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SETEMBRO 2009
FUNDACENTRO
FUNDAÇÃO JORGE DUPRAT FIGUEIREDO DE SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO
Centro Técnico Nacional –
RELATÓRIO
Elaboração do Relatório
Elayne de Fátima Maçãira
Érica Lui Reinhardt
Colaboração
Ana Maria Tibiriçá Bon
Apresentação ........................................................................................................................................1
1. Introdução .........................................................................................................................3
2. A água como insumo e a formação de aerossóis ..............................................................4
3. A água como determinante da qualidade do ar no ambiente de trabalho ......................4
4. Alguns aspectos de possíveis contaminantes biológicos da água de reuso......................5
5. Alguns aspectos de possíveis contaminantes químicos da água de reuso........................7
6. Vias de exposição a aerossóis de água de reuso...............................................................7
7. Possíveis efeitos à saúde dos trabalhadores .....................................................................8
8. Vigilância da saúde dos trabalhadores ...........................................................................10
9. Infraestrutura mínima para o processo a úmido ............................................................11
10. Qualidade da água de reuso ...........................................................................................13
11. Qualidade do efluente .....................................................................................................14
12. Considerações para redução do risco da exposição à água de reuso .............................18
13. Conclusões .......................................................................................................................18
14. Referências bibliográficas................................................................................................19
Glossário..............................................................................................................................................22
Anexo I – Questionário ........................................................................................................................28
i
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Parâmetros para reuso local do esgoto tratado com possível contato direto com a água ............ 13
Tabela 4 Parâmetros para lançamento de efluentes em sistema de esgoto no Estado de São Paulo.......... 16
ii
Apresentação
A FUNDACENTRO, desde ano 2000, está envolvida em ações de Saúde e Segurança no Trabalho
relacionadas às Marmorarias em parceria com representação de empregadores, trabalhadores, e
outras instituições. Entre as ações desenvolvidas podem ser citadas: elaboração de pesquisas;
coordenação e suporte do Grupo Técnico de Marmorarias1; divulgação de informações em
seminários e congressos nacionais e internacionais por meio de apresentação de trabalhos científicos
e palestras, bem como a elaboração de documentos técnicos institucionais e artigos para revistas e
jornais.
Com base nos dados e informações obtidos com os estudos de avaliação e controle da exposição dos
trabalhadores aos agentes ambientais, poeira, ruído e vibração em mãos e braços realizados pela
Fundacentro, no período de 2002 a 2006 e em estudos de outras instituições, o Grupo Técnico de
Marmorarias recomendou a umidificação das operações de corte e acabamento do processo
produtivo em marmorarias.
Essa recomendação foi encaminhada pelo GT-Marmorarias em 2007 para a Comissão Tripartite
Paritária Permanente (CTPP) do Ministério do Trabalho e Emprego que emitiu a Portaria Nº 43 de 11
de março de 2008 que “Proíbe o processo de corte e acabamento a seco de rochas ornamentais e
altera a redação do anexo 12 da Norma regulamentadora nº 15” (Brasil 2008). A Portaria determina
que os empregadores devam providenciar a adequação às exigências no prazo de dezoito meses da
data da publicação.
Nesse mesmo período, com o objetivo de levantar informações para prevenir a exposição dos
trabalhadores a possíveis agentes biológicos contidos na água de reuso e fazer recomendações, a
1
GT-Marmorarias - O Grupo Técnico de Marmorarias foi formado em 2004 por iniciativa do Programa Nacional de
Eliminação da Silicose (PNES) com o objetivo de integrar as diversas ações em desenvolvimento nesse ramo de atividade.
O GT é composto por representações de instituições de Governo (FUNDACENTRO, MTE, MPT, CRST e COVISA da PMSP) de
empregadores (SIMAGRAN-SP) de trabalhadores (SITIMAGRAN, FETICOM-SP) e de parceiros convidados, como, SESI,
SENAI, SEBRAE, entre outros.
1
Fundacentro realizou uma pesquisa bibliográfica sobre esse assunto e visitas técnicas. Essas incluíram
marmorarias que já haviam adotado o processo a úmido e instituições que desenvolvem estudos
relacionados à utilização de água reuso. As instituições visitadas foram: a Estação de Tratamento de
Esgotos e Produção de Água de Reuso em São Caetano do Sul, a Companhia de Tecnologia de
Saneamento Ambiental (CETESB), Departamento de Análises Ambientais; o Centro de Treinamento
para o Controle da Poluição na Mineração (CECOPOMIN) do Departamento Nacional de Produção
Mineral e o Núcleo de Tecnologia de Mármores e Granitos e a Faculdade de Tecnologia Ambiental do
SENAI- Unidade Mario Amato.
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1. Introdução
Se por um lado o processo a úmido pode reduzir a concentração de sílica cristalina na fração
respirável, é fonte de emissão de aerossóis líquidos que ainda não foram avaliados enquanto veículo
de contaminantes biológicos, orgânicos ou inorgânicos. Desta forma, a qualidade da água que
alimenta o processo torna-se um determinante da qualidade do ar no ambiente de trabalho.
A não observância da qualidade da água poderá resultar em danos à saúde decorrentes da exposição
a microrganismos patogênicos e a substâncias químicas acumuladas durante o processamento das
peças e os ciclos de reutilização da água, que podem ser veiculados nas névoas e inalados pelo
trabalhador. A qualidade da água também pode interferir no funcionamento e na vida útil das
ferramentas, particularmente nas ferramentas pneumáticas.
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Considerando a oportunidade de implantação do processo a úmido nas marmorarias para
cumprimento da nova determinação legal de obrigatoriedade da instalação destas operações de
corte e acabamento a úmido (Portaria Nº 43 de 11 de março de 2008 do MTE), o presente estudo
tem por objetivo descrever os potenciais riscos produzidos em umidificação dos processos, e propor
recomendações para a prevenção e monitoramento de efeitos à saúde dos trabalhadores em
marmorarias.
Essas gotas e gotículas poderão conter partículas sólidas originadas da própria água ou então do
encontro com partículas sólidas suspensas no ar. A essa mistura de partículas sólidas e líquidas
suspensas no ar, de tamanho na faixa de 0,002 µm a mais de 100 µm, também denomina-se aerossol
(Ruzer e Harley 2005).
Quando se utiliza água da rede de abastecimento público que foi armazenada em boas condições
sanitárias, pressupõe-se um risco mínimo para a saúde respiratória dos trabalhadores, uma vez que
em geral a água deve-se encontrar dentro dos padrões de potabilidade.
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Muitas marmorarias têm optado pela reutilização da água do processo. Até o momento, porém, de
nosso conhecimento, não existem estudos sobre a qualidade desta água sob o ponto de vista dos
possíveis efeitos à saúde humana.
O risco da exposição à água de reuso em processos produtivos deve ser avaliado como qualquer
outro insumo, cabendo ao empregador o monitoramento da qualidade da água e do ambiente onde
ela é utilizada, visando identificar e controlar possíveis efeitos:
dos riscos biológicos – originados do contato da água com produtos da atividade humana e de
animais ou microrganismos que compartilham o ambiente, e cujas doenças relacionadas são
chamadas doenças de transmissão hídrica.
dos riscos químicos – originados da contaminação da água por substâncias químicas oriundas da
matéria-prima, dos insumos ou dos produtos utilizados no processo, as quais podem ser
associadas a doenças de origem hídrica;
Vírus
Os vírus são parasitas obrigatórios, precisando de hospedeiro para sua replicação, o que significa que
não ocorre um aumento da quantidade de vírus pelo seu crescimento no meio hídrico. Por outro
lado, a dose infectante dos vírus em geral é baixa, podendo ser tão pequena quanto 10 partículas
virais ou menos (Toze 2006).
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Bactérias
Diferentemente dos vírus, as bactérias são capazes de se multiplicar no ambiente, embora as
condições ambientais em geral limitem esta multiplicação. O número de bactérias patogênicas
veiculadas pela água é grande. A maioria é de origem intestinal, que pode infectar tanto humanos
como animais e, portanto, estes últimos também representam uma fonte de contaminação.
Bactérias não intestinais relacionadas a doenças de transmissão hídrica são Legionella spp,
Mycobacterium spp (excluindo M. tuberculosis) e Leptospira interrogans (Toze 2006).
Protozoários
Estes parasitas unicelulares podem persistir no ambiente na forma de cistos ou oocistos, que são suas
formas inativas e que por isso não se reproduzem na água ou no solo. A maioria dos cistos ou
oocistos de protozoários detectados em fontes de água residuais ou recicladas consiste daqueles de
Entamoeba histolytica, Giardia intestinalis (Giardia lamblia) e Cryptosporidium parvum. Embora o
homem seja o principal reservatório de C. parvum e G. intestinalis, vários animais domésticos e
selvagens podem abrigá-los. Assim como os vírus entéricos, os protozoários são significantemente
mais infecciosos que a maioria das bactérias intestinais. Cryptosporidium, Giardia e Entamoeba
podem causar infecção com menos de 10 (oo)cistos (Toze 2006).
Helmintos
Helmintos com significante risco à saúde encontrados em águas recicladas são Ascaris lumbricoides,
Ancylostoma duodenale, Necator americanus e Trichuris trichiura. A transmissão ocorre ou pela
ingestão de ovos ou pela penetração das larvas através da pele. Estes animais não se reproduzem no
solo ou na água. Também diferentemente de outros helmintos, estes apresentam ciclos de vida
simples, isto é, o ser humano geralmente é o único hospedeiro e transmissor dessas doenças (Toze
2006).
Fungos
Alguns fungos que podem estar presentes em águas de reuso são Aspergillus spp., Cryptococcus
neoformans, Paracoccidioides brasiliensis, Histoplasma capsulatum e Blastomyces dermatitidis. A
transmissão é aérea e normalmente se dará pela inalação de esporos ou de hifas desses fungos, que
estão presentes no ambiente, onde crescem e se multiplicam. Alguns crescem particularmente bem
em excretas de animais, como morcegos e aves. A água reciclada poderá ser contaminada a partir de
canaletas ou reservatórios d’água que estejam sujos e que permitam o acesso de animais.
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Produtos da decomposição ou do metabolismo de microrganismos
Os principais produtos de decomposição e metabolismo de microrganismos de interesse são
endotoxinas, peptideoglicanos e betaglucanos. Eles permanecem no meio hídrico mesmo após a
morte dos microrganismos. As endotoxinas se originam de bactérias Gram-negativas, que são as
bactérias predominantes em águas residuais. A capacidade de endotoxinas de estimular o sistema
imunológico só é eliminada a altas temperaturas, como 160oC por 4 horas, portanto, são ativas por
muito mais tempo que o tempo de vida das próprias bactérias (Radon 2006).
Sílica
No caso das marmorarias, além do risco biológico, a água reutilizada poderá conter partículas sólidas
com diferentes teores de sílica em suspensão. Não existe estudo específico sobre a concentração de
partículas contendo sílica emitidas pela aerossolização da água de reuso.
Quando se pensa na relação entre água e doença, imediatamente se pensa nas consequências do
contato ocasional da água com pele e mucosas ou da ingestão diária de água. Assim, os indicadores
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mais utilizados para se avaliar esta exposição são balneabilidade, potabilidade, ou indicadores da
qualidade da água como matéria-prima na indústria alimentícia, em cosméticos, em medicamentos e
outros produtos relacionados à saúde.
As partículas com diâmetro aerodinâmico menor que 100 µm são partículas inaláveis, podendo
entrar em contato com o trato respiratório humano. Uma fração dessas partículas pode se depositar
na mucosa oral e das vias aéreas superiores, com uma possível deglutição.
Por outro lado, as partículas com diâmetro aerodinâmico maior que 100 µm podem se depositar
sobre a pele. E se estiverem transportando patógenos capazes de penetrar a pele, íntegra ou não,
poderão ser veículo para infecções locais ou sistêmicas.
Embora menos provável, o contato indireto com os contaminantes também é possível pela deposição
de aerossóis sobre superfícies e roupas, incluindo os EPIs.
A maioria dos estudos dos efeitos da exposição a bioaerossóis foi realizada em setores produtivos
que têm em comum a exposição a poeiras orgânicas, como alguns segmentos da agroindústria
(produção e processamento de alimentos, grãos, fibras vegetais, têxtil, criação e abate de animais,
estufas), e nos setores de compostagem e de processamento de resíduos sólidos e de águas
residuais. Dentre esses, as condições ambientais do setor de tratamento de águas residuais parece
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ser o que mais se assemelha ao caso das marmorarias, ressalvada a provavelmente menor carga
contaminante nos bioaerossóis produzidos em marmorarias. Os principais grupos de doenças
associadas com a exposição a bioaerossóis são “doenças infecciosas” e “doenças respiratórias”
(Douwes et al. 2003).
A alta umidade local também pode favorecer a ocorrência de problemas respiratórios, alergias e
dermatoses ocupacionais.
Doenças infecciosas
A Doença dos Legionários, assim como a Febre de Pontiac, são infecções transmitidas por
bioaerossóis contaminados por Legionella spp., particularmente Legionellae pneumophila. L.
pneumophila são bactérias Gram-negativas que podem estar presentes em sistemas de contenção e
distribuição artificiais de água, muitas vezes formando biofilmes em torres de resfriamento, sistemas
de ar condicionado, etc. Estas bactérias causam pneumonia, tornando-se inaláveis frequentemente
como resultado de processos de aerossolização (por exemplo, aeração de águas contaminadas).
Surtos foram reportados em vários locais de trabalho onde são usados sistemas de umidificação
(estocagem de frutas e vegetais;) ou de turbilhonamento e aspersão de água, por exemplo, em
balneários (Douwes et al. 2003).
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bronquite crônica e de asma não atópica. Contudo, as endotoxinas parecem ter um mecanismo
protetor contra sensibilização a alérgenos (Radon 2006). Fadiga e irritações oculares ou sintomas
gastrointestinais como náusea, vômito e diarreia também foram encontradas em indivíduos expostos
a endotoxinas. Sintomas gripais (fadiga, febre, dores musculares/articulações, calafrio, dor de cabeça,
etc.) também são suspeitos de resultarem da exposição a endotoxinas.
Dermatoses
Estas considerações acerca dos riscos pela exposição a aerossóis são apenas um ponto de partida
para uma reflexão e alerta dos riscos pela exposição a aerossóis resultantes da umidificação dos
processos em marmorarias.
Atualmente, não existe uma vigilância sistemática da saúde dos trabalhadores de marmorarias que
considere os possíveis riscos veiculados pela exposição a névoas de água de reuso. Um sinal
indicativo de eventuais problemas é o surgimento de sintomas inespecíficos.
A partir do uso extensivo do processo a úmido, sugere-se que as empresas realizem investigações
periódicas de sintomas relacionados a infecções e inflamações de vias aéreas e gastrointestinais, para
o que se sugere a utilização do questionário do Anexo I. Recomenda-se ainda que o risco de
exposição a aerossóis seja considerado na elaboração e implantação de programas em segurança e
saúde no trabalho previstos na legislação.
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9. Infraestrutura mínima para o processo a úmido
Abastecimento de água
A água para o processo a úmido em marmorarias deve vir preferencialmente de sistemas públicos de
abastecimento.
No caso das ferramentas pneumáticas, a qualidade da água deve estar de acordo com as
recomendações dos fabricantes, pois pode interferir no funcionamento e na vida útil das
ferramentas, danificando seus mecanismos internos.
As instalações hidráulica, elétrica e de ar comprimido devem ser projetadas para prevenir acidentes
tais como choque elétrico.
Escoamento do efluente
Os pisos devem ser projetados de forma que o efluente (água e lama) seja conduzido para canaletas
de escoamento.
Tanques de decantação
As canaletas devem estar integradas a tanques de decantação projetados para permitir a captação e
separação das diversas fases do efluente (água, lama, óleos/graxas e resíduos flutuantes). Os tanques
devem ser dimensionados de acordo com o volume de efluente previsto e o tempo de decantação é
importante para que partículas sólidas se depositem no fundo.
Antes do descarte, a água deve ser tratada de acordo com a Resolução CONAMA 357/2005, e
legislações ambientais estaduais e municipais vigentes.
Preferencialmente, a água não deve ser reutilizada. Em marmorarias, por motivos econômicos e
ambientais, há uma tendência a se reutilizá-la. Neste caso, devem ser considerados os parâmetros
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técnicos mínimos quando se prevê o contato da água com seres humanos, assim como medidas de
caráter preventivo da exposição dos trabalhadores às névoas contendo água e partículas sólidas,
como a adoção de equipamentos de proteção individual.
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10. Qualidade da água de reuso
A NBR 13.969/2005 também oferece parâmetros para reuso local do esgoto tratado, classificando a
água de acordo com a finalidade de uso (ABNT 1997). Para usos que requerem o contato direto do
usuário com a água, com possível aspiração de aerossóis pelo operador, a Classe 1 é recomendada,
sendo determinados parâmetros contidos na Tabela 1.
Tabela 1 Parâmetros para reuso local do esgoto tratado com possível contato direto com a água.
Parâmetro Valor
Turbidez <5
Sólidos suspensos totais (SST) < 200 mg/L
Coliformes fecais < 200 NMP/100 mL
Cloro residual 0,5 mg/L-1,5 mg/L
pH Entre 6,0-8,0
NMP: Número mais provável
Ainda segundo a NBR 13.969/2005, para se obter esse grau de qualidade geralmente serão
necessários tratamento aeróbio (filtro aeróbio submerso ou LAB) seguido por filtração convencional
(areia e carvão ativado) e, finalmente, cloração. Pode-se substituir a filtração convencional por
membrana filtrante.
O Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH) publicou em 2005 a Resolução 54, que estabelece
modalidades, diretrizes e critérios gerais para a prática de reuso direto não potável de água. Essa
Resolução deverá ser regulamentada, estabelecendo-se diretrizes de qualidade da água de reuso.
Portanto, diante das poucas informações acerca do risco da exposição a névoas de água de reuso em
marmorarias, e da ausência de regulamentação da qualidade dessa água, recomenda-se que se utilize
água de sistemas públicos de distribuição ou dos recursos hídricos superficiais e subterrâneos para a
umidificação dos processos em marmorarias.
Se a escolha for pela reutilização, recomenda-se que a água seja utilizada apenas em operações onde
não haja formação de névoas/aerossóis, como descarga de sanitários ou lavagem de pisos, por
exemplo.
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11. Qualidade do efluente
Efluentes líquidos gerados por marmorarias vão variar em sua quantidade e composição, conforme
verificado em trabalho realizado no SENAI Mario Amato, localizado em São Bernardo do Campo, São
Paulo. Nesse trabalho foi feita uma verificação da composição dos sólidos suspensos nos efluentes
de três marmorarias diferentes, uma delas pertencente ao próprio SENAI, observando-se que houve
variação na proporção de sólidos inorgânicos (de 51,3% a 81,5%) e de sólidos orgânicos (de 18,5% a
48,7%) e na velocidade de sedimentação desses sólidos, parâmetro que deve ser observado para
posterior lançamento dos efluentes em rede de esgoto, pluvial ou corpo d’água (Bergo 2007). Este
trabalho reforça a necessidade de se avaliar os efluentes de cada marmoraria para que seja possível
fazer o dimensionamento mais adequado de um sistema de tratamento para essa água
anteriormente ao seu descarte ou possível reuso.
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Os órgãos ambiental federal, estadual e municipal poderão definir outros critérios e parâmetros
aplicáveis para a carga poluidora máxima ou ainda, excepcionalmente, autorizar o lançamento de
efluente acima das condições e padrões estabelecidos na Tabela 2 e na legislação, dependendo das
condições do corpo d’água receptor e respectivas metas obrigatórias, intermediárias e final,
estabelecidas pelo enquadramento do corpo d’água. Alguns dos parâmetros para enquadramento de
corpos de água doce são listados na Tabela 3.
Dispositivos de lançamento
Devem ser previstas proteções adequadas para o lançamento do efluente no corpo receptor, de
modo a não causar erosão na margem ou para não causar obstrução no fluxo da água ou trânsito das
pessoas. Estas proteções devem ser aprovadas por órgãos competentes quanto à sua instalação,
devendo ser resistentes contra enchentes ou marés, além de evitar o refluxo da água na ocasião
daquelas.
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Lançamento em sistemas de esgoto (Estado de São Paulo)
De acordo com o Decreto Estadual nº 8.468, de 08/09/1976, no Estado de São Paulo, o efluente pode
ser lançado em sistema de esgoto provido de tratamento com capacidade e de tipo adequados,
desde que satisfaça os requisitos da Tabela 4.
Tabela 4 Parâmetros para lançamento de efluentes em sistema de esgoto no Estado de São Paulo.
Parâmetro Valor
pH 6,0 – 10,0
Temperatura < 40°C
Materiais sedimentáveis ≤20 mL/L em teste de 1 h em “cone Imhoff”
Óleos e graxas visíveisb Ausentes e concentração máxima
Substâncias solúveis em hexano ≤150 mg/L
Gasolina, óleos leves e substâncias explosivas ou inflamáveis Ausentes
Despejos que causam ou possam causar obstrução das Ausentes
canalizações ou qualquer interferência na operação do
sistema de esgotos
Qualquer substância em concentração potencialmente tóxica Ausentes
a processos biológicos de tratamento de esgotos
Arsênico (Ar)a, b 1,5 mg/L
Cádmio (Cd)a, b 1,5 mg/L
Chumbo (Pb)a, b 1,5 mg/L
Cobre (Cu)a, b 1,5 mg/L
Cromo hexavalenteb 1,5 mg/L
Mercúrio (Hg)a, b 1,5 mg/L
Prata (Ag)a, b 1,5 mg/L
Selênio (Se)a, b 1,5 mg/L
Cromo totala, b 5,0 mg/L
Zinco (Zn)a, b 5,0 mg/L
Estanho (Sn)a, b 4,0 mg/L
Níquel (Ni)a, b 2,0 mg/L
Cianetob 0,2 mg/L
Fenolb 5,0 mg/L
Ferro solúvel (Fe++)b 15,0 mg/L
Fluoretob 10,0 mg/L
Sulfetob 1,0 mg/L
Sulfatob 1000 mg/L
Regime de lançamento 24 h/dia
Vazão máxima 1,5X vazão diária
Águas pluviais Ausentes
a Total acumulado de Ar, Cd, Pb, Cu, Hg, Ag, Se, Cr total, Zn, Sn, Ni = 5,0 mg/L
b desde que não seja afetado o bom funcionamento dos elementos do sistema de esgotos, a entidade responsável pela sua operação
poderá, em casos específicos, admitir a alteração dos valores fixados, devendo comunicar tal fato à CETESB
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Outros critérios para a disposição do efluente no sistema público de esgotos no Estado de São Paulo
são estabelecidos no Decreto nº 8.468, de 08/09/1976.
Entre as alternativas existentes para cloração foi selecionado o método de cloração por gotejamento
(hipoclorito de sódio) e por pastilha (hipoclorito de cálcio), uma vez que estes representam menor
preocupação em nível operacional.
O menor tempo de detenção hidráulica para o contato ser considerado é de 30 min. Para o caso de
hipoclorito, devem ser observadas as especificações constantes na NBR 11887.
O esgoto clorado deve conter, após o tempo de contato, uma concentração de cloro livre de pelo
menos 0,5 mg/L.
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d) deve ser dada autorização pelo órgão local competente para o lançamento do efluente tratado na
galeria de águas pluviais.
Evidências recentes sugerem que muitos dos métodos de tratamento podem não eliminar
completamente os riscos da presença de microrganismos. Até que haja um melhor conhecimento, os
tratamentos requeridos permanecerão mais conservadores do que talvez seria necessário. E mesmo
assim, a exposição deve ser limitada por meio de projetos ou controles operacionais como, por
exemplo, uma regulagem das ferramentas.
Os próprios processos ambientais podem representar outra barreira potencialmente significante para
a redução do risco de microrganismos patogênicos na água de reuso. Apesar disso ainda são
necessárias mais informações sobre sua eficácia contra a persistência de microrganismos patogênicos
e a presença potencial de patógenos ainda precisa ser tratada como um risco real e significante, não
se podendo confiar na influência de fatores ambientais naturais para a redução da persistência dos
mesmos.
13. Conclusões
Apesar do aparente baixo risco à saúde pela exposição a aerossóis de água de reuso, o nível de risco
dessa exposição ainda precisa ser melhor estabelecido por estudos mais sensíveis e definitivos que
avaliem compreensivamente a capacidade de patógenos e contaminantes como a sílica e outros
presentes em aerossóis causarem doenças.
Uma das maneiras de se estabelecer a relação entre a ocorrência de possíveis doenças e a exposição
à água de reuso é por meio da avaliação sistemática do estado de saúde dos trabalhadores que estão
sujeitos à exposição a esta água. Esta avaliação deve permitir a detecção precoce de problemas de
saúde, possibilitando assim uma intervenção rápida e diminuindo a chance de que estes
trabalhadores desenvolvam danos mais graves à sua saúde. Um sinal indicativo desses problemas é o
surgimento de sintomas inespecíficos que podem estar relacionados. Para avaliação dessa relação,
sugere-se que as empresas realizem investigações periódicas de sintomas relacionados a infecções e
inflamações de vias aéreas e gastrointestinais, para o que se sugere a utilização do questionário do
Anexo I.
18
Além disso, a reutilização só deve ser adotada após um tratamento adequado, que leve em conta os
possíveis riscos veiculados pela água, os parâmetros mínimos já estabelecidos internacionalmente, as
características peculiares do processo e a regulamentação nacional. Estes requisitos, contudo,
determinam projetos potencialmente muito caros para serem viáveis para marmorarias de pequeno
e talvez de médio porte.
Depois que os riscos estiverem bem definidos e o reuso esteja regulamentado no país, somente optar
pelo reuso para umidificação de processos após criterioso estudo dos possíveis contaminantes,
adequado tratamento do efluente, padronização do número de ciclos de reuso e tratamento final do
efluente de acordo com sua disposição local, adequando-se às recomendações e regulamentações já
existentes - nacionais e/ou internacionais (CNRH 2005, Estados Unidos 2004, Austrália 2007).
3. Santos AMA, Cançado RZL, Anjos RM, Amaral NC, Lima LCA. Características da exposição
ocupacional a poeiras em marmorarias da cidade de São Paulo. Rev. Bras. Saúde Ocup., v. 32, n.
116, p. 11-23, 2007.
19
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São Paulo: proposição de procedimento alternativo de medição. 2006. 153 f. Tese (Doutorado em
Engenharia)-Escola Politécnica, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2006.
9. São Paulo (Estado). Decreto nº 8.468, de 8 de setembro de 1976. Aprova o Regulamento da Lei nº
997, de 31 de maio de 1976, que dispõe sobre a Prevenção e Controle da Poluição do Meio
Ambiente.
10. Brasil. Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA). Resolução nº 274, de 29 de novembro
de 2000. Brasília, DF, 2000.
11. Brasil. Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA). Resolução nº 357, de 17 de março de
2005. Dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu
enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes, e dá
outras providências. Brasília, DF, 2005a.
12. Ruzer L.S., N. H. Harley. Aerosols handbook, measurement, dosimetry, and health effects. Boca
Raton (FL): CRC press, 2005.
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15. Douwes J, Thorne P, Pearce N, Heederik D. Bioaerosol health effects and exposure assessment:
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Glossário
Aerossol: partícula sólida ou líquida suspensa no ar, com tamanho variando de 0,002 µm a mais de
100 µm (micrometros).
Agente tóxico: qualquer substância, ou seus metabólitos, capaz de produzir um efeito tóxico (nocivo,
danoso) num organismo vivo, ocasionando desde alterações bioquímicas e prejuízo de funções
biológicas até a morte sob certas condições de exposição.
Água de reuso: água que, após o uso, é reutilizada depois do tratamento em outra atividade, como as
domésticas, industriais ou agrícolas, liberando as águas de melhor qualidade para usos mais
restritivos e nobres, como o abastecimento público e dessedentação de animais. A reutilização da
água ocorre espontaneamente na própria natureza, como resultado do ciclo hidrológico, ou após a
ação humana, de forma planejada ou sem controle. Veja também a definição de reutilização.
Água potável: Água limpa, apropriada para o consumo humano e animal, própria para beber e
cozinhar sem riscos à saúde. É fundamental para a vida humana e é obtida, em geral, através de
tratamentos da água bruta que eliminam qualquer impureza. A água, para ser considerada potável,
tem que atender aos chamados “padrões de potabilidade”. Veja também a definição de padrões de
potabilidade.
Alérgeno: material ou substância capaz de causar alergia, que é uma resposta exagerada do
organismo, ou hipersensibilidade, ao entrar em contato com esses materiais ou substâncias de
origem ambiental.
Bactéria: organismo microscópico, unicelular, que se reproduz por divisão e se encontra virtualmente
em todo o meio ambiente. Geralmente menor que um micrometro (um milésimo de um milímetro)
de comprimento. Formas típicas incluem: bastonete (bacilo), esférico (cocos) e espiral (espirilos).
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Bactérias Gram-negativas: bactérias que adquirem cores vermelho ou rosa quando tratadas pelo
método de Gram. Possuem parede celular composta de uma camada fina de peptideoglicano coberta
por uma membrana externa de lipoproteína e lipopolissacarídeo. Em oposição: bactérias Gram-
positivas, que ficam roxas, violetas ou azuis escuras após coloração pelo método de Gram.
Betaglucano: polímero de glicose originado da maioria dos fungos, de algumas bactérias, da maioria
das plantas superiores e de muitas plantas inferiores.
Bioaerossol: aerossóis que podem conter microrganismos inteiros e ativos (vírus, bactérias, fungos,
protozoários), microrganismos inteiros e dormentes (esporos de fungos e plantas inferiores, cistos de
protozoários); pólen; e fragmentos de células (de poeiras de grãos e de madeira, excretas e
descamações do corpo de artrópodes e partículas da pele, saliva, fezes e urina). O bioaerossol pode
estar imerso em líquido (normalmente água), e seu tamanho pode variar de 0,02 µm a 100 µm.
Biofilme: camada composta por vários microrganismos agregados aderidos a uma superfície, que se
forma em quase todas as superfícies imersas em solução aquosa. Os microrganismos que compõem
um biofilme podem ser de uma ou várias espécies, dependendo das condições ambientais. Para
formar um biofilme, inicialmente alguns organismos aderem a uma superfície e passam a se
desenvolver, liberando para o ambiente diversas substâncias que passam a atuar como substrato
para a aderência de outros microrganismos. A esse conjunto de todos os microrganismos e das
substâncias que os unem denomina-se biofilme.
Cisto: forma de resistência de certos protozoários, que possui uma película ou cápsula protetora
envolvendo uma forma capaz de desenvolver-se quando encontrar o ambiente adequado.
Corpo d’água (corpo hídrico): denominação genérica para qualquer manancial hídrico; curso d’água,
trecho de rio, reservatório artificial ou natural, lago, lagoa ou aquífero subterrâneo.
DBO: Demanda Bioquímica de Oxigênio. É a forma mais utilizada para se medir a quantidade de
matéria orgânica presente em um corpo d'água, ou seja, mede-se a quantidade de oxigênio
necessário para estabilizar a matéria orgânica com a cooperação de bactérias aeróbias. Assim, a DBO
é a quantidade de oxigênio necessária para oxidar a matéria orgânica por decomposição microbiana
aeróbia para uma forma inorgânica estável. A DBO é normalmente considerada como a quantidade
de oxigênio consumido durante um determinado período de tempo, numa temperatura de incubação
específica. Um período de tempo de 5 dias numa temperatura de incubação de 20oC é
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frequentemente usado e referido como DBO5,20. Quanto maior o grau de poluição orgânica, maior
será a DBO. A presença de um alto teor de matéria orgânica pode induzir à completa extinção do
oxigênio na água, provocando o desaparecimento de peixes e outras formas de vida aquática. Um
elevado valor da DBO pode indicar um incremento da microflora presente e interferir no equilíbrio da
vida aquática, além de produzir sabores e odores desagradáveis e ainda poder obstruir os filtros de
areia utilizados nas estações de tratamento de água.
Doenças de origem hídrica: são aquelas causadas por determinadas substâncias químicas, orgânicas
ou inorgânicas, presentes na água em concentrações inadequadas, em geral superiores às
especificadas nos padrões para águas de consumo humano.
Doenças de transmissão hídrica: são aquelas em que a água atua como veículo de agentes
infecciosos. Essas doenças podem ser causadas por bactérias, fungos, vírus, protozoários e helmintos.
DQO: Demanda Química de Oxigênio. Quantidade de oxigênio consumida para oxidação da matéria
orgânica contida na água, estimada através da reação química, utilizando o dicromato de potássio
como reagente, sob condição ácida e quente.
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Esporo: estrutura reprodutiva que é adaptada para a dispersão e a sobrevivência do organismos por
períodos extensos em condições desfavoráveis. Os esporos são uma fase do ciclo de vida de muitas
bactérias, plantas, algas, fungos e alguns protozoários.
Fungo: organismos que se alimentam principalmente de material orgânico ou de seres vivos mortos e
que possuem uma parede celular quitinosa. A maioria das espécies cresce formando filamentos com
várias células, as hifas, que juntas constituem o micélio. Algumas espécies também são unicelulares.
A reprodução sexuada e assexuada ocorre normalmente por meio de esporos, mas alguns fungos
perderam a capacidade de se reproduzir e se propagam apenas por crescimento vegetativo.
Leveduras, bolores e cogumelos são exemplos de fungos.
Levedura: fungo unicelular microscópico que se reproduz por germinação. As principais leveduras
patogênicas para o homem são Candida albicans e Cryptococcus neoformans.
Gotículas: são partículas líquidas com diâmetros maiores que 5 µm, podendo conter partículas
sólidas ou microrganismos infecciosos imersos, de tamanho inferior a 5 µm, chamados então de
núcleos de gotículas. Com tamanho intermediário entre pingos e núcleos de gotículas, as gotículas
tendem a sedimentar e a se depositar sobre as superfícies rapidamente, de modo que o risco de
transmissão de doença seja geralmente limitado a pessoas próximas à fonte de gotículas.
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Insumo: elementos necessários para a produção de mercadorias ou serviços tais como matérias-
primas, energia, equipamentos, horas de trabalho, etc.
Névoa: aerossol de partículas líquidas, geralmente formadas por ruptura física de líquidos, tais como
a nebulização, aspersão ou borbulhamento.
Oocisto: cisto contendo a forma ativa de protozoários; uma das fases do ciclo de vida de vários
parasitas (ex.: Cryptosporidium spp. e Cyclospora spp.).
Padrão de potabilidade: padrão que inclui parâmetros físicos (cor, turbidez, odor e sabor), químicos
(presença de substâncias químicas) e microbiológicos (presença de microrganismos vivos), com a
finalidade de garantir à água suas características de água potável. Veja também a definição de água
potável.
Parasita: organismo que, durante uma parte ou a totalidade da sua existência, se nutre permanente
ou temporariamente com substâncias produzidas por outro ser vivo sem destruir este último, exceto
nos casos relativamente raros em que os parasitas são excessivamente numerosos.
Parasita obrigatório: organismo que só sobrevive instalando-se em outro ser. Retira dele matéria
orgânica para sua nutrição, causado-lhe, em consequência, danos de intensidades variáveis.
Partículas torácicas: fração do material particulado composto de partículas menores que 25µm,
podendo passar pela laringe, entrar pelas vias aéreas superiores e penetrar nas vias aéreas dos
pulmões.
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Partículas respiráveis: fração do material particulado composto por partículas menores que 10µm e
capazes de penetrar além dos bronquíolos terminais e se depositar na região de troca de gases dos
pulmões.
Patógeno: organismos microscópicos como bactérias, vírus, fungos, etc., que podem causar doenças.
Poeira: aerossol constituído de partículas sólidas transportadas pelo ar, com tamanho na faixa de
menos de 1 µm a 100 µm, e que são originados pela desintegração mecânica de um material sólido.
Protozoário: organismo microscópico formado por uma só célula e dotado de movimentos durante
grande parte de sua vida, deslocando-se com o auxílio de pseudópodes, de flagelos ou de cílios
vibráteis.
Reservatório: é qualquer material ou organismo vegetal, animal ou humano onde vive e multiplica-se
um patógeno e a partir do qual é capaz de ser transportado a hospedeiros ou a outros reservatórios.
Reutilização: uso das águas de forma reciclada no processamento industrial, ou seja, é o reuso da
água no processo industrial.
Vírus: agente infeccioso que é um parasita obrigatório das células de um hospedeiro, portanto só se
reproduzindo dentro delas.
Trato respiratório: inclui nariz, boca, faringe, laringe, traquéia, brônquios, bronquíolos e alvéolos.
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Anexo I – Questionário
Avaliação do efeito da exposição a aerossóis de água de reuso em marmorarias
9. Com que frequência você usa proteção respiratória quando está exposto a névoas?
( ) 80-100% do tempo
( ) 50-79% do tempo
( ) Menos que 50%
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10. Quantos anos você usou máscaras para névoas? _____ Anos
11. Você frequentemente (mais que um terço do tempo) apresenta qualquer um dos seguintes
sintomas?
Relacionado ao Interfere com Melhora Piora no primeiro dia
trabalho o trabalho durante as após a férias
férias
Não Não
Sim Não Sim Não sei Sim Não Sim Não Sim Não sei
Sintomas respiratórios
Tosse seca ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )
Tosse com catarro ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )
Chiado no peito ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )
Aperto no peito ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )
Falta de ar ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )
Irritação nasal ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )
Irritação na garganta ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )
Sinusite ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )
Sintomas gerais
Febre ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )
Dor de cabeça ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )
Vertigem ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )
Náusea ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )
Fadiga ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )
Dores nas juntas ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )
Problemas cutâneos ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )
Irritação ocular ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )
15. Você tem outros sintomas que você acredita que possam estar relacionados ao trabalho?
( ) Sim → Que tipo de sintomas? _______________________
( ) Não
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16. Você tem tosse com catarro na maioria das manhãs (peito)?
( ) Sim → ( ) Menos que 3 meses por ano
( ) Mais que 3 meses por ano
( ) Não → Ir para a questão 18
17. Há quanto tempo você tem tosse com catarro?
( ) Menos que 2 anos
( ) Mais que 2 anos
20. Você teve, durante o último ano, episódios semelhantes a gripe (febre, calafrio, mal estar, tosse,
fadiga, fraqueza, dores musculares e nas juntas) relacionados com seu trabalho?
( ) Sim
( ) Não → Ir para a questão 24
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27. Você apresenta qualquer uma das seguintes doenças? Especificar _________________________
Verificado pelo médico
Sim Não Sim Não
Febre do feno ( ) ( ) ( ) ( )
Eczema ( ) ( ) ( ) ( )
Asma ( ) ( ) ( ) ( )
Alergia a alimentos ( ) ( ) ( ) ( )
Alergia a poeira doméstica ( ) ( ) ( ) ( )
Alergia a animais ( ) ( ) ( ) ( )
Alergia a metais ( ) ( ) ( ) ( )
Alergia a alguma outra coisa no seu ambiente ( ) ( ) ( ) ( )
Especificar __________________________
Febre ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )
Dor de cabeça ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )
Vertigem ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )
Náusea ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )
Fadiga ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )
Dores nas juntas ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )
Problemas cutâneos ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )
Irritação ocular ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )
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( ) Não → Ir para a questão 35
Para ex-fumantes
35. Há qualquer outra coisa que você gostaria de dizer a respeito dos seus sintomas ou do trabalho?
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Adaptado de:
Rylander R, Peterson Y, Donham KJ (1990): Questionnaire evaluating organic dust exposure. Am J Ind Med 17:121-126.
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