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A CRISE DE SER E DE TER

CAIO FÁBIO D´ARAÚJO FILHO


RESENHA
MARCELO NASCIMENTO

@ - símbolo colocado a fim de apontar nota e comentário pessoal

TENDENCIAS DA IGREJA EVANGÉLICA NESTA ÚLTIMA DÉCADA

Como Caio Fábio via as tendências da igreja evangélica há 18 anos atrás. Para onde, em sua
macro visão a igreja brasileira estava caminhando, suas tendência positivas e negativas, se
confirmaram ou não?
Em suas palavras, esperança e tragédia se misturavam no horizonte então por vir, dias
extraordinários da história da fé no Brasil. A responsabilidade diante das futuras gerações
com respeito àquilo que fizemos, estamos fazendo e faremos.

TENDENCIAS POSITIVAS

Mesmo as tendências positivas, olhadas de forma geral, para a igreja brasileira elas têm algo
de negativo, na avaliação geral, no entanto seu aspecto positivo predomina.

CARISMÁTICO-PENTECOSTAIS

@ - Por carismático-pentecostal entenda-se a liberalidade de dons espirituais, profecias como


dom não sendo a profecia bíblica escrita, mas concordando com ela, sempre e
necessariamente.
A fé praticada pelos pentecostais se assemelha muito à dos apóstolos, a fé neotestamentária,
sobretudo existencialmente, ou no que tange a vida a vida cotidiana do indivíduo consigo
mesmo e com e seus pares. Nenhuma outra expressão de fé pode ser mais próxima daqueles
dias, pós-assunção, nenhuma forma de culto, alegria cúltica ou ousadia evangelística se
aproxima mais dos atos dos apóstolos.
Embora seja esta uma verdade inegável, é preciso ser dito que há verdades e dimensões da fé
neotestamentaria que vem sendo negligenciada pelos que se dizem pentecostais.
A visão positiva com respeito ao carismático-pentecostal tem a ver com a cosmo-visão
brasileira e a penetração do evangelho no Brasil de maneira aculturada. Nosso país é um país
de cosmo-visão mística, e nenhum outro tipo de fé logrou, ou logrará ser nele relevante o
suficiente a menos que leve em consideração a cosmo-visão bíblica do sobrenatural que
enfrenta a realidade das trevas com intrepidez. A Igreja Evangélica no Brasil é pentecostal,
seus pastores que não o são e não o sabem. Mais de 80% das igrejas no Brasil são
pentecostais ou neopentecostais.
A grande tendência desta década é a tendência mística. À medida que a Igreja Evangélica
Brasileira se abre apara alguma forma de carismatismo, de pentecostalismo que seja
equilibrado, consigo ver nisso uma tendência positiva em relação a enfrentar a cosmo-visão
do país e do mundo como um todo.

A POLÍTICA DE BOA VIZINHANÇA


Uma outra tendência a ser observada é à tolerância por parte das igrejas tradicionais em
relação às não tradicionais.
A tolerância pode ser observada quando se vê diálogo entre os que possuem alto teor
teológico e os que beiram a ignorância teológica, trabalharem juntos é um exemplo clássico
desta tendência.
A história deixou-nos como exemplo lições importantes, entre elas há o seguinte: os que
expulsaram, perderam uma grande energia com os que saíram; e os que saíram, porque
dividiram perderam sua base de apoio e sua referência histórica. Parece que agora, 20 anos
depois, renovados, tradicionais, carismáticos e históricos começam a perceber que expulsar
faz mal, e sair também faz.
A reboque de tudo isso vem a tendência à trégua favorecedora do convívio denominacional.
Ou seja, a denominação tem menos importância que anos atrás.
O doutrinamento divisionista está se cansando, o inquisicionismo desgastando e as oposições
vindas da hostilidade secular estão cooperando para as reuniões internas da igreja. São as
oposições externas da igreja que estão levando a igreja a perceber que o melhor a se fazer é
buscar a união, para melhor resistir à confusão externa. A parte da sociedade que nos
persegue (especialmente a mídia secular) nos vê como um único Corpo. Nas faz sentido
nenhum, sofrer separados.

RENOVAÇÃO DA LIDERANÇA

Existe um grande hiato geracional na Igreja Brasileira – a parcela que o diabo comeu na
liderança evangélica brasileira nos anos 60. faltam nela lideres, entre 45 e 50 anos de idade.
Temos dois extremos. As lideranças mais antigas, entre 60 e 70 ( a maioria ainda à frente das
denominações), e as lideranças ministeriais emergentes, entre 25 e 40 anos ( a maioria sem
poder eclesiásticos, porém com grande força representativa).
Há uma nova safra surgindo, e há sinais positivos de que ela é boa. Gente com a cabeça e
coração mais abertos. Gente que apesar de estar com a cabeça aberta quer continuar a ser
cristã.

BUSCA DE AVIVAMENTO

Todos estão buscando por avivamento, presbiterianos, batistas, metodistas, congregacionais e


até pentecostais.
Os metodistas estão se lembrando que são Wesleyanos, e os pentecostais, que não carregam
este nome por acaso. Há uma febre interna, talvez não declarada, talvez suprimida, mas que
está ávida por avivamento em todos os lugares e denominações.
Nossa esperança é que este avivamento venha, e que, vindo seja integral. Isto é, não apenas
anime os evangélicos, mas também, atinja as entranhas da igreja e da prática cristã no país.
Sonhamos com um avivamento que nos desmonte em relação às nossas certezas falidas,
legalismos fracassados, pecados escondidos e mentiras não-confessadas.

TENDENCIAS NEGATIVAS

É preciso observar as tendências positivas com entusiasmo e também as tendências negativas


sem desconsideração.
DUALISMO HISTÓRIA X TRANS-HISTÓRIA

Há uma tendência crescente ao dualismo entre história e trans-história. De fato muitos há que
não conseguem conectar estas duas partes de um todo destes dois mundos.
Há um segmento que não consegue lutar nas duas frentes ao mesmo tempo: o mundo
invisível e o mundo visível; no mundo espiritual e na sociedade. Amarrra-se demônios nas
regiões celestes, mas esquece-se de que os demônios humanos continuam soltos aqui. É o
oposto da teologia da libertação, que acredita que toda luta é apenas histórica, este grupo
acredita ao contrario que toda luta é espiritual, invisível e, portanto trans-histórica.
@ - A síntese, o resumo ou a fusão de pensamentos seria o nascimento equilibrado de que há
lutas espirituais, mas que existem lutas especificamente humana. Este de fato é o conceito
bíblico de realidade.

IRRESPONSABILIDADE HISTÓRICO-SOCIAL

Há um processo de transferência de culpa em amplo desenvolvimento na Igreja: um grupo


enorme, sem querer vai se tornando freudiano em relação à maneira de ver a culpa humana.
O processo de sua transferência funciona assim: “Não, você é não culpado; culpado foi o
capeta numero 3. mas o número 3 não é de fato culpado; o culpado é o numero 2; mas
realmente o 2 não é bem o culpado; o numero 1 é quem tem mais poder. Não, não ... o
belzebu é que é o bicho ruim”.
Isto de fato é bastante freudiano: o processo começa em você, passando pelo pai, família,
amigos e termina na sociedade expiadora. Nós evangélicos estamos desenvolvendo uma
profunda irresponsabilidade na medida em que atribuímos toda a culpa ao diabo.
Existe de fato uma maldição dos antepassados. Um certo tipo de maldição que insiste em vir
sobre alguns, se não com o poder absoluto, ao menos com um suposto poder, ao menos para
lembrar que seu passado, seus pais, sua família, sua história nega-lhe a santidade hoje
assumida e até vivida.
No entanto, o que é mais verdadeiro sobre maldição é:
Maldição cultural - o qual não exorcizamos amarrando o diabo, mas com
educação na fé e no ensino da ética cristã;
Maldição estrutural – tal maldição não se quebra apenas dizendo: “sai
demônio da injustiça”. Ela é exorcizada mudando os sistemas
econômicos e os mecânicos de exercício de poder.
Maldição psicológica – esta não curamos dizendo: “sai demônio da
inferioridade”. Esse mal se cura rompendo o condicionamento na mente
das pessoas, ajudando-as a pensar sobre si mesmas do ponto de vista de
Deus.
Maldição místico-espiritual – ora essa se cura dizendo: “Sai em nome de
Jesus!”.
Com determinadas doutrinas sobre quebra de maldição for aceita e vivida pelos crente de
nosso tempo, há o grande perigo de que a geração futura seja ainda mais irresponsável que a
presente.
O diabo hoje está sendo usado de maneira expiatória. Ele leva sobre si
todos os nossos erros e pecados. Erramos e dizemos que ele nos tentou.
Ora isso não nos justifica, mas nos alivia a responsabilidade. Em alguns
casos até se isenta o culpado de qualquer culpa. Se continuarmos a agir
assim o diabo vai se tornar mais justo do que nós diante de Deus. O
diabo se torna mais culpado sempre que o caído assume a
responsabilidade pela sua própria queda! A culpa dele é tentar; a do
cristão é cair. Mas quando este cai e culpa o diabo, está tentando a Deus.
Em outras palavras: “não fui eu quem criou esse tentador. Quando
cheguei, ele já estava ai”.
Se tal tendência prevalecer, a próxima geração será insuportavelmente desonesta e
irresponsável. Para ela a culpa será sempre ou da sociedade que persegue, ou do diabo que
tenta. Ela jamais fará nenhum exercício crítico em relação a si própria.

TENDENCIA AO NUMERICISMO RASO

O crescimento em nossas igrejas sempre nos empolga, no entanto nem sempre números
significam crescimento. A quantidade de templos e afins (santas bibocas) somos
aproximadamente 80 mil mo Brasil. A macumba, espiritismo, jogo do bicho, tudo isso junto
não forma essa teia que existe no Brasil. Denominações temos 35 grandes e 530 pequenas. A
população evangélica varia entre 30 e 35 milhões de pessoas; com os desviados talvez o
número pudesse chegar aos 45 ou 50 milhões. Apesar disso, nossa influencia na sociedade é
absolutamente mínima e negativamente desproporcional em comparação ao tamanho
numérico que representamos.
Ao continuarmos crescendo apenas numericamente nos tornaremos um pais de maioria
evangélica, mas sem marcas visíveis do poder transformador do evangelho na sociedade. A
evangelização no Brasil é muito superficial. Quando se pensa em evangelização, pensa se em
conversão de indivíduos. No entanto, nossa idéia de conversão quase sempre é entendida
como troca de religião.
A mudança de natureza ética é muito superficial: parar de fumar, de beber, de jogar, etc. É
raro ver uma igreja evangélica entendendo a conversão com necessidade de afetar aspectos
mais profundos da ética social e da qualidade existencial dos convertidos. Na maioria das
vezes o novo convertido muda de religião e de hábitos superficiais, e é só. Nem sempre a
conversão altera a maneira de entender os negócios, o uso do dinheiro, a família, os
empregados, o patrão, as relações humanas, etc...Na verdade o evangelho de Jesus não se
torna sempre a referencia das referencias para os novos discípulos. Os heróis cristãos no
Brasil, ou aqueles que a igreja chama de homens de Deus, se parecem mais com figuras do
folclore coronelista do país do que com a doce e cativante pessoa de Jesus de Nazaré.
É, portanto imprescindível que o crescimento numérico de nossos evangélicos se faça
acompanhar de qualidade de compromisso cristão e engajamento profundo de vida com as
demandas do evangelho. Caso contrário ele será extremamente paganizante. Ou seja, numa
sociedade onde todos se dizem evangélicos ninguém tem compromisso com o evangelho.

TENDENCIA AO BIBLICISMO SEM PALAVRA

A quarta tendência é ao biblicismo sem a palavra. Temos muita gente amando a bíblia como
livro, mas poucos guardando a palavra no coração. Começo a sentir saudade do legalismo
antigo, que colocava uma culpinha necessária no coração, quanto a ler a palavra toda manhã.
Hoje se consome a bíblia mais do que nunca como artigo de compra, mas ela é muito pouco
lida, e meditada menos ainda. A falta de conhecimento bíblico é crescente. As gerações
passadas liam e conheciam muito mais a escritura.
Impressiona o fato da bíblia estar tão presente em nossa casa e tão ausente em nossa família.
Ela se tornou uma espada concreta, com a qual se dá surra em endemoninhados; contudo ela
não é a espada do Espírito com a qual se vencem as forças do mal. Caso a igreja evangélica
no Brasil não venha a recuperar seu compromisso com a palavra de Deus em lugar de apenas
ter uma relação idolátrica com ela como livro, corremos o risco de nos tornar uma Igreja sem
forma e vazia. É a palavra de Deus que dá forma e conteúdo ás coisas. O vazio ético da Igreja
Evangélica Brasileira é, sobretudo resultado de um terrível vazio da Palavra. Ora, é por tudo
isso que digo que nunca estivemos tão próximos de uma fé ignorantemente medieval como
agora. Enquanto o culto á bíblia como livro estiver nos iludindo com relação ao nosso
compromisso com a palavra, estaremos correndo o seríssimo risco de nos tornar pré-
reformados em nossa prática de fé.
Para a Igreja de Hoje o salmista diz assim: “Guardo a bíblia sobre o meu peito para não pecar
contra ti” – enquanto na verdade ele diz: “Guardo a tua palavra no meu coração para não
pecar contra ti”.

TENDENCIA AO MESSIANISMO POLÍTICO

Observa-se ainda uma crescente tendência ao messianismo político. Ouve-se muito,


ultimamente, a seguinte frase: “Este país só será diferente quando tivermos um presidente
evangélico!” Se hoje elegermos um presidente evangélico, será uma tragédia par ao Brasil.
Deus nos livre disso no momento, enquanto a Igreja não amadurecer. Especialmente porque
por enquanto o que queremos é um presidente evangélico, e não um evangélico presidente. O
que a maioria quer é um presidente que garanta benefício total para os evangélicos no poder.
E no dia que isto acontecer o que restou de sério e respeitável no nome evangélico neste país
irá pelo esgoto abaixo. Se hoje elegermos um presidente evangélico, iremos assistir
humilhados, aos maiores escândalos nacionais de que já houve notícia. Digo isto porque por
muito menos já tem havido imensa corrupção em nosso meio. Se pastores com poder de
mobilização de votos nas mãos conseguem fazer um evangélico presidente se sentir
dependente e “grato” ao apoio recebido, francamente, não sei o que acontecerá. A impressão
que se tem é que o esquema P.C. será inocente perto do que acontecerá. Não podemos ser
cegos quanto á isso. Nossa falta de ética é catastrófica e se manifestaria ainda mais numa
situação quase ilimitada de uso do poder. É sabido que o poder revela quem somos, se por
muito pouco que isto podemos ver usurpação e desmando, corrupção e negociata, o que seria
então se tal fato viesse acontecer.
Ora, não podemos concluir que os evangélicos não podem estar no poder. Devemos estar
abertos à possibilidade de haver na história deste país um evangélico na presidência. No
entanto, o que podemos entender:
• Nós, líderes evangélicos, na maioria dos casos não estamos preparados para lidar com
o poder, pois ainda somos muito impressionáveis com ele, bem como muito
fascinados com a força de manipulação que ele nos dá.
• Líderes evangélicos ainda sofrem da atitude comum aos “novos ricos”: Aquela
volúpia inescrupulosa, escandalosa e arrogante com relação ao uso de toda e qualquer
forma de poder que nos vem às mãos.
• A maioria dos homens públicos evangélicos ainda são muito infantis na sua
concepção dos recursos disponíveis na execução do ato de governar. Pensa se de
maneira muito simplista na solução dos problemas da nação como sendo apenas uma
questão de usar o poder político-econômico para benefício das causas evangélicas, e
começar o dia com uma oração.
Ao olhar par o cenário evangélico brasileiro, talvez veja apenas uma pessoa, na atualidade,
com perfil político e maturidade histórica suficiente para uma possível aventura dessa
natureza. No entanto, para bem de tal pessoa, seria muito melhor que ela fosse apenas votada
pelos evangélicos, em lugar de ser o candidato dos evangélicos. Caso a última postura
prevalecesse, sua situação seria insustentável. Isto porque seria impossível para ela ou
qualquer outro governar devendo favores aos lideres evangélicos. Seria muito mais fácil
administrar a volúpia do empresariado do que a insaciabilidade de lideres evangélicos
encantados e alucinados com a proximidade do poder. Tal “presidente” morreria sufocado
pela quantidade de capelães e conselheiros. Tal “presidente” Iria saber quão dura coisa é ser
presidente tendo como apoio fundamental a Igreja Evangélica. No atual momento da igreja
evangélica Brasileira, não se pode ver nenhum projeto desta natureza como sadio, em nome
dos evangélicos.
CONCLUINDO ESTAS TENDENCIAS, QUALQUER PESSOA PODE NOTAR NO
PANORAMA ATUAL DA HISTÓRIA DA IGREJA NO BRASIL.
Para onde, no entanto a igreja poderá ir, de acordo com tais tendências?
No caso de prevalecerem as tendências positivas:
1. Poderemos crescer com um profundo impacto na sociedade brasileira;
2. Poderemos ser um dos segmentos mais importantes no alívio das angústias e
dos pessimismos do país;
3. Poderemos potencializar substancialmente nossos recursos evangelísticos e
incrementar mais inteligentemente nossas estratégias evangelísticas, a
prevalecer a tendência da unidade no pais;
4. Poderemos alimentar o sonho de viver uma renovação espiritual que se
transforme em avivamento e se converta em despertamento nacional. Essas
três coisas são diferentes. Clive Calver, secretario geral da Aliança Evangélica
do Reino Unido, disse que muitas vezes confundimos avivamento,
despertamento e renovação espiritual, pensando que tudo isso é uma coisa sôo.
Ele mostrou como historicamente estas três palavras significam coisas bem
distintas. Renovação espiritual é algo que acontece no individuo; avivamento
é algo que acontece na igreja; despertamento é o resultado desse avivamento
se impregnando nos porões da sociedade secular. Foi mais ou menos isso que
aconteceu nos dias de John Wesley: uma renovação espiritual que gerou um
avivamento do povo de Deus, um despertamento da nação, despertamento esse
que mudou a sociedade.

No caso de prevalecerem tendências negativas:


1. Teremos templos cheios de gente e uma sociedade vazia de Deus; cheia de
miséria, malignidade e morte. Os templos vão estar cheios, e o país vazio de
Deus e cheio de iniqüidade;
2. Teremos uma geração de cristãos absolutamente irresponsáveis, que não
assumirão responsabilidade por coisa nenhuma, porque para eles a culpa de
todos e de tudo é do diabo;
3. Teremos uma Igreja que carrega bíblias, mas não é carregada pela palavra;
4. Teremos uma igreja imatura, que tentará tomar o poder político da nação sob a
pena de perder o poder de ministrar à nação. A recente história político-
religiosa da Igreja Católica deveria nos ensinar como tal química (igreja-poder
político) é extremamente delicada;
5. Teremos uma igreja sem ética, que ensina meios de ser abençoada e próspera
materialmente, sem que isso tenha implicação alguma com conversão moral
ampla e profunda.

A INSUSTENTÁVEL CRISE DE NÃO SER

A CRISE DO INDIVÍDUO

A crise de ser no meio evangélico é a crise de não ser. A igreja evangélica vem vivendo uma
profunda crise existencial.
A igreja perdeu bastante a consciência de que a mais genuína verdade cristã é a verdade de
ser. Ela está acima de qualquer outra realidade. Está acima do pragmatismo, que faz as coisas
acontecerem com eficácia operacional, da prosperidade material e crescimento numérico,
com o que se pretende provar como eficaz, simplesmente pelo fato de poder dizer: “nós
estamos com a razão, porque afinal de contas temos mais gente do que vocês”.
A verdade de ser está acima das expressões carismáticas as mais poderosas; acima das
verdades doutrinárias as mais virtuosas. Isso porque o grande dogma do Evangelho é o
dogma do ser. E esta é a afirmação de Paulo em I Coríntios 13:1-7, quando diz que dons
extraordinários não autenticam o ser; “ainda que eu fale a língua dos anjos e dos homens
se eu não for, se eu não tiver amor (e o amor é que faz o ser, ser), eu serei como o bronze que
soa, ou como o címbalo que retine”. Paulo diz ainda que dons teológicos, saber, reflexão,
não autenticam o ser: “ainda que conheça todos os mistérios, toda ciência (se eu não for), se
eu não tiver amor nada serei”. O apostolo prossegue dizendo que dons operacionais
eficazes, realizadores, pragmáticos, não autenticam o ser: “ainda que eu tenha tamanha fé
a ponto de transportar montes, se eu não tiver amor, nada disso me aproveitará”. E mais ele
diz que dons sociais que invadem a vida e nos fazem ser extremamente práticos no dar,
no ajudar o outro, o próximo, não autenticam o ser se não forem resultado do ser:
“ainda que eu distribua todos os meus bens aos pobres, se eu não tiver amor, nada disso me
aproveitará”. Por último Paulo diz que dons de martírio, de galhardia, de resistência, de
perseverança não autenticam o ser:
“Ainda que eu entregue o meu próprio corpo à morte, se eu não tiver amor, se eu não for, de
nada me aproveitará”.
O amor é mais forte e revolucionará possibilidades do ser. Mas por que não temos percebido
isto? Temos perdido tal compreensão; Nós os evangélicos temos nos tornado a versão
religiosa do livro de Millan Kundera: A insustentável Leveza do Ser. Só que a nossa situação
é pior. Nosso drama não é do ser, mas do não ser.
A insustentável leveza de não ser.
Refletindo sobre a insustentável leveza do não ser do individuo no nosso meio. O cristão
evangélico esta perdendo o ser à medida que o tempo passa. Se perdermos o ser, perderemos
juntamente com o ser a razão do ser na história. Seremos qualquer outra coisa menos
cristãos. Vamos ter templos – e há sinais que eles vão se multiplicar muito nos próximos
anos. Vamos ter cultos, e eles vão ser cada vez mais freqüentes. Vamos ter grandes
ajuntamentos, e eles vão ser cada vez maiores. Vamos ter pompa, e alguns têm profundas
ambições nessa direção, mas nós não seremos nada neste país. Teremos muito, mas não
seremos nada. O que adianta ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma, o seu ser? Essa
deveria ser a pergunta que freqüentemente teríamos de fazer a nos mesmos.
A história de Tomas de Aquino e o Papa – O papa disse a ele: “veja como eu hoje, na
condição de sucessor de Pedro, não posso mais dizer o que Pedro dizia – Não tenho mais
prata, ouro – porque eis aqui templos, monumentos, prata, ouro, poder e abundancia”.
Aquino disse: “É, sua Eminência, mas o senhor também não pode dizer mais para o coxo em
nome de Jesus levanta e anda”.
À medida que se parte para a ênfase do ter, perde se o ser. Isso por que a fé cristã é uma fé
baseada totalmente no ser. O capitulo 11 de hebreus até o verso 35 fala daqueles que foram
(ser) e tiveram (ter), no entanto tudo que tiveram brotou deles. Após o verso 35, apenas são
apresentados aqueles que apenas foram (apenas são), arcaram com a conseqüência de apenas
ser apesar de tudo, não tiveram nada, mas o mundo não era digno deles.
A fé apresentada por Hebreus 11 não é a fé do ter, mas a fé do ser, não é a fé que garante o
ter, mas que garante o ser. Esta fé que os heróis tiveram, a do ser, onde o mundo não era
digno de tê-los, apresenta a dramática manifestação da graça de Deus na história. No entanto,
desde a sua história a igreja vem lutando com a intenção de trocar o ser pelo ter. Nos dias de
Constantino, a igreja que era passou a ter e perdeu o ser. A reforma protestante que começou
como movimento em busca do ser acabou em muitos lugares com o movimento em busca do
ter. Foi assim na Alemanha, Genebra, huguenotes na França, que apesar de pequenos tinham
a ambição muito grande de ter, foi assim na Inglaterra. Muitos desses avivamentos, ou todos
começaram como movimentos em busca do ser, mas deles inúmeros se transformaram em
movimentos em busca do ter. O movimento pentecostal no Brasil, para não falar do mundo
inteiro, começou como movimento em busca do ser (ser cristão, ser quente, ser vivo, ser
cheio, ser lutador); no entanto, à medida que o tempo passa vai ingressando fortemente na
perspectiva de ser um movimento que enfatiza apenas o ter.
Não se está dizendo com isso que não se pode ter. Ao contrário, o próprio texto de Hebreus
mostra que é possível e é bom ser e ter. No entanto quando o ter passa a ser o alvo, o foco da
vida, o ser se desvanece. O ter só é sadio quando é consequencial, quando Deus quiser que o
ser traga consigo a decorrência do ter.
A ênfase no ter como objetivo da fé, e não no ser, têm suas fontes básicas em determinadas
ideologias americanas que já estão entre nós ha muitos anos. Não são ideologias de todo
erradas. Se alguém chega e diz que a teologia da prosperidade está de todo errada equivoca-
se, não está. Há muitas coisas positivas nela. A teologia da prosperidade tem aspectos e
elementos que julgo fazerem falta na nossa vivencia de fé, a ter mente positiva, a ser
confiante, a viver com coragem, a não desistir facilmente, a ambicionar na vida, para que a
existência humana seja algo que quebre o circulo da mediocridade imediata. Todos esses
estímulos – a meu ver eminentemente bíblico - eu tento vivê-los. No entanto, quando esta
teologia se sistematiza ela se torna reducionista, unilateral, obcecante, enfraquecedora do ser,
na medida em que o grande ser que se enfatiza é o ser, sobretudo, prospero materialmente, o
que implica não ser, mas ter.

VIVENDO COM A SAUDE DE DISCERNIR O SER E O TER

A bíblia ensina 5 verdades básicas a respeito do da relação entre ser e ter. Ora, é
absolutamente importante discerni-las, posto que é em função delas que nossa vida pode
acontecer dentro dos parâmetros existenciais da normalidade.

1. A palavra de Deus diz: que a grande prosperidade humana é a prosperidade do ser.


Veja aqui Mateus 5.1-12m o texto da prosperidade por excelência:
“Vendo Jesus a multidão, subiu ao monte, e como se assentasse, aproximaram-se os seus
discípulos; e ele passou a ensiná-los, dizendo: Bem aventurados os humildes de espírito,
porque deles é o reino dos céus. Bem aventurados os que choram, porque serão consolados.
Bem aventurados os mansos porque herdarão a terra. Bem aventurados os que tem forme e
sede de justiça, porque serão fartos. Bem aventurados os misericordiosos, porque alcançarão
misericórdia. Bem aventurados os limpos de coração, porque verão a Deus. Bem aventurados
os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus. Bem aventurados os perseguidos
por causa da justiça, porque deles é o reino nos céus. Bem aventurados sois quando, por
minha causa, vos injuriarem e vos perseguirem e, mentindo, disserem todo mal contra vós.
Regozijai vos e exultai, porque e exultai, porque é grande o vosso galardão nos céus; pois
assim perseguiram os profetas que viveram antes de vós”.
Note que o texto começa com as bem aventuranças ou prosperidades. Observe que prósperos,
do pondo de vista de Deus, não são os que têm, mas os que são. Você não tem humildade;
bem aventurado é o humilde de espírito; bem aventurado é o solidário, o que chora, o que
sente as dores do outro. Bem aventurado é o limpo de coração; bem aventurado é o
pacificador, bem aventurado é o que tem fome e sede justiça.
Bem aventurado é “ser”. Todas as bem aventuranças tema ver com o ser, ou acontecem em
decorrência do ser – são resultado do ser “bem aventurados os perseguidos por causa da
justiça”, por exemplo: eles são perseguidos pelo que são. São justos.

2. O grande sinal do ser se manifesta na dimensão existencial e ética da existência


Neste ponto é fundamental ler colossenses, 3.1-4:
“Portanto, se fostes ressuscitados juntamente com Cristo, buscai as coisas lá do alto, onde
Cristo vive, assentado à direita de Deus. Pensai nas cousas lá do alto, não nas que são aqui da
terra; porque morrestes, e a vossa vida esta oculta juntamente com Cristo, em Deus. Quando
Cristo que é a nossa vida se manifestar, então vós também sereis manifestos com ele, em
glória”.
Observe que primeiramente Paulo manda que se cultivem ambições superiores pelas “coisas
lá do alto”. Veja que essas coisas lá do alto não são coisas que se tem. Ele esta se referindo às
coisas basicamente do ser. Ele também diz que é preciso ter reflexões superiores, que estejam
acima do imediatismo da história. Pense com categorias lá do alto. É preciso que se mate a
animalidade inferior do ser. No capitulo 3. 5-11, o apostolo primeiro diz que se tem de fazer
morrer a animalidade inferior do comportamento, ou seja: “a natureza terra”. Dai em diante
ele especifica que natureza terrena ou animalidade inferior é erra: prostituição, impureza,
paixão lasciva, desejo maligno, avareza, idolatria - coisas essa que atraem a ira de Deus.
Prosseguindo, ele mais ou menos diz: “fazei morrer as animalidades inferiores do vosso
caráter”. E prossegue nos v.v 8-9 “despojai vos igualmente de tudo isto: ira, maldade,
maledicência, linguagem obscena do vosso falar. Não mintais uns aos outros”. No v. 11 ele
também como que diz: “faça morrer a inferioridade da sua mente; pense grande; livre se de
preconceitos, de todas as coisas que lhe reduzem a vida – ascetismos, etnicismos, sexismos,
ideologias”. Pense grande!
Pense no Cristo Salvador e Senhor de todos, e em assim pensando entenda porque não pode
haver nem judeu, nem grego, nem circuncisão, nem incircuncisão; nem bárbaro, nem escravo
e nem livre. Ora, deste ponto em diante Paulo afirma que se deve pensar com a grandeza da
mente de Cristo. Então ele recomenda a revitalização dos sentimentos superiores do ser.
Comprove isto no cap. 3.12-17;
“Revesti vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de ternos afetos de misericórdia,
de bondade, de humildade, de mansidão, de longanimidade. Suportai vos uns aos outros,
perdoai vos mutuamente, caso alguém tenha motivo de queixa contra outrem. Assim também
perdoai vos; acima de tudo isto, porém, esteja o amor, que é vinculo da perfeição. Seja a paz
de Cristo o árbitro em vosso coração, à qual, também, fostes chamados em um só corpo; e
sede agradecidos. Habite ricamente em vós a palavra de Cristo; instrui vos e aconselhai vos
mutuamente em toda a sabedoria, louvando a Deus, com salmos e hinos e cânticos
espirituais, com gratidão em vosso coração. E tudo o que fizerdes, seja em palavra, seja em
ação, fazei o em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus pai”.
Daqui para frente a abordagem do apostolo é toda carregada de positividade. No v. 12 ele diz:
encham se de generosidade humana. No 13 recomenda: deixem se possuir por paciência
perdoadora. Nos vs 14 e 15 admoesta: façam se dominar e pervadir por amor reconciliador.
Nos vs 16 e 17 fala: pratiquem uma devocionalidade existencial natural, que leve a ações de
graça a serem o resultado natural do existir em Cristo.
Dai em diante ele recomenda relacionamentos humanos sadios e justos. Leia se colossenses
3.18 – 22 e 4.1
“ esposas, sede submissas ao próprio marido, como convém no Senhor. Maridos, amai a
vossa esposa, e não a trateis com amargura. Filhos em tudo obedecei a vossos pais, para que
não fiquem desanimados. Servos obedecei em tudo aos vossos senhores segundo a carne, não
servindo apenas sob vigilância, visando tão só agradar homens, mas em singeleza de coração,
como para o Senhor”.
Senhores, tratai os servos com justiça e equidade, certos de que também vós tendes Senhor
no céu.
No texto acima Paulo afirma que o primeiro relacionamento sadio e justo que resulta da uma
devocionalidade natural e bonita é aquele que desabrocha na vida familiar. O casamento, os
filhos. O apostolo aconselha a não ser tirano com os filhos, lembrando que em tal relação os
direitos são recíprocos e resultam do equilíbrio nos papeis no lar: a esposa é submissa ao
marido, que a ama e a trata com gentileza; os filhos obedecem aos pais criteriosos, positivos
e criativos no exercício de sua autoridade; os empregados obedecem a patrões que os tratam
com justiça e equidade. Essa devoção que gera relações sadias e justas, tem profundas
implicações no âmbito da conversão, redenção dos relacionamentos e correções na ética
profissional; na maneira com se é patrão; no mundo, com se é empregado; na forma como se
recebe, manda, faz, recomenda.
Agora veja como nada disso tem a ver com a teologia da prosperidade. Veja colossenses 4.2-
3. onde Paulo fala a respeito dessa prosperidade do ser, que é tudo, menos ter: “Orem
também por mim, porque eu estou algemado”. Que coisa linda! Com essa prosperidade do
ser cabe no espaço de um calabouço! Essa grandeza humana não tem necessariamente a ver
com o ter.

3. A prosperidade do ser não tem necessariamente relação com a prosperidade do ter. E


a prosperidade do ter nada tem necessariamente a ver com a prosperidade do ser.

Pense em Abraão: ele era e tinha. Pense em Moisés: ele deixou de ter para passar a ser. E em
Elias: sempre foi e nunca teve.
A benção de Deus sempre é a riqueza do ser, e algumas vezes enriquece também
materialmente. Estou dizendo isso relativizando, porque para alguns o princípio é entendido
ao contrário. Eles pensam que a benção de Deus sempre enriquece materialmente. A bíblia,
no entanto ensina diferente. Ela ensina que algumas vezes a benção do ser tem conseqüências
materiais, mas nem sempre isso acontece. Atente para II coríntios 8.1,3, passagens na qual
Paulo se refere a dinheiro, contribuição, investimento nos outros: “também irmãos vos
fazemos conhecer a graça de Deus concedida às igrejas da Macedônia, porque no meio de
muita prova de tribulação manifestaram abundancia de alegria, e a profunda pobreza deles
superabundou em grande riqueza da sua generosidade”.
A benção de Deus sempre é a riqueza do ser. E iso inclui a riqueza de se ser generoso mesmo
na pobreza.
Já em II Coríntios 9.8-11, Paulo diz que Deus pode fazer vos abundar em toda graça, a fim de
que tendo sempre em tudo ampla suficiência, superabundeis em toda boa obra.
Primeiramente ele diz que a grande riqueza é a do ser, depois, que Deus também pode fazer
superabundar em todas as dimensões, incluindo a material. A primeira afirmação é absoluta:
a riqueza do ser é; a segunda é relativa: Deus pode fazer vos superabundar... A riqueza do ter
é uma possibilidade, não um princípio absoluto. É apenas algo que pode acontecer a bíblia
diz que Deus pode. Você acredita que ele pode? Se não acredita, você é um descrente. A
Bíblia diz que ele pode, mas não diz que vai fazer a mesma coisa na vida de todos. A benção
de Deus sempre é riqueza do ser, e algumas vezes enriquece também materialmente.

4. A prosperidade material somente tem chance de ser benção se marcada pelas


características descritas em I Timóteo 6.9-19
“Ora, os que querem ficar ricos caem em tentação e cilada, e em muitas concupiscências
insensatas e perniciosas, as quais afogam os homens na ruína e perdição. Porque o amor do
dinheiro é a raiz de todos os males e alguns, nessa cobiça, se desviam da fé, e a si mesmos se
atormentam com muitas dores. Tu, porem, ó homem de Deus, foge destas cousas; antes,
segue a justiça, a piedade, a fé, o amor, a Constancia, a mansidão. Combate o bom combate
da fé. Toma posse da vida eterna, para a qual também foste chamado, e de que fizeste a boa
confissão, perante muitas testemunhas. Exorto te perante Deus, que preserva a vida de todas
coisas, e perante Cristo Jesus, que diante de Pôncio Pilatos fez boa confissão, que guardes o
mandamento imaculado, irrepreensível, até a manifestação de nosso Senhor Jesus Cristo; a
qual em suas épocas determinadas há de ser revelada pelo bendito e único Soberano, o Rei
dos reis e Senhor dos senhores, o único que possui a imortalidade, que habita em luz
inacessível, a quem homem algum jamais viu, nem é capaz de ver. A ele honra e poder
eterno. Exorto aos ricos do presente século que não sejam orgulhos, nem depositem a sua
esperança na instabilidade da riqueza, mas em Deus, que tudo nos proporciona ricamente
para nosso aprazimento; que pratiquem o bem, sejam ricos de boas obras, generosos em dar e
prontos a repartir, que acumulem para si mesmos tesouros, sólido fundamento para o futuro,
a fim de se apoderarem da verdadeira vida”.
A bíblia não entende a riqueza de maneira Marxista – se alguém é rico, é rico porque está
explorando alguém;
A riqueza embora provenha em muitos casos de exploração de outrem, pode ser obtida de
forma honesta e justa. – embora seja imensamente perigosa e tenha uma vocação inata para a
maldição, pode ter uma finalidade abençoada e ser direcionada para os alvos e objetivos do
reino de Deus.
Ao há nada de errado quando homens ricos se tornam homens de Deus. Há alguém de muito
errado, no entanto quando homens de Deus se tornam homens ricos! O conselho de Paulo
então é: Tu, porém ó homem de Deus, foge destas coisas.

QUANDO O TER SUPERA O SER

O que acontece quando cristão perde a ênfase do ser e concentra todos os sinais de sua bem
aventurança no ter?

1. Volta se à mentalidade de sinagoga dos dias de Jesus


a. A exemplo da parábola de Jesus sobre Lázaro e o rico, que o Senhor contrasta
a benção do ser e a benção do ter, pois a visão do Judeu era que o pobre era
amaldiçoado e o rico abençoado;
2. Envereda se por um caminho muitas vezes já percorrido pela igreja no passado, cujo
fim é a corrupção ética da fé, a hipocrisia, o desprezo pelo pobre, a obsessão pelo
poder político-econômico, e ao final a frustração.

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