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Fizeram esta Memória:


Álamo Oliveira, Alberto Vieira, Borges Martins, Carlos
Faria, Dias de Meio, Eduardo Bettencourt Pinto, Eman.uel
Jorge Botelho, J.H. Santos Barros, Luís de Miranda
Rocha, Norberto Duarte, Onésimo Teotónio de Almeida,
Rui Filipe, Urbano Bettencourt, Vital Ferrão.

Outubro 1980

REVISTA AÇORIANA DE CULTURA


PONTA DELGADA - AÇORES
Memória da Água Viva n.o 15

«Os Açores são e serão sempre de Portugal; (ou) aio a mais pura
e IIdlma expressão de tudo o que é caracteristicamente nacional,
a mais perfeita obra da colonlzaçio portuguesa dos séculos XV e
XVI (.u)
O açoriano é assim por todos os motivos verdadeira e 8SS8n-
clalmente português, o português puro que nas épocas gloriosas
da nossa história se Isolou no meio do Atlântico...

Luis da Silva Ribeiro


-OS AÇORES DE PORTUGAL-, A.H. 1919,pp 12e 17
Memória da Água Viva n.o 17

A Açorianidade em questão
Pensamos que o periodo que me- gerais da sua teorização, passando dades (9), dum bainjsmo insular, por
deia o governo do Presidio (1583/ numa segunda fase à constatação de vezes e exarubado (10), dum fraco
1642) marca indelevelmente o modo tal durante o periodo que nos inte- sentido e nacionalidade (11) e duma
de ser e pensar açoriano e por isso ressa (1580/1642), e o contributo que introversão, hermetismo, anseio de
mesmo se toma oportuno referenciar dai adveio para o fortalecimento e libertação e autonomia (12).
aqui alguns elementos concludentes alicerçamento da mesma. 11 - O mar, realidadepalpitante
dessa afirmação. Para tal decidimo- Deste modo podemos descriminar definidora duma personalidade, per-
-nos por uma exposiçã> em traços dois factores determinantes e criado-
sonificada no termo «arquipélago..,
gerais da Açorianidade, destacando res dessa mentalidade insulana: o alarga-se por 181500 Km2, numa
ai os conceitos operatórios, as linhas factor geográfico e o histórico, área de terra firme de 2337 Km2 (13);
de força da sua definição e alicer- A- O geográfico evidencia-se «o mar é não só o seu conduto
çamento na historiografiacontempo- como uma constante do devir histó- terreal, como o seu conduto anémico.
rânea, dando de seguida o contributo rico açoriano e da luta ou inserção no As ilhas são o efémero, o contigente:
deste periodo que medeia o dominio novo meio geográfico desde o séc. só o mar é eterno e necessário.. (14).
filipino, equacionando alguns dados XV. Temos a caracteristica e a pre- Para Luis Ribeiro a melancolia, a
sobre as mutações culturais e men- mência do meio ambiente, a que se monotonia, o carácter sismador, a in-
tais. ligam de modo relevante várias con- dolência, saudosismo... surgem c0-
A Açorianidade não é uma criação dicionantes do mesmo, como a insu- mo reflexo da dominância do mar
do tempo presente, pois que esta já laridade, o mar, as condiçí>esatmos- (15). Enquando Cunha Oliveira, em
havia sido alvo de discussões ao féricas, os sismos e vulcões. razão das propriedades do iodo do
longo dos tempos efervescentes do Luis Ribeiro destaca neste caso a
mar, aponta o grau considerável de
século passado e na primeirametade permência do vulcanismo, a presen- inteligência do açoriano, a sua emoti-
do nosso século ao nivel literário. ça constante do mar, a insularidade vidade e sentimentalidade exacerba-
Hoje vivemosmais um momentode ou isolamento do resto do mundo, a da (16).
acesa discussão da mesma (1). humidade do ar, a nebulosidade do
«Em suma, o mar é para o povo
No entanto,foi com V. Nemésioe céu, a temperatura oscilante entre ilhéu uma presença, um apelo uma
Luis Ribeiro que tal conceptualização estreitos limites, a pressoo atmosfé- realidade que o atinge profundamen-
ganhou corpo passando o termo - rica, os vendavais e as tempestades, te.. (17).
Açorianidade - a definir, em expres- a paisagem - que influenciam de
são mais cabal, o modo de ser e 111- As condições atmosféricas
modo evidente a «religiosidade pro-
mantêm-se actuantes no modo de
pensar açoriano. funda, espírito de submissão, indo-
O etnólogo açoriano Luís Ribeiro lência, imaginação criadaa, sentioo ser açoriano, em razoo do alto grau
através duma vasta obra distribuida de perfeição e do pormenor, espírito de humidade e consequente nebub-
sidade (18), como caracterizadoras
por jornais e revistas (2)dá-nos conta satirico, certo grau de saudosismo,
dessa caracteristica mentalidade talvez mais acentuado do que no da sua indolência, melancolia (19),
açoriana alicerçada nos elementos continente» (7). «torpor açoriano.. ou «momaça.. (20),
mais dominantes do meio açoriano. Na mesma linha, também em Ne- saudosismo, vaga tristeza (21).
Vitorino Nemésio, um dos nomes mésio a importância do meio geográ- IV - Os sismos e vulcões (22)
maiores da Íiteratura açoriana e por- fico é sobrevalorizativa. surgem como dominantes da paisa-
tuguesa, também se evidenciou pelo «A geografia, para nós, vale outro gem histórica açoriana,marcando in-
seu contributo para a teorização da tanto como a história, e não é de- delevelmente a personalidade ilhoa.
Açorianidade (3), de modo que em balde que as nossas recordações «O abalo sismico provoca no homem
parte da sua obra literária perpassa o escritas inserem uns cinquenta por e até nos animais uma impressão de
modo de ser e estar no mundo do cento de relatos de sismos e enchen- incerteza e dúvida, um sobressalto
açoriano. Assim, vemos o açoriano tes. Como as sereias, temos uma constante, que deixa fundos sulcos
temeroso em face dos sismos (4), na dupla natureza: somos de carne e de no seu moral.. (23).
sua azáfama diária ligado ao mar que pedra. Os nossos ossos mergulham Guilherme Humbolt, fazendo eco
sempre o acompanha (5), ou cantan- no mar» (8). desta opinião dá-nos conta do modo
do em «a nossa naturalidade insular Salientam-se neste caso, como já e das razões conduoentes a tal in-
e actividade dos Açores» (6). vimos, a insularidade, o mat as con- fluência: «Esta impressão não pro-
A partir do contributo destes dois dições atmosféricas e os slsmos e vém a meu ver, do facto das ima-
estudiosos a teorização da Açoriani- vulcões. gens das catástrofes, cuja recorda-
dade ganha lugar de destaque na I - A insularidade (8A) dominante ção a história conservou, se apresen-
discussão histórica-literária açoriana. e actuante ora evidencia o isolamen- tarem em massa no nosso espirito. O
A Açorianidade, como não podia to destas em relação ao velho con- que se apodera de nósé a perda da
deixar de ser, mergulha as suas rai- tinente europeu e ao reino e um re- nossa confiança inata e na estabili-
zes no devir do processo histórico, no tardamento na divulgação dos acon- dade do solo. Desde a nossa infância
meio geográfico que, em última ins- tecimentos (como sucedeu em 1578 habituamo-nos ao coqtraste entre a
tância, avivam ou evidenciam tal mo- com o desastre de D. Sebastião em mobilidade da água e a imobilidade
do de ser (e estar no mundo) e Alcácer-Quibir e em 1640 com a Res- da terra. Há um poder desconhecido,
pensar. Assim partiremos para a nos- tauração) ora marcando uma indivi- até então que se revela de repente; a
sa análise apontando as raizes pro- dualidade local (insulana), dum servi- calma da natureza era apenas uma
fundas da Açorianidade e as linhas lismo pouco comum face às autori- ilusão e sentirno-nosviolentamente
,
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Memória da Água Viva n.o 18

arremessados para o caos das forças que. demarca a sua personalidade violento era quando oportuno. a solu-
destrutivas. Então cada ruldo. cada pondo à prova a sua existência no ção. Assim sucedeu em 1595, 1599 e
sopro de vento. excita a nossa aten- campo de batalha ou no da defesa. 1622.
ção; desconfiamos sobIetudo do dIão O temor é o denomiredor comum Neste âmbito surgem isoladas as
em que pomos os pés. Os animais. dessa acção. quer no campo de ba- acções da população face aos autos
principalmente os poroos e os leões. talha, quer fora dele. Dai advém uma de aclamação de Filipe I (em 1583) e
experimentam igual angústia (24). mentalidade atribulada. atemorizada 11 (em 1599) que levantam certas
B) - O histórico. complementar do e submissa face ao perigo, ou sau- questões que põem em causa o que
geográfico é mais dinâmico e de or- dosista que aguarda ou prevê dias atrás afirmamos. Corno compreender
dem cumulativa. pois que o seu cam- melhores. Desta fase demarcam-se 2 que os terceirenses aclamem D. An-
po de influência se entranha no devir curtos períodos (1580-1583, 1640- tónio e pouco depois Filipe I e 11e D.
do processo histórico insulano aqui -1642) marcados pela guerra. morte, João IV? Tal só tem explicação no
encarado como um txIo regional. violência e insegurança CIO que será o clima de terror e perseguição que
não alheio às permutas que advêm amanhã em que o viver-o-momento- norteava a acção dos govemadores e .
dos contactos com o reino e com as -presente é marcado pelo minuto, do modo de ser submisso da popu-
várias partes do mundo. Equacionan- segundo, hora e dia (27). É um mo- lação insulana. Quer seja servilismo,
do aqui a importância geo-estratégi- mento (1583-1640) assinalado com quer seja luta pela vida. ais manifes-
ca (25) destas paragens. uma tarjeta negra do danínio filipino tações cá ficam a atestar a ambiva-
Aqui convém destacar dum lado a em que açorianos e representantes lência da mentalidade açoriana. soli-
religiosidade açoriana, bastante ca- filipinos (govemo do Presidio...) nun- cita e contestatária.
racteristica e delimitadora duma n0- ca estiveram de boas relações e Tudo isto e o mais que caracterizou
va mentalidade. e os acontecimentos sempre se evidenciaram por con- a vivência histórica insulana entre os
históricos de ordem politico-econó- tactos conflituosos que às vezes che- séculos XV e XVII, atesta e acedeia a
mica (1580-1642,1820-1832, piratas gavam ao confronto aberto, como su- mentalidade açoriana, cbminando ora
e corsários...) que na global idade cedeu em 1622 com o bombardea- o etemo sentimento de insegurança
marcarão por fases a consolidação mento da cidade por parte do gover- (de si próprios) e do que de seu
da mentalidade no devi r do processo nador do Castelo. A forçado Presídio possuiam. em face dos constantes
histórico açoriano. Assim temos uma e a construção do Castelo de S. Filipe abalos sismicos e erupções vulcâni-
primeira fase - 1450-1520 - em surgem para os terceirenses como cas, assaltos de piratas e corsários e
que do processo de ~ção e colo- medidas vexatórias, demarcando-se a guerra do periodo da resistência e
nização do território, mde actuam nos confrontos como justificativas e da Restauração. Em contraste com
colonos continentais e flamengos denunciadoras desse conflito e a não isso temos o refúgio na religião atra-
(franceses?), se começa a delinear adaptação dos locais ao govemo de vés duna Dt'áticamuito autónoma,que
uma individualidade, não alheia ao submissão que perduroupor 58 anos, dá ao ilhéu a segurança que o viver
facto geográfico, que tomará corpo 7 meses e 11 dias. O «Cativeiro da quotidiano lhe nega.
com o evoluir do processo. Conflitos Babilónia.. do Povo açoriano. «A Religião. de um modo geral,
entre o Velho e o Novo meio am- Poucos foram os governadores que actua como modelo de vida, concep-
biente - adaptação ou transforma- mereceram a consideração da popu- ção do mundo e ciência explicadora
ção? (26). lação terceirense e todos de um mo- de todos os fenómenos da natureza,
Numa segunda fase - 1520-1580 do geral marcaram a «ferro e fogo.. a enraizando assim toda uma mentali-
- em que o mundo restrito e fecha- triste memória do seu governo, me- dade.jDeste modo. a interpretação
do acabado de se formar se alarga recendo por parte dos locais o epiteto clerical dos fenómenos violentos da
tomando lugar de destaque na di- de torcionários, algozes... natureza é dominante nos Açores,
nâmica estrutural e conjuntura! dos Era intenção do monarca espa- tendo uma acção muito nfluente na
séculos XVI-XVII dominada por uma nhol conseguir a completa pacifica" reacção da população aos sismos e
nova «economia de mercado... Os ção da Ilha Terceira e a sua conse- vulcões.. (28).
Açores destacam-se aqui como pon- quente submissão, mas nunca o con- Os simos e vulcões, as tempes-
to geo-estratégico e o a;oriano, em seguiu, de pouco valendo as variadas tades, fomes, pestes (1599). assaltos
face de tal, toma contacto com no- cartas de perdão e ofertas da sua de piratas e corsários. surgem na ba-
vos produtos (especiarias...) homens parte. se da interpretação clerical c:ornOcas-
(europeus, escravos...) e mercados O ideal nacionalista revigorou na tigos divinos ou sinal da ira divina
(Indias Orientais e Ocidentais...). O luta de resistência e mantinha-se co- face ao desregramento das popula-
sentimento inicial de solidão e isola- mo uma esperança libertadora, ma- ções da comunidade cristã. perante
mento esvanece-se durante a época terializada ou não no messianismo o que apenas resta a submissão ou
estival, altura de passagem das ar- sebástico. súplica. oração, promessa e sacrifi-
madas das rotas. para se reavivar na Se em 1601 com o fim da força do cio do homem, solicitando a interces-
época invemal. Presidio se retirou um dos aguilhões .são da Virgem Maria ou dos santos
A terceira fase - 1580-1642 - que amordaçavam os terceirenses e Padroeiros. Do castigo e do sinal
surge como consequêrcia da segun- entre 1585-1603 se realizaram 50 passa-se ao milagre.
da, pois que esse alargamento da casamentos entre os bcais e as for- É através desta linha argumental
visão insulana conduziria a um pe- ças que ficaram de guamição ao que se processa o sentimento ae
ríodo de vida conturbada, em que é Castelo, o espirito e a Castelhano- religiosidade popular em face dos
posto à prova o seu rrodo de ser e fobia intransigente nfl> mudou ou fenómenos violentos, tendo a ex-
existir insulano, face a uma luta con- terminou, pois as polémicas manter- pressão mais cabal nos escritos de
tra o subjugador ou usurpador filipino -se-ão sempre acesas e o confronto Fructuoso.Assimos sismos,vulcões
Memória da Água Viva n.O 19

(29), as assaltas de piratas e corsá- teza e temar utilizadas para um bem NOTAS
rias (30) a guerra face ao. avanço viver e falia. É a caso das festas do.
castelhano. (31) surgem neles como. Espírito.Santo.- das Falias, das too-
um castigo. divino. e um sinal da ira radas-à-corda (que se evidenciam a
divina. partir da damínia filipino.). (1) v. por exemplo, .Contexto- (página literária do
Das manifestações culturais autó- Veja-se, por exemplo.,que a perío- semanário .Açores-) ou a revista.A Memórie de
Ague Vive-, nos seis números já publicados.
no.mas em relação. à hierarquia reli- do que decorre entre 1580-3, marca- (2) V. slntese da sua obra feita por João Afonso
gio.sa e que surgem como. uma ima- do pela vio.lência da guerra contra a em anotações, Colectânea Artigos, Subsldlos
para um ensaio sobre e açorienld8de, Angra do
nação. dessa dupla mentalidade atri- invasor filipina é assinalado por vá- Heroismo, 1966, pp 75/85.
bulada, destaca-se o.culto. do. Espírito. rias festas comemo.rativas, quer da (3) v. teorização da açorianidade nos seguintes
Santo. e as súplicas públicas (32). vitória da Salga, quer da vinda da tão. estudos: .0 Açoriano e os JIw;ores-in, Sob o.
.Ignos de agora, Coimbra 1962; .Tipos Açorea-
Neste caso em face das sismo.s e desejado. auxílio.das tro.pasde Fran- nos-, in .Antologle da Terra Portuguesa - a.
vulcões é de salientar o. culto. do. Es- Açores, Usboa 1964.
ça, quer na recepção.a D. António.em (4) O Conto a .MI_lcórdle-, incluldo em Peço
pírito. Santo. que mergulha as suas 1582. do Mllhefre, Coimbra, 1924, pp. 152 a 156.
Deste modo., o. sentimento. atribu- (5) .Meu Tempo no Cenal-.
o.rigens em tais fenómeno.s de tal (6) 1At.à .Sepetele Açoriene, Andamento Ho-
modo. que não. há «memória de erup- lada e triste face à vio.lênciada guerra landês e outros poem88, Lx. 1966; V. de modo
ção. o.u sismo. vio.lento. em que este caminha a par e passo com a alegria espec;al os poemas .Alarme nas ilhas- e Corsá-
rios' à vista-.
não. fo.sse invocado. e em que se lhe - as falias que fazem esquecer a (7) Subsldlos para um ensaio sobre a açorienl-
dede, pp. 15/16.
não. prestasse culto. especial» (33). perigo iminente o.u não.. (8) .A Açorianidade-, in Insule n..s 7/8, pp. 88.
A concluir destacaremos alguns as- A terminar, temos que a personali. (8A) M.C. Vallaux - Le Mer - Paris, 1903-
dá conta da insularidade como resultado da
pecto.s deste liame variado. que, em- dade base da Pavo.açoriano.assenta estreneza de espaço, uniformidadedas condicoes
bora fazendo parte do histórico e geo- em facto.res de carácter geográfico físicas, fixidez, do quadro costeiro (cit. por E.M. de
La Rüe - L'Homme et le. Ii..-, Paris 1935, p.
gráfico, destaca-se destes por mera (insularidade, mar, condições atmas- 60).
razão acadêmica, no intuito de vincar a féricas, sismo.s e vulcões) actuantes Para L. Febvre a insularidade rão existe, enquan-
influência marcante de certos aconteci- e caracterizadaras do moda de ser e to o isolamento não é um facto geográfico mas
humano. V. o seu estudo Le Terra et L'evolutlon
mento.s do. devir histórico em face da estar na mundo. do colo.no.que aí hurnelne, Paris 1922. V. igualmente Wallace -
assento.u a sua marada desde a sé- 1.lenel Llfa, London 1892.
mentalidade e religiosicBje açorianas. (9) V. Luis Ribeiro, Subaldlos para um ensaio
Assim, convém salientar em primeira culo. XV, tenda-se modelada e de- sobre e açorienldede, p. 47; E.M de La Rüe -
marcado. da continente através da L'Homrne et le8 lIe.-, Paris 1935, p. 59/60.
lugar as sismos e vulcões, as assal- (10) José Agostinho, .Dominantes histórico-so-
tas de piratas e corsário.s, que sur- acumulação. de factares de ardem ciais do povo açoriano- in L.. da 11Semana de
histórica a que se prendem à reli- Estudos dos Açores, Angra do Heroísmo, 1963,
gem como. um traço constante na p.163; E.M. de La Rüe, ibidem.
panarâmica histórica açoriana. giosidade dum lado. e os aconteci- (11) Luís Ribeiro, op. cit., p.48; E.M. de La Rüe,
ibidem.
Os sismas surgem com uma pe- mento.s marcantes da guerra, da Pi- (12) A. Cunha de Oliveira, .As Dominantes N;-
riodicidade assinalada entre 30 e 50 rataria e Co.rso,da resistência (1580- tuais do Meio Açoriano-, L. da 11Semena de
-3), Restauração.(1641-2) e do.mo.vi- Estudos do. Açores, pp 179/183; E.M. de La
ano.s para as de fraca intensidade'e Rüe, ibidem.
de 100 ano.s para os de brte intensi- mento. liberal (1820-32), por autro.. (13) V. Comissão de Planeamento da Região
Deste moda a açorianidade surge Açores - Encontro dos presidentes em Angra do
dade. Enquanto. as assaltas de pira- Heroísmo, p.1.-cit. por Caetano Valadão Serpa, A
tas e carsários, embora isoladas e como. síntese reflexiva da devir e Gente dos Açores, Lx. 1978,p.sa.
(14) Vrtorino Nemésio, O Açorieno e 08 Açores,
espaçadas, surgem em grande quan- meio. histórico-geográfico açoriano.. p.134.
tidade desde a segunda metade do (1$) Luís Ribeiro, ibid., p.59.
(16) Cunha de Oliveira, ibid., pp. 178fl9.
séc. XVI, mas nunca aIaInçando gran- (17) Caetano Valadão Serpa, ibid., p.59.
de envergadura. Tal só sucederá du- (18) José Agostinho, ibid., pp. 146/48.
(19) Cunha Oliveira, ibid., p.178
rante o. do.mínia filipino. com as incur- (20) José Ribeiro, ibid., p.35 e 52
sões de ingleses, ho.landeses e mo.u- (22) A.Vieira, .Apontamentos para o estudo das
crises sísmicas nos Açores- i1 A Memórie de
ras que perduram para além da Res- Ague Viva-, N..6 pp 7/25
tauração.. Neste campo destaca~se a (23) Luís Ribeiro, ob., cn., 25
Ilha das Fiares, certamente a mais P.S. Este texto faz parte dum traba- (24) ibidem. pago25
(25) Saliente-se que a importância geoestratégica
assolada por tais assaltos. lho - ceDoDomínio Flllpino à do Arquipélago, não é só uma realidade do séc.
À vialência das assaltes e ao. es- Reatauraçio na Ilha Terceira XV/XVII, pois no séc. XX bem se tem evidencia-

pectáculo. infernal e catastrófico dos -


1580/1642» apresentado con-
do; A Base Americana das Legas, Ilha Tercejra e
Base Francesa da Ilha das Aores.
vulcões e sismos, junta-se a vialên- juntamente com João dos San- (26) V. Estudo de Cartos Alberto Madeiros, .Acer-
ca da ocupação Humana das ilhas portuguesas
cia e crueldade da guerra, que dami- tos Ramalho Cosme, Maria Fer- no Allàntico-, in Flnlaterra, vol. IV pp. 95 e segs.
nando dos Santos Rato e Maria (27) V. relatos destes acontecimentos na Relação
na a período. de 1580-3 e 1641-2, de 1611, crónica de Pedro Frias e obra de Soto
como. acalentadares duma mentali- Margarida Salgueiro de Sousa Maior.
dade temerasa, submissa, atribulada, Monteiro, à cadeira de "História (26) A. Víeíra ibidem, p.17 e CarTeiroda Costa, .A
Religiosidade do povo açoreano através do seu
cujo.s reflexos ainda haje se fazem Moderna de Portugal», regida folclore-, in LIvro da 11Semene de Estudos dos
sentir. pelo prot. Sal/es LDureiro. Ano Açores, Ponta Delgada, 1964 p.75 e seguintes.
lectivo de 1979/80 - Faculda- (29)V.Seudede8da Terra,~ivro IV, volume 111,
Mas apenas referenciar a aspecto. cap.lI.
triste e melancólico é falsear a men- de de Letras de Lisboa. (30) Ibidem livro VI, capitulo XVii; Frei Agostinho
Montalveme, Crónica da Provlnclll d.SIo João
talidade açoriana, pois que ela mes- Evengellete, volume I, p.98 e 99.
(31) Ibidem, L.- VI, capoXXVI, p. 198.
ma se arienta por facetas contrári~, (32\ A. Vieira, ibidem, p. 17 a 19 (articulacão do
marcadas por uma alegria de ser e A/berto Vieira tema e bibliografia ai aduzida sobre o mesmo).
(33) Luis Ribeiro, ibidem, p.29.
viver, por vezes levadas até ao. últino.
limite, sendo por vezes determinados
aspectas denunciadares dessa tris-

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