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Habilidade 10: Utilizar e interpretar diferentes escalas de tempo para situar e descrever transformações na
atmosfera, biosfera, hidrosfera e litosfera, origem e evolução da vida, variações populacionais e modificações
no espaço geográfico.
Habilidade 11: Diante da diversidade da vida, analisar, do ponto de vista biológico, físico ou químico, padrões
comuns nas estruturas e nos processos que garantem a continuidade e a evolução dos seres vivos.
FOTOS: CAPA - Zsuzsanna Kilián / sxc.hu; PROJ. GRÁFICO INTERNO – Sanja Gjenero, Steve Woods e BSK / sxc.hu.
Código do fascículo
HM65LN0315
www.enemintensivo.com.br/amazonas
1 – Evidências Evolutivas
O homem não descendeu do macaco. Somos parentes do gibão, do orangotango, do gorila e do chimpanzé e
todos os cinco descenderam dos mesmos ancestrais. Existem evidências morfológicas da evolução na semelhança,
seja dos esqueletos ou das moléculas de DNA, de cada um deles.
O ambiente orienta a evolução, aceitando melhor e, portanto, selecionando os organismos que adquiriram
certas características.Tubarões, baleias e golfinhos, embora sejam animais diferentes, vivem em ambiente idêntico
e possuem estruturas semelhantes, que facilitam a natação, servindo de exemplo das evidências ecológicas da
evolução.
Há evidências biogeográficas da evolução na distribuição de animais na Terra. Por muito tempo, África
e América do Sul faziam parte do mesmo continente, Gondwana, onde se desenvolveram aves corredoras
similares, como o avestruz africano e a ema sul-americana.
Quanto maior o parentesco evolutivo de duas espécies de organismos, maior a semelhança entre seus DNAs
que são diferentes. O DNA de Homo sapiens sapiens tem mais semelhança com o DNA do chimpanzé do que
com o do gorila. São evidências bioquímicas da evolução. Do mesmo modo, graus de parentesco podem ser
medidos comparando-se proteínas.
Homem – gibão 5%
Outras evidências da evolução são fisiológicas, como as adaptações à vida terrestre; embriológicas, como a
semelhança dos embriões iniciais de todas as classes de Vertebrados; e paleontológicas, como os estudos dos
fósseis e sua datação que ganharam mais precisão com o uso de métodos radioativos como o do carbono 14
(14C) e o do urânio (235U).
Ano: 2005
Habilidade: 10
Foi proposto um novo modelo de evolução dos primatas elaborado por matemáticos e biólogos. Nesse modelo,
o grupo de primatas pode ter tido origem quando os dinossauros ainda habitavam a Terra, e não há 65 milhões
de anos, como é comumente aceito.
Examinando esta árvore evolutiva, podemos dizer que
a divergência entre os macacos do Velho Mundo e o
grupo dos grandes macacos e de humanos ocorreu há
aproximadamente:
Fenômenos biológicos podem ocorrer em diferentes escalas de tempo. Assinale a opção que ordena exemplos
de fenômenos biológicos, do mais lento para o mais rápido:
(A) germinação de uma semente, crescimento de uma árvore, fossilização de uma samambaia;
(B) fossilização de uma samambaia, crescimento de uma árvore, germinação de uma semente;
(C) crescimento de uma árvore, germinação de uma semente, fossilização de uma samambaia;
(D) fossilização de uma samambaia, germinação de uma semente, crescimento de uma árvore;
(E) germinação de uma semente, fossilização de uma samambaia, crescimento de uma árvore.
Gabarito – Letra B. A opção que apresenta corretamente fenômenos biológicos do mais lento para o
mais rápido é a que cita fossilização de uma samambaia, crescimento de uma árvore e germinação de uma
semente.
2 – Mecanismos Evolutivos
Os mecanismos evolutivos são explicados pelas teorias evolutivas. Dentre elas podemos destacar o
Lamarquismo, o Darwinismo e o Neodarwinismo, a teoria sintética da evolução.
O Lamarquismo atribui a evolução das espécies ao uso e desuso dos órgãos e à herança dos caracteres
adquiridos. Não corresponde à realidade, pois só se transmitem, aos descendentes, hereditariamente,
informações genéticas que estão presentes no DNA reprodutivo.
O Darwinismo justifica a evolução dos seres vivos pela variabilidade observada nos organismos e pela
seleção natural dessas variações. Teoria que falha por não explicar como surge essa variabilidade.
O Neodarwinismo explica a evolução pela variação na freqüência dos genes em uma população devido
às mutações, criadoras de novos genes e à seleção natural que reduz a freqüência de genes desvantajosos
nas gerações seguintes. Outros fatores influem, como é o caso das recombinações gênicas, das migrações
que retiram ou introduzem genes na população e da deriva genética, que é capaz de causar bruscas
variações na freqüência gênica de populações pequenas.
As cobras estão entre os animais peçonhentos que mais causam acidentes no Brasil, principalmente na
área rural. As cascavéis (Crotalus), apesar de extremamente venenosas, são cobras que, em relação a outras
espécies, causam poucos acidentes a humanos. Isso se deve ao ruído de seu “chocalho”, que faz com que
suas vítimas percebam sua presença e as evitem. Esses animais só atacam os seres humanos para sua defesa
e se alimentam de pequenos roedores e aves. Apesar disso, elas têm sido caçadas continuamente, por serem
facilmente detectadas.
Ultimamente os cientistas observaram que essas cobras têm ficado mais silenciosas, o que passa a ser um
problema, pois, se as pessoas não as percebem, aumentam os riscos de acidentes.
A explicação darwinista para o fato de a cascavel estar ficando mais silenciosa é que:
Gabarito – Letra D. Nessa questão bastaria ao aluno lembrar que o modelo atualmente proposto para
explicar a evolução das espécies (darwinismo) pressupõe que variedades mais bem adaptadas ao meio
sejam selecionadas positivamente. Ora, se o barulho do chocalho “denunciava” as cascavéis, variedades
existentes mais silenciosas não eram percebidas; portanto, não atraíam a atenção dos predadores nem das
presas e, conseqüentemente, começaram a sobreviver mais e a deixar mais descendentes. Isso significa que
as cascavéis não ficaram mais silenciosas: as que já eram silenciosas proliferaram mais e estão agora em
maior número.
Ano: 2007
Habilidade: 11
Todas as reações químicas de um ser vivo seguem um programa operado por uma central de informações.
A meta desse programa é a auto-replicação de todos os componentes do sistema, incluindo-se a duplicação do
próprio programa ou mais precisamente do material no qual o programa está inscrito. Cada reprodução pode
estar associada a pequenas modificações do programa.
M. O. Murphy e l. O’neill (Orgs.). O que é vida? 50 anos depois — especulações sobre o futuro da biologia. São Paulo: UNESP. 1997 (com adaptações).
São indispensáveis à execução do “programa” mencionado acima processos relacionados ao metabolismo, auto-
replicação e mutação, que podem ser exemplificados, respectivamente, por:
Gabarito – Letra D. A seleção correta entre os processos é: metabolismo – respiração celular; auto-
replicação do DNA e mutação – alterações na seqüência de bases nitrogenadas do código genético.
Ano: 2000
Habilidade: 11
O gráfico abaixo representa a evolução da quantidade de oxigênio na atmosfera no curso dos tempos geológicos.
O número 100 sugere a quantidade atual de oxigênio na atmosfera, e os demais valores indicam diferentes
porcentagens dessa quantidade.
De acordo com o gráfico, é correto afirmar
que:
Gabarito – Letra A. O gráfico mostra claramente que o aparecimento da vida ocorreu na ausência de
oxigênio, antes do início da evolução da quantidade de oxigênio na atmosfera.
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Na solução aquosa das substâncias orgânicas prebióticas (antes da vida), a catálise produziu a síntese de
moléculas complexas de toda classe, inclusive proteínas e ácidos nucléicos. A natureza dos catalisadores primitivos
que agiam antes não é conhecida. É quase certo que as argilas desempenharam papel importante: cadeias de
aminoácidos podem ser produzidas no tubo de ensaio mediante a presença de certos tipos de argila. (...)
Mas o avanço verdadeiramente criativo – que pode, na realidade, ter ocorrido apenas uma vez – ocorreu
quando uma molécula de ácido nucléico “aprendeu” a orientar a reunião de uma proteína, que, por sua vez, ajudou
a copiar o próprio ácido nucléico. Em outros termos, um ácido nucléico serviu como modelo para a reunião
de uma enzima que poderia então auxiliar na produção de mais ácido nucléico. Com este desenvolvimento
apareceu o primeiro mecanismo potente de realização. A vida tinha começado.
Adaptado de: LURIA, S.E.Vida: experiência inacabada. Belo Horizonte: Editora Itatiaia; São Paulo: EDUSP, 1979.
Gabarito – Letra B. O “avanço verdadeiramente criativo” citado no texto se relaciona com a existência
dos primeiros ácidos nucléicos entre 4,5 e 3,5 bilhões de anos.
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Há dois bilhões de anos, ou seja, 1,5 bilhão de anos após o início da fotossíntese, quando a taxa de produção
pôde equilibrar a taxa de consumo, sempre regulada pelo ritmo da erosão, o oxigênio livre fez sua aparição na
atmosfera.
É, para o ambiente, a primeira revolução, pois os organismos fotossintéticos são, agora, obrigados a viver em
meio ao seu excremento, o oxigênio, que se mistura com seu alimento, que é o gás carbônico.
Existem fósseis de organismos com 3000 milhões de anos, os estromatólitos, estruturas resultantes da
deposição de CaCO3 (carbonato de cálcio), retido e segregado por comunidades de cianobactérias, presentes
em água doce e salgada.
Os raios ultravioleta (UV) podem promover reações entre compostos e degradar moléculas orgânicas; a
Vida na Terra, como a conhecemos, só é possível devido à filtragem dos UV pela camada de ozônio (O3) da
atmosfera superior.
Ano: 2003
Habilidade: 10
DOCUMENTO I
Considerando os dois documentos, podemos afirmar que a
natureza do pensamento que permite a datação da Terra é de
natureza:
DOCUMENTO II
Gabarito – Letra C. O documento I fundamenta
Avalia-se em cerca de quatro e meio bilhões
a datação da Terra na Bíblia, sendo, portanto,
de anos a idade da Terra, pela comparação
religioso.O documento II fundamenta a datação da
entre a abundância relativa de diferentes
Terra no processo de medida do decaimento de
isótopos de urânio com suas diferentes
isótopos, sendo, portanto, científico.
meias-vidas radiativas.
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Se compararmos a idade do planeta Terra, avaliada em quatro e meio bilhões de anos (4,5 , 109 anos), com a
de uma pessoa de 45 anos, então, quando começaram a florescer os primeiros vegetais, a Terra já teria 42 anos.
Ela só conviveu com o homem moderno nas últimas quatro horas e, há cerca de uma hora, viu-o começar a
plantar e a colher. Há menos de um minuto percebeu o ruído de máquinas e de indústrias e, como denuncia
uma ONG de defesa do meio ambiente, foi nesses últimos sessenta segundos que se produziu todo o lixo do
planeta!
O texto permite concluir que a agricultura começou a ser praticada há cerca de:
5 – Biogeografia
Biogeografia é a ciência que estuda a distribuição geográfica dos seres vivos, sendo denominada também de
Geoecologia. É uma ciência interdisciplinar que envolve conhecimentos de geografia, biologia, ecologia, geologia
e climatologia.
A biogeografia tem como base o conceito de evolução das espécies e as diferentes condições ecológicas que
determinaram distintas pressões adaptativas ao longo do tempo. Sendo assim, a biogeografia busca entender por
que há mais espécies na região equatorial do que nas polares, por que duas ou mais espécies vivem confinadas
em certas regiões ou, ainda, por que espécies com a mesma origem podem habitar áreas muito distantes.
Para isso, podemos estabelecer uma divisão primária da biogeografia num nível ecológico e outro histórico.
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(A) apenas em I;
(B) apenas em II; Gabarito – Letra B. As imagens nos mostram alterações
(C) apenas em III; botânicas com redução das áreas com vegetação mais aberta,
tanto florestais como savânicas. Sendo assim, a interpretação
(D) apenas em I e III.
correta é dada pela afirmativa II.
(E) em I, II e III.
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Fonte: www.geocities.com
teoria denominada de Deriva continental passou a ser aceita,
de forma atualizada, com os avanços nos estudos geológicos,
principalmente a partir da década de 60. Nessa época, foi
aperfeiçoada e associada aos estudos dos movimentos das
placas tectônicas localizadas no interior do planeta, que
desvendaram a grande incógnita do estudo de Wegener, que não
conseguia explicar satisfatoriamente a causa do movimento dos
continentes. Obviamente, o deslocamento das grandes massas
continentais tem grande importância para a biogeografia e
contribui para a explicação da localização de diversos seres
vivos em diferentes áreas.
A parte norte da Pangéia é denominada Laurásia e
incluía a América do Norte e a Eurásia, enquanto a parte
sul, Gondwana, era formada pela América do Sul, África,
Austrália, Índia e Antártica. Dessa forma, imagine como essa
descoberta ajudou a desvendar mistérios sobre a localização
de seres vivos no planeta Terra de hoje.
Ano: 2000
Habilidade: 13
Gabarito – Letra D. Até há 200 milhões de anos, durante a Era Mesozóica, existia uma única massa
continental denominada Pangéia, que sofreu, inicialmente, uma separação entre a parte norte, denominada
Laurásia, e a parte sul denominada Gondwana, que incluía América do Sul, África, Austrália e Índia, o que
culminou com uma separação completa que levou à configuração atual dos continentes.
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TIPOS DE CLIMA
TROPICAL OCEANO
ATLÂNTICO
EQUATORIAL
SEMI-ÁRIDO
TROPICAL
TROPICAL
DE ALTITUDE TROPICAL
ATLÂNTICO
SUBTROPICAL
TIPOS DE VEGETAÇÃO
MANGUES
LITORÂNEOS
FLORESTA
AMAZÔNICA MATA DE
COCAIS
CAATINGA
CERRADO
OCEANO
PANTANAL ATLÂNTICO
MATA
ATLÂNTICA
MATA DE
ARAUCÁRIA
CAMPOS GERAIS
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Sabe-se que uma área de quatro hectares de floresta, na região tropical, pode conter cerca de 375 espécies de
plantas enquanto uma área florestal do mesmo tamanho, em região temperada, pode apresentar entre 10 e 15
espécies.
O notável padrão de diversidade das florestas tropicais se deve a vários fatores, entre os quais é possível citar:
Gabarito – Letra D. As elevadas temperaturas e umidade contribuem para a maior diversidade de espécies
e as áreas tropicais têm exatamente essas características, devido ao ângulo de incidência dos raios solares e
à forte evaporação.
8 – Escala Geológica
Um exercício interessante para compararmos tempo histórico e tempo geológico é adaptarmos toda a
história do planeta, que, como vimos, tem aproximadamente 4,5 bilhões de anos, para o período de um dia, ou
seja, 24 horas.
Em tal adaptação, cada segundo desse dia hipotético corresponderia a 52083 anos; sendo assim, cada 19,2
segundos significariam 1 milhão de anos.
A maior parte da história do planeta ocorreu no Pré-cambriano, que, com cerca de 3,9 bilhões de anos,
ocuparia a maior parte do nosso “dia”, terminando apenas às 21 horas!
No nosso estudo evolutivo, o “milagre” do surgimento da vida, as primeiras bactérias, ocorreria entre 5 e 6
da manhã e elas reinariam no planeta até o final do Pré-cambriano, como vimos, às 21 horas.
Depois desse início monótono, as coisas vão começar a ocorrer rapidamente: com o Paleozóico temos os
primeiros peixes, esponjas, corais, moluscos, plantas terrestres e insetos. E tudo isso ocorreu entre 21:06 e
22:41! Repare na escala geológica que apresentamos anteriormente que o Paleozóico tem várias subdivisões,
justamente por causa da diversidade de acontecimentos.
Às 22:41, ou há 245 milhões de anos, tem início o Mesozóico, a era dos répteis, quando ocorre a formação
e posterior separação do supercontinente Pangéia. Os dinossauros dominarão a terra por 160 milhões de anos,
ou, no nosso “dia”, 58 minutos. Isso porque às 23 horas e 39 minutos um meteoro gigantesco atinge o sul do
México causando uma enorme nuvem de poeira na atmosfera, o que impede a realização de fotossíntese pelas
plantas, afetando toda cadeia alimentar e, conseqüentemente, determinando a extinção da metade das espécies
existentes, inclusive os poderosos e, agora, famintos dinossauros.
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Ano: 1999
Habilidade: 12
Fonte: www.ecosfera21.com.br
a florescer os primeiros vegetais, a Terra já teria 42 anos. Ela só conviveu com
o homem moderno nas últimas quatro horas e, há cerca de uma hora, viu-o
começar a plantar e a colher. Há menos de um minuto percebeu o ruído de
máquinas e de indústrias e, como denuncia uma ONG de defesa do meio
ambiente, foi nesses últimos sessenta segundos que se produziu todo o lixo
do planeta!
O texto acima, ao estabelecer um paralelo entre a idade da Terra e a de uma pessoa, pretende mostrar que:
(A) a agricultura surgiu logo em seguida aos vegetais, perturbando desde então seu desenvolvimento;
(B) o ser humano só se tornou moderno ao dominar a agricultura e a indústria, em suma, ao poluir;
(C) desde o surgimento da Terra, são devidas ao ser humano todas as transformações e perturbações;
(D) o surgimento do ser humano e da poluição é cerca de dez vezes mais recente que o do nosso planeta;
(E) a industrialização tem sido um processo vertiginoso, sem precedentes em termos de dano ambiental.
Gabarito – Letra E. O texto nos mostra como o ser humano é um animal recente no planeta, faz alusão
à nossa evolução tecnológica, indicando a criação ainda mais recente das máquinas e da industrialização,
que, no entanto, causam danos ambientais numa escala jamais vista.
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Fonte: www.mnh.si.edu
Evolução é o processo de mudança permanente que vem transformando a vida na Terra desde o seu
princípio mais simples até à sua diversidade existente. A evolução ocorre através de mudanças nos genes, as
“instruções” para “construir” os organismos. Quando um ser vivo se reproduz, pequenas mudanças aleatórias
nos seus genes fazem com que o seu descendente seja diferente dele próprio. Por vezes estas mudanças
aumentam a probabilidade de um descendente sobreviver o tempo suficiente para se reproduzir; e assim, os
genes responsáveis por essa característica beneficial são transmitidos aos filhos, tornando-se mais comuns na
próxima geração. As mudanças que não ajudam os organismos a se reproduzir poderão tornar-se mais raras
ou serão eventualmente eliminadas da população. O aumento ou diminuição da abundância relativa de um gene
devido à sua aptidão é chamada de seleção natural. Através da seleção natural, populações de organismos vão
mudando lentamente ao longo do tempo à medida que vão se adaptando a mudanças no seu ambiente.
Evolução é a acumulação de mudanças através de sucessivas gerações de organismos que resultam na
emergência de novas espécies. Desde a origem da vida, a evolução transformou a primeira espécie (o ancestral
comum de todos os seres vivos) num enorme número de espécies diferentes.
A biologia evolutiva, o ramo da ciência que estuda a evolução, tem providenciado uma melhor compreensão
deste processo. Por exemplo, o estudo efetuado por Gregor Mendel com plantas demonstrou que a fonte de
variação entre organismos é hereditária, descobrindo o que agora conhecemos como genética. A descoberta da
estrutura molecular do DNA combinada com os avanços no campo da genética populacional levou a uma maior
compreensão do modo como as novas espécies se desenvolvem a partir das formas ancestrais, um componente
importante da evolução conhecida como especiação.
A teoria da evolução é o alicerce de quase toda a investigação em biologia e também muito do que se faz em
biologia molecular, paleontologia e taxonomia.
A evolução é uma das teorias mais bem suportada de toda a ciência e substanciada por uma grande quantidade
de evidências científicas. Contudo, apesar de a teoria geral ser consensual, continua a haver debate sobre
pormenores nos mecanismos de mudança.
Em biologia, evolução é a mudança das características hereditárias de uma população de uma geração para
outra. Este processo faz com que as populações de organismos mudem ao longo do tempo. Características
hereditárias são a expressão gênica de genes que são passados aos descendentes durante a reprodução.
Mutações em genes podem produzir características novas ou alterar características que já existiam, resultando
no aparecimento de diferenças hereditárias entre organismos. Estas novas características também podem surgir
da transferência de genes entre populações, como resultado de migração, ou entre espécies, resultante de
transferência horizontal de genes. A evolução ocorre quando estas diferenças hereditárias tornam-se mais
comuns ou raras numa população, quer de maneira não-aleatória através de seleção natural ou aleatoriamente
através de deriva genética.
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Fonte: www.csb.yale.edu
ou, simplesmente, DNA. Este é formado por duas cadeias de
desoxirribonucleotídeos. Cada um desses nucleotídeos possui um
açúcar, um fosfato e uma base nitrogenada. O açúcar do DNA é a
desoxirribose e suas bases são: adenina (A), guanina (G), citosina
(C) e timina (T). A timina é exclusiva do DNA.
O DNA é uma molécula capaz de se reproduzir. Ela se duplica
ou replica antes de cada divisão da célula. Os dois filamentos se
afastam e cada um deles forma um complemento. Ao final do
processo existem duas moléculas de DNA idênticas entre si e
idênticas à molécula inicial. Cada uma das moléculas filhas tem uma
fita original e outra nova.
A expressão de um gene ocorre através de uma transcrição e de uma tradução. Transcrição é a passagem
das informações contidas no gene para moléculas de ácido ribonucléico ou, simplesmente, RNA, neste caso, o
RNA mensageiro. Tradução é a passagem das informações contidas no RNA para ser decodificada ao nível dos
ribossomos, originando proteínas.
RNA é formado por apenas uma cadeia de ribonucleotídeos. Cada um desses nucleotídeos possui um açúcar,
um fosfato e uma base nitrogenada. O açúcar do RNA é a ribose e suas bases são: adenina (A), guanina (G),
citosina (C) e uracila (U). A uracila é exclusiva do RNA.
A expressão dos genes é regulada. Células diferentes do mesmo organismo têm os mesmos genes, o mesmo
genoma. No entanto, alguns genes estão ligados, ativos e serão transcritos, e outros estão desligados, inativos e
não serão transcritos. É por isso que células diferentes do mesmo indivíduo têm coleções distintas de proteínas.
Esse é o processo de diferenciação celular.
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Ano: 1999
Habilidade: 13
A seqüência abaixo indica de maneira simplificada os passos seguidos por um grupo de cientistas para a clonagem
de uma vaca:
Fonte: www.jphpk.gov.my
II. Retirou-se uma célula da glândula mamária da vaca W. O
núcleo foi isolado e conservado, desprezando-se o resto da
célula.
III. O núcleo da célula da glândula mamária foi introduzido no
óvulo anucleado. A célula reconstituída foi estimulada para
entrar em divisão.
IV. Após algumas divisões, o embrião foi implantado no útero
A primeira vaca clonada na
de uma terceira vaca Y, mãe de aluguel. O embrião se Malásia (2003)
desenvolveu e deu origem ao clone.
Considerando-se que os animais Z, W e Y não têm parentesco, pode-se afirmar que o animal resultante da
clonagem tem as características genéticas da vaca:
(A) Z, apenas;
(B) W, apenas;
(C) Y, apenas;
(D) Z e da W, apenas;
(E) Z, W e Y.
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Se a vaca Y, utilizada como “mãe de aluguel”, for a mãe biológica da vaca W, a porcentagem de genes da “mãe de
aluguel”, presente no clone, será:
(A) 0%
(B) 25% Gabarito – Letra C. Se a vaca Y for a mãe
(C) 50% biológica da vaca W, o clone terá 50% de
genes dela (mãe) e 50% serão paternos.
(D) 75%
(E) 100%
Ano: 2001
Habilidade: 13
Essas afirmações apontam para aspectos importantes que podem ser relacionados à evolução humana.
Pode-se afirmar que, nos termos do texto:
Gabarito – Letra A. A intervenção do homem pode acarretar seleções artificiais, minimizando os efeitos
da seleção natural sobre as populações.
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Fonte: www.ima.umn.edu
seu papel na continuidade da vida. Na década de 1950, um estudo pioneiro
determinou a proporção das bases nitrogenadas que compõem moléculas de
DNA de várias espécies.
ESPERMATOZÓIDE
30,7% 19,3% 18,8% 31,2%
HUMANO
MEDULA ÓSSEA DE
28,6% 21,4% 21,5% 28,5%
RATO
ESPERMATOZÓIDE
32,8% 17,7% 18,4% 32,1%
DE OURIÇO-DE-MAR
PLÂNTULAS DE
27,9% 21,8% 22,7% 27,6%
TRIGO
A comparação das proporções permitiu concluir que ocorre emparelhamento entre as bases nitrogenadas e
que elas formam:
(A) pares de mesmo tipo em todas as espécies, evidenciando a universalidade da estrutura do DNA;
(B) pares diferentes de acordo com a espécie considerada, o que garante a diversidade da vida;
(C) pares diferentes em diferentes células de uma espécie, como resultado da diferenciação celular;
(D) pares específicos apenas nos gametas, pois essas células são responsáveis pela perpetuação das espécies;
(E) pares específicos somente nas bactérias, pois esses organismos são formados por uma única célula.
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Fonte: www.lorraineralfe.com
se encontra ameaçada ou extinta.
O mico-leão-dourado da Mata Atlântica faz parte de um desses
programas. Como faltam aos micos criados em cativeiro
habilidades para sobreviver em seu habitat, são formados grupos
sociais desses micos com outros capturados na natureza, antes
de soltá-los coletivamente.
O gráfico mostra o número total de animais, em uma certa
região, a cada ano, ao longo de um programa de reintrodução
desse tipo.
Gabarito – Letra A. A análise do gráfico permite uma interpretação da relação entre os indivíduos nascidos
em cativeiros e os que nasceram em meio natural, e que os animais nascidos em cativeiro, quando colocados
em meio natural, conseguem se adaptar bem a este novo meio, já que a quantidade de indivíduos novos que
nascem em ambiente natural a partir desses indivíduos aumentou.
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Gabarito – Letra B. Quando o homem levou outros animais para a região, provocou um desequilíbrio ecológico,
desestabilizando o equilíbrio natural existente entre a flora e a fauna locais.
Ano: 2005
Habilidade: 12
Fonte: www.agbioforum.org
IMAZAPIR. A planta está passando por testes de segurança nutricional e ambiental,
processo que exige cerca de três anos. Uma linhagem de soja transgênica requer a
produção inicial de 200 plantas resistentes ao herbicida e destas são selecionadas
as dez mais “estáveis”, com maior capacidade de gerar descendentes também
resistentes. Esses descendentes são submetidos a doses de herbicida três vezes
superiores às aplicadas nas lavouras convencionais. Em seguida, as cinco melhores são
separadas e apenas uma delas é levada a testes de segurança. Os riscos ambientais
da soja transgênica são pequenos, já que ela não tem possibilidade de cruzamento com outras plantas e o perigo
de polinização cruzada com outro tipo de soja é de apenas 1%.
A soja transgênica, segundo o texto, apresenta baixo risco ambiental porque:
(A) a resistência ao herbicida não é estável e assim não passa Gabarito – Letra C. Um dos perigos dos
para as plantas-filhas; organismos geneticamente modificados
(B) as doses de herbicida aplicadas nas plantas são 3 vezes (transgênicos) é que eles cruzem com
superiores às usuais; espécies selvagens, pois, caso isso ocorra, não
(C) a capacidade da linhagem de cruzar com espécies selvagens se tem controle sobre possíveis resultados
é inexistente; ou conseqüências, o que aumentaria o risco
(D) a linhagem passou por testes nutricionais e após três anos ambiental. Dessa forma, a incapacidade da
foi aprovada; linhagem transgênica de cruzar com espécies
(E) a linhagem obtida foi testada rigorosamente em relação a selvagens acaba por representar um fator de
sua segurança. baixo risco ambiental.
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(A) Australopithecus;
(B) Chimpanzé;
(C) Ramapithecus;
(D) Gorila;
(E) Orangotango.
Questão 02
Se fosse possível a uma máquina do tempo percorrer
a evolução dos primatas em sentido contrário, O esquema acima representa os períodos geológicos
aproximadamente quantos milhões de anos
em que esses grupos viveram. Observando esse
precisaríamos retroceder, de acordo com a árvore
filogenética apresentada, para encontrar o ancestral esquema, os paleontólogos concluíram que o período
comum do homem e dos macacos antropóides (gibão, geológico em que haviam encontrado essa nova espécie
orangotango, gorila e chimpanzé)? era o Devoniano, tendo ela uma idade estimada entre
405 milhões e 345 milhões de anos.
(A) 5 Destes cinco grupos de animais que estavam
(B) 10 associados à nova espécie, aquele que foi determinante
(C) 15 para a definição do período geológico em que ela foi
(D) 30 encontrada é:
(E) 60
(A) xifosura, grupo muito antigo, associado a outros
Questão 03 animais;
(B) trilobita, grupo típico da Era Paleozóica;
Uma expedição de paleontólogos descobre em
(C) braquiópodo, grupo de maior distribuição
um determinado extrato geológico marinho uma
nova espécie de animal fossilizado. No mesmo geológica;
extrato, foram encontrados artrópodes xifosuras e (D) ostracodermo, grupo de peixes que só aparece
trilobitas, braquiópodos e peixes ostracodermos e até o Devoniano;
placodermos.
(E) placodermo, grupo que só existiu no Devoniano.
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28
(A) Quando os primeiros hominídeos apareceram na Terra, os répteis já existiam havia mais de 500 milhões de anos.
(B) Quando a espécie Homo sapiens surgiu no planeta, América do Sul e África estavam fisicamente unidas.
(C) No Pré-Cambriano, surgiram, em meio líquido, os primeiros vestígios de vida no planeta.
(D) A fragmentação da Pangéia ocasionou o desaparecimento dos dinossauros.
(E) A Era Mesozóica durou menos que a Cenozóica.
29
I
“Com o reconhecimento do potencial da biodiversidade brasileira nos últimos anos, aliada às problemáticas da grande
extensão territorial do país, falta de recursos para fiscalizá-la, escassez de recursos naturais no restante do mundo, e a
baixa conscientização de sua importância científico-econômica vem-se facilitando a biopirataria, que é o comércio
ilegal da biodiversidade, e só poderá ser controlada se houver simultânea retração das atividades que degradam os
habitats, ou impedem sua conservação ou recuperação. Para que isso aconteça, é necessário que as últimas sejam mais
vantajosas que as primeiras, o que requer a intervenção pública para estímulo e adoção.”
(Michelliny de Matos Bentes, pesquisadora da Embrapa Rondônia – Trecho do artigo “Bioprospecção da biodiversidade:
princípios e ações para o uso sustentável)
www.cpafro.embrapa.br/embrapa/Artigos/Artigos.htm
II
“O estudo da biodiversidade tem relação direta para a preservação ou conservação das espécies, pois entendendo a
vida como um todo teremos mais condições de preservá-la.
(...)
Sem a conservação da biodiversidade não há garantia de sobrevivência da grande maioria das espécies de animais
e vegetais, ante a interdependência e conseqüentemente não poderá haver um desenvolvimento sustentável, pois a
humanidade perderá fontes vitais de recursos para a sua sustentação.
(...)
Portanto, é necessário que se tomem providências urgentes no sentido de desenvolver em todos os cidadãos uma
consciência ecológica, voltada para a criação de uma sociedade moderna. Além disso, sem o conhecimento real da
importância da biodiversidade e projetos concretos e aplicados de desenvolvimento sustentável, as chances de sobrevivência
da humanidade estarão totalmente comprometidas.
(Antônio Silveira Ribeiro dos Santos, Juiz de direito em São Paulo. Criador do Programa Ambiental: A Última Arca de Noé)
(www.aultimaarcadenoe.com)
III
“Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia
qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes
e futuras gerações.”
(Constituição da República Federativa do Brasil, promulgada em 05/10/1988. São Paulo: RT, 6ª ed., 2001.)
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Proposta de Redação:
Com base nestes fragmentos e no inteiro teor do presente fascículo, construa um texto dissertativo
com o seguinte tema:
As atitudes de cidadania na defesa da preservação do meio ambiente
Ao desenvolver o tema proposto, procure utilizar os conhecimentos adquiridos e as reflexões feitas
ao longo de sua formação. Selecione, organize e relacione argumentos, fatos e opiniões para defender seu
ponto de vista e suas propostas, sem ferir os direitos humanos.
Recomendações do ENEM:
Gabarito
FASCÍCULO 08
1) B 2) C 3) E 4) B
5) A 6) E 7) C 8) x
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