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I- O AUTOR:
Nasceu em Itabora
Itabora¢¢ [RJ], em 1820
1820.. Fez
o curso de Medicina e, no m,esmo ano
de sua formatura, 18441844,, publicou A
Moreninha, muito apreciado pelo
p blico da poca
poca..

Foi jornalista, professor secund


secund
rio,
dramaturgo e romancista, obtendo
destaque liter
literrio com este ltimo
gênero..
gênero

Fundou, em 1849
1849,, a 'Revista
Guanabara', juntamente com
Gonalves Dias e Ara jo Porto Alegre.
Gon Alegre.

Morreu no Rio de Janeiro, em 1882


1882..
2 - O ENREDO
O dia de Sant'Ana se aproxima e o estudante de medicina, Filipe, convida
seus colegas
colegas:: Leopoldo, Fabrício e Augusto para a comemoração na ilha,
onde mora sua avó, D.Ana,
Ana, de 60 anos
anos.. Os alegres estudantes aceitam o
convite com entusiasmo, exceto Augusto
Augusto.. Filipe, para atraí
atraí--lo à ilha, faz
referência ao baile de domingo, em que estarão presentes suas primas primas:: a
pálida, Joana, de 17 anos, Joaquina, loira de 16 e sua irmã, D.Carolina
Carolina,,
uma moreninha de 15.15.

Augusto acaba concordando, mas adverte sobre sua inconstância no


amor, dizendo jamais se ocupar de uma mesma moça durante 15 dias
dias.. Os
rapazes apostam que o amigo ficará apaixonado durante 15 dias por uma
única mulher.
mulher. Se isso ocorrer, terá de escrever um romance, caso
contrário, Filipe o escreverá, narrando a inconstância
inconstância..

Antes da partida, Fabrício envia uma carta a Augusto, pedindo-


pedindo-lhe ajuda
para se livrar da namorada, a prima feia e pálida de Filipe, Joana.
Joana. Durante
a estadia, Augusto deve persegui
persegui--la e, Fabrício, fingindo ciúmes, termina o
romance.. Ao se encontrarem na ilha, o colega nega o auxílio e, à hora do
romance
jantar, Fabrício torna pública a inconstância amorosa do amigo.
amigo.
Mais tarde, Augusto conta a D.Ana que seu cora
coraão j tem dono
dono;; uma menina que, por
acaso, encontrou aos 13 anos, numa praia.
praia. Nesse dia, auxiliam a famfam¢¢lia de um pobre
moribundo que lhes d um breve como sinal de eterno amor amor;; o da menina cont
contm o
camafeu de Augusto e o dele o botão de esmeralda da garota.garota. O rapaz não a esquece
e, como não sabe seu nome, passa a trat trat-la por minha mulher.
mulher. Enquanto narra a
hist
histria, pressente que algu
algum o est
est escutando
escutando.. Avista  distância a irmã de Filipe,
um sucesso entre os rapazes, em especial, Fabr Fabr¢¢cio, apaixonado pelos gestos e
peraltices da doce Moreninha.
Moreninha.

Chegada a hora das despedidas, Augusto não consegue pensar em outra coisa senão
em D.Carolina
Carolina.. Recorda-
Recorda-se da meiguice da menina, quando esta lavava os ps da
escrava, que passou mal na ilha por ter bebido al alm da conta.
conta. Retorna no domingo,
acertando novo encontro para o final da semana.
semana. A Moreninha corresponde a todos os
galanteios, ansiando pela volta.
volta. Contudo o pai do rapaz, ao visit
visit-lo, resolve impedir o
retorno  ilha
ilha;; quer vê-
vê-lo estudando, trancado no quarto.
quarto.

Augusto fica tão abatido que, durante a semana, não consegue deixar o leito, sendo
necess
necess ria a presen
presena de um mdico dico.. Na ilha, a Moreninha, inconformada, se
desespera atat saber que o rapaz est est doente
doente.. No domingo, coloca-
coloca-se no rochedo,
esperando o barco, enquanto canta a balada da ¢ndia Ahy sobre o amor da nativa pelo
¢ndio Aiotin.
Aiotin. Na can
canão, a bela ¢ndia tamoia de 15 anos narra que o amado, vindo  ilha
para ca
caar, jamais nota sua presen
presena, mesmo quando lhe recolhe as aves abatidas ou
refresca a fronte do guerreiro, adormecido na gruta.
gruta.
Tudo isso retira a alegria de viver da menina que, cansada de ser ignorada,
chora sobre o rochedo, formando uma fontefonte.. O ¢ndio, dormindo na gruta,
acaba bebendo as lgrimas da jovem e passa, primeiro a percebê percebê--la no
rochedo, depois a ouvir seu canto e, finalmente, quando bebe da fonte, por
ela se apaixona
apaixona.. Um velho frade português traduz a cancanão de Ahy para a
nossa l¢ngua, compondo a balada que a Moreninha canta.
canta.

De repente, Carolina localiza Augusto e o pai no barco que se aproxima da


ilha.. D.Ana convida
ilha convida--os para o almoalmoo e a Moreninha, pedida em
casamento, d um prazo de meia hora para dar a resposta, indo para a
gruta do jardim, onde h a fonte de Ahy. Ahy. O rapaz pergunta se deseja
consultar a fonte, mas D.Ana Ana,, certa da resposta, pergunta
pergunta--lhe se não
deseja, tamb
tambm, refletir no jardim e ele parte imediatamente
imediatamente..

Encontra a menina que, cruelmente, lhe recorda a promessa feita, na


infância, junto ao leito do moribundo.
moribundo. Censura-
Censura-o por faltar ao amor
daquela a quem chama de sua mulher
mulher.. Angustiado, o rapaz a contesta,
afirmando se tratar de um juramento feito na infância e de desconhecer o
paradeiro da menina.
menina. A Moreninha diz que incentivou seu amor por
vaidade de mo
moa e por saber de sua inconstância
inconstância.. Lutou para conquist
conquist-lo
e deseja saber, agora, quem ganhou, o homem ou a mulher.
mulher.
Augusto responde que a beleza
beleza.. Carolina conta ter ouvido a hist
histria narrada a D.Ana
e insiste no cumprimento da promessa.
promessa.O rapaz desesperado, prefere fugir da ilha,
abandonar a cidade e o pa¢
pa¢s. Mesmo que encontrasse a menina, lhe pediria perdão
por ter se apaixonado por outra.
outra. Repentinamente, arranca de debaixo da camisa o
breve com a esmeralda para espanto da Moreninha.
Moreninha.

O casal chora pateticamente, Carolina pede a Augusto para procurar 'sua mulher' e
lhe explicar o ocorrido e, s, então, retornar.
retornar. Ele concorda, mas não sabe onde ela
est
est. A Moreninha diz que, certa vez, tamb
tambm, ajudou a um moribundo e sua fam
fam¢¢lia,
recebendo pelos pr
prstimos um breve, contendo uma pedra que daria o que se deseja
a quem o possu¢
possu¢sse
sse..

Passa o breve ao rapaz, para ajud


ajud-lo na busca, pedindo que o descosa e retire a
rel¢¢quia
rel quia.. Rapidamente, ele o desfaz e dando com seu camafeu, atira
atira--se aos ps da
amada.. D.Ana e o pai de Augusto entram na gruta, encontrando-
amada encontrando-o de joelhos,
beijando os ps de Carolina, perguntam o que est est ocorrendo
ocorrendo..A menina responde
que são velhos conhecidos, enquanto o mo moo repete que encontrou sua mulher
mulher..

Filipe, Fabr¢
Fabr¢cio e Leopoldo retornam  ilha para as prepara
preparaões do casamento e,
recordando que um mês havia se passado, lembram a Augusto do romance e ele
lhes responde j tê-
tê-lo escrito e que se intitula A Moreninha.
Moreninha.
3 - ESTUDO DA OBRA
³A Moreninha´, de Joaquim Manoel de Macedo, foi o primeiro romance do
Romantismo brasileiro, garantindo a Macedo o pioneirismo de fato nesse
gênero literário.
literário. A tentativa anterior de Teixeira e Sousa com ³O Filho do
Pescador´ (1843
1843)) não alcançou fama literária e foi sendo esquecido com o
decorrer do tempo.
tempo.

O título do livro foi dado pelo próprio protagonista da história, o


personagem Augusto, em homenagem a D. Carolina Carolina.. Durante toda a
história, evidenciam-
evidenciam-se os traços da protagonista, principalmente a cor do
rosto:: pele morena.
rosto morena. Por isso, as pessoas mais íntimas chamavam-
chamavam-na de
Moreninha..
Moreninha

O sucesso de ³A Moreninha´ está vinculado à capacidade do autor de


amarrar o leitor na atmosfera de lenda e de sonho do romance, aguçando a
curiosidade do leitor com pequenos enigmas, simples conflitos e uma
leitura fácil e agradável
agradável.. Tais características se organizam numa narrativa
fixada entre a lenda e o romance para formar uma obra de gosto popular.
popular.
Nossa análise irá abordar os elementos estruturais da narrativa:
narrativa: enredo,
personagens, narrador, tempo e linguagem
linguagem..
4-PERSONAGENS
R A Moreninha apresenta dois personagens principais planos,
simples, construídos superficialmente, embora essa
caracterização funcione de modo a destacá-
destacá-los do grupo a que
pertencem..
pertencem

R Eles são sempre compostos de modo a tornar viável o que


mais interessa nesse tipo de romance:
romance: a ação
ação.. São eles:
eles:
Augusto e D. Carolina, a Moreninha
Moreninha..

R A figura de AUGUSTO resume um certo tipo de estudante


alegre, jovial, inteligente e namorador.
namorador. Dotado de sólidos
princípios morais.
morais.

R CAROLINA encarna a jovem índia Ahy, Ahy, que espera


incansavelmente por seu amado Aoitin ± uma antiga história da
ilha, que D. Ana conta a Augusto
Augusto..
Os personagens secundários
compõem o quadro social necessário
para colocar a história em movimento
ou propiciar informações de certos
dados essenciais à trama e
representam, por meio de alguns
tipos característicos, a sociedade
burguesa da capital do Império.
Império.
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D. Violante:
D. Violante era horrivelmente horrenda, e com sessenta anos de idade apresentava
um carão capaz de desmamar a mais emperrada criança." Meio estabanada, ela
quebra a harmonia reinante no ambiente burguês, sem causar transtornos graves.

Keblerc:
Alemão que, diante das garrafas de vinho, prefere ficar com elas a tomar parte na
festa que se desenrola na ilha. Embriaga-se, mas não perturba o clima de harmonia
em que se desenvolve a história.
Fabrício:
Amigo de Augusto, também estudante de Medicina. Está apaixonado por Joaninha,
mas dela quer livrar-se por causa das exigências extravagantes da moça. Chega a
pedir a ajuda de Augusto para livrar-se da namorada exigente.

Leopoldo:
Amigo de Augusto, Filipe e Fabrício; também estudante de Medicina.

D. Joaninha:
Prima de Filipe, namorada de Fabrício.
Fabrício. Exigia que o estudante lhe escrevesse cartas
de amor quatro vezes por semana;
semana; que passasse por defronte da casa dela quatro
vezes por dia;
dia; que fosse a miúdo ao teatro e aos bailes que frequentava;
frequentava; que não
fumasse charutos de Havana nem de Manilha, por ser falta de patriotismo.
patriotismo.
D. Quinquina:
Quinquina:
Moça volúvel, namoradeira.
namoradeira. Namorava um tenente Gusmão da
Guarda Nacional.
Nacional. Na festa da ilha, recebeu um cravo de um velho
militar e ia passá
passá--lo adiante, a um jovem de nome Lúcio.
Lúcio. O cravo
terminou, por acaso, nas mãos de Augusto.
Augusto.

D. Clementina
Clementina::
Moça que cortou uma madeixa dos cabelos fez um embrulho e
deixou--o sob uma roseira para ser apanhado por Filipe.
deixou Filipe. Augusto
antecipou--se ao colega e guardou o pacotinho.
antecipou pacotinho.

D. Gabriela
Gabriela::
Moça que, por cartas, se correspondia com cinco mancebos.
mancebos. Certo
dia, a senhora encarregada de distribuir as correspondências
enganou--se na entrega de duas;
enganou duas; trocou
trocou--as e deu a de lacre azul ao
Sr.. Juca e a de lacre verde ao Sr.
Sr Sr. Joãozinho.
Joãozinho.
5 - ESPAÇO
O tipo de ambiente predominante é físico
físico.. Foram encontradas
algumas descrições interessantes, a que mais nos agradou foi:foi:
"A Ilha de...
de... é tão pitoresca como pequena.
pequena.

A casa da avó de Filipe ocupa exatamente o centro dela dela.. A


avenida por onde iam os estudantes a divide em duas metades,
das quais a que fica à esquerda de quem desembarca, está
simetricamente coberta de belos arvoredos, estimáveis, ou pelo
aspecto curioso que oferecem.
oferecem.

A que fica à mão direita é mais notável ainda;


ainda; fechada do lado
do mar por uma longa fila de rochedos e no interior da ilha por
negras grades de ferro, está adornada de mil flores, sempre
brilhantes e viçosas, graças à eterna primavera desta nossa
boa Terra de Santa Cruz
Cruz.."
6 - A linguagem
O romance de Joaquim Manuel de Macedo é escrito numa linguagem ágil e
viva, introduzindo o leitor diretamente no centro da ação.
ação. Ao longo do texto,
o narrador limita
limita--se a conduzir o leitor pelos ambientes e pelo interior dos
personagens, como no caso do Capítulo XIX ± "Entremos nos Corações".
Corações".

Desse modo, faz o leitor acompanhar todas as ações ações.. Algumas vezes
comenta irônica e metalingüisticamente essa atitude, como o exemplo
abaixo, retirado do Capítulo XV ± "Um Dia em Quatro Palavras":
Palavras":

"São seis horas da manhã e todos dormem ainda a sono solto.


solto. Um autor
pode entrar em toda parte e, pois
pois...
... não.
não. Não, alto lá! No gabinete das
moças...
moças ... não senhor;
senhor; no dos rapazes ainda bem.
bem. A porta está aberta
aberta.."

Fiel à época romântica, Macedo exagera no uso dos adjetivos, tornando a


linguagem derramada.
derramada. Os rodeios excessivos fazem par com descrições
exaustivas, principalmente quando se refere a Moreninha
Moreninha..
7 - Foco narrativo
O romance é narrado na terceira pessoa, por um narrador onisciente
onisciente.. O
narrador está presente em todos lugares da história, característica essa
que pode ser facilmente observada no romance:
romance:

- no banco de relva perto da gruta, enquanto Augusto conta para Sra


Sra..
D. Ana à história de seus amores (Cap
(Cap.. VII);
VII);

- no gabinete das moças, relatando a situação de Augusto debaixo de


uma cama que se achava no fundo do gabinete (Cap.
(Cap. XII);
XII);

- no gabinete dos rapazes, enquanto os quatros estudantes dormem


(Cap.. XV);
(Cap XV);

- fora da Ilha, gabinete de Augusto e na Ilha relatando as modificações


do comportamento de D. Carolina (Cap.
(Cap. XIX), dentre outros
outros..
8 -± TEMPO
No romance ³A Moreninha´, o tempo é linear, ou seja, os
acontecimentos vão sendo incorporados à história em ordem
cronológica, sem recuos nem avanços
avanços..

Os eventos narrados desenrolam


desenrolam--se durante os trinta dias pelos
quais a aposta entre os estudantes Filipe
e Augusto era válida
válida.. A aposta foi feita em 20 de julho de 18...:
18...:

Quando a história se inicia, Augusto já estava no quinto ano de


Medicina e conquistara, entre os amigos, a fama de inconstante.
inconstante. Nos
capítulos VII e VIII, o autor conta
conta--nos a origem da instabilidade
amorosa do herói.
herói.

Tudo começara há oito anos, quando Augusto contava 13


13,, e Carolina
7 anos de idade, utilizando a técnica chamada de flashback, que
consiste em voltar no tempo.
tempo.
9 - ESTILO
A obra de Macedo apresenta
todo o esquema e
desenvolvimento dos
romances românticos
iniciais::
iniciais descrição dos
costumes da sociedade
carioca, suas festas e
tradições, estilo fluente e
leve, linguagem simples,
tramas fáceis, pequenas
intrigas de amor e mistério,
final feliz, com a vitória do
amor..
amor
10 - VEROSSIMILHAN
VEROSSIMILHANççA

A obra retrata uma


história de amor que
contém algumas
peripécias
sentimentais;;
sentimentais
porém, totalmente
possíveis de serem
vividas na realidade.
realidade.
44%% )#5)36070
44
Valeu a pena ler a obra, porque a leitura foi
interessante e agradável por provar mais uma vez a
importância da redescoberta dos valores mais puros,
honestos e genuínos presentes na alma do ser
humano..
humano

O tema é a fidelidade a um amor de infância.


infância. A obra
tem valor para o nosso tempo pois resgata
sentimentos como honra, fidelidade e amor que não
são muito valorizados totalmente.
totalmente.

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