D. Francisco de Almeida foi um militar português e um explorador, homem
de guerra e organizador notável, com vitórias e excelentes actos de administração.
Distinguiu-se ao serviço do Estado Português, em acções de liderança, quer na guerra
terrestre, quer na guerra naval; ora como
cavaleiro e comandante, de esquadras, ora
como governador administrador das
possessões portuguesas no Oriente.
Comendador da Ordem de Santiago, membro
da Casa Real e do Conselho do rei, D.
Francisco de Almeida é, naturalmente,
nomeado por D. Manuel, 1º Vice-Rei da Índia
(1505-1509). O Rei confiou-lhe uma armada
de vinte e dois navios, que partiu de Lisboa
na Primavera de 1505. Recebeu ordens
expressas, vertidas para um «Regimento»
para ampliar e consolidar a soberania
portuguesa no Índico e reforçar o
dispositivo militar-naval, para protecção da
diplomacia e do comércio português. Nesse
sentido, D. Francisco de Almeida iria nos
anos seguintes erguer pontos de apoio à navegação e ao comércio lusitano na costa
oriental africana; estabelecer os primeiros contactos com a ilha de Ceilão; atacar a
região costeira da Arábia; penetrar no Golfo Pérsico e, finalmente, enviar os primeiros
navios europeus ao oriente asiático, que avistarão a importante p Escreveu ao rei D.
Manuel uma carta que é dos documentos mais importantes da história portuguesa:
"Toda nossa força seja no mar, desistamos de nos apropriar da terra. As
tradições antigas de conquista, o império sobre Reis tão distantes não convêm. Destruamos estas gentes novas (árabes, afegãs, etíopes, turcomanos) e assentemos as velhas e naturais desta terra e costa: depois iremos mais longe. Se o que queremos são os produtos da Índia, o nosso império marítimo assegurará o monopólio português contra o turco e o veneziano. Imponhamos pesados tributos, exageremos o preço das licenças (cartazes) para as naus dos mouros navegarem nos mares da Índia e isso as expulsará. Que tenhamos fortalezas ao longo da costa mas apenas para proteger as feitorias porque a verdadeira segurança delas estará na amizade dos rajás indígenas por nós colocados nos seus tronos, por nossas armadas defendidos. Substituamo-nos ao turco e abandonemos a ideia de conquista para não padecermos das moléstias de Alexandre.”
Afonso de Albuquerque, militar português,
nasceu em Alhandra, de família aristocrática e foi
educado na corte de D. Afonso V.
Em 1476 acompanhou o futuro rei D. João II nas
guerras com Castela, esteve em Arzila e Larache em
1489, e em 1490 faz parte da guarda de D. João II,
tendo voltado novamente a Arzila em 1495.
Em 1503 é enviado à Índia, no comando de três
naus, tendo participado em várias batalhas, erguido
a fortaleza de Cochim e estabelecido relações
comerciais com Ceilão. Regressou a Portugal em 1504, onde expôs a D. Manuel I
a sua visão de um império no Oriente, tendo por base a conquista de posições
estratégicas nos mares do Índico. Tendo sido aceite o seu plano, seguiu para a
Índia em 1506 como capitão-mor do mar da Arábia.
Conquistou Omã e submeteu Ormuz (1507). Nomeado por D. Manuel governador
da Índia em 1508, veio a ocupar o cargo no ano seguinte. Já como vice-rei da
Índia, em substituição de D. Francisco de Almeida, conquistou Goa (1510) e
Malaca (1511) e entrou no Mar Vermelho em 1513. Com a construção da
fortaleza de Ormuz em 1515 concluiu o seu plano de domínio dos pontos
estratégicos que permitiam o controlo marítimo e o monopólio comercial da
Índia. Ao mesmo tempo, seguiu uma política de miscigenação, favorecendo o
casamento das indianas com soldados e marinheiros portugueses, que depois
ficavam a servir na administração.
Afonso de Albuquerque foi um grande marinheiro e estratega militar, além de
ter uma grande capacidade como diplomata, que criou as bases do Império Português do Oriente. Faleceu no ano de 1515