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A PRÁTICA DA COMUNICAÇÃO POPULAR

Os movimentos sociais populares brasileiros estão construindo algo de "novo",


expressando interesses coletivos que trazem em seu interior um esforço pela autonomia e
por um "quefazer" democrático, num novo espaço de ação política, e contribuindo, assim,
para a elaboração de outros valores.
Neste processo, eles forjam sua própria comunicação, ou seja, a comunicação
popular, desenvolvida no contexto onde atuam, enquanto necessidade de expressão em
nível local, e com conteúdos específicos que os grandes meios massivos não conseguem
satisfazer.
Os canais caracterizam-se sobretudo como instrumentos simples e de baixo custo,
em flagrante contraste com o progresso tecnológico já ao dispor da sociedade, mas
inacessível, sob o ponto de vista de emissão de mensagens, para a maioria dos segmentos
organizados das classes subalternas.
São os meios grupais, impressos, visuais, sonoros e audiovisuais: festas, celebrações
religiosas, teatro popular, música, poesia, jornalzinho, boletim, mural, panfleto, cartilha,
folheto, cartaz, faixas, camisetas, fotografias, filmes, vídeos, cassete-fó-runs, sequências
sonorizadas de slides, discos, alto-falantes, carros de som, programas radiofónicos, troças
carnavalescas etc.
A maior incidência é dos veículos mais baratos e mais rudimentares, mas ocorre, em
países latino-americanos, o uso de outros de maior alcance e mais avançados, como rádios
legalmente instaladas. Conquistaram-se espaços, cedidos ou vendidos, para a transmissão,
em emissoras comerciais, de programas produzidos pêlos próprios grupos ou por suas
entidades orgânicas.63 E já existem várias experiências com rádios e tevês comunitárias. As
manifestações desse tipo de comunicação afloram com maior desenvoltura quando se trata
de socializar informações ou conscientizar, mobilizar e organizar a população em torno,
basicamente, da busca de soluções para problemas vivencia-dos em comum, embora
cheguem a dar-se em outros níveis de participação política, ou seja, contra formas de poder,
repressão e discriminação.

I. LIMITAÇÕES
Se a comunicação dos movimentos sociais populares representa um campo rico em
significado político-cultural, ela, por outro lado, também passa por muitas limitações.

1. Abrangência reduzida
Os meios atingem, geralmente, apenas uma parcela de leitores, ouvintes e
espectadores potenciais. Um jornal ou boletim informativo, por exemplo, só chega a um
número restrito de moradores do bairro e, quase sempre, àqueles já "conscientizados" ou
sensibilizados para a luta. Por quê? Em razão da tiragem reduzida, neste caso, ou do baixo
alcance dos veículos sonoros e visuais, quase sempre em decorrência da falta de recursos
materiais.

2. Inadequação dos meios

63
Por exemplo, mais de trezentos programas de trabalhadores rurais são transmitidos no País. E o programa
A voz da Contag, da Confederação dos Trabalhadores na Agricultura, é enviado para cerca de seiscentas
emissoras.
É comum a utilização de algum tipo de veículo de comunicação sem maiores
preocupações com sua apropriação ao público-alvo. Chega-se às vezes ao absurdo de se
produzir um jornal impresso destinado a uma população de maioria analfabeta ou a decidir-
se por ele quando as condições materiais e de mobilização participativa são mais favoráveis
ao jornal mural ou a um sistema de alto-falantes. Quanto ao áudio, às vezes se faz a opção
pelo alto-falante, sem um estudo sobre a aceitação desse veículo e os melhores dias e
horários para ser levado ao ar. O som invade os lares sem pedir licença e sem poder ser
interceptado pêlos ouvintes, o que tem gerado insatisfações.

3. Uso restrito dos veículos


Em razão, talvez, de dificuldades financeiras e operacionais e da carência de
elementos devidamente preparados, os movimentos populares acabam apostando mais na
comunicação interpessoal e grupai e adotando meios mais cómodos, mais ágeis e menos
onerosos. Assim, valem-se especialmente de contatos informais, reuniões e assembleias.
Boletins, panfletos, cartazes e cartas são bastante explorados. Os instrumentos que
requerem mais elaboração técnica e mais recursos, como sequências de slides, alto-falantes
e vídeo, por exemplo, são menos usados. Espaços potencialmente disponíveis nos meios
massivos e as técnicas de relações públicas populares também são subu-tilizados. No
Brasil, não existe, até agora, uma mobilização mais ampla em torno da reivindicação de
acesso à concessão de emissoras de rádio e televisão comunitárias e locais.

4. Pouca variedade
As organizações e os movimentos populares valem-se de poucos tipos de veículos
de comunicação. Se utilizam o jornal, dificilmente exploram o rádio, por exemplo, ou, se
lançam mão deste, não desenvolvem o vídeo. Servem-se do rádio, mas não aproveitam a
canção popular criada no próprio contexto onde ele está inserido. Esses meios poderiam ser
complementares uns aos outros, o que os tornaria mais dinâmicos, participativos e
certamente aumentaria sua potencialidade comunicativa e, con-seqüentemente, seu sucesso,
devido ao enraizamento na cultura.

5. Falta de competência técnica


Além de se utilizarem em escala reduzida os veículos de maior alcance, isto ainda se
dá de forma pouco competente. Não se faz um planejamento correio, elaborando-se os
impressos e os programas, geralmente, na última hora, às carreiras. A periodicidade não é
observada com rigor, ocorrendo que uma publicação semanal acaba virando quinzenal ou
mensal, se é que de fato vem à luz, e o quadro de avisos às vezes serve mais para "arquivo
morto", de tão desatualizado, o que acaba afetando a credibilidade. A especialização é
deficiente, colocando-se no ar, por exemplo, locutores cuja fala não se consegue entender
ou deixando que o líder ocupe o microfone por quase uma hora para um discurso
inadequado ao meio.

6. Conteúdo mal explorado


As limitações em relação ao conteúdo da comunicação popular escrita e de áudio
são gritantes, tanto na linguagem quanto na variedade da programação ou dos materiais
divulgados. No que diz respeito à primeira, ela é quase sempre dura e pesada. Talvez
devido ao afã de "conscientizar" a qualquer custo e rapidamente, transmitem-se discursos
abstratos, prepotentes, panfletários ou doutrinários. Além disso, os textos e as falas
costumam ser demasiadamente longos. Quanto à diversificação, boletins e jornalzinhos
insistem no mesmo tipo de assuntos e na mesma diagramação, não passando de palavras e
mais palavras umas ao lado das outras. Nos programas de alto-falantes não se muda o
formato ou se inova pouco. É música (às vezes muito repetida, porque se dispõe de poucos
discos), "doutrinação" e aviso.
Em suma, a comunicação popular impressa e radiofónica tem sido séria demais.
Abre pouco espaço para amenidades, para o entretenimento, o lúdico. Explora
insuficientemente o humor, a canção popular, a fotografia, os desenhos, enquanto
expressões da criatividade popular, o que poderia tornar os meios mais participativos e
atraentes. Esses veículos fazem realmente sucesso junto ao público a que se destinam? Por
que será que, ao se receber um jornalzinho ou um panfleto, costuma-se dar uma olhada
nele, dobrá-lo e guardá-lo para ser lido depois e esse depois quase nunca chega? É algo que
merece ser investigado.

7. Instrumentalização
Com o tom pesado relaciona-se a instrumentalização que se faz dos meios de
comunicação populares. Ou seja, eles geralmente são utilizados para um fim, como a
conscientização/mobiliza-çao/transformação da sociedade e, ao mesmo tempo, negam-se,
em parte, suas características e as mediações do contexto. É, por exemplo, o horóscopo
sendo desviado de suas denotações sentimentais e direcionado para os objetivos
mobilizadores.64 É o rádio e o jornal não dando vez - ou o fazendo de forma muito restrita -
a amenidades e ao entretenimento, ou seja, às dimensões do sonho, que também são
necessidades humanas, lado a lado com as de moradia, vestuário, alimentação, educação,
saúde etc. As poesias divulgadas são, frequentemente, as que se arraigam no contexto da
denúncia de conjunturas e estruturas ou da esperança de mudanças. Esse tipo de conteúdo
pode fazer parte das mensagens populares, mas há que se evitar dar destaque excessivo aos
aspectos sociológicos, políticos ou económicos e menosprezando ou ignorando outras
manifestações do campo existencial e cultural. Mais espaço para o lazer, o deleite e a
fantasia poderiam ajudar a conferir maior atratividade aos micromeios, já que fazem parte
do mundo dos anseios e dos interesses das pessoas, na busca de felicidade.
Anamaria Fadul, em pesquisa sobre o jornal O São Paulo, constata que este veículo
da Igreja Católica "não atribui importância à esfera do divertimento. (...) Mesmo o futebol,
que representa uma das manifestações culturais mais importantes no Brasil (...) não
mereceu [dele] mais que quatro matérias no período de seis anos e todas elas (...)
relacionadas com a Copa do Mundo de 1982”.65 Mesmo assim, a ênfase foi posta nesse
esporte como um mito, uma ocultação da realidade, embora algum articulista tenha visto
nele um momento de alegria, de união e paz.
Se o uso de meios de comunicação populares decorre das necessidades de
expressão, conscientização e mobilização, justifica-se o empenho no sentido de que sejam
aceitos por parte dos públicos a que se destinam. Nesta perspectiva, não há como fazer

64
Por exemplo, com relação ao signo de câncer: "O mês é totalmente favorável para você conversar com
seus vizinhos sobre problemas da comunidade. Afinal, os problemas são os mesmos, é conversando que a
gente vai achar a solução" (Jorna! Mensageiro do Vidigal, da Favela do Vidigal, no Rio de Janeiro. Apud
FADUL, Anamaria. Op. c/f., 1986, p. 217).
65
65. FADUL, Anamaria. Os meios de comunicação de massa: um desafio para a Igreja. (O São Paulo - 1979-
1985), 1 986, p. 204.
pouco-caso da demanda pela mídia massiva. Em outras palavras, se o instrumento utilizado
é o rádio, não se pode desprezar a contribuição das emissoras comerciais que fazem
sucesso, na montagem de uma boa programação, que atenda aos interesses da comunidade.

8. Carência de recursos financeiros


É mais um dos pontos críticos das organizações populares. Se, muitas vezes, as
pessoas não têm dinheiro nem para se deslocar até a sede do movimento e frequentar
reuniões, é difícil fomentar veículos apoiados por recursos da própria comunidade. A saída
costuma estar em conseguir verbas mediante projetos apresentados a instituições
financiadoras ou na arrecadação de fundos com anúncios comerciais, festas populares,
donativos. O problema financeiro é um complica-dor da comunicação popular, podendo
tanto pôr em risco sua geração como até mesmo inviabilizar sua continuidade, pois a auto-
sustentação, que seria um dos pilares de sua autonomia, é um problema de difícil solução.
Contudo, a experiência mostrou-nos que buscar subsídios de fora não tem levado a
ingerência na linha política dos veículos populares. Os movimentos que recorrem a esse
expediente normalmente deixam claro que querem ficar independentes e, por outro lado, os
contribuintes geralmente são entidades que, comprometidas com a autopromoção do
homem, não interferem.

9. Uso emergencial
Há muitos casos de experiências comunicativas com características de emergência,
faltando-lhes continuidade e estruturação adequada.

10. Ingerências políticas


Sempre existe o risco de as iniciativas comunitárias serem utilizadas com objetivos
particulares ou político-eleitorais, desviando-as de suas finalidades e conturbando todo o
processo. Cresce a tendência nesse sentido.

11. Participação desigual


Apesar de não dispormos de dados de pesquisa, podemos afirmar com segurança
que, na maioria das práticas brasileiras de comunicação popular, a produção de mensagens,
o planejamento e a gestão dos meios se centralizam em poucas mãos. Além de envolver o
risco de controle da informação e do poder, entre outras implicações, isso favorece a
reprodução de padrões de dominação e uma contradição da prática participativa mais ampla
dos movimentos.
Nesse caso, a comunicação passa a ser tratada como ativi-dade-fim, perdendo sua
potencialidade de atividade-meio com função político-educativa para o conjunto das
pessoas. O resultado é que poucos fazem tudo e dão aos veículos e a seus conteúdos o rumo
que lhes aprouver, conformando-os à sua imagem e semelhança e não às da organização
social em que estão inseridos. É, por exemplo, o alto-falante como instrumento da equipe
de produção ou das lideranças ou o jornal sindical servindo mais aos dirigentes do que à
categoria. Quando isso ocorre, a participação dos membros ou dos associados em geral é
facilitada apenas em mecanismos que não afetem a tomada de decisões ou que não
comprometam interesses ou a linha política dos meios. Chegam a ser feitos muitos convites
no sentido de um envolvimento da comunidade, mas na prática não se viabiliza a abertura
de canais para tanto.
Por que se estaria deixando de propiciar a participação ampliada da população? Em
razão, talvez, de ingenuidade, de objetivos pessoais, de interesses partidários, de convicções
políticas vanguardistas. Ou mesmo de um componente cultural ligado à inexperiência
brasileira no que se refere a uma prática participativa democrática, o que pode explicar o
fato de tal situação geralmente nem ser contestada pela comunidade, que acaba até a
encará-la como natural.

II. ASPECTOS POSITIVOS


Todavia, apesar de todas essas limitações, não deixam de ocorrer também
experiências avançadas, que, envolvendo efeti-vamente a participação conjunta, contribuem
para uma comunicação popular realmente útil ao processo de educação para a cidadania,
encerrando um significado político inovador, que pode ser observado nas seguintes
características:

1. Diversificação dos instrumentos


A comunicação popular serve-se de vários tipos de instrumentos, de acordo com a
disponibilidade de recursos financeiros, materiais e de tempo e em função do contexto, das
necessidades e dos objetivos do movimento onde se desenvolve.

2. Apropriação de meios e técnicas


A comunicação popular assume os meios técnicos e as formas de produção antes
mantidos, mais monopolicamente, nas mãos de uns poucos, devido à estrutura de
funcionamento dos veículos massivos neste País. É o caso, por exemplo, do rádio ou do
jornal, com relação aos quais ela se apropria tanto da tecnologia (aparelhagem, processos
de impressão) quanto da linguagem (técnicas de programação radiofónica, de redação de
notícias, de diagramação). Isso democratiza o acesso à comunicação e ajuda na
desmistificação de seus instrumentos. Profissionais especializados como jornalistas,
relações-públicas e radialistas, entre outros, têm contribuído para a socialização desses
recursos, quando "convidados" por movimentos populares.

3. Conquista de espaços
A comunicação popular consegue lugar nos meios massivos, para divulgar
informações dos movimentos e apresentar programas elaborados em seu âmbito. Trata-se
aqui de uma conquista, porque na realidade os espaços não foram doados, mas descobertos
e alcançados num processo de luta, a partir da constatação de uma necessidade e da
possibilidade de sua viabilização. Em alguns casos, os movimentos chegam mesmo a ter
seus veículos próprios, mediante concessão oficial.

4. Conteúdo crítico
A comunicação popular tem, em geral, um conteúdo essencialmente crítico. Ou seja,
julga-se a realidade concreta, local ou mais abrangente, tanto em nível de denúncia
descritiva quanto de interpretação ou de opinião, levantando reivindicações, apelando à
organização e à mobilização popular, apontando para a necessidade de mudanças. Neste
sentido, ela, em grande parte, não é conservadora e, mesmo se o fosse no plano global da
sociedade e da ideologia, até certo ponto o refutaria no plano imediato, ao negar as
condições de existência dadas. Tudo isso mexe com a cultura, mesmo que não de forma
predominante. Há na verdade a incorporação de novos valores, ao mesmo tempo em que se
reproduzem outros.

5. Autonomia institucional
A comunicação popular, salvo em casos isolados, pauta-se pela autonomia em
relação às instituições privadas e públicas. Via de regra, essa independência é perseguida
em relação tanto ao conteúdo quanto à sustentação técnica e financeira. Talvez seja por isso
que, geralmente, se usam os veículos mais baratos. Mas, mesmo quando alguém custeia os
mais onerosos, há todo um esforço para se fugir da tutela ou de interferências em sua linha
política. A autonomia assim considerada não chega a atingir a autogestão da comunicação,
pois esta, como tem funcionado, não se vê investida desse caráter só por ser obra autónoma
dos movimentos sociais, constituída de baixo para cima.

6. Articulação da cultura
A comunicação popular abre espaços para a transmissão de produtos da cultura e da
criatividade presentes na música, na canção, no desenho, na literatura, na poesia, na
dramatização teatral, na medicina popular e em outras manifestações da própria população,
de pessoas da localidade, que assim têm onde se expressar.

7. Reelaboração de valores
A comunicação popular, trabalhando e articulando elementos culturais, contribui
para romper a dicotomia emissor versus receptor. Este último assume o papel de emissor e,
coletivamen-te, vão sendo reelaborados valores simbólicos condizentes com o exercício da
cidadania.

8. Formação das identidades


A comunicação popular, ao abordar temas locais ou específicos, tende a despertar o
interesse por parte da audiência, pelo fato de o conteúdo e os personagens terem relação
mais direta com as pessoas. Os programas não são espetáculos a que se assiste, mas dos
quais se participa, o que leva a incrementar o processo de construção das identidades e de
cultivo dos valores históricos e culturais.

9. Mentalidade de serviço
A comunicação popular é predominantemente um serviço de interesse público, com
benefícios reais para a população envolvida, que encontra nela uma forma de "proteger-se"
do mercantilismo da mídia.

10. Preservação da memória


A comunicação popular, ao documentar decisões, programas e fatos relacionados
com os processos de organização e de lutas dos movimentos, concorre para registrar a
história dos segmentos subalternos.

11. Democratização dos meios


A comunicação popular, à medida que se for ampliando o número de rádios,
televisões e outros veículos a serviço da comunidade, estará servindo cada vez mais à
democratização dos meios e do poder de comunicar.
12. Conquista da cidadania
A comunicação popular, enfim, contribui para a democratização da sociedade e a
conquista da cidadania. Que não significa só alguém poder votar a cada cinco anos
naqueles que vão decidir por ele, mas também aprender a participar politicamente da leitura
do bairro e da escola para os filhos, a apresentar sua canção e seu desejo de mudança, a
denunciar condições indignas, a exigir seus direitos de usufruir da riqueza gerada por todos,
por meio de melhores benefícios sociais e de salários mais justos, a organizar-se e a
trabalhar coletiva-mente. A comunicação popular não faz tudo isso por si só, mas apenas se
estiver inserida na dinâmica dos movimentos, gerando-se a partir deles e, como
consequência, caminhando na mesma direção por eles apontada.
Assim, toda a práxis - teoria e prática - da comunicação popular no Brasil representa
uma conquista muito expressiva para os setores que dela se servem, num amplo processo
políti-co-educativo de uma população sem tradição de participar, de forma igualitária, nas
decisões que a afetam e, ainda por cima, impedida de se reunir, se expressar, denunciar,
reivindicar e interferir durante mais de duas décadas de regime militar autoritário. Contudo,
ela não se constitui numa força predominante nem hegemónica na sociedade civil, mas está
cooperando para a democratização desta e da comunicação como um todo.

PERUZZO, Cicília. Comunicação nos Movimentos Populares. Páginas 148 a 158

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