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Fábulas

A fábula é um género narrativo que surgiu no Oriente, mas foi particularmente


desenvolvido por um escravo chamado Esopo, que viveu no século 6º. a.C., na
Grécia antiga. Esopo inventava histórias em que os animais eram os personagens.
Por meio dos diálogos entre os bichos e das situações que os envolviam, ele
procurava transmitir sabedoria de carácter moral ao homem. Assim, os animais,
nas fábulas, tornam-se exemplos para o ser humano.

A Lebre e a tartaruga

Era uma vez... uma lebre e um cágado.


Um dia, estando a conversar, diz assim a lebre para o cágado:
- Olha lá, tu não queres fazer uma corrida comigo?
O cágado respondeu-lhe que sim.
A lebre riu-se para dentro e pensou assim:
-Quem vai ganhar sou eu. Ele é tão lento...!
Na manhã seguinte preparam-se todos para a corrida. Quando se encontraram na
partida, a lebre começou logo a correr, e o cágado a avançar todo lento. Quando a
lebre já se tinha distanciado bastante, tanto que já nem via o cágado, pensou
assim:
- O cágado ainda está tão longe que eu bem posso dormir uma soneca. Deitou-se à
sombra de uns arbustos e adormeceu, sonhando com a vitória. Entretanto o
cágado, que vinha muito lentamente, passou pela lebre, viu-a a dormir, e pensou
assim: -Ah, ah, ah, até parece que vou ganhar...! Passado muito tempo a lebre
finalmente acordou. Não viu o cágado e começou a correr.
Já perto da chegada viu finalmente o cágado.
No entanto, este já estava a atravessar a meta, pelo que ganhou.
A lebre, ao chegar, deu os parabéns ao cágado e deu-lhe também um beijinho.

Moral da história: Não te distraias antes de acabares o que estiveres a fazer.

A raposa e a cegonha

Um dia a Raposa convidou a Cegonha para jantar e serviu-lhe sopa, um pitéu de


que ambas gostavam muito, num prato raso.
- Estás a gostar da minha sopa? - perguntou, enquanto a Cegonha bicava em vão
no líquido, sem conseguir comer nada.
- Como posso saber, se nem consigo comer? - respondeu a Cegonha, vendo a
Raposa lamber a sopa com um ar todo deliciado.
Dias depois foi a vez de a Cegonha retribuir o gesto, pelo que convidou a Raposa
para comer com ela na sua casa à beira do lago. Serviu-lhe a sopa num jarro largo
embaixo e estreito em cima.
- Hummmm, está deliciosa, querida amiga! - exclamou a Cegonha, enfiando o
comprido bico pelo gargalo. - Não achas?
Claro que a Raposa não achava nem podia achar nada, pois o focinho não passava
pelo gargalo estreito do jarro. Tentou várias vezes sem sucesso até que, bastante
mal humorada, se despediu da Cegonha, resmungando entredentes:
- Não te achei graça nenhuma...!
Moral da história: Por vezes pagam-nos na mesma moeda, pelo que devemos ter
muito cuidado com aquilo que fazemos aos outros!

O rato do campo e o rato da cidade

Certo dia o rato da cidade Na porta da sala

com muita civilidade, Um barulho eles ouviram

convidou o rato do campo O rato da cidade fugiu a correr

para um grande banquete. E o seu amigo foi-se esconder

Sobre um tapete persa O barulho acabou, já se foram.

O encontro foi uma festa Deviam ser outros ratos.

Mas ninguém queira pensar E o anfitrião foi logo dizendo

O que ali se ai passar. “ Vamos acabar o que ficou nos pratos”

O banquete foi de arromba “Foi muito bom” disse o convidado

E nada faltou à mesa, “Amanhã vais à minha casa.

Mas alguém chegou de surpresa E não penses que me zanguei.

E atrapalhou a pomba. A tua festa foi digna de um rei.

Mas lá ninguém vai interromper

A minha hora de lazer

Adeus foi um prazer

Moral da história: Pena o medo obrigar a interromper

Bibliografia:

“As mais belas fábualas de La Fontaine” de La Fontaine, edição de 1999

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