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Norman Rockwell

The Connoisseur; 1962


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A

Jackson Pollock: Lavender Mist (nº 1); 1950; National Gallery of Art; Washigton D. C
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A
Yves Klein
Blue Monochrome
1961
The Museum of Modern Art New York.
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A
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A Kasimir Malevich
Quadrado Branco sobre Fundo Branco
1918
The Museum of Modern Art, New York

Marcel Duchamp
L.H.O.O.Q.; 1919
Readymade de «Box in a Valise»
The Philadelphia Museum of Art
«A verdade está na
ideia, não na coisa, já
que a coisa, imperfeita
concretização da ideia,
se encontra a um grau
de distância da verdade,
da qual é uma mera
imitação. Portanto, a
arte, imitando a coisa,
encontra-se a dois graus
de distância da verdade
Platão
427 a. C. - 347 a. C. e é a imitação de uma
Embora a questão acerca da natureza da arte remonte aos tempos de
Platão, é na segunda metade do século XX que a questão se torna
acutilante.
Até então, todos sabiam
distinguir um objecto comum
de uma obra de arte, porque
estas exibiam um conjunto
de propriedades de forma e
conteúdo que as tornavam
reconhecíveis.

Rembrandt
Descida da Cruz
1633
A arte abstracta, por exemplo, não seria admissível como arte.

Piet Mondrian
Composição nº 8
1939 - 1942
A modernidade
questionou o conceito
de obra de arte e
desafiou a crítica a
fixar os limites que
distinguem um objecto
artístico de um objecto
vulgar.

Marcel Duchamp
A Fonte
1917
O crítico de arte Harold Rosenberg usou a expressão
objecto ansioso (The Anxious Object, 1964) para
designar estes objectos que exigem uma classificação
que os integre ou exclua do conceito de obra de arte.

Constantin Brancusi
Bird in Space
1923 - 1940
Cy Twombly
Sem Título
1970
Robert Morris
Sem Título; 1991
Solomon R. Guggenheim Museum, Panza
Collection
Ad Reinhardt
Abstract Painting; 1960-66
Solomon Guggenheim Museum
Nova Iorque
Picasso
Cabeça de Touro; 1942
Museu Picasso; Paris
Agnolo Bronzino
Eleanora di Toledo e Ferdinando de Medici
c. 1545
Galleria degli Uffizi, Florença

Piero Manzoni
Merda d'artista nº. 066, 1961
Alexander Calder
1898 - 1976

Yellow Among Reds (mobile)


1966

Catálogo da Kool-Roomz
US$ 90 em
www.koolroomz.net
Clive Bell (1881- 1964) publicou em 1914
uma obra intitulada Art, em que desenvolvia as
suas teorias em que procurava captar a
essência da arte.
Tem de haver uma qualidade sem a qual não
pode haver obra de arte. Possuindo-a, ainda
que em grau mínimo, nenhuma obra é
completamente desprovida de valor. Que
qualidade é esta? (…) Parece-me que há uma
única resposta possível: a forma significante.
(…) Uma particular combinação de linhas e
cores, certas formas e relações entre formas
[que] despertam as nossas emoções
estéticas.

Citado em Carmo d’Orey: O Que É a Arte? A Perspectiva Analítica; Lisboa; Dinalivro;


Esta
2007; p.definição
30 permite defender uma teoria do belo e traçar uma linha
separadora entre arte e não-arte
A arte, como a lógica do conceito evidencia, não tem
um conjunto de propriedades necessárias e suficientes;
é por isso que uma teoria da arte é logicamente
impossível, e não apenas factualmente difícil de
constituir. A teoria estética tenta definir o que não pode
ser indefinido na acepção exigida.

(…) a teoria estética é uma tentativa logicamente vã de


definir o que não pode ser definido (…)

O problema com que devemos começar não é “O que é


a arte?”, mas “Que tipo de conceito é a arte”?

Morris Weitz (1916 – 1981)


Outros autores, como Dickie, desenvolvem
teorias institucionais, destacando as
qualidades não observáveis nas obras de
arte.

«A tese central (…) é a de que tal como as


George Dickie
pessoas e os objectos podem adquirir
n. 1926
determinados estatutos, por exemplo,
professor jubilado ou monumento nacional,
apenas porque existem instituições
capazes de os outorgar, também os
objectos podem adquirir o estatuto de obra
de arte, no âmbito da instituição mundo-
da-arte.

Carmo d’Orey: Ob. Cit.; p. 20


Em 1958, num congresso de
filosofia realizado em Veneza,
Umberto Eco apresenta pela
primeira vez os pressupostos
para a sua concepção de obra
aberta:

O desenvolvimento da
sensibilidade contemporânea
acentuou (…) a pouco e pouco, a
aspiração a um tipo de obra de
arte que, cada vez mais
consciente das várias
perspectivas de «leitura», se
apresenta como estímulo para
Umberto Eco uma livre interpretação
n. 1932 orientada apenas nos seus
traços essenciais.

no quadro da sensibilidade
corrente, esta tendência para a
abertura da obra é
O Problema da Obra Aberta; in «A Definição da Arte»; Lisboa; Edições 70; 2006;
pp. 153 – 159
acompanhada por uma evolução
Em 1978, Nelson Goodman publica um livro
intitulado Ways of Worldmaking, onde explicita as
teorias que já vinha ensaindo desde há alguns
anos:
A literatura da estética está atafulhada com
tentativas desesperadas para responder à questão
«O que é arte?» Esta questão, muitas vezes
irremediavelmente confundida com a questão «O
que é boa arte?» (…) O que distingue aquilo que é
daquilo que não é uma obra de arte? O facto de um Nelson Goodman
artista lhe chamar uma obra de arte? O facto de (1906-1998)
estar exposto num museu ou numa galeria?
Como observei no início, parte da dificuldade reside em perguntar a
Nenhuma destas respostas faz prevalecer qualquer
questão errada - em não conseguir reconhecer que uma coisa pode
convicção.
funcionar como obra de arte em certos momentos e não noutros. Nos
casos cruciais, a verdadeira questão não é «Quais os objectos que são
(permanentemente) obras de arte?» mas «Quando é que um objecto é
uma obra de arte?» - ou mais brevemente, como no meu título,
«Quando é arte?».
A minha resposta é que exactamente como um objecto pode ser um
símbolo - por exemplo, uma amostra - em certos momentos e em certas
circunstâncias e não noutras, assim um objecto pode ser uma obra de
arte em certos momentos e não noutros. Na realidade, exactamente por
Modos de Fazer Mundos; Porto; Edições ASA; 1995; pp. 103
funcionar, e enquanto funcionar, de determinado modo como um
Bibliografia comentada: como obra de consulta imprescindível deve
indicar-se a recente colectânea editada pela Dinalivro sob a orientação
de Carmo d’Orey (O Que É a Arte? A Perspectiva Analítica; Lisboa;
2007), a mais importante estudiosa portuguesa desta temática e que
redige uma esclarecedora introdução antes de apresentar uma
colectânea de textos de Clive Bell, Morris Weitz , George Dickie ou
Nelson Goodman, entre outros. Todavia, a obra fundamental da autora é
a sua tese de doutoramento, editada pela Fundação Calouste
Gulbenkian, (A Exemplificação na Arte. Um Estudo sobre Nelson
Goodman; Lisboa; Fundação Calouste Gulbenkian / Fundação para a
Ciência e a Tecnologia / Ministério da Ciência e Tecnologia; 1999)
essencial para os que desejarem aprofundar o tema, nomeadamente o
capítulo III. Nelson Goodman, cujas teses originais e estimulantes
propiciam uma leitura agradável, tem dois livros editados no nosso país:
Modos de Fazer Mundos; Porto; Edições ASA; 1995 e Linguagens da Arte.
Uma Abordagem a uma Teoria dos Símbolos; Lisboa; Gradiva; 2006. O
texto citado de Umberto Eco foi republicado numa compilação recente:
O Problema da Obra Aberta; in «A Definição da Arte»; Lisboa; Edições 70;
2006; pp. 153 – 159. Útil é o pequeno livro, já clássico, de Alexandre
Melo: Arte; Lisboa; Quimera; 3ª edição; 2001. De entre os muitos
ensaios clássicos acerca desta questão da estética e da definição da
obra de arte, uma leitura de alguns excertos do ensaio de Martin
Heidegger pode ajudar a esclarecer alguns tópicos da questão,

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