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3.

nteracçào radiaçao matéria 143

3. Interacção radiação-matéria
Nos folhetos informativos que acompanham alguns produtos cosméti-
cos que visam a renovação celular é frequente ler-se informação como a
seguinte:

Os radicais livres são responsáveis pelo surgirnento de rugas, f1acidez e perda


de vitalidade da pele. Os alfa-hidroxiácidos, a lecitina vegetal, as ceramidas e as
vitaminas A e E são ingredientes activos que possuem acções específicas na
prevenção, no controlo e no combate ao envelhecimento da pele. Além da aplica-
ção do produto, proteja a pele da acção dos raios solares UVA e UVB, que
causam a formação de radicais livres.

Mas, o que são os radicais livres? Como e onde se formam?

3.1. Radicais Livres


Os radicais livres são produzidos quando átomos ou moléculas está-
veis absorvem radiações sí el e ultravioleta.
A energia destas radiações provoca a excitação de um electrão da orbi-
tal mais exterior para outra orbital que se encontra vazia: em alguns casos,
o electrão que muda de ortrtal mantém o seu spin (estado de singleto) e,
noutros casos, inverte-se o spin do electrão que foi promovido de orbital,
dando origem ao estado de tripleto. como se ilustra neste esquema:

Energia - J..

Estado de
Estado de tripleto
singleto

Estado
fundamental

Fig. 24 Estados de singleto e tripteto.

Ambos os estados são excitados. as o estado de tripleto, o mais


energético, é o que corresponde ao estado do radical livre.
Estas partículas têm uma vida to curta (10 us a 10 ms) e são
altamente instáveis e reactivas. o q e az com que o atributo de "livre"
perca um pouco do seu sentido.
144 UNIDADE 2 - NA ATMOSFERA DA TERRA, RADIAÇÃO, MATÉRIA E ESTRUTURA

A formação de alguns destes radicais livres pode ocorrer, natural-


mente, na respiração celular, por exemplo, ao nível das mitocôndrias,
podendo desempenhar tanto um bom como um mau papel nos organis-
mos em que se produzem. Outros formam-se por interacção entre a
radiação e a matéria, tal como é sugerido no resumo da informação
inclusa nos cosméticos.

3.2. Mas, o que se passa na atmosfera?


Sendo a atmosfera atravessada pelas radiações emanadas do Sol,
verificam-se, de certeza, interacções de radiações UV e visível com a
matéria de origem natural ou antropogénica aí existente; o resultado
dessas interacções vai depender da energia de cada tipo de radiação.

Alguns dos exemplos dos resultados dessas interacções são a pre-


sença dos radicais livres HO· (radical hidroxilo), cr (radical cloro) e
Br (radical bromo) , cujas formações ocorrem na estratosfera e na tropos-
fera, zonas da atmosfera em que a radiação proveniente do Sol é cada
vez menos energética.

Para melhor se compreender como a radiação ultravioleta (UV) inte-


rage com a matéria, vamos recordar uma parte do espectro electromag-
nético e fazer dela uma visão mais detalhada:

Raios X Radiação óptica Microondas Ondas de rádio

l,98XlO-18 l,98Xl0-24 l,98XlO-27


J I. Energia do fotão J
~
-".

0,0-

Ultravioleta Visível

l,98Xl0-18 4,95Xl0-19 2,54Xl0-19 l,98X 10-24


J I.

UV-B UV-A

l,98xlO-18 7,10XlO-19 6,32Xl0-19 4,95XlO-19

Fig. 25 Parte do espectro electromagnético.

As sucessivas camadas da atmosfera funcionam como filtros para as


radiações UV-C, UV-B e UV-A. A maior parte da radiação UV nunca
alcança a Terra, enquanto que a radiação infravermelha (IV) penetra na
sua superfície.
3.lnteracç.ão radiação-matéria 145

As radiações UV podem ser classificadas em três categorias:

UV-A - radiações UV de menor energia, fonte do bronzeado e não absor-


vidas pela camada de ozono;
UV-B - radiações UV de energia intermédia, fonte das queimaduras e
que são normalmente absorvidas pela camada de ozono;

uvc - radiações UV de maior energia que são filtradas na atmosfera


(absorvidas pela camada de ozono) e que nunca alcançam a
Terra.
Radiação solar incidente
r'------~~,-------,
500 krn _1200°C

ro
L.
L. U
Q) I
I- > E
As radiações uvc e ro
-o
E
.x:
::::>
I
.x: [O]» [02]
D
algumas das UV-B são Q) D eu D

absorvidas por N2, O2 e


03, embora a altitudes
iennosfera
<l:

>
I

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-
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L.
Q)
o..
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I

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Q) > o..
Q)
eu
L.
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....,
Q)
c 120 krn. [O] = [Oi]
o..
Q)

85km -92 C

As radiações UV próxi-
~esosfera
mas (UV-A e alguma da UV-
B) e a radiação visível (Vis)
alcançam a Terra. 50 km -2°C
O Energia
3 + Radiação UV-B .•

Estratosfera

~0-16km
iroposfera

Fig. 26 Radiações solares incidentes


na Terra.

QEC10-10
146 UNIDADE 2 - NA ATMOSFERA DA TERRA, RADIAÇÃO, MATÉRIA E ESTRUTURA

Exemplo 1:

A radiação UV de energia aproximadamente igual a 8,22 x 10- 18 J


pode causar a ruptura da ligação entre os dois átomos de oxigénio de
uma molécula de dioxigénio e provocar nos átomos o estado de tripleto:

O2 -- o· + O·
O sfrnbolo' colocado ao lado de cada átomo de oxigénio (O) simboliza
o radical livre, e indica o carácter de intensa reactividade que este radi-
cal apresenta.

Exemplo 2:

Outros dois radicais livres que existem na atmosfera são os radicais


cloro (CI") e bramo (Br'). Estes podem formar-se por cisão das molécu-
las de dicloro e dibromo, respectivamente:

uv uv
Cl··Cl -+ cr + cr Br"Br a-: + a-:
Clz ~ Energia ---+ 2 cr Brz+Energia ---+ 2 Br'

Exemplo 3:

O radical hidroxilo, HO·, é uma das espécies intermediárias reactivas


mais importantes nos processos químicos atmosféricos.

A sua formação pode ocorrer por diversos mecanismos como, por


exemplo:

1 - fotólise da água: H20 -- HO· + H"


2 - fotólise do vapor de ácido nitroso: HONO -- HO· + NO·

3.2.1. Fotoionização
Uma das características da atmosfera superior, devido às condições
de rarefacção, é a presença de níveis significativos de electrões e iões
positivos, uma vez que estas partículas carregadas electricamente
podem existir nessa região por longos períodos antes de se recombina-
rem para formar espécies neutras. Esta região é também designada, por
este motivo, por ionosfera.

As espécies iónicas mais importantes são O+, O; e NO+ e a sua pre-


sença, na ionosfera, provoca desvios nas ondas de rádio.

Estes iões resultam da fotoionização das respectivas espécies atómi-


cas ou moleculares, isto é, da perda de electrões causada pela interac-
ção com radiação UV-C (UV de maior energia).
3. Interacção radiação-matéria 147

Resumidamente, podem esquematizar-se as interacções directas e


indirectas dos radicais livres.

RESERVATÓRIOS
HOCI N205 CION02 BrON02

HN03 HCI HF

Trosposfera

Superfície terrestre

Fig. 27 Diagrama esquemático da química da atmosfera.

3.3. Efeitos dos radicais livres na saúde


São muitos e variados os efeitos nefastos dos radicais livres no nor-
mal e harmonioso funcionamento do corpo humano, como o demons-
tram vários estudos efectuados por médicos, químicos e outros inves-
tigadores:
• são a causa básica do envelhecimento;
• têm implicações no desenvolvimento do cancro, da diabetes, da
asma, da depressão e de doenças reumatológicas e cardiovas-
culares;
• têm implicação na lesão cerebral mediada pela idade (radiações de
oxigénio).

Mesmo com todos estes potenciais perigos, a produção de radicais


livres é aumentada por situações como o uso de drogas e de álcool, com
o hábito de fumar, com a hipoglicemia, com o exercício físico intenso
sem condição física apropriada para tal, com o stress profissional, esco-
lar e familiar, com uma alimentação inadequada e com a exposição à
poluição ambiental e às radiações solares.
148 UNIDADE 2 - NA ATMOSFERA DA TERRA: RADIAÇÃO, MATÉRIA E ESTRUTURA

Como se pode controLar a produção de radicais Livres, dentro dos


Limites aceitáveis, de forma a não causarem dano no organismo?

A melhor prevenção é ter uma vida saudável:

• Ingerir alimentos com ferro, rnanganesro e


selénio, vitaminas A, C, E, [3-caroteno e ribo-
flavina, que actuam como antioxidantes;

• Procurar não frequentar ambientes poluídos;

• Não fumar;
• Não beber bebidas alcoólicas em demasia;

• Praticar exercício físico moderado e de


acordo com a condição física de cada um;

• Proteger-se contra as radiações UV com


produtos adequados.
Fig. 28 Grupos de alimentos saudáveis.

SABIA QUE ...

... o kiwi é uma fonte enorme de


vitamina C e que também fun-
ciona como antioxidante?
... os antioxidantes funcionam como
"guerreiros", combatendo e lim-
pando o nosso corpo das toxinas e
dos radicais livres?
... os antioxidantes são particular-
mente importantes para as pes-
soas que gostam de usar o gre- Fig. 29 Kiwi - fonte de vitamina C.
lhador e de comer grelhados?
... a comida grelhada, embora não esteja provado, tem maior propensão a
sofrer o processo de formação de nitrosamina (radical livre) no orga-
nismo?
... o radical livre nitrosamina faz parte do processo que causa doenças
crónicas como o cancro e problemas cardíacos?
... investigações levadas a cabo na Universidade de Rutgers, nos EUA,
mostraram que o sumo de kiwi inibe a formação de nitrosaminas.
dando um excelente acompanhamento para um saboroso grelhado?
... o kiwi, no mundo das frutas, é um dos melhores amigos do Homem
porque tem altos teores de fibras (melhoram o trânsito intestinal! e de
pectinas (ajudam a redução do colesterol no sangue!. para além de um
produto misterioso com excelentes propriedades laxativas?
4. O ozono na estratosfera 149

4. O ozono na estratosfera

4.1. O princípio ...


Quando uma equipa de pesquisa inglesa que monitorizava a atmos-
fera situada por cima da Antárctida noticiou, nos anos 70, perdas dra-
máticas de ozono na estratosfera inferior, essas perdas eram de tal
modo graves que as atribuíram ao mau funcionamento dos instrumen-
tos. Construíram, por isso, novos equipamentos e voltaram a efectuar
medições que confirmaram os valores já obtidos anteriormente.

Simultaneamente, o satélite TOMS não apresentava dados tão alar-


mantes como os da equipa inglesa, o que confundiu ainda mais a comu-
nidade científica!!!

Mas rapidamente perceberam que o software do satélite não estava


preparado para tratar valores tão baixos ...

Posteriormente, e já com o software adequado, o satélite apresentou


valores que confirmaram os valores obtidos pela equipa inglesa.

4.2. O que é o ozono e como se forma?


Tal como já se referiu, foi devido à fotossíntese e à evolução dos
organismos produtores de oxigénio que a Terra adquiriu uma camada
estratosférica, que se foi construindo ao longo de 450 milhões de anos.

A maior parte do ozono (03) ocorre naturalmente na estratosfera, zona


onde voam os aviões supersónicos como o Concorde (os aviões de linhas
aéreas comerciais vulgares voam na troposfera).

Altitude

80 km

Mesosfera
50 km Altitude Ikrnl r__ __
o
c
o
N
o
Cll Exosfera 500
"O
ro
"O
ro Termosfera
E 85
ro
10 km u 50
10

Cone. de ozono

Fig. 30 Concentração de 03 versus altitude. Fig. 31 Camadas de atmosfera.


150 UNIDADE 2 - NA ATMOSFERA DA TERRA, RADIAÇÃO. MATÉRIA E ESTRUTURA

o ozono que se encontra na estratosfera tem um papel vital na vida à


superfície (animais e plantas) e na protecção que oferece em relação à
radiação ultravioleta (UV) do Sol.

Unidade Dobson o ozono forma


uma camada na estratosfera que
serve de filtro às radiações UV mais energéticas.
Área coberta
pela coluna Esta camada é mais fina nos trópicos do que nos
pólos, apresentando flutuações sazonais; a sua
quantidade de ozono é medida em unidades Dobson
(OU), apresentando valores típicos de - 360 OU
Uma espessura de
3 mm corresponde (segundo Atkins & Jones, Chemistry) junto aos trópi-
a 300 OU cos e valores mais elevados noutras zonas.
Fig. 32 Definição de OU.

Nota: Uma unidade Dobson é equivalente a uma camada de ozono puro de espessura
10 um à pressão de 1 atmosfera e a O OCo

o ozono forma-se, naturalmente, quando a radiação ultravioleta (UV)


interage com as moléculas de oxigénio (02) da estratosfera, dando origem
ao oxigénio atómico (O). Este oxigénio atómico, por sua vez, combina-se
rapidamente com outras moléculas de oxigénio, formando o ozono:

o oxigénio atómico reage com o


dioxigénio para formar ozono.

Átomos
Molécula Fotodissociação de
diatómica oxigénio
de oxigénio
O2 + rad. UV --+ O + O 111
Fig. 33 Formação natural do ozono.

Por ironia, o ozono é, simultaneamente, um perigo para a saúde


(quando se encontra ao nível do solo) e indispensável para a sobrevivên-
cia de animais e plantas (quando se encontra na estratosfera).

Na estratosfera, ele absorve algumas das radiações UV, potencial-


mente perigosas (UV-C e UV-B):

Oxigénio
Oxigénio diatómico
diatómico

Oxigénio
atómico

OJ + rad. UV --+ O2 + O (31


Fig. 34 Destruição natural do ozono.
4. O 020no na estratosfera 151

No entanto, o ozono refaz-se rapidamente, resultando um balanço sem


perdas de ozono.

As reacções numeradas (1)-(4) são vulgarmente conhecidas como as


"reacções de Chapman".

Com o aumento da altitude (fig. 35), a reacção (2) torna-se mais lenta
enquanto a reacção (3) se torna mais rápida.

A concentração de ozono não é mais do que o resultado do balanço


entre estas duas reacções competitivas. Na atmosfera superior domina o
oxigénio atómico.

Ao descer na estratosfera, o ar torna-se mais denso, a absorção de


radiação UV aumenta e o nível de ozono tem um pico na zona dos 25 km.
Ao continuar a aproximação ao solo, os níveis de radiação UV diminuem
e, consequentemente, também o nível de ozono.

35

Ozono estratosférico (bom ozono):


30
• Contém cerca de 90% do
25
I ozono atmosférico.
• Actua como o principal escudo
E
.x:
às radiações UV.
QJ 20
"O
::l
~
<!
Ozono troposférico (mau ozono):

• Contém cerca de 10% do


11 ozono atmosférico.

5 Ozono de • Produz efeitos tóxicos nos


smog
seres vivos.
~
o 5 10 15 20 25 Cone. de ozono
Fig.35 Concentração de ozono versus altitude.

SABIA QUE ...

Se a camada de ozono fosse trazida para baixo até à superfície da Terra,


as condições de pressão e temperatura aí existentes comprimiriam essa
camada para uma espessura de 2 a 5 mm?
152 UNID4DE 2 - N4 4TMDSFERA DA TERRA: R4DIAÇÃD. M4TÉRI4 E ESTRUTURA

4.3. As reacções que faltam ...


Mas devia haver algum problema com a teoria de Chapman (represen-
tadas pelas reacções numeradas de 1 a 4), uma vez que a diminuição
da concentração de ozono traduzida pela reacção (4) era tida como
muito lenta.

Como seria possível explicar a perda tão acentuada de ozono


como aquela que era apresentada pelos resultados das medições
efectuadas na atmosfera real?
Seria possível existirem outras reacções, mais rápidas, que con-
trolassem os níveis de ozono na estratosfera?
Uma das primeiras hipóteses justificava a diminuição da concentra-
ção de ozono na estratosfera devido à presença de vapor de água e de
óxidos de azoto libertados pelos aviões supersónicos e mais tarde
pelos space shuttles. Mas veio a verificar-se que esses efeitos eram
desprezáveis.

Era preciso, no entanto, continuar a procurar uma causa ...

4.3.1. O que é o buraco na camada de ozono?


Um dia, em 1930, um físico da General Motors, Thomas Midgley Jr.,
preparou o primeiro clorotluorocarboneto (CFC). Depois dele, outros quí-
micos prepararam compostos semelhantes, formando a famosa (pela
negativa) família dos CFC (os mais usados foram o CCI3F (CFC-11) e o
CCI2F2 (CFC-12).

No primeiro momento da sua descoberta, os CFC foram considerados


quase milagrosos aos olhos do seu criador - eram quimicamente está-
veis, inodoros, não inflamáveis, não corrosivos e... com custos de produ-
ção muito baixos!!!

Com todas estas vantagens, rapidamente se tornaram populares,


como refrigerantes de frigoríficos e de ar condicionado, dispersores em
sprays, gases de limpeza de componentes eléctricos, esterilizadores de
instrumentos hospitalares ...

Mas era demasiado bom para ser verdade!

Em 1974, os químicos Sherwood Rowland e Mário Molina (ver "Sabia


que ... ") levantaram a hipótese de os CFC serem capazes de persistir
tempo suficiente na atmosfera de forma a difundirem-se até à estratos-
fera, onde intensas radiações UV seriam capazes de "quebrar" as suas
moléculas, libertando radicais de cloro muito activos capazes de des-
truir o ozono.
4. O ozono na estratosfera 153

Inicialmente esta teoria foi vista com algum


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cepticismo pela comunidade científica até que,
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em 1985, passados mais de 10 anos dos pri- " -,

meiros avisos dos referidos cientistas, se des- ,


,,-'- -'--
,
cobriu o buraco da camada de ozono! 'I',
\ '
As moléculas de sonho transformaram-se em
moléculas de pesadelo para o ozono!

Fig. 36 Buraco da camada do ozono.

SABIA QUE ...

A Real Academia das Ciências Sueca decidiu atribuir, em 1995, o Prémio


Nobel da Química ao:

- Professor Paul Crutzen, alemão, do Max-Planck-Institute for Chemistry,


Mainz, Alemanha;

- Professor Mário Molina, do Department of Earth, Atmospheric and


Planetary Sciences and Department of Chemistry, MIT, Cambridge, MA,
EUA;

e
- Professor F. Sherwood Rowland, Department of Chemistry, University of
California, Irvine, CA, EUA;

pelos seus trabalhos sobre a química da atmosfera, particularmente no


que dizia respeito à formação e decomposição do ozono.

Professor Paul Crutzen Professor Mário Molina Professor F. Sherwood Rowland

4.3.2. O que acontece às moléculas de CFC?

Será que o cloro proveniente de outras fontes que não os CFC


também vai para a estratosfera?
A partir deste momento começaram a ser efectuadas pesquisas
sobre o possível impacte que o cloro, proveniente de outras fontes
como a água das piscinas, das fábricas, da água do mar e dos vulcões,
teria sobre a camada de ozono.
154 UNIDADE 2 - NA ATMOSFERA DA TERRA, RADIAÇÃO, MATÉRIA E ESTRUTURA

Mas chegaram à conclusão que os compostos de cloro provenientes


destas fontes se combinavam rapidamente com a água; as medições
exaustivas que efectuaram provaram que aqueles compostos, depois de
emitidos, voltavam à troposfera com a chuva, não conseguindo, por
isso, atingir a estratosfera.

Contrariamente, os CFC eram estáveis e não se dissolviam na água


da chuva!

Até ao momento, não se conhece nenhum processo natural que os


consiga remover da troposfera, sendo o vento, posteriormente, o res-
ponsável pelo seu transporte até à estratosfera. Aí, sim, as radiações
UV são capazes de os destruir ...

~.:tl

~ t." ~
.;j)"
~ ~" 22 km
~ .;j)"
~ ".;j) ".;j)

10 km

I~I
Fig. 37 Impacte das radiações UVem atmosfera sem e com CFC.

E um átomo de cloro pode destruir cerca de 100 000 moléculas de


ozono!

o resultado está à vista: a velocidade de destruição de ozono é supe-


rior à velocidade da sua formação!

E o que acontece ao cloro reactivo até passar a inactivo?

•• •• •• Radiação UV
••• (02
ttt
°3

NO
• CIO" 2 CION02

•I
• Cloro
CI"

CH,
• HCI

CFC "reactivo" Cloro
"inactivo"

Fig. 38 Conversão do "cloro reectivo" em cloro "inectlvo".


t.. o ozono na estratosfera 155

Cloro
"inactivo" ·..
Radiação UV

·. .
Cloro
"reactivo" ,
O2

ttt •
CI"
03
--..
CIO"
+
~,
/
O2
CION02 -------~.~ CI2 --..

.•. ~:...
HCI CI" ~ CIO" •• UV

"-- CI202 ~
O2
Fig.39 Conversão do cloro "inactivo" em cloro reectivo.

Quais são os CFC mais conhecidos?

Designação Tempo de permanência na atmosfera/anos

CFC-11 (CCll) 45
- --
CFC-12 (CCll2) 100
-
CFC-113 (Cl3C13) 85

CFC-114 (Cl4C12) 300


I
CFC-115 (ClsCl)
'--- -- I 1700

Mas, como já se referiu, não são só os CFC os responsáveis pela des-


truição da camada de ozono:

• compostos de bromo, denominados hallons (Halon 1211 (CF2CIBr) e


Halon 1301 (CF3Br, por exemplo)), o HBFC, usados nos extintores
de incêndios da classe D e o metilbrometo, pesticida usado em
larga escala (cada átomo de bromo destrói centenas de vezes mais
moléculas de ozono que um átomo de cloro);
• tetracloreto de carbono (solvente barato mas extremamente tóxico);
• 1,1,1-tricloroetano - usado na limpeza de tecidos e metais e propul-
sor em mais de 160 produtos de consumo.

4.3.3. Localização do "buraco" da camada de ozono


Em cada ano que passa, as notícias sobre a rarefacção da camada
de ozono pioram significativamente; em 1985, imagens obtidas por
satélite revelaram, sobre a Antárctida, 80-98% de destruição da
camada de ozono durante a Primavera e princípio de Verão (Setembro a
Dezembro), tendo-se verificado mesmo ruptura da camada de ozono no
início da Primavera em 1998.

Desde esta data e até 2000, a área danificada expandiu-se, ficando


com uma dimensão equivalente a três vezes a área dos EUA!
156 UNIDADE 2 - NA ATMOSFERA DA TERRA, RADIACÃO. MATÉRIA E ESTRUTURA

500
475
450
425 6
400 o
_375 8
250 ~
325 ~
300 o
275 '~
_ 250 ~
225 ~
200 ~
175 <3
150
125
Pólo Norte 100
Fig. 40 Rarefacção da camada de ozono.

Como explicar este facto?


- Em cada Inverno (sem sol), os ventos sopram, movendo-se circularmente
sobre os pólos, criando vórtices polares (massas circulantes de ar arrefe-
cido que "encurralam" enormes massas de ar durante vários meses).
- As gotas de água das nuvens entram nestas grandes correntes circula-
res de ar frígido e formam cristais de gelo. A superfície destes cristais
adsorve CFC e outros químicos destruidores da camada de ozono.
- O retorno da IUl na Primavera permite uma "orgia de destruição" de
cerca de algumas semanas até o vórtice desaparecer.
- Largas camadas de ar, desprovido de ozono, espalham-se então
sobre a Austrália, Nova Zelândia, lonas extremas da América do Sul
e África, onde os níveis de radiações UV subiram cerca de 20%.

Em 1988, outro "buraco" de ozono foi detectado sobre o Pólo Norte.


A explicação do seu aparecimento é a mesma que a anterior, apenas
com a diferença de que, como o ar flui alternadamente sobre a água e a
terra, nestes pontos ele é mais fraco, menos estável e ligeiramente
mais quente do que no Pólo Sul, contribuindo deste modo, em menor
escala, para a formação do "buraco" na camada de ozono.
Aqui as áreas afectadas são a Europa, a América do Norte e a Ásia.

ACTIVIDADE PRÁTICA DE SALA DE AULA - APSA 4


Desenvolvimento no Livro de actividades.

4.4. Filtros mecânicos (ópticos) e filtros solares


(químicos)
Diversos estudos científicos mundiais concluíram que 90% das pes-
soas que se expõem de forma prolongada às radiações emanadas do
4. O ozono na estratosfera 157

Sol e de diversos equipamentos como os computadores, os telemóveis,


a televisão ... podem vir a sofrer de diversos problemas como cancro de
pele, cegueira, stress ocular, dores de cabeça, stress, fadiga crónica ...

4.4.1. Filtros mecânicos (ópticos)

A utilização de filtros ópticos nos computadores e noutros equipa-


mentos e de óculos escuros noutras situações tem vindo a diminuir os
potenciais perigos de exposição prolongada a essa radiação.

Emissões Emissões

Fig.41 Como actuam os filtros nos ecràs dos computadores.

Em relação aos telemóveis não existem ainda soluções eficazes


conhecidas.

Óculos escuros - função ou moda?

Para muitas pessoas que usam óculos escuros, o principal motivo de


o fazerem é "o estar na moda", sem se preocuparem com a sua quali-
dade. No entanto, a escolha de óculos de fraca qualidade pode vir a
causar problemas na visão!!!

Os óculos escuros devem ser projectados para reduzir a intensidade


luminosa e filtrar as radiações que chegam aos olhos. Por isso, para
que uns óculos sejam de boa qualidade, devem bloquear, pelo menos,
95% das radiações UV e IV.

O problema da maior parte dos óculos baratos surge porque apenas


escurecem a radiação visível e não actuam na presença de radiações
UVe IV, permitindo que as pupilas dos olhos continuem a dilatar-se, dei-
xando as pessoas ainda mais expostas às radiações perigosas.

4.4.2. Filtros solares (químicos)

Deverá existir qualquer relação misteriosa entre o Sol e a pele para


que numas situações de exposição solar o corpo fique "queimado" e
noutras produza um "belo bronzeado" ...
158 UNIDADE 2 - NA ATMOSFERA DA TERRA, RADIAÇÃO. MATÉRIA E ESTRUTURA

QuaLserá a diferença entre um bronzeado e uma queimadura do soL?


O que é uma peLe bronzeada?
Porque será que o uso de um creme solar produz um bronzeado
Lindo e o seu não uso produz queimaduras? Como actua um creme
soLar?

Para se conseguir responder a qualquer uma destas questões, é


necessário compreender como é constituída a pele e em que consiste o
seu papel protector devido às agressões exteriores.

Como funciona a pele


A pele é um dos órgãos mais fascinantes do corpo humano. Sim, é
difícil pensar-se na pele como um órgão, que habitualmente idealizamos
como sendo uma "coisa" fechada tal como o coração, o fígado, os
olhos ... No entanto, a pele é mesmo um órgão uma vez que é uma
"estrutura diferenciada constituída por células e tecidos que têm uma
função específica num organismo".

A pele é constituída por células e tecidos muito específicos e tem


como função ser fronteira (interface) entre o "nós" e o resto do
mundo!!! Para além disso tem diversos sensores e um design específico
de forma a podermos lidar com o atrito e com a luz do Sol.

Quando se observa um corte na pele, como a de um braço ou de


uma perna, nota-se que é constituída por duas camadas: a epiderme na
parte exterior e a derme na parte interior.

~ __ Pêlo A epiderme é a "fronteira" enquanto a


derme contém todo o "equipamento": os ter-
minais dos nervos, as glândulas sudoríferas
Epiderme
(do suor), os folículos dos pêlos ...
Joerme
Na camada subcutânea (onde se encontra
Glândula Camada
sebácea subcutânea a gordura) também se visualizam vasos san-
guíneos (as duas linhas finas a vermelho e a
Glândulas azul) que fornecem sangue aos órgãos que
sudoríferas
se encontram na derme.
Fig. 42 Pele.
A epiderme não é fornecida directamente de sangue através dos
vasos sanguíneos, mas sim pela derme.
A epiderme funciona como interface com o mundo e tem duas cama-
das: a exterior, formada por células mortas, continuamente a serem
substituídas, e a interior, formada por células vivas. É esta a camada
que nos interessa porque é aí que o sol afecta a pele durante o bronzea-
mento e é na camada imediatamente interior a esta camada (camada
basal) que o cancro da pele (não melanoma) começa ...
1.. o 020no na estratosfera 159

Nesta última (camada basal) existe um outro tipo de célu-


las chamadas melanócitos que, para além de produzirem a
melanina (fonte do bronzeado), são também responsáveis
pelo cancro denominado melanoma, que é causado pelos
danos que a radiação UV provoca nos melanócitos.

Fig. 43 Melanoma.
Como acontece o bronzeamento?

Bom, agora que já se sabe como funciona a pele, pode ser mais fácil
perceber porque acontecem as queimaduras da pele ou, em vez disso, o
bronzeamento.
Quando se começa a ganhar um tom bronzeado, significa que os
melanócitos estão a produzir o pigmento melanina em reacção ao estí-
mulo provocado pela radiação ultravioleta da luz solar. Este pigmento tem
como função absorver as radiações UV de forma a proteger as células.
A melanina, na maioria das pessoas de pele clara, leva algum tempo
a ser produzida, razão pela qual não se consegue obter um
bronzeado num dia; noutras pessoas de pele mais escura,
a produção de melanina é contínua, de forma que a tonali-
dade da pele é sempre pigmentada em algum grau; assim,
são, seguramente, menos propícias a um cancro de pele.
Os albinos, por exemplo, não têm melanina nem no
cabelo nem na pele nem na íris porque não há produção da
enzima Tirosinase.
A hormona estimuladora dos melanócitos é produzida
pela glândula pituitária que flui através do sangue até aos
melanócitos, estimulando a produção de melanina (por
exemplo, uma pessoa que se injectasse com esta hormona
tornar-se-ia mais escura). Fig. 44 Um dia ao sol.

~ VAMOS PENSAR

Porque será que o uso de óculos escuros na praia pode ser uma potencial
ajuda para apanhar queimaduras na pele?

Como se consegue um corpo bronzeado?

Se a pele for clara, a ausência de um tom bronzeado significa que as


células da pele não estão protegidas das radiações ultravioletas do Sol.
Quem estiver nestas condições será um alvo fácil para apanhar queimadu-
ras solares quando se expõe demasiado tempo ao sol: a pele fica verme-
lha, dá dores fortes e em casos extremos apresenta mesmo bolhas. Estes
sinais não são mais do que a resposta da pele à acção da radiação UV.
160 UNIDADE 2 - NA ATMOSFERA DA TERRA, RADIAÇÃO. MATÉRIA E ESTRUTURA

Para se conseguir um tom bronzeado, a exposição solar deve ser con-


trolada em relação ao tempo e à hora do dia.

Porque se consegue a pele vermelha com dores em vez de uma


pele bronzeada e indolor?
A queimadura não é mais que um eritema causado pelas radiações
UV-B que fazem aumentar o fluxo de sangue até à pele afectada e que
aparece, normalmente, após quatro horas da exposição, tendo um pico
máximo nas oito a vinte e quatro horas seguintes.
Simplificando, significa dizer que as radiações UV produziram alguns
estragos a nível celular e que o corpo responde com o aumento do fluxo
sanguíneo até à zona capilar da derme de forma a produzir células para
reparar o estrago efectuado; o sangue extra causa a vermelhidão -
quando se pressiona essa zona (queimadela), ela fica branca voltando
depois a ficar vermelha quando os vasos se voltam a encher de sangue.

o que são radiações UV-B?


Como já se referiu, as radiações UV podem ser classificadas em três
categorias:
UV-A - radiações UV de menor energia, fonte do bronzeado e não
absorvidas pela camada de ozono;
UV-B - radiações UV de energia intermédia, fonte das queimaduras e
que são normalmente absorvidas pela camada de ozono;
uv-c - radiações UV de maior energia, que são filtradas na atmosfera
(absorvidas pela camada de ozono) e que normalmente não
alcançam a Terra.

Sabe-se que 99% das radiações UV que chegam ao nível do mar são
radiações UV-A e que são as radiações UV-B as causadoras da maior
parte dos problemas relacionados com a exposição ao sol: rugas, pele
estragada, cancro ... embora as pesquisas cada vez mais se inclinem
para a implicação também das radiações UV-A.
Um dos aspectos interessantes relacionados com as radiações UV é
poderem ser reflectidas por diversas superfícies, amplificando os efei-
tos da exposição: a neve, por exemplo, reflecte cerca de 90% destas
radiações, razão pela qual se pode ficar cego ou apanhar queimaduras
solares quando se pratica sky num dia de sol; a areia pode reflectir até
cerca de 20% das radiações UV-B, o que significa que se pode ter uma
exposição extra na praia ...
No entanto, existem certos materiais que não reflectem aquelas
radiações, mas, pelo contrário, as absorvem parcial ou totalmente: o
vidro, é um exemplo de uma destas substâncias, assim como os cre-
mes solares que têm, na sua composição, produtos químicos que, como
o vidro, absorvem as radiações UV.
4. O ozono na estratosfera 161

E como funcionam os cremes solares (filtros solares)?


É evidente que os cremes solares para serem protectores têm que
bloquear ou absorver as radiações UV.

Assim, os cremes solares podem ter na sua composição, por exemplo:


- óxido de zinco branco que é um creme opaco às radiações (aquele
que se põe no nariz e que parece uma pintura índia) assim como
óxido de titânio que é quimicamente estável e não causa fotoalergia
ou dermatites de contacto.
- ácido p-aminobenzóico e ciclamatos que absorvem as radiações UV-B;
- benzofenonas que absorvem as radiações UV-A;

Como podemos saber que um determinado creme, gelou óLeo


solar são adequados para uma determinada peLe?

Todos os cremes solares são classificados com o índice de protecção


solar (IPS) que funciona como um factor multiplicativo: se alguém conse-
gue estar ao sol, por exemplo, durante 15 min sem problemas, quando
aplica um protector de índice 10 então não haverá problema durante
150 min (este factor aplica-se apenas para as radiações UV-B).
Mas para que o protector funcione, é necessário ter em atenção o tipo
de pele, devendo ser aplicado em muita quantidade e repetidas vezes.

Com tantos perigos devido à exposição soLar, porque será que os


pediatras acham importante a ida das crianças à praia?

A exposição às radiações UV activa a produção da vitamina D no


nosso organismo.
Esta vitamina favorece um crescimento normal porque ajuda a metabo-
lizar o cálcio; a falta deste metabolismo leva ao raquitismo que normal-
mente se traduz por pernas tortas e joelhos
valgos.
Durante muitos anos usou-se o óleo de
fígado de bacalhau como fonte da vitamina D;
hoje, para evitar rejeições ao óleo (não era
agradável de ingerir), adicionam-se as vitami-
nas a diversos alimentos.
Fig. 45 Leite vitaminado e sumo vits-
minado.

ACTIVIDADE PRÁTICA DE SALA DE AULA - APSA 5


Desenvolvimento no Livro de actividades.

QEC10-l1
162 UNIDADE 2 - NAATMOSFERA DA TERRA: RADIAÇÃO, MATÉRIA E ESTRUTURA

4.5. Implicações da destruição da camada de ozono


As implicações mais significativas são:
- 30% de aumento do cancro da pele (não fatal);
- danos nos olhos como o aparecimento de cataratas;
- afectação do sistema imunológico:
- desaparecimento das espécies e aparecimento de mutações genéti-
cas (nos seres menos evoluídos, como o plãncton e as plantas);
- mudanças no clima.

4.6. Alternativa aos CFC

Alternativas
aos CFC
Prós
I Contras

- Degradam-se mais rapidamente (2-20 anos). I- Entram na composição dos "gasesde estufa".
- São 90% menos perigosos para a camada - Destroem o ozono, especialmente se usa-
de ozono. dos em grandes quantidades.
HCFC - Podem ser usados em sprays (aerossóis), - HCFC-123causa tumores no pâncreas.
(hidroclorofluoro- refrigeração, ar condicionado, espumas e - Podem baixar a eficiência energética das
carbonetos) agentes de limpeza (embora com restrições). suas aplicações.
-A produção de HCFC-134a produz igual
quantidade de metilclorofórmio (destrui-
dor do ozono).

- Degradam-se mais depressa (2-20 anos). - Entram na composição dos "gasesde estufa".
HFC
- Não contêm cloro, destruidor do ozono. - Desconhecem-se questões como a inflama-
(hidrogeno-
- Podem ser usados em sprays, refrigerado- bilidade e a toxicidade.
carbonetos)
res, ar condicionado e espumas. - Causam diminuição da eficiência energética.

- São baratos e de fácil aplicação. - Podem ser venenosos.


Hidrocarbonetos
- Podem ser usados em sprays, espumas, - São inflamáveis.
(propano, butano)
refrigeração e agentes de limpeza. - Provocam poluição ao nível do solo.

- Alternativa simples para refrigeração, lar- - É tóxica por inalação.


Amónia
gamente usada antes dos CFC. - Deve ser manuseada cuidadosamente.

- Poluição da água, que tem de ser tratada.


- Eficazes em algumas operações de limpeza
Água e vapor - Desperdício da água, a menos que seja des-
de instrumentos médicos.
poluída e reutilizada.

Terpenos
- Eficazes na limpeza de peças electrónicas. - Nenhuns.
(cascade citrinos)

- Eficaz na refrigeração em frigoríficos, em - Este gás pode tornar-se escasso se usado


Hélio
ar condicionado e em arcas frigoríficas. em larga escala.

QUADRO VIII • Alternativas aos CFC.


4. O ozono na estratosfera 163

4.7. O que tem sido feito para evitar a continuação da


destruição da camada de ozono?
A Convenção de Viena para a Protecção da Camada de Ozono (1985)
estabeleceu as linhas gerais para a negociação do Protocolo de
Montreal (1987).

Este Protocolo foi o primeiro acordo global assinado onde se previu a dimi-
nuição da utilização dos CFC para cerca de metade até ao ano de 2000.

Uma das conclusões do Protocolo de Montreal e dos seus aditamen-


tos estabelece a proibição de produção de CFC a partir de 1995 e a
erradicação total até 2030.

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-2.6
a. Segundo o Procolo
ro de Montreal
L
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Nível crítico de Cl
U
O buraco antárctico
deverá desaparecer

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1960 1975 2000 2040 2080
Fig. 46 Evolução da concentração de cloro na atmosfera.

Os países da União Europeia estabeleceram, no entanto, medidas


ainda mais restritivas do que as consignadas pelo Protocolo de Mon-
treal: reconhecendo as suas responsabilidades no Ambiente Global, con-
cordaram em acabar com a produção de CFC desde o início de 1995 e
adoptar medidas restritivas para outros compostos também responsá-
veis pela diminuição da concentração do ozono estratosférico.

ACTIVIDADE PRÁTICA DE SALA DE AULA - APSA 6


Desenvolvimento no Livro de actividades.
182 UNIDADE 2 - NA ATMOSFERA DA TERRA: RADIAÇÃO. MATÉRIA E ESTRUTURA

Arranjo Outros
Geometria Pares de Ângulo
espacial dos exemplos com
da electrões Exemplos de
dupletos a mesma
molécula não ligantes ligação
ligantes geometria

BeClz
180·
H-C=C-H
O Linear O=C=O 180·
BeHz
Linear

8C13, CzH.,
O Triangular 120·
coi ,N03

Triangular plana
Angular 116,so

O Tetraedro 109,so

Piramidal
106,r
trigonal

Tetraédrica

2 Angular 104,so

ACTIVIDADE PRÁTICA DE SALA DE AULA - APSA 8


Desenvolvimento no Livro de actividades.

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