da cavidade abdominal pelo diafragma
Comparada II muscular completo.

Sistema Circulatório

Nos mamíferos, a circulação do sangue percorre um duplo circuito. No primeiro, entre


o coração e os pulmões, o sangue é oxigenado. No segundo, entre o coração e os tecidos,
o sangue perde aos poucos o oxigênio. O coração está dividido em quatro cavidades: dois
átrios e dois ventrículos. Desta forma, o sangue oxigenado não se mistura com o sangue
rico em gás carbônico, o que aumenta o rendimento do animal. Os glóbulos vermelhos são
bicôncavos e anucleados.

Sistema Excretor

Rins metanéfricos; formados por unidades filtradoras chamadas néfrons. O néfron


termina em uma espécie de taca, denominada cápsula de Bowman, que remove as
excreções diretamente do sangue.

Regulação de Temperatura

Tal como as aves, os mamíferos são endotérmicos ou homeotérmicos, o que lhes


permite permanecer ativos mesmo a temperaturas muito elevadas ou muito baixas. Este
fato justifica a sua larga distribuição em todos os tipos de habitats, mais vasta que qualquer
outro animal (exceto as aves).
Uma zona do cérebro - hipotálamo - controla a temperatura do corpo, procedendo
aos ajustamentos necessários. A temperatura do corpo pode ser alterada aumentando ou
diminuindo o metabolismo, dilatando ou estreitando os vasos sanguíneos que irrigam a
pele, elevando ou baixando os pêlos de modo a que se forme ou não uma camada de ar
isoladora, tremendo ou transpirando. A temperatura também pode ser controlada com a
ajuda de comportamentos, como deitar-se ao sol ou em tocas frescas a certas horas do dia
e de coloração da superfície do corpo: os animais de regiões frias são escuros (cor absorve
calor) e os de regiões quentes são claros (cor reflete o calor). No entanto tal pode entrar em
conflito com a necessidade de camuflagem, os ursos polares, por exemplo, vivem em regiões
frias e têm a pelagem clara.

Reprodução

Os mamíferos têm reprodução sexuada e dividem-se em três grandes grupos em


relação à reprodução: monotremados, marsupiais e placentários (discutido anteriormente).
Contudo, todos apresentam sexos separados, a fecundação é interna e as crias são
alimentadas com leite secretado pelas glândulas mamárias da fêmea. O leite produzido
pelas fêmeas de mamífero é muito rico em gorduras e proteínas, o que o torna altamente
nutritivo, mas fornece igualmente anticorpos que ajudam o juvenil a desenvolver-se saudável.
Dado que os jovens não necessitam de procurar o seu próprio alimento nas primeiras
semanas, permite um início de vida mais seguro que nos outros grupos de vertebrados. As
ninhadas podem ter até 20 crias ou apenas uma, com períodos de gestação de apenas 12
dias (bandicute, um tipo de marsupial onívoro) até 22 meses (elefante africano). Os machos

74
apresentam órgão copulador (pênis) e os testículos estão geralmente num escroto externo
ao abdômen.

Principais Grupos de Mamíferos

As principais ordens de mamíferos placentários e algumas de suas características


são:

Chiroptera (morcegos)

São os únicos mamíferos voadores, devido à transformação de seus membros


anteriores em asas. Essa ordem possui atualmente quase 1.000 espécies, representando
cerca de um quarto de toda a fauna de mamíferos do mundo. Esta ordem encontra-se dividida
em duas subordens: Megachiroptera e Microchiroptera. A subordem Megachiroptera está
restrita ao Velho Mundo (África, Ásia e Oceania). Nesta subordem encontram-se os maiores
morcegos do planeta, conhecidos popularmente como “raposas voadoras”, podendo alcançar
até 2 metros de envergadura. A subordem Microchiroptera ocorre no Novo Mundo (as
Américas). Geralmente são menores, podendo medir de 10 a 80 cm de envergadura. Os
microquirópteros dependem de um sistema de orientação noturna mais eficiente do que a
visão dos megaquirópteros. No Brasil, existem aproximadamente 140 espécies de
morcegos. Eles podem ser divididos em diferentes grupos de acordo com os hábitos
alimentares:

Insetívoros
Alimentam-se de mosquitos, mariposas, besouros, baratas e outros insetos,
capturando-os em pleno vôo. São os únicos predadores eficientes de insetos noturnos,
desempenhando um importante papel no controle das populações destes insetos.

Polinívoros/Nectarívoros
Alimentam-se de néctar, pólen e, às vezes, de parte florais. São responsáveis
pela polinização de diversas espécies de plantas como: pequi, ingá, cuietê, unha-de-
vaca, imbiriçu, dedaleira, merindiba, alguns maracujás e muitas outras.
Dessa maneira, a sua atividade é muito importante na manutenção
dos complexos ecossistemas tropicais.

Frugívoros
Alimentam-se basicamente de frutas. São os mais
eficientes dispersores de sementes, pois chegam a
transportar aproximadamente 500 sementes de plantas
típicas de florestas. Sendo assim, estes morcegos são
importantes para a regeneração de hábitats fragmentados.

Carnívoros
Alimentam-se de peixes, rãs, camundongos, aves e outros
morcegos. São importantes no controle das populações de pequenos
vertebrados, inclusive de pequenos morcegos.

Piscívoros
Alimentam principalmente de peixes, mas inclui também em sua dieta crustáceos
e insetos. Fazem o controle da população de pequenos peixes.

Hematófagos
Alimentam exclusivamente de sangue. Ao contrário do que a maioria das pessoas
pensa os morcegos-vampiros não chupam o sangue (fazendo dois furinhos na vítima),
mas sim usam os dentes incisivos para fazer um corte (parecido com uma raspagem)

75
na pele do animal e usam a língua dobrada, em forma de tubo, para lamberem
o sangue até se saciarem. A saliva tem um anticoagulante muito eficiente.
Zoologia Geral e Nos ecossistemas naturais, os morcegos hematófagos auxiliam no controle
Comparada II das populações de vertebrados herbívoros. Esse controle populacional ocorre
não somente pela sangria que os animais sofrem, mas também por
transmissão de doenças, como a raiva.

Primata

Ordem da qual fazemos parte, e estão também incluídos os micos, macacos, gorilas,
chimpanzés, orangotangos, lêmures e babuínos, vulgarmente chamados símios. O cérebro
é bastante desenvolvido, visão binocular, mãos e pés com cinco dedos (primeiro dedo, ou
polegar, geralmente oponível aos demais). Alguns macacos têm os polegares apenas nos
seus pés e não nas mãos.

Carnivora

Alimentam-se de carne, os dentes caninos e incisivos são afiados e desenvolvidos.


Ex: cães,lobos, gatos,leões, tigres, onças, hienas, focas, leões-marinhos, etc.

Proboscidea

É uma ordem de mamíferos placentários, à qual pertencem os elefantes, que se


caracteriza pela presença de um nariz e lábio superior transformados em tromba e dentes
incisivos superiores desenvolvidos (presas de marfim). São animais herbívoros de grandes
dimensões, embora em algumas zonas isoladas, como na Ilha de Malta, desenvolveram-se
espécies anãs. A ordem foi mais diversificada durante o Cenozóico e contou com cerca de
170 espécies ao longo do registo fóssil, incluíndo animais agora extintos como o mamute.

Sirenia

São mamíferos marinhos herbívoros, de que faz parte o peixe-boi ou vaca-marinha.


Estes animais passam toda a sua vida na água e, para isso, têm várias adaptações como:
membros anteriores transformados em nadadeiras; membros posteriores reduzidos a um
pelvis vestigial; e a cauda é alargada e achatada horizontalmente, formando um “remo”.
Algumas espécies atingem grande tamanho, pesando mais de uma tonelada. Os
lábios são grandes e móveis, cobertos de cerdas rijas. As narinas estão localizadas na
parte superior do focinho e fecham-se com válvulas. Os olhos não têm pálpebras, mas podem
fechar-se por um mecanismo que funciona como um esfíncter. Os ossos são mais densos
que o da maioria dos mamíferos, tornando-os mais pesados, o que facilita a sua posição na
água.
Os sirênios parecem ter um antepassado em comum com os elefantes. Conhecem-
se fósseis deste grupo desde o Eoceno (há 20-30 milhões de anos) ,como o do gênero
Prorastomus, mas, nessa altura já as famílias atuais estavam estabelecidas; pensa-se, por
isso, que a sua origem tenha sido anterior a essa época. São herbívoros e sociais, podendo
formar grandes grupos.

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Perissodactyla

É o grupo de mamíferos terrestres ungulados com um número ímpar de dedos (um


ou três) nas patas, caminham sobre o casco (unha) do terceiro dedo, os demais dedos são
reduzidos ou ausentes. O dedo médio é sempre maior que os outros e por ele passa o eixo
do pé. Inclui os rinocerontes, as antas, os cavalos e as zebras.
Os perissodátilos têm um estômago simples, ao contrário dos artiodátilos, que o têm
dividido em várias câmaras, e o seu ceco é grande e com divertículos, onde se dá uma
parte da digestão bacteriana da celulose.

Artiodactyla

Essa ordem inclui os mamíferos ungulados com um número par de dedos nas patas,
guarnecidos por cascos. É um grupo muito variado, com cerca de 220 espécies descritas,
que incluem muitos animais com grande importância econômica para o homem, como bois,
cabras, camelos, hipopótamos, porcos, lhamas, girafas, carneiros, entre outros.
Há espécies nativas de artiodátilos de todos os continentes, exceto da Austrália e
Antártida. A maioria vive em habitats terrestres, incluindo savanas, montanhas e florestas,
mas com um grupo semi-aquático, o dos hipopótamos. A maioria são herbívoros – e nesta
ordem se encontram os ruminantes, com o seu aparelho digestivo especializado -, mas
alguns são onívoros, como o porco. Entre estes animais se encontram alguns dos mamíferos
mais rápidos.

Cetacea

São mamíferos marinhos cujos membros anteriores foram transformados em


nadadeiras, membros posteriores ausentes, cauda desenvolvida utilizada para nadar. O
nome da ordem deriva do grego ketos que significa monstro marinho. Os cetáceos estão
divididos em duas sub-ordens:

· As baleias sem dentes (subordem Mysticeti) são caracterizadas pelas barbas de baleia,
que são estruturas parecidas com peneiras localizadas na parte superior da boca e são feitas de
queratina. As baleias utilizam as “barbas” para filtrar plâncton da água. Elas compreendem as
maiores espécies de animais.
· As baleias com dentes (subordem Odontoceti) têm dentes e se alimentam de peixes e
lulas. Uma habilidade notável deste grupo é a de localizar a suas presas por ecolocalização.

Os golfinhos também fazem parte desta ordem.

Orca
Orcinus orca

A orca é, por vezes, denominada injustamente “Baleia-


assassina”, devido aos seus hábitos alimentares, que incluem
pinípedes (focas, morsas e leões marinhos) e outros cetáceos,
entre os quais, ocasionalmente, grandes baleias como a baleia-
azul e a baleia-comum. No entanto, esta espécie, como qualquer
outro cetáceo, mata as suas presas para se alimentar e,
portanto, não pode ser qualificada como “assassina”.

77
As orcas são os maiores representantes da Família
Delphinidae, que inclui outras espécies como os golfinhos-
pintados, roazes, moleiros, etc. As suas características
Zoologia Geral e particulares tornam esta espécie de fácil identificação. Os
Comparada II padrões de branco na parte inferior e a mancha branca
acima dos olhos, assim como o dorso negro e a cabeça
cónica são característicos desta espécie.
O dimorfismo sexual, ou seja, a diferença na forma
do corpo entre machos e fêmeas, é bastante evidente no
tamanho desproporcional que a barbatana dorsal atinge nos
machos adultos, podendo chegar a medir quase 2m de altura.
Nas fêmeas, a barbatana dorsal nunca cresce tanto. O tamanho
é outra diferença bastante evidente entre o sexos nesta
espécie. Os machos adultos medem em média 9,5m e podem
pesar cerca de 8 toneladas, enquanto que as fêmeas são
bastante menores, tendo em média 5,6m e pesando
4 toneladas.
As orcas são cosmopolitas, isto é, podem
ser encontradas em todos os oceanos e, em
alguns casos as populações são residentes,
mantendo-se fieis a uma área restrita de
ocupação.
Além de outros mamíferos
marinhos, as orcas predam grandes
peixes como atuns e salmões,
utilizando meios de caça cooperativa. A
sua estrutura social é bem organizada e
complexa, e sendo animais gregários formam
grupos que podem ter algumas dezenas de
animais.
As crias nascem com 208 a 220 cm pesando 180kg, após
uma gestação de 11 a 12 meses, e dependem da mãe por mais
de um ano. O período entre gestações é muito variável e pode
ser de 3 ou3,5 anos ou até 8,3 anos. A maturidade sexual é
atingida aos 15 ou 16 anos nos adultos e 8 a 10 anos nas
fêmeas.
Esta espécie não é muito frequente nos Açores, mas
ocasionalmente podem ser vistos grupos que ficam por curtos
períodos nas imediações das ilhas.

(http://www.horta.uac.pt/species/Cetacea/textos_especies/Odontocetes/Oor.htm)

Rodentia

Os roedores possuem dois pares de dentes incisivos adaptados para roer.. Ela é a
ordem mais numerosa dentre os mamíferos, contendo mais de 2000 espécies, o que
corresponde a cerca de 40% das espécies da Classe Mammalia. A maior parte são de
pequenas proporções, o camundongo-pigmeu Africano tem 6 cm de comprimento e pesa 7

78
g. Por outro lado, o maior deles, a capivara, pode pesar até 45 kg. Acredita-se que o extinto
Phoberomys pattersoni teria pesado 700 kg. Roedores são encontrados em grande número
em todos os continentes, exceto a Antártida, na maioria das ilhas e em todos os hábitats,
com exceção dos oceanos. Juntamente com os morcegos (Chiroptera), foram os únicos
mamíferos placentários a colonizar a Austrália independentemente da introdução humana.
Ex: marmotas, ratos,camundongos, cobaias,porcos-espinhos, capivaras.
Ecologicamente são muito diversos. Algumas espécies passam a vida inteira no
dossel (região formada pela copa das árvores) das florestas, outras raramente deixam o
chão. Algumas espécies apresentam um hábito marcadamente aquático, enquanto outras
são altamente especializadas para o ambiente desértico. Muitas são em certa medida
onívoras, assim como outras têm uma dieta bem específica, comendo, por exemplo, algumas
espécies de fungos ou invertebrados.
No entanto, todos compartilham uma característica: uma dentição altamente
especializada para roer. Todos os roedores possuem um par de incisivos na arcada dentária
superior e inferior seguidos por um espaço, o diastema, e por um ou mais molares e pré-
molares. Nenhum roedor possui mais de quatro incisivos e nenhum roedor possui caninos.
Seus incisivos não têm raiz e crescem continuamente. As superfícies anterior e laterais são
cobertas de esmalte, enquanto a posterior tem a dentina exposta. No ato de roer, os incisivos
se atritam, desgastando a dentina, o que mantém os dentes bastante afiados. Esse sistema
de “afiamento” é muito eficiente e é uma das chaves do enorme sucesso dos roedores.
Esses animais são importantes em muitos ecossistemas porque se reproduzem
rapidamente, servindo de alimento para predadores, são dispersores de sementes e vetores
de doenças. Humanos usam roedores para testes laboratoriais, na alimentação e para
obtenção de sua pele.
Alguns grupos são comumente confundidos com roedores e erroneamente inclusos
entre eles: Chiroptera (morcegos), Insectivora (toupeiras), Lagomorpha (coelhos, lebres).

Lagomorfa

Também possuem dois pares de dentes incisivos adaptados para roer e além disso,
um par adicional de incisivos superiores pequenos, atrás do primeiro par. Ex: coelhos e
lebres.

Você sabia?
Páscoa

As origens do Termo

A Páscoa é uma das datas comemorativas


mais importantes entre as culturas ocidentais.
A origem desta comemoração remonta muitos
séculos atrás. O termo “Páscoa” tem uma origem
religiosa que vem do latim Pascae. Na Grécia
Antiga, este termo também é encontrado como
Paska. Porém, sua origem mais remota é entre
os hebreus, onde aparece o termo Pesach, cujo
significado é passagem.

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Entre as Civilizações Antigas

Historiadores encontraram informações que levam a


Zoologia Geral e concluir que uma festa de passagem era comemorada entre
Comparada II povos europeus há milhares de anos atrás. Principalmente
na região do Mediterrâneo, algumas sociedades, entre elas
a grega, festejavam a passagem do inverno para a
primavera, durante o mês de março. Geralmente, esta festa
era realizada na primeira lua cheia da época das flores. Entre os
povos da antiguidade, o fim do inverno e o começo da primavera
era de extrema importância, pois estava ligado a maiores chances
de sobrevivência em função do rigoroso inverno que castigava a
Europa, dificultando a produção de alimentos.

A Páscoa Judaica

Entre os judeus, esta data assume um significado muito


importante, pois marca o êxodo deste povo do Egito,
por volta de 1250 a.C, onde foram aprisionados
pelos faraós durantes vários anos. Esta história
encontra-se no Velho Testamento da Bíblia,
no livro Êxodo. A Páscoa Judaica também
está relacionada com a passagem dos
hebreus pelo Mar Vermelho, onde
liderados por Moises, fugiram do Egito.
Nesta data, os judeus fazem e comem
o matzá (pão sem fermento) para lembrar a
rápida fuga do Egito, quando não sobrou tempo
para fermentar o pão.

A Páscoa entre os Cristãos

Entre os primeiros cristãos, esta data celebrava a


ressurreição de Jesus Cristo (quando, após a morte, sua alma
voltou a se unir ao seu corpo). O festejo era realizado no domingo
seguinte a lua cheia posterior al equinócio da Primavera (21 de
março).
Entre os cristãos, a semana anterior à Páscoa é considerada
como Semana Santa. Esta semana tem início no Domingo de Ramos
que marca a entrada de Jesus na cidade de Jerusalém.

A História do Coelhinho da Páscoa e os Ovos

A figura do coelho está simbolicamente relacionada à esta


data comemorativa, pois este animal representa a fertilidade. O
coelho se reproduz rapidamente e em grandes quantidades. Entre
os povos da antiguidade, a fertilidade era sinônimo de preservação
da espécie e melhores condições de vida, numa época onde o
índice de mortalidade era altíssimo. No Egito Antigo, por exemplo,
o coelho representava o nascimento e a esperança de novas vidas.

80
Mas o que a reprodução tem a ver com os significados
religiosos da Páscoa? Tanto no significado judeu quanto no
cristão, esta data relaciona-se com a esperança de uma vida
nova. Já os ovos de Páscoa (de chocolate, enfeites, jóias),
também estão neste contexto da fertilidade e da vida.A figura
do coelho da Páscoa foi trazido para a América pelos
imigrantes alemães, entre o final do século XVII e início do
XVIII.

CONTEÚDO 2 – TAMANHO CORPÓREO, ECOLOGIA E VIDA


SOCIAL DOS MAMÍFEROS

Tamanho Corpóreo

Os mamíferos apresentam grande diversidade por ser um grupo que colonizou todos
os ambientes da terra (terrestre, aéreo e aquático) seja em temperaturas muito baixas ou
elevadas. O tamanho do corpo é uma característica que varia muito entre os grupos de
mamíferos indo desde animais muito pequenos, como os camundongos, que podem medir
5 cm de comprimento e pesar alguns gramas, até animais muito grandes como as baleias
que podem alcançar 30 m de comprimento, sendo o maior mamífero conhecido. O tamanho
do corpo pode influenciar na vida social e nos hábitos alimentares. Entre os antílopes
africanos, por exemplo, as espécies pequenas geralmente vivem solitárias ou aos pares e
escondem-se dos predadores. Eles utilizam alimentos mais nutritivos e energéticos, pois
ingerem uma quantidade menor de alimentos devido ao seu pequeno tamanho.
Diferentemente, as espécies grandes vivem em bandos numerosos e se defendem em
grupo para intimidar os predadores, podem se alimentar de componentes com baixo teor
nutritivo e ingeri-los em grande quantidade para compensar.

Vida Social e Ecologia

Todos os animais têm que encontrar um lugar para viver, obter alimentos, evitar ser
comido e reproduzir-se. Eles têm que desenvolver estas atividades de forma a perpetuarem
a espécie e, ao mesmo tempo, não interferindo com outras espécies com as quais interagem
e dependem em muitos aspectos. Dessa forma, os animais precisam interagir favoravelmente
com outros da mesma espécie e com outras espécies com as quais têm que conviver.
Um fator principal na determinação da estrutura social de uma espécie é a distribuição
no hábitat dos recursos necessários a sua sobrevivência. Em um ambiente no qual os
recursos são limitados demais para permitir que mais de um indivíduo habite a área, há
pouca chance que se desenvolvam agrupamentos sociais.
A maioria dos animais possui uma área domiciliar, isto é, uma área dentro da qual
gasta a maior parte do tempo e encontra o alimento e abrigo que precisa. As áreas
domiciliares não são defendidas contra invasões de outros indivíduos (uma área defendida
é chamada de território). A área domiciliar é importante, pois permite maior familiarização
do indivíduo com o ambiente, facilitando assim a localização de alimento e abrigo. O tamanho
da área domiciliar de um indivíduo depende das suas necessidades quanto aos recursos e
da distribuição dos recursos no ambiente. Por exemplo, indivíduos que precisam de grandes
quantidades de alimento devem possuir áreas domiciliares maiores que indivíduos que
necessitam de menos alimentos.

81
Comportamento Social

Um grupo social é uma associação de indivíduos da mesma espécie


Zoologia Geral e que se agruparam devido a algumas vantagens mútuas e são mantidos juntos
Comparada II através de uma troca de sinais. Os mamíferos comunicam ativamente entre
si, seja por meio de odores produzidos pelas glândulas odoríferas (localizadas
na face, patas ou virilhas), urina ou fezes, ou por posições do corpo, expressões
faciais, tato e ruído, que podem formar mensagens complexas. As vantagens
comuns são a redução na predação ou um aumento na eficiência na busca do alimento. Um
leão solitário, por exemplo, pode pegar uma zebra aproximadamente 15% das vezes, mas
um grupo de cinco leões é capaz de abater uma zebra em 40% das tentativas; a zebra
fornece alimento para satisfação de muitos dias. Quando as zebras migram os leões têm
de predar as gazelas, que são menores, e alimentam apenas um leão por um ou dois dias.
Nesse caso, os leões caçam individualmente.
Os grupos sociais também apresentam desvantagens. A competição dentro do grupo
por alimento, parceiros e outros recursos em geral é maior. As vantagens devem superar as
desvantagens para que o grupo possa ser formado.
A socialização tem início logo após o nascimento através de sinais entre progenitores
e crias, continuando na juventude com a interação entre crias (brincadeiras). Algumas
espécies apenas interagem para acasalar, mas a grande maioria forma grupos, permanentes
ou temporários.
Em algumas espécies, como as focas ou os elefantes, os sexos vivem separados a
maior parte do ano, vivendo os machos isolados ou em pequenos grupos de solteiros. Nesse
caso, a concorrência para acasalar é feroz, sendo os machos melhor sucedidos os maiores,
mais fortes e melhor equipados (hastes, chifres ou presas).Outras espécies, como as zebras,
formam pequenos haréns com um único macho, sendo os restantes expulsos para grupos
de solteiros, a não ser que vençam o macho dominante em combate, roubando-lhe as
fêmeas.
O tipo de grupo social mais complexo é formado por vários machos e várias fêmeas,
e, quase sem exceção, é reservado a primatas e carnívoros sociais. Nos primatas formam-
se geralmente uma hierarquia em permanente mudança, sendo os machos de posição mais
elevada os primeiros a acasalar. Nos leões, os machos (geralmente irmãos) colaboram na
defesa das fêmeas, não competindo pelo acasalamento. Nos lobos, as alcatéias ou matilhas
são formadas por um casal alfa, o único que acasala e pelos filhos de anos anteriores, que
em vez de formarem novas alcatéias permanecem e ajudam a criar os irmãos mais novos.
Como em todos os aspectos, também na caça e na exploração os mamíferos estão
no topo do reino animal. Certas espécies foram, e são perseguidas implacavelmente, quer
por serem “nocivas”, quer pela beleza das suas plumagens ou por apresentarem presas
imponentes, encontrando-se à beira da extinção.

CONTEÚDO 3 – EVOLUÇÃO DOS PRIMATAS E O SURGIMENTO


DOS HUMANOS

A ordem Primata é dividida em duas subordens: Prosimii (do grego pro, antes + do
latim símia, macaco) que compreende cinco famílias de primatas pequenos, na sua maioria
arborícolas do Velho Mundo e Anthropoidea (do grego anthropos, homem + oeides,
semelhantes) em que se incluem a família dos hominídeos e a dos pongídeos, esta com
importantes espécies atuais (gorila, chimpanzé, orangotango e gibão).
Os macacos antropóides denominados pongídeos diferenciaram-se no Mioceno, há
cerca de 25 milhões de anos. Como os fósseis dessa época não revelam estruturas tão

82
especializadas quanto à das espécies vivas atuais, que têm braços longos e pernas curtas,
há quem os suponha antecessores dos hominídeos, hipótese que ainda se discute. Para
alguns cientistas, os dentes já muito especializados que se observam em alguns fósseis de
antropóides não poderiam ter evoluído para a dentadura humana.
De qualquer forma, considerando-se que a evolução atravessa incontáveis
gerações até modificar de maneira perceptível determinadas características, é muito difícil
traçar um paralelo entre tipos pongídeos e hominídeos, devido à carência de fósseis
disponíveis: a maior parte são dentes e fragmentos de crânios nem sempre satisfatoriamente
preservados para mostrarem as adaptações em que as respectivas espécies se
distinguiriam claramente.
Na evolução do gênero humano é possível distinguir três etapas principais. Na
primeira, certas espécies de antropóides adaptaram-se ao meio; na segunda, o Homo
erectus fabricou utensílios e ferramentas, passo decisivo para o aparecimento, na terceira,
do Homo sapiens, que, por sua capacidade intelectual, dominou o habitat.
Os hominídeos constituíram uma família da ordem dos primatas cuja única espécie
atual é o homem (Homo sapiens sapiens). Os fósseis indicam a existência, no gênero Homo,
das espécies extintas H. habilis (“homem habilidoso”) e H. erectus (“homem ereto”), das
subespécies de H. sapiens de Neandertal e de Cro-Magnon e, em épocas mais remotas,
de antecessores de outros gêneros, o Ramapithecus e o Australopithecus.
Os primatas experimentaram um processo de adaptação que começou no paleoceno,
há cerca de 65 milhões de anos. Muitos constituíram linhas evolutivas que perduraram e, no
conjunto, distinguiram-se os que podem ser considerados ancestrais do gênero humano.
Assim, durante o mioceno e o início do plioceno, num intervalo de tempo de 18,4 milhões de
anos que terminou há 5,3 milhões de anos, diferençaram-se os hominídeos, família de
antropoídeos dotada de muitas peculiaridades evolutivas que a caracterizavam dentro de
sua ordem.
Em 1932 o paleontólogo inglês G. E. Lewis descobriu nas colinas de Siwalik, na
Índia, restos de mandíbulas e dentes de um primata que apresentava caracteres evolutivos
diferenciadores. O Ramapithecus, nome que lhe foi dado, foi considerado o elo entre os
antropóides e os hominídeos evoluídos, mas algumas teorias discordam da afirmação e
associam esse gênero à evolução do orangotango.
Em 1924, ao ser dinamitada uma pedreira em Taung, na África do Sul, encontrou-se
por acaso um pequeno crânio com alguns traços do chimpanzé, embora prevalecessem
outras características que apontavam uma clara linha de hominização. Esse fóssil, o
Australopithecus africanus, conhecido como Baby Dart, em virtude dos estudos que lhe
dedicou o paleontólogo inglês Raymond Arthur Dart, não possuía viseira frontal, própria dos
macacos antropóides, tinha uma capacidade craniana de 500cm3 (que, na idade adulta,
teriam chegado a 600 ou 700cm3) e uma dentadura com apenas dois caracteres gorilóides,
nenhum próprio do chimpanzé e vinte comuns com o homem. Pouco depois, Dart encontrou
outros restos adultos semelhantes, com pelve de características 95% humanas, a que deu o
nome de Australopithecus prometheus. Achou nas imediações restos de fogo, assim como
pedras talhadas esferoidais que indicavam a fabricação de alguns instrumentos. As várias
espécies de Australopithecus de que já se encontraram fósseis persuasivos incluem, além
de A. africanus, A. robustus, A. boisei e A. afarensis, esta a mais remota já estudada, com
cerca de três milhões e meio de anos, e descoberta em 1974.
Apesar da aparência simiesca, o Australopithecus, cuja ocorrência alguns situam
entre oito e pouco menos de dois milhões de anos atrás, é sem dúvida o mais antigo gênero
conhecido de hominídeos. Descobertas posteriores permitiram estabelecer duas
ramificações: um mais robusto, vegetariano, que se manteve nas florestas; e outro mais
frágil, pequeno e atarracado, bípede, ereto e onívoro, que vivia em terreno aberto e

83
relativamente seco. Alguns especialistas atribuem as diferenças de porte à
hipótese de serem fósseis de machos e fêmeas, e outros incluem o ramo
mais frágil no gênero Homo.
Zoologia Geral e Em 1960 descobriram-se em Olduvai Gorge, na Tanzânia, uma
Comparada II mandíbula infantil com os parietais, uma clavícula e alguns ossos da mão e do
pé, rodeados de objetos de pedra. Embora tais restos estivessem num nível
de solo inferior ao de fósseis do Australopithecus robustus, seus traços
anatômicos levaram à sua classificação dentro de uma nova espécie, mais
evoluída: a do Homo habilis, assim denominado em 1964 por L. S. B. Leakey. Os espécimes
mais recentes de H. habilis têm aproximadamente dois milhões de anos.
Em consonância com as teorias de Darwin, o naturalista alemão Ernst Haeckel já
afirmava que certamente existiria um ser metade macaco (pithecos) e metade homem
(anthropos). Em 1891, o cientista holandês Eugène Dubois procurou e achou em Trinil, na
ilha de Java, o tipo que denominou Pithecanthropus erectus. Era um ser totalmente bípede,
com capacidade craniana de 900 cm3, quase o dobro da de seu ancestral, o Australopithecus,
mas com a fronte, as órbitas e as mandíbulas semelhantes às dos macacos antropóides. A
antiga denominação, que compreendia também o chamado homem de Pequim, foi
substituída pela de H. erectus. Mais tarde se localizaram outros fósseis semelhantes a esse
na Europa (homem de Heidelberg) e na África (Atlanthropus). Tais variedades da espécie
genericamente H. erectus tiveram, segundo as diversas hipóteses paleontológicas, um
período de duração variável, entre 1,6 milhão a 130.000 anos atrás.


1
[ ] Agora é hora de
TRABALHAR

Quais os principais grupos que podemos classificar da água seus olhos e ouvidos fecham. Ele cavoca a lama
com seu bico, à procura de comida. O bico não é ósseo,
os mamíferos? E qual a principal diferença entre eles? mas coberto por uma membrana sensível. Alimenta-se
_______________________________________________________________ de girinos, crustáceos, vermes e peixinhos. Embora
______________________________________________________________________________________________________________________________ passe a maior do tempo na água, o ornitorrinco cava
______________________________________________________________________________________________________________________________ sua toca na margem. A fêmea cava uma toca de até 1,80
m de comprimento, onde choca seus ovos. Ela
_______________________________________________________________ amamenta os filhotes durante quatro meses. Os filhotes
têm menos de 2,5 cm ao nascer, e chegam a 30 cm de
Ornitorrinco comprimento antes de serem desmamados.
Qual é o animal que tem quatro patas e um bico?
Lúcia Helena Salvetti De Cicco

É uma verdadeira charada ambulante. Tem quatro patas, CARACTERÍRSTICAS:


um bico e dentes quando é pequeno. É peludo, mas as Comprimento do macho: 40 cm, mais 13 cm de
patas dianteiras são como asas. As traseiras têm cauda. Esporões nas patas traseiras.
esporões venenosos. Bota ovos, choca-os e depois Período de incubação: 10 dias
amamenta os filhotes. É o ornitorrinco. Durante um Ovos: 2 ou 3 de cada vez
século após sua descoberta, os cientistas quebraram Maturidade: 1 ano
a cabeça pensando em um modo de classificá-lo como Tempo de Vida: 15 anos
um mamífero numa ordem especial, a dos http://www.saudeanimal.com.br/curio9.htm
Monotremados. O ornitorrinco vive na Austrália e na
Tasmâmia, às margens dos rios e banhados.
Tem patas palmadas e por isso é um bom nadador,
capaz de ficar debaixo da água por cinco minutos. Dentro

84
Baseado no texto responda:

2 5
Cite as características do ornitorrinco que permitem O que nós, humanos, temos em comum com os outros
classificá-lo como um mamífero. primatas?
_______________________________________________________________ _______________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________ _______________________________________________________________

3 6
Durante o desenvolvimento embrionário das aves, o Explique como e porque os mamíferos formam grupos
embrião é nutrido graças à grande quantidade de vitelo sociais.
presente no ovo. Já nos mamíferos o ovo é pobre em _______________________________________________________________
vitelo. Como a grande maioria dos embriões de ______________________________________________________________________________________________________________________________
mamíferos consegue obter os nutrientes necessários ______________________________________________________________________________________________________________________________
para seu desenvolvimento? ______________________________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________________________________________
4 ______________________________________________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________________________________________
Quais as características que diferenciam os humanos ______________________________________________________________________________________________________________________________
dos outros primatas? ______________________________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________________________________

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Zoologia Geral e
Atividade
Comparada II
Orientada

Etapa 1
Coleta de Arthropoda (equipe).

Parte I

Partindo da grande diversidade de forma que os Arthropda apresentam, realize uma


coleta de representantes desse filo, de modo que sejam demonstrados os padrões de cada
uma das classes do filo.

Atenção!
Sigam as orientações do roteiro de coleta aplicado na disciplina
Zoologia Geral e Comparada I

Parte II

Realizada a coleta, identificação e fixação dos organismos as equipes deverão montar


um quadro comparativo, agrupando os animais de acordo com as seguintes características:

· Divisões do corpo
· Número de patas
· Número de antenas
· Hábito
· Habitat (ambiente onde foram coletados)
· Classe
· Ordem (se possível)

Etapa 2
Elaboração de um Jogo Didático (atividade lúdica)

Em equipe, os alunos, nessa etapa, deverão elaborar uma atividade lúdica que
envolva a caracterização dos representantes dos seguintes filos e suas respectivas classes:

86
· Peixes Apoda
Ósseos · Répteis
Cartilaginosos Squamata
· Anfíbios Crocodilia
Anuros Chelonia
Caudata · Aves

É importante que as equipes reúnam, anteriormente, as informações sobre os filos e


suas respectivas classes para que durante a atividade orientada seja apenas confeccionado
o jogo. Lembrem-se, cada equipe deverá montar um jogo diferente. Algumas sugestões:

Perguntas e respostas (tipo Jogo do milhão)


Bingo de animais
Dominó
Caça palavras
Quebra cabeças

É fundamental que essa atividade seja planejada para ser aplicada em turmas de
ensino fundamental e médio. É preciso que haja uma adequação a essas realidades
educacionais para que os objetivos de caracterizar e identificar os filos sejam alcançados.

Etapa 3
Preservação da fauna brasileira de mamíferos

Usando o texto anexo: Conservação de mamíferos


no Brasil, as equipes deverão planejar,
apresentar e discutir estratégias voltadas
para a conservação de mamíferos da fauna
brasileira. Após a leitura do texto e
sistematização deste conhecimento elabore
uma Campanha Educativa direcionada a
preservação da biodiversidade de mamíferos.
Lembre-se que esta campanha deverá ser
apresentada para a sua comunidade, seja
escolar ou extra-classe.

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Zoologia Geral e
Comparada II

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Comparada II

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Comparada II

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Comparada II

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Comparada II

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Zoologia Geral e
Glossário
Comparada II

BLASTÔMERO: uma das primeiras células formadas pela divisão do ovo.

CHARCO: Um charco, ou charca, é uma massa de água de dimensões inferiores à


de um lago.

CLIVAGEM HOLOBLÁSTICA: a segmentação envolve todo o ovo.

COANAS: um funil, especialmente a abertura entre as fossas nasais e a faringe (ou


boca).

ESTIGMAS: aberturas externas para o sistema traqueal ou respiratório dos insetos.

GLÂNDULA UROPIGIAL: glândula que fica perto da cloaca e que produz uma secreção
oleosa capaz de tornar as penas impermeáveis.

GLÂNDULAS HEDÔNICAS: glândulas que estão presentes nos machos das


salamandras e servem para produzir substâncias que atraem as fêmeas durante o período de
reprodução.

HARÉNS: grupo de fêmeas de uma espécie animal destinada a um único macho.

INVÓLUCRO: aquilo que cobre, que envolve; envoltório; cobertura; revestimento.

METAMÉRICOS: animais que possuem anéis formando o seu corpo; vermes ou


artrópodes.

MONOGÂMICA: reprodução que ocorre em algumas espécies de aves onde os machos


possuem apenas uma parceira. Exemplo: Jacutinga – ave encontrada na Floresta Atlântica.

PALATO DURO: céu da boca; teto da cavidade bucal.

PARAPÓDIOS: projeção muscular lateral, provida de muitas cerdas, característica


dos poliquetas, classe dos anelídeos.

PROTOSTÔMIOS: animais que possuem o tubo digestivo com abertura única

QUILHA: modificação do esterno das aves voadoras

TELOLECÍTICOS: são ovos nos quais a quantidade de vitelo é tão grande que ocupa
quase todo o citoplasma (pólo vegetativo), enquanto que o núcleo ocupa um espaço mínimo na
periferia (pólo animal ou disco germinativo).

VITELO: substâncias nutritivas (gorduras e outras) armazenadas dentro ou com um


ovo para a nutrição do futuro embrião.

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Referências
Bibliográficas

BARNES, R. D. Zoologia dos Invertebrados. Livraria Roca LTDA, 1984.

HICKMAN, C.P.; ROBERTS, L.S.; LARSON, A. Princípios integrados de biologia. Rio de


Janeiro: Guanabara Koogan, 2003. p846.

LOPES, L. BIO – Volume Único. São Paulo: Saraiva, 1994. p559.

PETERSON, R. T. As Aves. Rio de Janeiro: Livraria José Olympio, 1971. p208.

POUG, F. H.; JANIS, C. M. & HEISER, J. B. A vida dos vertebrados. São Paulo: Atheneu,
1999. p699.

PURVES, W. K.VIDA, a Ciência da Biologia. Porto Alegre: Artmed, 2002. p1126.

STORER, T.I.; USINGER, R. L.; STEBBINS, R.C.; NYBAKKEN, J. W. Zoologia geral. São
Paulo: Companhia Editora Nacional, 1984. p816.

VILLEE, C. A.; WALKER, W. F. & BARNES, R. D. Zoologia geral. Rio de Janeiro: Guanabara,
1988.

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Zoologia Geral e
Comparada II

FTC - EaD
Faculdade de Tecnologia e Ciências - Educação a Distância
Democratizando a Educação.
www.ftc.br/ead

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