GOVERNO DO ESTADO DE SAO PAULO
SECRETARIA DA FAZENDA
DELEGACIA TRIBUTARIA DE JULGAMENTO - DTJ/2
UNIDADE DE JULGAMENTO DE PEQUENOS DEBITOS
UJ RIBEIRAO PRETO
Av. Presidente Kennedy, 1550 - Ribeiranla- Fone: 16-3965-9957-CEP: 14096-950
PROCESSO SF N° 1000293-717549/2009 Fis. 3632 ie
INTERESSADO: SOUFER INDUSTRIAL LTDA. se
LOCALIDADE : — SAO JOAO DA BOA VISTA
ASSUNTO AIIM N° 3.122.120-8 de 22/10/2009
RELATOR
CATIA CILENE ANTONIO
EMENTA: ICMS - FALTA DE PAGAMENTO DO.
IMPOSTO. NOS SEGUINTES CASOS: EM
DECORRENCIA DE EMISSAO DE NOTAS FISCAIS
COM ERRO NA APLICACAO DA ALIQUOTA: POR
EMISSAO REFERENTE A OPERACOES TRIBUTADAS.
COMO NAO TRIBUTADAS; POR MEIO DE GUIA DE
RECOLHIMENTOS ESPECIAIS, DEVIDO ATE O
MOMENTO DO DESEMBARAGO ADUANEIRO DE
MERCADORIAS TRIBUTADAS IMPORTADAS DO
EXTERIOR; EM VIRTUDE DE TER INDICADO OUTRO
ESTADO COMO DESTINO DAS MERCADORIAS SEM
COMPROVAGAO DE ESTAS TEREM SAIDO DO
TERRITORIO PAULISTA; EM RAZAO DE TER SIDO
INDICADO_OPERAGAO DE EXPORTACAO, SEM
QUE ESTA TENHA SIDO REALIZADA: REFERENTE A
DIFERENGA DE ALIQUOTA NAS COMPRAS DE
MERCADORIAS TRIBUTADAS ADQUIRIDAS EM
OUTRAS UNIDADES DA FEDERAGAO, DESTINADAS A
USO_E CONSUMO E/OU ATIVO PERMANENTE.
CREDITO INDEVIDO DO IMPOSTO POR MEIO DE
ESCRITURACAO DE NOTAS FISCAIS REFERENTES A
ENTRADA DE MERCADORIA NO ESTABELECIMENTO,
ADQUIRIDA DE CONTRIBUINTE ENQUADRADO NO
REGIME TRIBUTARIO SIMPLIFICADO; BEM COMO
POR ESCRITURAGAO DE DOCUMENTOS FISCAIS EM
‘OPERAGOES INTERESTADUAIS DE RECEBIMENTO DE
MERCADORIAS IMPORTADAS E ENVIADAS POR
CONTRIBUINTE DE OUTRA _UNIDADE DA
FEDERAGAO “POR CONTA E ORDEM". EMISSAO DE
NOTAS FISCAIS CONSIGNANDO DECLARAGAO
FALSA QUANTO AO ESTABELECIMENTO DE
DESTINO. PAGAMENTO PARCIAL DO AUTO.
ACUSACOES REMANESCENTES PARCIALMENTE
PROCEDENTES. RECURSO DE OFICIO INTERPOSTO.GOVERNO DO ESTADO DE SAO PAULO
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2
z 3633 Te,
PROCESSO SF N° 1000293-717549/2009 Fis. 3633 au
INTERESSADO: SOUFER INDUSTRIAL LTDA.
1. Em julgamento o AIIM inicial através do qual a autuada é acusada de
praticar as seguintes irregularidades:
Ll - Deixar de pagar o ICMS, no periodo de outubro/2004 a
dezembro/2007, por emissao de notas fiscais referentes a operagées tributadas com
erro na aplicacao da aliquota;
1.2 - Deixar de pagar 0 ICMS devido, nos meses de novembro/2004,
setembro e dezembro/2007, por emissao de notas fiscais referentes a operagées
tributadas como nao tributadas;
1.3 - Deixar de pagar o ICMS, por meio de guia de recolhimentos
especiais, em 06/09/2007, devido até 0 momento do desembarago aduaneiro de
mercadorias tributadas importadas do exterior por conta e ordem;
14 - Deixar de pagar o ICMS, no periodo de outubro/2004 a
dezembro/2007, devido em decorréncia de ter indicado outro Estado como destino das
mercadorias sem, contudo haver comprovagdo de que estas sairam do territorio
paulista;
LS - Deixar de pagar o ICMS devido, no periodo de outubro/2004 a
junho/2007, devido em razio de ter sido indicado operacdo de exportacdo, sem que
esta tenha sido realizada;
16 - Deixar de pagar o ICMS, no periodo de novembro/2004 a
maio/2007, referente & diferenca de aliquota nas compras de mercadorias tributadas
adquiridas em outras Unidades da Federacao, destinadas ao uso, consumo e/ou ativo
permanente;
IL7 - Creditar-se indevidamente do ICMS, nos meses de janeiro, julho
novembro/2007, por meio de escrituragéo de notas fiscais referente a entrada de
mercadoria no estabelecimento adquirido de contribuinte enquadrado no Regime
Tributario Simplificado;
18 - Creditar-se indevidamente do ICMS, nos meses de setembro €
outubro/2007, por meio da escrituracao de documentos fiscais em operagdes
interestaduais de recebimento de mercadorias importadas do exterior ¢ enviadas por
contribuinte de outra Unidade da Federacao “por conta ¢ ordem”.
1.9 - Emitir, no periodo de outubro/2004 a dezembro/2007, notas
fiscais em operagdes de saida de mercadorias, consignando declaracao falsa quanto ao
estabelecimento de destino, uma vez que os destinatarios se encontravam em situacéo
cadastral irregular no momento da emissao do documento fiscal.
2. Pelas infragdes apontadas o Fisco propde multa no valor de
R$ 7.764.723,00 e reclama o imposto no valor de R$ 2.071.154,01.
3. Notificada no préprio AIM (fls. 02/10) a autuada apresentou defesa
tempestiva as fls. 3140/3168, bem como os documentos de fis. 3169/3557. Na
oportunidade, a impugnante noticia o pagamento dos débitos relativos aos itens [.2,
16, IL.7, subitem 15.1 ¢ referente a NF n° 278.431 constante do subitem 1.5.2 da
inicial. Relativamente A infragdo descrita no item J.1 do AIIM, a defendente aduz que
entre as notas fiscais consideradas ha notas relativas a entrega em estabelecimento
industrializador localizado neste Estado, por pedido e ordem do adquirente, portanto o
destinatario efetivo das mercadorias continua sendo 0 contribuinte de outro Estado,
devendo a exigéncia ser retificada.GOVERNO DO ESTADO DE SAO PAULO
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INTERESSADO: SOUFER INDUSTRIAL LTDA.
4, Quanto a infragao apontada no item 1.3, afirma que a importagdo por
conta e ordem tem disciplina apenas na area federal, sendo indevido ao fisco estadual
tomar emprestada regra definida pela legislacao federal, uma vez que cada Ente da
Federacdo deve emitir seus proprios atos legais. Alega que somente apés 0 Protocolo
ICMS n° 23/2009 a matéria tem regra definida, sendo devido o imposto ao Estado do
Espirito Santo, Da mesma forma, a defendente entende que também nao havia regra
para glosar o crédito relativo a essas operagdes de importagao (item 11.8).
5. No que tange a0 item 14, aduz que a exigéncia fiscal esté embasada
numa simples presuncéo legal, sem prova direta. Afirma que, se ndo ha certeza do
local de entrega das mercadorias, no se pode concluir que tais mercadorias nao foram
entregues a contribuintes de outros Estados, ndo havendo que se falar em diferencial
de aliquota e aplicacio da multa, sendo nulo o AIIM, Alega que a presungao é
suficiente para a cobranga da diferenga de imposto, mas que a penalidade é do tipo
subjetiva, sendo necesséria a comprovacao de dolo, Acrescenta que foi vitima de
conduta irresponsavel de trés de seus proprios representantes comerciais - 0 que a
Ievou a aperfeicoar seus controles internos -, devendo sua responsabilidade ser
excluida nos termos do artigo 137 do CTN. Entende ainda que houve erro na definicgo
da penalidade aplicada, pois a penalidade compativel seria aquela prevista no artigo
527 /IIl/"b”.
6. Relativamente ao item 1.5 afirma que parte das operagées de exportacao,
foi realizada, conforme comprovantes de exportacéo, sendo que em relagéo a duas
notas fiscais a autuada procedeu ao recolhimento do imposto e acréscimos legais e em
relagao as operacdes com a empresa “Monro” recolheu 0 imposto com base na aliquota
interestadual (7%). Quanto ao item II. aduz que as operagdes foram efetivamente
realizadas com os clientes indicados nos documentos fiscais e que tomou todas as
cautelas possiveis época. Assevera que os clientes efetuaram os pagamentos por via
bancéria, que agiu de boa f e que o poder-dever de fiscalizar é da Administracéo
Tributaria, Requer a improcedéncia do Auto.
at As fls. 3570/3579, a autoridade autuante se manifesta acerca dos
argumentos da defesa. Relativamente ao item I.1 afirma que procede a alegacdo da
impugnante em relagao aos documentos apresentados, com excecdo das Notas Fiscais
n® 286373 ¢ 298078 (fis. 3446, 3450 e 3451), cujos documentos juntados nao
comprovam industrializacdo por conta e ordem de terceiros, Apresenta nova relacdo
considerando os valores nao comprovados pela autuada.
8. No tocante aos itens 1.3 ¢ II.8, assevera que 0 Auto foi lavrado com base
na Decisdo Normativa CAT n° 3, de 20/03/2009, donde se observa que ha 0 direito ao
crédito do ICMS pago pela importacdo, mas nao pelo simples recebimento da
mercadoria enviada pelo importador por conta e ordem, Afirma que a autuada ndo
comprovon o recolhimento do imposto nem ao Estado do Espirito Santo, nem a S40
Paulo, néo fazendo jus ao crédito escriturado.