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É uma idéia antiga, existente desde a época do império e vigente nos dias
atuais. “Escolas cheias, cadeias vazias” era o lema do projeto para as
instituições de ensino proposto por Rui Barbosa, que tinha como finalidade a
expansão do acesso às escolas. De acordo com Rui, a escola deveria ser vista
como uma instituição mantenedora da ordem social. Quer dizer, a escola tendo
como função primária o controle social e uma educação “normalizante”, um
aparato do estado para manter indivíduos passivos e acomodados em suas
funções, e o que mudou sobre a idéia de escola dos tempos de Rui Barbosa
em relação a nossos dias? Absolutamente nada.
Este modelo de escola, que na prática, não se diferencia dos modelos atuais,
então analisando o lema “escolas cheias, cadeias vazias”. De acordo com esta
frase a função da existência da escola não é promover o letramento, a
democratização do saber ou o aprimoramento do espírito crítico dos alunos que
ali estudarem, e sim a simples prevenção da criminalidade. O motivo da escola
é fazer daqueles indivíduos “potencialmente criminosos” seres capazes de
viver em sociedade e adaptar-se a ela. A Ideologia que Rui e seus
contemporâneos propagavam era a de que os pobres eram pessoas menos
capazes, mais ignorantes, mais propensos a delinqüência, seja por motivos
constitucionais seja por deficiências no ambiente familiar, lido em chave
moralista. O pobre era visto como um criminoso em potencial. E como resolver
esta questão? Levando o pobre a escola, mas não para educá-lo criticamente,
como se este ato fosse uma bondade, um gesto gracioso oferecido pelo
estado, mas ao contrário, para controlá-lo, para impedir que ele se
transformasse num criminoso ou bandido que poderia ser.
A idéia era que os indivíduos que freqüentassem a escola adquirissem valores
como amor ao dever, ao trabalho, a obediência devida a lei, como forma de
torná-los cidadãos que não importunassem ou incomodassem o equilíbrio e
funcionamento do aparato estatal. Promover o controle e a ordem educando
indivíduos incapazes de perceber as contradições e os problemas ocultados de
seu país, não permitindo o questionamento e uma real consciência da situação
em que está inserido.
Qual é a função da escola hoje? Instigar espírito crítico? Capacidade o
indivíduo a análises consistentes de sua cultura, dos processos políticos e da
sociedade em geral? Não, a função da escola é simplesmente tentar adaptar o
indivíduo ao meio em que vive. Não é fazê-lo criticar a sociedade em suas
contradições, mas sim conformar-lo a ela, adaptá-lo, tentar inserir o aluno no
mercado de trabalho, e não fazê-lo entender porque existe mercado de
trabalho. Vivemos na era do pensamento conformista e frases do tipo: “a vida é
assim, nada podemos fazer” são comuns nas bocas das pessoas, mas não são
comuns por mera casualidade.
O estado, através de seu aparato institucional como as escolas, propaga uma
forma de pensar falsa e enganosa (a ideologia) na tentativa de manter o
sistema intacto e funcionando plenamente. Fazer dos indivíduos pessoas
incapazes de questionar profundamente sua sociedade, incapacitá-los de se
organizarem contra o poder dominante é um jeito de manter as peças imóveis
no tabuleiro, e aqueles que estão privilegiados continuam, e aqueles indivíduos
que se situam na miséria continuarão miseráveis. Essa é a função fundamental
da escola pública de hoje, promover o controle social e impedir que os pobres
se tornem bandidos.
Se fizermos um passeio pela história da educação, no Brasil, veríamos que
muito pouco mudou desde o início até os dias de hoje. O que ocorre foi uma
sucessão de avanços e tropeços.
Durante o período militar nasceu a LDB 5.692 / 71 que, por muitos anos
norteou o ensino de primeiro e segundo graus no país.
A LDB pode ser considerada, ao mesmo tempo, um avanço e um tropeço.
Avanço porque normalizou o sistema escolar nacional, que até este momento
não estava completamente organizada e um tropeço porque a escola nacional
se tornou dependente dos interesses norte-americanos e a proposta de
profissionalização não surtiu efeito, pois os cursos profissionalizantes não
deram conta de preparar os jovens para o mercado de trabalho. Seu efeito foi o
de, por algum tempo, diminuir a demanda por vagas nas portas das
universidades.
Com o processo da abertura redemocratização, a partir de meados da década
de 1980, o sistema escolar se reorganizou e em 1996 foi publicada uma nova
LDB, a qual rege o sistema escolar brasileiro, nas atualidades.
Essa obrigatoriedade do Estado se manifestar como oferta de condições de
escolarização, de acesso à escola e de permanência nela. Entretanto isso
ainda não se tornou uma realidade para todos os estudantes, sendo que nem
todos têm condições de acesso à escola e os que têm acesso nem todos
permanecem.
Outra questão vem sendo criado pela Lei Federal 11.114, aprovada pelo
Senado Federal, altera artigos, com objetivo de tornar obrigatório, para todas
as crianças de 6 anos de idade, o início do ensino fundamental, entende-se
transferir, o último ano da educação infantil, incorporando-o ao ensino
fundamental. Sendo assim o ensino fundamental público no Brasil diz respeito
à necessidade de se inventar um novo modelo de referência de “qualidade
escolar”, em que o ensino para todos possa significar, “ensino de qualidade
para todos”.
Em relação aos períodos de três níveis ( fundamental, médio e superior), ainda
não é uma expectativa e um objetivo dos jovens em idade escolar, talvez o que
possamos apresentar como o grande problema da educação nacional, tenha
sido e continue sendo o da desvalorização do profissional da educação.
Segundo Arelaro, mais de 30 anos de processo descentralizado de
atendimento educacional, não se pode falar em melhoria de qualidade de
sistemas municipais de ensino, nem de valorização do magistério, em termos
salariais e de formação permanente, ou mesmo de implementação de
programas pedagógicos educacionais.
A desvalorização que se manifesta nos baixos salários na dificuldade de
acesso a escolarização de nível superior, e com isso fica comprometida a
afirmação de que deve acontecer educação para todos com todos na escola.
Recentemente foi aprovada a Lei que estabelece um piso para os salários dos
professores, entretanto, até que isso se torne uma realidade pode demorar um
tempo. Alem disso, estabelecer um piso sem oferecer maiores condições para
que os professores se aprimorem na sua qualificação pode não ser suficiente
para melhorar nosso quadro escolar que já foi pior, é verdade, mais ainda tem
muito a melhorar, inclusive chegar ao ponto de se equipar a dos países
desenvolvidos.
É através de avaliações justas e claras que se promove o comprometimento e
a direção dos esforços conjugada no sentido de estabelecer não somente a
valorização do profissional da educação, mas a realização do educador:
participar, passo a passo, dia a dia, com seus esforços, da construção de uma
sociedade mais justa e cidadã.
Outro item em que se reforça a necessidade de "valorizar o mérito" do
professor dá como critérios para essa avaliação a dedicação, assiduidade,
pontualidade, responsabilidade, realização de projetos e trabalhos
especializados, cursos de atualização e desenvolvimento profissional.
Um conceito que surge em relação ao mérito do professor é dado pelo
percentual de alunos aprovados, ou em outras palavras pelo percentual de
alunos que preencheram os requisitos mínimos de aprovação, dados pelo
conteúdo descrito nos Parâmetros Curriculares Nacionais. Portanto, o mérito
do educador deve ser medido pelo seu desempenho na preparação do seu
aluno, pelo seu resultado em levar a sua turma a aprender o que deve ser
aprendido. O resultado que todo educador deve buscar e perseguir é obter a
preparação do seu aluno para a vida, é disponibilizar um cidadão atuante na e
para a sociedade.
A gestão escolar e os recursos financeiros alocados devem estar voltados e
vinculados a resultados, buscando uma administração objetiva e perene, sem
vínculos com a política, que pode mudar a cada 4 anos. Promover a
democratização do ensino é um dos princípios da Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional.
A gestão participativa é o conjunto de medidas tomadas para que a escola
cumpra sua função incluindo os pais e responsáveis, sendo os principais
interessados na formação de seus filhos. Envolver todos os professores na
discussão e elaboração do projeto político-pedagógico. Envolver os
professores, mas também os funcionários da escola a comunidade e além de
discutir elaborar o documento em conjunto,apresentar publicamente as metas e
ações previstas no projeto pedagógico. Tudo isso promove a gestão
participativa na rede de ensino.
Desafios que impõem ao ministro da Educação que, seriamente, almeje
melhorar no sistema escolar brasileiro; a valorização dos professores da
educação, ampliação das condições de acesso e permanência na escola e
ampliação da qualidade do ensino.
Nome do aluno RGM
Catia 58026
Josefa
Vitória 58851
Prof Luciano
Pós Graduação