ESCOLA PROFISSIONAL DA

APRODAZ

Cultura de

Urbanismos e

Mobilidade

A Emigração

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Emigração

Já todos sabemos que, a emigração é o acto relativamente espontâneo

de deixar o local de residência para se estabelecer noutro território, regra geral,
este fenómeno dá-se quando se vai á procura de melhores condições de vida.
Estas podem ser, económicas mas, também de realização pessoal.

Neste trabalho foi-me pedido que falasse sobre a emigração, pensei

muito e cheguei á conclusão que, o que penso e sei sobre a emigração pode
ser dito num parágrafo. E então o resto do trabalho?

Depois de muito pensar, resolvi fazer uma entrevista a alguém que já foi
emigrante, limitava-me a perguntar e anotar as respostas, talvez a professora
ficasse satisfeita.

A entrevista até correu muito bem. Comecei por perguntar os motivos

que a levaram a emigrar, mas estes já todos nós sabemos, melhores condições
de vida, esperança num futuro melhor e mais oportunidades para os filhos. Até
aqui nada de novo. Mas quando perguntei:

- E então, o que sentiu quando embarcou?

A senhora fez uma grande pausa ficou a olhar para mim como se não
soubesse o que responder, deu-me a sensação que havia uma lágrima que
quase caía, respirou fundo e respondeu-me:
- Não sei, foram tantas coisas que me passaram pela cabeça.
E sorriu.

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Foi então que percebi que, o que os motiva já todos nós sabemos. E
aquilo que ninguém vê e que muitas vezes não mostram. O que sentem na
altura do adeus. Na verdade acho que na hora da despedida todos sentem o
mesmo, mas o quê?

Tal como os motivos, os sentimentos também são comuns. Ao fim ao

cabo não é um passeio é o começo de uma nova vida cheia de incertezas.
Melhor, ou não.

Foi então que direccionei a minha entrevista para tentar perceber o que
sentem na hora da partida. E achei que seria interessante basear o meu
trabalho nos sentimentos que levam á emigração e os que ocorrem durante a
emigração. Afinal não é só fazer a mala e fé em Deus.

Neste sentido questionei vários familiares e cheguei á conclusão que, na

realidade é um turbilhão de sentimentos.

Ao mesmo tempo que se tem esperança num futuro melhor, tem-se a

consciência que há muito trabalho pela frente. É a saudade mesmo antes de
partir, e a “fé” de que muito em breve se juntarão. O medo do desconhecido,
mas a vontade de vencer. A incerteza de conseguir adaptar-se, mas a certeza
de voltar. A consciência que no estrangeiro vive-se melhor, mas também ter a
convicção de um dia regressar.

Tudo assusta, a língua, os costumes, as regras, as leis, os mais

destemidos enfrentam como uma aventura, os mais corajosos como um
desafio, os outros como o destino

No fim, fiquei com a sensação de que a maior parte das pessoas leva na
bagagem a certeza de um dia voltar e gozar o fruto de tanto trabalho. Mas que
ao regressarem, sentem um grande vazio. Será pelo facto de estarem
habituados a trabalhar muito e agora não saberem descansar, ou será porque
já não se identificam com a sua terra natal?
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Na minha opinião, é mais a última, embora nenhuma das pessoas

entrevistadas tenha admitido. O facto é que passam a maior parte das suas
vidas no estrangeiro, guardam consigo a imagem que levaram da sua terra e
esperam voltar para o que deixaram. Decepção, é outro sentimento que os
invade, quando chegam á conclusão que afinal já não se identificam com nada.
Não acompanharam a evolução da sua terra, e cresce o sentimento de que não
pertencem nem a lá, nem a aqui. Pois, o que sempre ansiaram por voltar, afinal
já não é o que era. E os papéis invertem-se, passam a suspirar por aquilo que,
até já estavam habituados e aprenderam a gostar.

Trabalho realizado por:

Marylene Medeiros nº 13

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