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Automedicação

(por Macário Jácome)


Os medicamentos servem (servir – presente) para aliviar, curar e, muitas vezes, piorar muitas
doenças. Tudo depende (depender – presente) das condições de sua utilização e reações do organismo. A
automedicação, prática de tomar medicamentos por conta própria sem receita médica, pode (poder –
presente) causar efeitos colaterais (indesejáveis) dos medicamentos.
Pelo menos 50% das vendas dos medicamentos tradicionais do mercado brasileiro correspondem
(corresponder – presente) à automedicação. Essa foi (ser – pretérito perfeito) uma das conclusões do
estudo “Configuração do Complexo Econômico da Saúde”, realizado no ano passado pela Unicamp a
pedido do Ministério da Saúde.
Várias outras hipóteses explicam as causas da automedicação. Algumas atribuem (atribuir –
presente) a prática a uma espécie de consequência da divulgação que os laboratórios fazem (fazer –
presente) para a classe médica; outras, do excesso de pontos de vendas. Existe (Existir – presente) uma
farmácia para cada três mil habitantes, quando o número ideal de acordo com a OMS é (ser – presente) de
uma para cada grupo de oito mil habitantes. Para incentivar os médicos a prescrever seus produtos, os
laboratórios destinam (destinar – presente) um percentual de 30% a 35% de sua receita líquida aos
representantes, cuja função é (ser – presente) bater na porta dos consultórios e divulgar o remédio. O
segundo momento do medicamento no mercado é (ser – presente) marcado pela automedicação. O estudo
mostra que, se o paciente ficar satisfeito com o remédio, vai continuar / continuará (continuar – futuro)
comprando sem voltar ao médico. No Brasil, vários remédios, incluindo antibióticos, são (ser – presente)
vendidos sem receita. Além disso, o paciente faz (fazer – presente) o marketing boca a boca, indicando o
remédio a amigos e familiares.
O diretor da Anvisa, Gonzalo Vecina Neto, reconhece (reconhecer – presente) que a questão da
prescrição e da automedicação são (ser – presente) desafios para uma cultura como a nossa. Para ele é (ser
– presente) um processo demorado, que envolve (envolver – presente) educação das pessoas e dos
profissionais. Segundo William Saab, gerente do BNDES, que realizou (realizar – pretérito perfeito) um
estudo recente sobre automedicação, o brasileiro tem (ter – presente) compulsão de se automedicar, o que
motiva vendedores de remédios menos éticos. Seria (Ser – futuro do pretérito) também um reflexo da
crise da saúde pública, que dificulta o acesso e acompanhamento adequado. O fenômeno da medicação não
é (ser – presente) um “privilégio” do povo brasileiro. A Organização das Nações Unidas (ONU) adverte,
por meio do Conselho Mundial de Monitoramento de Narcóticos, sobre as consequências do abuso no
consumo de algumas substâncias emagrecedoras, tranquilizantes e anabolizantes, comercializadas nos
países desenvolvidos, especialmente os Estados Unidos.
Em relatório, a instituição atribui (atribuir – presente) o abuso de consumo desses remédios à
combinação de fatores que “medicalizam” os problemas sociais, como desemprego e dificuldades de
relacionamento, e a tendência a tratar os sintomas em vez das causas de problemas, como a obesidade,
estresse e déficit de atenção. Segundo ele, a responsabilidade por esse fenômeno deve ser compartilhada
entre médicos e empresas farmacêuticas. O relatório afirma (afirmar – presente) ainda que a mudança nas
relações entre médicos e pacientes também pode ser parcialmente responsável pela tendência.

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