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INTRODUÇÃO .............................................................................................. 03
1. DISTINÇÃO ENTRE ÉTICA E MORAL EM HEGEL ............................. 04
2. A ÉTICA COMO PRESSUPOSTO À LIBERDADE ................................ 06
3. O MÉTODO HEGELIANO E O SEU OBJETO ........................................ 08
4. MORAL E ÉTICA EM SUA FUNDAMENTAÇÃO DIALÉTICA ........... 11
CONCLUSÃO ................................................................................................ 14
BIBLIOGRAFIA ............................................................................................. 16
INTRODUÇÃO
O Objetivo do presente trabalho é estabelecer a definição de conceitos entre ética e moral em Hegel, com
também analisar a fundamentação de sua tese, o método hegeliano e o seu objeto de análise, e por fim a
moral e a ética em sua fundamentação dialética.
O ético para Hegel é tudo o que constitui o ethos de um povo. O costume ou a moral normativa de um
povo é aquilo que o constitui, são seus elementos universais, é o opressor da verdade do espírito no
mundo, a identidade de sua validade.
A verdade do ethos é o estado que representa o coletivo.
A verdade do estado é o tribunal da História, que na suprassunção dialética aparece como fim no
absoluto.
A ética em Hegel pressupõe conteúdo e forma. Este conteúdo é moral e a forma é ética. No dialético
Hegeliana, o todo não é só a soma das partes.
As partes são partes de um todo fundamentado.
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A ética Hegeliana pressupõe um homem livre, que haja de acordo com o todo. A pólis é a efetivação do
indivíduo expressada no ethos de um povo. O homem só se realiza na pólis.
Portanto, a distinção em Hegel sobre ética e moral é, em última instância, suprassumida pelo absoluto. O
absoluto que suprassume a forma (ética) versus o conteúdo (moral) é a síntese do sujeito incluso no
predicado, a suprassunção dos momentos eidético e tético.
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Hegel no final reuniu dialeticamente o que Kant separou (pensamento e ser). Para Hegel, o racional são os
próprios momentos da exposição da idéia. O pensamento racional dialético é o efetivo, real. Assim, há
uma relativização da experiência como possibilidade de se superar dialeticamente pelo absoluto, que
igual a Aristóteles, é o todo anterior as partes, as partes já estão expostas no todo, em coerência lógica -
dialética e na exposição que torna possível a limitação eidética e a ilimitação tética, para expor a verdade
que se auto - exprime suprassumida na síntese do absoluto.
A moralidade, sendo a determinação interior subjetiva da vontade, exige que o processo dialético avance
para determinação objetiva, para uma eticidade.
Para a moralidade, o fato não tem uma determinação ética em e por si, só a tem em relação a intenção da
vontade que atuou tal ação.
Pelo subjetivo, a moralidade que busca o bem legitima o mal. A superação dialética se dá no processo de
superação em rumo à objetividade de uma determinação; numa e uma eticidade. O absoluto abstrato,
objetivando-se a uma eticidade, torna-se o absoluto concreto, ou seja, supera a forma moral (sem
conteúdo) e atinge o conteúdo de sua concretude, ou seja; passa dialeticamente do abstrato ao concreto,
tornando a eticidade a efetivação real, ideal.
A necessidade de objetivação do dever moral está no reconhecimento de que as determinações morais
sempre incluem conteúdo, são determinadas num
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contexto real.
É só de forma real, determinada que se pode estabelecer o que realmente deve ser.
No momento dialético, Hegel coloca o princípio da negação para determinar o seu limite. Assim como a
moralidade foi a negação da vontade individual, a eticidade é a negação da vontade enquanto subjetiva,
particular, apresentando a sua objetividade. A eticidade aparece como o espaço da verdade do dever, a sua
realidade. Ë a exposição do dever em e por si.
Ë na eticidade o lugar onde a idéia da liberdade alcança a sua efetividade, a racionalidade dialética em e
por si. Este momento é a síntese libertária do ser humano.
Cabe lembrar que a síntese não elimina os momentos anteriores, garantindo a subjetividade do ser
humano e a objetividade das normas, leis, costumes, enfim, do ethos.
O ético é o que aparece por trás do bem abstrato da moralidade é só na determinação da vontade subjetiva
que se pode resolver a contradição que a moral põe e não pode resolver entre a boa intenção e o agir não
necessariamente bom.
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Deste modo, o ético tem um conteúdo fixo que é por si necessário e uma existência que se eleva por cima
da opinião subjetiva e do capricho: - As instituições e leis existentes em e por si.
O ético é a autoconciência que alcançou a sua verdade, que sabe e quer o em si e por si bom. Então a
vontade subjetiva sabe que o ético é em e por si o substancial, o verdadeiro.
A moralidade é a instância onde a própria autoconsciência ainda não passou pelo processo de mediação
(família, comparações, estado) dos momentos dialéticos colocados na forma de superação individual,
quando o indivíduo se separa da família e visa no coletivo a sua auto-afirmação, que o princípio subjetiva,
se objetiva na forma substancial, da conservação do indivíduo pelas comparações e a sua elevação ideal
objetiva quando o indivíduo se reconhece na lei universalizante do estado. Portanto, o Estado é a
liberdade realizada enquanto idéia necessária e universal em suas estrutura noético - noemática, dialética
suprassumida pelo absoluto Hegeliano.
CONCLUSÃO
O esquema conceitual que sustenta o projeto de Hegel é a dialética. Aí a razão deixa de ter uma função
subjetiva unificada da multiplicidade dada em conceitos, para converter-se em substâncias - sujeito,
realidade auto-suficiente. É a razão que dialeticamente se expõe e não só o pensamento dos particulares.
Pelo estado, o homem em si e por si se reconhece livre e a sua liberdade é reconhecida, ele (sujeito) se
reconhece nas leis ideais do estado em sua substancialidade objetiva.
O estado para Hegel é o estado pensado (ideal) normativo que serve para o homem se orientar no seus
dever - ser, em que este estado pensado está amplamente sobreposto no estado histórico, ”real”, onde o
ser aparece.
Passar da moralidade á eticidade é passar é passar de um ser moral a um dever - ser ético.
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O esquema de Hegel busca um síntese suprassumida como síntese final no absoluto, que parte do real
racional a um ideal substancial, objetivo, final.
BIBLIOGRAFIA:
Acta Scientiarum. Human and Social Sciences Maringá, v. 25, no. 2, p. 251-255, 2003
Sobre o conceito de subjetividade na Filosofia do Direito de Hegel
Cézar de Alencar Arnaut de Toledo
Departamento de Fundamentos da Educação, Universidade Estadual de Maringá, Av. Colombo, 5790,
87020-900, Maringá,
Paraná, Brasil. e-mail: caatoledo@uem.br
RESUMO. O presente trabalho apresenta uma discussão sobre o papel e a articulação do conceito de
subjetividade no contexto da Filosofia do Direito de Hegel. O tema é especialmente tratado entre os § 105
e 141, onde o tema da Moralidade, que é precedida de uma discussão sobre a Propriedade, primeiro
momento da tríade que tem seu fim, para reiniciar novamente, no Estado. A Subjetividade é gestada pela
própria formação do sujeito moral, objeto de discussão dos § 90 a 104. Essa é a base sobre a qual é
construída a subjetividade, mas também, em seguida, o Estado. A decisiva influência que teve o
pensamento de Hegel sobre o assunto pode ser notada não apenas na Filosofia do Direito depois dele,
mas, também, nas chamadas filosofias da subjetividade, típicas do século XX.
ABSTRACT. About the concept of subjectivity in the Hegel’s Philosophy of Right. Discussion about the
role and the articulation of the subjectivity concept in the context of Philosophy of Right of Hegel. The
theme is especially treated among the paragraphs 105 and 141, in which the Morality theme is discussed;
the same one is preceded by Property conception, the first moment of the triad that has its end, to restart
again, in the State. The Subjectivity is created in the moral Subject's own formation and it is discussed
among the paragraphs 90 and 104. This is the base on which Subjectivity is built and also, right after,
the State. The decisive influence that Hegel’s thought had on the subject cannot just be
noticed in the Philosophy of Right, but also, in the philosophies of subjectivity, typical from
the 20th century.