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ORAÇÃO DO DIVINO MESTRE YESHU’A (JESUS) EM ARAMAICO1

Trabalho compilado pelo Prof. Paulo Cesar Pfaltzgraff Ferreira-CRT 38481-Master


Teacher in Magnified Healing (Mestre Professor em Cura Magnificada, da Mestra Kuan
Yin). Mestre nos seguintes sistemas: Usui Reiki Shiki Ryōhō (tradicional), Usui-Tibetano
(do International Center for Reiki Training), Tibetano, Karuna Reiki, Karuna Ki, Tera Mai,
Nwyre e Supraluminar Magnificado.

Endereço: Avenida Vinte e Dois de Novembro 314, Fonseca, Niterói, RJ, CEP 24120-049-
Telefones: (21) 3601-5870; (21) 99567-8936; e-mail: paulotrully@gmail.com

(M’shiha-Messias, Cristo, Ungido, Consagrado) (Yeshu’a-Jesus)

(baruch- bendito, puro) (midibar-deserto)

Yeshu’a, o bendito messias do deserto

1
Extraída do livro Orações do Cosmos - Tradução do aramaico e comentários de Neil Douglas- Klotz, 2ª
edição em português pela Editora Triom, São Paulo.
2

Transliteração e interpretação mística em português

01 Abvúm dêbachimaia /

Ó Energia Procriadora, Pai-Mãe do Cosmos2,

02 Netcádachi chimár /

Focalizai Vossa Luz dentro de nós3.

03 Teitei malcutár /

Criai Vosso Reino de Unidade agora4.

04 Nérvoei tzevianar aicana / dêbachimaia áfi baar-rá /

O Vosso Desejo Uno atue então com o nosso, assim como em toda luz e em todas as formas5.

05 Raulam lárcma dêssuncanan iaomana /

Dai-nos todos os dias o que necessitamos em pão e entendimento6.

06 Uachiboclam raubéim (uartarréim) / aicana dafirranâm chuócam lerraiabéim /

Desfazei os laços dos erros que nos prendem, assim como nós soltamos as amarras com que
aprisionamos as culpas dos nossos irmãos7.

07 Uêla tarlam lênessiuna/ êla patissam mim bicha /

Não permitais que as coisas superficiais nos iludam, mas libertai-nos de tudo o que nos detém8.

08 Metôl delárrie malcutá / uarráila uatechiburta / la-lam almim /améim

Vós sois a fonte de toda a vontade reinante, o poder e a força viva da ação, e a can-
ção que se renova para todo o sempre e a tudo embeleza. Amém9.
2
Deus, Fonte Que Tudo É.
3
Para que Ela nos indique o caminho.
4
Para que a Vossa orientação nos conduza pelo reto caminho.
5
Nesta frase o céu encontra a terra em um ato de compaixão.
6
Para suprir o crescimento da nossa vida espiritual.
7
É uma súplica pelo perdão da divindade e um voto de interagir da mesma forma com nossos semelhantes.
8
Ante o nosso verdadeiro propósito.
9
Este é outro ponto chave desta oração, da mesma forma que a palavra Abvúm. A palavra Amém não
significa apenas sim, ou assim seja, conforme muita gente superficialmente pensa. Ela selava acordos no
3

Esta oração está escrita em aramaico, numa pedra de mármore branco, em


Jerusalém, no Monte das Oliveiras, na forma como era proferida pelo Divino Mestre
sempre que ele ia orar naquele local.

Embora ela seja mundialmente conhecida como “Pai-Nosso”, eu mesmo prefiro


denominá-la “Oração do Mestre Yeshu’a (Jesus)10”, não só como uma forma de home-

Oriente Médio e era um juramento solene, que emprestava caráter sagrado ao acordo que estava sendo
firmado. Em suas raízes antigas representa a imagem do solo do qual irá surgir um crescimento futuro. Por
isso, no caso da presente oração, ela pode significar: Que a expressão da verdade e o poder de tais
afirmações sagradas sejam o solo fértil para o crescimento espiritual de todas as nossas ações, seladas
em confiança e fé.
Em suas raízes mais antigas, somos remetidos à palavra sagrada egípcia Amenti. Os Salões do Amenti –
os Salões dos deuses – estão localizados no coração do Mundo, onde as almas dos homens são submetidas,
após a morte, ao julgamento pelo Deus Osíris. Esta palavra apontava para o misterioso solo do ser ou
submundo, contendo os segredos da vida, morte e renascimento. Portanto, quando uma pessoa a pronunciava,
estava selando um acordo. Isto bem poderia significar: Eu juro pelos ossos dos meus antepassados que es-
tão enterrados neste solo.
10
O Divino Mestre Jesus era um nativo de língua aramaica e, neste idioma, seu nome é Yeshu’a (hebraico

bíblico ou quadrado: ‫ ;ישוע‬hebraico massorético: ַ‫ ;יֵׁשּוע‬aramaico siríaco (versão Peshitta aramaica da


Bíblia): ; pronúncia: iêchúa), segundo o Prof. Fabio Sabino, um grande estudioso do hebraico e do

‫;יהושע‬
aramaico. Existe também a versão Yehoshu’a (primeira grafia → hebraico bíblico ou quadrado:

‫ יְ הֹוׁשֻׁ ַע‬/segunda grafia → hebraico bíblico ou quadrado:


hebraico massorético: ‫ ;יהושוע‬hebraico
massorético: ַ
‫ ;יְ הֹוׁשּוע‬pronúncia de ambas as grafias: iêrrôchúa), do tempo cativeiro na Babilônia (598
a.C.- 538 a.C.). Após este período a grafia evoluiu e, no tempo de Jesus, a forma Yehoshua já tinha sido
abreviada para Yeshu’a. Na versão peshitta da Bíblia, escrita em aramaico siríaco, o nome que aparece é
Yeshu’a. A forma Yaohoshua (pronúncia: iaorrôchúa) não é correta, embora defendida por “experts” na
Internet. O Novo Testamento foi originalmente escrito em grego koiné (grego: kοινή; pronúncia: coinê).
Assim sendo, pode-se afirmar que o Novo Testamento é um compêndio cuja alma é hebraico-aramaica, ao
mesmo tempo em que o corpo é helênico, ou, melhor, um compêndio em que o pensamento semita se exibe
em roupagem grega e, neste idioma o nome hebraico/aramaico Yeshu’a ficou sendo Iesous {grego: Ἰησοῦς

‫”ע‬, que não tem equivalente em grego, por um “sigma final


[Substituíram o “ayin” final da língua hebraica “

“ς” (o “s” final grego). Também o grupo “sh” que representa a consoante shin “‫”ש‬, por não haver em grego
som correspondente a essa consoante fricativa palatal, que soa como “xis” (conforme, por exemplo, a palavra

σ
eixo), foi substituída por sigma “ ” (o “s” grego não no final da palavra), também fricativa, mas linguoden-
tal, que em grego, mesmo entre vogais, soa como “ss”]; pronúncia: iêssúss (O ditongo grego “ou” é pro-
nunciado com som de “u”. Em português não existe palavra terminada em “ss”. Isto só foi colocado desta
forma para frisar que a letra sigma é sempre pronunciada com prolongamento)} e, mais tarde, para o latin,
Jesus (com o “j” pronunciado como “i”) ou Iesus. O emprego da letra “j” para representar “i consonântico”
em latim ocorreu na época do Renascimento, e foi difundido por Pierre de la Ramée, também conhecido como
Petrus Ramus. A expressão “letra ramista”, ficou sendo uma designação comum dada às consoantes “j” e
“v”, em homenagem a ele, que primeiro as distinguiu das vogais “i” e “u” em textos franceses. Em tempo: as
informações do grego e do latim vieram do Prof. José Manuel Villar Serrano.
No final deste artigo existe uma compilação nossa sobre alguns fatos relacionados ao idioma aramaico.
4

nagem ao Mestre dos Mestres [Yeshu’a (Jesus)] ─ que nos legou a mesma ─ como também
pelo fato de que Deus é um Ser andrógino11, sem sexo definido, ou seja, Pai e Mãe ao
mesmo tempo. Isto fica bem claro no original em aramaico, que inicia com a palavra
ABWUN, a qual é traduzida como Energia Procriadora, Pai-Mãe do Cosmos. Leia,
analise e decida, você mesmo, qual é o melhor título!
O Dr. Neil Douglas Klotz, no excelente livro Orações do Cosmos-Reflexões sobre as
palavras de Jesus em Aramaico, já citado anteriormente, comenta sobre a pala-vra
ABWUN: “De acordo com a ciência mística dos sons e letras, que é comum tanto para
o hebraico quanto para o aramaico, a palavra ABWUN vai além dos nossos conceitos
mutáveis de ‘masculino’ e ‘feminino’ e aponta para o processo de dar à luz. Neste
nível de interpretação, podemos dizer que a palavra ABWUN tem quatro partes:

1ª) A- O Absoluto, A Fonte Única, A Unidade Pura e Única, fonte de todo poder e esta-
bilidade (ecoando o antigo som sagrado AL e a palavra aramaica para Deus ─ Alāhā ─ que
significa, literalmente, Unidade).

2ª) bw- Um nascer, uma criação, um fluxo de bênção, como sendo de dentro deste Uno pa-
ra nós.

3ª) u- A respiração, o Espírito Santo, ou de forma mais geral, a Energia que viabiliza este
fluxo, ecoando o som do respirar e incluindo todas as forças que agora chamamos de mag-
netismo, vento, eletricidade, etc. E mais: este som é ligado à frase aramaica Rukha
d’qudsha que em hebraico é Rúach HaCódesh, que mais tarde seria traduzida por Espírito
Santo. Os Teosofistas, usando ao linguajar da fundadora da Sociedade Teosófica, Helena
Petrovna Blavatsky, que instituiu (?) ou aprendeu este termo com os tibetanos, chamam
esta Energia de Fohat, o Grande Construtor do Universo. Os japoneses chamam-na de
Shinki12 e os chineses a denominam Tiānch’i, que significa Prāëa13 Celestial. Não con-
fundir o Prāṇa, que é a Energia Universal da Vida, com o Prāëa Celestial, Grande Prāṇa,
Mahāprāṇa ou Fohat. O Prāṇa em japonês é Ki, em chinês é Ch’i ou Qi, e em hebraico é
Rúach14, que significa vento, mas que, em verdade tem o significado de alento ou sopro
divino, e foi traduzido para o grego como Pneúma e para o nosso idioma como Espírito.
Uma Alma, Néfesh em hebraico e Psychḗ em grego, não pode habitar um corpo sem
Rúach. Em um artigo posterior, estaremos explicando, detalhadamente, que Espírito e Al-
ma são conceitos distintos, embora algumas tradições os utilizem como sinônimos.

4ª) n- A vibração da respiração criativa do Uno ao tocar e interpenetrar a forma (matéria).


Este som ecoa na terra e o corpo vibra ao entoar lentamente o nome todo: Ah-bw-u-n.”

Ainda quanto ao lado feminino da divindade não é demais mencionar que os cultos
pagãos e também algumas ordens esotéricas do presente sempre se referiram ou se referem

11
Um ser que procria ser ter contato com outro é andrógino.
12
Pronuncia-se com o erre aberto, conforme nas palavras faro e herói.
13
Pronuncia-se prâânâ.
14
Também pronuncia-se com o erre aberto.
5

a este lado feminino, em detrimento do masculino, talvez por entenderem que a parte fe-
cundante é a masculina, porém a que gera e dá à luz é a feminina: o masculino representa
força criativa não-canalizada, que só pode ser levada à realização quando delineada, en-
cerrada e canalizada pelo útero feminino.”
Tendo em vista em vista o machismo sacerdotal em algumas das principais tradições
religiosas, este lado “feminino” da divindade foi ocultado, até porque a tese é a de os ho-
mens deveriam sempre mandar. Tanto assim que não existem, até hoje, rabinos ortodoxos,
padres católicos ou clérigos islâmicos do sexo feminino. Os cristãos falam em Pai, Filho e
Divino Espírito Santo. Em realidade o Divino Espírito Santo é o lado feminino da divin-
dade e Filho ─ melhor seria Filhos e Filhas ─ é a ação da divindade através do Ofício do
Cristo (a palavra Cristo em grego significa Messias) e do Ofício da Mãe Divina, onde em-
viados de ambos os sexos (como foram aqui na Terra os avatāras Yeshu’a (Jesus), Buddha,
Kṛṣṇa (Krishna), Mãe Maria, Kuan Yin, Ta Ma, etc.), evidenciando que o aspecto Filho
também abrange tanto o Yin quanto o Yang, levam as mensagens aos diversos mundos da
Criação. Na realidade temos o Ofício da Grande Mãe, onde atuam os avatāras femininos, e o
Ofício do Cristo, onde atuam os avatāras masculinos. Na tradição judaica Abba Nartoomid
é o Pai da Luz Eterna, e a Grande Mãe, a Grande Deusa, é Shechiná.
Repare que a posição atual da mulher, em muitas partes do mundo, nos negócios,
nos governos, na religião, etc., é uma reação do lado feminino da divindade no sentido
de recolocar a mulher no lugar que sempre lhe pertenceu no cenário terreno, e do qual
havia sido retirada e massacrada durante séculos!
Segundo Helena Petrovna Blavatsky: “A mulher, por ter conservado o número cós-
mico perfeito 10 (número do divino), sempre foi superior ao homem e mais espiritualizada
que ele. No antigo Egito, as estipulações de casamento incluíam uma cláusula segundo a
qual a mulher devia ser ‘a senhora do senhor’ e realmente exercer autoridade sobre o mari-
do. Este obrigava-se ‘a obedecer à sua esposa’ para a produção de resultados alquímicos,
tais como o Elixir da Longa Vida e a Pedra Filosofal, pois a assistência espiritual da mu-lher
era necessária ao alquimista do sexo masculino.”
A mulher é mais bem-dotada do que o homem no que respeita a Magia, não só
por causa do número 10, mas também porque sua ligação com o corpo etérico da Mãe-
Terra é mais forte que a do homem, pois a mulher a rega, simbolicamente, com o seu
sangue, uma vez por mês. Um mago pode equilibrar este fato provocando uma situação
em que um pouco de seu sangue pingue na Terra, ou deitando o seu sêmem na mesma.
Eram famosos os “combates psíquicos” entre o Mago Merlin da Bretanha e Morgana
das Fadas, a Senhora de Avalon, na época do Rei Arthur e os Cavaleiros da Távola
Redonda.
Uma observação final: Um conceito do judaísmo, o Messias (hebreu ‫חישמ‬, Mashiach,
Mashiyach ou Hamashiach, significa “ungido” ou “consagrado”; a forma Asquenazi é
Moshiach; a forma aramaica é m’shiha) refere-se, principalmente, à profecia da vinda de
um ser humano descendente do rei David, que irá reconstruir a nação de Israel e restaurar o
reino de David, trazendo desta forma a paz ao mundo.
Os cristãos, com algumas exceções, consideram que Jesus (Yeshu’a) é o Messias. A
palavra Cristo (em grego Χριστός, romanização: Christós; pronúncia: cristôs) é uma tradu-
ção para o grego do termo hebraico Mashiach.
Para alguns esclarecimentos sobre o aramaico, vide a compilação das páginas
seguintes.
6

O Aramaico
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre: http://pt.wikipedia.org/wiki/Aramaico

Introdução

O aramaico é uma língua semítica15 pertencente à família linguística afro-asiática. O


nome da língua é baseado no nome de Aram16, que viveu em uma antiga região do centro
da Síria. Dentro dessa família, o aramaico pertence ao subgrupo semítico, e mais
especificadamente, faz parte das línguas semíticas do noroeste17, que também inclui as
línguas canaanitas18 assim como o hebraico e o fenício. A escrita aramaica foi ampla-mente
adotada por outras línguas, sendo assim, ancestral dos alfabetos árabe e hebraico modernos.

15
As línguas semíticas são a família mais ao nordeste das línguas camito-semíticas, e a única família do
grupo falada na Ásia. As línguas afro-asiáticas ou camito-semíticas são uma família de línguas de cerca de
240 línguas e 285 milhões de falantes, espalhados pelo norte e pelo leste da África e pelo sudoeste da Ásia
Outros nomes por vezes dados a essa família incluem “afrasiática”, “lisrâmica” (Hodge 1972) e “eritréia”
(Tucker 1966).
As línguas semíticas mais comuns faladas hoje são a língua árabe, o amárico (idioma oficial da
Etiópia), o hebraico e a língua tigrínia (um idioma semítico etiópico falado pelo povo tigré da região
homônima do norte da Etiópia e da Eritréia, onde é a língua nacional, e entre os emigrantes destas regiões
residentes em Israel (os Beta Israel).
O termo “semíticas” para essas línguas é etimologicamente errado de algumas formas, mas é o termo
padrão em linguística.

16
Aram (em hebraico: ‫ארן‬
, “cabra selvagem”) é um personagem bíblico do Antigo Testamento, mencio-
nado no livro de Gênesis como o quinto filho de Sem, sendo, portanto, neto de Noé. Embora pouco se sabe a
respeito de Aram, diz o texto bíblico que ele foi pai de Uz, Hul, Geter e Más (Gênesis 10:23). Segundo os
eruditos, Aram teria sido o ancestral dos arameus (sírios).
17
Línguas semíticas do noroeste:

 Línguas cananitas (veja também línguas hebraicas)

i) Língua amonita – extinta.


ii) Língua moabita – extinta.
iii) Língua edomita – extinta.
iv) Língua hebraica bíblica – tem línguas descendentes vivas
v) Línguas fenícias (incluindo o antigo púnico) – extinta.

 Aramaico

i) Siríaco
ii) Língua mandaica

 Ugarítico – extinta.

 Língua amorita – extinta (sua existência é comprovada somente a partir de nomes próprios
transcritos em acadiano; pode de fato ser a língua-mãe do semítico do noroeste, ou mesmo predatar o
desmembramento do semítico central).
18
As línguas canaanitas ou cananeias são uma subfamília das línguas semitas faladas pelos antigos povos
da região de Canaã, incluindo os canaanitas, os israelitas e os fenícios. Todas se extinguiram como línguas
7

Foi a língua administrativa e religiosa de diversos impérios da Antiguidade, além de


ser o idioma original de parte dos livros bíblicos, quais sejam, o de Daniel, o de Esdras e o
Talmud19.
O aramaico foi, com certeza, a língua falada por Yeshu’a (Jesus) e ainda hoje é a lín-
gua materna de algumas pequenas comunidades no Oriente Médio, especialmente no inte-
rior da Síria; e sua longevidade se deve ao fato de ser escrito e falado pelos aldeões cristãos
que durante milênios habitavam as cidades ao norte de Damasco, capital da Síria, entre elas
reconhecidamente os vilarejos de Maalula e Yabrud, sendo que nesse último o Divino Mes-
tre hospedou-se por três dias. Além dessas, outras aldeias da Mesopotâmia, reconhecida-
mente católicas e por onde o Cristo20 passou, como Tur’Abdin ao sul da Turquia, fizeram
com que o aramaico chegasse intacto até os dias de hoje.
No início do século passado, devido a perseguições políticas e religiosas, milhares
desses cristãos fugiram para o ocidente, onde ainda hoje restam poucas centenas, vivendo
nos Estados Unidos da América, na Europa e na América do Sul e que, curiosamente, falam
e escrevem, fluentemente, o idioma falado por Yeshu’a (Jesus).

nativas durante o primeiro milênio d.C., embora o hebraico tenha permanecido continuamente em uso
religioso e literário entre os judeus, sendo posteriormente ressucitado como o idioma falado cotidianamente
durante o século XIX por Eliezer Ben Yehuda. A expansão fenícia (e, posteriormente, cartaginesa) espalhou
os idiomas canaanitas para o Mediterrâneo Ocidental por algum tempo, porém ele eventualmente se extinguiu
também na região, embora tenha sobrevivido por algum tempo depois da própria Fenícia.
19
O Talmud (em hebraico: ‫דּו מְ מַּת‬ , transl. Talmud) é o Livro Sagrado dos judeus, um registro das dis-
cussões rabínicas que pertencem à lei, ética, costumes e história do judaísmo. É um texto central para o
judaísmo rabínico.
O Talmud tem dois componentes: a Mishná (c. 200 d.C.), o primeiro compêndio escrito da Lei Oral
judaica; e o Guemará (c. 500 d.C.), uma discussão da Mishná e dos escritos tanaíticos que fre-quentemente
abordam outros tópicos, e são expostos amplamente no Tanach.
O Mishná foi redigido pelos mestres chamados Tannaim ("tanaítas"), termo que deriva da palavra
hebraica que significa “ensinar” ou “transmitir uma tradição”. Os tanaítas viveram entre o século I e o III
d.C. A primeira codificação é atribuída a Rabi Akiva (50 – 130), e uma segunda, a Rabi Meir (entre 130 e 160
d.C.), ambas as versões tendo sido escritas no atual idioma aramaico, ainda em uso no interior da Síria.
Os termos Talmud e Guemará são utilizados frequentemente de maneira intercambiável. A Gue-mará é a
base de todos os códigos da lei rabínica, e é muito citada no resto da literatura rabínica; já o Tal-mud também

é chamado frequentemente de Shas (hebraico: ‫)ס”ש‬, uma abreviação em hebraico de shisha sedarim, as
“seis ordens” da Mishná.

20
Um conceito do judaísmo, o Messias (hebraico bíblico ou quadrado: ‫ ;משיח‬hebraico massorético:
ַ‫ ;מָ ִׁׁשיח‬pronúncia: machiar; formas alternativas: Mashiach, Mashiyach ou Hammashiach; traduções:
ungido ou consagrado; Obs: a forma asquenazi é Moshiach e a forma aramaica é M’shiha) refere-se,
principalmente, à profecia da vinda de um ser humano descendente do rei David, que irá reconstruir a nação
de Israel e restaurar o reino de David, trazendo desta forma a paz ao mundo.
Os cristãos, com algumas exceções, consideram que Jesus (Yeshu’a) é o Messias. A palavra Cristo em
português deriva, primeiramente, do grego Χριστός, Christós, e depois do latim Christi, sendo que o
vocábulo grego é uma tradução do termo hebraico Mashiach.
8

Distribuição Geográfica

Durante o século XII a.C., os arameus, os originais falantes do aramaico, começaram


a se estabelecer em grande número nas regiões onde atualmente situam-se a Síria,
o Iraque e a Turquia Oriental. Adquirindo importância, passou a ser falado por toda a
costa Mediterrânea do Levante. A partir do século VII, o aramaico, que era utilizado
como língua franca no Oriente Médio foi substituído pela língua árabe. Entretanto, o
aramaico continua sendo usado, literária e liturgicamente, entre os judeus e alguns cristãos.
Guerras e dissenções políticas nos dois últimos séculos ocasionaram a dispersão de
inúmeros indivíduos que se utilizam do aramaico como língua materna pelo mundo.

Fig. 1- A história do aramaico.


9

História

A história do aramaico pode ser dividida em três períodos21:

 Arcaico 1100 a.C.–200 D.C.), incluindo:

i) O aramaico bíblico, do hebraico.


ii) O aramaico de Jesus.
iii) O aramaico dos Targum.
 Aramaico Médio (200–1200), incluindo:

i) Língua siríaca literária.


ii) O aramaico do Talmud e dos Midrashim.
 Aramaico moderno (1200–presente)

Aramaico antigo

O aramaico nabateu foi a língua do reino árabe de Petra. O reino (c. 200 a.C. – 106
d.C.) compreendia a área entre a margem leste do rio Jordão, a península do Sinai e o norte
da Arábia. Talvez por causa da importância do comércio das caravanas, os nabateus
começaram a preferir a usar o aramaico ao árabe setentrional antigo. O dialeto é baseado no
aquemênida, com um pouco de influência do árabe: o 'l' frequentemente se transforma em
'n' e há algumas poucas palavras tomadas do Árabe. Algumas inscrições Aramaicas Naba-
teanas existem dos dias mais antigos desse reino, mas a maioria é dos primeiros quatro sé-
culos d.C. A língua é grafada em escrita cursiva, que é a precursora do alfabeto árabe
moderno. O número de palavras emprestadas do árabe aumentou através dos séculos, até
que, no século IV, o Nabateano se fundiu definitivamente com o Árabe.
O aramaico palmireno é o dialeto que se usava na cidade de Palmira no Deserto Sírio,
de 44 a.C. até 274 d.C. Era grafada em escrita arredondada, que mais tarde ori-ginou a
escrita cursiva. Como o Nabateano, o Palmireno foi influenciado pelo Árabe, mas em um
grau menor.
O aramaico arsácida era a língua oficial do Império Parto (247 a.C.–224d.C.). Ela,
mais que qualquer outro dialeto pós-Aquemênido, continua a tradição de Dario I. Naquele
tempo, no entanto, ela ficou sob a influência do aramaico contemporâneo falado, do
georgiano, do persa. Após a conquista dos partos sobre os sassânidas, que falavam o persa,
os arsácidas externaram uma influência considerável sobre a nova língua oficial.

21
classificação baseada em Klaus Beyer.
10

Aramaico oriental antigo tardio

Os dialetos mencionados na última seção descenderam todos do Aramaico Im-perial


Aquemênido. Contudo, os diversos dialetos regionais do Aramaico Antigo mais recente
continuaram junto com essas, frequentemente como simples línguas faladas. Evidências
antigas dessas línguas faladas só são conhecidas por suas influências em palavras e nomes
num dialeto mais padrão. Porém, esses dialetos regionais se tornaram línguas escritas no
século II a.C. Os mesmos refletem um tipo de Aramaico que não depende o Aramaico
Imperial e mostra uma divisão clara entre as regiões da Meso-potâmia, Babilônia e o leste,
e Palestina e oeste.

No leste, os dialetos do aramaico palmireno e arsácida se uniram com línguas


regionais para criar línguas com um pé no Imperial e um pé no Aramaico. Muito mais
tarde, o Arsácido se tornou a linguagem litúrgica da religião mandeísta, a língua mandeia.
No reino de Osroena, centrado em Edessa e fundado em 132 a.C., o dialeto regional
se tornou a língua oficial: o antigo siríaco, na margem superior do rio Tigre, o aramaico
mesopotâmico oriental floresceu, com evidências em Hatra, Assur e Tur Abdin. Tatian, o
autor do evangelho harmônico Diatessaron veio da Assíria e talvez tenha escrito seu
trabalho (172 a.C.) no dialeto mesopotâmico oriental, em vez de siríaco ou grego. Na
Babilônia, o dialeto regional foi usado pela comunidade judaica, o Velho Judeu Babilônico
(70a.C.). Essa língua do cotidiano cresceu sob a influência do Aramaico Bíblico e do
Targúmico Babilônico.

Fig. 2- Targum do século XI da Bíblia Hebraica.

Aramaico Ocidental Antigo Tardio

Os dialetos regionais ocidentais do aramaico seguiram um curso similar àqueles do


leste. Eles são muito diferentes dos dialetos do leste e do Aramaico Imperial. As línguas
11

semitas da Palestina rumaram ao Aramaico durante o século IV a.C. A língua fenícia,


contudo, seguiu até o século I a.C.
A forma do aramaico antigo ocidental recente usado pela comunidade judaica é mais
bem atestada e geralmente chamada de antigo palestino judaico. Sua forma mais antiga é o
antigo jordaniano oriental, que provavelmente vem da região da cidade de Cesareia de
Filipo. Essa é a língua do manuscrito mais antigo de Enoque, da Bíblia (c. 170 a.C.). A
próxima fase distinta da língua é chamada de Velho Judaico (no segundo século d.C.). Lite-
raturas do Velho Judaico podem ser encontradas em várias inscrições e cartas pessoais, ci-
tações preservadas no Talmud e recibos de Qumran. A primeira edição de Guerra Judaica
do historiador Josephus foi escrita em Velho Judaico.
O antigo jordaniano oriental continuou a ser usado no primeiro século antes de Cristo
pelas comunidades pagãs que viviam ao leste do Jordão. Seu dialeto é frequentemente
chamado, então, de antigo palestino pagão, e era escrito de forma cursiva de certa forma
similar ao siríaco antigo. Um dialeto antigo palestino cristão pode ter nascido do pagão, e
esse dialeto pode estar por detrás de algumas das tendências do aramaico ocidental
encontradas nos evangelhos orientais no siríaco antigo.

Fig. 3-Mágica mandéia: uma armadilha de demônios.

Dialetos falados na época de Yeshu’a (Jesus)

Sete dialetos do aramaico ocidental eram falados na época de Yeshu’a (Jesus). Eles
eram provavelmente distintos ainda que mutuamente inteligíveis. O Velho Judaico era o
dia-leto proeminente de Jerusalém e da Judeia. A região de Ein Gedi-Engedi tinha o
Judaico do Sudeste. A Samaria tinha seu Aramaico Samaritano distinto, onde as consoantes
‘he’, ‘heth’ e ‘ayin’ todas se tornaram pronunciadas como 'aleph'. O Aramaico Galileu, a
língua da região natal de Yeshu’a (Jesus) só é conhecida de alguns poucos lugares, das
influências no Targúmico Galileu, de alguma literatura dos rabinos e algumas poucas cartas
privadas. Ela parece ter um número de características distintas, como: ditongos nunca são
simplificados a "monotongos". A leste do Jordão, os vários dialetos de Jordaniano Oriental
eram falados. Na região de Damasco e no Líbano, o Aramaico Damasceno era falado,
deduzido na sua maioria do Aramaico Ocidental Moderno. Finalmente, bem ao norte, como
em Aleppo, o dialeto do Aramaico de Orontes era falado.
12

Além desses dialetos de aramaico, o grego era usado extensivamente nos centros
urbanos. Há pouca evidência do uso do hebraico durante esse período. Algumas pala-vras
em hebraico continuaram como parte do vocabulário aramaico judeu (em sua maior parte
palavras religiosas, mas também algumas do cotidiano, como `ēṣ, árvore) e a língua escrita
do Tanakh era lida e entendida pelas classes cultas. Contudo, o Hebraico deixou de ser a
língua do dia a dia. Em adição, as várias palavras no contexto Grego do Novo Testamento
que não são traduzidas, são claramente aramaico ao invés de he-braico. Tirando da pouca
evidência que existe, esse aramaico não é o aramaico da Galileia, mas o antigo aramaico da
Judeia. Isso sugere que as palavras de Yeshu’a (Jesus) foram transmitidas no dialeto da Ju-
deia e de Jerusalém, ao invés do de sua cidade natal.
O filme The Passion (no Brasil, A Paixão de Cristo), de 2004, utilizou diálogos em
aramaico especialmente reconstruídos por apenas um professor, William Fulco. Contudo,
falantes modernos da língua consideraram a linguagem usada pouco familiar.

Aramaico Médio

O século III d.C. é tido como o limiar entre o aramaico antigo e o médio. Durante
aquele século, a natureza das várias línguas aramaicas começaram a mudar. As descenden-
tes do aramaico imperial deixaram de existir como línguas vivas e as línguas regionais do
leste e oeste começaram a formar literaturas novas e vitais. Diferente de muitos dos dialetos
do antigo aramaico, muito se sabe do vocabulário e gramática do aramaico médio.

Aramaico Oriental Médio

Somente dois dos idiomas do aramaico oriental antigo continuaram nesse período. No
norte da região, o antigo siríaco evoluiu para o siríaco médio. No sul, o antigo ju-deu-
babilônico se tornou o judeu-babilônico médio. O dialeto pós-aquemênida, arsácida, se
tornou o fundo da nova língua mandeia.

Fig. 4- Manuscrito do século IX escrito em Siríaco Estrangela, da Homilia sobre o


Evangelho de João, de João Crisóstomo.
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Siríaco

O siríaco médio é, até hoje, a linguagem clássica, literária e litúrgica dos cristãos si-
ríacos. Sua época de ouro foi do século IV ao século VI d.C.. Esse período começou com a
tradução da Bíblia para esta língua: a Peshitta, e a prosa e poesia de Éfrem, o Sírio. O
siríaco médio, diferentemente de seu ancestral, é uma língua completamente cristã, embora
no tempo ela tenha se tornado a língua daqueles que se opuseram à liderança bizantina da
Igreja no Leste. A atividade missionária levou a espalhar o siríaco pela Pérsia, até a Índia e
China.

Aramaico Judeu-Babilônico Médio

O aramaico judeu-babilônico médio é a língua do Talmud babilônico (que foi


completado no século VII). Apesar de ser a principal língua do Talmud, em seu conjunto,
vários trabalhos em hebraico (reconstruído) e dialetos mais antigos de aramaico são
cuidadosamente dispostos. O aramaico judeu-babilônico médio é também a língua por trás
do sistema babilônico de apontamento (marcando as vogais em um texto que seria primor-
dialmente feito somente com consoantes) da Bíblia Hebraica e o seu Targum.

Mandeu

O mandeu é um dialeto muito próximo do aramaico judeu-babilônico, embora


linguisticamente e culturalmente diferente. O mandaico clássico é a língua no qual a li-
teratura religiosa dos mandeus foi composta. Caracteriza-se por uma ortografia altamente
fonética.

Aramaico Ocidental Médio

Os dialetos do aramaico do Velho Ocidente continuaram com o dialeto judeu da


Média Palestina (em hebraico, no alfabeto hebraico dito “de escrita quadrada”), o dialeto
aramaico samaritano (no alfabeto fenício, antiga escrita hebraica) e o dialeto cristão-pales-
tino (em siríaco cursivo, no alfabeto siríaco). Destes três, somente o dialeto judeu da Média
Palestina continuou como uma língua escrita.

Aramaico Judeu-Palestino Médio

Em 135, depois da revolta de Bar Kokhba, vários líderes judeus, expulsos de Jeru-
salém, se mudaram para a Galiléia. O dialeto galileano então saiu da obscuridade para se
tornar o padrão entre judeus no ocidente. Este dialeto era falado não somente na Galiléia,
mas também nos arredores. Constituiu o pano de fundo linguístico para o Talmud de
Jerusalém (completado no século V), do targumim palestino (versões em aramaico das
escrituras judaicas) e do Midrashim (comentários e ensinamentos bíblicos). O padrão mo-
derno para a pontuação de vogais na Bíblia Hebraica, o sistema Tiberiano do século VII, foi
desenvolvido a partir do dialeto Galileano do aramaico judeo-palestino médio. A
vocalização do hebraico clássico, portanto, ao representar o hebraico deste período, prova-
velmente reflete a pronúncia contemporânea deste dialeto aramaico.
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O judeiano médio, descendente do judeiano antigo, não é mais o dialeto dominante e


foi usado apenas na Judeia do Sul (o dialeto engedi, continuou por todo este período). Da
mesma forma, o jordaniano médio-oriental continuou como um dialeto menor do velho
jordaniano oriental. As inscrições na sinagoga em Dura-Europos estão tanto em jordaniano
médio-oriental quanto em judeano médio.

Aramaico Samaritano

O dialeto aramaico da comunidade dos samaritanos foi comprovado anteriormente


por uma tradição documentária que pode ser datada do século IV. Sua pronúncia moderna é
baseada na forma usada no século X.

Aramaico Cristão-Palestino

A língua dos cristãos que falavam o aramaico do ocidente é evidenciada como sendo
do século VI, mas provavelmente existia desde dois séculos mais cedo. A língua por si vem
do velho palestino cristão, mas suas convenções de escrita foram baseadas no antigo siríaco
médio e foi fortemente influenciada pelo grego. O nome Jesus, apesar de Yešû` em aramai-
co, é escrito Yesûs no palestino cristão.

Aramaico Moderno

Mais de quatrocentas mil pessoas falam algum dialeto do aramaico moderno (ou neo-
aramaico) hoje em dia como língua nativa. São judeus, cristãos, muçulmanos e mandeanos,
vivendo em áreas remotas e preservando suas tradições com impressos e agora com mídia
eletrônica. As línguas neo-aramaicas estão agora mais distantes em termos de compreensão
entre si do que já estiveram antes. Os últimos duzentos anos não foram bons para os
falantes do Aramaico; a instabilidade no Oriente Médio levou a uma diáspora mundial de
falantes de aramaico. O ano de 1915 é especialmente relevante para os cristãos que falavam
aramaico: chamado de Sayfo ou Shaypā (a espada em siríaco), todos os grupos cristãos do
leste da Turquia (assírios, armênios e outros) foram submetidos ao genocídio que marcou o
fim do Império Otomano. Para os judeus que falavam aramaico, 1950 é um ano da
mudança: a fundação do Estado de Israel e a consequente expulsão dos judeus dos países
árabes, como o Iraque, levou a maioria dos judeus que falavam aramaico a migrar para lá.
Contudo, a mudança para Israel levou o neo-aramaico judeu a ser substituído pelo hebraico
moderno entre os filhos dos imi-grantes. Na prática, a extinção de muitos dialetos judeus
parece iminente.

Aramaico Moderno Oriental

O aramaico moderno oriental existe em uma ampla variedade de dialetos e línguas.


Há uma diferença significante entre o aramaico falado por judeus, cristãos e mandeanos.
As línguas cristãs são chamadas frequentemente de siríaco moderno (ou neo-siríaco,
especialmente no que se refere à sua literatura), sendo fortemente influenciado pela língua
literária e litúrgica do siríaco médio. Entretanto, elas têm suas raízes em diversos dialetos
aramaicos locais, que não foram escritos, e não são exclusivamente as descendentes diretas
da língua de Efraim o Sírio.
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O siríaco ocidental moderno (também chamado de neo-aramaico, estando entre o


neo-aramaico ocidental e o neo-siríaco oriental) é representado geralmente pelo idioma
turoyo, a língua de Tur Abdin. Um idioma aparentado, Mlahsô se extinguiu recente-mente.
As línguas orientais cristãs (siríaco moderno oriental ou neo-aramaico oriental) são
chamadas frequentemente de Sureth ou Suret, a partir de um nome nativo. São também
chamadas às vezes de assírias ou caldeias, porém estes nomes não são aceitos por todos os
nativos. Os dialetos não são todos mutuamente inteligíveis. As comunidades siríacas
orientais geralmente são membros ou da Igreja Católica Caldeia ou da Igreja Assíria do
Oriente.
As línguas judeu-aramaicas modernas são faladas principalmente em Israel hoje em
dia, e a maioria delas estão entrando em extinção (os falantes mais antigos não estão
passando a língua às gerações mais jovens). Os dialetos judeus que vieram de comunidades
que viviam entre o lago Urmia e Mosul não são todos inteligíveis entre si. Em alguns
lugares, como Urmia, cristãos e judeus falam dialetos incompreensíveis entre si do
aramaico moderno oriental, embora habitem os mesmos lugares. Em outros, como nas pla-
nícies próximas a Mosul, por exemplo, os dialetos das duas comunidades são similares o
bastante para permitir a interação.
Alguns poucos mandeanos que vivem na província do Khuzistão, no Irã, falam o
mandaico moderno. É bem diferente de qualquer outro dialeto aramaico.

Aramaico Moderno Ocidental

Resta muito pouco do aramaico ocidental. Ele ainda é falado na vila cristã de
Maalula, na Síria, e na vilas muçulmanas de Baca e Jubadin, no lado sírio do Anti-Líbano,
assim como por algumas pessoas que migraram destas vilas para Damasco e outras grandes
cidades da Síria. Todos os falantes de aramaico ocidental moderno são fluentes em árabe,
que já se tornou o principal idioma nestas vilas.

Bibliografia

 Beyer, Klaus (1986). The Aramaic language: its distribution and subdivisions.
Göttingen: Vandenhoeck und Ruprecht. ISBN 3-525-53573-2.
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Press. ISBN 0-521-633141-1.
 Frank, Yitzchak (2003). Grammar for Gemara & Targum Onkelos (expanded
edition). Feldheim Publishers / Ariel Institute. ISBN 1-58330-606-4.
 Heinrichs, Wolfhart (ed.) (1990). Studies in Neo-Aramaic. Atlanta, Georgia:
Scholars Press. ISBN 1-55540-430-8.
 Rosenthal, Franz (1961). A grammar of Biblical Aramaic. Otto Harrassowitz,
Wiesbaden.
 Stevenson, William B. (1962). Grammar of Palestinian Jewish Aramaic (2nd ed.).
Clarendon Press. ISBN 0-19-815419-4.

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