Professional Documents
Culture Documents
ENGENHARIA CIVIL
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
Anílson Capello
Erick Leonardo Barros Rocha
Ivo Felipe Souza
Rafael Melato
Sabrina R.G.G.Scarelli
JUNDIAÍ
2010
Anílson Capello
Erick Leonardo Barros Rocha
Ivo Felipe Souza
Rafael Melato Pereira
Sabrina Rodrigues Gonçalves Garcia Scarelli
JUNDIAÍ
2010
FACULDADE ANHANGUERA DE JUNDIAÍ
ENGENHARIA CIVIL
Anílson Capello
Erick Leonardo Barros Rocha
Ivo Felipe Souza
Rafael Melato Pereira
Sabrina Rodrigues Gonçalves Garcia Scarelli
APROVADO EM ____/____/____
BANCA EXAMINADORA
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
Agradecemos a Prof.ª Maria Alice pela atenção e orientação dada ao nosso trabalho,
pelo total empenho em fornecer todas as informações necessárias ao
desenvolvimento de nossa pesquisa.
Marcel Pagnol
CAPELLO, AnÍlson; ROCHA, Erick Leonardo Barros; SOUZA, Ivo Felipe; PEREIRA,
Rafael M.; SCARELLI, Sabrina Rodrigues Gonçalves Garcia. Patologia das
Fundações. Jundiaí-SP: Curso de Engenharia Civil. Faculdade Anhanguera de
Jundiaí, 2010. 116 p. Trabalho de Conclusão de Curso.
RESUMO
Identify pathologies of foundations is not always possible at the time of the project
due to failure varied ranging from the investigation of the use of subsoil material
inappropriate for the type of building. However, identifying these conditions in
advance to the implementation of the foundations is critical to the performance,
safety and durability of the building that is interacting with the foundation. Situations
that appear in the foundations pathologies show that the lack of control failures,
diverse projects and investigations are inadequate. Because of this, is noted that
there is a need of a higher attention in the phase of construction due to the risk
situations that may refer to buildings and high cost of corrective maintenance. The
works in this area are very restricted and confidential because they generally are
linked to construction faults, so there is the precaution to not turn them public. This
paper aims to demonstrate the main causes of the pathologies in the foundations, as
well as demonstrate how they can be avoided by reducing the final cost of the work
and increasing their reliability.
LISTA DE TABELAS
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................. 17
2. PATOLOGIA ..................................................................................................... 19
2.1 Definição ......................................................................................................... 19
2.2 Origem ............................................................................................................. 20
2.3 Causas ............................................................................................................ 21
2.3.1 Causas relativas ao solo ........................................................................ 21
2.3.2 Causas relativas a mecanismos ............................................................. 24
2.3.3 Causas relativas ao desconhecimento do comportamento real das
fundações .............................................................................................................. 25
2.3.4 Causas relativas à estrutura de fundação .............................................. 26
2.3.5 Causas relativas à especificação construtiva ......................................... 26
2.3.6 Causas relativas a fundações sobre aterros .......................................... 27
2.3.6.1 Deformações do corpo do aterro por causa do peso
próprio ...............
2.3.6.2 Deformação do solo natural abaixo do aterro, devido acréscimo de 27
tensões do peso próprio do aterro e pelas cargas da
estrutura ............................. 28
2.3.6.3 Assentamento do aterro sobre lixões ou aterros sanitários ................. 28
2.3.7 Causas relativas à execução das fundações ......................................... 28
2.3.8 Causas relativas à degradação dos materiais ....................................... 34
2.4 Efeitos ............................................................................................................. 45
2.4.1 Efeitos relativos ao solo ......................................................................... 46
2.4.2 Efeitos envolvendo mecanismos ............................................................ 50
2.4.3 Efeitos envolvendo o desconhecimento do comportamento real das
fundações .............................................................................................................. 51
3. INVESTIGAÇÃO GEOTÉCNICA ...................................................................... 54
3.1 Métodos de investigação ................................................................................. 54
3.1.1 Ensaio SPT ............................................................................................ 54
3.2 Geofísica ......................................................................................................... 55
3.3 Patologia na investigação do subsolo ............................................................. 55
3.3.1 Ausência de investigação geotécnica .................................................... 56
3.3.2 Investigação insuficiente ........................................................................ 56
3.3.3 Invesgação com falhas ........................................................................... 56
3.3.4 Análise inadequada dos dados da sondagem ....................................... 57
4. ANÁLISE E PROJETO ..................................................................................... 59
4.1 Definição ......................................................................................................... 59
4.2 Análise de cargas na fundação ....................................................................... 60
4.3 Análise do solo ................................................................................................ 61
4.3.1 Investigação em Campo ......................................................................... 62
4.3.2 Investigação em Laboratório .................................................................. 62
4.4 Interação solo-estrutura .................................................................................. 63
4.4.1 – Variáveis do sistema solo fundação .................................................... 63
4.4.2 – Metodologias de estudo da interação solo-estrutura .......................... 67
4.4.3 – Funcionamento da interação solo estrutura ........................................ 68
4.4.4 – Interação solo estrutura nos recalques e nas cargas .......................... 68
4.4.5 – Problemas na interação solo estrutura ................................................ 69
4.4.6 – Efeitos da interação solo estrutura nos danos .................................... 73
5. EXECUÇÃO DE FUNDAÇÃO .......................................................................... 75
5.1 Definição ......................................................................................................... 75
5.2 Tipos de fundação ........................................................................................... 76
5.2.1 Fundação Superficial .............................................................................. 76
5.2.1.1 Bloco ................................................................................................... 76
5.2.1.2 Sapata ................................................................................................. 77
5.2.1.2.1 Sapata Isolada ................................................................................. 78
5.2.1.2.2 Sapata Corrida ................................................................................. 78
5.2.1.2.3 Sapata Associada ............................................................................ 79
5.2.1.2.4 Sapata Alavancada .......................................................................... 79
5.2.1.3 Radier .................................................................................................. 80
2.1 Definição
Remonta
conceitos empír
Eram rapidamente divulgados, os casos de patologia das construções eram
tratados com muita reserva, pois na maioria das vezes encontravam-se associados
à falhas de projeto, erros de concepção, desconhecimento de propriedades dos
solos e dos materiais de construção, fiscalização deficiente dos serviços etc. Esse
fato, aliado em geral a falta de acompanhamento da obra concluída por parte de
seus projetistas e consultores e a própria ausência de um sistema de catalogação de
problemas patológicos (ocorrência, incidência, gravidade, medidas corretivas
adotadas, etc.) fez com que o avanço da “ciência” patologia das construções
ocorresse de maneira muito lenta, deixando de realimentar o meio técnico com
informações preciosas que poderiam ter evitado a repetição de um grande e
sucessivo número de erros.
2.2 Origem
2.3 Causas
c) expansibilidade do solo;
d) zonas de mineração, criando zonas de instabilidade;
e) zonas cársticas (compostas por rochas calcáreas ou dolomíticas, estas se
distinguem das demais pela solubilidade em água produzindo porosidade);
f) ocorrência de matacões, dando ao analista falsa impressão de ocorrência
de perfil de rocha contínua;
g) adoção do perfil de projeto otimista (superestimativa do comportamento do
solo);
h) representação inadequada do comportamento do solo por relações
empíricas ou semi-empíricas;
i) erros na estimativa das propriedades de comportamento do solo pela
extrapolação indevida. Dois exemplos característicos são:
- estimativa incorreta de resistência ao cisalhamento. Os valores medidos de
penetração não devem ser diretamente utilizados na resistência ao
cisalhamento não drenada;
- extrapolação da penetração dos ensaios SPT em rocha alteradas para
estimativa de tensões.
j) usos indevidos de resultados para estimativa de propriedades dos solos não
correlacionavam com a solicitação;
l) adoção de fundações inadequadas face ao comportamento específico do
solo;
m) remoção de crosta pré-adensada existente.
Escavadas Mecanicamente:
uso de equipamento sem a capacidade de escavação necessária;
concreto com trabalhabilidade inadequada; contaminação do concreto
na cabeça da estaca e execução do bloco sem a correção necessária;
revestimento para escavação colocado tardiamente; instabilidade do
solo após a retirada do revestimento, causando redução de seção ou
seccionamento da estaca; interrupção da concretagem por falta de
concreto, reiniciando posteriormente; demora na concretagem de
elementos escavados, reduzindo a resistência lateral.
Escavadas com auxílio de lama:
início do uso da lama somente após a ocorrência de instabilidade; falta
de controle na posição do tubo tremie (tremonha); parada e reinício da
concretagem; falta de verificação na densidade da lama; uso de
concreto sem o consumo mínimo de cimento indicado (400 kg/m³) e
fluidez (slump 22 ± 2).
Estacas injetadas de pequeno diâmetro (Raiz):
problema de emenda da armadura nas estacas tracionadas;
estrangulamento do fuste devido à armadura, injeção ou balhabilidade
inadequada da argamassa; descontinuidade do fuste causada pela
retirada incorreta do revestimento; efeito de artesianismo; uso de
material inadequado; ausência de pressurização em elemento
projetado para tal situação.
Hélice contínua:
remoção do solo aliviando tensões horizontais, reduzindo a resistência
lateral; equipamento sem capacidade de atingir a profundidade
necessária (torque baixo ou haste curta); concreto inadequado, com
agregado graúdo inadequado ao bombeamento, sem o consumo
mínimo de cimento indicado (400 kg/m³) e fluidez (slump 22 ± 2);
descontinuidade causada pela velocidade de subida do trado sem
controle; dificuldade ou impossibilidade de colocação da armadura;
colocação de armadura de forma inadequada; execução de
concretagem não pressurizada.
Tubulões:
material da base do tubulão não compatível com a tensão de projeto
adotada; dimensões e geometria incorretas; instabilidade do solo
durante a execução; presença de água durante a concretagem; mau
adensamento do concreto; armaduras mal posicionadas ou
insuficientes; qualidade inadequada do concreto; colocação de
“pedras-de mão” no fuste para reduzir custos; ausência ou colocação
de armadura de fretagem no topo dos tubulões, causando problemas
estruturais.
Existem algumas formas de detecção de anomalias, uma delas é o controle
do volume empregado na peça, comparando o volume teórico ao volume real
empregado. Outra opção é a realização de ensaios de integridade da peça e provas
de carga.
Os ensaios de integridade tipo PIT (Pile Integrity Testing) são de baixo custo
e permitem verificar descontinuidades, anomalias ou conformidades nas fundações
profundas. As provas de carga podem ser dinâmicas ou estáticas, sendo as provas
de carga dinâmicas de menor custo e reduzido prazo de duração, podendo ser
determinado o comportamento real das fundações empregadas.
2.4 Efeitos
c) Influência da vegetação:
c) Colapsibilidade:
os efeitos de solos colapsíveis são recalques significativos e fissura ou
ruptura da fundação devida movimentação abrupta da mesma.
d) Expansibilidade:
este tipo de comportamento provoca problemas principalmente em
fundações superficiais, danificando-as. Para reduzir ou evitar estes
efeitos, deve-se isolar a estrutura dos materiais expansivos, reforçar a
estrutura para resistir aos esforços e eliminar os efeitos de
expansibilidade
e) Zonas de mineração:
causa instabilidade das escavações subterrâneas e subsidência devido
colapso.
f) Zonas cársticas:
causa ruptura da rocha calcárea ou dolomítica quando submetido à
umidade e pressões, deslocamentos de fundações, variação do
comprimento das fundações, causando inclinações, arrancamento das
fundações e deslocamento das mesmas.
Na figura 16 o excesso de água no solo devido ao extravasamento de água
do reservatório causou a ruptura do solo colapsível, quando submetido à pressão do
próprio reservatório.
g) Ocorrência de matacões:
interferência nos processos construtivos de fundações superficiais e
profundas, dificultando a solução e execução de fundações em obras
de qualquer porte, resultando elementos apoiados de forma não-
segura, pode dificultar ou impedir a execução de estacas.
A figura 17 apresenta fundação superficial apoiada sobre matacão,
provavelmente entendida na sondagem como sendo rocha ou solo resistente,
causando a instabilidade da fundação.
Figura 17 – Ocorrência de matacão, apoiando a estaca de forma insegura (Milititsky,
2008)
• Tipo de solo
• Profundidade da fundação
Este ensaio originou-se nos estados unidos, e hoje é um dos mais utilizados.
O ensaio consiste na penetração do amostrador através do impacto de um martelo
de 65 kg caindo de uma altura de 75 cm, erguido por corda. A sondagem deve ser
executada a cada metro, sendo medido o número de golpes necessários para
penetração do amostrador a profundidade de 45 cm em três segmentos 15 cm. Para
cada metro o avanço da escavação (55 cm) deve ser feito com trado ou com trépano
e circulação de água.
O índice de resistência à penetração (NSPT) consiste no número de golpes
necessários para a cravação dos 30 cm finais do amostrado.
Em abordagem recente, Ranzini (1988) sugeriu procedimentos adicionais ao
ensaio, com a medição de torque após a execução do SPT para a obtenção de um
valor de atrito lateral. Não significa uma modificação, mas sim um prosseguimento
do ensaio após o seu termino, não alterando o procedimento e obtenção do índice
de resistência a penetração (N).
Algumas considerações apenas devem ser levadas em conta a respeito de
alguns dos elementos a execução do SPT T (Sondagens de simples reconhecimento
com medida de torque), como por exemplo, a “cabeça de bater”.
Ela deve conter um chanfro quadrado no furo central para possibilitar o
encaixe do adaptador sem a retirada da cabeça de bater uma vez que esse
procedimento pode acarretar uma rotação no conjunto haste-amostrador, alterando
assim o valor do torque. Para facilitar a medida do torque máximo é preferível a
utilização de torquímetro com ponteiro de arraste.
O torquímetro deve ser calibrado periodicamente e sempre que, por acidente,
sofra algum impacto ou exceda à capacidade máxima durante o ensaio. A altura final
do conjunto haste-amostrador em relação ao sondador que efetuará a medida do
torque deve ser observada, pois depois de cravado o amostrador para determinação
do SPT, a cabeça de bater deverá estar na altura do cotovelo do operador para
facilitar a rotação com o torquímetro na horizontal.
Terminada a operação para obtenção de N, instala-se o adaptado rpara
encaixe do torquímetro, o qual deve ser girado sem interrupções e sem solavancos
para obtenção da leitura do torque máximo, prosseguindo-se com a rotação até a
estabilização da leitura que fornecerá o torque residual (mínimo). Torque máximo
(Tmáx) momento de torção máximo necessário à rotação do amostrador, obtida logo
após a cravação do mesmo. Torque residual (Tres) momento de torção residual que
permanece constante após o rompimento do atrito lateral entre o solo e o
amostrador. Essa medida é obtida durante a rotação ininterrupta do torquímetro,
quando o torque permanecer constante.
Ainda de acordo com Peixoto (2001), o ensaio SPT – T mostrou-se como boa
ferramenta para o calculo da previsão de capacidade de carga de estacas.
3.2 - Geofísica
4.1 Definições
Os elementos necessários para o desenvolvimento de um projeto de
fundação são:
• Topografia da Área
• Dados geológico-geotécnicos
- Sistema estrutural;
- Existência de subsolo;
- Possíveis conseqüências de escavações e vibrações provocadas pela nova
obra.
Segundo Vargas (1998), quanto a sua origem todo tipo de solo provem da
decomposição das rochas, decorridas pela ação das intempéries. Caso o solo
permaneça no local ao qual se deu o fenômeno de decomposição, ele é denominado
como solo residual. Quando o solo for carreado por ações das chuvas, rios e ventos,
denomina-se solo do tipo transportado.
Devido as diversas distinções dos tipos de solos existentes e suas
respectivas variações, tais como:
• Partículas
• Constituição mineralógica
• Granulometria
• Umidade
• Índice de vazios
• Tensão admissível
• Compactação
• Classificação
Ao longo do tempo o estudo do solo e suas propriedades tem sido cada vez
mais profundo, a engenharia tem buscado o entendimento especifico de cada tipo e
seu comportamento quando estão submetidos as tensões transmitidas pelos
elementos de fundação.
Segundo NBR 6122 (1996), a análise do solo para fins de projeto ou
execução de um determinado tipo de fundação, deve proceder através das
seguintes investigações:
• Em Campo
• Em Laboratório
Variáveis Dificuldades
Super estrutura Seqüência de construção,
carregamentos externos
Infra-estrutura Execução e transferência de cargas
para o solo
Tabela 11 - Modelagem de interação solo-estrutura
Figura 22 - Estacas apoiadas em solos resistentes sobre solo mole – livro patologia
das fundações
A interação solo estrutura tem grande influência nos danos e lesões causados
por recalque nas edificações. As principais análises são os comparativos entre os
movimentos estimados da fundação com os valores máximos admissíveis. Os danos
causados devido ao recalque podem ser divididos em 3 tipos: aparentes , funcionais
e estabilidade conforme tabela 13 abaixo:
5.1 Definição
5.2.1.1 Bloco
5.2.1.2 Sapata
Sapatas isoladas não têm nenhum tipo de associação com outro elemento
de fundação, a mesma é dimensionada de acordo com a carga pontual, transmitida
diretamente pelos esforços de um pilar, podendo ser interligadas por vigas
baldrames. Este tipo de fundação é feita em concreto armado e sua geometria é
semelhante a de uma pirâmide conforme figura 33.
5.2.1.3 Radier
5.2.2.1 Tubulões
A NBR 6122/1996, define os tubulões como sendo o elemento de fundação
profunda em formato cilíndrico, onde é necessário na sua execução final a descida
de um operário. Podendo ser dois tipos, tubulão a céu aberto e tubulão a ar
comprimido.
Segundo Alonso e Golombek (1998), os tubulões são definidos como os
elementos estruturais de fundação profunda, que são construídos de modo à
concretar um poço, sendo ele revestido ou não, geralmente tem sua base alargada.
São divididos em dois tipos básicos, tubulões a céu aberto, utilizado na maioria das
vezes sem revestimento, e a ar comprimido, este utilizado com revestimentos,
podendo ser revestido com uma camisa de concreto armado ou por uma camisa de
aço.
Segundo Albiero e Cintra (1998), os tubulões são utilizados para transferir ao
solo, as cargas verticais, sendo elas de tração ou compressão, e até mesmo as
cargas horizontais.
Este tipo de fundação tem suas cargas transmitidas ao solo por meio de sua
base, sendo esta em formato circular ou de falsa elipse. O diâmetro utilizado no
fuste é de no mínimo 70cm, para permitir o acesso de operários.
Os tubulões a céu aberto devem ser executados acima ou até mesmo
embaixo do lençol freático, desde que o solo mantenha-se estável evitando assim
possíveis desmoronamentos e controlando a água em seu interior.
Segundo Alonso e Golombek (1998), a base do tubulão a céu aberto deve
ser dimensionada com altura inferior a 2m, sendo que em casos justificados, podem
ser admitidas alturas superiores. Caso as características do solo indicar que o
alargamento da base seja problemático são aconselháveis o uso de aplicações
superficiais de cimento, e escoramentos para evitar o desmoronamento da base.
5.2.2.2 Caixões
Segundo Albiero e Cintra (1998), caixões são as peças que tem sua seção
quadrada e retangular, sendo suas paredes laterais pré-moldadas. O processo de
escavação interna do solo é necessário para a implantação do caixão no subsolo,
até alcançar a profundidade ideal para seu apoio.
5.2.2.3 Estacas
As estacas são consideradas como o elemento de fundação, executado por
ferramentas e equipamentos, sem que seja necessária a descida de operário no
subsolo. Os materiais utilizados para este tipo de fundação profunda pode ser de
madeira, aço, concreto moldado in loco, concreto pré-moldado ou misto, (NBR 6122/
1996).
• Estacas de Deslocamento
• Estacas Escavadas
• Estacas de Pré-moldadas
• Estacas de Madeira
• Estacas Metálicas
• Estacas Tipo Franki
Segundo NBR 6122/1996, as estacas tipo Franki são caracterizadas por ter
sua base alargada, através da introdução no subsolo de concreto ou material
granular, este processo é feito através de golpes de pilão.
De acordo com Maia (1998), as estacas do tipo Franki podem ser definidas
como uma estaca executada em concreto armado moldada no subsolo, nesta é
utilizado um tubo de revestimento, onde o mesmo é cravado no solo com a ponta
fechada e com o uso de uma bucha, e ao ser concretada a estaca, o tubo de
revestimento é recuperado, a figura 44 detalha as 6 fases principais para a execução
da estaca tipo Franki, desde o posicionamento do tubo de revestimento, até a
concretagem do fuste deste elemento de fundação.
Figura 44 – Execução de estacas tipo Franki
6.1 Metodologia
Uma fase que tem grande relevância é a anamnese do caso, isto é, fazer
uma recordação desde o inicio da construção. Fazer uma investigação das pessoas
envolvidas na construção tais como vizinhos, projetistas, engenheiros, mestre-de-
obras, fabricantes etc. Comparar o projeto “como projetado” e o projeto “como
construído”, pois a maioria das construções apresenta mudanças em relação ao
projeto e estas não são registradas. Analisar os documentos de obra tais como
diário de obras, relatórios dos controles de qualidade, notas fiscais de materiais,
contratos de mão-de-obra, cronograma físico-financeiro previsto e o realizado,
registros de manutenções na construção. Também se faz necessário o levantamento
do histórico como as variações climáticas, escavações, vibrações, rebaixamento de
lençol freático etc.
Após a obtenção destes dados na vistoria do local e na anamnese do caso e,
estes se mostrarem insuficientes para elaboração de um diagnóstico, deve-se
complementar fazendo análises e ensaios em laboratórios que estão em constante
evolução, apresentam alto custo e muitas vezes uma considerável demora, onde
amostras são coletadas “in loco” para avaliação do seu desempenho e são muito
úteis e em alguns casos imprescindíveis. Estes ensaios não podem ser pensados
como uma forma de substituição à vistoria no local.
2a etapa: foram executadas oito vigas de transição com cerca de 4,5 m de altura
para receber os esforços dos pilares e transmiti-los às novas fundações.
7.1 O imóvel
“2 - CONSIDERAÇÕES GERAIS:
Trata-se de uma construção em estrutura metálica e fundações em estacas pré-
moldadas de concreto que apresentou algumas trincas e fissuras nas alvenarias,
decorrentes de recalques diferenciais específicos.
Em solos constituídos de argila ou aterros argilosos ocorre normalmente um
fenômeno conhecido, em Mecânica dos Solos, como Adensamento.
Este adensamento pode ocorrer simplesmente pelo acréscimo das pressões nas
camadas superiores do terreno, por exemplo, uma laje de piso ou pela infiltração
e escoamento muito rápido do lençol freático.
Pela análise da sondagem executada pela CIVILSOLO as fundações deveriam
estar assentadas entre as cotas -12,00 e -16,00 e pelo relatório de cravação das
estacas pela IPR as mesmas tiveram comprimentos entre 14 e 16 m com “nega”
adequada e estão de acordo com as especificações de estacas da Norma
Brasileira NBR-6122.
3 - FENÔMENOS OBSERVADOS:
Foram observados os seguintes problemas:
• Trinca inclinada à 45º na parede dos fundos do galpão.
• Trinca inclinada à 45º nas paredes laterais.
• Trincas horizontais na alvenaria da escada.
4 - CAUSAS DOS FENÔMENOS OBSERVADOS:
Podemos atribuir às seguintes causas aos fenômenos observados:
• As trincas à 45º (as do fundo e das laterais do prédio) têm como causa,
recalques diferenciais específicos entre pilares ocasionado pela falta da
execução dos 3 três pilares estruturais.
• As trincas horizontais têm como causa as deformações devido a variações de
temperatura.
• A não execução dos pilares na parede dos fundos sobrecarregou os pilares
dos cantos em seus esforços horizontais.
5 - RECOMENDAÇÕES:
Recomendamos as seguintes providências:
• Executar os três pilares que foram suprimidos.
• Colocação de selos de vidro, perpendiculares às trincas à 45º para
verificação da estabilização dos recalques.
• Reconstituir as trincas e alvenarias após a estabilização dos recalques.
6 - CONCLUSÃO:
• Salientamos ainda que o imóvel apresenta risco da sua alvenaria dos fundos
quanto a sua segurança, podendo esta alvenaria ruir.”
7.3 Segundo laudo
Figura 67- Base do pilar 07 – Observa-se trincas no piso devido aos recalques.
Figura 68 - Rachaduras, tendo em vista o recalque diferencial entre as estacas.
7.4 Conclusão
Com a conclusão deste trabalho nos remete a crer que, embora existam
empresas idôneas, que prestam serviços de qualidade, de acordo com as normas
vigentes, profissionais qualificados e método de execução de fundações bem
diversificadas, um controle de qualidade ideal e efetivo aumenta muito o custo de
execução da obra, em muitas vezes inviabilizando a execução de alguns tipos de
obras em determinadas regiões.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
http://www.ufsm.br/engcivil/Material_Didatico/ECC1009_Fundacoes_A/Patologia_da
s_fundacoes.pdf Acessado em 18/09/2010
MAFEI, SIMONE S.; Efeito Solo, Revista Téchne, março/abri 2001, ed. 51, p.41