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Zé Sem Tempo

Zé Sem Tempo era um homem que nunca tinha tempo para nada. Sempre ocupado com
seus afazeres, trabalho, estudos etc.

Certo dia sua mulher o tinha chamado par ir ao cinema, ele disse que não tinha tempo, pois,
estava terminando um relatório do trabalho. Em um outro momento a filha desse homem
(ainda criança) pediu que ele a acompanhasse para ver uma peça de teatro que ela ia fazer.
Ele disse que não tinha tempo, pois iria estudar para a faculdade. Algum tempo depois, o
seu filho, num dia de sábado, pede ao seu pai para brincar com ele no quintal, o pai
responde: “não tenho tempo, pois vou consertar o carro”.

Num dia de feriado um dos amigos de Zé Sem Tempo estava com problema, então o amigo
pediu ajuda a Zé. Então Sem Tempo disse que iria viajar e não podia falar com ele.

E assim, Zé Sem Tempo foi levando a sua vida tempos e tempos. E o tempo se passou e Zé
Sem Tempo velho ficou. Quando completou 65 anos, resolveu se aposentar e relaxar um
pouco.

No dia seguinte após sua aposentadoria, Zé Sem Tempo disse: “Agora vou gozar a vida”.
Ele chamou a mulher para ir ao cinema com ele; e ela disse: “Não, eu vou dar uma ajudinha
no orfanato, e outra, você nunca teve tempo mesmo...”. Então ele chegou para a filha e
disse: “Filha, vem comigo posso não pai, vou para a faculdade”. Então ele chamou seu filho
para ir bater uma bolinha, e o filho respondeu: “Posso não pai, vou na casa da minha
namorada”.

Zé Sem Tempo após tudo isto, foi dar umas voltinhas no bairro. Chamou um amigo para
caminhar com ele e o amigo respondeu, “Posso não Zé vou trabalhar”. Chamou um outro
amigo que disse: “Posso não Zé vou viajar”. Chamou outro para jogar dominó e este
respondeu, “Posso não Zé, vou sair com minha família”.

Chegando ao fim do dia, Zé Sem Tempo, já cansado de tanto levar “não” sentou na calçada
e disse para si mesmo: “Quanto tempos eu perdi no tempo em que eu não tinha tempo”.

Daniel Alves

05/11/2004

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