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Histórico
1992: Os moradores de Heliópolis trabalhavam em um programa de
mutirão para a construção de casas na favela. Havia a necessidade de se
organizar e para isso, precisavam de um meio de comunicação. Com
recursos obtidos da ajuda de padres alemães que desenvolviam um trabalho
na região, foi possível comprar um equipamento bastante simples. 08 de
maio de 1992: É criada a “Rádio Popular de Heliópolis”. A programação é
transmitida através de alto falantes “cornetas”, instalados em postes em
dois pontos da comunidade.
27 de agosto de 1997: As velhas cornetas são aposentadas e é criada a rádio
comunitária na Freqüência Modulada 102,3 MHz.
1999: Devido à interferência do sistema nas emissoras comerciais e por
força da lei nº 9.612, a freqüência passa a ser FM 98,3 MHz.
2002: Outra interferência às emissoras comerciais, obrigando a uma nova
mudança de freqüência: FM 97,9 MHz.
2003: Conquista do prêmio: “Ação Social pela Promoção da Cidadania”, da
APCA – Associação Paulista dos Críticos de Arte de São Paulo. Um
reconhecimento à luta pelo direito à comunicação promovida pela Radio
Heliópolis.
2004: A Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) decreta o
fechamento da Rádio Heliópolis, fato que gera grande mobilização da
comunidade. O Governo Federal compromete-se a dar encaminhamento
para a mudança de “Rádio Comunitária” para “Rádio Educativa”.
2006: Mudança de endereço: O estúdio, antes na Rua da Mina, sede da
UNAS, transfere-se para sede própria à Rua Paraíba, 76 – Copa Rio. É
decretado novamente pela Anatel o fechamento da Rádio, porém, por breve
período.
27 de outubro de 2006: É publicada no Diário Oficial a permissão
provisória de funcionamento.
2007: Aberta pelo governo a licitação para funcionamento. Duzentas e
oitenta e oito rádios, entre elas a Rádio Heliópolis, enviam ao Ministério das
Comunicações pedido de licença definitiva para funcionarem como rádios
comunitárias.
13 de março de 2008: É publicada a autorização oficial e definitiva para o
funcionamento da Rádio Heliópolis.
15 de junho de 2009: Por determinação da Anatel e do Ministério das
Comunicações, a Rádio Heliópolis passa a transmitir na freqüência de 87,5
MHz.
Estrutura
A Rádio Heliópolis conta com dois estúdios: um para a produção e gravação de
spots, vinhetas, chamadas, jingles, etc. e outro para a transmissão da programação.
Computadores, impressoras, microfones, amplificadores, mesas de som, etc. fazem
parte do acervo da rádio. Equipamentos adquiridos através de doações e também
por aquisição própria. Modestos na tecnologia, mas suficientemente compatíveis ao
objetivo. A antena tem altura de 30 metros; Potência de transmissão: 25 watts;
Raio de abrangência: pouco mais de 1 km, alcançando quase todo bairro de
Heliópolis (atualmente com um milhão de metros quadrados e cerca de 130 mil
habitantes), além de parte de alguns bairros em torno (Vila Carioca, São João
Clímaco, Vila das Mercês, Sacomã, Ipiranga, Vila Bela, Vila Alpina, etc. Também
parte de São Caetano do Sul, município da grande São Paulo)
Sobre o trabalho
Além de tocar músicas de artistas renomados e sucessos das FM’s, A Rádio
Heliópolis divulga, gratuitamente, grupos musicais e artistas pouco conhecidos (da
comunidade ou não), iniciantes e/ou aqueles que não tem chance (ou dinheiro) de
apresentar seu trabalho em rádios comerciais.
Outras rádios
A Rádio Heliópolis apóia a luta pela legalização de outras rádios comunitárias,
trocando experiências e participando de reuniões e projetos de interação.
Heliópolis
(Fonte de referência: Portal do Ipiranga – matéria de 11/04/2008)
A favela, ou comunidade de Heliópolis (em grego, “Cidade do Sol”), teve origem
em 1971, quando a Prefeitura resolveu desalojar 102 famílias da favela de Vila
Prudente para a construção de um viaduto sobre o rio Tamanduateí e realojá-las
num terreno do extinto IAPAS – Instituto de Administração Financeira da
Previdência e Assistência Social.
Mas os problemas ainda são muitos e a questão das moradias continua sendo
crucial, pois os moradores não conseguem legalizá-las. Muitos dispõem de
documentação inconsistente, outros esbarram na burocracia oficial, pois a própria
documentação do IAPAS sobre o terreno parece ter irregularidades.