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Curso: Formação de Docentes da Educação infantil e anos Iniciais do Ensino Fundamental – com
aproveitamento de estudos.
Disciplina: Fundamentos Filosóficos da Educação.
Professor: Otávio Camargo Lobo Neto
Série: 1ª série. Carga Horária Semanal: 2 horas semanais.
PRESSUPOSTOS TEÓRICOS
Desde seu nascimento, a filosofia aparece como modalidade discursiva acerca do sentido
do real. Sua estrutura dialógica se afasta de outras formas de discurso – científicas, religiosas,
míticas e as do senso comum – graças à sua rigorosidade, radicalidade e crítica. Embora
credora do real e de seus fenômenos, a atitude filosófica investiga as essências que subjazem
ao real dado. Nesse sentido, o foco das Filosofias da Educação é justamente a busca do
sentido do educar, bem como dos processos pelos quais é possível o conhecer. O fio de
Ariadne de nossa tradição de pensamento sobre educação tem como acorde fundamental a
pergunta platônica: “É possível ensinar a virtude?”
Deste modo, no primeiro bimestre, a intenção é mostrar o nascimento desta tradição entre
os gregos. Dado que ela nasce em contraposição à insuficiência do discurso (logos) mítico,
nasce, portanto, como uma forma de discurso onde a lógica e a coerência interna do “eu”
reflexivo coloca em questão a mediação poética do mito. Trocando em miúdos, o modelo de
educação (paidéia) para a virtude (areté) repassada pela tradição mítica, não mais se sustenta
diante do pensamento filosófico. A ideia, portanto, é repassar o conceito educativo da Grécia
Arcaica expressa na polaridade da areté “cavalheiresca” homérica e a areté “campesina”
hesiódica. Objetivando a crítica platônica ao modo de expressão poético. Crítica que inicia
nossa tradição de pensamento sobre educação no ocidente exposta na pergunta supracitada.
No segundo bimestre pretende-se mostrar a nova concepção de homem – em detrimento
ao paradigma medieval. As revalorizações da cultura greco-romana bem como os
descobrimentos científicos realizados neste período trouxeram novas questões desconfortáveis
ao modo escolástico de investigação. A passagem à um novo modelo compreende dois
momentos que, embora distintos, são complementares: o Renascimento e o Iluminismo.
No Renascimento, a reflexão sobre educação para um novo mundo foi um dos enfoques
no pensamento de Michel de Montaigne como crítico do paradigma educativo que coloca a
memorização em primeiro plano, ao invés de se educar ao mesmo tempo “a alma e o corpo”.
Para além do campo exclusivamente filosófico, a efervescência cultural do Renascimento gera
em seu seio a Reforma Protestante. Martinho Lutero ao traduzir a bíblia, trouxe a verdade
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revelada para mais perto daquele que crê. O que, além de resultar numa proposta educativa
mais abrangente, pressupõe um novo quadro epistemológico de conteúdos a serem ministrados
às crianças. Em resposta ao pensamento renascentista e ao reformista, a Igreja Católica por
meio dos Jesuítas publica seu Ratio Studiorum, que procura defender não só os dogmas
católicos, mas preservar seu método educativo baseado na memorização e na tradição.
A meio caminho entre Renascimento e Iluminismo, surge a Filosofia Moderna que,
entusiasmada pelo desenvolvimento invulgar das Ciências da Natureza, clamam por um novo
paradigma epistemológico para elas. Assim, as figuras de René Descartes e John Locke
encampam duas posições inconciliáveis. O racionalismo inatista cartesiano e o empirismo
lockiano. Enquanto o primeiro defende que todo o conhecimento surge a partir de ideias inatas
corroboradas pela razão. O segundo, mostra que estas ideias surgem das sensações, ou das
reflexões, ou da combinação entre elas, que correspondem à uma realidade que existe em si e
por si mesma. Assim, o conhecimento só se inicia após a experiência sensível.
O iluminismo, por seu turno, deseja que o homem chegue à sua maioridade. Acentuando o
movimento pela liberdade intelectual do homem. Nesse sentido, dois pensadores se destacam
como avatares desse movimento: Jean-Jacques Rousseau e Immanuel Kant. Rousseau
resgata a relação entre educação e política, perdida desde os gregos. E foca, pela primeira vez,
a educação na criança. Onde a educação não deve tratá-la como um adulto em miniatura, mas
deve centrar a educação na própria vida da criança. Epistemologicamente falando, Kant supera
a contradição entre o cartesianismo e o empirismo lockiano, ao afirmar que algumas ideias
eram inatas – como o espaço e o tempo – e que outras são apresentadas pelos sentidos. A
estas considerações, interpõe Kant a sua preocupação pedagógica uma vez que “o ser humano
é a única criatura que precisa ser educada” ( Kant, 1988, p. 441). Pois segundo ele, o homem
não pode se tornar um verdadeiro homem senão pela educação, sendo o indivíduo aquilo que a
educação o torna. Profundamente influenciado por Rousseau, a pedagogia kantiana também
tem seu foco na criança e no seu modo de ser diante o mundo com vistas à autonomia do
pensar (a maioridade), porém sempre em relação à sociedade que a circunscreve, pois “ À
liberdade de pensar opõe-se em primeiro lugar a coação civil (...) Em segundo lugar, a
liberdade de pensar é também tomada no sentido de que se opõe a toda coação à consciência
moral (...) Em terceiro lugar, a liberdade de pensamento significa que a razão não se submete a
qualquer outra lei senão àquela que dá a si própria”( Kant, 1974, p. 92, 94)
OBJETIVOS DA DISCIPLINA
METODOLOGIA
AVALIAÇÃO
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pessoal, devendo a verificação do aproveitamento escolar incidir sobre o desempenho do
aluno, no mínimo, em três experiências de aprendizagem (debates, seminários, relatórios,
testes de aproveitamento orais e escritos, trabalhos de criação, observações etc.), durante cada
bimestre.
REFERÊNCIAS BÁSICAS