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Expandida e Ressonâncias
Resumo:
O artigo aborda a criação de 05 novos projetos para os
Teatros da Fundação Municipal de Cultura, Francisco Nunes e
Marília, através de duas linhas de ação: Arte Expandida,
voltada para a experimentação das linguagens artísticas e
Ressonâncias, que trabalha especificamente com a música.
Discute, a partir dos projetos que se reúnem nessas linhas de
ação, a gestão pública, as manifestações artísticas e culturais
e os diálogos passíveis de serem abertos na cidade. Os
equipamentos públicos passam a ser reconfigurados para dar
conta do campo de complexidade próprio da arte e da
cultura. Finalmente, enfatiza, o desenvolvimento das ações
e seu monitoramento.
Uma das respostas foi a criação das linhas de ação Arte Expandida e
Ressonâncias, constituídas de projetos cênicos, plásticos, musicais, de natureza
híbrida e propulsores do pensamento criativo e crítico.
Quanto à Mostra de Artes Cênicas para Crianças, esta já havia sido criada nas
gestões anteriores, com o nome de Mostra de Teatro Infantil, realizando em
2007, a sua 12a edição. Inicialmente no Teatro Marília, a Mostra estendendo-se
para o Teatro Francisco Nunes, tornando-se um evento marcante de difusão e
discussão da produção cultural para crianças. A modificação do nome resultou de
uma avaliação feita na nossa gestão, no sentido de ampliar seu conceito: passou
a ser um pequeno festival que inclui não só espetáculos de teatro, mas também
de dança, teatro de bonecos e circo. Além disso, procura realizar seminários e
apresenta uma Feira Pequena, na qual são oferecidas oficinas, shows,
brincadeiras, contação de histórias, incluindo venda de cds, livros, brinquedos
artesanais etc. Os espetáculos da Mostra são todos gratuitos e procuram
abranger, como público preferencial, as crianças e suas famílias.
Quando se tem por tarefa a criação de novos projetos, surge a questão: a partir
de que pressupostos? Quais seriam os indicadores que poderiam apontar para as
necessidades de uma gestão de políticas públicas para a cultura?
Além disso, entendemos que políticas públicas para a cultura devem levar em
consideração não só as demandas dos produtores culturais organizados, mas
igualmente, as necessidades da sociedade.
Aqui começa o problema: a sociedade não é uma massa disforme e nem dividida
em blocos rígidos, mas compõe um universo de singularidades, de trânsitos e
devires. Daí a nossa escolha em colocar a ênfase na diversidade cultural,
seguindo, nesse aspecto, as diretrizes da Fundação Municipal de Cultura e a
gestão Gilberto Gil no Ministério da Cultura, de modo a traçar um plano que
contemple expressões culturais emergentes, transdisciplinares e transversais.
Em arte e cultura não existem universais vazios, mas a luta contínua por espaços
e meios de manifestação. Joost Smiers (p.28), por exemplo, demonstra que a
cultura vive muito mais o plano do conflito de valores:
“As tensões, conflitos e contradições relacionadas às artes
demonstram que os filmes, os livros, a TV, as imagens, o teatro, a
música e a dança não são adornos inocentes da vida.”
Cabe lembrar que no primeiro ano de implantação, 2006, Arte Expandida contou
com um projeto de literatura - Zona de Invenção Poesia &, do performer e poeta
Ricardo Aleixo e convidados. O projeto reunia performances poéticas,
entrevistas, ocupando o foyer do Teatro Francisco Nunes nas sextas-feiras, antes
dos espetáculos.
Laboratório teve, na sua primeira execução, três fases: 1ª) Seminário com
especialistas focalizando a cena contemporânea e incluindo artistas locais; 2ª)
Oficinas de Criação monitoradas pelos curadores e ministradas por artistas cujo
currículo acumula experiências em textualidades da cena (Antônio Araújo do
Teatro da Vertigem e André Semenza e Fernanda Lippi do Zikzira Teatro Físico,
grupo com sede em Londres e BH) 3ª) Apresentações artísticas.
Após duas edições, o projeto vem sendo avaliado para seguir uma linha mais
voltada ao próprio seminário, trazendo cursos em 2008 (em parceria com o FIT) e
propostas de apropriação do espaço cênico em tempo mais curto, visto que a
agenda de um teatro tão requisitado como o Francisco Nunes não favorece uma
experimentação de longo prazo.
2. Ressonâncias
Para a criação dos novos projetos musicais, fazia-se necessário não simplesmente
apresentar mais um show, mas realizar o que chamamos, neste artigo, de
trabalho do conceito: a cartografia dos novos movimentos.
Hip-Hop in Concert –
2
Cf. www.overmundo.com.br
Quarta Sônica –
Contempla o rock independente e autoral. Até 2007, a Seleção era realizada pela
curadoria, que fazia o levantamento dos grupos emergentes na cidade,
convidados então a se apresentar no Teatro Marília, 01 vez ao mês, em 08
edições anuais. Para 2008 será publicado um Edital de Seleção, a fim de
proporcionar maior transparência e, ao mesmo tempo, divulgar melhor o projeto.
3. Conclusões
COHEN, Renato. Work in progress na cena contemporânea. São Paulo: Perspectiva, 1998
GIL, Gilberto. Cultura digital e desenvolvimento. Aula Magna proferida pelo ministro
Gilberto Gil na USP. Nova-e. Brasil, 10 de agosto de 2004. Disponível em:
http://www.lainsignia.org/2004/agosto/cyt_001.htm