Professional Documents
Culture Documents
PARANAGUÁ
2010
FACULDADE ESTADUAL DE FILOSOFIA, CIÊNCIAS E LETRAS DE PARANAGUÁ
PARANAGUÁ
2010
PABLO DAMIAN BORGES GUILHERME
1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 1
2. OBJETIVOS.......................................................................................................... 5
3. METODOLOGIA ................................................................................................... 6
3.1 ÁREA DE ESTUDO ................................................................................................. 6
3.2 PROCEDIMENTOS DE CAMPO ............................................................................. 8
3.3 PROCEDIMENTOS LABORATORIAIS.................................................................... 9
3.4 ANÁLISE E TRATAMENTO DE DADOS ................................................................. 9
4. RESULTADOS ................................................................................................... 11
4.1 ANÁLISES BIOMÉTRICAS .................................................................................... 11
4.1.1 RELAÇÃO PESO X COMPRIMENTO DO RAIO ............................................ 11
4.1.2 DISTRIBUIÇÃO DE FREQÜÊNCIA DE TAMANHO........................................ 12
4.2 ANÁLISE DA DIETA ALIMENTAR ......................................................................... 13
4.2.1 COMPOSIÇÃO TAXONÔMICA ...................................................................... 13
4.2.2 AVALIAÇÃO POR CLASSE DE TAMANHO DE A. MARGINATUS ................ 14
4.2.3 AVALIAÇÃO POR CLASSE DE TAMANHO E ESTAÇÃO DO ANO ............... 17
5. DISCUSSÃO....................................................................................................... 20
6. CONCLUSÕES ................................................................................................... 28
vii
LISTA DE FIGURAS
viii
LISTA DE TABELAS
ix
LISTA DE QUADROS
x
RESUMO
xi
1. INTRODUÇÃO
1
As estrelas-do-mar são reconhecidas por seu amplo espectro e diversidade
de estratégias alimentares (RUPPERT, 2005). A maioria dos autores as considera
organismos predadores oportunistas (HADORN e WEHNER, 1978; VENTURA,
1997; RIBEIRO-COSTA e ROCHA, 2006), podendo também ser comedores de
carniça ou detritívoros e em alguns casos até mesmo canibais (BARNES, 1990;
HENDLER et al., 1995; MOORE, 2003; BRUSCA e BRUSCA, 2007).
2
A espécie Astropecten marginatus é encontrada em todo o litoral brasileiro,
habitando substratos arenosos entre 1 e 130 metros de profundidade (TOMMASI,
1970; JANGOUX, 1982; CLARK e DOWNEY, 1992; MONTEIRO e PARDO, 1994;
RIBEIRO-COSTA e ROCHA, 2006). Devido a sua freqüência e abundância, a
espécie é considerada um importante item da fauna acompanhante da pesca do
camarão sete-barbas Xiphopenaeus kroyeri HELLER, 1862 (KOTAS, 1998;
BRANCO, 1999; MOURA, 1999; WENTZEL et al., 2005; BRANCO E VERANI, 2006;
BRAZ et al., 2006; TAVARES et al., 2007) por isso a mesma encontra-se ameaçada
de extinção na costa de muitos estados brasileiros (MMA, 2004).
3
litoral do Paraná vem de encontro à necessidade de se obter informações biológicas
básicas que subsidiem futuras propostas de manejo.
4
2. OBJETIVOS
5
3. METODOLOGIA
6
tipo “fundeio” e “caceio”, cujo alvo são principalmente pescadas, corvina e linguado
(CHAVES & ROBERT, 2003).
7
3.2 PROCEDIMENTOS DE CAMPO
8
3.3 PROCEDIMENTOS LABORATORIAIS
9
Para a análise da abundância dos itens alimentares encontrados por
distribuição de tamanho de A. marginatus foram avaliados 140 exemplares nos
intervalos de classe mais abundantes (10-15, 15-20, 20-25, 25-30, 30-35, 35-40 e
40-45 mm de raio) e 80 organismos para as analises sazonais, sendo 20 de cada
estação do ano.
10
4. RESULTADOS
onde,
P = peso total (g)
R = comprimento do raio (mm)
18
16
14
y = 0 ,0 0 0 7 x 2 ,5 3 3
R ² = 0 ,9 5 6
12
10
P e so (g )
0
0 10 20 30 40 50 60
C o m p ri m e n to (m m )
FIGURA 3 - GRÁFICO DA RELAÇÃO ENTRE O PESO TOTAL (G) E O COMPRIMENTO DO RAIO (MM) PARA
OS INDIVÍDUOS DE ASTROPECTEN MARGINATUS CAPTURADOS NO LITORAL DO PARANÁ EM 2008.
11
4.1.2 DISTRIBUIÇÃO DE FREQÜÊNCIA DE TAMANHO
350
300
250
Nú m e ro d e In d ivid u o s
200
150
100
50
0
0 a 5 10 a 15 20 a 25 30 a 35 40 a 45 50 a 55
5 a 10 15 a 20 25 a 30 35 a 40 45 a 50 55 a 60
C l a sse d e T a m a n h o (m m )
12
4.2 ANÁLISE DA DIETA ALIMENTAR
4.2.1 COMPOSIÇÃO TAXONÔMICA
Filo Annelida
Classe Polychaeta
Filo Arthropoda
Subfilo Crustacea
Classe Malacostraca
Subclasse Eumalacostraca
Superordem Peracarida
Ordem Cumacea
Ordem Isopoda
Ordem Amphipoda
Classe Maxillopoda
Subclasse Ostracoda
Filo Mollusca
Classe Gastropoda
Classe Bivalvia
Filo Echinodermata
Classe Ophiuroidea
Classe Echinoidea
Classe Asteroidea
13
FIGURA 5 - GRÁFICO DE FREQÜÊNCIA RELATIVA (%) DOS ITENS ALIMENTARES
ENCONTRADOS NOS ESTÔMAGOS DE A. MARGINATUS CAPTURADOS.
Numa análise qualitativa foi verificado que o grupo biológico mais abundante
é Cumacea que predomina a partir da classe 20- 25 mm (N=81) até a classe 40-45
(N=232) totalizando 857 organismos identificados (Figura 6). Um segundo grupo de
itens alimentares abundantes são os gastrópodes e os bivalves que também
ocorrem em todas as classes de tamanho de A. marginatus e juntos apresentaram
suas maiores abundâncias nas classes de 35-40 mm (N=70) e 40-45 mm (N=103). O
grupo de itens denominados “Outros” foi mais abundante apenas na classe 40-45
mm (N=109). Os grupos Amphipoda (N=21) e Isopoda (N=33) foram os menos
abundantes em todas as classes de tamanho.
14
500
400
N úm ero de P res as
300
200
100
O u t ro s
Is opoda
A m p h ip o d a
C um ac ea
0 B iv a lv ia
10 a 15 15 a 20 20 a 25 25 a 30 30 a 35 35 a 40 40 a 45
G a s t ro p o d a
C la s s e s d e Ta m a n h o (m m )
15
35
30
25
20
Nú me ro d e P re sa s
15
10
-5
-1 0
10a15 15a20 20a25 25a30 30a35 35a40 40a45 M édia
D e svi o
C l a sse s d e T a m a n h o (m m )
16
4.2.3 AVALIAÇÃO POR CLASSE DE TAMANHO E ESTAÇÃO DO ANO
180
160
140
120
Nú me ro d e P re sa s
100
80
60
40
O u tro s
20 Iso p o d a
Am phipoda
C u m a ce a
0
B i va l vi a
Ve rão Outono In ve rn o P rim ave ra
G a stro p o d a
E sta çã o d o A n o
17
outono (N=24) e verão (N=18). O grupo Amphipoda foi o menos abundante e
ocorreu apenas no inverno (N=5) seguido de Isopoda que ocorreu nos meses de
inverno (N=2) e primavera (N=5).
14
12
10
Nú m e ro d e P re sa s
-2
V e rã o O u to n o In ve rn o P ri m a ve ra M édia
D e svi o
E sta çõ e s d o A n o
18
QUADRO 2 - RESULTADO DO TESTE A
POSTERIORI LEAST SQUARE DISTANCE.
ESTAÇÃO DO ANO X NÚMERO DE PRESAS
Variável: Numero de Presas
ANOVA Fator: Estação do Ano
Grupos Homogêneos (α = 0,05)
Estação Média de Presas 1 2
Outono 1,75 ****
Verão 3,85 ****
Primavera 8,25 ****
Inverno 8,60 ****
0 ,1 9
0 ,1 8
0 ,1 7
V a lo r M é d io d o P e so d o C e co (g )
0 ,1 6
0 ,1 5
0 ,1 4
0 ,1 3
0 ,1 2
0 ,1 1
0 ,1 0
0 ,0 9
0 ,0 8
V e rã o O u to n o In ve rn o P ri m a ve ra M édia
D e svi o
E sta çõ e s d o A n o
19
5. DISCUSSÃO
20
tamanho máximo encontrados para o asteróide A. marginatus na costa brasileira
confirmam a afirmativa acima.
De acordo com LEITE et al. (2006) a alométria positiva indica que um dado
caráter morfométrico tem participação predominante no ciclo vital. O índice
alométrico (b=2,5339) reconheceu as variáveis estudadas como fundamentais para
o desenvolvimento da espécie. O mesmo foi observado por TAVARES et al. (2007)
2,3523
no mesmo local com a equação P = 0,001064*C descrevendo as relações
biométricas.Assim, tanto o peso total quanto o comprimento do braço (raio) são
variáveis fundamentais para a realização de qualquer estudo ecológico, como por
exemplo, os trabalhos de dieta alimentar.
21
Segundo PENCHASZADEH (1973) e TARARAM et al. (1993) a variedade e
abundância dos itens alimentares de um predador podem depender de fatores como
a disponibilidade de organismos e presas viventes das comunidades dos fundos em
que habita e se alimenta.
22
Os resultados sobre a dieta de A. marginatus no litoral paranaense admite o
habito do gênero como essencialmente carnívoro, com um amplo espectro
alimentar, diferenciando-se dos demais estudos apenas quanto à qualidade das
presas, preferencialmente por crustáceos cumáceos e secundariamente por bivalves
e gastrópodes.
23
extremamente importante particularmente para o conhecimento do ciclo de vida dos
asteróides que até hoje ainda permanece negligenciado.
24
coleta de animais e o período do dia quando os animais estariam alimentando-se
mais intensamente.
25
inverno. Tal afirmativa poderia representar um mecanismo oportunista de A.
marginatus por predar itens que estão mais disponíveis nas épocas de menor
temperatura.
26
(2007) foi observado uma migração sazonal da população para áreas mais próximas
à costa durante o inverno e na primavera.
27
6. CONCLUSÕES
28
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANGULO, R.J.; ARAÚJO, A.D. Classificação da costa paranaense com base na sua
dinâmica, como subsídio à ocupação da orla litorânea. Boletim Paranaense de
Geociências, Curitiba, 44:7-17 1996
29
BRÖGGER, M.I.; PENCHASZADEH, P.E. Infaunal mollusks as main prey for two
sand bottoms sea stars off Puerto Quequén (Argentina) Rev. Biol. Trop. v.56 (3):
329-334, 2008
CLARK A. M.; DOWNEY M. E. Starfishes of the Atlantic. London: Chapman & Hall.
794 p. 1992
ELLIS, J.R.; ROGERS, S.I. The distribution, relative abundance and diversity of
echinoderms in the eastern English Channel, Bristol Channel, and Irish Sea. J.Mar.
Biol. Ass.U.K. 80,127-138 p 2000.
30
FREEMAN, S.M., RICHARDSON, C.A., SEED, R. Seasonal Abundance, Spatial
Distribution, Spawning and Growth of Astropecten irregularis (Echinodermata:
Asteroidea). Estuarine, coastal and shelf science, 53, 39-49. 2001
HENDLER, G., MILLER, J.E., PAWSON D.L.; KIER, P.M. Sea stars, sea urchins,
and allies: echinoderms of Florida and the Caribbean. Washington: Smithsonian
Institution Press. 391p. 1995.
31
LORENZI, L. Estrutura das Associacoes infaunais sublitorais de substrato
inconsolidados adjacente a recifes artificiais e naturais (Paraná, Brasil) Tese de
Doutorado, Universidade Federal do Paraná, 189p. 2004
NOJIMA, S. Stomach contents and feeding habits of four sympatrics sea stars,
genus Astropecten (Echinodermata:Asteroidea) from northern Kyushu, Japan.
Publications of Amakusa Marine Biology Laboratory, 9 (2): 67-76. 1988
32
aggregation. Publ. from the Amakusa Marine Biological Lab. V.7,n. 1, p. 1-16,
1983.
33
XII Congresso Latino-Americano de Ciências do Mar - XII COLACMAR:
Florianópolis, 15 a 19 de abril de 2007
SLOAN, N.A. Aspects of the feeding biology of asteroids. Oceanogr. Mar. Biol.
Annu. Ver. 18:57–124 1980
STORER, T.I., USIN KUKENTHAL GER, R.L., STEBBINS, R.C., NYBAKKEN, J.W.
Zoologia geral. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 816 p. 2005
34
TOMMASI, L. R. Lista dos asteróides recentes do Brasil. Controes Inst. Oceanogr.
Univer. São Paulo, sr. Ocean. Biol. 18: 1-61, 1970
VENTURA, C.R.R., JUNQUEIRA, A.O.R & FERNANDES, F.C. The relation between
body size and number of prey in starfish (Echinodermata:Asteroidea). In: DAVID, B.;
GUILLE, A.; FÉRAL, J.P.; ROUX, M. (EDS.) Echinoderms through time, A. A.
Balkema Publ., Rotterdam, p. 375-380. 1994
WELLS, H.W., WELLS, M.J.; GRAY, L.E. Food of the sea-star Astropecten
articulatus. Biol. Bull. 120:265-271p. 1961
35