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J.M. – Vamos dar início ao programa “Opiniões” hoje com o tema “Iniciativa
Novas Oportunidades”. Para esclarecer este tema temos hoje como
convidados; os representantes da Assembleia da República o Dr. Carlos Jacinto
e a Drª Marina Pedro; por parte dos beneficiários das INO Manuela Sousa e
Maria dos Anjos; por parte da entidade formadora temos as representantes da
Casa Nossa Senhora do Rosário a doutora Maria Isabel Silva e a Eng. Ana
Oliveira.
J.M. – Começava por pedir à Dr.ª Isabel Silva e à Eng. Ana Oliveira, que nos
falassem da iniciativa Novas Oportunidades.
Dr.ª I.S. – A INO procura dar resposta aos baixos índices de escolarização dos
portugueses, através da aposta na qualificação da população, concretizando-se
em duas ideias chave: uma oportunidade nova para os jovens e uma nova
oportunidade para os adultos.
Eu tive de passar pelo “stress” dos exames, enquanto eles fazem umas simples
fichas com consulta, tenho de pagar propinas, enquanto eles recebem bolsa de
formação. Quem havia de andar nesses cursos da I.N.O. é quem não tem
capacidades físicas para trabalhar, isso sim era justo. Agora para pessoas
saudáveis tenham paciência! Vão trabalhar!
Eng. A.O. – Eu não concordo nada com esta opinião, como formadora para
mim é importante certificar pessoas que na devida altura não tiveram
oportunidade devido às mais diversas circunstâncias da vida desta forma não
devem ser excluídas do ensino já que a educação é um direito de todos e para
todos art. 13º da Constituição da República. Faço ainda referência ao artigo 58
da CRP que evoca o direito ao trabalho cabendo ao Estado promover a
formação cultural e técnica e a valorização profissional dos trabalhadores
M. Lopes – Estou de acordo com a Eng. Ana Oliveira desde que os cursos
sejam feitos com credibilidade acho que o problema que está a ser levantado
sobre a INO parte da má formação dada em certas instituições. De acordo com
a Constituição da República Portuguesa todos temos direito à Liberdade de
ensinar e de aprender artigo 43º.
J.P. – Neste momento pedia a opinião de alguém que não tem envolvimento
directo na iniciativa INO o Senhor Miguel Laborda.
M.Laborda. – A mão de obra é essencial para as empresas, portanto, quanto maior for a
qualificação desta, mais vantagens económicas e de imagem têm as empresas. Por exemplo,
tenho uma cadeia de lojas de venda e preparação de material informático, e preciso de
colaboradores competentes no seu serviço. Como não existiam cursos correspondentes a esta
área, os funcionários eram requisitados através do seu talento demonstrados, mas nos meses
que se avizinham, vão começar a aparecer técnicos qualificados, o que vai ser óptimo para as
minhas ambições empresariais. Agora, têm de mostrar qualificação para a área, não é apenas
apresentarem um currículo a credenciar as suas funções.
J.M. – Agora pergunto Dr.ª Liliana Cruz quando analisa os currículos para
futuros trabalhadores prefere candidatos que estudaram nas INO ou no ensino
regular.
L.C. – Entre os candidatos preferia o das novas oportunidades dado que têm
uma experiência de vida e à partida tem uma formação em contexto de
trabalho enquanto os outros trazem muitos conhecimentos teóricos. É
importante não esquecer o Artigo 47.º da Constituição da República (Liberdade
de escolha de profissão e acesso à função pública)
J.P. – Pedia a Gabriela Matias que nos expressa-se a sua opinião acerca desta
iniciativa.
G.M. – A minha opinião vai de encontro à da Liliana Rodrigues, isto das Novas
Oportunidades é uma grande palhaçada, é um incentivo ao desemprego e um
incentivo aos estudantes a largar os estudos e mais tarde andarem para aí
nestas oportunidades só para receberem o dinheirito ao fim do mês,
frequentem ou não e no final têm uma qualificação igual aos outros. E ainda
por cima lhe dão os portáteis quase de graça.
D. Simões – Eu sou a favor porque acho uma boa oportunidade para os mais desfavorecidos.
Por diversas razões, uma delas é devido à má situação económica familiar, têm de largar os
estudos, outra por motivos familiares.
J.M. – Pedia ao Dr. Carlos Jacinto uma visão geral sobre o tema.
Algo tinha de ser feito de forma a inverter esta situação. Então foi criada a
Iniciativa Novas Oportunidades. Esta iniciativa que foi criada tendo em vista o
artigo 74 da constituição portuguesa, que afere o direito ao ensino de modo a
garantir o direito à igualdade de oportunidades de acesso e êxito escolar, tem
como objectivo a escolarização geral da população ao nível do ensino
secundário, considerado hoje o patamar mínimo para dotar os cidadãos das
competências essenciais ao mundo em que vivemos.
Mas atenção, só isto não basta. (Pausa) Precisamos ir mais além. A minha
colega, Dr.Marina, irá falar um pouco sobre o que está previsto para o futuro.
J.P- Para terminar este debate é importante não esquecer o artigo 37º da
Constituição da República Portuguesa (Liberdade de expressão e informação,
sem ele não teria sido possível efectuar este debate.