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FRUTOS, ERVAS E TEMPEROS

O remédio na sua cozinha e no seu quintal

Mari Gemma De La Cruz1


Oficina apresentada na Feira do
Empreendedor no estande do
Governo do Estado de Mato Grosso

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Farmacêutica Industrial, Mestre em Saúde e Ambiente, especialista em Fitoterapia,
Homeopatia e Acupuntura – email: marigema@terra.com.br

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O remédio na sua cozinha e no seu quintal

APRESENTAÇÃO

Esta cartilha foi elaborada inicialmente com o objetivo de formatar graficamente as

informações transmitidas durante o curso realizado em novembro de 2003, através

da Internet, pelo Instituto Centro de Vida (www.icv.org.br).

Este curso foi desenvolvido em quatro etapas e atendeu a mais de mil pessoas de

todos os estados brasileiros e também de outros países como Japão, França,

Espanha, Alemanha e Estados Unidos.

Durante os trabalhos da Feira do Empreendedor realizada no mês de novembro

de 2005, tivemos a oportunidade de realizar mais uma oficina, através da iniciativa

do Governo do Estado de Mato Grosso e assim, disponibilizamos estas

informações para aqueles que desejam conhecer um pouco mais a respeito da

prática de cuidados da saúde utilizando Frutos, Ervas e Temperos que estão

disponíveis com facilidade na sua cozinha e no seu quintal

Agradecemos as colaborações recebidas, o constante aprendizado e troca que

temos com as pessoas que freqüentaram a oficina. Nos colocamos a disposição

como mais um instrumento a serviço da melhoria da qualidade de vida das

pessoas e da qualidade ambiental, daqueles que buscam utilizar frutos, ervas e

temperos como uma alternativa e/ou complementaridade no tratamento dos

agravos à saúde.

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INTRODUÇÃO

O ser humano não é somente um corpo. É mente, emoções e espírito, e seu bem-

estar depende das interações com o ambiente externo a ele, representadas

pelas condições sociais (sócio-econômicas, sociopolíticas, socioulturais e

psicossociais) e ambientais propriamente, que são a natureza ou as perturbações

ecológicas resultantes da modificação desta; há também o ambiente interno do

ser humano, representado pelos fatores hereditários, congênitos ou adquiridos em

alterações orgânicas resultantes de doenças anteriores, sem as quais não

haveriam doenças frente a presença de estímulos externos.

Isto significa que somos seres que nos relacionamos com outras pessoas e com a

natureza e que estamos em constante processo de aprendizagem e, portanto a

saúde de uma pessoa ou de uma coletividade, é resultante de uma

multifatorialidade, não representando um somatório de fatores políticos,

econômicos, sociais, culturais, psicológicos (mentais e emocionais), genéticos,

biológicos, físicos e químicos e sim uma interação destes.

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Assim é bom sempre nos perguntarmos:

• Onde vivemos? Nos agrada viver aqui?

• O ar que respiramos é bom?

• A água é adequada para o consumo?

• Como é nossa alimentação? Boa? Diversificada?

• As pessoas com quem convivemos nos fazem bem?

• O ambiente é tranqüilo ou violento?

• Nosso trabalho é prazeroso? Nos satisfaz? Há reconhecimento? O

desempenho é adequado?

• Qual é nossa atitude perante a vida? Como reagimos perante as situações que

se apresentam?

• Afetivamente, estamos nos relacionando bem?

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• A estrutura política em que vivemos permite exercer nossa cidadania?

• A estrutura social nos permite viver com dignidade?

Ao pensar nas respostas destas perguntas, talvez possamos achar que não

estamos plenamente saudáveis, entretanto não há uma situação ideal. O que há é

um equilíbrio dinâmico, onde procuramos estabelecer um jeito de viver o mais

harmonioso possível com o ambiente interno e externo, a fim de que possamos

"alcançar os mais altos fins de nossa existência" (e esta é uma questão individual

e cada um tem sua resposta!). Devemos lembrar que se alguma das respostas

não no satisfizer, devemos procurar mudar nossa condição, buscando sempre

estar cada vez mais equilibrados e satisfeitos.

Assim, devemos considerar o ser humano como um todo e não dividido em partes

- cabeça, tronco e membros – como aprendemos na escola. O ser humano é um

ser ecológico, um ser que é apenas um dos elos de uma rede de conexões

presente neste universo e que chamamos de VIDA.

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E nesta rede de conexões, existem elos que são os frutos, as ervas e os

temperos, utilizados por mulheres, homens e outros animais desde a sua criação.

O homem ancestral mantinha uma relação íntima com a natureza, pois vivia em

contato permanente com o meio que o circundava, principalmente com as plantas

e os animais. Iniciaram a produção de conhecimentos empíricos sobre a natureza

com base na observação e intuição, permitindo ampliar suas possibilidades de

adaptação e sobrevivência nos mais diferentes ambientes. No que diz respeito às

plantas medicinais este saber antecede a Química e a Farmacologia, remontando

ao Paleolítico (DE LA CRUZ-MOTA & GUARIM NETO, 1996a).

Estudos arqueológicos em Shanidar (Iraque), documentos escritos encontrados no

Egito (Papiros de Ebers, séc. XVI a.C.), Hipócrates (séculos V a VI a.C.) e

Aristóteles (384-322 a.C), mencionaram plantas medicinais que ainda são

utilizadas pela população de diferentes regiões do mundo. Na Europa Medieval, foi

seguida a Teoria das Signaturas e Paracelso (1443-1541) a defendia, dizendo

que as ervas não só estavam na Terra para o uso do homem. Com a expansão

dos domínios europeus as floras da América e da África foram sendo descobertas.

Na América os missionários apreenderam dos nativos os conhecimentos sobre as

inúmeras plantas por eles utilizadas com finalidade terapêutica. Os Astecas, Maias

e Incas contribuíram plantas alimentícias, medicinais e alucinógenas que tinham

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intensa utilização nos rituais curativos e mágico-religiosos (DE LA CRUZ, 1997).

Todo este conhecimento, repassado muitas vezes de forma oral contribui para um

conhecimento sobre alimentos e plantas medicinais e uma prática popular bem

elaborada e desenvolvida, através de muitos anos de experimentação empírica,

envolvendo a miscigenação de conhecimentos europeus, indígenas e africanos

(DE LA CRUZ-MOTA & GUARIM NETO, 1996).

A prática terapêutica exercida no núcleo familiar, no lar de pessoas pertencentes

às mais diversas sociedades, utilizando recursos disponíveis na cozinha, é

representada por um conjunto de saberes que constituem um “sistema de

cuidados da saúde”. A princípio pode parecer desordenado pois não está

estruturado como o sistema médico oficial (cuja forma de organização, hierarquia

e repasse de informações serve para a manutenção do poder dos profissionais da

saúde sobre as pessoas consideradas leigas), entretanto apresenta uma

organização interna, característica de cada núcleo social. O sistema de cuidados

da saúde da família, praticado pelas cidadãs e cidadãos possui uma lógica própria

que varia de praticante para praticante e de região para região, já que cada um

utiliza uma parcela desse saber moldado pelas características do ambiente local

(clima, solo, biodiversidade, etc.), resultando em conhecimentos acumulados ao

longo de centenas de anos de experimentação, transmitidos de geração à geração

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provenientes de diversas culturas. Este conhecimento transmitido oralmente e por

imitação faz parte da vida cotidiana de pessoas simples.

Esta prática de cuidados da saúde familiar que tratamos nesta oficina, pretende

contribuir para o empoderamento, através do “sentir-se mais soberano em

saúde” e da sistematização deste “sistema de cuidados”, pois cabe à nós todos

também gerenciar um conjunto de ações em busca da nossa saúde e de nossos

familiares e amigos e consequentemente da melhoria de qualidade de vida.

Através da educação em saúde e da educação ambiental que envolvem o

resgate de conhecimentos tradicionais no que tange ao uso remédios caseiros

disponíveis na cozinha e que são validados cientificamente, o usuário de plantas

medicinais, utilizadas como alimentos ou temperos, poderá reconhecê-las no seu

cotidiano; viabilizar a diminuição dos custos com a aquisição de medicamentos;

possibilitar a percepção de si mesmo como agente e um ser

“biopsicosocioambiental” que interage com o meio e recebe deste as

possibilidades de cura quando necessário; e resgatar a consciência corporal no

processo saúde-doença.

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COMO IDENTIFICAMOS UMA PLANTA

Quando falamos de uma planta, geralmente usamos o nome popular, mas uma

mesma planta pode ser conhecida por diferentes nomes dependendo do lugar

onde ela se encontra, por exemplo, a Erva de Santa Maria é conhecida no

nordeste do Brasil por Mastruz. Às vezes, plantas diferentes recebem o mesmo

nome, o que pode causar graves confusões, por exemplo a Espinheira Santa

também é conhecida como Cancerosa e é uma planta com baixa toxicidade,

entretanto existe outra planta conhecida também como Cancerosa ou Leiterinha

que é tóxica e seu látex (“leite” que sai quando os galhos os folhas são retirados)

pode causar queimaduras quando em contato com a pele.

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Nome Popular: Cancerosa ou


Espinheira Santa Nome Popular: Cancerosa ou Leiterinha
Nome Científico: Maytenus ilicifolia Nome Científico: Philiberthia cuspidata

As plantas também podem ser conhecidas pelo nome científico, neste caso cada

planta tem um só nome científico, que é escrito em latim e é composto por duas

partes: a primeira é o gênero e a segunda a espécie, depois vem o nome do autor

do nome, que é aquele que identificou a planta pela primeira vez.

Assim, a Espinheira Santa pode ter mais de um nome popular, mas só tem um

nome científico que é:

Maytenus ilicifolia Martius

Gênero espécie Autor

Neste curso apresentamos fichas técnicas das frutas, ervas e temperos e nelas

vemos o nome popular pelo qual elas são mais conhecidas e o nome científico.

Quando adquirimos um chá no supermercado ou na farmácia, vamos ver na

embalagem o nome popular e o nome científico, por isso toda vez que formos

buscar informações sobre uma planta, devemos procurar sempre pelo nome

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científico, desta forma evitaremos confusões. Quando houver dúvidas procure o

Departamento de Botânica de uma Universidade.

Atenção!

✓Não faça uso de uma planta como remédio, sobretudo se for ingeri-la, sem

ter certeza de que de fato se trata da espécie recomendada.Uma planta

medicinal deve ser utilizada, somente quando for bem conhecida. Nunca

utilize plantas desconhecidas ou de identidade duvidosa, pois podem

ocorrer acidentes graves.

✓Certifique-se!

Procure conhecer bem as plantas antes de decidir incorporar à sua farmácia

familiar. Pergunte, estude, questione, até ter certeza!

PARTE USADA E ÉPOCA DE COLETA


Uma planta é um ser vivo e por isso está constantemente produzindo substâncias

que, na planta, cumprem uma função e quando usadas nas pessoas podem ajudar

a curar uma doença. Estas substâncias que apresentam atividade farmacológica

são chamadas de princípios ativos. Nem sempre os princípios ativos responsáveis

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pela atividade da planta são conhecidos, embora sua atividade possa ser

comprovada cientificamente.

Por ser viva, a planta está sujeita à ação do ambiente (luz, água, temperatura, solo

e altitude) e pode mudar sua composição, deixando de produzir alguns princípios

ativos ou produzindo-os em maior ou menor quantidade.

É necessário saber em que parte da planta há maior quantidade dos princípios

ativos e em que época do ano que esta parte deve ser coletada. Nas fichas

técnicas das frutas, ervas e temperos indicamos a parte a ser utilizada, ás vezes

uma mesma planta pode apresentar princípios ativos diferentes, dependendo da

parte utilizada e portanto tem indicação diferente. Por exemplo, a casca do fruto

da Romã é indicada tem ação antisséptica, já a casca do caule tem ação contra a

solitária (Tenia solium).

Coletamos a parte da planta quando seu metabolismo faz com que a quantidade

de princípios ativos esteja maior naquela parte. De uma forma geral a coleta de:

• Folhas: devem ser antes da floração, quando começam a despontar os

primeiros botões;

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• Flores: quando abrirem-se completamente, deve-se observar quando as

abelhas estão indo na flor, pois depois da polinização a flor já começa a "virar"

fruto e os princípios ativos podem se deslocar;

• Raízes ou rizomas: no final do período de crescimento (outono);

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• Frutos: quando estiverem completamente desenvolvidos, no início da

maturação;

• Sementes: espera-se o final do ciclo da planta, quando elas estão prontas para

serem semeadas;

• Cascas do tronco: devem ser retiradas na época mais seca, pois no período de

chuva elas acumulam muita água;

• Partes aéreas (que ficam acima do chão): coleta-se a planta toda quando

estiver no início da floração com os primeiros botões e não arrancamos a raiz;

Atenção!

Quando coletamos folhas, nunca tirar mais da metade das folhas existentes na

planta. Quando coletamos flores, frutos e sementes, deixar uma quantidade tal

que permita a multiplicação da espécie. Quando coletamos cascas, nunca coletar

ao redor do tronco, somente em um dos lados;

• Não devemos coletar plantas com doenças (manchas, fungos, etc.) ou com

insetos, pois podem ser prejudicial a nossa saúde;

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• Devemos utilizar ferramentas adequadas, para que não prejudiquemos a

planta coletada e nem a que fica viva (pois facilita a cicatrização do corte).

Usamos tesoura para folhas, flores e frutos, facão para as cascas, pá para

as raízes que devem ser retiradas inteiras, quando possível

• Quando não houver muita quantidade de planta no lugar da coleta,

devemos coletar somente uma quantidade que permita que a planta se

desenvolva e continue se multiplicando;

• Local de coleta das frutas, ervas e temperos deve ser limpo, longe de

industrias, de esgotos, de ruas por onde passem muitos carros, pois as plantas

podem estar contaminadas. Também não devem ser consumidas aquelas em

que foram aplicados defensivos agrícolas.

• Devemos trocar o local de coleta de um ano para outro, para que as plantas

tenham tempo de recuperar-se;

• O material colhido não deve ser amontoado, pois pode causar o

emboloramento e não deve ser colocado diretamente no chão;

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O REMÉDIO PREPARADO EM NOSSA


COZINHA A PARTIR DAS FRUTAS, ERVAS E
TEMPEROS

“Hoje meu filho acordou com dor de barriga, cheio de gases, também depois da

festa de aniversário que ele foi ontem....comeu tantos doces e guloseimas! Abro o

armário onde guardo os medicamentos. Huum! Vejamos o que temos? Nada

apropriado. Dirijo-me a cozinha. Que beleza! Várias opções! Camomila, Erva

Doce, Coentro... tudo o que necessito.”

Essa é uma parte de nossa vida familiar diária que podemos resolver com

facilidade e bom senso. Afinal é o que nossas mães, avós e tias faziam e com o

tempo foi se perdendo na memória da televisão em decorrência da propaganda

pesada realizada pela indústria farmacêutica.

É claro que é mais fácil, pegar o antiespasmódico em gotas (para a dor de barriga)

no armário de medicamentos, ou um analgésico para a dor de cabeça, ou comprar

um vidro de vermífugo quando nossos filhos apresentam vermes, considerando,

principalmente, nossa vida atribulada e com o tempo cada vez mais ocupado com

mais e mais tarefas que nos distanciam da nossa família. Entretanto, há o outro

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lado da moeda, pois preparar um remédio para seu filho ou outro membro da

família ou mesmo um amigo, é um ato de amor, é um tempo de doação visando

além do bem estar daquele que é nosso foco de atenção, também o nosso, pois

desenvolvemos a criatividade, a autonomia, tornando-nos mais soberanos em

saúde.

Os frutos, as ervas e os temperos apresentados nesta oficina, não representam a

cura para todos os agravos à saúde e tampouco são desprovidas de efeitos

tóxicos. Uma planta quando é usada como tempero é utilizada em pequenas

quantidades, mas quando usada terapeuticamente devemos ter mais cuidado. Na

nossa prática diária ouvimos comentários como “estou dando a meu bebê, chá de

camomila para acalmá-lo, no início funcionava bem, mas agora ele parece estar

mais irritado. O que aconteceu?” Todo medicamento produz uma reação primária

no organismo (que é o efeito esperado) e uma reação secundária, resultante de

sua própria capacidade reativa às substâncias (mesmo sendo elas de origem

natural) e por isso acontece o efeito contrário depois de um tempo de uso ou

então o que chamamos de hábito (o organismo acostuma com a substância). Um

outro exemplo é o chá de Erva Doce, que em altas doses ou dependendo da

suscetibilidade do bebê pode ocasionar convulsões. Por isso vale lembrar:

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Planta medicinal é medicamento e deve ser

usada com cuidado e corretamente!

No nosso dia-a-dia a utilização de plantas medicinais é simples, geralmente

usamos água ou álcool (às vezes vinho branco, que contém álcool) para extrair os

princípios ativos da planta seca ou fresca. A primeira forma de utilização de

plantas foi através da alimentação, mas tornou-se necessário criar outras formas

para facilitar a administração e a ação, pois algumas plantas tem gosto ou cheiro

desagradáveis ou não são fáceis de ser utilizadas (por exemplo uma folha que tem

espinhos aplicada sobre a pele, pode machucar, por isso usamos o chá ou uma

pomada). Cada forma de uso apresenta vantagens na sua aplicação que as

tornam mais adequadas em determinadas situações.

Ao utilizarmos uma planta medicinal ela pode estar fresca ou seca portanto,

dependendo do estado em que ela se encontra, vamos utilizar quantidades

diferentes. Uma planta após secagem pode perder metade ou mais do seu peso

inicial. Desta forma ao utilizar uma planta fresca devemos usar, pelo menos, o

dobro da quantidade da planta seca.

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Nesta oficina indicamos pesos e medidas para preparar as diversas formas de uso

dos remédios preparados a partir de frutas, ervas e temperos, mas às vezes não

dispomos de uma balança em nossa casa. Para medir volumes podemos usar

uma mamadeira que vem com a indicação do volume ou então utilizar

correspondências aproximadas, como as sugeridas abaixo:

Tabela 1 – Medidas caseiras e quantidade de plantas

Parte da planta Colher de Colher de Copo de Punhado


sopa chá geléia
Planta inteira 5g 1,5 g 12 g 5g
Flores e folhas 3g 0.8 g 7g 2,5g
Raízes, cascas e sementes 10 g 2g 45-60 g 20-25 g
Nas preparações não é aconselhável utilizar panelas de alumínio, ferro, barro ou

pedra pois os princípios ativos podem reagir como material da panela, o ideal é

que o material seja de vidro, aço inoxidável, esmaltado ou porcelana.

Após a preparação e se ela não se destina ao uso imediato, devemos guardá-la

em local fresco ao abrigo da luz, por isso potes de vidro transparentes devem ser

enrolados com papel, ou utilizar frasco de cor escura. Se puder guarde na

geladeira para garantir a qualidade por mais tempo.

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O frasco ou pote utilizado deve ser bem limpo e se possível deve ser escaldado.

Caso a tampa tenha sido utilizada para outra coisa, devemos colocar um plástico

na boca do frasco ou pote e depois colocar a tampa. Todos os frascos ou potes

devem ser identificados com o nome da planta, o tipo de preparação (xarope,

tintura, pomada, etc.) e a data da preparação. Os chás deve ser usados no

máximo por 12 horas após sua preparação.

Outros cuidados:

• sempre utilizar água filtrada e fervida;

• lavar sempre as mãos antes e durante a preparação;

• prender os cabelos (se possível use toca ou lenço);

• tome banho e use uma roupa limpa antes da preparação;

• limpe bem a pia e a mesa antes de começar o trabalho;

• verificar se todos os utensílios (copo, faca, colher, panela, pote, vasilha, frasco,

etc.) estão limpos. Passar álcool antes de usar na preparação;

• Se puder escalde os frasco que vão ser usados para guardar os remédios;

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• As plantas devem ser colhidas em locais que não haja esgoto, água parada,

poeira, fuligem de carro, cultivo que use agrotóxico;

• As cascas e raízes deve ser lavadas para retirar a terra e secas à sombra;

• sempre que possível use plantas frescas, principalmente se for utilizar a folha.

FORMAS DE USO

As plantas medicinais podem ser usadas de

diferentes maneiras. Esta variedade de formas tem

a finalidade de disponibilizar a planta, através do

uso do seu extrato, em períodos em que não se

tem a espécie fresca ou não é possível obtê-la.

Também tem a finalidade de facilitar a ingestão da planta que tem um sabor

desagradável (por exemplo, usamos a forma de xarope que pelo sabor doce

disfarça o sabor amargo), ou ainda por que os princípios ativos, responsáveis por

uma determinada ação terapêutica, são mais facilmente extraídos por um líquido

(por exemplo o álcool) do que por outro (por exemplo a água). Apresentamos a

seguir as formas de uso encontradas nas fichas técnicas das frutas, ervas e

temperos.

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Salada
É uma forma direta de ingerir as plantas medicinais, algumas delas por seu sabor

agradável podem ser utilizadas como temperos. Exemplo: Hortelã rasteira, alho e

gengibre.

Preparação: se prepara com a planta fresca bem lavada, podendo combinar com

outras verduras e também serem temperados com azeite e sal.

Exemplo de salada

Indicação colesterol e pressão sangüínea alta

Salada de pêra, batata e rúcula

3 batatas médias cozidas e descascadas


1 pêra picada
½ maço de rúcula
1 colher de sopa de cebolinha picada
½ a 1 dente de alho picado
1 colher de chá de gengibre ralado
1 colher de sopa de azeite de oliva
3 frutos de acerola
Use limão para temperar

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- Alho: ½ a 1 dente de alho por dia diinui cerca de 9% a pressão arterial


- Batata: fonte de potássio que auxilia a eliminar o sódio
- Rúcula: rico em cálcio
- Azeite de oliva: contém óleo insaturado
- Gengibre: auxilia na digestão

Suco

Nesta preparação os princípios ativos encontram-se dissolvidos em água . O suco

é obtido batendo a parte utilizada com água, no liquidificador. Deve ser utilizado

logo após sua preparação pois pode estragar rapidamente.

Exemplo de suco

Suco de tamarindo – indicação: laxante

Sumo

Nesta preparação os princípios ativos encontram-se dissolvidos na água da

própria planta. O sumo é obtido cortando pequenos pedaços da planta fresca e

triturando-a num pilão até obter uma “papa”. Esta pasta pode ser usada com talou

ser espremida com força obtendo um líquido. Deve ser utilizado logo após sua

preparação pois pode estragar rapidamente.

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Exemplo de sumo

Sumo de hortelã graúda – Indicação: dor de ouvido

Picar e amassar duas folhas de hortelã graúda, com um conta gotas colocar 1 a 2

gotas do sumo no ouvido.

Maceração

A preparação é obtida deixando a planta "de molho", isto é, em contato por um

tempo prolongado com água, álcool, vinho ou óleo a temperatura ambiente (só

com o calor do ambiente).

Com água

Preparação: colocar a planta, que deve estar cortada em pequenos pedaços em

um pote limpo e de boca larga. Colocar água, tampar e deixar "de molho" durante

a noite. Coar e utilizar. Como esta preparação é feita com água, não é adequado

usá-la mais de um dia pois pode estragar, alterando os princípios ativos ou

contaminando com bactérias e fungos. Exemplo: maceração da folha de Boldo

Nacional.

Exemplo de maceração com água:

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Macerado de Boldo - Indicação: ressaca e problemas digestivos

Colocar 1 folha picada em uma xícara, amassar, acrescentar água e deixar de

molho por 1 hora, coar e tomar.

Com álcool

Também chamada de tintura, pois o líquido obtido apresenta cores fortes que

lembra tinta e que podem até tingir. Se obtém deixando em contato a planta com

álcool durante uma semana ou mais. O álcool utilizado deve ser de boa qualidade,

adquirido em farmácias. Procure o álcool para uso farmacêutico. Nunca deve ser

usado o álcool para limpeza adquirido em mercados, pois ele tem muitas

impurezas que são tóxicas se forem ingeridas. O álcool pode ser obtido a partir da

cana de açúcar, mas tem que ter boa qualidade, ou de cereais (que costuma ser

mais caro).

O álcool pode ser puro ou diluído e a diluição depende do tipo de princípio ativo

que a planta tem. Quando não sabemos o grau de diluição do álcool podemos

usar a seguinte regra:

a) Quando a planta está fresca usamos álcool puro (sem misturar com água);

b) Se a planta está seca usamos álcool a 75 a 80%, que corresponde,

aproximadamente, a uma diluição de três partes de álcool para uso

farmacêutico (96° GL) e uma parte de água fervida.

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COMO PREPARAR ÁLCOOL DILUÍDO (1 parte de água e 3 partes de álcool) -

para preparar meio litro (500 ml) - Medir na mamadeira 125 ml de água e colocar 3

vezes esta medida de álcool.

água álcool álcool álcool


+ + +

Exemplo de maceração com álcool ou tintura utilizando planta seca

Tintura de arnica

- colocar arnica seca e moída até 1/4 do frasco do pote;

- adicionar o álcool a 75%, tapar bem e agitar;

- deixar "de molho" agitando diariamente, por 1 semana. Guardar em local

escuro;

- filtrar usando um papel de filtro do tipo usado para coar café (coador de papel)

ou coar usando coador com gase;

- guardar em um frasco limpo e protegido da luz, em lugar fresco;

- colocar um rótulo com o nome da planta, o tipo de preparação, a data e a

validade;

- guardar esta preparação no máximo por 3 meses.

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Exemplo de maceração com álcool ou tintura utilizando planta fresca

Tintura de açafrão

- meio vidro de açafrão picado em pequenos pedaços (pode usar o

liqüidificador);

- adicionar 1 vidro de álcool a 50%, tapar bem e agitar;

- deixar "de molho" agitando diariamente por 1 semana. Guardar em local

escuro;

- filtrar usando um papel de filtro do tipo usado para coar café (coador de papel)

ou coar usando coador com gase;

- guardar em um frasco limpo e protegido da luz, em lugar – fresco;

- colocar um rótulo com o nome da planta, o tipo de preparação, a data e a

validade;

- guardar esta preparação no máximo por 3 meses.

Cuidado!

Pessoas que não podem fazer uso de bebidas alcoólicas, não devem ingerir

medicamentos na forma de tintura, mesmo que em pequenas quantidades. Deve-

se substituir por outra forma de uso como chá, infusos, decoctos ou macerados

com água.

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Com óleo

O óleo medicinal é preparado deixando a planta em contato com azeite de oliva ou

óleo de girassol (este é mais barato e tem menos cheiro), por um tempo

prolongado.

Exemplo de óleo medicinal

Oléo de camomila – Indicação: assaduras, queimaduras do sol, brotoejas

- um terço de um vidro de camomila seca e moída (quase pó) em um pote de

boca larga;

- colocar um meio copo de álcool, deixar em contato por 12 horas;

- colocar 1 litro de óleo;

- deixar em contato por um mês em um local mais quente, agitando todos os

dias, ao abrigo da luz;

- coar usando um pano limpo e guardar ao abrigo da luz e do calor;

- colocar um rótulo com o nome da planta, o tipo de preparação. Não deve ser

usado por mais de 3 meses.

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Infusão ou abafado
É um das principais maneiras de utilizar as plantas medicinais, conhecemos

também por outro nome - chá. Deixamos a planta fresca ou seca em contato com

água quente (que acabou de ser fervida) por uns 10 minutos. Geralmente usamos

flores e folhas pois elas "soltam" mais facilmente os princípios ativos na água

quente e plantas aromáticas (que tem um odor forte e geralmente agradável).

Temperatura elevada e exposição por tempo prolongado podem alterar os

princípios ativos ou fazer com que eles evaporem. A infusão serve para ser

ingerida ou para ser usada em banhos, compressas, gargarejos, etc.

Preparação: colocar duas colheres de chá da planta seca e moída em uma xícara

de chá ou copo de geleia. Colocar a água fervente, tapar e deixar por 10 minutos

em contato e beber quente ou frio.

Exemplo de chá abafado

Chá de colônia – Indicação; Pressão alta e tranqüilizante.

- lavar e cortar uma folha de colônia em pequenos pedaços;

- colocar uma vasilha e despejar 1 litro de água fervente;

- tampar e deixar de 5 a 10 minuto em repouso;

- coar em seguida;

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- modo de usar: o litro de chá deve ser tomado por dia como se fosse água;

- conservação: manter na geladeira e renovar o chá todo o dia.

Decocto ou chá cozido


Serve para partes duras como cascas, sementes e raízes. Colocar a planta na

água fria e levar ao fogo por 10 a 20 minutos. Deixar em repouso por 10 a 15

minutos e coar em seguida.

Exemplo de chá cozido

chá de casca de romã – indicação: adstringente, antiinflamatório e cicatrizante -

nas amigdalites, rouquidão e inflamação da boca.

- 10 g de casca de romã (metade de um fruto) cortado em pequenos pedaços

- colocar a casca com um copo de água e deixar ferver por 10 minutos

- modo de usar: fazer gargarejo 3 vezes ao dia

Xarope
È uma forma de uso açucarada e por isso facilita a administração de plantas com

sabor desagradável ou em crianças. Além disso, a grande concentração de açúcar

nesta preparação permite a conservação por mais tempo.

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FRUTOS, ERVAS E TEMPEROS
O remédio na sua cozinha e no seu quintal

Exemplo de xarope

Xarope de Guaco, hortelã graúda, vique e copaíba – Indicação: tosse,

expectorante.

- Bater no liquidificador com meio vidro de água:

• meio vidro de folhas lavadas e picadas em pequenos pedaços de guaco


ou anador,

• 15 folhas picadas de hortelã graúda

• 15 folhas de hortelã vique

- colocar na panela e aquecer por 5 minutos;

- deixar esfriar, mexendo bem a panela;

- coar em uma gase limpa ou pano limpo;

- se quiser pode colocar para cada 2 copos de xarope obtido (tipo copo

descartável de refrigerante, uma tampinha de óleo de eucalipto ou óleo de

copaíba;

- Colocar rótulo colocar um rótulo com o nome da planta, o tipo de preparação, a

data e a validade.

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FRUTOS, ERVAS E TEMPEROS
O remédio na sua cozinha e no seu quintal

XAROPE DE GUACO, HORTELÃ GRAÚDA,


VICK E ÓLEO DE COPAÍBA
data: 10/11/2005 validade 1 mês
- guardar em um frasco limpo, protegido da luz em lugar fresco.

- agitar antes de usar e verificar se não tem cheiro de azedo.

- validade: 1 mês se mantido na geladeira

Atenção!

Na preparação de um xarope com duas ou mais plantas, estas devem ter ação

terapêutica semelhante ou complementar.

Cuidado!

Pessoas diabéticas não devem fazer uso desta preparação. Deve-se substituí-la

por outra forma de uso como tintura, chá e macerado em água.

Pomadas

Muito utilizada para aplicar sobre a pele por período prolongado. Antigamente, se

preparava com graxas animais (por exemplo banha de porco), mas estas

preparações não se conservam por muito tempo. Atualmente, utiliza-se vaselina

sólida e lanolina que pode ser comprada com facilidade em Farmácias e

Drogarias.

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FRUTOS, ERVAS E TEMPEROS
O remédio na sua cozinha e no seu quintal

Podemos colocar a planta diretamente na mistura de vaselina/lanolina e/ou

acrescentar tintura da planta nesta mistura.

Exemplo de pomada

Pomada de calêndula, confrei e copaíba – Indicação: cicatrizante e antisséptico

- colocar 1 copinho de cafézinho descartável de flores de calêndula moída e a

mesma medida de folhas de confrei piadas, em uma tigela, depois acrescentar

quantidade de álcool puro suficiente para “embeber” a planta. tampar e deixar

umas 2 horas “de molho”.

- colocar em outra tigela, que possa ser aquecida, 10 gramas de vela que

corresponde a 1 pedaço de vela de 4 cm (sem o barbante) cortada em

pequenos pedaços e 100 ml de óleo de cozinha (girassol ou milho) levar ao

fogo em banho- maria até derreter a vela.

- despejar a planta na mistura oleosa e deixar aquecendo por 1 hora. cuidar

para não entrar água dentro da tigela. mexer freqüentemente.

- Cuidado com o fogo! a preparação contém álcool que evapora rapidamente

com o calor e pode queimar!

- enquanto estiver quente, coar em uma gase guardar em pote limpo e de boca

larga ao abrigo da luz e do calor.

- pode colocar 2 tampinhas de pasta de dente de óleo de copaíba, depois de

coado e quando estiver mais frio, misturando bem.

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FRUTOS, ERVAS E TEMPEROS
O remédio na sua cozinha e no seu quintal

- colocar um rótulo com o nome da planta, o tipo de preparação.

- validade: não deve ser usado por mais de 3 meses

Cataplasma

ATENÇÃO ESTA PREPARAÇÃO EXIGE CUIDADO, POIS PODE CAUSAR

QUEIMADURAS

A planta é aplicada diretamente no local afetado. É preparado geralmente com a

planta fresca, quando utilizamos planta seca devemos misturá-la com pequena

quantidade de água para amolecer. Devemos observar se a planta não possui

pelos que possam irritar a pele ou se a planta tem látex (como um leite) que pode

queimar a pele.

- Fazer um chá bem forte (com mais quantidade de planta) e ainda quente

colocar farinha, fazendo uma papa grossa;

- Colocar essa papa ainda quente, sobre um pano limpo e depois cobrir o local

que deve ser tratado;

- Cobrir com outro pano;

- atenção observe durante 15 minutos. se houver formação de bolhas ou

incômodo insuportável, suspender o ratamento, retirando o cataplasma

33
FRUTOS, ERVAS E TEMPEROS
O remédio na sua cozinha e no seu quintal

Exemplo de cataplasma

Cataplasma de gengibre e açafrão – Indicação; antiinflamatório, nas artrites

- Colocar um punhado de gengibre e um punhado de açafrão picados em uma

vasilha

- Colocar meio litro de água fervente sobre as plantas

- Colocar farinha de trigo ou de mandioca

- misturar bem até obter uma papa

- Aplicar no local onde há dor, com articulações, nas costas

Trouxinha
Utilizamos uma gase ou um pano limpo, cortado no forma de um quadrado de

mais ou menos 4x4 cm e colocamos no meio deste pano um pouco da planta

fresca já amassada, isto é, na forma de uma papa. Amarramos, bem firme, as

quatro pontas e formamos uma trouxinha.

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FRUTOS, ERVAS E TEMPEROS
O remédio na sua cozinha e no seu quintal

Deixamos uma parte da linha utilizada para amarrar mais comprida. Esta forma de

uso serve para introduzir na vagina da mulher e o “cordãozinho” fica para fora,

como se fora um absorvente íntimo.

Compressas

ATENÇÃO ESTA PREPARAÇÃO EXIGE CUIDADO, POIS PODE CAUSAR

QUEIMADURAS.

Utilizamos um pano limpo embebido no chá quente da planta, tomando o cuidado

para não queimar a pela. Pode ser utilizado o chá frio.

Preparação

- fazer um chá bem forte (com mais quantidade de planta) e ainda quente

colocar um pano limpo dentro da vasilha

- colocar esse pano embebido com o chá no local que deve ser tratado

- pode ser usado chá quente ou frio

- atenção observe durante 15 minutos. se houver formação de bolhas ou

incômodo insuportável, suspender o ratamento, retirando o cataplasma

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FRUTOS, ERVAS E TEMPEROS
O remédio na sua cozinha e no seu quintal

Banhos
Colocamos a parte que desejamos tratar submersa em um chá da planta.

Entretanto, podem haver banhos de corpo inteiro. Nestes casos, geralmente são

utilizadas plantas aromáticas, o que torna o banho muito agradável.

Algumas vezes podemos colocar algumas gotas de óleo essencial da planta

diretamente na água levemente aquecida. Também podemos colocar a tintura na

água do banho, numa proporção de 100 ml de tintura para 2 litros de água.

Cuidado! Quando utilizar o banho para áreas íntimas (órgãos genitais e ânus) o

álcool da tintura pode causar ardência.

Bochechos e gargarejos

Podemos utilizar o chá ou a tintura diluída em água. Estas preparações ficam em

contato com a boca mas não são engolidas.

Inalação

ATENÇÃO ESTA PREPARAÇÃO EXIGE CUIDADO, POIS PODE CAUSAR

QUEIMADURAS.

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FRUTOS, ERVAS E TEMPEROS
O remédio na sua cozinha e no seu quintal

Preparação

- fazer um cone de papel

- colocar folhas picadas de plantas aromáticas (que tem cheiro) em uma vasilha

- colocar a água fervente sobre as plantas

- colocar o cone de papel sobre a boca da vasilha e aspirar pelo nariz o vapor

Exemplo de inalação.

- colocar um punhado de folhas de eucalipto e um punhado de folhas de hortelã

vick picadas em uma vasilha

- colocar 1 litro de água fervente sobre as plantas

- usar o cone de papel ou uma toalha e aspirar o vapor

- indicação: antigripal, anticongestionante.

- modo de usar: fazer inalação antes de dormir

Xampú ou sabonete líquido


Preparação

- Colocar numa panela dois sabonetes de glicerina picados e 1 xícara de água

(pode ser um chá coado) ;

- Aqueça até derreter o sabonete;

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FRUTOS, ERVAS E TEMPEROS
O remédio na sua cozinha e no seu quintal

- Colocar em meio vidro de tintura da planta

- Retire do fogo mexendo até esfriar;

- Deixe a espuma baixar e guarde num frasco limpo e rotulado

Exemplo de Xampú

Xampú contra pilho

- 1/2 vidro de tintura de arruda;

- dois sabonetes de glicerina picados;

- 1 xícara de chá bem forte de boldo nacional ;

- Se tiver glicerina (comprada em farmácia) colocar 1 copinho descartável de

cafezinho para não ressecar o cabelo;

- Misture tudo conforme a orientação e retire do fogo mexendo até esfriar;

- deixe a espuma baixar e guarde num frasco limpo e rotulado;

- Modo de usar: lavar o cabelo todos os dias e usar pente fino para tirar as

lêndias

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FRUTOS, ERVAS E TEMPEROS
O remédio na sua cozinha e no seu quintal

Quanto da preparação podemos usar?

Neste curso, a quantidade de planta utilizada na preparação das diversas formas

de uso, ou a quantidade da preparação a ser utilizada não diferem de uma planta

para outra. Com exceção de plantas que possuem princípios ativos que

apresentam toxicidade elevada, mas não é o caso das plantas apresentadas neste

trabalho. De uma forma geral podemos considerar:

Tabela 2 - Relação entre a idade da pessoa e a quantidade de remédio a ser

ingerido

Idade/Peso Quantidade de remédio


Crianças de 6-15 meses 1/6 da dose do adulto. Evitar formas
alcoólicas. Ficar atento às reações.

Crianças de 2-4 anos 1/4 da dose do adulto

Ou com mais de 10 kg
Crianças de 4-6 anos 1/3 da dose do adulto

20 kg
Crianças de 7-10 anos 1/2 da dose do adulto

30 kg
Adultos com peso superior a 80 kg 5/4 da dose padrão para adultos
Adultos com peso maior de 100 kg 3/2 da dose do adulto

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FRUTOS, ERVAS E TEMPEROS
O remédio na sua cozinha e no seu quintal

Existem medidas padronizadas para as diversas formas de medir os volumes


(abaixo apresentadas, entretanto considerando as colheres e copos mais
facilmente encontrados no comércio e utilizados nas residências, verificou-se uma
variação e o que foi encontrado encontra-se na tabela abaixo.

Tabela de correspondência para medidas caseiras (realizadas com água a

temperatura de 30°C)

Tabela 3 – Relação entre tipos de medidas caseiras e volume

Tipo Volume
1 colher de chá 1,5 ml
1 colher de sobremesa 5 ml
1 colher de sopa 8 ml
1 copo descartável de cafézinho 40 ml
1 tampinha de pasta de dente 1 ml
1 xícara de chá ou 1 copo de geléia 180 ml

Como podem haver variações nos tamanhos da xícara, copo ou colheres é

sempre útil medir, antes de realizar uma preparação, os volumes destes objetos.

Pode-se utilizar uma mamadeira pequena, como as usadas para dar chás ao

bebê, e depois guardá-la para ser usada quando necessário. Assim evita-se

confusão nas medidas. Atenção! A mamadeira usada para as preparações não

pode ser usada, posteriormente, para o bebê.

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FRUTOS, ERVAS E TEMPEROS
O remédio na sua cozinha e no seu quintal

REPERTÓRIO DE SINAIS/SINTOMAS -
FRUTAS, ERVAS E TEMPEROS INDICADOS
INDICAÇÃO FRUTA, ERVA E TEMPERO
Acne Alfavaca, Alecrim, Gengibre, Camomila, Erva doce, Açafrão
Açúcar no sangue, diminuir Gengibre, Coentro, Goiabeira, Alho, Coentro
Afta Alecrim, Goiabeira, Goiabeira, Camomila, Açafrão, Romã
Alergias Açafrão, Tomate
Ameba Hortelã rasteira, Alho
Amigdalite (dor de garganta) Alfavaca, Alecrim, Gengibre, Goiabeira, Camomila, Romã,
Alho, Açafrão, Hortelã Graúda
Analgésico Alfavaca, Alecrim
Ansiedade, nervosismo Anador, Erva Cidreira, Maracujá, Colônia
Anti ácido Boldo
Anti úlcera Boldo
Apetite, falta de Gengibre
Artrite Açafrão
Assadura Camomila
Azia Alecrim, Alfavaca, Boldo
Bexiga, urétra e dos rins – Milho, Açafrão, Tamarindo
inflamação
Bronquite Alho, Anador, Hortelã Graúda, Erva Cidreira
Calmante Erva Cidreira, Maracujá
Candidíase vaginal (corrimento) Alfavaca, Alecrim, Goiabeira, Alho, Tomate
Cervicite, vaginite (inflamação nas Romã, Goiabeira
partes íntimas das mulheres)
Coceira Hortelã Rasteira, Açafrão
Colesterol alto Açafrão, Tomate
Cólicas intestinais Alfavaca , Alecrim, Anador, Açafrão, Erva Cidreira, Tamarindo,
Hortelã Rasteira, Camomila, Hortelã Rasteira, Coentro
Cólicas menstruais Alfavaca, Alecrim, Anador, Coentro, Erva Cidreira, Coentro
Conjuntivite (inflamação nos Camomila
olhos)
Contusão, pancada Alfavaca, Alecrim, Gengibre, Coentro
INDICAÇÃO FRUTA, ERVA E TEMPERO
Digestão, distúrbios da Açafrão, Camomila, Boldo, Gengibre, Coentrp
Diurético Tamarindo, Coentro, Maracujá, Milho
Dor articular Coentro, Anador, Açafrão, Gengibre
Dor de estômago Coentro
Dor muscular Alfavaca, Alecrim, Gengibre, Coentro
Eczema Açafrão, Camomila
Enjôo Gengibre, Camomila
Estomatite Hortelã Graúda, Romã
Expectorante Erva doce

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FRUTOS, ERVAS E TEMPEROS
O remédio na sua cozinha e no seu quintal

INDICAÇÃO FRUTA, ERVA E TEMPERO


Falta de apetite Gengibre
Faringite, Rouquidão Gengibre, Romã
Ferimentos na pele Goiabeira, Camomila, Alfavaca, Alecrim, Erva Doce, Milho
Fígado, transtornos Açafrão, Alfavaca, Alecrim, Alho
Gases intestinais Alecrim, Gengibre, Coentro, Erva Doce
Gastrite Alfavaca, Alecrim, Açafrão
Gengivite Alecim, Alfavaca, Goiabeira, Açafrão, Hortelã Graúda,
Camomila
Giardia Hortelã Rasteira
Gripe, Resfriado Gengibre, Erva Cidreira, Alho, Hortelã Graúda
Hemorróidas Camomila
Imunidade, estimulante Açafrão
Insônia Erva Cidreira, Maracujá
Leite materno Gengibre
Lombriga Abóbora, Alho, Erva de Santa Maria
Má digestão Boldo, Gengibre, Coentro Erva Cidreira, Camomila, Erva
Doce, Alho
Micose na pele, “pano branco” Alho
Ouvido, dor Hortelã Graúda, Alho
Oxiúrus Erva de Santa Maria
Pressão alta Alho, Colônia
Prisão de Ventre Tamarindo, Erva Doce
Queimadura Camomila
Resfriado Hortelã Graúda, Gengibre, Erva Cidreira
Ressaca Boldo
Respiração difícil Anador, Guaco
Reumatismo Açafrão
Rouquidão Gengibre, Romã
Sapinho (Candidíase) Alfavaca, Alecrim, Goiabeira, Alho, Tomate
Sarampo Açafrão, Camomila
Sinusite Vique
Solitária Abóbora, Romã
Torcicolo Gengibre
Tosse Alfavaca, Alecrim, Anador, Gengibre, Erva Cidreira, Erva
Doce, Alho, Açafrão, Hortelã Graúda, Guaco, Vique
Tricomoníase Hortelã Rasteira, Goiabeira, Alho
Úlcera gástrica Açafrão
Vômito Gengibre

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FRUTOS, ERVAS E TEMPEROS
O remédio na sua cozinha e no seu quintal

FICHA TÉCNICA DAS PLANTAS

Abóbora
Nome científico:
Curcubita pepo L.
Nomes populares:
Jerimum
Toxicidade: Não foi verificado toxicidade na
literatura consultada.

Indicação Forma de uso Posologia


- Maceração: amassar as sementes sem 1 copo pela manha em jejum, após
casca e misturar com leite. Crianças: 40 g duas horas fazer uso de laxante
Solitária de sementes; Adultos: 60-80 g de
Lombriga sementes
- Tomar em 3 x ou de uma só vez,
- Pasta: 60 g de semente sem casca, 20 g após duas horas fazer uso de
de mel. Amassar até obter uma pasta. laxante.

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FRUTOS, ERVAS E TEMPEROS
O remédio na sua cozinha e no seu quintal

Açafrão

Nome científico:
Curcuma longa L.
Nomes populares:
Curcuma, Açafroa

Toxicidade:
Não apresenta toxicidade conhecida até
o presente momento na literatura
consultada, entretanto, mostrou
atividade antiovulatória em ratas,
portanto deve ser utilizado com cuidado
por mulheres que pretendem
engravidar, mesmo que não tenha sido
ainda comprovada tal atividade em
mulheres.

Indicação Forma de uso Posologia


- Antiinflamatório Infusão 1 xícara 3x/dia
- Digestão difícil, gastrite, ulcera
gástrica Tintura: uma parte de rizoma e 5 1 colher de sobremesa
- Dores articulares, ateroesclerose, partes de álcool diluído (1 parte de 3x/dia
osteoartrite e artrite reumatóide álcool e 2 partes de água).
- Amigdalite
- Taxa de colesterol alto
- cólica intestinal Salada
- Distúrbios hepáticos 10 a 20 g por dia
- Imuno-estimulante (contra infecções
causadas por vírus e bactérias)
- Gengivite e afta Bochecho e gargarejo: usar o 3 vezes ao dia
- Amigdalite infuso e a tintura
- Acne, ferimentos, afecções da pele Infusão
- Coceira
- Eczema Tintura 1 vez ao dia
- Sarampo
Cataplasma: preparado com uma
pasta do rizoma fresco

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FRUTOS, ERVAS E TEMPEROS
O remédio na sua cozinha e no seu quintal

Alecrim
Nome científico:
Rosmarinus officinalis L.
Nomes populares:
Alecrim-verdadeiro, Alecrim-do-Sul, Romero,
Alecrim de Cheiro, Alecrim de Jardim,
Rosemarino, Alecrim de Horta.
Toxicidade:
Está contra indicado na gravidez, gastroenterites
(infecção no aparelho digestivo) e prostatite
(inflamação da próstata). As folhas e do óleo
essencial devem ser usados com cuidado pois
podem causar irritação renal, gastroenterites,
nefrites (inflamação do rim) e convulsões. Seu
uso tópico pode causar dermatites (inflamação
da pele).

Indicação Forma de uso Posologia


- Amigdalite - Bochecho e gargarejo: usar o infuso e a 3 vezes ao dia
- Sapinho tintura diluída

- Infusão: 3 a 5 gramas de folhas secas 1 xícara de chá, 3 vezes ao


em uma xícara de água fervente dia

- Tintura
30-60 gotas, 3 vezes ao dia
- Tosse, Gases
intestinais 3 vezes ao dia
- Protetor do fígado - Infusão: como citado acima
- Cólica menstrual - Tintura: como citado acima
- Cólica intestinal
- Gastrite, Azia,
Analgésico
- Candidíase vaginal - Banho: usar o infuso ou a tintura diluída
- Ferimentos (1 parte de tiintura e 2 partes de água) 2 vezes ao dia
- Contusões no local afetado
- Acne
- Compressa: usar o infuso ou a tintura
diluída no local afetado

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FRUTOS, ERVAS E TEMPEROS
O remédio na sua cozinha e no seu quintal

Alfavaca
Nome científico:
Ocimum basilicum L.
Nomes populares:
Alfavaca doce, Manjericão, Manjericão Doce
Toxicidade:
O Suco da folha pode ser ligeiramente
narcótico em altas doses, alguns de seus
compostos como safrol e estragol podem
causar câncer. A essência pode produzir
irritação da mucosa.

Indicação Forma de uso Posologia


- Amigdalite Bochecho e gargarejo: usar o infuso e a
- Sapinho tintura diluída (1 parte de tintura e 1 parte 3 vezes ao dia
de tintura)
1 xícara de chá, 3 vezes ao
Infusão: 3 a 5 gramas de folhas secas em dia
uma xícara de água fervente
30-60 gotas, 3 vezes ao dia
Tintura
- Gases intestinais
- Protetor do fígado 3 vezes ao dia
- Cólica menstrual Infusão: como citado acima
- Cólica intestinal Tintura: como citado acima
- Gastrite, Azia
- Analgésico, Tosse
- Candidíase vaginal - Banho: usar o infuso ou a tintura
- Ferimentos diluída ( 1 parte de trintura e 2 partes
- Contusões, Acne de água) no local afetado
2 vezes ao dia
- Compressa: usar o infuso ou a tintura
diluída no local afetado

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FRUTOS, ERVAS E TEMPEROS
O remédio na sua cozinha e no seu quintal

Alho

Nome científico:
Allium sativum L.
Toxidade:
O sumo e o óleo podem ser irritantes das
mucosas e conjuntiva. Em quantidades
moderadas não representa nenhum risco para
a saúde.

Indicações Forma de uso Posologia


- Gripe, resfriado Pó: preparado com o bulbo seco. 2-4 g, 3 vezes ao dia
- Amigdalite
- Bronquite
- Tosse Tintura 1 colher de chá, 3 vezes
- Digestivo ao dia
- Lombriga, ameba, tricomonas
- Digestivo Xarope 1 colher de chá, 3 vezes
- Protetor hepático ao dia
- Diminuição do açúcar no
sangue Salada 3-9 dentes picados ou
- Diminuição do colesterol no amassados ao dia.
sangue
- Pressão alta
- Doenças cardiovasculares

- Sapinho Bochecho: usar o chá (abafado) e a 3 vezes ao dia


tintura diluída (1 parte de tintura e 1
parte de tintura)

- Micose de pele Compressa: usar o chá (abafado) ou 3 vezes ao dia


a tintura diluída no local afetado
- Candidíase vaginal Trouxinha: utilizar 1 dente de alho 1 vez ao dia
fresco e amassado

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FRUTOS, ERVAS E TEMPEROS
O remédio na sua cozinha e no seu quintal

Anador
Nome científico:
Justicia pectoralis Jacq.
Nomes populares:
Trevo – cumaru e Chambá
Toxidade:
Não apresenta toxidade na literatura
consultada, entretanto por apresentar
cumarina, não deve ser utilizado junto
com medicamentos antiagregantes
plaquetários.

Indicação Forma de uso Posologia


- Bronquite, asma, tosse,
respiração difícil sem causa Xarope utilizando um punhado de
aparente folhas secas e 100ml de água,
- Dores articulares ferver por 5 minutos e acrescenta- 1 colher de sopa, 3 vezes ao dia
- Ansiedade, nervosismo se o açúcar, de acordo com a
- Febre técnica de preparação de xarope
- Cólicas
Infusão: 5g de folhas a 1 xícara de
água fervente 1 xícara 2x/dia

Tintura: preparada com 100 g de


folhas secas em um litro de álcool
diluído (três partes de álcool e 1 1 colher de chá, 3 vezes ao dia
parte de água).

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FRUTOS, ERVAS E TEMPEROS
O remédio na sua cozinha e no seu quintal

Babosa
Nome científico: Aloe vera L.

Nomes populares:
Aloé, Babosa, Caraguatá, Babosa de
Jardim, Erva Babosa, Erva de Azebre

Toxidade:
Não deve ser ingerida por mulheres durante a gravidez ou períodos
menstruais, pois aumenta o fluxo de sangue. Nos estados hemorroidais só usar
localmente, não ingerir.. Abortiva. Não usar internamente em crianças. Não usar
nos casos de inflamações da próstata e infecções urinárias. Em doses elevadas é
um purgante muito forte. O uso prolongado em grandes doses (maior que 1g/dia)
pode produzir diarréia com sangue. Pode causar aborto.

Indicação:
- Laxativa drástica (purgante): inicia o efeito 6 a 8 horas após a ingestão;
- Digestiva
- Hemorróidas inflamadas
- Queimaduras pelo sol ou fogo.
- Cicatrização de feridas.
- Dermatites
- Acne

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FRUTOS, ERVAS E TEMPEROS
O remédio na sua cozinha e no seu quintal

- Psoríase
- Digestivo
- Anti-inflamatória/ Cicatrizante/ Antisséptica/ Emoliente/ Hidratante e Protetora
da pele: Queimaduras pelo calor, sol, radiações, como raio X, inclusive
ferimentos da mucosas, feridas crônicas, erisipela, dermatites, irritações, acne,
psoríase, verrugas
- Anti-úlcera: protetora da mucosa gástrica;
- Anti-helmíntica: oxiúros;
- Imunoestimulante: aumenta as defesas do organismo contra as doenças;

Forma de Uso e Modo de Usar:


- Maceração: 10g da polpa da folha, corte, lave e adicione 10g de açúcar, deixe
macerar por 8 a 10 horas. O uso do açúcar é alternativo, poiso sabor é
amargo. Tomar 1 colher de sopa pela manhã em jejum.
- Pó da folha (resina): meia colher rasa de cafezinho em meia xícara de água
com açúcar. A resina é obtida pendurando a folha com a parte grossa para
baixo e deixando escorrer. Depois de seco, moer até obter um pó fino. Guardar
em pote limpo, escuro e com tampa. Como laxante tomar tomar antes de deitar
quando for necessário. Como digestivo tomar tomar uma vez ao dia durante 15
dias.
- Supositórios: Corta-se a cutícula da folha; a polpa corta-se em forma de
supositório. Coloca-se no congelador para que fique duro. Não usar o
supositório congelado, pois o frio excessivo pode causar queimaduras no local.
Aplicar supositório cada quatro horas.
- Cataplasma: Passar a folha pelo calor do fogo; retirar a cutícula e colocar na
zona afetada. Repetir quando for necessário.
- Compressa: usar o infuso ou a tintura diluída (1 parte de tintura e 1 parte de
água) no local afetado. Repetir quando for necessário.

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FRUTOS, ERVAS E TEMPEROS
O remédio na sua cozinha e no seu quintal

Boldo Nacional

Nome científico:
Plectranthus barbatus Andr.

Nomes Populares:
Malva Santa, Sete Dores, Boldo, Boldo de jardim;
Boldo Silvestre, Malva Amarga, Sete Sangrias,
Boldo Brasileiro.

Toxidade:
Grandes doses ou uso prolongado causa irritação
gastrointestinal e elevação da pressão arterial.

Indicação Forma de uso Posologia


- Anti-ácido, Infusão: 4 a 6g das folhas frescas Toma-se, opcionalmente, 2
- Anti-ulcerosa, ou 1 a 3g de folhas secas em a 3 xícaras do chá, adoçado
- Má digestão; xícara de água fervente. ou não.
- Azia, mal-estar gástrico,
- Ressaca Maceração. Triturar 2 a 3 folhas
verdes (4 a 6g) em 1 xícara de
Estimulante da digestão
água.

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FRUTOS, ERVAS E TEMPEROS
O remédio na sua cozinha e no seu quintal

Camomila

Nome científico:
Matricaria recutita L. Rauschert.,

Nomes Populares:
Matricaria, manzanilha

Toxicidade:
O contato prolongado e repetido com a planta pode ocasionar dermatite de
contato.

Indicação Forma de uso Posologia


- Gengivite Bochecho e gargarejo: usar o infuso 3 vezes ao dia
- Aftas
- Dor de garganta Infusão: 2 colheres de chá de flores em 1 xícara de 1 xícara de chá, 3
água fervente. vezes ao dia

- Indigestão Infusão: como citado acima


- Enjôos 1 xícara 3 vezes ao
- Gases intestinais dia
- Dor de barriga

- Inflamadas Banho: usar o infuso após esfriar


- Ferimentos 4-5vezes ao dia
- Eczemas Compressa: usar o infuso após esfriar
- Assaduras
- Queimaduras Pomada Aplicar 4 vezes ao
- Acne dia
- Conjuntivite Óleo

- Hemorróidas Banho: usar o infuso após esfriar.


4-5vezes ao dia

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FRUTOS, ERVAS E TEMPEROS
O remédio na sua cozinha e no seu quintal

Colônia

Nome científico:
Alpinia Speciosa Schum

Nomes populares:
Cardamomo, Helicondia, Jardineira,
Pacová, Vindi – Caá, Falso Cardamomo

Toxidade:
Fazer o controle da pressão arterial durante a ingestão do chá, pois sua
utilização por longos períodos pode fazer baixar a pressão arterial além do
desejável. As sementes são abortivas. Em doses elevadas a tintura pode produzir
contorções, excitação psicomotora e coceiras.

Indicação:
- Pressão alta
- Diurético
- Calmante
- Dor de barriga
- Cólica menstrual
- Dor de cabeça: devido a tensão, nervosismo e falta de sono.
- Tosses como expectorante

Forma de uso e modo de usar:


- Infusão:1 folha fresca, cortada em pedaços pequenos em 1 litro de água fervida
mas não muito quente, pois pode alterar a cor do chá. Deixar macerando por 1
hora e coar. Para pressão alta, tomar 1 litro de chá por dia como se fosse água.
Manter na geladeira e renovar o chá a cada 6 horas. Para as cólicas e tosse,
tomar uma xícara de chá uma ou duas vezes ao dia.

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FRUTOS, ERVAS E TEMPEROS
O remédio na sua cozinha e no seu quintal

Erva de Santa Maria


Nome Científico:
Chenopodium ambrosioides L.

Nomes Populares:
Chá-de-Espanha, Chá-do-México, Chá-dos-jesuítas,
Erva-das-serpentes, Mastruço, Mentrus, Mastruz.

Toxicidade:
O óleo essencial pode provocar efeitos tóxicos como náuseas, vômitos,
parada respiratória, depressão do sistema nervoso, lesões no fígado e rins,
surdez, transtornos da visão, problemas cardíacos e respiratórios e, em altas
doses, até a morte.
O uso do óleo da planta não é recomendado para gestantes, crianças com menos
de 10 kg de peso e pessoas com problemas de audição e idosos.

Indicação:
- Antihelmíntica: vermífuga contra vermes (Lombriga, Amarelão, Oxiúros);
- Antimicrobiana e antisséptica: ferimentos e inflamações da pele;
- Relaxante muscular: indicada nas contusões e entorses;
- Repelente de insetos.

Forma de uso e modo de usar:


- Como vermífugo para crianças de 10 a 20 kg de peso: 1 colher de sobremesa
da planta fresca, cortada em pequenos pedaços e macetada até obter uma
“papa”, misturada com 2 colheres de mel ou melado ou leite com açúcar. Para
crianças de 20 a 40 kg: 1 colher de sopa da planta fresca preparada da mesma
forma; Para jovens e adultos: 2 a 3 colheres de sopa preparada da mesma
forma (quanto maior o peso maior a quantidade). A quantidade de mel ou
melado é maior.
- Como repelente: colocar os ramos debaixo dos colchões e varrer a casa.
- Nos ferimentos: Compressa com o sumo da planta ou o chá e cataplasma.

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FRUTOS, ERVAS E TEMPEROS
O remédio na sua cozinha e no seu quintal

Coentro

Nome científico:
Coriandrum sativum L.

Toxicidade:
O óleo essencial em altas doses pode provocar convulsões

indicação Forma de uso Posologia


Digestivo, Salada: usado como tempero 6 g de folhas
carminativo, dor no frescas 2 x/dia
estômago, cólica
intestinal e cólica Infusão 1 xícara 3 x/dia após
menstrual as refeições
Tintura: 100 g de folhas frescas em 500 ml de
álcool diluído (2 partes de álcool puro e 3 partes
de água)
1 colher de chá 1 x
/dia
Dores articulações/ Óleo
Dores musculares
Pomada Aplicar no local 3
x/dia
Diurética/ Infusão
Hipoglicemiante
1 xícara 3x/dia

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FRUTOS, ERVAS E TEMPEROS
O remédio na sua cozinha e no seu quintal

Erva Doce
Nome científico:
Pimpinella anisum L.

Nome Popular:
Anis-verde

Toxidade:
O extrato alcoólico pode ser abortivo, provocar alterações e distúrbios no feto,
causar irritação e vermelhidão na pele e ainda convulsões em crianças por isso
deve ser usado com cuidado.

Indicações Forma de uso Posologia


- Digestivo Infusão: 1 g do fruto em 1 xícara de água
- Gases intestinais fervente 1 xícara após as
- Laxante . refeições.
- Expectorante, tosse e Infusão 1 xícara, 3 vezes ao
contra asma e bronquite dia.
- Calmante
- Acne, ferimentos - Banho: usar o infuso no local afetado
3 vezes ao dia

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FRUTOS, ERVAS E TEMPEROS
O remédio na sua cozinha e no seu quintal

Erva Cidreira
Nome científico:
Lippia alba (Mill.) N. E. Br.

Nomes populares:
Falsa Melissa, Erva Cidreira Brasileira, Chá da Febre,
Cidreira, Salva Limão, Sálvia, Sálvia da Gripe.

Toxicidade:
Não apresenta toxicidade até o momento, na literatura consultada.

Indicação Forma de uso Posologia


Infusão: 10 folhas (4g) numa xícara
- Dor de barriga de água Tomar quando necessário

- Digestivo Infusão Tomar após da refeição

Tintura:100g de folhas para meio


- Resfriado, bronquite, litro de álcool diluído (3 partes de Massagear sobre o peito 1
infecções respiratórias álcool e 2 partes de água) vez ao dia

Inalação: usar o infuso


Fazer inalação 1 vez ao dia

- Calmante Tintura 1 colher de chá 3 vezes ao


- Insônia dia

- Pós parto Infusão Após esfriar o chá, fazer


banho de assento

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FRUTOS, ERVAS E TEMPEROS
O remédio na sua cozinha e no seu quintal

Goiabeira

Nome científico:
Psidium guajava L

Nome Popular:
Araça-Goiaba, Araça-Guabá, Araçú-Guaçú, Araçú-Uaçu,
Guaiaba-vermelha, Guaiava

Toxidade:
A presença de taninos desaconselha o uso prolongado
desta planta internamente, pois pode ocasionar distúrbios por má absorção
alimentar.

Indicação Forma de uso Posologia


Disenteria, diarréia Infusão: 30 g das folhas novas
para 500 ml de água Tomar 1 à 2 xícaras de chá
por dia.
Feridas na boca, gengivite, dor Bochechar ou fazer
de garganta, sapinho gargarejo 2 a 3 vezes ao
Bochecho e gargarejo: usar a dia.
infusão
Tomar 2 xícaras de chá por
dia.
Ferimentos na pele Banho: usar o infuso no local
afetado Lavar a ferida 3 vezes ao
dia.
Candidíase vaginal, Banho
tricomoníase Fazer banho 3 vezes ao dia

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FRUTOS, ERVAS E TEMPEROS
O remédio na sua cozinha e no seu quintal

Gengibre
Nome científico:
Zingiber officinale Roscoe

Toxidade:
Grandes doses causam depressão do SNC e
arritmia cardíaca alucinações. Experimentos
realizados em cães demonstraram aumento na
pressão arterial, portanto o suo por pessoas
hipertensos deve ser feito com cuidado.
Também foi observado em cobaias atividade
broncoconstritora, desta forma o seu em
bronquite deve ser feito com critério. Não deve
ser usado por longos períodos.

Indicação Forma de Uso Posologia


- Digestivo - Salada: 1-3 g de rizoma fresco usado com
- Gases intestinais tempero de verduras e outros alimentos. às refeições
- Falta de apetite
- Diarréias - Infusão: 1-3 gramas do rizoma fresco em 1 xícara, 2-3 vezes ao
- Afecções da pele uma xícara de água fervente, dia

- Tintura: 50 g de rizoma fresco em meio


litro de álcool puro. 50 gotas, 3 vezes ao dia
- Dores articulares
- Aumentar o leite Tintura 50 gotas, 3 vezes ao dia
materno
- Enjôo, vomito Salada: 1-3 g de rizoma fresco usado com
tempero de verduras e outros alimentos. às refeições

Tintura 50 gotas, 3 vezes ao dia


- Contusão Compressa: usar o infuso
- Torcicolo
Cataplasma: usar o rizoma fresco 1 vez ao dia
- Gripe, resfriado
- Tosse Infusão 1 xícara, 3 vezes ao dia
- Faringite, amigdalite
Gastrite
Diminuir o açúcar no Infusão 1 xícara, 3 vezes ao dia
sangue

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FRUTOS, ERVAS E TEMPEROS
O remédio na sua cozinha e no seu quintal

Guaco

Nome científico:
Mikamia glomerata Spring.

Nomes populares:
Cipó caatinga, coração de Jesus, erva de cabra, guaco de cheiro, guaco
liso, guaco verdadeiro, guapé e cipó sucuriju.

Toxicidade:
Em doses altas causar vômitos e diarréia.

Indicação:
Afecções respiratórias: asma, bronquite, tosse e como broncodilatador.

Forma de uso e modo de usar:


- Infusão: 2 folhas frescas e 1xícara de chá de água fervente. Tomar uma xícara,
três vezes ao dia.
- Xarope: 50 folhas frescas em 300ml em água fervente, deixar em infusão, coar
colocar 450 gramas de açúcar. Ver técnica de preparação de xarope. Tomar
uma colher de sopa 3 vezes ao dia.

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FRUTOS, ERVAS E TEMPEROS
O remédio na sua cozinha e no seu quintal

Hortelã Graúda
Nome científico:
Plectranthus amboinicus, Lour (Spr. )
Nome Popular:
Hortelã da folha grossa, hortelã da folha graúda,
hortelã da Bahia, malva do reino, malva de
cheio, malvarisco e malvariço
Toxicidade:
Em altas doses pode causar irritação na mucosa
gástrica.

Indicação Forma de uso Posologia


- Resfriados, gripes, tosses Xarope: 200g de hortelã graúda em Adulto: uma colher de sopa
com catarro, bronquite 1 litro de água e 1,8 kg de açúcar três vezes ao dia.
- ou rapadura. Criança: uma colher de chá
três vezes ao dia.
Inalação: 5 a 8 folhas em meio litro
de água.
- Amigdalite, gengivite, Gargarejo e bochecho: usar o infuso
estomatite Infusão: 5 gramas de folhas frescas
em 1 xícara de chá de águafervente 3 x/dia

1 xícara 3x/dia
- Dor de ouvido Sumo: Preparar o sumo, embeber
no algodão e colocar no ouvido Aplicar quando necessário.

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FRUTOS, ERVAS E TEMPEROS
O remédio na sua cozinha e no seu quintal

Hortelã Rasteira

Nome científico:
Mentha X villosa Huds

Nome Popular:
Erva-boa, Hortelã-miúda, Hortelã-de-Cheiro, Hortelã-de-Tempero, Hortelã-da-horta,
Hortelã-de-panela, Hortelã-comum, Hortelã-cultivada, Hortelã-de-cavalo.

Toxidade:
O uso em grandes quantidades e sua utilização por inalação pode causar efeitos
colaterais sobre a respiração e o coração.

Indicação Forma de uso Posologia


Ameba Pó das folhas secas: pode ser misturado Meia colher das de café
Giárdia com mel ou sucos, ou colocado em 3x/dia, durante 10 dias..
Barriga d’água cápsulas.
Trichomoníase Adulto: 1 colher de sopa
1x/dia; Criança: 1 colher de
Folhas frescas: podem ser comidas ou chá 1x/dia
Observação batidas com suco de frutas, junto com as Usar durante 10 dias.
Importante: refeições.
O tratamento deve ser
repetido após 10 dias 40 gotas 3x ao dia.
Tintura: preparada com 1 parte da planta Usar durante 5 dias.
seca em 4 partes de álcool diluído( 3 partes
de álcool e 1 parte de água).

Coceiras Tintura Aplicar a tintura nas partes


da pele onde sentir coceira
Dor de barriga Infusão: 1 a 2 ramos (5g) para meio litro de Tomar uma xícara morna
água fervendo duas a quatro vezes ao dia

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FRUTOS, ERVAS E TEMPEROS
O remédio na sua cozinha e no seu quintal

Maracujá
Nome científico:
Passiflora edulis Sims.

Nome popular:
Maracujá Comum, Maracujá da Garapa, Maracujá
Peroba, Maracujá Preto, Maracujá roxo, Passiflora

Toxidade:
Pelo uso prolongado e altas doses de preparações feitas
com as folhas, pois nelas há liberação de ácido cianídrico,
que causa distúrbios no SNC, alterações do nervo ótico e
perturbações gastrointestinais. Na intoxicação aguda,
observa-se o aparecimento de tonturas, dor de cabeça,
aumento da freqüência respiratória e cianose que pode ser seguida da perda de
consciência e morte por anoxia.

Indicação Forma de uso Posologia


Suco do fruto: dois à três maracujás em
Calmante 1litro de água. Tomar um ou dois copos por
Insônia dia.
Infuso das folhas: quatro à seis gramas
de folhas verdes em uma xícara de água Tomar uma ou duas xícaras
fervente. por dia, de preferência à
noite.
Tintura: 100g de folhas frescas em 500
Diurético ml de álcool puro 1 colher de chá ao dia.

Diabete Fibra da casca do maracujá, rica em 2 colheres de sopa rasas 2


pectina, diminui a absorção de vezes ao dia.
carboidratos pelo organismo, reduzindo a
taxa de glicose, colesterol e auxiliando
em regimes de emagrecimento.

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FRUTOS, ERVAS E TEMPEROS
O remédio na sua cozinha e no seu quintal

Milho
Nome científico:
Zea mays L.

Toxidade:
A utilização de decoctos e infusos do estigma e/ou
estilos do milho é contra indicada em casos de
inflamação de próstata.

Indicação Forma de uso Posologia


Diurético decocto: Pegar um
Inflamação da bexiga, da punhado do “cabelos de
uretra e dos rins milho” e ferver em 1 Tomar a vontade.
Pedra nos rins xícara de água por 1
minuto.
Feridas e úlceras na pele Compressa: utilizar a
infusão preparadas como Aplicar no local quando
descrito acima necessário

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FRUTOS, ERVAS E TEMPEROS
O remédio na sua cozinha e no seu quintal
Romã

Nome científico:
Punica granatum L.

Nome popular:
Granado, Romeira, Romanzeira

Toxidade:
Doses elevadas da casca da raiz produzem náuseas e vômitos. As doses tóxicas
produzem rapidamente dilatação da pupila, cegueira parcial, forte dor de cabeça,
vômitos, diarréia, prostração e convulsões.

Indicação Forma de Uso Posologia


- amigdalite Bochecho e gargarejo: usar o
- Faringite e rouquidão decocto Fazer o decocto usando 3 vezes ao dia
- Estomatite 10 g da casca do fruto (1 colher de
sopa) em 1 xícara de água

Decocção: 1-2 g da casca do fruto


em 1 xícara de água 1 xícara 3 a 4 vezes ao dia

- Diarréia
- Cervicite Decocção
- Vaginite 1 xícara 3 a 4 vezes ao dia
Banho de assento: fazer o decocto
usando 10 g da casca do fruto (1
colher de sopa) em 1 xícara de
água 3 vezes ao dia

Solitária Decocção: 40 a 60 g da casca do 1 xícara ao dia, durante 3


caule em 1 xícara de água dias. Usar laxante para
expulsar os vermes mortos.

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FRUTOS, ERVAS E TEMPEROS
O remédio na sua cozinha e no seu quintal

Tamarindo
Nome científico:
Tamarindus indica L

Nome popular:
Tamarindo, Tamareira, Tamarina

Toxidade:
Não foi encontrada na literatura consultada.

Indicação Forma de uso Posologia


Infecções intestinais e Maceração: 20g da polpa do fruto em 100 ml 2 xícaras ou meio litro
urinárias de água por dia

Prisão de ventre
Xarope: 1 kg fruto com polpa e água (1250 ml), 2 colheres de sopa
filtrar para separar a polpa da semente, 2x/dia
adicionar 180 g de açúcar para cada 100 ml de crianças:1 colher de
líquido, levar para aquecimento. café

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FRUTOS, ERVAS E TEMPEROS
O remédio na sua cozinha e no seu quintal

Tomate
Nome científico:
Lycopersicum esculentum Mill.

Toxidade:
Durante o tratamento, não é aconselhável se expor ao sol,
pois podem ocorrer queimaduras.

Indicações Forma de uso Posologia


- Sapinho (Candidíase Bochecho: usar o sumo do tomate
na boca) recentemente preparado por trituração 2 a 3 vezes ao dia
(liquidificador ou macetado) e depois é
passado na peneira fina

- Alergias Suco do tomate recentemente preparado. 1 xícara de chá por dia, durante
- Inflamações vários meses
- Colesterol alto no Salada: usado como tempero
sangue
- Inflamação na
próstata
- Corrimento vaginal Trouxinha: utilizar 1 quarta parte Colocar a noite e, antes de dormir
(Candidíase) do tomate, sem pele e sem sementes numa e retirar pela manhã, durante 1
gase, apertar bem. Molhar a gase com o semana
sumo do tomate.

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O remédio na sua cozinha e no seu quintal

Vique

Nome científico:
Mentha arvensis L.

Nomes populares:
Hortelã, Hortelã Brasil, Hortelã japonesa.

Toxidade:
O uso em grandes quantidades e sua utilização por inalação pode causar
efeitos colaterais sobre a respiração e o coração.

Indicação terapêutica:
- Coceiras e irritações da pele
- Gripes e resfriados como descongestionante
- Eliminação de gases intestinais
- Náuseas e vômito

Forma de uso e modo de usar:


- Infusão: 6 a 10 gramas de folhas frescas em uma xícara de água fervente.
Tomar uma xícara duas a três vezes ao dia.
- Compressa: usar o infuso frio ou a tintura diluída (1 parte de tintura e 1 parte
de água) no local afetado.
- Banho: usar o infuso frio ou a tintura diluída (1 parte de tintura e 1 parte de
água) no local afetado.
- Inalação: usar o infuso. Fazer uma vez ao dia.

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FRUTOS, ERVAS E TEMPEROS
O remédio na sua cozinha e no seu quintal

CONCLUSÃO
Esperamos ter contribuído para a aprendizagem a respeito do uso de remédios

caseiros preparados a partir de frutas ervas e temperos disponíveis na sua

cozinha.

Como já escrevemos anteriormente, não pretendemos apresentar aqui todas as

soluções para os agravos à saúde existentes, colocamos algumas espécies de

plantas que são encontradas com facilidade no supermercado ou na horta caseira

e que fazem do cardápio da maioria das pessoas. Elas foram também

selecionadas pelos tipos de indicações que apresentam e, frequentemente, fazem

parte do nosso mundo familiar.

Oficina “Plantas medicinais e autocuidados nos Quintais Produtivos” - ICV / Permacultura

(Foto: André Alves, 2002)

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FRUTOS, ERVAS E TEMPEROS
O remédio na sua cozinha e no seu quintal

Desejamos, sinceramente que você não tenha necessidade de utilizá-las como

remédios e sim como alimentos, pois já dizia Hipócrates (médico grego,

considerado o Pai da Medicina):

“Que teu alimento seja teu remédio e teu remédio seja teu alimento”.

Entretanto, se for necessário, utiliza-as sempre com cuidado e atenção!

BOA SAÚDE!
Mari Gemma De La Cruz
marigema@terra.com.br

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FRUTOS, ERVAS E TEMPEROS
O remédio na sua cozinha e no seu quintal

Bibliografia consultada

1. BERG, M. E. V. Plantas Medicinais na Amazônia. Contribuição ao seu


conhecimento sistemático. Belém: Museu Emílio Goeldi. 1993.

2. CÁCERES. Plantas de uso medicinal em Guatemala. Guatemala: Ed.


Universitária. 1996.

3. CARRICONDE, C.; MORES, D.; VON FRISCHEN, M.; CARDOZO JR., E. L.


Plantas medicinais e Plantas Alimentícias. Vol. 1. Olinda: Centro
Nordestino de Medicina Popular. 1996.

4. DE LA CRUZ, M. G. F. Plantas Medicinais utilizadas por raizeiros: uma


abordagem etnobotânica no contexto da saúde e da doença. Cuiabá.
Mato Grosso. Dissertação de Mestrado.Programa de Pós Graduação em
Saúde e Ambiente. Instituto de Saúde Coletiva: UFMT, 1997.

5. DE LA CRUZ, M. G. Frutas, Ervas e Temperos o Remédio na sua


Cozinha e no seu Quintal. Curso a Distância on-line. Disponível em:
www.icv.org.br. Acessado em: dezembro de 2003.

6. GUPTA, M. P. 270 Plantas medicinales iberoamericanas. Colombia:


CYTED, 1995.
7. LIMA, B. Espiral de Ervas. Permacultura Brasil. Soluções ecológicas.
Gráfica Terra. n 12:8-9. 2003.

8. LORENZI, H.; MATOS, F.J. A. Plantas Medicinais no Brasil. Nativas e


exóticas cultivadas. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2002.
9. MATOS, E. J. A.; VIANA, G. S. B.; M. A. B. Guia Fitoterápico. Fortaleza:
Programa Estadual de Fitoterapia. 2001.

71
FRUTOS, ERVAS E TEMPEROS
O remédio na sua cozinha e no seu quintal

10. MATOS, F. J. Farmácias Vivas. 4ª ed. Fortaleza: EUFC/SEBRAE.2002.

11. REVILLA. J. Cultivando a saúde em hortas caseiras e medicinais.


Manaus: SEBRAE/INPA. 2004.

12. ROVERATTI, D. S. Plantas Medicinais. Projeto Alecrim. São Paulo: Ed.


UNIMARCO. 1999.

13. SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE. Programa Farmácia Viva. Guia


Fitoterápico. Fortaleza. 2004.

14. SECRETYARIA DE SAÚDE DO RIO DE JANEIRO. Programa de


Fitoterapia. Memento terapêutico. Rio de Janeiro: Ed. Globo. 2002.

15. SIMÕES, M. O.; MENTZ, L. A; SCHENKEL, E. P.; IRGANG, B. E.;


STEHMANN, J. R. Plantas da medicina popular no Rio Grande do Sul.
3ª ed. Porto Alegre: Ed. UFRGS. 1989.

16. SIMÕES, M. O.; SCHENKEL, E. P.; GOSMAN, G.; MENTZ, L. A;;


PETROVICK, P. R. (Org.). Farmacognosia. Da planta ao medicamento.
Porto Alegre/Florianópolis: EUFRGS/EUFSC.1999.

17. SOUSA, M. P.; MATOS, M. E. O. MATOS, F. J. A.; MACHADO, M. I. L.;


CRAVEIRO, A. A. 2ª ed. Constituintes químicos ativos de plantas
medicinais brasileiras. Fortaleza: EUFC. 2004.

18. TRAMIL-DIFUSION GUATEMALA. Folleto informativo sobre algunas


plantas medicinales comúnmente utilizadas por la población Garifuna
de Livingston. Guatemala: Tramil. 1995.

19. WHO. Medicinal plants in China. Manilla: WHO. 1989.

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