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CAPÍTULO 8
VIAS AÉREAS
As vias aéreas têm como função principal conduzir o ar entre o meio ambiente e os
pulmões (alvéolos pulmonares), proporcionando a entrada de ar filtrado, aquecido e rico
em oxigênio, assim como a saída de ar rico
em dióxido de carbono do aparelho respirató-
rio, participando assim do processo da respi-
ração. Dividem-se em vias aéreas superiores
e vias aéreas inferiores:
● Laringe.
● Traquéia;
● Brônquios/bronquíolos;
● Pulmões/alvéolos pulmonares.
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Vias Aéreas
Entende-se por obstrução de vias aéreas toda situação que impeça total ou parcial-
mente o trânsito do ar ambiente até os alvéolos pulmonares. A restauração e manutenção
da permeabilidade das vias aéreas nas vítimas de trauma são essenciais e devem ser fei-
tas de maneira rápida e prioritária.
2.1. Inconsciência
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Trauma direto sobre as vias aéreas, causando sangramento em seu interior, com-
pressão externa por edema e/ou hematomas e fraturas da árvore laringotraqueobrônqui-
ca, e/ou broncoaspiração de dentes fraturados.
3.1. Causas
Os lactentes (até 1 ano de idade) são as principais vítimas de morte por aspiração
de corpo estranho na faixa etária pediátrica.
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3.2. Reconhecimento
A obstrução das vias aéreas pode ser parcial (leve) ou total (grave). Na parcial, a
vítima pode ser capaz de manter boa troca gasosa, caso em que poderá tossir fortemen-
te, apesar dos sibilos entre as tossidas. Enquanto permanecer uma troca gasosa satisfa-
tória, encorajar a vítima a persistir na tosse espontânea e nos esforços respiratórios, sem
interferir nas tentativas para expelir o corpo estranho.
Em adultos, a obstrução por corpo estranho deve ser suspeitada em toda vítima
que subitamente pare de respirar, tornando-se
cianótica e inconsciente, sem razão aparente.
Deve-se tomar cuidado na diferenciação de
OVACE e parada cardiorespiratíria (ver capí-
tulo específico – Ressuscitação Cardiopulmo-
nar).
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Em pouco tempo o oxigênio disponível nos pulmões será utilizado e, como a obs-
trução de vias aéreas impede a renovação de ar, ocorrerá a perda de consciência e, rapi-
damente, a morte.
4.1.2. Aspiração
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A unidade de sucção fixa instalada deve ter potência suficiente para um fluxo de 30
litros por minuto na extremidade final do tubo de entrada e um vácuo acima de 300 mm de
mercúrio quando o tubo é fechado. Controlar a pressão de sucção em crianças e vítimas
intubadas. Para a sucção traqueal, utilizar um tubo em "V" ou ''T', com abertura lateral
para controlar a aspiração intermitente.
Quando aspirando a boca ou a faringe, mover o cateter de sucção de tal modo que
atinja todas as áreas acessíveis, evitando que se fixe na mucosa e perca sua eficácia.
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● Vítima em pé ou sentada:
● Vítima deitada:
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● Vítima em pé ou sentada:
2) Segurar o punho da sua outra Fig. 8.9 - Após a vítima ter ficado inconsciente
mão e aplicar compressão contra o es- durante a manobra de Heimlich, rapidamente o
socorrista a deposita sobre o solo para, caso não
terno, acima do apêndice xifóide, por tenha ocorrido a desobstrução das vias aéreas,
quatro vezes; dar início ás compressões torácicas.
● Vítima deitada:
A remoção manual de material que provoque obstrução sem ser visualizado não é
recomendada.
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● Técnica:
Essa técnica tem como vantagem o fato de não mobilizar a coluna cervical, visto
que promove a desobstrução das vias aéreas por projetar a mandíbula anteriormente,
deslocando também a língua.
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5.2.1. Básicos
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5.2.2. Avançado
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Dessa forma consegue-se manter uma melhor ventilação da vítima utilizando balão
auto-inflável (ambu) ou respirador para manter ventilação artificial enriquecida com oxigê-
nio.
● Guia;
5.2.3. Alternativos
É um dispositivo composto de uma máscara facial que cobre boca e nariz, adapta-
da a um tubo com balonete na extremidade oposta. O tubo é passado por via oral e se lo-
calizará no esôfago, o qual será obliterado pela insuflação do balonete. A vitima será ven-
tilada através da máscara que deve estar bem adaptada à sua face.
5.2.3.2. Combitube
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dação à volta da entrada da laringe. Sua inserção é muito rápida e dispensa a laringosco-
pia.
5.3.1. Cricotireoidostomia
Esse procedimento está indicado quando não é factível a intubação traqueal, como,
por exemplo, nos casos de edema de glote, fratura de laringe, ferimentos faciais graves
ou grande hemorragia orofaríngea.
5.3.2. Traqueostomia
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