You are on page 1of 56

Adoração

por John Wimber


Intimidade com Deus
A melhor coisa que o ser humano pode experimentar, é quando ele faz o que dá o
maior prazer à Deus.
Quem é o adorador mais devoto de Deus ? Quem tem o maior prazer em exaltar o
Todo-Poderoso ? Deus mesmo.
Esta ideia nasceu em mim, recentemente, quando lí o livro "Unity of the Bible" de
Daniel Fuller. Eu não havia notado esta ideia na Bíblia. Deus, de fato, louva a sí
mesmo. Em defesa da justiça de um inferno eterno, o Dr. Fuller declara: "A justiça
de Deus consiste em sua plenitude de seu louvor, ou glória. Assim como é com
Deus, também com as pessoas: [ alguem serve o que ele adora, comentário meu,
JW], portanto, cada ação servirá de base, a longo prazo, para sustentar esta glória
de sua deidade" (Pagina 188).
O que o Dr. Fuller escreveu, mexeu comigo, e me trouxe um novo entendimento
sobre a importancia do louvor. Eu sempre tive o conhecimento da importancia do
louvor. Eu tinha a compreensão que o desejo de Deus sempre foi que as pessoas
o adorassem. Passagens bíblicas como Exodo 34:14 ("porque não adorarás outro
Deus: pois o nome do Senhor é Zeloso; sim, Deus zeloso é ele) deixa claro o que
Deus quer. Mas eu sempre ví este texto, do ponto de vista de guerra espiritual.
Satanas quiz o louvor que pertencia a Deus, e ele sempre desviou a atenção das
pessoas para os vários substitutos que ele oferece para a humanidade. Sejam
falsas religiões, filosofias, ou riqueza material, o efeito é sempre o mesmo: o
homem está adorando outra coisa além de Deus.
Mas nunca me ocorreu que Deus ama tanto o que ele é – fidelidade, justiça, etc. –
que ele louva a sí mesmo. Alem do mais, Deus quer que estes atributos sejam de
grande valor para seu povo, de tal maneira que eles possam louvar a Deus,
também, pelo que ele é.
Nós, da Vineyard, desde nosso começo, fizemos do louvor, nossa mais alta
prioridade, acreditando que é do desejo de Deus, que nos tornemos, primeiro,
seus adoradores. Portanto, sempre voltamos a esta prioridade.
Provavelmente a lição mais relevante, que aprendemos no começo da Vineyard, é
que o louvor é um ato de dar livremente nosso amor a Deus. De fato, no Salmo
18:1 nós lemos: "Eu te amo, ó Senhor, força minha". Louvor também é uma
expressão de contemplação, submissão e respeito à Deus.
Vinde cantemos ao Senhor, com júbilo; celebremos o Rochedo da nossa salvação.
Saiamos ao seu encontro, com ações de graça, vitoriemo-lo com salmos. (Salmos
95:1-2)
Cantai ao Senhor um cantico novo, cantai ao Senhor, todas as terras. Cantai ao
Senhor, bendizei o seu nome; proclamai a sua salvação, dia após dia. Anunciai
entre as nações a sua glória, entre todos os povos as suas maravilhas. (Salmos
96:1-3)
O desejo do nosso coração, deve ser o de louvar a Deus. Pois foi com este
propósito que Deus nos fez. Se não louvarmos a Deus, certamente, adoraremos
alguem ou outras coisas.
Mas como devemos louvar a Deus ? O Velho Testamento descreve várias
maneiras:
Adoração:
Louvando a Deus simplesmente pelo que ele é – Senhor do universo.
Ações de graças:
Dando graças a Deus pelo que ele tem feito, especialmente pela sua obra de
criação e salvação.
Confissão:
O reconhecimento do pecado e culpa, e a subsequente confissão dos mesmos a
um Deus santo e justo.
Louvor involve não somente nossos pensamentos e nosso intelecto, mas nosso
corpo. Em toda a Biblia nós vemos diversas formas de louvor, como expressão,
através de orações, canções, tocando instrumentos musicais, danças, se
ajoelhando, se curvando, levantando as mãos e assim por diante.
Em João 4:23-24, nós temos texto chave para entender louvor, quando Jesus
disse: "Mas vem a hora, e já chegou, quando os verdadeiros adoradores adorarão
o Pai em espírito e em verdade; porque são estes que o Pai procura para seus
adoradores. Deus é espírito; e importa que os seus adoradores o adorem em
espírito e em verdade".
Jesus estava dizendo que o louvor tem que corresponder com a natureza de
Deus, que é espírito, e que precisa se basear na verdade, que é encontrada em
Cristo. No Novo Testamento, nós encontramos vários elementos importantes
sobre o louvor, que não vemos no Velho Testamento. Primeiro e mais importante,
é que adoramos o Pai, através do Filho, Jesus Cristo. Nosso louvor é centralizado
em Cristo. Nossas canções são centralizadas em Cristo: sobre ele e para ele.
Segundo, Jesus nos instruiu para lembra-lo e louva-lo através da Santa Ceia.
Terceiro, o Espírito Santo é que dirige nosso louvor (I Co 14), falando conosco
através de profecias, linguas e interpretação (Veja Atos 13 e 14).
Etapas no coração
Além de entendermos porque e como louvar a Deus, também ajuda entendermos
o que acontece quando louvamos a Deus. Na Vineyard, nós vemos cinco etapas
básicas de louvor, fases estas, que os líderes tentam conduzir a congregação.
Compreendendo que estas etapas contribui muito com nossa experiencia com
Deus. Na medida em que passamos por cada etapa, nossa direção é uma só:
adquirir intimidade com Deus. Eu defino intimidade como o ato de revelarmos
nossa a profundidade da natureza para alguem (neste caso, para Deus), e este
ato é marcado pela presença, contato e proximidade. (Explicarei estas etapas e
como elas se aplicam no louvor corporativo/congregacional bem como suas
aplicações no louvor privado).
Chamada à adoração
A primeira etapa é a chamada à adoração, cuja mensagem é dirigida ao povo de
Deus ou a Deus. É um convite. Isto acontece com canções cujo tema sejam o
convite para chegar na presença de Deus, ou canções de júbilo e proclamação.
O objetivo nesta chamada esta na ação: "Vamos agora, vamos adora-lo". A
seleção de musicas nesta fase é muito importante, pois estabelece o tom para a
união e direcionamento do louvor da congregação, para Deus.
Devemos fazer isto no começo de uma conferencia, quando tem muita gente
nova, e quase ninguem conhece as músicas ? ou devemos deixar pro final,
quando todos estão acostumados ? Se for um dia de Domingo, e for tempo do
louvor, será que a igreja praticou as obras do Senhor durante toda a semana ? ou
será que a igreja "terminou" junto o culto passado ? Se a igreja estiver indo bem, o
louvor de Domingo, deve ser sua expressão máxima. A chamada para o louvor
deve conter todas estas ideias. Tomara que cada membro da congregação esteja
consciente desses fatores, e que esteja orando para que o tom apropriado possa
ser estabelecido durante a chamada para a adoração.
Engajamento
A segunda etapa é o engajamento, a maravilhosa dinamica de conectar-se com
Deus e uns com os outros. Expressões de amor, adoração, louvor, júbilo,
intercessão e petição – todas as dinamicas de oração que estão interligadas com
o louvor – brotam do coração neste momento. Nesta etapa de engajamento, nós
louvamos a Deus pelo que ele é através da música, bem como através da oração.
Durante o periodo de louvor, lágrimas fluirão na medida em que
confrontamos nossa disarmonia em relação a harmonia de Deus; nossas
limitações em relação as infinitas possibilidades de Deus.

É claro que como individuos, podemos ter estes momentos à sós. Mas quando a
igreja se ajunta, Deus multiplica e magnifica sua presença manifesta.
Expressando o amor de Deus
Na medida em que movemos mais e mais nesta fase de engajamento, nos
movemos numa linguagem de amor e intimidade. A presença de Deus nos
estimula nossos corações e nossas mentes, tendo como resultado, a expressão
natural, através do louvor, de nossa gratidão pelo que ele é e pelo que ele tem
feito, e como ele tem feito, como ele tem movido através da historia bem como
pelos seus atributos e seu caráter. O júbilo acontece quando no nosso coração
desejamos exaltar a Deus. O coração e o centro da adoração é estarmos em
união com o Criador e com a igreja universal e histórica, que é seu corpo. Lembre-
se que louvor nunca para. E é um ato contínuo nos céus, e quando louvamos, nos
ajuntamos com o que já está acontecendo: a comunhão dos santos. Louvor "é a
coisa pra se fazer" nos céus. É isto que vamos fazer quando chegarmos lá,
portanto é bom começarmos agora.
Sempre, esta intimidade nos leva a meditar, mesmo durante o louvor, sobre nosso
relacionamento com o Senhor. As vezes lembramos de votos e alianças que
fizemos com Deus. Deus pode trazer à tona, disarmonias ou fracassos em nossas
vidas, logo, envolvendo confissão de pecados. Lágrimas começarão a rolar na
medida em que contrastamos nossa desarmonia com a harmonia de Deus, nossas
limitações com suas infinitas e ilimitadas possibilidades.
Expressão
Esta fase, na qual fomos despertados à sua presença, chamamos de
expressão.Expressões físicas e emocionais durante o louvor, podem resultar em
danças e movimentos corporais. Esta é uma resposta apropriada da igreja para
com Deus, se ela estiver no topo da onda. Mas tentar estimular a dança
artificialmente não é apropriado. O verdadeiro ponto focal do júbilo está no Senhor,
e não na dança em si mesma.
Tenho em visto em várias congregações, quando as pessoas tentam criar um
clima de júbilo, sem as obras do Senhor, especialmente sem as obras de salvação
e restauração. Inevitalvelmente fica aquem do verdadeiro jubilo, pois as obras de
Deus levam a um verdadeiro júbilo. No primeiro, a expressão de louvor é fabricada
enquanto a outra é genuina. Se não exaltarmos à Deus com nossas vidas, júbilo
se torna um falso exercicio durante o louvor corporativo.
Esta expressão então, atinge um ponto climático bem elevado, algo como um ato
de amor (Salomão usa a mesma analogia em Cantares). Nos expressamos o que
está em nossos corações, mentes e corpo, e agora esperamos para Deus
responder. Paramos de falar, e esperamos que ele mova, que ele fale. Eu chamo
isto da quarta fase, visitação: quando Deus todo-poderoso visita seu povo.
Visitação
Esta visitação é um sub-produto do louvor. Nós não o louvamos para ganhar sua
presença. Ele é digno de louvor ainda que nos visite ou não. Mas Deus "habita no
meio dos louvores de seu povo". Portanto sempre devemos vir preparados para
encontrar a Deus, quando o louvamos.
A igreja precisa acordar para o fato de que o Deus do universo nos visitará se o
louvarmos em espírito e em verdade. Muitas vezes quando os cristãos se reunem,
eles não estão esperando Deus fazer muito. Mas Deus é como o noivo, na porta, a
espera da noiva. Muitas vezes, como a noiva, nós esquecemos a razão porque
estamos alí, pois estamos espalhados em nossas preocupações e cuidados.
Nós devemos esperar que o Espírito de Deus trabalhe no nosso meio. Ele move
através de diferente maneiras – as vezes através de salvação, as vezes trazendo
libertação, santificação ou cura. Deus também visita seu povo através dos dons
proféticos. Sempre, o profeta genuino é muito tímido para falar. O Senhor
necessita nos aprofundar nos dons de profecia. Ele também nos visita através da
leitura inspirada das Escrituras, que traz consigo, uma compreensão profética para
aquele momento específico. Exortação, que é uma palavra de encorajamento,
pode vir desta maneira. Nós precisamos aprender a esperar no Senhor, e permitir
que Ele fale.
Generosidade
A quinta fase do louvor é o dar com substancia. A igreja conhece tão pouco
sobre dar, e mesmo assim, somos encorajados pela Bíblia, a darmos para Deus.
Quão patético ver pessoas que estão se preparando para o ministério, que não
sabem nada sobre como dar. Será que um atleta, entraria numa corrida, sem
saber como correr ? Se ainda não aprendemos sobre como dar dinheiro, ainda
não aprendemos nada sobre o que é vida cristã. Ministério é uma vida de dar. Nós
damos toda nossa vida; Deus deveria ter propriedade de tudo que é nosso.
Lembre-se que quando damos tudo a Deus, não só permitimos que ele esteja em
controle de nossos bens, para multiplicar e abençoar a outros, como também para
sermos participantes em seus empreendimentos.
Normalmente o chamado de Deus para mim poder dar, vem quando não estou
preparado, ou quando não tenho o que ele, a princípio, está pedindo. Seja
dinheiro, amor, hospitalidade, ou informação. Mas também, sempre que Deus quer
dar através de nós, primeiro, ele tem que dar a nós. Nós somos os primeiros a
participarem das colheitas Mas não somos convidados a comer as sementes que
ceifamos, e sim, plantá-la e distribui-la para outros.
A premissa é que independente do que somos, sempre seremos multiplicados,
seja para o bem ou para o mal. O que tivermos em nossos troncos, determinará
que tipo de fruta teremos. Portanto, a dádiva com substancia em louvor, é um
reflexo da chamada, do engajamento, da expressão, da resposta e a visitação de
Deus, e a consequente resposta do povo, de volta à Deus.
Na medida em que experimentamos estas fases durante o louvor,
experimentamos antes de mais nada, intimidade com Deus, que é o que existe de
mais sublime que tanto o homem ou a mulher possa conhecer ou experimentar.
John Piper escreve que "Deus é muito mais gloricado em nós, quando estamos
satisfeitos nele… Nós teremos satisfação nele, quando soubermos porque Deus
tem prazer nele mesmo" ( Os Prazeres de Deus, Multnomah, p. 9).
Conclusão
Louvor envolve tudo na vida Cristã (Rom 12:1). Não está limitado a exercícios de
espiritualidade ou de meditações, ou à cultos formais de louvor, oração, etc. Nós,
que acreditamos no Senhor, fomos chamados para louvar através de cada
expressão da nossa vida, vivendo cada momento, sabendo que estamos vivendo
na presença e diante de nosso Deus. Nós devemos fazer tudo com um
reconhecimento vital de que estamos adorando Deus !
Este artigo foi escrito por John Wimber e publicado na revista "Equipping the
Saints" volume 7, No. 3/ Verão de 1993.
Tradução e ilustração de Miguel Hadj
Este artigo é uma tradução autorizada, em Português, e reconhecida, pelo
Vineyard International Consortium. Toda e qualquer reprodução é proibida.
Este artigo é para uso pessoal, e pode ser compartilhado em grupos pequenos,
desde que esta fonte seja referenciada como consta no original desta página.
É expressamente proibido o uso em apresentações, shows, rádio ou televisão, ou
outro tipo de mídia, eletronica ou não, ou em qualquer outras atividades senão as
acima mencionadas.
Caso voce tenha alguma dúvida quanto ao uso autorizado deste artigo, entre em
contato conosco

O QUE A ADORAÇÃO PRODUZ EM NÓS


O ato de adoração deve ser a prioridade mais alta para todo homem e mulher. É o
pre-requisito para nosso serviço para Deus, bem como para nosso relacionamento
com Ele, para as outras pessoas e para nós mesmos.
Neste artigo, gostaria de enfatizar a importancia de viver uma vida com o foco na
adoração de Deus, e ao mesmo tempo, tentar pintar um quadro de como a
adoração muda nossa vida, e o que esta mudança produz.
Existe uma diferença entre aqueles que são capturados pelo amor à Deus e
aqueles que "não estão cuidando do jardim de adoração".Eu mesmo, quase perdi
este aspecto fundamental da vida Cristã. Aqueles que estão constantemente
perante o Senhor em adoração, tem um conhecimento crescente da necessidade
da presença de Deus em suas vidas, e um desejo sincero de agrada-lo e servi-lo,
dia a dia.
Deus pode mover para bem longe, dos corações daqueles que são adoradores
sinceros, tudo aquilo que não é importante bem como prejudicial, de suas vidas, e
muito mais rapidamente, do que daqueles que não participam deste tipo de "ponto
de contato" com o Senhor. Estes adoradores, não sentem vergonha das lágrimas
bem como teem uma profunda sensibilidade pelas dores e sofrimentos humanos.
O verdadeiro adorador, é aquele que se entregou totalmente ao propósito maior de
Deus e consequentemente, vê as coisas através de uma perspectiva eterna.
Pessoas como o Apóstolo Paulo, Francisco de Assis, D. L. Moody e Corrie Ten
Boom, entre outros, amaram profundamente, aquele que os amou primeiro. E eles
expressaram este amor, de maneira que trouxe glória a Deus, bem como afetou o
mundo em que viveram.
As Primeiras Coisas, Em Primeiro Lugar
Rendei graças ao Senhor, invocai o seu nome, fazei conhecidos, entre os seus
povos, os seus feitos. Cantai-lhe, cantai-lhe salmos; narrai todas as suas
maravilhas. Gloriai-vos no seu santo nome; alegre-se o coração dos que buscam o
Senhor. Salmos 105:1-3
Aleluia, dai graças a Deus! Ore a Ele, chamando-o pelo seu nome! Diga a todos
que encontrar, que voce descobriu o que ele fez! Cante-lhe canções e hinos,
traduza os seus grandes feitos em musicas! Honre o seu santo nome com
Aleluias, e todo aquele que busca a Deus, que viva uma vida feliz! (Tradução para
o Português, do Salmo 105:1-3, na versão "The Message, by Peterson").
Vamos resgatar alguns princípios bíblicos. Adoração é para Deus. O Alfa e o
Omega nos deu uma maneira de expressar nossa gratidão, amor e adoração para
ele. Nós somos os "menores" e definitivamente, devemos dar todo o respeito e
honra, aquele que é " O Maior". A beleza e maravilha disto tudo, é que Deus
deseja ter intimidade conosco. Ainda que seja todo suficiente, Ele não é indiferente
para conosco.
O primeiro motivo e razão para adorar à Deus, é porque ele é Deus – Santo e
Justo, Perfeito em todos os seus caminhos. Deus, em sua perfeita sabedoria, nos
criou, tendo a "adoração" em mente. Pense como ele fez nossos corpos. Podemos
expressar externamente, o que nossos corações e mentes estão sentindo.
Podemos levantar nossas mãos e vozes para Ele. Richard Foster, diz isto, da
seguinte maneira: "Adoração, é a resposta humana, à iniciativa divina". O Senhor
colocou em nós, o desejo de adora-lo, como também nos equipou para isto.
Propósito e satisfação em nossas vidas, são oriundas da compreensão e prática
deste princípio. Nós recebemos os benefícios da adoração que ele merece. Ainda
que não recebamos nada, ele continua sendo merecedor de nosso louvor.
Deus iniciou este relacionamento em minha vida, através da adoração, quando era
ainda adolescente. Estavamos pernoitando, num parque para "trailers" em St.
George, Utah, já no final de nossas férias em família. Estava uma noite tão
agradável, que meu irmão Randy e eu, decidimos dormir fora, acomodados em
cadeirinhas desmontáveis. Randy, dormiu logo após de terminar sua conversa
comigo, e eu, permanecí bem acordado. Durante todo este verão, devorei o Novo
Testamento, e fiquei mais consciente da minha necessidade de Deus. E o que
experimentei naquela noite quente em Agosto, realmente mudou minha vida pra
valer.
No começo, senti incomodado. Logo após, comecei a sentir a presença de Deus,
de uma maneira que nunca havia sentido antes. Comecei a chorar e a louvar a
Deus. Perdi a conta, de quantas vezes disse que o amava. Então, "sentí" Deus me
dizer: "Vamos dar uma caminhada juntos, Terry". Foi como se ele estivesse alí, ao
meu lado. Fui lembrado de Aslan, o Leão, do livro "Cronicas de Narnia" de C.S.
Lewis. Eu podia sentir seu folego em mim.
Todas as perguntas que gostaria de ter respostas, foram respondidas, pelo
simples fato de estar alí, com Deus. O Senhor é tão gentil e real. Meu espírito foi
completamente enchido e tomado pela presença dele. Fiquei totalmente tomado
pelas lágrimas, ao saber e perceber o quão bem ele me conhecia e me aceitava.
Embora levaria vários anos até eu compreender melhor a dinamica da adoração,
com certeza, Deus estava me chamando como "das profundezas". Também, me
chamava para gastar toda minha vida nele. Também tive a confirmação que as
músicas que fazia, tocava e cantava, deveriam, de agora em diante, ser para ele.
E quando olho para trás, para esta experiencia, sempre reafirmo, que sou dele.
Fui criado para louva-lo, e ele deseja ter um relacionamento comigo. Também esta
experiencia me diz, que minha devoção, jamais deve ser apenas um "elemento
adicional", para o resto de minha vida. Tudo começa no altar de Deus.
"Senhor, lembre-me, sempre, que até o desejo de adora-lo e servi-lo, são dons,
que vem do Senhor, o iniciador Divino".
Adoração Muda Nossas Perspectivas Sobre os Outros
Nossas percepções sobre outras pessoas são transformadas, após a adoração.
Depois de curvarmos perante o Senhor da Gloria, as coisas são revertidas. Nós
ficamos mais aptos à enxergar as traves em nossas olhos do que as dos nossos
irmãos (Mat 7:1-5). Duas coisas devem acontecer quando nossos corações são
quebrantados e quando concluimos sobre nossa infidelidade e impiedade para
com Deus. Primeiro, nós devemos nos tornar mais e mais agradecidos à Jesus,
pela sua misericordia e perdão. Segundo, nós devemos amar mais uns aos outros,
devemos ser mais compreensivos uns para com os outros, termos mais graça uns
para com os outros e perdoar uns aos outros (I Jo 2:9-10).
Perdi a conta, de quantas vezes, que cheguei na presença de Deus em adoração,
ou intimamante, quando trazia comigo, raiva e amargura para com alguem, e
depois, quando "saí", me sentí totalmente diferente. Quando estou adorando,
estou convidando Deus e seu coração com sua perspectiva sobre os outros em
meu coração. Como gostaria de ter tido a perspectiva de Deus mais
frequentemente. Me teria livrado de várias frustrações. Contudo, posso ver como
ele está mudando esta área crítica em minha vida, para melhor, na medida em
entrego, em adoração, todos meus relacionamentos e valores, para ele.
Constantemente, Deus me lembra, que ele é que fez as pessoas, todas bem
variadas, e que ela as ama, cada uma delas. E ele vai muito mais além, e me
lembra, que preciso, até das pessoas que me irritam e me machucam, e que ele
as está usando em minha vida, para meu próprio crescimento ( o que sempre
esqueço).
E que tal nossas esposas, filhos, ou nossos amigos intimos? Será que não
queremos ve-los através dos olhos do Senhor? É claro que sim. Só que, sempre,
deixamos muito a desejar, e nos sentimos muito mal, por isso. Quantas e quantas
vezes, tenho feito minha mulher, fazer as coisas do meu jeito. E é claro, que é a
maneira melhor e mais correta de se fazer as coisas. É, tá certo….!!!
Depois de ter feito a coisa, e ver que não devia ter falado o que e como falei, bem
como concluir, que a maneira dela é que estava certa, vejo que estou precisando
apresentar minhas necessidades e todos os meus relacionamentos, para o
Senhor, no altar da adoração, para que ele receba a gloria, através de toda
interação e relacionamentos com aqueles com quem convivo diariamente, e a
quem amo profundamente. I Jo 2:9, nos lembra, que não podemos dizer que
amamos a Deus, se odiamos nossos irmãos. E o verdadeiro adorador, sabem bem
disto, pois seu coração é amaciado no lugar da adoração e devoção.
Senhor, te adoro! Obrigado por se importar com cada um de meus
relacionamentos. Sei que na medida em que busco sua face, com todo meu
coração, o Senhor me ajudará a enxergar os outros, através de seus olhos.
Adoração Ajuda a Nos Preparar para Novas Estações de Mudanças e
Crescimento
Constantemente eu caio num redemoinho e rotina, de não ter consciencia do quão
atolado estou em um determinado lugar em minha vida. E sempre sinto que as
vezes, as coisas estão começando a fazer sentido. E não gostaria de mudar nada,
pelo menos por um bom tempo. E sou bem resistente à novas coisas, inclusive se
elas vão afetar meus relacionamentos, ou se elas vão me tirar de minha rotina tão
confortável. " Mas Senhor, eu sempre tenho feito desta maneira", posso escutar eu
mesmo, falando isto.
Do jeito que vejo, no que diz tocante a este assunto delicado, de crescimento e
mudanças, existem dois tipos de adoraçào. O primeiro, chamo de "adoração
segura", e é o tipo que adoto, quando me aproximo de Deus cautelosamente,
guardando certos aspectos de minha vida, e não querendo derramar tudo na
mesa, perante ele.
O outro aspecto, é chegar a Deus, com braços abertos em entrega total,
abandonando toda area de minha vida e meu ser, completamente, nas suas mãos.
Quando chego no altar da adoraçào, com esta postura e com o coração aberto,
escuto sua voz gentil, me assegurando que sou dele, e que ele sabe de tudo o
que é melhor para mim, tanto no passado, como agora. E que ele estará lá para
mim, para guiar meu coração no que há de vir.
Mudanças nos fazem sentir tão vulneráveis e inquetos. Aumenta o indice de medo
e insegurança. Eu experimentei o que acabei de descrever, quando, ao deixar
minha igreja, da qual era parte, por mais de vinte e quatro anos. Era o líder de
louvor e pastor do ministério de crianças, pelo menos, nos últimos quatorze anos.
Ansiedade, medo, de que estavanmos fazendo um decisão errada, bem como
uma miríade de outros sentimentos, acompanharam a mim e minha família, na
medida em que arrumávamos as malas e empacotávamos nossos moveis e
memórias, para onde Deus estava nos levando. Mas isso não era a questão, era?
Ele estava nos levando, e nós, o seguindo. Foi difícil? Foi! Será que nos esticamos
ao máximo neste processo? Podes apostar que sim! O Senhor estava lá, para nos
ajudar? Absolutamente! Crescemos com este processo? Voce sabe da resposta.l
Meu irmão, Randy, coloca desta maneira. Vamos dizer que Deus tem
continuamente, nos dado, maçãs bonitas e reluzentes, e por isso, devemos
esperar todo o dia, maçãs deste tipo. Numa manhã, ele nos dá uma laranja.
Olhamos, e concluimos que não deve ser de Deus, pois não é uma maçã. E no
proximo dia, procuramos por uma maçã, e de novo, lá está a laranja. Nos demos o
controle de nossa vida para ele. É dele o apito final. Jesus sempre, me lembra,
quando oro e canto, que sou apenas um peregrino, e que ele é que tomará conta
de mim, na medida em que mudo para novos pastos de mudança e crescimento.
A maioria de nossas músicas Vineyard, contém palavras de consagração, e
dedicaçào, de nós mesmos, para sermos usados por Deus na maneira que ele
escolher. É parte da experiencia de adoração, o fato de chegarmos e glorificarmos
a Deus e então, abrirmos nossos corações em total abandono para ele. Uma de
minhas músicas favoritas, com este tema., é "Take our Lives" - Tome Nossas
Vidas, de Andy Park.
Tome nossas vidas, em sacrificio Resplandeça em nós, sua santa luz Purifica os
desejos de nossos corações Seja para nós, um fogo consumidor
(C & P 1991 Mercy Publishing)
Outra canção, que traduz isto claramente, é um hino antigo, "Tu és o Oleiro"
Tú és o oleiro Vaso sou eu Quebra e transforma Até que enfim Tua vontade, se
cumpra em mim
Romanos 12:1-3 claramente nos ensina a nos apresentar como sacrificio vivo. O
Apóstolo Paulo chama isto de uma resposta racional, ao que o Senhor tem feito
por nós. Estes versículos, são um desafio para mim, em face a minha dureza de
coração, insegurança, medo e falta de visào. E mesmo assim, tenho confiança, eu
na medida em que O adoro, ele é fiel para me moldar e me transformar, de acordo
com sua vontade.
"Senhor, muito obrigado por ser tão paciente e bondoso. Obrigado pelas novas
estações de crescimento. Atinja seus objetivos para comigo e me ajude a abraçar
as mudanças que o Senhor tem para mim agora, e no futuro".
Adoração Mantem Minha Comunhão Com Deus.
Raramente, quando fico na presença de Deus, através da adoração, que não sinto
ele comunicando uma mensagem de encorajamento, ternura, admoestação, ou de
direção para minha vida. Sempre, ele comunica isto comigo. Que alegria
indescritível saber que ele se importa com esta criança e que me conheça tão
bem.
No Salmo 139, o salmista pinta um lindo quadro, de como Deus o conhece e de
como Deus planejou toda sua vida, mesmo antes de ter nascido. É maravilhoso,
saber que Deus sabe até quando nos levantamos ou quando nos assentamos, e
que ele conhece todas as nossas necessidades, mesmo antes de pedirmos a ele.
Não é de se admirar, que quando chegamos na presença dele, através da
adoração, com todo nosso coração, mente, e força, que ele não reaja? A verdade
é que nem sempre acredito no que o salmista diz. E estou bem certo que as
vezes, meus pecados e minha inconsistencia tem me desqualificado da comunhão
com Aquele que é perfeito e santo.
Sempre guerreamos com estes tipos de pensamentos e emoções, mas a verdade
é o remedio. Nosso Pai Celestial nos ama com um amor muito maior que palavras
poderiam descrever. Na medida em que o adoro, a seus pés, ele me relembra que
jamais estou fora de suas vistas. Seu grande amor e fidelidade está ao meu redor,
mesmo quando deixo a desejar.
Várias pessoas sofrem no seu relacionamento com Deus, porque teem sido
ensinados, diretamente ou indiretamente, que Deus está com raiva deles. E
quando eles vão adorar a Deus, suas percepções de um Deus raivoso e irado, os
impede de ter e desenvolver uma intimidade com Ele. Eu tenho muita compaixão
com aqueles que sofrem os resultados deste tipo de ensino e molde, porque é
muito destrutivo. Salmos 86:15 é somente um dente vários lugares nas Escrituras,
que fala a verdade: "Mas tu Senhor, és Deus compassivo e cheio de graça,
paciente e grande em misericórdia e em verdade". Neste momento, em que voce
está lendo este versículo, ele sabe exatamente onde voce está, bem como o que
te preocupa. Ele é por nós, e não contra nós, e seus olhos estão cheios de
misericordia e amor.
"Quando levantamos nossos olhos interiores para comtemplar a Deus, estamos
certos de encontrar seu olhar, de volta, amigávelmente, para nós. Porque está
escrito que os olhos do Senhor varrem toda a terra. A doce e agradável
experiencia é saber que 'O Senhor está olhando para mim em amor'. Quando os
olhos da alma, se abrem, para procurar a Deus, encontram os olhos de Deus, os
ceus começaram aqui, na terra". Isto que A. W. Tozer disse, expressa exatamente
o que meu coração sente, quando o olhar de Deus está sobre mim. Na sua
presença, meu coração é alimentado, e não duvido de seu desejo de adoração e
comunhão.
"Senhor, desacelere minha vida, para que não perca o seu tenro toque e afeição.
Continue a convencer meu coração de seu forte desejo de ter comunhão comigo,
pois é neste lugar de comunhão, que descubro onde posso desfrutar sua bondade
e sua glória; Como te amo."
Adoração A Deus Nos Mantem No Caminho Da Vida
"Santa Licha". É isto que as mãos de Deus parecem, as vezes. Foi isto que senti
numa manhã, quando vim adorar ao Senhor, e subitamente, uma canção ficou
entalada na minha garganta. E ele me falou naquele momento, que eu tinha que
abrir mão de um relacionamento, com uma garota, com quem estava namorando.
Ele havia me falado isto antes, mas o desobedeci. E agora, as coisas estvam fora
de compasso com ele. Eu estava irritado e "sensível"; meu desejo de ler as
escrituras, orar, e de adora-lo estavam sumindo. E mesmo assim, ele falou
comigo, naquela manhã.
Como gostaria de dizer que o obedeci prontamente. Mas não. Agradeço demais,
pelo fato dele continuar a tratar comigo de uma maneira amorosa, constante e
gentil. Finalmente, minha relação com aquela garota acabou, e logo a seguir,
encontrei a mulher com quem haveria de me casar anos depois.
Naquela época, não pude medir as consequencias do impacto de minhas
decisões. Mas graças a Deus, tenho um relacionamento com Aquele que pode
faze-lo. Constantemente ele tem lidado comigo no que diz tocante a direção de
minha vida. Eu sentí aquela "licha", na medida em que passava por momentos de
adoração. Sempre, nesses momentos, é que Deus escolhe me revelar verdades
sobre mim mesmo. E é somente depois disto, que posso deixar meus pecados e
mentiras para trás. Seus braços de perdão, conforto, e segurança estão sempre
abertos para mim, quando faço as decisões acertadas de adorá-lo e de ser
obediente a sua vontade.
Infelizmente, ainda continuo sendo uma pessoa rebelde, na maioria das vezes. E
meu desejo de permanecer no caminho da vida, ainda deixa muito a desejar. Já
gastei muito tempo, dizendo para Deus, que sentia muito pelas ofensas que tinha
causado, quando na verdade, não tinha nenhuma intenção de atacar o problema
na realidade. Realmente, não gosto de confessar que meu coração é corrupto e
enganoso, cheio de orgulho e de impiedade.
O apostolo Paulo, através de suas cartas, no Novo Testamento, jamais afirmou
"ter chegado lá", naquele lugar, onde jamais teve que lutar com o "velho homem".
Precisamos ser relembrados constantemente, que ele mesmo se considerava, "….
dos pecadores, dos quais, sou o maior".
Tozer colocou desta maneira: "O pecado tem várias manifestações, mas sua
essencia é apenas uma. O ser moral, criado para adorar perante o trono de Deus,
assenta no trono de seu próprio ego, e deste lugar elevado, declara, "Eu Sou".
Este é o pecado, na sua forma concentrada. Para adorar plenamente, em espírito
e em verdade, com honestidade e integridade, necessito confessar meu pecado, e
curvar em arrependimento e humildade. Para adora-lo de uma maneira adequada
e aceitável, preciso,primeiramente, destronar o "eu" , e coroa-lo como Rei de
minha vida.O que estou dizendo aquí, é que grande parte da adoração, é
submissão. O pecado de Davi, não impediu que o Deus amoroso, disciplinador,
admoestador e convincente, o confrontasse. Davi confessou seu pecado e foi
restaurado. A grande misericordia de Deus inclui convicção do pecado e prova
que, de fato, somos dele.
Deus não está tentando nos manter longe da completa realização. Pelo contrário,
ele está fazendo todo o possível, para que a encontremos. Devemos receber a
"coleira divina" dos céus, porque ele está tentando evitar que caiamos nos
buracos da vida. A misericordia e o zelo do Senhor, estão ativos, para nos manter
no caminho da vida (Sl 139:24).
O adorador sincero é aquele que pede a Deus que revele o que está em seu
coração, e reage prontamente a esta avaliação feita pelo Senhor. O segredo está
no escutar. Esta é uma das partes mais importantes da adoração.
"Senhor, sou teu. Teste-me e prova-me. Alegremente, aceito sua avaliação divina,
pois anelo e desejo te agradar e permanecer no caminho da Vida".
Adoração produz "bons frutos" em nós, e quando, sinceramente, o buscamos
através da adoração, ele se revela a nós. Todos nós, estamos numa jornada com
Deus. Continue buscando-o. Que Deus o abençoe em sua peregrinação.
Terry Butler é o lider de louvor, na Igreja Vineyard de Claremont/Pomona, na
California. Também ele esta envolvido diretamente no treinamento, encorajamento
e motivação, daqueles envolvidos com o ministério de louvor e adoração.
Terry já escreveu várias musicas, incluindo "Cry of My Heart", "Merciful God", e "At
the Cross", dentre outras. Terry e sua esposa Beverly tem dois filhos e moram em
Pomona, California.
Terry também é um dos integrantes da equipe Vineyard para o Brasil, e tem
participado, até agora, de todas as conferencias realizadas desde 1997 até o
presente momento.
Este artigo foi concedido, gentilmente, pelo proprio Terry, bem como está
publicado em "Thoughts on Worship" editado por John Wimber.
Tradução e ilustração feitas por Miguel Hadj.
Este artigo é uma tradução autorizada, em Português, e reconhecida, pelo
Vineyard International Consortium.
Toda e qualquer reprodução é proibida. Este artigo é para uso pessoal, e pode ser
compartilhado em grupos pequenos, desde que esta fonte seja referenciada como
consta no original desta página.
É expressamente proibido o uso em apresentações, shows, rádio ou televisão, ou
outro tipo de mídia, eletronica ou não, ou em qualquer outras atividades senão as
acima mencionadas.
Caso voce tenha alguma dúvida quanto ao uso autorizado deste artigo, entre em
contato conosco
Dança" - Atitude de Louvor

Evandro Lippi
Nos dias de hoje temos muitos conceitos sobre dança, sendo em sua maioria o de
que ela induz a expressões carnais, o que não é verdade quando há uma atitude
pura, feita no espírito diante do Senhor.
A dança é o reflexo de sentimentos contidos em nosso ser e acontece em várias
ocasiões:
Quando Davi foi ungido por Samuel (I Sam 16:13), o Espírito do Senhor se
apossou dele e desde aquele dia foi cheio do Espírito.
Em II Samuel 6: 12 - 16, Davi extravasa toda sua alegria dançando diante do
Senhor por estar transportando a Arca para Jerusalém, que representava a
presença de Deus no meio deles.
"Então disseram a Davi: O Senhor abençoou a casa de Obede-Edom, e tudo o
que tem, por causa da arca de Deus. Assim foi Davi, com alegria. Quando os que
levavam a arca do Senhor tinham dado seis passos ele sacrificava bois e
carneiros cevados. Davi dançava com todas as suas forças diante do Senhor, e
estava Davi cingido de uma estola sacerdotal de linho. Assim Davi e toda a casa
de Israel subiam, trazendo a arca do Senhor com júbilo e ao som de trombetas.
Quando a arca do Senhor entrava na cidade de Davi, Mical, a filha de Saul, estava
olhando pela janela. E vendo ao rei Davi, que ia saltando e dançando diante do
Senhor, o desprezou no seu coração".
Vemos aqui o exemplo de um homem segundo o coração de Deus, cheio do poder
e do Espírito, expressando toda sua alegria dançando na presença do Senhor.
Em Êxodo 15:20 e 21, vemos Miriã, uma profetisa com muitas mulheres saírem
com tamborins e com danças cantando ao Senhor pela vitória de Israel, pelo povo
que saíra ileso do Egito, terra onde eram escravos.
Miriã, a profetisa (os profetas eram pessoas cheias do Espírito de Deus) dançou
pela vitória do seu povo.
"Então Miriã, a profetisa, irmã de Arão, tomou um tamborim, e todas as mulheres
saíram atrás dela com tamborins e com danças. E Miriã lhes respondia: Cantai ao
Senhor, pois sumamente se exaltou, lançou no mar o cavalo e o seu cavaleiro".
As mulheres hebraicas exprimiam por meio da dança os seus sentimentos;
quando seus maridos ou pessoas amigas voltavam a suas casas, vindo do
combate pela vida e pela pátria, saíam elas ao seu encontro com danças de
triunfo.
Nos nossos dias não deve ser diferente. Podemos e devemos também ser cheios
do Espírito Santo de Deus e dançar diante dEle, extravasando a nossa alegria,
saltando, dançando diante do Senhor pela vitória de Jesus na cruz derrotando
todo principado, potestade e dominadores deste século que eram contra nós ( Col.
2:15), nos libertando do mundo e nos transportando para um reino de luz,
purificando nossa consciência pelo sangue do Cordeiro e nos dando a esperança
da vida eterna.
As danças não param por aí. Em I Samuel 18:6 e 7, temos outro exemplo:
"Quando os soldados retornavam para casa, depois de Davi ter ferido o filisteu, as
mulheres de todas as cidades de Israel saíram ao encontro do rei Saul, cantando
e dançando alegremente, com tambores e com instrumentos de música. As
mulheres, dançando, cantavam umas para as outras, dizendo: Saul feriu os seus
milhares, porém Davi os seus dez milhares".
Jesuscitou em uma parábola a dança como louvor e ações de graças por um filho
que se havia perdido e foi achado (Lucas 15:25 - parábola do filho pródigo).
Existe uma razão específica do povo de Deus em dançar: a de que Ele se alegra
com isto. Deus se alegra de que seus filhos dancem na sua presença, pois Ele
próprio promete restaurar as danças de seu povo:
"Naquele tempo, diz o Senhor, serei o Deus de todas as tribos de Israel, e elas
serão o meu povo... o povo que escapou da espada achou graça no deserto...
com amor eterno te amei, também com amorável benignidade te atraí... ainda te
edificarei e serás edificada, ó virgem de Israel. Ainda serás adornada com os teus
adufes, e sairás com coro de dança, e também os jovens e os velhos, e tornareis o
seu pranto em júbilo e os consolarei; transformarei em regozijo a sua tristeza".
(Jeremias 31: 1-4, 13)
Se você nunca expressou-se a Deus dançando, eu o convidaria a fazê-lo
conforme as escrituras nos convidam:
Salmo 149:3 - "Louvem o seu nome com danças; cantem-lhe o seu louvor com
tamborim e com harpa".
Certamente quando você o adorar com sua dança, o próprio Deus te encherá com
alegria, com cânticos, com toda sorte de bençãos e te mostrará a vitória.
Experimente dançar na presença de Deus

Causas que podem contribuir


para que o louvor não flua nos
cultos da igreja
João A. de Souza Filho
Sempre que estou participando de seminários com dirigentes de cultos e com
equipes que dirigem o louvor congregacional, a questão que todos querem saber
é: O que bloqueia o fluir de Deus no culto da igreja?
Os pastores, via de regra, apontam sempre numa direção: pecado no meio do
grupo de louvor, alegam, como se não houvesse também pecado entre a equipe
pastoral e demais ministros da igreja! Dias atrás tive que me deter no estudo do
tema porque foi essa a acusação que os músicos ouviram do líder da igreja: O
louvor não flui porque existe pecado entre vocês! Esse tipo de acusação deixa
todo mundo desanimado e é um terreno fértil para a acusação de Satanás. Numa
reunião em que fui convidado a ministrar para os músicos, estudamos juntos as
várias possibilidades de um culto não fluir como todos gostaríamos.
1. Pecado. Todos concordamos que o pecado é realmente um obstáculo para a
manifestação de Deus, impedindo também que os músicos e dirigentes de louvor
sintam-se à vontade. Se um dos pastores da igreja, se alguns dos que exercem
liderança congregacional e se na equipe de louvor houver alguém que vive
sistematicamente na prática do pecado, pode-se pregar o mais eloqüente sermão,
ter a melhor e mais afinada equipe de música, que nada acontecerá. Esses dias
um pastor me procurou para que eu o ajudasse a resolver um pecado sério que
havia na equipe de louvor: três rapazes da equipe estavam incorrendo em prática
homossexual. É preferível ter um violão tocando em três acordes do que músicos
em pecado. Em geral os demônios se sentem à vontade no meio de crentes
pecadores e inflamam a igreja com o mesmo pecado que a liderança está
praticando. Um exemplo: se começam a aparecer muitos casos de adultério, é
bom examinar o que está acontecendo com a liderança!
"Mas as vossas iniqüidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os
vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que não vos ouça" (Is
59.2).
"Afasta de mim o estrépito dos teus cânticos; porque não ouvirei as
melodias das tuas liras" (Am 5.23).
"Aos retos fica bem louvá-lo" (Sl 33.1).
"Cantem de júbilo e se alegrem os que têm prazer na minha retidão..." (Sl
35.27).
Como se vê, Deus olha mais para o coração do homem do que para seus talentos!
A retidão, vida íntegra e sinceridade de coração são mais importantes para Deus
que nossos melhores sacrifícios.
2. Mas não apenas o pecado pode ser obstáculo ao fluir de Deus no culto. Um
grupo de louvor pode viver consagrado a Deus e no entanto não consegue fluir
pela falta de entrosamento entre os músicos. A Escritura não apresenta nenhum
caso de falta de entrosamento, mas mostra que, quando há um perfeito
entrosamento entre eles, Deus se faz presente na reunião. Em 2 Crônicas 5.11-14
os músicos e cantores estavam em perfeita sintonia musical e espiritual. Temos,
então dois tipos de entrosamento: O natural, onde todos tocam e cantam em
perfeita harmonia e o espiritual, quando todos estão afinados com a música do
céu! Em Neemias vemos Matanias, dirigindo os louvores em perfeita sintonia com
seus irmãos (Ne 11.17; 12.8). Ambos são importantes: afinados entre si e com o
Espírito Santo! Noutro artigo quero focalizar a importância de encontrar o tom
celestial, o tom de Deus!
3. Um terceiro aspecto é a falta de entrosamento entre músicos e dirigente.
Encontramos nos dias de Davi a Quenanias, chefe dos levitas músicos. Ele "tinha
o encargo de dirigir o canto, porque era entendido nisso" (1 Cr 15.22). Todos os
demais seguiam a orientação dele na grande celebração que se fez quando Davi
levou a arca da aliança de volta para Jerusalém. Nos dias de Neemias, Jezraías
era o maestro que dirigia os músicos e cantores do templo (Ne 12.42). Não
adianta ter bons músicos e um péssimo dirigente ou vice-versa. Deve haver uma
perfeita coordenação entre eles. O dirigente comanda e a um sinal seu os músicos
sabem em que direção devem seguir.
4. Um quarto aspecto que deve ser analisado é a falta de entrosamento entre
dirigente e congregação. Se a congregação não está acostumada ao dirigente e
vice-versa, se não houver um perfeito entrosamento entre eles, o louvor também
não flui. O povo conhece o seu dirigente de louvor. Sabe quando ele está num
bom mood, se está bem ou não. O dirigente também conhece a congregação e
pode detectar quando esta está cansada fisicamente, afadigada espiritualmente,
etc. O dirigente levanta a mão, faz um gesto, usa o tom de voz, e o povo, que o
conhece, segue suas orientações! Qualquer gesto seu é correspondido pelo povo
que já se acostumou com ele!
Esdras afirma que "os levitas ensinavam o povo na lei...dando explicações, de
maneira que todos entendessem o que se lia" (Ne 8.7,8; 9.3-5). O dirigente ensina
a congregação e esta passa a fluir com ele em tudo o que ele disser e fizer!
"Gloriar-se-á no Senhor a minha alma; os humildes ouvirão e se alegrarão.
Engrandecei o Senhor comigo e todos à uma lhe exaltemos o nome" (Sl 34.2,3).
Juntos eles glorificam a Deus! "Vestirei de salvação os seus sacerdotes, e de
júbilo exultarão os seus fieis" (Sl 132.16).
5. Um quinto aspecto que não deve ser desprezado é quando existe estafa, fadiga
e canseira dos componentes do grupo. Aqui é bom discutir primeiramente a
canseira física. Davi foi bastante sábio quando estabeleceu que cada grupo de
louvor ficaria apenas uma hora no templo cantando e adorando a Deus (Veja 1
Crônicas 25). Mais de uma hora e começa a canseira. Imagine os músicos que às
vezes tocam em vários cultos no mesmo dia!
Existe também um tipo de situação que deixa os músicos abatidos. Eles se
esforçam em fazer o melhor para Deus, mas a liderança pastoral não contribui
adquirindo o equipamento que eles precisam. Existem pastores que não sabem
investir numa boa aparelhagem de som, em retornos para a plataforma, numa boa
bateria acoplada à mesa de som, teclados, instrumentos, etc. E essas coisas
deixam os músicos desanimados! Nos dias de Neemias os levitas encarregados
do serviço do templo, sentiram-se desanimados e foram cada um para sua cidade
(Ne 13.10). Foram abandonados pela liderança!
Sinto pena de alguns grupos de dirigentes de louvores que fazem o melhor que
podem, mas não são correspondidos pela liderança da igreja. É triste quando se
tem que fazer "muletas" ou festinhas e almoços para se angariar fundo para
equipar a igreja de bons instrumentos e de um bom sistema de som. Isso jamais
deveria ocorrer. A igreja deve contribuir e o tesoureiro abrir o cofre! Não é sem
razão que muitos de nossos músicos "fogem" para os campos como aconteceu
com os levitas no tempo de Neemias. O desânimo e a canseira, são obstáculos ao
mover de Deus nas reuniões da Igreja!
6. É necessário analisar um sexto aspecto: Estafa, fadiga e canseira da
congregação. E a análise tem que ser feita no âmbito físico e espiritual. No âmbito
físico, o povo pode andar emocionalmente abalado por problemas na congregação
e no âmago espiritual o povo pode estar desgastado espiritualmente. O que
desgasta espiritualmente uma congregação? Tempo muito prolongado no louvor;
pregações muito grandes. Exigências demasiadas para que ofertem e contribuam
além de suas posses. Falta de variedade nos temas bíblicos pregados, etc.
Uma congregação que não tem expectativa do que vai ocorrer no culto e que já
sabe na ponta da língua o que vem a seguir passa a viver dentro de uma rotina; e
rotina cansa, tortura, mata e massacra espiritualmente a igreja. Quando o povo
não tem mais expectativa de que algo novo pode ocorrer, alguma coisa está
errada com a liderança pastoral. A ausência de milagres, de manifestações do
Espírito Santo, de uma palavra viva, de conversões, de libertação deixam a igreja
fadigada espiritualmente. Consequentemente o louvor não flui. Pode-se ter a
melhor e mais treinada equipe de música, os melhores equipamentos, que nada
ocorrerá! Lindos corais, muita coreografia e poucos resultados espirituais!
"Algo novo vai acontecer; algo bom Deus tem pra nós; reunidos aqui, só pra louvar
ao Senhor", diz o cântico traduzido do inglês.
Deus é a fonte da motivação. Nos dias de Neemias o povo ofereceu grandes
sacrifícios "e se alegraram; pois Deus os alegrara com grande alegria; também as
mulheres e os meninos se alegraram, de modo que o júbilo de Jerusalém se ouviu
até de longe" (Ne 12.43; 8.9-12).
Donald Stoll escreveu o cântico,
"Lançarei fora o espírito pesado;
me vestirei com as vestes do louvor;
e assim eu entrarei na presença do Senhor".
7. Este sétimo aspecto, apesar da semelhança com o anterior, tem outro sentido. A
congregação vive alienada com tudo o que está ocorrendo. É possível que a turma
do louvor esteja consagrada a Deus, jejuando, orando, estudando, ensaiando e
chegue nos cultos com todo gás, mas a congregação não corresponde, porque
não jejua, não ora, não estuda nem se consagra a Deus! São os alienígenas
dominicais!
Davi, os sacerdotes e os levitas bem como grande parte do povo estavam
participando de um grande avivamento espiritual. Desde os dias de Samuel não se
experimentava um tipo de avivamento como o daqueles dias. Música, danças,
ministrações, o reino se firmando, mas Mical, estava alienada de tudo! Enquanto
Davi dançava com todas as suas forças, enquanto os sacerdotes tocavam as
trombetas e sacrificavam e o povo jubilava, Mical desprezou tudo aquilo em seu
coração. Ela desprezou a Davi (2 Sm 6.14-23).
Mical representa algumas igrejas que ficam estéreis por toda vida por
desprezarem o que Deus está fazendo em seu meio. Uma igreja estéril não
frutifica, ano após ano continua igual. Engorda e envelhece sem gerar filhos! (Ver
ainda 1 Crônicas 15.28,29).
8. Um outro aspecto que precisamos observar são os cânticos difíceis de serem
entoados pela congregação. Cânticos com letras truncadas, sem fluência poética,
sem métrica; músicas cuja linha melódica é difícil de ser acompanhada, sem
definição, etc. Há cânticos antigos com melodias difíceis de serem entoadas mas
que têm definições, como Ao Deus de Abrão Louvai, Castelo Forte, e no entanto,
muitos dos novos cânticos têm uma melodia indefinida, truncada; e cânticos assim
impedem o fluir do verdadeiro louvor.
Nossos dirigentes de louvores precisam entender que nem todos os cânticos são
congregacionais. Alguns cânticos são escritos para solistas, outros para corais, e
outros, sim, para serem cantados por toda a congregação. O que percebo é que
muitos dos cânticos trazidos para a congregação não servem para serem
cantados por todos, e sim por solistas. Nem tudo o que aparece no mercado
musical deve ser usado pela igreja. Isto pode ser evitado, escolhendo-se cânticos
próprios para o povo cantar Um bom líder saberá definir o que o povo deve cantar.
Outra coisa boa de se fazer é escolher cânticos de vários autores, e não apenas
de um só compositor, pois estes têm a tendência de viciar-se na mesma linha
melódica. Ouvir um Cd com músicas de um mesmo autor, às vezes, é enfadonho.
"Então cantou Israel este cântico: Brota, ó poço! Entoai-lhe cântico!" (Nm 21.17).
Se todo Israel cantou, por certo era de fácil compreensão e melodicamente aceito.
"Então entoou Moisés, e os filhos de Israel, este cântico ao Senhor, e disseram:
Cantarei ao Senhor,, porque triunfou gloriosamente" (Ex 15.1). Novamente um
cântico acessível a todos.
9. Hinos difíceis de serem tocados pelos músicos da igreja. Convenhamos: nem
toda igreja tem músicos profissionais. A maioria de nossos conjuntos é feita de
gente que se esforça, que quer aprender, que se esmera no que faz, mas não é
formada em música. Consequentemente, determinadas músicas podem se tornar
difíceis de serem executadas. Agregue-se a isso o fato de que muitos dos hinos
modernos traduzidos do inglês ou gerados em solo estrangeiro são "incantáveis"
pela média de nosso povo e "intocáveis" por nossos músicos! A começar pelas
péssimas traduções ou versões em que, procurando ser fiéis à letra do idioma
original os tradutores colocam diante de nós letras truncadas, sem poesia e sem
beleza alguma!
Muitas vezes visitando pequenas e grandes congregações pelo Brasil percebo a
dificuldade dos músicos e dos irmãos que querem cantar músicas do Alvin, do Ron
Kenoly, etc. São músicas que os americanos cantam muito bem em seus shows
musicais, mas difíceis de serem tocadas por nossos músicos e cantadas pela
igreja!
"Entoai-lhe novo cântico, tangei com arte e com júbilo" (Sl 33.3).
10. Um dos obstáculos maiores, no entanto, é a falta de sensibilidade dos músicos
e dos dirigentes ao Espírito Santo. Não se pode escolher cânticos só porque
gostamos daquele estilo, ou de sua melodia e letra. Precisamos estar atentos ao
que o Espírito Santo quer para o culto da igreja. Muitas vezes um cântico começa
a fluir deixando a igreja livre na presença de Deus, mas na lista do dirigente tem
um outro que vem a seguir e, ele na ânsia de aproveitar o tempo e cantar todos
aqueles hinos, tira a igreja do trilho certo. Um culto pode fluir em Deus com
poucos ou com muitos cânticos. O bom culto não precisa que o dirigente fique
dando manivela. Ele começa bem e termina melhor ainda!
Davi ouvia a Deus: "Uma vez falou Deus, duas vezes ouvi isto: Que o poder
pertence a Deus" (Sl 62.11). A abundância de cânticos, salmos e palavra era tanta
que Paulo pergunta: "Que fazer, pois, irmãos....?" (1 Co 14.26). Como Paulo que
queria ir para um lugar e o próprio Espírito o impedia, pode ocorrer também com
os dirigentes de louvor: eles querem seguir numa direção, mas o Espírito Santo
em outra bem melhor (At 16.6-10).

11. Falta de resposta da congregação ao dirigente. Não estou de forma alguma


repetindo o item 4. Naquele caso é a falta de entrosamento entre o dirigente e a
congregação. Nesse caso, o dirigente é excelente, mas a congregação não
responde à altura o que o dirigente pretende. O dirigente está afinado, sensível a
Deus, mas a congregação não corresponde ao que ele quer. Você deveria ver o
que diz o Salmo 98. Ou o Salmo 103.19-22 onde o autor propõe aos anjos, aos
ministros, às obras de Deus que levantem a voz em louvor, o Todo-Poderoso!
Geralmente isto ocorre quando o avivamento na igreja não atinge a todos.
Costumo dizer que houve um avivamento departamental. O pessoal do louvor
anda a mil, mas a congregação reage a passos de lesma! Os jovens estão
"pegando fogo" enquanto os demais sentam-se em bancos de geladeira.
12. Falta de motivação da Igreja. Deus deve ser o grande Motivador da Igreja.
Como diz Davi: "Tu és motivo para os meus louvores constantemente" (Sl 71.6).
Ou como ele afirmou noutro lugar: "Os teus decretos são motivo dos meus
cânticos, na casa da minha peregrinação (Sl 119.54). Davi instituiu a ordem
levítica de adoração, baseado unicamente em Deus e nos seus gloriosos feitos (1
Cr 16.7-12).
A motivação da igreja é Deus e não a música bonita, os bons músicos, os ótimos
instrumentos e um ambiente propício de adoração. Vitrais coloridos e paramentos
servem de inspiração para a carne, mas o verdadeiro louvor flui quando Deus é a
fonte de todas as coisas! Deus é o grande inspirador e motivador. E o louvor pode
fluir muito bem num antigo depósito transformado em lugar de culto sem muitos
instrumentos musicais. Melhor ainda quando uma congregação tem tudo o que
falei e tem também a Deus como inspirador de seus louvores.

13. Alienação total dos dirigentes, músicos e pastores. Com freqüência observo
que os pastores costumam ficar totalmente alienados com o que está ocorrendo
no culto. Se os pastores estiverem alienados, nada ocorrerá com a igreja. Às
vezes quando prego em algumas igrejas observo que os pastores ficam durante o
tempo de louvor atendendo o celular, falando com algum obreiro, resolvendo
questões da igreja completamente à parte do que está ocorrendo no culto. Um
pastor chegou a dizer-me assim: "Pode chegar lá pelas oito e meia, na hora de
pregar, porque a primeira parte é dos jovens. Eles dirigem os louvores". Fiz
questão de chegar bem cedo para ter um tempo de oração com aqueles valorosos
guerreiros determinados a levar a igreja a mover-se em Deus. Pena que logo a
seguir, o "bombeiro", como eles dizem, chega e apaga o fogo!
Estude esses temas com os músicos de sua igreja e ampliem-no com
problemáticas de sua própria congregação. Um participante de nosso seminário
chegou a contabilizar "20 obstáculos porque o louvor não flui...".
João A. de Souza Filho - autor da trilogia: O Ministério de Louvor da Igreja; O
Louvor e a Edificação da Igreja e Ministério de Louvor: Revolução na Vida da
Igreja, todos editados pela Editora Betânia de Belo Horizonte.

O CARÁTER NA ADORAÇÃO

Introdução

Quando Deus criou o homem, seu objetivo foi bem claro: Ele desejava
ter comunhão com o homem. Esta comunhão não se limitava a conversa
entre duas pessoas, mas tratava-se de ter comunhão total: corpo, alma
e espírito. Até então, não existia nada que pudesse separar tal
comunhão. Vemos que fazia parte do cotidiano do Éden, na viração do
dia Deus vir ter comunhão com seus filhos, temos uma demonstração
disto em Gn. 3:8.

Como a palavra de Deus nos relata, Adão e Eva tomaram a decisão


errada, quando escolheram assumir o controle de suas vidas. A principal
conseqüência desta atitude foi que a comunhão para que fomos criados
foi destruída pela presença do pecado em nossa vida e, em razão disso,
nosso corpo, alma e espírito ficaram debaixo do poder da "morte"
(separação da presença de Deus). Esta é a grande diferença, que nos faz
compreender a importância do que é caráter na adoração.

O evangelho de João nos dá uma das afirmações mais poderosas a


respeito de louvor e adoração, quando diz que Deus Pai procura
verdadeiros adoradores que o adorem em espírito e em verdade. Vamos
ver a diferença entre louvar e adorar e como nosso caráter vai influir,
nesta questão que é a mais importante de nossas vidas.

O que fazemos...

Nem sempre revela o que somos!

Por mais simples que seja esta frase, ela expressa uma profunda
realidade no reino de Deus, porque mais importante do que as coisas
que fazemos, precisamos entender que o reino de Deus está baseado
naquilo que somos. É este princípio que Jesus declara quando diz que
uma árvore má não pode produzir bons frutos, nem uma fonte que jorra
água salgada, jorrar água doce, Lc 3:9.

Quando entendemos este princípio estamos prontos para avaliar o quão


importante é o caráter do cristão e como este caráter vai interferir
diretamente no louvor e adoração. Jo 4:23,24.

O Pai procura adoradores...

Este episódio narrado pelo evangelho de João nos dá uma perspectiva


muito profunda do assunto que estamos abordando. Jesus estava
conversando com uma mulher que achava que religião, se limitava a ir
numa sinagoga, ou prestar culto em algum monte distante, e qual não é
a surpresa dela ao ouvir que Jesus falava de VERDADEIROS
ADORADORES!

Nós somos, de acordo com a Palavra de Deus, espírito, alma e corpo.

NOSSO ESPÍRITO: Lugar criado por Deus, com a sua imagem e


semelhança, a fim de que nele houvesse comunhão plena com o
homem; mas por causa do pecado, este lugar se tornou morto. Veja Gn
2:17; Rm 6:23; Tg 1:15.
NOSSA ALMA: Esta é a área da nossa vida que contém nossas emoções,
nosso caráter, personalidade, vontade, pensamentos e intenções do
coração. Hb 4:12

NOSSO CORPO: Nosso corpo é essa massa de carne e ossos que


carregam nossa alma e o nosso espírito, e que dão expressão a tudo o
que fazemos e, o que somos. (Por exemplo, apertar as mãos e abraçar
quem está por perto!)

Como louvamos e adoramos a Deus?

Louvor:

Louvar significa admirar, falar bem, elogiar, engrandecer. Embora nós


não nos apercebamos, diariamente estamos louvando muitas coisas ao
nosso redor, como por exemplo, quando de manhã você elogia o café
que sua mulher preparou, com aqueles "ovos com bacon" ou, quando
seu filho faz aquele desenho que mais parece arte contemporânea, que
você vira de todos os lados para tentar entender... e assim mesmo você
diz ... filho, que coisa mais linda!!! Ou quando seu cachorro vem
abanando o rabo, ou quando seu peixinho dourado do aquário faz uma
nova acrobacia , quem sabe?!

Bem como você vê louvor faz parte do nosso cotidiano, e quando


louvamos a Deus nós estamos admirando os atributos do seu
caráter, como sua fidelidade, sua bondade, seu amor, sua
longanimidade, sua retidão, sua justiça, sua misericórdia, e estamos
usando nossa alma para fazer isto. Agora qualquer um pode fazer isto !
A natureza, por exemplo, também pode louvar a Deus, veja Sl 19:1.
Como você pode ver, louvor é algo que qualquer um pode dar a
qualquer coisa ou pessoa. Veja Sl 9:11;33:2;67:3;42:12)

Adoração:

Mas quando abordamos o tema de adoração, temos que entender, que


por causa da queda do homem, nosso espírito ficou totalmente incapaz
de realizar a função principal da nossa vida, que é termos comunhão
entre nosso espírito e o Espírito de Deus. Isto só foi possibilitado
novamente pela obra da cruz. Não existe adoração, senão, quando
entendemos que não podemos entrar na presença do Altíssimo e adorá-
lO em espírito senão através de Jesus Cristo. Esta, sem dúvida é a
revelação mais importante para aquele que quer viver uma vida de
Louvor e Adoração.

Adoração não vem da beleza das melodias que cantamos, nem ao


menos da poesia e da arte do escritor, adoração nasce do momento
que recebemos a revelação de que nosso espírito estava morto em
delitos e pecados e Ele nos dos vida, de que nos fez uma geração eleita,
sacerdócio real, nação santa. (Ef.2:1 1Pe 2:9 Mt 16:13-23)

Como nosso caráter

Ajuda-nos ou atrapalha-nos

Seu caráter representa a somatória das coisas que você crê e faz, se seu
caráter tem um critério ou gabarito correto então sua conduta também
será correta, em outras palavras, não é suficiente cantar boas canções,
expressar sentimentos, gritar, dançar, etc. Precisamos ter uma vida que
condizente com aquilo que estamos cantando! Se você é uma pessoa
que visivelmente é um "adorador" nos finais de semana, e no seu
trabalho, tem hábitos que desonram o evangelho, seu caráter vai
influenciar diretamente na qualidade da sua adoração. Bem, não
estamos falando de alguém que não é convertido, falamos de pessoas
que já fizeram Jesus seu Senhor e Salvador, mas seu caráter ainda tem
um "background" do passado.

Veja em Rm 6:4 o que a palavra de Deus tem a nos dizer para este tipo
de pessoa, que embora esteja vivendo a vida cristã, está distante de
expressar com sua conduta o novo nascimento que Jesus disse que
teríamos.

Ande no Espírito...

As obras da carne foram as únicas coisas que restaram da nossa velha


vida. Quando Jesus destruiu o corpo do pecado na cruz e nós o
sepultamos pelo batismo, foi aniquilada de uma vez por todas a nossa
velha natureza! Glória a Deus! Mas o que acontece conosco que mesmo
depois de passarmos por esta experiência definitiva, ainda assim
continuamos a pecar?

Deixe-me ser sincero com você. Imagine que os anos que você viveu
debaixo do poder do seu orgulho, auto-suficiência, do espírito deste
mundo, ensinaram-no a ser e a ter um caráter inclinado às coisas
erradas! Certo? Bem, Jesus destruiu o pecado em sua vida, não o seu
caráter! Lembre-se que seu caráter faz parte de sua alma, bem como
sua personalidade. Deus não deseja que não tenhamos personalidade ou
caráter, mas nós estávamos sendo doutrinados durante grande parte de
nossa vida pelo pecado, e embora este poder do pecado não opere mais
em sua vida, você tem ai dentro muitos anos de "Escola de Pecadores" .
Então neste novo reino você precisa reeducar sua mente (Tt 2:12; Rm
12:1-2; Rm 8:13).

Precisamos entender que a nossa carne vai batalhar contra nosso


espírito e que somente vencerá aquele que estiver mais bem
alimentado. É isto mesmo, quem você alimentar mais vai ser o
vencedor; se estiver alimentando mais sua carnalidade, então não
espere ter uma vida cristã vitoriosa, mas se pelo espírito você mortificar
as obras da carne, você viverá!

Lembre-se que a prática de uma vida carnal nos levará a viver um


evangelho medíocre e derrotado, sem que possamos provar da nossa
herança, que é o melhor de Deus para nossa vida.

Faça um grande depósito

Como vimos em Rm 12:1 e Tt 2:12, é a palavra de Deus que irá limpar,


reeducar, reprogramar nossa mente, então faça um grande depósito da
Palavra viva de Deus em seu coração. Você lembra quando Pedro teve a
revelação sobre quem Jesus era (veja Mt 16:13-23)?

É este tipo de coisa que precisamos, não leitura dinâmica da Palavra,


mas precisamos da revelação destas verdades que vão reconstruir nosso
caráter. Faça um grande depósito da Palavra em sua vida, e você verá
que não somente seu caráter vai mudar como também sua profundidade
de adoração será aumentada grandemente. Em 2 Pe 1:4 aprendemos
que a medida que tomamos posse das preciosas promessas feitas pela
Palavra de Deus nos tornamos co-participantes de sua natureza. Este é o
caminho para que sejamos adoradores que vão adorá-lo em espírito e
em verdade.

A quem estamos servindo?


“E, servindo eles ao Senhor, e jejuando, disse o Espírito Santo: Separai-
me agora a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado.” At
13:2

Desde princípios da década de 1980, a Igreja brasileira, em


praticamente todos os seus segmentos, começou a experimentar uma
mudança intensa na área que se convencionou chamar de “adoração”.
Por influência de alguns fortes moveres do Espírito Santo, passamos a
redescobrir o significado da adoração e o papel da reunião
congregacional como um momento importante para expressarmos o
nosso amor por Deus. Através de alguns homens e mulheres de Deus
com habilidades musicais, que se aventuraram ousadamente no meio
fonográfico, essa influência alastrou-se por quase todas as congregações
em nosso país.

Infelizmente, essa influência terminou antes que pudesse ser concluída


uma obra de reforma na visão da Igreja brasileira como um todo. A
prova mais forte disso é que, em termos práticos, adoração ainda
permanece como um conceito fortemente vinculado à música. Entre em
qualquer loja de CD’s e você encontrará a expressão “louvor e adoração”
designando um estilo musical. Para a maioria das pessoas, seria um
absurdo falar em adoração num contexto onde faltassem músicos,
cantores, instrumentos, etc.

No texto que citamos acima, a palavra servindo (grego leiturgeo, de


onde procede a palavra liturgia) poderia ser traduzida como “adorando”.
É assim que a Nova Versão Internacional, uma das melhores versões
modernas do Novo Testamento, a traduz. No entanto, não encontramos
no texto qualquer referência específica à música. Além disso, se a
palavra leiturgeo pode ser traduzida tanto como “servir”, “ministrar”
(como diz outra versão) quanto adorar, será que não existe nisso um
ensino sobre o significado da adoração que está passando desapercebido
aos cristãos da musical Igreja brasileira de fins do século XX?

Num dos seus aspectos centrais, adorar significa servir. Você já deve ter
experimentado receber alguém querido em sua casa, a quem você
passou a servir. Nesse contexto, qual foi seu comportamento? Não foi o
de instalar confortavelmente o convidado, procurando oferecer a ele o
que você tinha de melhor, perguntando pelos seus gostos e
necessidades? Você não ofereceu a ele um banho, não perguntou se ele
tinha sede, não providenciou uma refeição? Ao saber que o time dele
estava jogando uma partida decisiva, você pediu ao seu filho que
parasse de brincar com o videogame, para que o hóspede pudesse
assistir ao jogo, apesar de não ser o seu time.

Aquele a quem servimos ocupa o centro das nossas atenções. Nossa


preocupação é com o seu bem-estar, com seu conforto, com aquilo que
o agrada. Pois bem, este parece ser o elemento mais ausente naquilo
que convencionamos chamar de adoração!

Nesse texto de Atos, vemos um grupo de homens ocupados em servir


ao Senhor. Estavam diante dEle, preocupados com Ele, perguntando
pelas Suas necessidades; nesse contexto, é de se espantar que o
Senhor fale? Claro que não! Ele falou porque tinha gente ali com o
coração nEle, prestando atenção!

Precisamos sondar nossos corações. Quanto da nossa “adoração” tem


enfocado não o Senhor e suas necessidades, mas nossos gostos e
preferências? Pensando em termos de reunião congregacional, quantas
vezes aquilo que chamamos de um “tremendo período de adoração” não
passou de um momento em que nossa alma foi “massageada” pelos
cânticos de que mais gostamos? Cheque sua atitude: e quando os
cânticos não são os que você gosta?
Antigamente, quando nosso entendimento sobre adoração era ainda
muito limitado, nós cantávamos para os pecadores. Eles eram o centro
de nosso culto. Paramos com isso, mudamos letras e melodias, mas será
que o homem não continua ocupando o centro de nossos cultos? Não
cantamos mais para os pecadores, mas cantamos para nós mesmos.

Quanto do entusiasmo que você demonstra na adoração é despertado


pela visão do Senhor que está inundando o seu espírito? Ou será que é
a performance do músico que desperta seus gritos de júbilo? Precisamos
aprender a diferenciar essas coisas, porque o Senhor nos destinou para
um relacionamento exclusivo com Ele, e Ele não está disposto a dividir
com outras coisas a atenção que deveria receber de nós! A música é um
importante veículo para nos conduzir à adoração.

A música nasceu em Deus e, como a imagem de Deus está reproduzida


em nós, somos criaturas musicais. Mas precisamos parar de confundir
os fins com os meios. Atualmente, perdemos de vista o fim principal
porque nos encantamos demais com os meios.

Se vamos passar a considerar a música como aquilo que ela realmente


é, um meio para uma finalidade muito mais superior e gloriosa, então
alguns critérios têm que ser mudados. Para o que diz respeito a nós, ao
uso que fazemos, como Igreja, da música, o bom músico não é o que
chama atenção para si, mas o que passa desapercebido. Como exemplo,
veja o telefone. Ele é um meio de comunicação, não uma finalidade em
si mesmo. Quando você consegue fazer uma boa ligação, bem audível, é
quase certo que você desligará o telefone sem sequer pensar: “Que
perfeita ligação! Como o som estava claro!” O telefone apenas cumpriu
seu papel, você falou com quem queria, e ponto final.

Não precisamos de artistas no meio da Igreja. Precisamos de pessoas


que cumpram seu papel e que, uma vez feito isso, desapareçam do
cenário para que o Senhor receba toda a glória. Será que não podemos
voltar a uma visão da adoração que nos leve a enfocar prioritariamente
o Senhor e aquilo que diz respeito a Ele?

TORNANDO-SE UM ADORADOR
O termo adoração deriva da palavra adorare. Em latim, adorare
significa falar com, que em outras palavras significa ter comunhão
com. Podemos entender, então, que adorar a Deus nada mais é que
conversar com Deus ou ter comunhão com Deus. Apesar da
definição acima, a palavra adoração requer uma compreensão muito
mais profunda do seu significado. O termo adorare tem um sentido bem
mais amplo do que o verbo falar da língua portuguesa, como veremos
posteriormente. No Antigo Testamento, há duas palavras significando
adoração. Uma delas, em certos lugares, tem o sentido de fazer
"reverência" ou "inclinar-se": "Então o rei Nabucodonosor caiu com
o rosto em terra, e adorou a Daniel, e ordenou que lhe
oferecessem uma oblação e perfumes suaves"(Daniel 2.46); a
outra usa-se a respeito do culto prestado ao Senhor e a outros deuses ou
objeto de reverência: "Então inclinou-se o homem e adorou ao
Senhor;" (Gênesis 24:26), "e, inclinando-me, adorei e bendisse
ao Senhor, Deus do meu senhor Abraão, que me havia conduzido
pelo caminho direito para tomar para seu filho a filha do irmão
do meu senhor"(Gênesis 24.48), etc. No Novo Testamento a palavra
é usada com as seguintes significações: adoração a Deus: "Então
ordenou-lhe Jesus: Vai-te, Satanás; porque está escrito: Ao
Senhor teu Deus adorarás, e só a ele servirás" (Mateus 4.10),
reverência para com Jesus Cristo: "Vendo, pois, de longe a Jesus,
correu e adorou-o" (Marcos 5.6) e culto idólatra: "Antes
carregastes o tabernáculo de Moloque e a estrela do deus
Renfã, figuras que vós fizestes para adorá-las. Desterrar-vos-ei
pois, para além da Babilônia" (Atos 7.43).

Para o povo hebreu, o significado de adoração era algo realmente


diferente daquilo que muitas vezes pensamos hoje em dia. A adoração
era tomada como um estilo de vida. Para eles isto não significava
atividades no templo, cultos, música, etc., mas sim, ter como modo de
vida a adoração diária e constante. Percebemos que o povo hebreu
adorava a Deus em muitas de suas atividades diárias.

Assim como o povo de Deus na antigüidade, nós devemos tomar a


adoração como um modo de vida. A própria Bíblia nos revela que Deus
procura pessoas que o adorem em espírito e em verdade. Ele procura
pessoas que saibam adorá-Lo!!!

AMIZADE, PREOCUPAÇÃO, APRENDER A AGRADAR E DOAÇÃO

Eu, pessoalmente, gosto de ramificar a palavra adoração em quatro


temas que estão intimamente ligados a ela: amizade, preocupação,
aprender a agradar e doação. Estes quatro temas, como
estudaremos a seguir, nos darão uma visão mais ampla para o
aprendizado da adoração. Observe:

1 - Adoração é amizade:

Você se lembra de alguma situação na qual você foi apresentado a uma


pessoa desconhecida? Nestas situações, é natural que o ser humano se
sinta retraído e tímido. Isto acontece com todas as pessoa e assim
ocorre porque ainda não existe uma intimidade profunda nesta relação.
Tudo parece estranho.
Quando uma verdadeira amizade é formada, cria-se também uma
relação mútua de amizade. É um sistema de parceria. Um se coloca a
disposição do outro para o que for preciso. Cada dia que passa, o
relacionamento se torna mais íntimo e a comunhão mais profunda.

Na relação entre Deus e o adorador ocorre o mesmo processo. O ser


humano é apresentado a um novo amigo (Deus). No princípio desta
amizade ele não O conhece e não sabe como agradá-lo. Não há
familiaridade. Ambos, então, passam a conversar constantemente (a
oração). O homem então começa a entrar na intimidade de Deus e
conhecê-lo melhor a cada dia que passa. Este é um ponto fundamental
para haver sincera adoração: tornar-se amigo de Deus!

A questão do conhecimento dentro da amizade também é um requisito


básico para um adorador. Ele deve se esforçar para conhecer Deus ao
máximo e estreitar esta amizade maravilhosa que foi construída. O
próprio Senhor Jesus revela revela em João 15:15: "Já não vos chamo
servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas
chamei-vos amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos dei
a conhecer. Como é bom saber que Jesus nos chama de amigos e está
sempre aberto para novas amizades!

O ser humano, quando aceita Deus, se torna um amigo de Deus. Porém,


Deus exige que a pessoa obedeça a Sua vontade. O homem só
continuará esta amizade quando estiver fazendo a Sua vontade. O
Senhor Jesus novamente nos revela em João 15:14: "Vós sois meus
amigos, se fizerdes o que eu vos mando".

Quando a pessoa ora, louva, agradece, dobra os joelhos ou lê a Bíblia,


ela está adorando a Deus. Qualquer um que deseja se tornar um
adorador, deve buscar incansavelmente exercitar a adoração. Deus
procura pessoas que assim o façam e assim O buscam. É muito bom
saber que Ele se deixa achar. Observe em Jeremias 29.13, Deus dizendo:
"Buscar-me-eis, e me achareis, quando me buscardes de todo o
vosso coração."

2 - Adoração é preocupação

Adoração também está relacionado com a palavra preocupação.


Quando uma pessoa aceita Jesus, ela deve ter a preocupação de
derrotar os pecados em sua vida. Este é o início da vida do adorador.

Porém, o lado ruim desta preocupação é que no começo ela está


totalmente direcionada aos pecados mais visados ou conhecidos tais
como matar, roubar ou mentir. No início da vida cristã, esta pessoa se
esforça para não cometer os erros tidos como "graves", e geralmente
neste nível ela já se acha digno para trabalhar na obra. Muitos chegam a
pensar: "Eu não mato, não roubo e não minto, portanto estou pronto
para trabalhar na obra de Deus!"

A medida que a pessoa começa a entrar na intimidade de Deus, a


preocupação automaticamente aumenta, iniciando outra fase no
processo da adoração. Nas Escrituras podemos encontrar um episódio
que relata uma visão onde o profeta Isaías vê o Senhor assentado no
seu trono. Observe o que ele diz quando teve a visão: "Então disse eu:
Ai de mim! pois estou perdido; porque sou homem de lábios
impuros, e habito no meio dum povo de impuros lábios; e os
meus olhos viram o rei, o Senhor dos exércitos! (Isaías 6:5)".
Podemos perceber que o sentimento de preocupação entrou
instantaneamente no coração de Isaías. Ele viu que mesmo sendo um
profeta de Deus poderia estar perdido, pois ainda era homem de lábios
impuros, o que antes não lhe causava preocupação.

Depois de ter um contato mais profundo com Deus, o adorador começa


a entender que não roubar, não matar, não fumar, não mentir, etc.,
passam a ser requisitos básicos para se tornar um genuíno adorador.
A preocupação começa a ser direcionada a pontos mais profundos, os
quais pareciam sem significado no início da vida cristã. O adorador
tenta não murmurar, não pronunciar palavras frívolas e torpes, não
sentir inveja ou não ser homem de lábios impuros como reconheceu
Isaías. A pessoa entende que pode magoar a Deus em pequenas
atitudes. Este é um patamar mais elevado no que se refere a comunhão
e intimidade com o Senhor.

Há um certo nível no processo da adoração onde a pessoa deseja viver


totalmente dependente de Deus, conversando com Ele diariamente. O
adorador tem sede de conhecê-Lo mais e mais. A intimidade se torna
tão profunda que a preocupação leva a pessoa a estar constantemente
se perguntando:

"Será que esta atitude vai agradar a Deus?"

"Será que isto vai magoar a Deus?"

"Deus vai concordar com aquilo?"

Estas perguntas devem fazer parte do vocabulário diário do adorador.


O levita que é verdadeiro adorador requisita Deus até na escolha dos
cânticos de sua igreja.

Você entende? O genuíno adorador deve colocar Deus no centro de


sua vida. Todas as preocupações devem ser voltadas a Ele. O próprio
povo de Israel nos serviu de grande exemplo vivenciando a adoração
colocando Deus no centro das preocupações!

3 - Adoração é aprender a agradar


Adorar a Deus é aprender a agradá-lo. Como já expliquei
anteriormente, só podemos agradar uma pessoa quando conhecemos o
coração dela. O adorador só começará a agradar a Deus quando ele
começar a conhecer o Seu coração e conhecer Sua Palavra. O desejo de
Deus para o adorador é capacita-lo a entender o que é agradável ao
seu coração.

O discípulo Pedro foi repreendido muitas vezes pelo Senhor Jesus,


mesmo depois de um tempo caminhando ao lado Dele. Em muitas
ocasiões Pedro tentava agradar Jesus, porém de uma maneira errada, na
ignorância. Até mesmo os discípulos foram repreendidos algumas vezes.
Em Marcos 10.13,14 há um episódio onde as criancinhas queriam se
encontrar com Jesus: "Então lhe traziam algumas crianças para
que as tocasse; mas os discípulos o repreenderam. Jesus,
porém, vendo isto, indignou-se e disse-lhes: Deixai vir a mim as
crianças, e não as impeçais, porque de tais é o reino de Deus".
Nesta ocasião os discípulos provavelmente abordaram as crianças
dizendo: "Vão embora! Não aborreçam o Mestre!". Com esta
atitude pensaram que estariam agradando a Cristo, mas Ele ouvindo isto
se indignou e os repreendeu severamente.

Estas ocasiões bíblicas nos revelam que mesmo depois de terem


aceitado seguir a Jesus, os discípulos falhavam quando tentavam
agrada-lo de uma maneira errada! O adorador enfrenta o mesmo
processo. Não se aprende a adorar a Deus da noite para o dia.

Nas suas orações diárias, o adorador deve pedir que Deus se deixe
revelar, e Ele certamente se deixará conhecer. Através da Bíblia e de
experiências vividas diariamente o adorador aprenderá a agradar a
Deus até nas mais pequenas atitudes.

4 - Adoração é doação

Adoração está relacionada com doação. Doação completa da vida do


adorador para Deus. O próprio apóstolo Paulo ordena que: "... se
ofereçam completamente a Deus como sacrifício vivo dedicado
ao seu serviço e agradável a Ele". O texto é bem claro! O adorador
tem a obrigação de se dedicar inteiramente a Deus, doando tempo para
o serviço de Deus e principalmente para Deus.

Como este livro é direcionado às pessoas que atuam no ministério de


louvor, há uma pergunta que eu gostaria muito de responder: "Como o
adorador pode doar seu trabalho de músico na obra de Deus?"

Primeiramente, ele deve buscar estreitar a sua relação com Deus


diariamente. O verdadeiro adorador não pode falar com Deus apenas
nos cultos da igreja. A comunhão deve ser estreitada dia após dia. O
músico cristão não deve substituir nem a música pelo relacionamento
com Deus. A vida do levita dever ser inteligentemente balanceada entre
Deus e a música.

Em segundo lugar o músico deve estar disponível para ministrar em


qualquer lugar e horário que lhe for possível. O adorador deve ter em
seu coração o "eis-me aqui, envia-me a mim". Isto significa prontidão
e disponibilidade para a obra de Deus!

O adorador precisa entender a palavra doação. Doar significa dar sem


pedir de volta! Dar não significa emprestar! Quando você empresta
alguma coisa a alguém, você espera que a pessoa te devolva. Quando
ela não devolve você começa a cobrar. Eu quero que você entenda que
doar a Deus é dar por amor, sem pedir nada em troca. Deus é que
respalda o adorador quando Ele deseja. O Diabo, em troca da
adoração, oferece satisfação e prazeres carnais ao homem. No episódio
onde tentou Jesus no desertou ele disse: "Tudo isto te darei, se,
prostrado, me adorares" (Mateus 4.9).

O adorador deve sua vida a Deus mesmo que seja abençoado ou não.
Portanto, devemos adorar a Deus aprendendo a doar o que temos e o
que somos, sem pedir algo em troca. Deus nos abençoará conforme a
sinceridade da nossa adoração.

QUANDO E ONDE DEVO ADORAR A DEUS?

Para explicar esta parte vamos utilizar novamente a ilustração da nova


amizade formada.

Como já foi explicado anteriormente, no início de uma nova amizade não


existe muita liberdade. A amizade é um pouco retraída nas primeiras
semanas. Você não se sente tanto à vontade conversando com uma
pessoa recém conhecida. É um diálogo bem diferente do que aquele que
você tem em casa com sua família.

Mas qual é a diferença entre a família e um novo amigo? A diferença é


que você cresceu dialogando com os seus pais e irmãos, você faz isto
todos os dias. É por este motivo que quando está em casa, você tem
mais liberdade, mais intimidade. Encontrar as mesmas pessoas todos os
dias se torna rotina.

Com Deus ocorre exatamente o mesmo processo. Quanto mais você


conversa com Ele, mais você ganha liberdade e intimidade com Ele. O
verdadeiro adorador sente necessidade de adorar a Deus todos
os dias! Muitos cristãos ainda não aprenderam isto e acabam
cometendo o erro de falar com Deus apenas nos cultos. E triste observar
que muitos buscam e conversam com o Senhor na igreja, mas quando
estão fora dela se esquecem totalmente que Ele existe.
Uma pai de família não deseja ter diálogo com os filhos apenas uma ou
duas vezes na semana. Da mesma forma, Deus não quer ter comunhão
com seus filhos apenas nos cultos, mas em todos os momentos de suas
vidas. Deus quer que seus filhos transformem a palavra adoração num
estilo de vida, ou seja, vida de sincera adoração. A relação do
adorador com Deus deve ser renovada e estreitada dia a dia.

É tempo de despertarmos e vivermos em adoração a Deus


constantemente! Você pode adorar a Deus quando estiver dirigindo o
carro, cozinhando, trabalhando, estudando, etc. Ele está sempre ao teu
lado esperando para falar-lhe. Em qualquer lugar que você for, Deus
estará pronto a te ouvir e ouvir os teus louvores em adoração. É bom
saber que Deus deseja estar em comunhão ininterrupta com seus
adoradores, abençoando-os conforme a sinceridade dos seus corações!

COMO A ADORAÇÃO GENUÍNA TRAZ AS BÊNÇÃOS DE DEUS

O desejo de Deus é abençoar-nos em abundância quando louvamos e


adoramos. O processo de derramar suas bênçãos sobre o louvor pode
ser comparada ao ciclo de chuvas da natureza. É justamente aquele que
se estuda na escola. Você lembra?

É o método pelo qual as nuvens se formam, através da evaporação.


Depois vem a chuva e rega a terra, tornando-a frutífera e produtiva.
Veja o processo abaixo:

1 – O calor e o brilho do Sol atingem as águas (rios, mares, oceanos,


lagoas, riachos, cachoeiras, etc). "Deus espalha luz sobre o oceano"
(Jó 36:30);

2 – As águas se aquecem a ponto de se transformarem em vapor;

3 – O vapor, então, sobe ao céu, por ser mais leve do que o ar;

4 – O vapor que chega ao céu forma as nuvens, carregando-as;

5 – Toda a água contida nas nuvens, desaba sobre o solo em forma de


gotas (a chuva).

Esta é a parte do processo onde a água torna o solo frutífero.

6 – A terra, que está fértil, fornece ao semeador árvores e frutos


procedentes das sementes plantadas;

7 – O excesso de água corre para os rios e mares, onde o processo todo


recomeça.
A natureza foi criada por Deus, e Deus a criou perfeita. Ele também criou
o ciclo das chuvas conforme a sua vontade, para servir o homem e os
animais. Da mesma maneira, o processo de abençoar-nos foi criado com
perfeição, conforme a sua vontade. Observe o que acontece quando
louvamos a Deus como Ele deseja:

1 - Deus faz com que suas bênçãos brilhem sobre os homens, assim
como o sol brilha sobre os oceanos;

2 - O coração do homem se aquece com relação à Deus, em resposta às


bênçãos que Deus têm brilhado sobre ele, assim como se aquecem as
águas do oceano, quando o sol brilha sobre elas;

3 - Os louvores do homem sobem a Deus, assim como os vapores das


águas do oceano sobem aos céus;

4 - Assim como o vapor da água vai formar a chuva, os nossos louvores


à Deus vão formar as nuvens de bênçãos;

5 - Deus faz com que as nuvens de bênçãos se destilem em chuva,


caindo então sobre a terra. "...estando as nuvens cheias, derramam
a chuva sobre a terra" (Ecl 11:3);

6 - A terra (coração) se torna frutífera e próspera, proporcionando frutos


para o semeador;

7 – O excesso de chuva correm para os rios e mares, onde o processo


todo recomeça.

Você entendeu o processo? Quando convidamos Deus a entrar em


nossos corações, cria-se em nós um desejo de louva-Lo. A medida que
os nossos louvores sobem aos céus, a chuva de bênçãos de Deus cai
sobre nós. A medida que adoramos a Deus, Ele vai formando nuvens de
bênçãos com nossos louvores, então Ele envia abundante chuva sobre
nós. A quantidade de chuva é exatamente proporcional à quantidade de
louvores que elevamos à Deus. Se não houver adoração, também não
haverá chuva.

A chuva torna o solo produtivo e frutífero. Quando não há chuva, a terra


torna-se seca e arenosa, inútil. O nosso coração é o solo. Quando não há
louvor e adoração o coração torna-se duro e sem frutos. Porém quando
adoramos a Deus profundamente, a chuva cai e os frutos da terra
começam a florescer. Tais frutos são o amor, a alegria, a paz, a
mansidão, ...

RAMON TESSMANN, 1999


OS INSTRUMENTOS MUSICAIS
Assim como os ritmos, os instrumentos musicais utilizados dentro e fora
das igrejas têm sido alvo de dúvidas e variadas perguntas. Instrumentos
que parecem impróprios ou incovenientes para o serviço do louvor, têm
sido constantemente interrogados. Neste capítulo tentarei esclarecer um
pouco mais este assunto aos irmãos. Pretendo também esclarecer a
relação entre músicos, quantidade de instrumentos e unção no louvor.

Histórico

Na idade média, o orgão acústico era o único instrumento liberado para


acompanhar os cantores nas igrejas. Era considerado o único
instrumento sacro e o único próprio para harmonizar os cânticos no
interior dos templos. Isto ocorria devido ao forte preconceito que existia
contra os demais instrumentos, entitulados "pagãos". Portanto, pensava-
se que Deus poderia enfurecer-se ouvindo o som de tambores, palmas,
cordas ou qualquer outro tipo de som que não fosse o órgão.

Com o passar dos tempos, as igrejas foram quebrando este preconceito


inserindo toda sorte de instrumentos musicais e enriquecendo a música
cristã.

O que diz a Bíblia?

No Velho Testamento observamos que o próprio povo de Deus usava


uma rica variedade de instrumentos musicais. Confira em I Crônicas
5:13: "...quando os trombeteiros e os cantores estavam acordes
em fazerem ouvir uma só voz, louvando ao Senhor e dando-lhe
graças, e quando levantavam a voz com trombetas, e címbalos,
e outros instrumentos de música, e louvavam ao Senhor,
dizendo: Porque ele é bom, porque a sua benignidade dura para
sempre; então se encheu duma nuvem a casa, a saber, a casa do
Senhor..."

Nas Escrituras Sagradas, os instrumentos musicais não estão de forma


alguma relacionados com paganismo ou com qualquer outro tipo de mal.
Não nos deparamos com passagens bíblicas referentes a "instrumentos
musicais demoníacos". Não encontramos versículos onde Deus revela
que não goste de algum instrumento ou que demonstre alguma
preocupação com isso.

No livro dos Salmos, versos 3, 4 e 5, Davi ordena o seguinte:"...Louvai-


o com o som da trombeta, Louvai-o com saltério e com harpa,
Louvai-o com instrumentos de corda e com flauta, Louvai-o com
címbalos altissonantes...". A palavra-chave deste verso é "Louvai-o".
Neste trecho percebemos que Davi não deu a mínima importância aos
instrumentos, porém estava preocupado com a ordem de louvar a Deus!
Acredito que ele quis expressar isto: "Louvem todos, não importa o
instrumento musical, Louvai a Deus, Louvai-o com teu fôlego,
Louvai ao Senhor!

Em 1 Cr 13.8, Davi e o povo de Israel louvavam a Deus com dois


instrumentos não mencionados no Salmo 150: "Davi e todo o povo de
Israel alegravam-se perante Deus com todas as suas forças,
cânticos, com harpas, com alaúdes, com tamborins, com
címbalos e com trombetas". Você consegue perceber a variedade de
instrumentos que os dois versos citam? Aqui estão eles: trombeta,
saltério, harpa, instrumentos de corda, flauta, címbalos altissonantes,
alaúdes e tamborins. É uma verdadeira orquestra!

Compreendemos que o povo de Israel não possuía preconceito algum


vinculado a instrumentos musicais, porém possuía uma rica variedade
deles. Confira em II Samuel 6.5: "E Davi, e toda a casa de Israel,
tocavam perante o Senhor, com toda sorte de instrumentos de
pau de faia, como também com harpas, saltérios, tamboris,
pandeiros e címbalos". As Escrituras Sagradas revelam em I Crônicas
15.16: "E Davi ordenou aos chefes dos levitas que designassem
alguns de seus irmãos como cantores, para tocarem com
instrumentos musicais, com alaúdes, harpas e címbalos, e
levantarem a voz com alegria". Poderíamos citar mais dezenas e
dezenas de versículos a respeito da grande diversidade de instrumentos
que povo possuía.

Apesar de todos estes versos citados alguns deverão se questionar:


"Será que o som barulhento de algum instrumento não tem influência
sobre o louvor?", "Há instrumentos que podem atrapalhar um ambiente
de louvor a Deus?". Estudaremos esta questão nas explicações abaixo.

O Louvor Claro e o Louvor Incerto

Apesar do povo Hebreu possuir toda essa variedade de instrumentos, a


Bíblia relata que quando Moisés descia do monte com as tábuas da lei,
ele ouviu juntamente com Josué, uma cântico duvidoso, que trazia
incerteza, ao próprio Josué que era guerreiro. Ele não conseguia
discernir que tipo de cântico era aquele. Observe em Êxodo 32.17 à 19:
"Ouvindo Josué a voz do povo que gritava, disse a Moisés: Há
um alarido de guerra no arraial. Respondeu-lhe Moisés: Não é
alarido dos vencedores nem alarido dos vencidos, mas alarido
dos que cantam é o que ouço. Logo que se aproximou do arraial,
viu ele o bezerro e as danças; então, acendendo-se-lhe a ira,
arrojou das mãos as tábuas e quebrou-as ao pé do monte...".
Alarido significa algazarra, gritaria. O texto deixa claro que o cântico era
de idolatria, mas se confundia com cântico de guerra.
Será que estamos sabendo utilizar os nossos instrumentos para gerar
louvores claros e inconfundíveis ao nosso Deus? Você entente? Não
devemos ter preconceito contra instrumento algum, mas sim aprender a
utilizá-los de uma forma clara e inteligível a todos. Com relação ao
volume, deve-se ter percepção e sensibilidade para se controlar diante
dos instrumentos conforme o espaço no qual se canta, produzindo
assim, um ambiente agradável de louvor a Deus!

O Músico e o Instrumento

Os instrumentos em si não possuem maldade alguma. O problema maior


quase sempre está relacionado com a pessoa que o executa, o músico.
Em Am 5, 21-23 , Amós fala em lugar de Deus: "Aborreço, desprezo
as vossas festas, e com as vossas assembléias solenes não
tenho nenhum prazer. E, ainda que me ofereçais holocaustos e
vossas ofertas de manjares, não me agradarei deles, nem
atentarei para as ofertas pacíficas de vossos animais cevados.
Afasta de mim o estrépido dos teus cânticos; porque não ouvirei
as melodias das tuas liras." O texto acima expressa a desaprovação
de Deus com relação às pessoas. Porém, a condenação não era pela
qualidade musical dos levitas mas pela qualidade espiritual. Certamente
os músicos estavam tocando maravilhosamente, mas os corações dos
cantores e da congregação estavam frios.

Infelizmente, o texto acima expressa atitudes muito conhecidas hoje em


dia. Há músicos evangélicos que possuem um grande potencial musical,
mas não há presença e poder de Deus quando executam os seus
intrumentos. Tenho visto muitos shows cristãos realizados sobre grandes
palcos repletos de instrumentos musicais caros, tecnologia de ponta,
raios de luzes, etc., porém faltando o principal, a unção de Deus.

Quantidade de Instrumentos Musicais

Em Efésios 5:18,19 a Bíblia relata "...e não vos embriagueis com


vinho, em que há devassidade, mas enchei-vos do Espírito,
falando entre vós com salmos e hinos, e cânticos espirituais,
cantando e salmodiando ao Senhor no nosso coração." Nestes
dois versos podemos constatar a falta de instrumentos musicais, porém
o texto não nega que podemos cantar salmos, hinos, cânticos
espirituais, etc.

Comumente, pensamos que Deus só vai operar no louvor quando


possuirmos um conjunto de instrumentos completo. Deus deseja
manifestar sua presença independente da quantidade de instrumentos
musicais, músicos ou cantores!
Há pessoas que desanimam facilmente quando vêem um só instrumento
presente na igreja. Inconscientemente pensam que o louvor não vai
alcançar o trono de Deus. Acontece o mesmo com os músicos. Todos
desejam estar dentro de um bom grupo de instrumentistas. Porém
quando ministra sozinho, o músico se inquieta e sente-se inseguro.

Como já mencionei anteriormente, Deus deseja estar presente em nosso


louvor independente da quantidade de instrumentos musicais ou
músicos. Você pode sentir a presença Dele tocando apenas um violão ou
cantando sem instrumento. O propósito do Senhor é ouvir o som que sai
dos nossos corações!

RAMON TESSMANN, 1999

______________________________________________

Os cuidado antes de subir no palco...


por Ramon Tessmann

Estar conduzindo o período de louvor de uma igreja é um trabalho muito


sério e muitas vezes árduo. Além de se preocupar em direcionar o meu
louvor a Deus, eu devo me preocupar em levar a igreja a louvar a Deus,
sem atrapalhar nem chamar a atenção para mim, nem para o grupo.
Confesso que às vezes é difícil. Muitas vezes, a desorganização acaba
incomodando, fazendo a igreja se dispersar.

Por isso senti o desejo de escrever este breve, mas objetivo texto, com
o propósito de levar você a organizar melhor o seu grupo, aproveitando
ao máximo todos os momentos do período de louvor.

Cuidados básicos a serem tomados antes do culto:

1. Santidade - Sempre vou continuar a bater nesta tecla. Não suba


para ministrar louvor se você está em pecado...não ministre se
você está magoado ou magoou alguém..., etc. Sacerdotes não
podem estar com as vestes sujas diante de Deus, mas sim limpas
e brancas!

2. Oração e louvor - É bom que haja um tempo de louvor e oração


com o grupo antes do culto. A oração é muito importante,
principalmente pelo item 1, que é perdão pelos pecados.

3. Escolha dos levitas - Nós, do Ministério Vida Nova, possuímos,


por exemplo, dois bateristas e dois guitarristas. Se o seu grupo
têm músicos que tocam o mesmo instrumento ou que têm a
mesma voz, eu sugiro que a escolha dos levitas que vão ministrar
sejam escolhidas antes do início do culto, sempre visando a
unidade. Já enfrentamos vários contratempos quando não nos
organizamos nesta área.

4. Organização do culto - É bom que o líder do grupo converse


com pastor a respeito da ordem do culto (quando se dará o tempo
do louvor, da oração, da oferta, da palavra, etc). Muitas vezes é
bom que se saiba até o tema da palavra principal, para que o
grupo ministre também sobre isto.

5. Afinação - Toda a afinação de instrumentos deve ser feita


antecipadamente, e não na hora do louvor. É terrível observarmos
o dirigente de louvor ministrando, e o guitarrista lá no canto:
tóim, tóim, tóim....(afinado a guitarra). Parece coisa banal, mas
muitos irmãos perdem a atenção por causa disto.

6. Teste de cabos - É bom que seja testado todos os cabos móveis


utilizados no palco (microfones, guitarras e baixos). Isto para que
os mesmos não causem "estouros" ou "chiados" no momento do
culto.

7. Transparência - O grupo deve ter uma pessoa responsável pelo


retro-projetor, e deve cuidar para ter todos os cânticos nas
transparências (principalmente os mais novos).

8. Escolha dos cânticos - Se o seu grupo ainda não tem liberdade


para cantar sem livros cifrados, é bom que se escolha os cânticos
antecipadamente, para que os músicos não sejam pegos de
surpresa.

Meus amados irmãos, lembrem-se sempre: "Deus é o centro das


atenções e não o grupo de louvor"

...um abração em Cristo Jesus e até a próxima,

Ramon Tessmann

Formando Uma Equipe de Louvor


Por Christiano Carneiro

Formar uma equipe de Louvor é o mesmo que formar um Ministério de obreiros dentro
da Igreja, o mesmo deve ser tratado e encarado como algo de extrema importância. É
de fundamental necessidade, antes de escolher as pessoas para compor um grupo de
louvor, o líder ou Ministro de Louvor junto com o Pastor da Igreja, jejuar e orar
fortemente para que a escolha não seja precipitada, pessoal ou fora da vontade de
Deus. Todo cuidado é pouco, pois uma escolha errada sempre traz grandes e perigosos
problemas no futuro, não somente para o desempenho do grupo de louvor mas
também para todo o crescimento da obra local, e saúde espiritual do corpo de Cristo. É
preciso ter a sensibilidade, discernimento e técnica necessária para estar em primeiro
lugar escolhendo pessoas que tem o chamado para o Louvor, isto é, Levitas
consagrados e chamados pelo Senhor. Muitas vezes por a Igreja estar iniciando,
Pastores ou lideres de Louvor chamam qualquer pessoa que aparece na Igreja que
demonstra gostar de louvar, tocar ou cantar. Muitas vezes aparecem irmãos(as) que
sabem tocar ou cantar muito bem , e pelo empolgamento colocam na frente da batalha
sem orar, averiguar e descobrir como anda a vida espiritual dos mesmos. Todo o
obreiro deve primeiramente ser testado, para depois ser consagrado e chamado para a
obra, e isto sempre deve ser feito também na escolha dos componentes do grupo de
Louvor. Existem milhares de grupos de louvor que erraram nesta formação inicial e
hoje passam tremendas lutas e provações porque colocaram pessoas sem o chamado
para o Louvor, e agora estes estão sendo como que pedra de tropeço. O Louvor nunca
crescerá dessa maneira, o desempenho sempre ficará estagnado, a obra do Senhor
terá dificuldades, e principalmente o mover de Deus nunca fluirá durante o Louvor da
maneira que Deus quer, tudo isso por uma mal escolha. Deus desde os primórdios
Deus separou um povo exclusivo para louvar- Os Levitas, (Nm 1:50 . Nm 3:6 e 7 .I Cr
23:30) e hoje não é diferente. É realmente algo muito delicado a formação de uma
equipe de Louvor. É algo que antes de mais nada é preciso muita oração e revelação
de Deus. A maneira certa para a escolha vem de joelhos dobrados, vem de lágrimas
sinceras derramadas nas madrugadas e até mesmo de auxilio de profissionais nesta
área. Uma escolha errada mata espiritualmente não somente a performance do grupo,
mas principalmente a pessoa que não tem chamado para o Louvor. Leia Números 1:51
e verá que Deus disse e determinou: "O estranho que se aproximar morrerá". Que
coisa séria, e que muitas vezes é tratada de qualquer maneira por muitos lideres.
Sabedores também que Deus não chama apenas os capacitados , mas que capacita os
chamados por ele, temos que analisar o caráter do escolhido(a) para o Louvor. Se este
irmão(a) tem uma personalidade que permite liderar, se este tem espirito de
submissão, se sabe ouvir, se sabe mesmo contra sua vontade seguir o conselho e
acatar com a decisão do Pastor ou Líder. Saiba que é preciso ser em primeiro lugar
servo de Deus e do corpo de Cristo para fazer parte de qualquer cargo ministerial na
Igreja, pois os que não tem chamando geralmente nunca concordam com as decisões
dos lideres, tem caráter difícil, e não demonstram os frutos do Espirito que é
necessário para trabalhar na seara do Senhor. E o pior é que quando se coloca tal
pessoa no grupo de Louvor, para depois tirá-la do grupo é muito difícil, pois o
mesmo(a) poderia até mesmo por rebelião sair da Igreja e se afastar dos caminhos do
Senhor. Que perigo!!! Que situação!!! O que fazer? Em primeiro lugar como disse orar
muito antes de tomar Qualquer decisão. Para cantar ou tocar num grupo de Louvor é
preciso ter chamado e não qualidade vocal e instrumental. Pois Deus vai capacitando
os chamados a cada dia. É preciso também treinar, tomar aulas e se aperfeiçoar, pois
sem isso, mesmo o que é chamado nunca irá muito longe em seu ministério de Louvor.
O Cantor(a) tem que pegar aulas de canto, o instrumentista aula com professores
ungidos para que cada um cresça em sua área. Pois Deus tem seus professores que
são usados exatamente para este propósito: o de ensinar, aprimorar e aperfeiçoar os
chamados de Deus. Essa história que os Levitas já nascem sabendo é errônea, pois
embora sejam escolhidos desde o ventre, isso não quer dizer que não precisam de
auxilio, técnica e aulas de ensino. Saiba que os escolhidos aprendem fácil e os que não
são levitas demoram muito para apreender, quando estes chegam e conseguem
aprender algo. Lembro-me de quando meu Pastor me chamou para liderar o louvor que
estava iniciando em nossa Igreja. Que coragem!!! Eu era desafinado, achava que não
sabia cantar ( e até hoje reconheço que preciso aprender muito mesmo) e mesmo
assim ele acreditou em min, dando o voto de confiança e cobrindo minha vida de
orações. Quando olho para trás vejo que o Pastor Maciel Figueiredo teve antes de mais
nada muita ousadia por esta escolha. Mas por ser um servo de Deus, este Pastor me
escolheu por ter sentido de Deus uma vocação em min para esta obra. Eu era como
Davi, que mesmo pelo seu pai era desprezado e ninguém reconhecia seu valor. Na
escolha para o Rei de Israel , Davi foi o último a ser apresentado ao Profeta Samuel.
Nem mesmo o próprio Pai de Davi acreditava que ele teria o valor necessário para ser
Rei. Mas Davi era o escolhido. Muitas vezes os escolhidos estão nos bancos das
Igrejas, e os que não tem o chamado para o Louvor estão na frente da batalha,
enfraquecendo o corpo de Cristo e atrapalhando o mover do Espirito Santo durante o
Louvor. Que realidade triste!!! Formar uma equipe de louvor é uma benção de Deus
quando acertamos na escolha. Pois a Igreja notará o crescimento do mesmo e sentirá
que o Espirito Santo de Deus está capacitando cada um, e que o entrosamento está
chegando, que a união é visível e real, que as vozes do coral estão se encaixando e a
harmonia musical é notável e sensível. Isto é prova de escolha certa. A Igreja sempre
será o termômetro que medirá a o fluxo espiritual no Louvor. Se a Igreja louva de
coração, em Espirito e em verdade, se a Igreja chora no poder de Deus, se almas são
libertas no poder do Louvor, se acontecem salvação de vidas nos cultos, saiba , o
grupo de Louvor de sua Igreja está no caminho certo. Aleluias!!! Que maravilha é tal
grupo de Louvor. Este é o papel de um grupo ungido: restaurar vidas, libertas os
cativos, salvar os perdidos, e preparar os corações, almas e espíritos dos membros
para ouvir a Palavra de Deus.

A Força do Louvor
Muitas vezes não damos a devida importância ao louvor, muitos
desprezam os órgãos de louvores deixando de louvar a Deus, por um
motivo qualquer, tendo sempre em primeiro lugar o interesse próprio
.Mas vamos ver a devida importância da força do louvor a Deus. Diante
da afronta do inimigo, Jeosafá disse: "Coloquem os cantores na frente,
diante dos armados para que louvem a Majestade Santa’’.

Vamos imaginar um grande exército armado com lança, espada enfim,


todo armamento disponível que existia naquela época, e na frente dos
armados colocaram os cantores de Israel, e começaram a marchar e
dizer: "Louvai ao Senhor porque a sua benignidade dura para sempre". E
marchando e louvando - "Louvai ao Senhor porque sua benignidade dura
para sempre".( II. Cr. 20:21 ) e saíram pelos vales cantando.

Ao tempo que começaram a cantar e louvar a Deus, os moabitas foram


contra os povos das montanhas de Seir, os da montanha de Seir contra
os amonitas, e eles se mataram mutualmente. Não foi preciso Israel
mexer sequer uma lança ou espada contra aqueles inimigos, eles
mataram-se reciprocamente. E sabe o que Israel estava fazendo?
"Louvai ao Senhor porque sua benignidade dura para sempre".

Quantas vezes fazemos ao contrário, diante de qualquer problema. A


primeira coisa que fazemos é fechar nossa boca e deixamos de louvar a
Deus. Esta atitude tem nos trazido grandes prejuízos e por este motivo
tantos departamentos de louvor que estão se acabando porque
fechamos a nossa boca e não damos a Deus o devido louvor.

Muitas vezes, ficamos pensando, o que fazer quando Deus quer que
apenas o glorifiquemos e exaltemos Seu nome? Prezado(a) irmão(a) :
não sabemos a infinidade de inimigos que estão ao nosso derredor,
querendo nos tragar, colocando o desânimo em nossos corações. A
maior preocupação de nosso inimigo é calar o nosso louvor a Deus,
porque unicamente a Deus pertence o nosso louvor.

Não sei o que está acontecendo em sua vida nem qual é a sua luta, mas
sei que Deus quer a sua adoração dizendo: "Louvai ao Senhor porque
sua benignidade dura para sempre"; comece a louvar a Deus. Ele
pelejará por você quando assim começar a faze-lo louvando a Deus, as
lutas vão desaparecer e Deus nos dará grandes vitórias. O diabo é
ladrão, ele quer roubar a adoração que pertence somente a Deus. Mas
as muralhas cairão, o gigante será derrubado, porque a igreja está
dizendo: "Louvai ao Senhor porque a sua benignidade dura para
sempre".

Experimente, ainda que por um minuto, adore a grandeza, a majestade e a beleza de


Deus. Não peça nada à Ele apenas o adore, neste momento de lutas, na pior crise dos
vales, Deus está conosco. O Salmo 23:4 diz: "Ainda que eu andasse pelo vale de
sombra da morte, não temeria mal algum porque tu estás comigo, a Tua vara e o Teu
cajado me consolam". O Deus vencedor de todas as batalhas está conosco, nos piores
momentos ou nos vales. Por isso somos mais que vencedores.

Aprofundando-se na Adoração
Por Terry Butler

O ato de adoração deve ser a prioridade mais alta para todo homem e mulher. É o pré
requisito para nosso serviço para Deus, bem como para nosso relacionamento com Ele,
para as outras pessoas e para nós mesmos. Neste artigo, gostaria de enfatizar a
importância de viver uma vida com o foco na adoração de Deus, e ao mesmo tempo,
tentar pintar um quadro de como a adoração muda nossa vida, e o que esta mudança
produz.

Existe uma diferença entre aqueles que são capturados pelo amor à Deus e aqueles
que "não estão cuidando do jardim de adoração". Eu mesmo, quase perdi este aspecto
fundamental da vida Cristã. Aqueles que estão constantemente perante o Senhor em
adoração, tem um conhecimento crescente da necessidade da presença de Deus em
suas vidas, e um desejo sincero de agrada-lo e servi-lo, dia a dia. Deus pode mover
para bem longe, dos corações daqueles que são adoradores sinceros, tudo aquilo que
não é importante bem como prejudicial, de suas vidas, e muito mais rapidamente, do
que daqueles que não participam deste tipo de "ponto de contato" com o Senhor. Estes
adoradores, não sentem vergonha das lágrimas bem como tem uma profunda
sensibilidade pelas dores e sofrimentos humanos. O verdadeiro adorador, é aquele que
se entregou totalmente ao propósito maior de Deus e consequentemente, vê as coisas
através de uma perspectiva eterna. Pessoas como o Apóstolo Paulo, Francisco de Assis,
D. L. Moody e Corrie Ten Boom, entre outros, amaram profundamente, aquele que os
amou primeiro. E eles expressaram este amor, de maneira que trouxe glória a Deus,
bem como afetou o mundo em que viveram.

As Primeiras Coisas, Em Primeiro Lugar

Rendei graças ao Senhor, invocai o seu nome, fazei conhecidos, entre os seus povos,
os seus feitos. Cantai-lhe, cantai-lhe salmos; narrai todas as suas maravilhas. Gloriai-
vos no seu santo nome; alegre-se o coração dos que buscam o Senhor. Salmos 105:1-3
Aleluia, dai graças a Deus! Ore a Ele, chamando-o pelo seu nome! Diga a todos que
encontrar, que você descobriu o que ele fez! Cante-lhe canções e hinos, traduza os
seus grandes feitos em musicas! Honre o seu santo nome com Aleluias, e todo aquele
que busca a Deus, que viva uma vida feliz! (Tradução para o Português, do Salmo
105:1-3, na versão "The Message, by Peterson").

Vamos resgatar alguns princípios bíblicos. Adoração é para Deus. O Alfa e o Omega nos
deu uma maneira de expressar nossa gratidão, amor e adoração para ele. Nós somos
os "menores" e definitivamente, devemos dar todo o respeito e honra, aquele que é " O
Maior". A beleza e maravilha disto tudo, é que Deus deseja ter intimidade conosco.
Ainda que seja todo suficiente, Ele não é indiferente para conosco.

O primeiro motivo e razão para adorar à Deus, é porque ele é Deus – Santo e Justo,
Perfeito em todos os seus caminhos. Deus, em sua perfeita sabedoria, nos criou, tendo
a "adoração" em mente. Pense como ele fez nossos corpos. Podemos expressar
externamente, o que nossos corações e mentes estão sentindo. Podemos levantar
nossas mãos e vozes para Ele. Richard Foster, diz isto, da seguinte maneira: "Adoração,
é a resposta humana, à iniciativa divina". O Senhor colocou em nós, o desejo de adora-
lo, como também nos equipou para isto. Propósito e satisfação em nossas vidas, são
oriundas da compreensão e prática deste princípio. Nós recebemos os benefícios da
adoração que ele merece. Ainda que não recebamos nada, ele continua sendo
merecedor de nosso louvor.

Deus iniciou este relacionamento em minha vida, através da adoração, quando era
ainda adolescente. Estávamos pernoitando, num parque para "trailers" em St. George,
Utah, já no final de nossas férias em família. Estava uma noite tão agradável, que meu
irmão Randy e eu, decidimos dormir fora, acomodados em cadeirinhas desmontáveis.
Randy, dormiu logo após de terminar sua conversa comigo, e eu, permanecía bem
acordado. Durante todo este verão, devorei o Novo Testamento, e fiquei mais
consciente da minha necessidade de Deus. E o que experimentei naquela noite quente
em Agosto, realmente mudou minha vida pra valer.

No começo, senti incomodado. Logo após, comecei a sentir a presença de Deus, de


uma maneira que nunca havia sentido antes. Comecei a chorar e a louvar a Deus. Perdi
a conta, de quantas vezes disse que o amava. Então, "sentí" Deus me dizer: "Vamos
dar uma caminhada juntos, Terry".

Foi como se ele estivesse alí, ao meu lado. Fui lembrado de Aslan, o Leão, do livro
"Crônicas de Narnia" de C.S. Lewis. Eu podia sentir seu fôlego em mim. Todas as
perguntas que gostaria de ter respostas, foram respondidas, pelo simples fato de estar
alí, com Deus. O Senhor é tão gentil e real. Meu espírito foi completamente enchido e
tomado pela presença dele. Fiquei totalmente tomado pelas lágrimas, ao saber e
perceber o quão bem ele me conhecia e me aceitava.

Embora levaria vários anos até eu compreender melhor a dinâmica da adoração, com
certeza, Deus estava me chamando como "das profundezas". Também, me chamava
para gastar toda minha vida nele. Também tive a confirmação que as músicas que
fazia, tocava e cantava, deveriam, de agora em diante, ser para ele. E quando olho
para trás, para esta experiência, sempre reafirmo, que sou dele. Fui criado para louva-
lo, e ele deseja ter um relacionamento comigo. Também esta experiência me diz, que
minha devoção, jamais deve ser apenas um "elemento adicional", para o resto de
minha vida. Tudo começa no altar de Deus. "Senhor, lembre-me, sempre, que até o
desejo de adora-lo e servi-lo, são dons, que vem do Senhor, o iniciador Divino".

Adoração Muda Nossas Perspectivas Sobre os Outros


Nossas percepções sobre outras pessoas são transformadas, após a adoração. Depois
de curvarmos perante o Senhor da Gloria, as coisas são revertidas. Nós ficamos mais
aptos à enxergar as traves em nossas olhos do que as dos nossos irmãos (Mat 7:1-5).
Duas coisas devem acontecer quando nossos corações são quebrantados e quando
concluímos sobre nossa infidelidade e impiedade para com Deus. Primeiro, nós
Devemos nos tornar mais e mais agradecidos à Jesus, pela sua misericórdia e perdão.
Segundo, nós devemos amar mais uns aos outros, devemos ser mais compreensivos
uns para com os outros, termos mais graça uns para com os outros e perdoar uns aos
outros (I Jo 2:9-10). Perdi a conta, de quantas vezes, que cheguei na presença de Deus
em adoração, ou intimamente, quando trazia comigo, raiva e amargura para com
alguém, e depois, quando "saí", me senti totalmente diferente. Quando estou
adorando, estou convidando Deus e seu coração com sua perspectiva sobre os outros
em meu coração. Como gostaria de ter tido a perspectiva de Deus mais
freqüentemente. Me teria livrado de várias frustrações. Contudo, posso ver como ele
está mudando esta área crítica em minha vida, para melhor, na medida em entrego,
em adoração, todos meus relacionamentos e valores, para ele. Constantemente, Deus
me lembra, que ele é que fez as pessoas, todas bem variadas, e que ela as ama, cada
uma delas. E ele vai muito mais além, e me lembra, que preciso, até das pessoas que
me irritam e me machucam, e que ele as está usando em minha vida, para meu
próprio crescimento (o que sempre esqueço). E que tal nossas esposas, filhos, ou
nossos amigos íntimos? Será que não queremos vê-los através dos olhos do Senhor? É
claro que sim. Só que, sempre, deixamos muito a desejar, e nos sentimos muito mal,
por isso. Quantas e quantas vezes, tenho feito minha mulher, fazer as coisas do meu
jeito. E é claro, que é a maneira melhor e mais correta de se fazer as coisas. É, tá
certo….!!!

Depois de ter feito a coisa, e ver que não devia ter falado o que e como falei, bem
como concluir, que a maneira dela é que estava certa, vejo que estou precisando
apresentar minhas necessidades e todos os meus relacionamentos, para o Senhor, no
altar da adoração, para que ele receba a glória, através de toda interação e
relacionamentos com aqueles com quem convivo diariamente, e a quem amo
profundamente. I Jo 2:9, nos lembra, que não podemos dizer que amamos a Deus, se
odiamos nossos irmãos. E o verdadeiro adorador, sabem bem disto, pois seu coração é
amaciado no lugar da adoração e devoção. Senhor, te adoro! Obrigado por se importar
com cada um de meus relacionamentos. Sei que na medida em que busco sua face,
com todo meu coração, o Senhor me ajudará a enxergar os outros, através de seus
olhos.

Adoração Ajuda a Nos Preparar para Novas Estações de Mudanças e Crescimento

Constantemente eu caio num redemoinho e rotina, de não ter consciência do quão


atolado estou em um determinado lugar em minha vida. E sempre sinto que as vezes,
as coisas estão começando a fazer sentido. E não gostaria de mudar nada, pelo menos
por um bom tempo. E sou bem resistente à novas coisas, inclusive se elas vão afetar
meus relacionamentos, ou se elas vão me tirar de minha rotina tão confortável. " Mas
Senhor, eu sempre tenho feito desta maneira", posso escutar eu mesmo, falando isto.
Do jeito que vejo, no que diz tocante a este assunto delicado, de crescimento e
mudanças, existem dois tipos de adoração. O primeiro, chamo de "adoração segura", e
é o tipo que adoto, quando me aproximo de Deus cautelosamente, guardando certos
aspectos de minha vida, e não querendo derramar tudo na mesa, perante ele. O outro
aspecto, é chegar a Deus, com braços abertos em entrega total, abandonando toda
área de minha vida e meu ser, completamente, nas suas mãos. Quando chego no altar
da adoração, com esta postura e com o coração aberto, escuto sua voz gentil, me
assegurando que sou dele, e que ele sabe de tudo o que é melhor para mim, tanto no
passado, como agora. E que ele estará lá para mim, para guiar meu coração no que há
de vir. Mudanças nos fazem sentir tão vulneráveis e inquietos. Aumenta o índice de
medo e insegurança. Eu experimentei o que acabei de descrever, quando, ao deixar
minha igreja, da qual era parte, por mais de vinte e quatro anos. Era o líder de louvor e
pastor do ministério de crianças, pelo menos, nos últimos quatorze anos. Ansiedade,
medo, de que estávamos fazendo um decisão errada, bem como uma miríade de
outros sentimentos, acompanharam a mim e minha família, na medida em que
arrumávamos as malas e empacotávamos nossos moveis e memórias, para onde Deus
estava nos levando. Mas isso não era a questão, era? Ele estava nos levando, e nós, o
seguindo. Foi difícil? Foi! Será que nos esticamos ao máximo neste processo? Podes
apostar que sim! O Senhor estava lá, para nos ajudar? Absolutamente! Crescemos com
este processo? Você sabe da resposta ! Meu irmão, Randy, coloca desta maneira.
Vamos dizer que Deus tem continuamente, nos dado, maçãs bonitas e reluzentes, e por
isso, devemos esperar todo o dia, maçãs deste tipo. Numa manhã, ele nos dá uma
laranja. Olhamos, e concluímos que não deve ser de Deus, pois não é uma maçã. E no
próximo dia, procuramos por uma maçã, e de novo, lá está a laranja. Nos demos o
controle de nossa vida para ele. É dele o apito final. Jesus sempre, me lembra, quando
oro e canto, que sou apenas um peregrino, e que ele é que tomará conta de mim, na
medida em que mudo para novos pastos de mudança e crescimento. A maioria de
nossas músicas Vineyard, contém palavras de consagração, e dedicação, de nós
mesmos, para sermos usados por Deus na maneira que ele escolher. É parte da
experiência de adoração, o fato de chegarmos e glorificarmos a Deus e então, abrirmos
nossos corações em total abandono para ele. Uma de minhas músicas favoritas, com
este tema., é "Take our Lives" - Tome Nossas Vidas, de Andy Park. Tome nossas vidas,
em sacrifício. Resplandeça em nós, sua santa luz Purifica os desejos de nossos
corações. Seja para nós, um fogo consumidor. Outra canção, que traduz isto
claramente, é um hino antigo,

Tú és o oleiro

Vaso sou eu Quebra e transforma Até que enfim Tua vontade, se cumpra em mim
Romanos 12:1-3 claramente nos ensina a nos apresentar como sacrifício vivo. O
Apóstolo Paulo chama isto de uma resposta racional, ao que o Senhor tem feito por
nós. Estes versículos, são um desafio para mim, em face a minha dureza de coração,
insegurança, medo e falta de visão. E mesmo assim, tenho confiança, eu na medida em
que O adoro, ele é fiel para me moldar e me transformar, de acordo com sua vontade.
"Senhor, muito obrigado por ser tão paciente e bondoso. Obrigado pelas novas
estações de crescimento. Atinja seus objetivos para comigo e me ajude a abraçar as
mudanças que o Senhor tem para mim agora, e no futuro".

Adoração Mantêm Minha Comunhão Com Deus.

Raramente, quando fico na presença de Deus, através da adoração, que não sinto ele
comunicando uma mensagem de encorajamento, ternura, admoestação, ou de direção
para minha vida. Sempre, ele comunica isto comigo. Que alegria indescritível saber que
ele se importa com esta criança e que me conheça tão bem.

No Salmo 139, o salmista pinta um lindo quadro, de como Deus o conhece e de como
Deus planejou toda sua vida, mesmo antes de ter nascido. É maravilhoso, saber que
Deus sabe até quando nos levantamos ou quando nos assentamos, e que ele conhece
todas as nossas necessidades, mesmo antes de pedirmos a ele. Não é de se admirar,
que quando chegamos na presença dele, através da adoração, com todo nosso
coração, mente, e força, que ele não reaja? A verdade é que nem sempre acredito no
que o salmista diz. E estou bem certo que as vezes, meus pecados e minha
inconsistência tem me desqualificado da comunhão com Aquele que é perfeito e santo.
Sempre guerreamos com estes tipos de pensamentos e emoções, mas a verdade é o
remédio. Nosso Pai Celestial nos ama com um amor muito maior que palavras
poderiam descrever. Na medida em que o adoro, a seus pés, ele me relembra que
jamais estou fora de suas vistas. Seu grande amor e fidelidade está ao meu redor,
mesmo quando deixo a desejar. Várias pessoas sofrem no seu relacionamento com
Deus, porque tem sido ensinados, diretamente ou indiretamente, que Deus está com
raiva deles. E quando eles vão adorar a Deus, suas percepções de um Deus raivoso e
irado, os impede de ter e desenvolver uma intimidade com Ele. Eu tenho muita
compaixão com aqueles que sofrem os resultados deste tipo de ensino e molde, porque
é muito destrutivo. Salmos 86:15 é somente um dente vários lugares nas Escrituras,
que fala a verdade: "Mas tu Senhor, és Deus compassivo e cheio de graça, paciente e
grande em misericórdia e em verdade". Neste momento, em que você está lendo este
versículo, ele sabe exatamente onde você está, bem como o que te preocupa. Ele é por
nós, e não contra nós, e seus olhos estão cheios de misericórdia e amor. "Quando
levantamos nossos olhos interiores para contemplar a Deus, estamos certos de
encontrar seu olhar, de volta, amigavelmente, para nós. Porque está escrito que os
olhos do Senhor varrem toda a terra. A doce e agradável experiência é saber que 'O
Senhor está olhando para mim em amor'. Quando os olhos da alma, se abrem, para
procurar a Deus, encontram os olhos de Deus, os céus começaram aqui, na terra". Isto
que A. W. Tozer disse, expressa exatamente o que meu coração sente, quando o olhar
de Deus está sobre mim. Na sua presença, meu coração é alimentado, e não duvido de
seu desejo de adoração e comunhão. "Senhor, desacelere minha vida, para que não
perca o seu tenro toque e afeição. Continue a convencer meu coração de seu forte
desejo de ter comunhão comigo, pois é neste lugar de comunhão, que descubro onde
posso desfrutar sua bondade e sua glória; Como te amo."

Adoração A Deus Nos Mantêm No Caminho Da Vida

"Santa Licha". É isto que as mãos de Deus parecem, as vezes. Foi isto que senti numa
manhã, quando vim adorar ao Senhor, e subitamente, uma canção ficou entalada na
minha garganta. E ele me falou naquele momento, que eu tinha que abrir mão de um
relacionamento, com uma garota, com quem estava namorando. Ele havia me falado
isto antes, mas o desobedeci. E agora, as coisas estavam fora de compasso com ele.
Eu estava irritado e "sensível"; meu desejo de ler as escrituras, orar, e de adora-lo
estavam sumindo. E mesmo assim, ele falou comigo, naquela manhã. Como gostaria
de dizer que o obedeci prontamente. Mas não. Agradeço demais, pelo fato dele
continuar a tratar comigo de uma maneira amorosa, constante e gentil. Finalmente,
minha relação com aquela garota acabou, e logo a Seguir, encontrei a mulher com
quem haveria de me casar anos depois. Naquela época, não pude medir as
conseqüências do impacto de minhas decisões. Mas graças a Deus, tenho um
relacionamento com Aquele que pode faze-lo. Constantemente ele tem lidado comigo
no que diz tocante a direção de minha vida. Eu senti aquela "licha", na medida em que
passava por momentos de adoração. Sempre, nesses momentos, é que Deus escolhe
me revelar verdades sobre mim mesmo. E é somente depois disto, que posso deixar
meus pecados e mentiras para trás. Seus braços de perdão, conforto, e segurança
estão sempre abertos para mim, quando faço as decisões acertadas de adorá-lo e de
ser obediente a sua vontade. Infelizmente, ainda continuo sendo uma pessoa rebelde,
na maioria das vezes. E meu desejo de permanecer no caminho da vida, ainda deixa
muito a desejar. Já gastei muito tempo, dizendo para Deus, que sentia muito pelas
ofensas que tinha causado, quando na verdade, não tinha nenhuma intenção de atacar
o problema na realidade. Realmente, não gosto de confessar que meu coração é
corrupto e enganoso, cheio de orgulho e de impiedade. O apostolo Paulo, através de
suas cartas, no Novo Testamento, jamais afirmou "ter chegado lá", naquele lugar, onde
jamais teve que lutar com o "velho homem". Precisamos ser relembrados
constantemente, que ele mesmo se considerava, "….dos pecadores, dos quais, sou o
maior".
Tozer colocou desta maneira: "O pecado tem várias manifestações, mas sua essência é
apenas uma. O ser moral, criado para adorar perante o trono de Deus, assenta no
trono de seu próprio ego, e deste lugar elevado, declara, "Eu Sou".

Este é o pecado, na sua forma concentrada. Para adorar plenamente, em espírito e em


verdade, com honestidade e integridade, necessito confessar meu pecado, e curvar em
arrependimento e humildade. Para adora-lo de uma maneira adequada e aceitável,
preciso, primeiramente, destronar o "eu" , e coroa-lo como Rei de minha vida. O que
estou dizendo aqui, é que grande parte da adoração, é submissão. O pecado de Davi,
não impediu que o Deus amoroso, disciplinador, admoestador e convincente, o
confrontasse. Davi confessou seu pecado e foi restaurado. A grande misericórdia de
Deus inclui convicção do pecado e prova que, de fato, somos dele. Deus não está
tentando nos manter longe da completa realização. Pelo contrário, ele está fazendo
todo o possível, para que a encontremos. Devemos receber a "coleira divina" dos céus,
porque ele está tentando evitar que caiamos nos buracos da vida. A misericórdia e o
zelo do Senhor, estão ativos, para nos manter no caminho da vida (Sl 139:24).

O adorador sincero é aquele que pede a Deus que revele o que está em seu coração, e
reage prontamente a esta avaliação feita pelo Senhor. O segredo está no escutar. Esta
é uma das partes mais importantes da adoração. "Senhor, sou teu. Teste-me e prova-
me. Alegremente, aceito sua avaliação divina, pois anelo e desejo te agradar e
permanecer no caminho da Vida". Adoração produz "bons frutos" em nós, e quando,
sinceramente, o buscamos através da adoração, ele se revela a nós. Todos nós,
estamos numa jornada com Deus. Continue buscando-o. Que Deus o abençoe em sua
peregrinação.

Pontos Chave da Adoração


Por Ramon Tessmann

Adoração - Origina da palavra adorare.

No Antigo Testamento, adoração = reverência, culto

Exemplo: Daniel 2.46:"Então o rei Nabucodonosor caiu com o rosto em terra, e


adorou a Daniel, e ordenou que lhe oferecessem uma oblação e perfumes suaves"

Gênesis 24.26: "Então inclinou-se o homem e adorou ao Senhor"

O que não é adoração

- Estilo musical

- Ritmo musical

Sentido mais profundo

-Amizade e tempo com Deus.

João 15:14: "Vós sois meus amigos, se fizerdes o que eu mando"

-Preocupação:
Isaías 6:5: "Então disse eu: Ai de mim! Pois estou perdido; porque sou homem de
lábios impuros, e habito no meio dum povo de lábios impuros; e os meus olhos viram o
rei, o Senhor dos exército!"

-Aprender a agradar

-Doação e disponibilidade (Vida com Deus)

Estilo de Vida

-Para os judeus a adoração era um estilo de vida, não uma atividade confinada ao
templo

-eles cantavam e louvavam a Deus em todas as situações da vida.

Exemplo de adoração

ISAÍAS 6:1-8

1 No ano em que morreu o rei Uzias, eu vi o Senhor assentado sobre um alto e


sublime trono, e as orlas do seu manto enchiam o templo. Ao seu redor havia serafins;
cada um tinha seis asas; com duas cobria o rosto, e com duas cobria os pés e com
duas voava. E clamavam uns para os outros, dizendo: Santo, santo, santo é o Senhor
dos exércitos; a terra toda está cheia da sua glória. E as bases dos limiares moveram-
se à voz do que clamava, e a casa se enchia de fumaça.

-Revelação de um Deus Santo, poderoso e misterioso.

5 Então disse eu: Ai de mim! pois estou perdido; porque sou homem de lábios
impuros, e habito no meio dum povo de impuros lábios; e os meus olhos viram o rei, o
Senhor dos exércitos!

-Vendo Deus como Ele é, nos nos vemos como pecadores.

-Confissão

6 Então voou para mim um dos serafins, trazendo na mão uma brasa viva, que tirara
do altar com uma tenaz; e com a brasa tocou-me a boca, e disse: Eis que isto tocou os
teus lábios; e a tua iniqüidade foi tirada, e perdoado o teu pecado.

-Pecado confessado, Deus perdoa!

8 Depois disto ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem irá por nós?

-Deus chama voluntários para a sua obra.

Então disse eu: Eis-me aqui, envia-me a mim.

-Disponibilidade para trabalhar na obra de Deus.

Formando uma Equipe de Louvor


Por Ramon Tessmann

Criciúma, 11 de Outubro de 2000

Paz do Senhor! Querido (a) internauta,

Como é bom vermos equipes de louvor ungidas por Deus, como é bom poder escutar
um CD cristão bem produzido, como é bom conhecer novos ministros e músicos
evangélicos, como é bom ver que a música de Deus está ganhando mais e mais espaço
no cenário musical, como é bom compartilhar sobre louvor e adoração, como é bom...
Se você quiser fazer parte desta obra maravilhosa, esteja atento para os pontos
relacionados abaixo. Requisitos básicos para se tornar um levita:

| Chamado | Para uma pessoa participar de uma equipe de louvor, ela deve ter um
chamado de Deus para trabalhar com louvor. Não se deve entrar nesta obra, para
agradar os pais, o pastor ou porque alguém pediu. Ela deve realmente gostar daquilo
que ela faz.

| Disponibilidade | O levita deve estar disponível para ministrar em qualquer lugar,


horário, e quantidade de pessoas. Não se deve dizer: " Não vou cantar hoje porque
não estou com vontade ". Já pensou se a obra de Deus dependesse da nossa
vontade. Muitos levitas só cantariam quando a "casa estivesse cheia", igreja lotada, ou
em eventos grandes.

| Compromisso | Os integrantes de uma equipe de louvor devem ser


compromissados com a obra de Deus e ter sede em ganhar almas a Cristo. É essencial
que haja o envolvimento do músico com estudos bíblicos, grupos de orações, e outras
atividades de sua igreja local.

| Dízimo | Todos devemos concordar o grupo de louvor está incluído na frente de


trabalho da igreja (é uma das bases). Por esta razão, todos os levitas que trabalham
devem ser dizimistas. Se acontecer o contrário, o pastor nunca poderá exortar a igreja
quando ela não estiver fazendo sua parte com Deus. Possivelmente muitos dos irmãos
irão acusar: "Se os músicos não dão o dízimo, porque eu darei?"

| Ter Dom musical | Para ser um músico, você precisa entender teoria musical. Para
ser um cantor, você precisa ser afinado. Não basta ser apenas convertido, você deve
ter o talento natural da música. Certamente uma pessoa sem técnica musical acaba
atrapalhando os outros integrantes da equipe de louvor. É muito simples: "um homem
nunca vai ser nadador, se ele não souber nadar."

...até a próxima!

Ramon Tessmann

Pontos Principais da Ministração de Ron Kenoly


Por Ministério Vida Nova ( Em Joinville/SC - Congresso em 14.10.00 )

Adoração quer dizer prestar honras ou homenagens a ser divino. Na Bíblia, a adoração
não depende da música e a música não é sequer o mais importante item na adoração.
Em muitos casos a música nem é citada. Em Gênesis 22, encontramos 9 itens
essenciais para a adoração ( por favor leia o texto bíblico para entender melhor
as explicações abaixo ). Observe:

1 . PROVA - A adoração envolve uma prova, Deus quer ver até onde amamos a Ele.
Abraão foi posto a prova.

2 . RELACIONAMENTO - Devemos ter relacionamento com Deus. Gastar tempo com


Ele. Devemos aprender a conhecer a voz do Senhor. O Diabo falou com Jesus, e Jesus
imediatamente reconheceu a voz do Diabo. Devemos saber quando se é Deus que está
falando ou não!

3 . PROCESSO - Deus nos ensina. Muitas vezes Ele nos envia a uma viagem, um
Congresso por exemplo, para Ele falar conosco. Muitas vezes, o Senhor nos tira de
nosso lugar para falar conosco.

4 . OFERTA - Se nós não trazermos ofertas a Deus, não podemos demonstrar nosso
amor a Ele. Porém, dar o dízimo não significa amor a Deus, isto é responsabilidade
(devolvemos a Ele o que Ele nos deu). Quando Deus nos pede alguma coisa, por mais
importante que seja, devemos oferta-la com amor, como aconteceu com Abraão e
Isaque.

5 . OBEDIÊNCIA - Obediência atrasada é igual a desobediência. Quando Deus nos pede


para fazermos alguma coisa, devemos fazer na hora. Muitos erram ao dizer: "...daqui a
um mês eu faço". Isto é o mesmo que desobedecer.

6 . PREPARAÇÃO - Precisamos estar preparados para estar na presença de Deus.

7 - SEPARAÇÃO - Temos que nos separar de pessoas que nos impedem de adorar a
Deus.

8 - DISPOSTO A SOFRER - (versículo 6) o fogo destroi, transforma e purifica. O fogo


do Espírito Santo destroi nosso velho homem, transforma em imagem de Cristo e nos
purifica, para apresentarmos diante de Deus santos. Derramar sangue: devemos
estar dispostos a sofrer. Devemos dar nossa vida pela causa de Cristo.

9 . ABSOLUTA CONFIANÇA EM DEUS

Na adoração a música não é a parte principal, mas é todos estes nove itens visto
acima. Você está disposto a passar por esta prova?

...até a próxima,

Um abraço do pessoal do Ministério Vida Nova

O Ministério de Música
Autor desconhecido

Entendemos que o ministério de música foi instituído por Davi, logo após sua
investidura como rei de Israel, sendo, portanto, bíblico. Concluímos assim depois de
examinarmos o texto de 1 Crônicas 6.31-48, o qual narra que Davi, logo que a arca foi
colocada no tabernáculo, constituiu um certo número de levitas, das descendências
de Asafe, Hemã e Jedútun, sobre o serviço de canto da casa do Senhor, os quais
ministravam com cântico diante do tabernáculo da tenda da revelação, até que
Salomão erguesse o templo em Jerusalém. Diz também a Bíblia que esse foi o dia em
que pela primeira vez, Davi definiu que os louvores fossem dados através do
ministério dos levitas escolhidos (1 Crônicas 16.7), ordenados, encarregados por ele,
e que a tarefa desses levitas era de ministrar continuamente perante a arca (1
Crônicas 16.37) e isentos de outros serviços (1 Crônicas 9.33). Mas esses levitas não
foram ordenados porque fossem simpáticos ou bonzinhos, mas porque conheciam a
música, eram entendidos (1 Crônicas 16.22), "instruídos em cantar ao Senhor, todos
eles mestres" (1 Crônicas 25.7). Mais tarde, quando Salomão levou a arca para o
templo, logo após a sua construção, os levitas ministraram o louvor no primeiro
holocausto oferecido a Deus naquele lugar (2 Crônicas 5.12.14), o qual a glória do
Senhor encheu completamente de forma maravilhosa

No tempo de Neemias, quando Ciro liberou os judeus para voltarem para Judá e para
Jerusalém e edificarem o templo que havia sido destruído, lá estavam os levitas, filhos
de Asafe, os cantores (Esdras 2.41), contados entre os que compuseram a primeira
leva dos que voltaram. E durante a obra de reconstrução dos alicerces do templo, lá
estavam os filhos de Asafe, louvando, segundo a ordem dada por Davi (Esdras 3.10).

"Que negócio é esse de Ministério de Música?" Esse é o título de um artigo que escrevi
e que foi publicado em O Jornal Batista de 15/11/98, do qual transcrevo o seguinte:

"Qualquer igreja pode ter um ministério de música? É claro que sim,


desde que a igreja tenha a visão dos benefícios da atuação desse
ministério, enxergue espiritual e materialmente o seu alcance e assuma
o compromisso investir nele, sustentando um obreiro para ministrá-lo."

Na verdade, o ministério de música sempre existe na existência de uma igreja pois ele
é o conjunto de todas as suas atividades musicais. O que pode acontecer é ele não
estar organizado, não tendo uma pessoa vocacionada e preparada para coordenar as
suas atividades, atuando como ministro(a) de música. Mais precisamente, esse
ministério abrange tanto as atividades de culto representadas por canto
congregacional, execução de instrumentos, regência, canto coral, canto solístico e
outros, como as atividades de educação musical, preparando pessoas para atuarem na
área da música. Ministério de música é, enfim, tudo que se acha envolvido com a
música sacra, a música que se canta na igreja.

A figura do(a) ministro(a) de música ainda é muito nova nas igrejas batistas do Brasil.
Nos Estados Unidos essa denominação surgiu no início do século XX mas só veio a se
popularizar por volta de 1945-1950 (Jubilate, p. 62). Chamamos de ministro(a) de
música, aquele(a) obreiro(a) vocacionado(a), formado(a) como bacharel em música
sacra por uma de nossas instituições teológicas e ordenado(a) por uma igreja para
servir nessa área de atividades. O(a) ministro(a) de música é mais do que um(a)
musicista. Ele, ou ela, também é um pouco ministro(a) da Palavra. Alguns ousam dizer
que o(a) ministro(a) de música é o(a) pastor(a) dos músicos de sua igreja. Não deixa
de ser pois, apesar de não ter estudado Grego, Hebraico, Exegese e algumas outras
disciplinas existentes no currículo do curso de Teologia, ele(a) teve de estudar Antigo
Testamento, Novo Testamento, Teologia Sistemática, Introdução Bíblica, História do
Cristianismo, Homilética e outras disciplinas ligadas à proclamação da Palavra de Deus.
O(a) ministro(a) de música deve estar apto para pregar a palavra também na forma
falada, além da cantada. Também porque deve pastorear os que atuam no ministério
de música.

Donald Hustad diz que os ministros de música são realmente músicos profissionais,
não somente dirigindo e promovendo a música em suas igrejas, mas às vezes servindo
regendo, cantando ou tocando. Diz ele ainda que tais ministros atuam como
educadores de música levando a igreja a entender e a cantar a música em vários
estilos, na proporção apropriada e com precisão harmônica (Jubilate, p. 61). Há muito
o que fazer no campo da educação musical de uma igreja.

Infelizmente, muitos pastores têm tido dificuldade para entender e aceitar o papel
desempenhado por um(a) ministro(a) de música, assim como para entender e aceitar
a soberania de Cristo através da sua igreja, não atentando para o fato de que um
ministro não é chefe, nem dono, mas é servo (a palavra ministro foi traduzida da
palavra grega DIAKONOS (diakonos), que significa servo). Tais obreiros, por isso, não
abrem espaço para a atuação de um(a) ministro(a) de música no ministério global das
igrejas que servem, o que impede que elas sejam mais abençoadas através de um
ministério de música organizado e coordenado. Muitas igrejas se acham musicalmente
fracas por falta desse(a) obreiro(a), não tendo um programa de aprimoramento do
louvor cantado em seus cultos nem ordens de culto bem preparadas.

A Música na Igreja
∆ música é considerada como uma arte funcional, isto é, uma arte que tem uma
finalidade prática e importante: servir de veículo de expressões humanas. É usada para
anunciar produtos (comércio), revelar emoções (romantismo, civismo, política, etc.) e
outras ações de comunicação. No culto, não se pode ignorar o poder da música na
transmissão e consolidação de mensagens - revelação, louvor, testemunho, apelo,
oração, etc. Consolida porque a música facilita a memorização das mensagens
(exemplos: "jingles" de propaganda, hinos cívicos, enredo de escolas de samba
(samba-enredo), hinos evangélicos, cânticos, cantigas de roda, etc.).

A música favorável ao culto é aquela que serve de veículo para a expressão do louvor
do homem para Deus, seu criador, ou seja: "Se com tua boca confessares..." Se a boca
é instrumento de confissão, de testemunho, de proclamação da Palavra, e se a música
é um veículo próprio para conduzir tais mensagens, concluímos que o canto é um
instrumento de adoração e testemunho.

1 - A MÚSICA NO ANTIGO TESTAMENTO

Se fizermos uma viagem panorâmica através da Bíblia, iremos descobrir os momentos


em que ela relata episódios em que o povo de Deus levantou sua voz para entoar
algum cântico. O primeiro registro sobre o uso de cânticos se encontra em Gênesis,
capítulo 31, versículo 27, onde é narrado um episódio envolvendo Labão e Jacó,
citando, inclusive, o uso de tambores e de harpas para acompanhar cânticos de
alegria. O texto só não esclarece se tais cânticos eram espirituais ou simplesmente
festivos. Aliás, uma insinuação mais antiga sobre o cantar é encontrada em Gênesis,
capítulo 4, versículo 21, onde é citada a pessoa de Jubal, filho de Lameque, que se
tornou pai de todos os que tocam harpa e flauta. Ora, se havia harpa e flauta,
naturalmente deveria haver voz para ser acompanhada por tais instrumentos.

Logo após a travessia do Mar Vermelho e a derrota dos exércitos do faraó, Moisés e os
filhos Israel entoaram um cântico de louvor a Deus, conforme se acha registrado em
Êxodo, capítulo 15, versículos 1 a 19.
Mais adiante, em Números, capítulo 21, versículo 17, encontramos um interessante
texto que narra um episódio, durante a peregrinação de quarenta anos pelo deserto,
em que o povo canta. O texto assim fala:

"Então cantou Israel este cântico: Brota, ó poço! Entoai-lhe cânticos!"

Dando um salto na história, no livro de Esdras, capítulo 3, versículo 11 (Bíblia Shedd),


encontramos outro significativo texto que diz o seguinte:

"Cantavam alternadamente, louvando e rendendo graças ao Senhor, com estas


palavras: Ele é bom, porque a sua misericórdia dura para sempre sobre Israel. E
todo o povo jubilou com altas vozes, louvando ao Senhor por se terem lançado
os alicerces da sua casa."

Trata-te de um momento especial na vida do povo de Israel, no pós-exílio, após a


reconstrução dos alicerces do templo em Jerusalém, após ter Ciro, o persa, permitido
que os cativos voltassem da Babilônia para a sua terra para restaurar o templo. É um
exemplo, dentre os muitos encontrados nas Sagradas Escrituras, do uso da voz na
adoração ao nosso Deus. Poderia ter escolhido um outro texto que reunisse o uso da
voz no canto mas, creio, Deus me direcionou para este. Mas o episódio narrado é um
bom exemplo para nos mostrar o objetivo da voz no canto: louvar e render graças ao
Senhor.

Um outro texto significativo sobre o uso da voz está no livro do profeta Isaías, capítulo
40, versículo 9 (Bíblia Shedd), e faz a seguinte conclamação:

"Tu, ó Sião, que anuncias boas-novas, sobe a um monte alto! Tu, que anuncias
boas-novas a Jerusalém, ergue a tua voz fortemente; levanta-a, não temas e
dize às cidades de Judá: Eis aí está o vosso Deus!

Já este texto parece estar dirigido aos que exercem o ministério da profecia falada, da
proclamação da Palavra revelada de Deus. Na versão revisada de Imprensa Bíblica
Brasileira (De acordo com os melhores textos em hebraico e grego), o texto começa
um pouco diferente, a saber:

"Tu, anunciador de boas novas a Sião, sobe a um monte alto. Tu, anunciador de
boas-novas a Jerusalém, levanta a tua voz fortemente; ...

De todo o modo, os dois textos enfatizam o uso da voz, tanto no cantar como no falar,
para este anúncio: "Levanta a tua voz e anuncia: Eis aí está o vosso Deus! A ele louvai
e rendei graças porque é bom." Na vida cristã precisamos estar prontos para colocar a
nossa voz a serviço do Senhor.

Acreditamos que o ápice da colocação da música no culto foi a instituição, por Davi, do
ministério da música no tabernáculo em Jerusalém, confirmado mais tarde por Salomão
na dedicação do templo construído sob sua liderança. Esse comentário dá início ao
tópico Ministério de Música, nesta seção.

Foi na época de Davi que se organizou o livro dos Salmos, reconhecido como base do
louvor cantado pelo povo de Israel. Quase metade deles (setenta e três, de acordo com
os títulos) foi de autoria do próprio Davi. Asafe compôs doze, os filhos de Corá onze,
Salomão dois, Moisés um, e Etã um.

2 - A MÚSICA NO NOVO TESTAMENTO

O Senhor Jesus cantava. Prova disso é o texto do evangelho de Mateus, capítulo 26,
versículo 30, onde encontramos a narrativa do final da celebração da Páscoa pelo
Mestre e seus discípulos. Diz o texto que "..., tendo cantado um hino, saíram para o
monte da Oliveiras." Que narrativa gloriosa! A música sendo usada pelo próprio Filho
de Deus. Não poderia haver exemplo mais significativo do que este para nos mostrar o
lugar da música no culto, sim, porque a celebração da Páscoa era um culto memorial,
no qual se comemorava a passagem do Espírito de Deus e a libertação do seu povo do
jugo da opressão egípcia. Era um culto de alegria e, com certeza, a música era de
grande regozijo.

Agora passemos para um momento posterior. Vemos Paulo e Silas na prisão, sofrendo
as agruras do aprisionamento num calabouço romano, passando por uma situação de
extremo sofrimento. Entretanto, segundo o relato encontrado no livro de Atos, capítulo
16, versículo 25, eles "cantavam louvores a Deus". Era o louvor na adversidade,
reconhecendo que tais sofrimentos com a companhia de Deus eram plenamente
suportáveis.

O apóstolo Paulo reconhecia o extremo valor da música na vida dos crentes e, por isso,
deixou recomendações expressas em sua epístola aos Efésios, capítulo 5, versículos
18, parte b, e 19, e também em sua epístola aos Colossenses, capítulo 3, versículo 16,
para que os crentes no Senhor Jesus Cristo se edificassem mutuamente com "salmos,
hinos e cânticos espirituais."

3 - A MÚSICA NO CRISTIANISMO

Mas que tipo de música pode e deve ser usado no culto, na igreja do nosso tempo? Que
estilo musical é apropriado para cultuar a Deus?

Nem a literatura secular nem a Bíblia registram como eram as melodias entoadas pelo
levitas e pelo povo de Israel nos tempos do Antigo Testamento. Nem sequer os gregos,
que bem antes de Cristo (Pitágoras - século VI a.C.) realizaram profundos estudos sobre
a Física do som e suas combinações, nos deixaram quaisquer anotações sobre suas
experiências musicais. Nem ainda o Novo Testamento nos revela como os cristãos da
igreja primitiva cantavam.

No século II ficou determinado pelas "Constituições Apostólicas" que o canto sacro


seria constituído da entoação de um Salmo por um solista, respondida pelas
congregações por meio de trechos fáceis, tais como "Améns" e "Aleluias." Esta prática
veio a desaparecer depois de dois a três séculos, eliminando totalmente a participação
da comunidade no canto. Nesse meio tempo, os coros compostos por monges e
clérigos continuaram a se desenvolver (Wanderley, p.3).

O século IV foi um período onde eventos importantes para a Igreja de Cristo


começaram a acontecer. O primeiro deles foi o decreto do imperador Constantino, em
313, dando liberdade para o cristianismo. Há registros de que, por volta de 350 da era
cristã, Hilário da Gália preparou o primeiro hinário cristão das igrejas cristãs (Ichter,
p. 13). Depois disso surgiu em cena Santo Ambrósio (340-397), bispo de Milão que,
neste mesmo século, estabeleceu um padrão musical para a sua diocese, com base
nos elementos teóricos da música grega. Ambrósio foi denominado de "Pai dos
Cânticos Religiosos." Seus cânticos eram "antifônicos, congregacionais e melodiosos"
(Ichter, p. 13).

Mais tarde, Gregório, o Grande, no século VI, aproveitou a obra de Santo Ambrósio
ampliando-a e estendendo um padrão musical para toda a cristandade de então,
padrão esse que se estabeleceu através dos séculos sob o nome de canto gregoriano.
Foi Gregório quem criou a primeira escola de música sacra, a Schola Cantorum, a
qual preparou líderes para dirigir a música nas diversas igrejas de então e dos séculos
seguintes. Os resultados da atuação dessa escola são conhecidos até hoje, havendo
muitos religiosos praticando estilo musical que lá teve seu ensino iniciado.

Desde então, a arte musical vem sofrendo uma significativa evolução, acompanhando
aquela pela qual passaram as demais artes. Destacam-se as influências dos períodos
renascentista, barroco, clássico, romântico e atual. Especialmente no final da
Renascença, por ocasião da Reforma, a música sacra passou a ser acessível à toda a
Igreja, através do canto congregacional. Isto se deveu à ação de Martinho Lutero que
levou a música para os lábios dos membros da Igreja Reformada. Lutero pregava que
todo cristão tinha o direito de expressar sua adoração ao Senhor através de um dom
dado por Deus mesmo: cantar. Os próprios textos do Novo Testamento, anteriormente
apresentados, revelam que é lícito ao crente cultuar cantando. Fazer isso juntos edifica
e alicerça a comunhão dos salvos. Antes disso, a música usada nos ofícios religiosos da
igreja de então eram constituídos por Canto Gregoriano, sempre cantado por meninos
e sacerdotes.

Após a Reforma, ao longo dos períodos da História, grandes obras musicais sacras
foram compostas, das quais se destacaram as missas, os oratórios e as peças avulsas,
e os seus compositores, tais como Johann Sebastian Bach, Antonio Vivaldi, Felix
Mendelssohn, Joseph Haydn e tantos outros.

Até o surgimento do movimento reavivamentalista nos Estados Unidos, no século XIX, a


música sacra congregacional se caracterizava essencialmente por Salmos metrificados
e alguns hinos. A partir daí começaram a surgir os compositores do estilo "gospel
songs", que acabaram sendo trazidos ao Brasil pelos primeiros missionários que aqui
aportaram, os quais vieram a servir de ponto de partida para os primeiros hinários aqui
editados. Dentre os pioneiros neste processo de edição musical, dois nomes se
destacaram: o da missionária Sarah Poulton Kalley, letrista, tradutora, esposa do
missionário Dr. Kalley, da Igreja Congregacional, e de Salomão Luiz Ginsburg, batista,
cognominado de "O Judeu Errante no Brasil", considerado o pai do Cantor Cristão.

Esse estilo de música sacra esteve dominante até o pós-guerra. Por volta da década de
1960, novos estilos começaram a surgir nas igrejas dos Estados Unidos, baseados nos
musicais da Broadway, sob formas de cânticos populares e musicais, os quais
acabaram chegando até as terras brasileiras.

4 - O USO DOS INSTRUMENTOS NO CULTO

No que tange ao uso de instrumentos, temos no Salmo 150 bases que justificam o seu
uso. O cuidado que precisa ser tomado é o de se evitar que a música instrumental, no
culto, tenha feição de secularização. Se o som produzido por um instrumentista trouxer
à nossa mente e ao nosso coração inspiração celestial, amém! Mas se trouxer a idéia
do último festival de música popular, o do baile funk da esquina, ou do cantor mais
badalado das paradas de sucesso da TV, ou mesmo se trouxer à nossa mente as
imagens de embalos de Sábado à noite, então "vade retrum Satanáz!!!" ... A música na
igreja, no culto, principalmente a instrumental, que dispensa palavras, deve sempre
trazer à nossa mente uma imagem de coisas espirituais, e não de coisas materiais,
visíveis, carnais.

You might also like