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INTRODUÇÃO
A linguagem da música parece ter estado sempre presente na vida dos seres humanos e
dede há muito faz parte da educação de crianças e adultos (ROSA, 2000). Para uma visão
cognitivista, o conhecimento musical se inicia por meio da interação com o ambiente, através de
inicialmente através dos seus próprios sons (choro, grito, risada), sons de objetos e da natureza
(chuva, vento), o que possibilita a criança descobrir que ela faz parte de um mundo chio de
O envolvimento das crianças com o universo sonoro começa ainda antes do nascimento,
pois na faze intra-uterina os bebês já convivem com um ambiente de sons provocados
pelo corpo da mãe, como sangue que flui nas veias, a respiração e a movimentação dos
intestinos. A voz materna também constituí material sonoro especial e referência afetiva
para eles. (BRITO, 2003, p.35)
Portanto, a interação da criança com a música, como podemos observar já se inicia logo
cedo, ouvir música é quase inevitável em nossa paisagem sonora, pois como foi dito, é
interessante observar o reconhecimento dos bebês ao ouvir a voz da mãe, o barulho do pai
chegando do trabalho, das cantigas de ninar para dormir, o barulho dos objetos ao cair, o que
Estando presente a música em nossas vidas, podemos então afirmar que a linguagem
musical surge espontaneamente na criança por meio do contato com o ambiente sonoro da cultura
Segundo Brito (2003), as cantigas de ninar, as canções de roda, as parlendas e todo tipo de
jogo musical têm grande importância, pois é por meio das interações que se estabelecem os
O RCNEI (Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil) afirma que a música
é: [...] uma das formas importantes de expressão humana, o que por si só justifica sua presença no
1998, v 3, p. 45).
Ainda são poucos os trabalho realizados no campo da educação musical para crianças,
pois a música ainda não é vista com uma área de conhecimento que deve estar presente na escola
de forma intencional.
Sobre esse aspecto Stokoe (1997) ressalta que: “consideramos como desenvolvimento
total integrado e harmônico, aquele no qual nenhuma área de conduta deixe de receber atenção
caso da música, favorecido pelo desenvolvimento equilibrado de outras áreas: corpora, social,
emocional.
Nosso estudo pretendeu mostrar que a música faz parte do nosso cotidiano e por
aprendizagem, devendo também ser trabalhada como área de conhecimento, isto é, ser abordada
em suas peculiaridades.
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Sendo assim, é preciso rever o papel da música na Educação Infantil, visto que as crianças
atuação no mundo por meio de linguagens variadas – fala, escrita, faz-de-conta, música, entre
qualitativa sobre música na Educação Infantil. A opção pelo estudo qualitativo deve-se ás
características que esse tipo de investigação apresenta como adequadas à observação e análise da
música como conhecimento a ser trabalhado na Educação Infantil e as principais tendências que
de formação e relatos de prática – que serviram de material e fundamentação para nossa análise.
sobre ensino de Arte e Educação Musical, em livros, revistas e artigos científicos publicados em
sites da internet.
Após a identificação e localização das fontes de pesquisa, foi feita a leitura sistemática do
(MEDEIROS, 2000).
Após a etapa de delineamento do trabalho, foram feitas as escolhas dos teóricos para a
Pontes, entre outros, além do RCNEI (Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil).
música na Educação Infantil, como ela foi abordada dentro das várias concepções de ensino e de
ensino de arte, e como hoje o profissional de Educação Infantil vem atuando nessa área.
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1 – CONCEITUAÇÃO DA MÚSICA
louvor a lideres, como a executada nas procissões reais do antigo Egito e Suméria.
orquestras naquela época. Pitágoras de Sammos, filósofo grego da antiguidade, ensinava como
humano. “Pitágoras demonstrou que seqüência correta de sons, se tocada musicalmente num
2003, p. 31).
Atualmente existem diversas definições para música. Mas, de um modo geral, ela é
considerada ciência ou arte, na medida em que as ralações entre os elementos musicais são
relações matemáticas e físicas; a arte manifesta-se pela escolha dos arranjos e combinações.
Houaiss apud Bréscia (2003, p. 25) conceitua a música como “[...] combinação harmoniosa e
expressiva de sons e como a arte de se exprimir por meio de sons, seguindo regras variáveis
Já Gainza (1988, p. 22) ressalta que: “A música e o som, enquanto energia, estimulam o
• Som: são as vibrações audíveis e regulares de corpos elásticos, que se repetem com a
denominadas ruído.
De acordo com Wilhems apud Gainza (1988, p. 36): “cada um dos aspectos ou elementos
1.1 - Musicalização
desenvolvendo sua noção de esquema corporal, e também permitem a comunicação com o outro.
Weigel (1988) e Barreto (2000) afirmam que atividades podem contribuir de maneira indelével
da seguinte forma:
Dessa forma, quanto maior a riqueza de estímulos que ela receber melhor será seu
desenvolvimento intelectual. Nesse sentido, as experiências rítmico musicais que permitem uma
participação ativa (vendo, ouvindo, tocando) favorecem o desenvolvimento dos sentidos das
crianças.
Ao trabalhar com os sons ela desenvolve sua acuidade auditiva; ao acompanhar gestos ou
dançar ela está trabalhando a coordenação motora e a atenção; ao cantar ou imitar sons ela esta
para que a criança aprimore sua habilidade motora, aprenda a controlar seus músculos e mova-se
com desenvoltura.
porque toda expressão musical ativa age sobre a mente, favorecendo a descarga emocional, a
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Por isso atividades como cantar fazendo gestos, dançar, bater palmas, pés, são
experiências importantes para a criança, pois elas permitem que se desenvolva o senso rítmico, a
escrita.
percebendo-se diferente dos outros e ao mesmo tempo buscando integrar-se com os outros.
Dessa forma a criança vai desenvolvendo o conceito de grupo. Além disso, ao expressar-
se musicalmente em atividades que lhe dêem prazer, ela demonstra seus sentimentos, libera suas
crianças. Mársico (1982) comenta que nos dias atuais as possibilidades de desenvolvimento
auditivo se tornam cada vez mais reduzidas, as principais causas são o predomínio dos estímulos
visuais sobre os auditivos e o excesso de ruídos com que estamos habituados a conviver.
universo sonoro, levando as crianças a ouvir com atenção, analisando, comparando os sons e
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buscando identificar as diferentes fontes sonoras. Isso irá desenvolver sua capacidade auditiva,
passando depois para ambientes diferentes. Por exemplo, o educador pode pedir para que as
crianças fiquem em silêncio e observem os sons ao seu redor, depois elas podem descrever,
desenhar ou imitar o que ouviram. Também podem fazer um passeio pelo pátio da escola para
descobrir novos sons, ou aproveitar um passeio fora da escola e descobrir sons característicos de
cada lugar.
O educador também pode gravar sons e pedir para que as crianças identifiquem cada um,
ou produzir sons sem que elas vejam os objetos utilizados e pedir para que elas os identifiquem,
ou descubram de que material é feito o objeto (metal, plástico, vidro, madeira) ou como o som foi
Assim como são de grande importância as atividades onde se busca localizar a fonte
Para isso o professor pode pedir para que as crianças fiquem de olhos fechados e
indiquem de onde veio o som produzido por ele, ou ainda, o professor pode caminhar entre os
instrumentos.
Mas é mais interessante o uso de jogos musicais, como por exemplo, o Jogo do Grave e
Agudo (baseado no Morto Vivo, só que usa um som agudo para ficar em pé e um grave para
abaixar, o som pode ser produzido por um instrumento, por apitos com alturas diferentes ou pela
voz).
delas se retira da classe enquanto as outras escondem o objeto. A criança que saiu retorna para
procurar o objeto e as outras devem ajudá-la a encontrar produzindo sons com maior intensidade
O som poderá ser produzido com a boca, palmas, ou da forma que acharem melhor. Essa
Para trabalhar a noção de duração o educador pode pedir para que as crianças desenhem o
som. Não é desenhar a fonte sonora, mas sim descrever a impressão que o som causou, se foi
Por fim, para se trabalhar o timbre o educador pode pedir para que uma criança fique de
costas para a turma enquanto estes cantam uma canção, ao sinal do professor todos param de
cantar e apenas uma criança continua, a que estava de costas deve adivinhar quem continuou.
Estas são apenas sugestões, existem diversos outros jogos que podem ser realizados.
Através dessas atividades o educador pode perceber quais os pontos fortes e fracos das
reconhecimento dos sons, podendo assim vir a trabalhar melhor o que está defasado. Bréscia
(2003) ressalta que os jogos musicais podem ser de três tipos, correspondentes às fases do
desenvolvimento infantil:
gesto. A criança pode fazer gestos para produzir sons e expressar-se corporalmente
motricidade.
• Analítico ou de Regras (a partir dos quatro anos) : São jogos que envolvem a
escutar a si mesma e aos outros, esperando sua vez de cantar ou tocar. Ajudam no
A duração das atividades deve variar conforme a idade da criança, dependendo de sua
atenção e interesse. Além disso, vale lembrar que é preciso respeitar a forma de expressão de
cada um, mesmo que venha a parecer repetitivo ou sem sentido. É importante que a criança sinta-
Snyders (1992) comenta que a função mais evidente da escola é preparar os jovens para o
futuro, para a vida adulta e suas responsabilidades. Mas ela pode parecer aos alunos como um
remédio amargo que eles precisam engolir para assegurar, num futuro bastante indeterminado,
A música pode contribuir para tornar esse ambiente mais alegre e favorável à
aprendizagem, afinal “propiciar uma alegria que seja vivida no presente é a dimensão essencial
recompensados por uma alegria que possa ser vivida no momento presente” (SNYDERS, 1992,
p. 14).
Além de contribuir para deixar o ambiente escolar mais alegre, podendo ser usada para
proporcionar uma atmosfera mais receptiva à chegada dos alunos, oferecendo um efeito calmante
O educador pode selecionar músicas que falem do conteúdo a ser trabalhado em sua área,
isso vai tornar a aula dinâmica, atrativa, e vai ajudar a recordar as informações. Mas, a música
também deve ser estudada como matéria em si, como linguagem artística, forma de expressão e
um bem cultural.
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com os diferentes gêneros, apresentando novos estilos, proporcionando uma análise reflexiva do
que lhe é apresentado, permitindo que o aluno se torne mais crítico. Conforme Mársico (1982,
p.148) “[...] uma das tarefas primordiais da escola é assegurar a igualdade de chances, para que
toda criança possa ter acesso à música e possa educar-se musicalmente, qualquer que seja o
A esse respeito Katsch e Merle-Fishman apud Bréscia (2003, p.60) afirmam que “[...] a
Além disso, como já foi citado anteriormente, o trabalho com musicalização infantil na
escola é um poderoso instrumento que desenvolve, além da sensibilidade à música, fatores como:
contribuir para que algumas crianças, em situação difícil na escola, possam se adaptar (inibição
psicomotora, debilidade psicomotora, instabilidade psicomotora, etc.). Por isso é tão importante a
Gainza (1988) afirma que as atividades musicais na escola podem ter objetivos
aspecto, o papel da música vem se tornando foco de muitos debates sobre as práticas e teorias
educativas.
Dessa forma, entender a história da Arte e de seu ensino é importante para que
possamos entender a contextualização da educação musical em cada época e sua influência das
da Arte. Concordamos com FUSARI & FERRAZ (1993, p.18) quando afirmam que
A formulação de uma proposta de trabalhar a arte na escola exige que se esclareça quais
posicionamentos sobre arte e educação escolar estão sendo assumidos. Por sua vez, tais
posicionamentos implicam, também, na seleção de linhas teórico – metodológicas.
(FUSARI & FERRAZ, 1993, p.18)
que era considerado “a obra de arte”, padrão entre as produções artísticas e digna de ser imitada,
experiências e criatividade dos alunos, assim sendo, o aluno era obrigado a dominar certas
práticas (dominar algum instrumento clássico, a teoria musical) e habilidades (execução) sobre
música.
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Escola Nova. Esse movimento tem suas origem no final do século XIX na Europa e Estados
Unidos, mas só chega ao Brasil por volta de 1930, mas somente entre as décadas de 50 e 60 se
relações entre as pessoas na sociedade poderiam ser diferentes se a educação escolar conseguisse
os processos de aprendizagem.
educador suíço Émile Jaques Dalcroze (1865-1950). Este educador foi responsável pela difusão
da educação rítmica. Para Dalcroze o rítimo é o componente musical que mais atinge a
Dessa forma, este método parte do princípio de que todas as propriedades musicais
(altura, intensidade, timbre, rítimo, etc.) estão intrinsecamente relacionadas aos movimentos
vezes sem usar a sensibilidade dos alunos, Dalcroze, a partir de observações das crianças em
sensibilidade.
Contudo, por enfatizar a rítmica o método de Dalcroze não favorecia a formação musical
Dessa forma, este método parte do princípio de que todas as propriedades musicais
(altura, intensidade, timbre, ritmo, etc.) estão intrinsecamente relacionadas aos movimentos
articulam proposta de ensino da arte que considerem tanto a emoção quanto à cognição.
Os objetos da Arte podem e devem ser o conteúdo de seu ensino isto significa dizer que
essa área deve ser abordada em situações de ensino e aprendizagem que tenham as peculiaridades
Essas novas concepções sobre a Arte e seu ensino ganham maior repercussão no Brasil
nas últimas décadas do século XX, especialmente com os trabalhos de Ana Mae Barbosa.
suas concepções de educação musical e pela difusão de seus trabalhos no Brasil, tendo suas
Propondo um estudo na “escuta pensante”, Shafer nos diz que é necessário aprender a
Dentro desta perspectiva de estudar os sons, pois estamos expostos a todos os tipos de
sons no nosso ambiente, surgiu o termo “soundscap1” criado por Shafer que significa “paisagem
sonora2”, essa expressão nos explica que é necessário ampliar o ambiente sonoro para que
desenvolver com as crianças o conceito de paisagem sonora, fazendo assim o que Sheffer chama
de “limpezas do ouvido”, onde o trabalho seria, portanto, de percepção dos sons que existem em
nosso ambiente.
oferece as crianças, novas ferramentas para lidar com o mundo. É também necessário valorizar o
que as crianças trazem de casa, suas músicas e oportunizar o fazer, o construir e o apreciar.
em 1938 foi responsável por um importante movimento Música Viva, para Koellreutter “música
Com uma visão contemporânea Koellreutter visa a construção de novos paradigmas para a
formação e exercício da cidadania, uma formação integral do ser humano, dentro de um trabalho
Para ele a valorização da vida humana é primordial no ensino da arte, dessa forma a
educação viva (contextualizada) deve está em função de uma sociedade a qual a educação está
voltada.
Dentro desta visão podemos dizer que os pedagogos musicais contemporâneos como
Koellreutter, Shaffer e outros buscam em suas pesquisas um ensino de música voltado para a
Em todo seu trabalho BRITO, traz uma proposta didática da musicalização infantil, onde a
música como atividade lúdica, se recorta como um jogo, cuja dinâmica é caracterizada por uma
interesses.
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“transmitir” e, dentro desse contexto, o aluno era visto como um agente passivo da aprendizagem
Sabe-se, hoje que não ocorre ensino sem que ocorra a aprendizagem, e esta não acontece
que deve partir dos interesses das crianças para ampliar o seu repertório cultural.
Nesse sentido, o professor atua como um mediador e articulador do acesso das crianças às
repensar nas práticas educativas e também a necessidade de valorização das influências culturais
da sociedade no novo ensino da Arte. No entanto, esse posicionamento não exclui outras
dimensões formativas possibilitadas pelas vivências de artes. Concordamos com Pontes (2001, p.
este ensino têm sido marcadas pela valorização das experiências cotidianas dos alunos, dessa
O professor ao trabalhar com a música na educação infantil deve buscar vê-la como
linguagem e conhecimento fundamental para a formação integral da criança, pois como afirma
não esta sendo habilitado nas instituições de ensino superior a formação musical, apesar de
trabalharem com música diariamente na rotina da educação infantil. Essa falha na formação
inicial é refletida na atuação docente, pois a concepção de Arte que esses profissionais têm, vem
Dessa forma, é importante que ele busque caminhos referentes como trabalhar a música
Para Pontes (2001, p. 173), “a organização de propostas pelos professores, seja qual for a
infantil, a estrutura da área de conteúdo e a dinâmica pedagógica”. Nesse sentido é necessário que
o professor conheça o conteúdo especifico das áreas e saiba articular intervenções que
Com este novo olhar, percebemos que existe a necessidade de uma formação, inicial e
continuada, em ensino de Arte para que assim, os profissionais da educação infantil que não
tiveram acesso à Educação Musical, construam saberes e fazeres docentes considerando a Arte
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musical como linguagem e como conhecimento. Concordamos com Bellochio (2004,p 125)
professor deve ir em busca de aprofundar os seus conhecimentos, pois é preciso como afirma
Fusari & Ferraz, (1993), saber arte e saber ser professor de Arte.
infantil tende-se a estender para escolhas de cantigas de rodas, não sendo, portanto uma
ampliação para a escuta das crianças de outros gêneros musicais. Dessa forma, desprezam-se os
clássicos, pois se pensa que este não pode atingir o gosto da criança, ou porque o professor não
está acostumado a ouvir este tipo de musica e não sabe como trabalhar com as crianças da
Educação Infantil.
A música é uma linguagem, uma linguagem que está por volta de outras linguagens e
se ter um grupo de crianças e o professor ao colocar uma música e pedi-las para cantarem e estas
não cantarem, só então balançar o pé, o corpo, ou a cabeça, pode-se ter uma certeza: as crianças
estão cantando, não oralmente, mas, corporalmente. E isto é música, música que pulsa ao ser
A preferência das crianças pelo estilo musical está principalmente influenciada pelos
meios de comunicação de massa. Essas músicas muitas vezes possuem uma linha melódica e
Entretanto, o que se destaca mais nesses tipos de músicas sãos os rítimos, pois estes se
colocamos um tipo desses de música, a criança começa logo a dançar, não dança pela melodia,
mas sim pela batida, pelo rítimo que sente que pulsa no seu corpo.
Desta forma, vemos que a criança é um ser que está em desenvolvimento, e se ela só é
acostumada a ouvir músicas populares (de massa), onde se prevalece o rítimo, como o professor
a ela é essencial. A música como estímulo do mundo exterior de nossa paisagem sonora,
Com isso, ensinar as crianças a ouvir música popular, folclóricas, clássica, erudita, é
Ampliar o repertório musical na Educação Infantil não é uma tarefa fácil, entretanto
não é impossível. A escola tem este papel, ampliar o conhecimento da criança e por isso procurar
meios de inserir um novo repertório musical. Apresentar estratégias de ensino é uma boa forma
para prender a atenção das crianças pois sabemos que as crianças na Educação infantil,
principalmente nas faixas etárias iniciais não tem muita concentração para parar e ouvir música.
Desta forma, através de estratégias contextualizadas o trabalho com música pode ser
tornar mais prazerosos para as crianças. Portanto, devemos apresentar as músicas
através de jogos, histórias, brincadeiras, dramatizações, danças, motivando a
participação das crianças. (BRITO, 2003, p. 14)
Segundo Gardner (1995, p. 21): “Uma inteligência implica na capacidade de resolver problemas
ou elaborar produtos que são importantes num determinado ambiente ou comunidade cultural”.
habilidade para reconhecer sons e ritmos, gosto em cantar ou tocar um instrumento musical.
Gardner (1995) destaca ainda que as inteligências são parte da herança genética humana,
cultural.
Assim, todo ser humano possui certas capacidades essenciais em cada uma das
inteligências, mas, mesmo que um indivíduo possua grande potencial biológico para determinada
habilidade, ele precisa de oportunidades para explorar e desenvolvê-la. “Em resumo, a cultura
Sendo assim, a escola deve respeitar as habilidades de cada um, e também propiciar o
contato com atividades que trabalhem as outras inteligências, mesmo porque, segundo o autor,
aluno se destaque em pelo menos uma delas, ao contrário do que acontece quando se privilegiam
musical, resumem os motivos pelos quais ela deve ser valorizada na escola:
• A música transmite nossa herança cultural. É tão importante conhecer Beethoven e Louis
• A música ensina os alunos sobre seus relacionamentos com os outros, tanto em sua
• A música oferece aos alunos rotas de sucesso que eles podem não encontrar em parte
alguma do currículo.
Há muito vem se estudando a relação entre música e saúde, conforme Bréscia (2003, p.
41): “A investigação científica dos aspectos e processos psicológicos ligados à música é tão
antiga quanto as origens da psicologia como ciência”. A autora cita ainda os benefícios do uso da
Em alguns hospitais a música tem sido utilizada antes, durante e após cirurgias, os
resultados vão desde pressão sangüínea e pulso mais baixos, menos ansiedade, sinais vitais e
Universidade Católica de São Paulo realizou uma pesquisa que avalia os efeitos da música em
pacientes com câncer. A pesquisa revela que a musicoterapia pode contribuir para a diminuição
Em empresas o meio mais procurado para se fazer música é o canto coral, pois esta é uma
atividade que permite a integração e exige cooperação entre seus membros, além de proporcionar
determinado grupo para o qual contribua com seu tempo e talento, é amplamente satisfeita pela
Além disso, este grupo lhe dará grande satisfação e prazer em suas realizações artísticas,
beneficentes, religiosas, e desenvolverá nele orgulho sadio, por estar sua pessoa relacionada a um
excelente grupo.
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Cantar é uma atividade que exige controle e uso total da respiração, proporcionando
relaxamento e energização. Fregtman apud Gregori (1997 p. 89) comenta que: “O canto
mental. De acordo com Barreto e Silva (2004, p. 64): “O relaxamento propicia o controle da
nossa mente”.
para a aprendizagem, por isso deveria ser mais explorada na escola. Bréscia (2003) afirma que
Tanto no ensino das matérias quanto nos recreios cantar pode ser um veículo de
compreensão, memorização ou expressão das emoções. Além disso, o canto também pode ser
respiração curta e pela boca, o que dificulta a atenção concentrada, já que esta depende do
controle respiratório.
necessidades especiais.
Além disso, a criança fica envolvida numa atividade cujo objetivo é ela mesma, onde o
importante é o fazer, participar, não existe cobrança de rendimento, sua forma de expressão é
respeitada, sua ação é valorizada, e através do sentimento de realização ela desenvolve a auto-
Já que a música comprovadamente pode trazer tantos benefícios para a saúde física e
mental porque a escola não a utiliza mais? Incluí-la no cotidiano escolar certamente trará
Gregori (1997) explica que harmonia, em música, é uma combinação de sons simultâneos
corpo/mente, pois esta também deve propiciar uma maior tomada de conhecimento da
consciência corporal, promovendo o equilíbrio do ser e contribuindo para sua integração com o
meio onde vive, e a música pode contribuir para isto segundo os avanços das neurociências.
6 - CONCLUSÃO
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De acordo com esta perspectiva, a música é concebida como um universo que conjuga
educacional.
das potencialidades dos alunos, pois ela fala diretamente ao corpo, à mente e às emoções.
mundo.
sonoras estaremos ampliando o repertório das delas, pois elas estarão adquirindo novos
repertório que iremos apresentar as crianças. Com isso a escolha dos diferentes gêneros musicais
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Além disso, a música também vem sendo utilizada como fator de bem estar no trabalho e
saúde.
necessidades especiais. Pelo seu caráter lúdico e de livre expressão, não apresentam pressões nem
cobranças de resultados, são uma forma de aliviar e relaxar a criança, auxiliando na desinibição,
7 - BIBLIOGRAFIA
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