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Bíblia Sagrada - Edição Pastoral
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Bíblia Sagrada - Edição Pastoral

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About this ebook

A Bíblia Sagrada - Edição Pastoral oferece um texto acessível, principalmente às comunidades de base, círculos bíblicos, catequese e celebrações. Esta edição contém o Antigo e Novo Testamento, com introdução para cada livro e notas explicativas, a proposta desta edição é renovar a vida cristã à luz da Palavra de Deus.
LanguagePortuguês
Release dateNov 23, 2017
ISBN9788534946742
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    Bíblia Sagrada - Edição Pastoral - Paulus Editora

    SUMÁRIO

    Capa

    Rosto

    Como ler a Bíblia Edição Pastoral em e-Book

    Apresentação

    Abreviaturas

    A leitura da Bíblia

    ANTIGO TESTAMENTO - INTRODUÇÃO

    Pentateuco

    Gn - Gênesis

    Ex - Êxodo

    Lv - Levítico

    Nm - Números

    Dt - Deuteronômio

    Livros históricos

    Js - Josué

    Jz - Juízes

    Rt - Rute

    1Sm - Primeiro livro de Samuel

    2Sm - Segundo livro de Samuel

    1Rs - Primeiro livro dos Reis

    2Rs - Segundo livro dos Reis

    A história desde Adão até a fundação do judaísmo

    1Cr - Primeiro livro das Crônicas

    2Cr - Segundo livro das Crônicas

    Esd - Esdras

    Ne - Neemias

    Outros livros históricos

    Tb - Tobias

    Jt - Judite

    Est - Ester

    1Mc - Primeiro livro dos Macabeus

    2Mc - Segundo livro dos Macabeus

    Livros Sapiensais

    -

    Sl - Salmos

    Pr - Provérbios

    Ecl - Eclesiastes

    Ct - Cântico dos Cânticos

    Sb - Sabedoria

    Eclo - Eclesiástico

    Livros Proféticos

    Is - Isaías

    Jr - Jeremias

    Lm - Lamentações

    Br - Baruc

    Ez - Ezequiel

    Dn - Daniel

    Os - Oseias

    Jl - Joel

    Am - Amós

    Ab - Abdias

    Jn - Jonas

    Mq - Miqueias

    Na - Naum

    Hab - Habacuc

    Sf - Sofonias

    Ag - Ageu

    Zc - Zacarias

    Ml - Malaquias

    NOVO TESTAMENTO - INTRODUÇÃO

    A Palestina no tempo de Jesus

    Mt - Evangelho segundo São Mateus

    Mc - Evangelho segundo São Marcos

    Lc - Evangelho segundo São Lucas

    Jo - Evangelho segundo São João

    At - Atos dos Apóstolos

    Cartas de São Paulo - Introdução geral

    Rm - Carta aos Romanos

    1Cor - Primeira carta aos Coríntios

    2Cor - Segunda carta aos Coríntios

    Gl - Carta aos Gálatas

    Ef - Carta aos Efésios

    Fl - Carta aos Filipenses

    Cl - Carta aos Colossenses

    1Ts - Primeira carta aos Tessalonicenses

    2Ts - Segunda carta aos Tessalonicenses

    1Tm - Primeira carta a Timóteo

    2Tm - Segunda carta a Timóteo

    Tt - Carta a Tito

    Fm - Carta a Filemon

    Hb - Carta aos Hebreus

    Tg - Carta de São Tiago

    1Pd - Primeira carta de São Pedro

    2Pd - Segunda carta de São Pedro

    1Jo - Primeira carta de São João

    2Jo - Segunda carta de São João

    3Jo - Terceira carta de São João

    Jd - Carta de São Judas

    Ap - Apocalipse de São João

    Mapas

    Datas importantes

    Textos bíblicos para o Ano Litúrgico

    Ficha Catalográfica

    COMO LER A BÍBLIA EDIÇÃO PASTORAL EM E-BOOK

    SUMÁRIO DOS CAPÍTULOS

    O sumário dos capítulos está localizado na página após a introdução de cada livro. Para ir e voltar para o capítulo desejado: Clique no número do capítulo, ou no sumário de capítulos ou corpo do texto.

    NOTAS DE RODAPÉ

    As notas estão identificadas com os números dos capítulos e/ou versículos dos trechos correspondentes.

    APRESENTAÇÃO

    A partir do Concílio Vaticano II, a Bíblia retomou seu lugar na Igreja, como fonte e alma da vida cristã. A cada dia o povo descobre o tesouro dos Livros Sagrados e, progressivamente, vai tomando consciência da relação que existe entre Bíblia e Vida. Podemos dizer que o povo cristão percebe cada vez mais a Bíblia dentro de sua vida e passa a encontrar sua vida dentro da Bíblia. A Palavra de Deus se torna, assim, verdadeira lâmpada para os pés, e luz para o caminho (Sl 119,105).

    A Bíblia é fonte inesgotável, e sem fim é também nossa sede. Nós fomos a essa fonte e procuramos ler os Livros Sagrados à luz da realidade desafiadora do nosso país e do nosso continente. Nossa intenção foi a de tornar o texto mais acessível, abrindo canais para que a água dessa fonte fecunde o chão dos nossos problemas e das nossas buscas. O fruto desse trabalho é esta BÍBLIA SAGRADA — Edição Pastoral, que oferecemos a todos como contribuição para a nossa caminhada em comum.

    Em vista de melhor aproveitamento do texto bíblico, levamos em conta os seguintes critérios:

    1. Tradução: Conservando a fidelidade aos textos originais, procuramos traduzi-los em linguagem corrente, evitando construções rebuscadas e palavras de uso menos comum.

    2. Introduções: Há introduções gerais para cada parte da Bíblia, e uma introdução para cada livro. As introduções gerais situam-nos dentro do conjunto de livros, apontando seu tema central. A introdução a cada livro oferece a perspectiva central, abrindo pistas para sua leitura.

    3. Títulos: O texto de cada livro é es­truturado com títulos maiores e menores. Não são descritivos, mas indicam o tema central da parte ou do trecho a que se referem, apontando uma perspectiva para a leitura e compreensão do texto bíblico.

    4. Notas: Não pretendem esgotar o assunto, nem se apresentam como normas rígidas para a leitura do trecho; pelo contrário, são apenas início de reflexão. Nasceram de exame minucioso do texto, à luz da recente literatura disponível sobre o assunto tratado. No seu resultado final, as notas procuram mostrar o núcleo central do trecho correspondente, apontando linhas fundamentais para tecer uma relação entre o texto bíblico e a vida.

    Nosso desejo é que esta BÍBLIA SAGRADA — Edição Pastoral venha se inserir nas buscas e caminhos para uma renovação da vida cristã no contexto da nossa realidade. Gostaríamos que seu uso fosse comunitário: o texto realmente foi preparado para ser início de diálogo entre a Palavra de Deus e a palavra dos homens, a fim de criar um mundo novo.

    Não é nossa pretensão ter realizado um trabalho completo e intocável. Solicitamos, por isso, que os leitores nos enviem observações e sugestões, que serão muito úteis para aprimorar o trabalho até aqui realizado.

    Sim, ó Senhor! De todos os modos engrandeceste e tornaste glorioso o teu povo. Nunca, em nenhum lugar, deixaste de olhar por ele e de o socorrer

    (Sb 19,22).

    Os editores

    São Paulo, 15 de abril de 1990

    ABREVIATURAS

    Os títulos dos livros bíblicos são abreviados da seguinte maneira:

    Em ordem alfabética

    As citações são feitas do seguinte modo:

    a vírgula separa capítulo de versículo. Ex.: Gn 3,1 (Livro do Gênesis, cap. 3, v. 1);

    o ponto e vírgula separa capítulos e livros. Ex.: Gn 5,1-7; 6,8; Ex 2,3 (Livro do Gênesis, cap. 5, vv. de 1 a 7; cap. 6, v. 8; Livro do Êxodo, cap. 2, v. 3);

    o ponto separa versículo de versículo, quando não seguidos. Ex.: 2Mc 3,2.5.7-9 (2º Livro dos Macabeus, cap. 3, vv. 2, 5 e de 7 a 9);

    o hífen indica sequência de capítulos ou de versículos. Ex.: Jo 3-5; 2Tm 2,1-6; Mt 1,5-12,9 (Evangelho segundo s. João, capítulos de 3 a 5; 2ª Epístola a Timóteo, cap. 2, vv. de 1 a 6; Evangelho segundo s. Mateus, do cap. 1, v. 5 ao cap. 12, v. 9).

    A LEITURA DA BÍBLIA

    A Bíblia é um conjunto de livros que revelam a vida de Deus presente na história dos homens. Na Bíblia encontramos a Palavra de Deus expressa pela palavra dos homens, revelando o projeto de Deus, que transforma a história e a leva em direção à liberdade e à vida plena para todos. É o que nos diz a Constituição Dogmática sobre a Revelação Divina do Concílio Vati­ca­no II: Deus na Sagrada Escritura falou através de homens e de modo humano... As palavras de Deus, expressas por línguas humanas, se fizeram semelhantes à linguagem humana, tal como outrora o Verbo do Pai Eterno, havendo assumido a carne da fraqueza humana, se fez semelhante aos homens (DV 12.13).

    Qualquer acontecimento humano pode ser visto de vários ângulos, dando origem a várias interpretações. Do mesmo modo, os acontecimentos da história do Povo de Deus, narrados na Bíblia, podem ser lidos de várias perspectivas. Pode-se fixar a aten­ção sobre o próprio texto: é a leitura textual; sobre o gênero usado pelos autores sagrados: é a análise dos gêneros literários; sobre a elaboração do texto no seu contexto ambiental e social: é a leitura histórico-crítica. Trata-se, enfim, de descobrir a verdadeira mensagem de Deus, comunicada em linguagem humana, procurando discernir a Boa Notícia da Salvação na trama da história dos homens.

    Os acontecimentos fundantes narrados na Bíblia, tanto no Antigo, quanto no No­vo Testamento, foram relidos pelo Povo de Deus e reescritos pelos autores sagrados por inspiração divina, em função das novas situações da história dos homens. Assim, foi-se explicitando, no correr do tempo, a mensagem de Deus, tal como se encontra na Bíblia, que chegou às nossas mãos.

    Ao nos aproximarmos, hoje, do texto sa­grado, encontramos modelos de interpelação entre a Palavra de Deus e as variadas situações dos homens nas diferentes épocas históricas. De acordo com a situação que nos envolve e atormenta, podemos fazer leituras pessoais ou comunitárias, em busca de respostas para nossos próprios problemas ou para os problemas do mundo em que vivemos. Cada uma dessas leituras tem uma espiritualidade e mística próprias que repercutem em todos os campos da vida. Especialmente urgente é uma leitura que responda aos grandes problemas do povo dentro de um determinado tempo e sistema de sociedade em que vive. Tal leitura deve, necessariamente, partir da situação concreta do povo, avaliando suas necessidades e buscas, que se refletem nos mais diversos campos da sua experiência como, por exemplo, os campos econômico, político, social e religioso. Tra­ta-se de fazer uma leitura que vai tanto do texto para a vida, quanto da vida para o texto. Se quisermos, trata-se de equacio­nar a nossa situação hoje com as situações vividas pelo Povo de Deus muito tempo atrás. E a busca é uma só: ver como Deus respondia às situações do seu povo, para descobrir também como Deus responde às buscas do povo de hoje.

    A Bíblia Sagrada que ora apresentamos procura oferecer, em seus comentários (introduções, notas, títulos e subtítulos), a leitura da Palavra de Deus na perspectiva do povo. É a forma que pode responder ao desejo de muitas comunidades e grupos que buscam seu caminho em meio às dificuldades que encontram.

    Por isso, procuramos ler os Livros Sagrados à luz da realidade desafiadora de nosso país e continente, de acordo com a interpretação dessa mesma realidade: a que é prevalente entre os que têm mais forte compromisso com a transformação social em vista do projeto de uma nova so­ciedade. Essa forma de ler a Bíblia permite pôr em destaque a dimensão comunitária e social da mensagem divina, conforme ensina o Concílio: Aprouve a Deus santificar e salvar os homens não um a um, sem nenhuma conexão uns com os outros, mas constituí-los num povo (LG 9). Permite igualmente pôr em destaque o mistério da encarnação ou da inserção de Deus na vida e na história dos homens: Deus assume a vida e os sofrimentos dos homens, aliando-se aos empobrecidos, marginalizados e oprimidos, em sua luta pela vida e pela justiça.

    Em nosso trabalho, os comentários, muitas vezes, não são descrições, nem explicações técnicas do texto, mas confrontações com a realidade de nosso tempo e de nossa situação social, para mostrar como a mensagem bíblica pode ser aplicada às novas circunstâncias, iluminadas com a Palavra de Deus. Partimos de uma análise profunda do texto, que muitas vezes fica escondida como o trabalho na cozinha, e procuramos mostrar qual seria a mensagem para o povo de hoje, tentando responder às suas necessidades e buscas. O Povo de Deus tem necessidade de exegeses que, por um lado, executem com muita seriedade o próprio trabalho científico e que, por outro lado, não parem no meio do caminho, mas, ao contrário, continuem seus esforços até conferir pleno valor aos tesouros de luz e de vida contidos nas Sagradas Escrituras, a fim de que Pastores e fiéis possam aproximar-se mais facilmente delas e tirar proveito de modo mais pleno (João Paulo II, 12.04.1991).

    A Bíblia é a história de Deus na história dos homens. Por isso, privilegiamos, na presente edição bíblica, a história dos homens em seu compromisso pela transformação social em função do projeto de uma nova sociedade. Movido pela fé, conduzido pelo Espírito do Senhor que enche o orbe da terra, o Povo de Deus esforça-se por discernir nos acontecimentos, nas exigências e nas aspirações de nosso tempo, em que participa com os outros homens, quais sejam os sinais verdadeiros da presença ou dos desígnios de Deus. A fé, com efeito, esclarece todas as coisas com luz nova. Manifesta o plano divino sobre a vocação integral do homem. E por isso orienta a mente para soluções plenamente humanas (GS 11).

    Desde a infância você conhece as Sagradas Escrituras; elas têm o poder de lhe comunicar a sabedoria que con­duz à salvação pela fé em Jesus Cristo. To­da Escritura é inspirada por Deus e é útil para ensinar, para refutar, para corrigir, para educar na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito, preparado para toda boa obra (2Tm 3,15-17).

    Aqui é o estrado para os teus pés, que repousam aqui, onde vivem os mais pobres, mais humildes e perdidos.

    Quando tento inclinar-me diante de ti, a minha reverência não consegue alcançar a profundidade onde os teus pés repousam, entre os mais pobres, mais humildes e perdidos.

    O orgulho nunca pode se aproximar desse lugar onde caminhas com as roupas do miserável, entre os mais pobres, mais humildes e perdidos.

    O meu coração jamais pode encontrar o caminho onde fazes companhia ao que não tem companheiro, entre os mais pobres, mais humildes e perdidos.

    Tagore

    ANTIGO TESTAMENTO

    Introdução

    A Bíblia cristã tem duas grandes partes: o Antigo e o Novo Testamento. Em grego, há uma única palavra para dizer alian­ça e testamento. Poderíamos, então, dizer: Antiga e No­va Aliança.

    O Antigo Testamento é uma coleção de 46 livros onde encontramos a história de Israel, o povo que Deus es­colheu para com ele fazer uma alian­ça. Portanto, o Antigo Testamento é a história de um povo: mostra como surgiu, como viveu escravo no Egito, como possuiu uma terra, como foi governado, quais as relações que teve com outras nações, como estabeleceu suas leis e viveu a sua religião. Apresenta seus costumes, sua cultura, seus conflitos, derrotas e esperanças.

    O importante, porém, é que o Antigo Testa­mento é a história desse povo em aliança com Deus. Nada do que se conta a respeito de Israel está desligado do seu relacionamento com Javé, o nome com que Deus se revelou. O Antigo Testamento mostra como esse povo se comportou em relação a Javé, e qual é o projeto que Deus quis realizar no meio da humanidade através desse povo. Israel foi um povo escolhido, diferente, justamente porque estava encarregado de rea­lizar esse projeto de Deus. Esse projeto aparece bem claro nesses livros: considerar só Deus co­mo o Absoluto, para que as relações entre as pessoas possam ser fraternas e ter como centro a liberdade e a vi­da. Vendo como Israel foi fiel ou não a esse projeto e como Deus agiu no meio dele, poderemos nos apro­xi­mar com mais compreensão da outra parte da Bíblia, chamada Novo Testamento.

    Jesus, o Filho de Deus, se encarnou na terra e na história concreta do povo de Israel, assumindo sua história, tradições, cultura e religião. Fez do Antigo Testamento a inspiração e a norma de sua palavra e atividade: realizar o projeto do Pai. Bem cedo a comunidade cristã percebeu que Jesus havia realizado todas as promessas, trazendo o Reino de Deus para a história. E foi com a luz do Antigo Testamento que os primeiros cristãos compreenderam o significado da pessoa e da atividade de Jesus e produziram, pouco a pouco, os escritos do Novo Testamento (ao todo, 27 livros). A mesma tarefa cabe a nós: ler e meditar o Antigo Testamento, a fim de compreender a pessoa de Jesus e continuar a sua palavra e ação na história.

    PENTATEUCO

    Introdução

    Pentateuco é uma palavra derivada do grego e significa cinco livros. Essa palavra é usada para indicar os cinco primeiros livros da Bíblia, isto é: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio. Os judeus chamam essa parte da Bíblia com o no­me de Torá, que significa Lei.

    Nesses cinco livros encontramos histórias e leis que foram postas por escrito durante seis séculos, refor­mulando, adaptando e atualizando tradições antigas e criando novas. Tanto as histórias como as leis giram em torno de um centro: o ato li­bertador de Deus no êxodo, que é o ato fun­dante do povo de Israel.

    As histórias aí contidas, na sua maioria, nasceram no meio do povo e, primeira­mente, eram histórias de famílias, de clãs e de tribos que procuravam transmitir oral­mente, de geração em geração, ensi­na­mentos e fatos. Mais tarde essas histórias foram reunidas, modificadas e interpre­ta­das para que todo o povo de Israel pudesse se espelhar nelas e para que elas expressassem a fé em Javé, o Deus que liberta.

    As leis pertencem a várias épocas e são diretivas para o povo nas diversas etapas da sua história. Todas elas, porém, procuram, em circunstâncias diferentes, conduzir a uma prática que reflita o ideal proposto pelas normas básicas do projeto de Deus: a libertação do povo e a formação de uma sociedade onde haja liberdade e vida para todos. Essas leis, portanto, não são perenes e into­cáveis, mas expressam um momento determinado da vida, com os conflitos que existiam dentro do povo de Deus; mais do que serem aplicadas diretamente à nossa realidade, elas servem de exemplo e modelo para que apren­damos a discernir as situa­ções e criar uma legislação que responda às neces­sidades do povo, conforme o projeto de Deus. Não pode­mos esquecer, porém, que a lei deve servir ao povo e não ser instrumento de opressão contra o povo: O sábado foi feito para o homem e não o homem para o sábado (Mc 2,27). Jesus, que veio trazer a libertação e a vida em plenitude, não aboliu, mas mostrou o verda­deiro espírito dessas leis (cf. Mt 5,17). Ele próprio apresentou um resumo de toda a Lei: Tudo o que vocês desejam que os outros façam a vocês, façam vocês também a eles. Pois nis­so consistem a Lei e os Profetas (Mt 7,12).

    GÊNESIS

    ORIGEM DA VIDA E DA HISTÓRIA

    Introdução

    Gênesis significa nascimento, origem. No livro podemos distinguir duas partes:

    1. Origem do mundo e da humanidade (Gn 1-11). Os dois primeiros capítulos narram a criação do mundo e do homem por Deus. São duas composições que procuram mostrar o lugar e a importância do homem e da mulher dentro do projeto de Deus: eles são o ponto mais alto (Gn 1,1 a 2,4a) e o centro de toda a criação (Gn 2,4b-25). Feitos à imagem e semelhança de Deus, possuem o dom da criatividade, da palavra e da liberdade. Os capítulos 3-11 mostram a história dos homens dominada pelo mal e, ao mesmo tempo, amparada pela graça. Não se submetendo a Deus, o homem rompe a relação consigo mesmo, com o irmão, com a natureza e com a comunidade, reduzindo a história ao caos (dilúvio) e a socie­dade a uma confusão (Babel).

    2. Origem do povo de Deus (Gn 12-50). Nesta parte encontramos a história dos patriarcas, as raízes do povo que, dentro do mundo, será o portador da aliança entre Deus e a humanidade. O início da história do povo de Deus é marcado por um ato de fé no Deus que promete uma terra e uma descendência. A promessa de Deus cria uma aspiração que vai pouco a pouco se realizando em meio a dificuldades e conflitos. A missão de Israel é anunciar e testemunhar o caminho que leva a humanidade a descobrir e viver o projeto de Deus: ter Deus como único Senhor, conviver com as pessoas na fraternidade, e repartir as coisas criadas, que Deus deu a todos.

    Os capítulos 37-50 apresentam a história de José, preparando já o relato do livro do Êxodo, onde se apresenta a mais grandiosa ação de Deus entre os homens: a libertação de um povo da escravidão.

    Dois temas ajudarão o leitor a compreen­der melhor o livro do Gê­nesis:

    1. O bem e o mal: Tudo o que Deus cria é bom (Gn 1 e 2); o mal entra no mundo através da auto-suficiência do homem (Gn 3), e se desenvolve e cresce até afogar o mundo, salvando-se apenas uma família (Gn 4-11). Com Abraão inicia-se uma etapa em que o bem vai superando o mal até que, por fim e através do próprio mal, Deus realiza o bem, que é a vida (Gn 12-50).

    2. A fraternidade: Através de um fratricídio, a fraternidade é rompida (Gn 4,1-16), desvirtuando o projeto de Deus para os homens. Com isso abrem-se as portas para a vingança sem fim (4,17-24), a dominação (6,1-4), a desconfiança (12,10-20; cf. 20,1-18), a falta de hospitalidade (19,1-29), a concorrência desleal (25,29-34), que gera o medo do irmão (32,4-22), a exploração e a escravidão (31, 1-42; 37,12-36). Para essa humanidade ferida Deus re­propõe a restauração da fraternidade através de uma comunidade que será bênção para todos os povos (12,1-3). Desse modo, o homem deixará de ser egoísta (13,1-18), aprenderá a perdoar (18,16-33; 33,1-11) e a deixar suas próprias seguranças (22,1-19) para viver de novo a fraternidade (45,1-15). Só assim os oprimidos poderão lutar contra a exploração e opressão, formando uma sociedade justa, na qual haja liberdade e vida para todos (livro do Êxodo).

    GÊNESIS

    CAPÍTULOS

    1 - 2 - 3 - 4 - 5 - 6 - 7 - 8 - 9 - 10 - 11 - 12 - 13 - 14 - 15 - 16 - 17 - 18 - 19 - 20 - 21 - 22 - 23 - 24 - 25 - 26 - 27 - 28 - 29 - 30 - 31 - 32 - 33 - 34 - 35 - 36 - 37 - 38 - 39 - 40 - 41 - 42 - 43 - 44 - 45 - 46 - 47 - 48 - 49 - 50

    GÊNESIS

    I. ORIGEM DO MUNDO E DA HUMANIDADE

    1. A criação

    1A humanidade, ponto alto da cria­ção — ¹ No princípio, Deus criou o céu e a terra. ² A terra estava sem forma e vazia; as trevas cobriam o abismo e um vento impetuoso soprava sobre as águas.

    ³ Deus disse: Que exista a luz! E a luz começou a existir. Deus viu que a luz era boa. E Deus separou a luz das trevas: à luz Deus chamou dia, e às trevas chamou noite. Hou­ve uma tarde e uma manhã: foi o primeiro dia.

    Deus disse: Que exista um fir­ma­mento no meio das águas para separar águas de águas! Deus fez o fir­ma­mento para separar as águas que estão acima do firma­mento das águas que estão abaixo do firma­mento. E assim se fez. E Deus chamou ao firmamento céu. Houve uma tarde e uma manhã: foi o segundo dia.

    Deus disse: Que as águas que es­tão debaixo do céu se ajuntem num só lugar, e apareça o chão seco. E assim se fez. ¹⁰ E Deus chamou ao chão seco terra, e ao conjunto das águas mar. E Deus viu que era bom. ¹¹ Deus disse: Que a terra produza relva, ervas que produzam semente, e árvores que deem frutos sobre a terra, frutos que contenham semente, cada uma segundo a sua es­pécie. E assim se fez. ¹² E a terra pro­duziu relva, ervas que produzem semente, cada uma segundo a sua espécie, e árvores que dão fruto com a semente, cada uma segundo a sua es­pécie. E Deus viu que era bom. ¹³ Houve uma tarde e uma manhã: foi o terceiro dia.

    ¹⁴ Deus disse: "Que existam lu­zei­ros no firmamento do céu, para separar o dia da noite e para marcar festas, dias e anos; ¹⁵ e sirvam de lu­zeiros no firmamento do céu para iluminar a terra". E assim se fez. ¹⁶ E Deus fez os dois grandes luzeiros: o luzeiro maior para regular o dia, o luzeiro menor para regular a noite, e as estrelas. ¹⁷ Deus os colocou no firmamento do céu para iluminar a terra, ¹⁸ para regular o dia e a noite e para separar a luz das trevas. E Deus viu que era bom. ¹⁹ Houve uma tarde e uma manhã: foi o quarto dia.

    ²⁰ Deus disse: Que as águas fiquem cheias de seres vivos e os pássaros voem sobre a terra, sob o firma­mento do céu. ²¹ E Deus criou as baleias e os seres vivos que deslizam e vivem na água, conforme a espécie de cada um, e as aves de asas conforme a espécie de cada uma. E Deus viu que era bom. ²² E Deus os abençoou e disse: Sejam fecundos, multipliquem-se e encham as águas do mar; e que as aves se multipliquem sobre a terra. ²³ Houve uma tarde e uma manhã: foi o quinto dia.

    ²⁴ Deus disse: Que a terra produza seres vivos conforme a espécie de cada um: animais domésticos, répteis e feras, cada um conforme a sua espécie. E assim se fez. ²⁵ E Deus fez as feras da terra, cada uma conforme a sua espécie; os animais domésticos, cada um conforme a sua espécie; e os répteis do solo, cada um conforme a sua espécie. E Deus viu que era bom.

    ²⁶ Então Deus disse: Façamos o homem à nossa imagem e semelhança. Que ele domine os peixes do mar, as aves do céu, os animais domésticos, todas as feras e todos os répteis que rastejam sobre a terra. ²⁷ E Deus criou o homem à sua imagem; à imagem de Deus ele o criou; e os criou homem e mulher. ²⁸ E Deus os abençoou e lhes disse: Sejam fecundos, multipliquem-se, encham e submetam a terra; dominem os peixes do mar, as aves do céu e todos os seres vivos que rastejam sobre a terra. ²⁹ E Deus disse: "Vejam! Eu entrego a vocês todas as ervas que produzem semente e estão sobre toda a terra, e todas as árvores em que há frutos que dão semente: tudo isso será alimento para vocês. ³⁰ E para todas as feras, para todas as aves do céu e para todos os seres que rastejam sobre a terra e nos quais há respiração de vida, eu dou a relva como alimento". E assim se fez. ³¹ E Deus viu tudo o que havia feito, e tudo era muito bom. Houve uma tarde e uma manhã: sexto dia.

    2¹ Assim foram concluídos o céu e a terra com todo o seu exército. ² No sétimo dia, Deus terminou todo o seu trabalho; e no sétimo dia, ele descansou de todo o seu trabalho. ³ Deus então abençoou e santificou o sétimo dia, porque foi nesse dia que Deus descansou de todo o seu trabalho como criador.

    ⁴a Essa é a história da criação do céu e da terra. [1,1-2,4a]

    A humanidade é o centro da cria­ção — ⁴bQuando Javé Deus fez a terra e o céu, ainda não havia na terra nenhuma planta do campo, pois no campo ainda não havia brotado nenhuma erva: Javé Deus não tinha feito chover sobre a terra e não havia homem que cultivasse o solo e fizesse subir da terra a água para regar a superfície do solo. Então Javé Deus modelou o homem com a argila do solo, soprou-lhe nas narinas um sopro de vida, e o homem tornou-se um ser vivente.

    Javé Deus plantou um jardim em Éden, no Oriente, e aí colocou o homem que havia modelado. Javé Deus fez brotar do solo todas as espécies de árvores formosas de ver e boas de comer. Além disso, colocou a árvore da vida no meio do jardim, e também a árvore do conhecimento do bem e do mal. ¹⁰ Um rio saía de Éden para regar o jardim, e de lá se dividia em quatro braços. ¹¹ O primeiro chama-se Fison: é aquele que rodeia toda a terra de Hévila, onde existe ouro; ¹² e o ouro dessa terra é puro, e nela se encontram também o bdélio e a pe­dra de ônix. ¹³ O segundo rio chama-se Geon: ele rodeia toda a terra de Cuch. ¹⁴ O terceiro rio chama-se Tigre e corre pelo oriente da Assíria. O quarto rio é o Eufrates.

    ¹⁵ Javé Deus tomou o homem e o colocou no jardim de Éden, para que o cultivasse e guardasse. ¹⁶ E Javé Deus ordenou ao homem: "Você pode comer de todas as árvores do jardim. ¹⁷ Mas não pode comer da árvore do conhecimento do bem e do mal, porque no dia em que dela comer, com certeza você morrerá".

    ¹⁸ Javé Deus disse: Não é bom que o homem esteja sozinho. Vou fazer para ele uma auxiliar que lhe seja semelhante. ¹⁹ Então Javé Deus formou do solo todas as feras e todas as aves do céu. E as apresentou ao homem para ver com que nome ele as chamaria: cada ser vivo levaria o nome que o homem lhe desse. ²⁰ O homem deu então nome a todos os animais, às aves do céu e a todas as feras. Mas o homem não encontrou uma auxiliar que lhe fosse semelhante.

    ²¹ Então Javé Deus fez cair um torpor sobre o homem, e ele dormiu. Tomou então uma costela do homem e no lugar fez crescer carne.

    ²² Depois, da costela que tinha tirado do homem, Javé Deus modelou uma mulher, e apresentou-a para o homem. ²³ Então o homem exclamou: Esta sim é osso dos meus ossos e carne da minha carne! Ela será chamada mulher, porque foi tirada do homem!

    ²⁴ Por isso, um homem deixa seu pai e sua mãe, e se une à sua mulher, e eles dois se tornam uma só carne.

    ²⁵ Ora, o homem e sua mulher estavam nus, porém, não sentiam vergonha. [2,4b-25]

    2. Ambiguidade humana e graça de Deus

    3A origem do mal — ¹ A serpente era o mais astuto de todos os animais do campo que Javé Deus havia feito. Ela disse para a mulher: É verdade que Deus disse que vocês não devem comer de nenhuma árvore do jardim? ² A mulher respondeu para a serpente: Nós podemos comer dos frutos das árvores do jardim. ³ Mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, Deus disse: ‘Vocês não comerão dele, nem o tocarão, do contrário vocês vão morrer’ . ⁴ Então a serpente disse para a mulher: De modo nenhum vocês morrerão. ⁵ Mas Deus sabe que, no dia em que vocês comerem o fruto, os olhos de vocês vão se abrir, e vocês se tornarão como deuses, conhecedores do bem e do mal.

    Então a mulher viu que a árvore tentava o apetite, era uma delícia para os olhos e desejável para adquirir discernimento. Pegou o fruto e o comeu; depois o deu também ao marido que estava com ela, e também ele comeu. Então abriram-se os olhos dos dois, e eles perceberam que estavam nus. Entrelaçaram folhas de figueira e fizeram tangas.

    Em seguida, eles ouviram Javé Deus passeando no jardim à brisa do dia. Então o homem e a mulher se esconderam da presença de Javé Deus, entre as árvores do jardim. Javé Deus chamou o homem: Onde está você? ¹⁰ O homem respondeu: Ouvi teus passos no jardim: tive medo, porque estou nu, e me escondi. ¹¹ Javé Deus continuou: E quem lhe disse que você estava nu? Por acaso você comeu da árvore da qual eu lhe tinha proibido comer? ¹² O homem respondeu: A mulher que me deste por companheira deu-me o fruto, e eu comi. ¹³ Javé Deus disse para a mulher: O que foi que você fez? A mulher respondeu: A serpente me enganou, e eu comi.

    ¹⁴ Então Javé Deus disse para a serpente: "Por ter feito isso, você é maldita entre todos os animais domésticos e entre todas as feras. Você se arrastará sobre o ventre e comerá pó todos os dias de sua vida. ¹⁵ Eu porei inimizade entre você e a mulher, entre a descendência de você e os descendentes dela. Estes vão lhe esmagar a ca­beça, e você ferirá o calcanhar deles".

    ¹⁶ Javé Deus disse então para a mulher: Vou fazê-la sofrer muito em sua gravidez: entre dores, você dará à luz seus filhos; a paixão vai arrastar você para o marido, e ele a dominará.

    ¹⁷ Javé Deus disse para o homem: "Já que você deu ouvidos à sua mulher e comeu da árvore cujo fruto eu lhe tinha proibido comer, maldita seja a terra por sua causa. Enquanto você viver, você dela se alimentará com fadiga. ¹⁸ A terra produzirá para você espinhos e ervas daninhas, e você comerá a erva dos campos. ¹⁹ Você comerá seu pão com o suor do seu rosto, até que volte para a terra, pois dela foi tirado. Você é pó, e ao pó voltará".

    ²⁰ O homem deu à sua mulher o nome de Eva, por ser ela a mãe de todos os que vivem. ²¹ Javé Deus fez túnicas de pele para o homem e sua mulher, e os vestiu. ²² Depois Javé Deus disse: O homem se tornou como um de nós, conhecedor do bem e do mal. Que ele, agora, não estenda a mão e colha também da árvore da vida, e coma, e viva para sempre. ²³ Então Javé Deus expulsou o homem do jardim de Éden para cultivar o solo de onde fora tirado. ²⁴ Ele expulsou o homem e colocou diante do jardim de Éden os querubins e a espada chamejante, para guardar o caminho da árvore da vida. [3,1-24]

    4O rompimento da fraternidade — ¹ O homem se uniu a Eva, sua mulher, e ela concebeu e deu à luz Caim. E disse: Adquiri um homem com a ajuda de Javé. ² Depois ela também deu à luz Abel, irmão de Caim. Abel tornou-se pastor de ovelhas e Caim cultivava o solo. ³ Depois de algum tempo, Caim apresentou produtos do solo como oferta a Javé. ⁴ Abel, por sua vez, ofe­re­­ceu os primogênitos e a gordura do seu rebanho. Javé gostou de Abel e de sua oferta, ⁵ e não gostou de Caim e da oferta dele. Caim ficou então muito enfurecido e anda­va de cabeça baixa. ⁶ E Javé disse a Caim: Por que você está enfurecido e anda de cabeça baixa? ⁷ Se você agisse bem, andaria com a cabeça erguida; mas, se você não age bem, o pecado está junto à porta, como fera acuada, espreitando você. Por acaso, será que você pode dominá-la? ⁸ Entretanto, Caim disse a seu irmão Abel: Vamos sair. E quando estavam no campo, Caim se lançou contra o seu irmão Abel e o matou.

    Então Javé perguntou a Caim: Onde está o seu irmão Abel? Caim respondeu: Não sei. Por acaso eu sou o guarda do meu irmão? ¹⁰ Javé disse: "O que foi que você fez? Ouço o sangue do seu irmão, clamando da terra para mim. ¹¹ Por isso você é amaldiçoado por essa terra que abriu a boca para receber de suas mãos o sangue do seu irmão. ¹² Ainda que você cultive o solo, ele não lhe dará mais o seu produto. Você andará errante e perdido pelo mundo". ¹³ Caim disse a Javé: "Minha culpa é grave e me atormenta. ¹⁴ Se hoje me expulsas do solo fértil, terei de esconder-me de ti, andando errante e perdido pelo mundo; o primeiro que me encontrar, me matará". ¹⁵ Javé lhe respondeu: Quem matar Caim será vingado sete vezes. E Javé colocou um sinal sobre Caim, a fim de que ele não fosse morto por quem o encontrasse. ¹⁶ Caim saiu da presença de Javé, e habitou na terra de Nod, a leste de Éden. [4,1-16]

    Progresso e violência — ¹⁷Caim se uniu à sua mulher, que concebeu e deu à luz Henoc. Caim construiu uma cidade, e deu à cidade o nome de seu filho Henoc. ¹⁸He­noc gerou Irad, e Irad gerou Maviael; Ma­viael gerou Matusael, e Matusael gerou Lamec. ¹⁹Lamec tomou para si duas mulheres: a primeira se chamava Ada e a segunda se chamava Sela. ²⁰Ada deu à luz Jabel, que foi o antepassado dos pastores nômades. ²¹Seu irmão se chamava Jubal, que foi o antepassado de todos os tocado­res de lira e flauta. ²²Sela, por sua vez, deu à luz Tubalcaim, que foi o antepas­sado de todos os que forjam ferramentas de bronze e ferro. A irmã de Tubalcaim era Noema.

    ²³ Lamec disse para as suas mulheres: "Ada e Sela, ouçam minha voz; mulheres de Lamec, escutem minha palavra: Por uma ferida, eu matarei um homem, e por uma cicatriz matarei um jovem. ²⁴ Se a vingança de Caim valia por sete, a de Lamec valerá por setenta e sete".

    ²⁵ Adão se uniu à sua mulher; ela deu então à luz um filho, e lhe deu o nome de Set, dizendo: Deus me concedeu outro descendente no lugar de Abel, que Caim matou. ²⁶ Set também teve um filho, a quem deu o nome de Enós. Este foi o primeiro a invocar o nome de Javé. [17-26]

    5A salvação presente na história — ¹ Lista dos descendentes de Adão: Quan­­do Deus criou Adão, ele o fez à semelhança de Deus. ² Homem e mulher ele os criou, os abençoou e lhes deu o nome de Ho­mem, no mesmo dia em que foram criados.

    ³ Quando Adão completou cento e trinta anos, gerou um filho à sua semelhança e imagem, e lhe deu o nome de Set. O tempo que Adão viveu, depois do nascimento de Set, foi de oitocentos anos, e gerou filhos e filhas. Ao todo, Adão viveu novecentos e trinta anos. E morreu.

    Quando Set completou cento e cinco anos, gerou Enós. Depois do nascimento de Enós, Set viveu oitocentos e sete anos, e gerou filhos e filhas. Ao todo, Set viveu novecentos e doze anos. E morreu.

    Quando Enós completou noventa anos, gerou Cainã. ¹⁰ Depois do nascimento de Cainã, Enós viveu oitocentos e quinze anos, e gerou filhos e filhas. ¹¹ Ao todo, Enós viveu novecentos e cinco anos. E morreu.

    ¹² Quando Cainã completou setenta anos, gerou Malaleel. ¹³ Depois do nascimento de Malaleel, Cainã viveu oitocentos e quarenta anos, e gerou filhos e filhas. ¹⁴ Ao todo, Cainã viveu novecentos e dez anos. E morreu.

    ¹⁵ Quando Malaleel completou sessenta e cinco anos, gerou Jared. ¹⁶ Depois do nascimento de Jared, Malaleel viveu oitocentos e trinta anos, e gerou filhos e filhas. ¹⁷ Ao todo, Malaleel viveu oitocentos e noventa e cinco anos. E morreu.

    ¹⁸ Quando Jared completou cento e sessenta e dois anos, gerou Henoc. ¹⁹ Depois do nascimento de Henoc, Jared viveu oitocentos anos, e gerou filhos e filhas. ²⁰ Ao todo, Jared viveu novecentos e sessenta e dois anos. E morreu.

    ²¹ Quando Henoc completou sessenta e cinco anos, gerou Matusalém. ²² Henoc andou com Deus. Depois do nascimento de Matusalém, Henoc viveu trezentos anos, e gerou filhos e filhas. ²³ Ao todo, He­noc vi­veu trezentos e sessenta e cinco anos. ²⁴ Henoc andou com Deus e desapareceu, porque Deus o arrebatou.

    ²⁵ Quando Matusalém completou cento e oitenta e sete anos, gerou Lamec. ²⁶ Depois do nascimento de Lamec, Matusalém viveu setecentos e oitenta e dois anos, e gerou filhos e filhas. ²⁷ Ao todo, Matusalém viveu novecentos e sessenta e nove anos. E morreu.

    ²⁸ Quando Lamec completou cento e oitenta e dois anos, gerou um filho. ²⁹ Deu-lhe o nome de Noé, dizendo: Este nos consolará do trabalho e do cansaço de nossas mãos, causados pela terra que Javé amaldiçoou. ³⁰ Depois do nascimento de Noé, Lamec viveu quinhentos e noventa e cinco anos, e gerou filhos e filhas. ³¹ Ao todo, Lamec viveu setecentos e setenta e sete anos. E morreu.

    ³² Quando Noé completou quinhentos anos, gerou Sem, Cam e Jafé. [5,1-32]

    6O auge da corrupção — ¹ Quando os ho­mens se multiplicaram sobre a ter­ra e geraram filhas, ² os filhos de Deus viram que as filhas dos homens eram belas, e escolheram como esposas todas aquelas que lhes agradaram. ³ Javé disse: Meu sopro de vida não permanecerá para sempre no homem, pois ele é carne, e não viverá mais do que cento e vinte anos.

    Nesse tempo — isto é, quando os filhos de Deus se uniram com as filhas dos homens e geraram filhos — os gigantes habitavam a terra. Esses foram os heróis famosos dos tempos antigos.

    Javé viu que a maldade do homem crescia na terra e que todo projeto do coração humano era sempre mau. Então Javé se arrependeu de ter feito o homem sobre a terra, e seu coração ficou magoado. E Javé disse: Vou exterminar da face da terra os homens que criei, e junto também os animais, os répteis e as aves do céu, porque me arrependo de os ter feito. Noé, porém, encontrou graça aos olhos de Javé. [6,1-8]

    O justo preserva a vida — ⁹Eis a história de Noé. Noé era um homem justo, íntegro entre seus contemporâneos, e andava com Deus. ¹⁰Noé gerou três filhos: Sem, Cam e Jafé. ¹¹A terra se corrompera diante de Deus e estava cheia de violência. ¹²Deus viu a terra corrompida, porque todo homem da terra tinha se corrompido em seu comportamento.

    ¹³ Então Deus disse a Noé: "Para mim, chegou o fim de todos os homens, porque a terra está cheia de violência por causa deles. Vou destruí-los junto com a terra. ¹⁴ Faça para você uma arca de madeira resinosa; divida em compartimentos e cala­fete com piche, por dentro e por fora. ¹⁵ A arca deverá ter as seguintes dimensões: cento e cinquenta metros de comprimento, vinte e cinco de largura e quinze de altura. ¹⁶ No alto da arca, faça uma clarabóia de meio metro, como arremate. Faça a entrada da arca pelo lado; e faça a arca em três andares superpostos.

    ¹⁷ Eu vou mandar o dilúvio sobre a terra, para exterminar todo ser vivo que respira debaixo do céu: tudo o que há na terra vai perecer. ¹⁸ Mas com você eu vou estabelecer a minha aliança, e você entrará na arca com sua mulher, seus filhos e as mulheres de seus filhos. ¹⁹ Tome um casal de cada ser vivo, isto é, macho e fêmea, e coloque-os na arca, para que conservem a vida juntamente com você. ²⁰ De cada espécie de aves, de cada espécie de animais, de cada espécie de todos os répteis da terra, tome com você um casal, para os conservar vivos. ²¹ Quanto a você, ajunte e armazene todo tipo de alimento; isso vai servir de alimento para você e para eles". ²² E Noé fez tudo como Deus havia mandado.

    7¹ Javé disse a Noé: Entre na arca com toda a sua família, porque você é o único justo que encontrei nesta geração. ² To­me sete pares, o macho e a fêmea, de todos os animais puros; tome um casal, o macho e a fêmea, dos animais que não são puros; ³ e tome também sete pares, macho e fêmea, das aves do céu, para perpetuarem a espécie sobre toda a terra. ⁴ Porque eu, daqui a sete dias, farei chover sobre a terra durante quarenta dias e quarenta noites, e eliminarei da face da terra todos os seres que eu fiz. ⁵ E Noé fez tudo como Javé havia mandado. [6,9-7,5]

    O retorno ao caos — ⁶Noé tinha seiscentos anos quando o dilúvio veio sobre a terra. Noé, com seus filhos, sua mulher e as mulheres de seus filhos, entrou na arca para escapar das águas do dilúvio. Dos animais puros e impuros, das aves e dos répteis, entrou um casal, macho e fêmea, na arca de Noé, conforme Deus havia ordenado a Noé.

    ¹⁰ Depois de sete dias, veio o dilúvio so­bre a terra. ¹¹ Noé tinha seiscentos anos quando se arrebentaram as fontes do ocea­no e se abriram as comportas do céu. Era exatamente o décimo sétimo dia do segundo mês. ¹² E a chuva caiu sobre a terra durante quarenta dias e quarenta noites.

    ¹³ Nesse mesmo dia, entraram na arca Noé e seus filhos Sem, Cam e Jafé, com a mu­lher de Noé e as três mulheres de seus filhos; ¹⁴ e, com eles, as feras de toda espécie, animais domésticos de toda espécie, répteis de toda espécie, pássaros de toda espé­cie, todas as aves, tudo o que tem asas. ¹⁵ Com Noé entrou na arca um casal de tudo o que é criatura que tem sopro de vida; ¹⁶ e os que entraram, eram um macho e uma fêmea de cada ser vivo, conforme Deus havia ordenado. E Javé fechou a porta por fora.

    ¹⁷ Durante quarenta dias caiu o dilúvio sobre a terra. As águas subiram e ergueram a arca, que ficou acima da terra. ¹⁸ As águas subiram e cresceram muito sobre a terra. E a arca flutuava sobre as águas. ¹⁹ As águas subiam cada vez mais sobre a terra, até cobrirem as montanhas mais altas que há debaixo do céu. ²⁰ A água alcançou a altura de sete metros e meio acima das montanhas. ²¹ Pereceram todos os seres vivos que se movem sobre a terra: aves, animais domésticos, feras, tudo o que vive sobre a terra e todos os homens. ²² Morreu então tudo o que tinha sopro de vida nas narinas, isto é, tudo o que estava em terra firme. ²³ Desapareceram todos os seres que estavam no solo, desde o homem até os animais, os répteis e as aves do céu. Foram todos extintos da terra. Ficou somente Noé e os que com ele estavam na arca. ²⁴ E a enchente encobriu a terra durante cento e cinquenta dias. [7,6-24]

    8A nova criação — ¹ Então Deus se lembrou de Noé e de todas as feras e animais domésticos que estavam com ele na arca. Deus fez soprar um vento sobre a terra, e as águas baixaram. ² As fontes do ocea­no e as comportas do céu se fecharam, a chuva parou de cair, ³ e as águas, pouco a pouco, se retiraram da terra. As águas se retiraram depois de cento e cinquenta dias. ⁴ No décimo sétimo dia do sétimo mês, a arca encalhou sobre os montes de Ararat. ⁵ E as águas continuaram escoando até o décimo mês, e no primeiro dia do décimo mês apareceram os picos das montanhas.

    No fim de quarenta dias, Noé abriu a claraboia que tinha feito na arca, e soltou o corvo, que ia e vinha, esperando que as águas secassem sobre a terra. Então Noé soltou a pomba que estava com ele, para ver se as águas tinham secado sobre a terra. Ora, a pomba, não encontrando lugar para pousar, voltou para Noé na arca, porque havia água sobre toda a superfície da terra. Noé estendeu a mão, pegou-a e a fez entrar junto dele na arca. ¹⁰ Esperou mais sete dias, e soltou de novo a pomba fora da arca. ¹¹ Ao entardecer, a pomba voltou para Noé, trazendo no bico um ramo novo de oliveira. Desse modo, Noé ficou sabendo que as águas tinham escoado da superfície da terra. ¹² Noé esperou mais sete dias; e soltou novamente a pomba, que não voltou mais.

    ¹³ Foi no ano seiscentos e um da vida de Noé, no primeiro dia do primeiro mês, que as águas secaram sobre a terra. Noé abriu então a clarabóia da arca, olhou e viu que a superfície do solo estava seca. ¹⁴ No vigésimo sétimo dia do segundo mês, a terra estava seca.

    ¹⁵ Então Deus disse a Noé: ¹⁶ "Saia da arca com seus filhos, sua mulher e as mulheres de seus filhos. ¹⁷ Todos os seres vivos que estão com você, todos os animais, aves e répteis, faça-os sair com você: que encham a terra, sejam fecundos e se multipliquem na terra". ¹⁸ Então Noé saiu com seus filhos, sua mulher e as mulheres de seus filhos; ¹⁹ e todas as feras, animais domésticos, aves e répteis saíram da arca, uma espécie depois da outra.

    ²⁰ Noé construiu um altar para Javé, tomou animais e aves de toda espécie pura e ofereceu holocaustos sobre o altar. ²¹ Javé aspirou o perfume, e disse consigo: "Nunca mais amaldiçoarei a terra por causa do homem, porque os projetos do coração do homem são maus desde a sua juventude. Nunca mais destruirei todos os seres vivos, como fiz. ²² Enquanto durar a terra, jamais faltarão semeadura e colheita, frio e calor, verão e inverno, dia e noite".

    9¹ Deus abençoou Noé e seus filhos, di­zendo: Sejam fecundos, multipliquem-se e encham a terra. ² Todos os animais da terra temerão e respeitarão vocês: as aves do céu, os répteis do solo e os peixes do mar estão no poder de vocês. ³ Tudo o que vive e se move servirá de alimento para vocês. E a vocês eu entrego tudo, como já lhes havia entregue os vegetais. ⁴ Mas não comam carne com o sangue, que é a vida dela. ⁵ Vou pedir contas do sangue, que é a vida de vocês; vou pedir contas a qualquer animal; e ao homem vou pedir contas da vida do seu irmão. ⁶ Quem derrama o sangue do homem, terá o seu próprio sangue derramado por outro homem. Porque o homem foi feito à imagem de Deus. ⁷ Quanto a vocês, sejam fecundos e se multipliquem, povoem e dominem a terra. [8,1-9,7]

    Deus garante a vida — ⁸Deus disse a Noé e a seus filhos: "Eu estabeleço a minha aliança com vocês e com seus descendentes, ¹⁰e com todos os animais que os acompanham: aves, animais domésticos e feras, com todos os que saíram da arca e agora vivem sobre a terra. ¹¹Estabeleço minha aliança com vocês: de tudo o que existe, nada mais será destruído pelas águas do dilúvio, e nunca mais haverá dilúvio para devastar a terra".

    ¹² Deus disse: "Este é o sinal da aliança que coloco entre mim e vocês e todos os seres vivos que estão com vocês, para to­das as gerações futuras: ¹³ Colocarei o meu arco nas nuvens, e ele se tornará um si­nal da minha aliança com a terra. ¹⁴ Quando eu reunir as nuvens sobre a terra e o arco-íris aparecer nas nuvens, ¹⁵ eu me lembrarei da minha aliança com vocês e com todos os seres vivos. E o dilúvio não voltará a destruir os seres vivos. ¹⁶ Quando o arco-íris estiver nas nuvens, eu o verei e me lembrarei da aliança eterna: aliança de Deus com todos os seres vivos, com tudo o que vive sobre a terra". ¹⁷ E Deus disse a Noé: Este é o sinal da aliança que estabeleço com tudo o que vive sobre a terra. [9,8-17]

    Bênção e maldição — ¹⁸Os filhos de Noé, que saíram da arca, foram estes: Sem, Cam e Jafé; e Cam é o antepassado de Canaã. ¹⁹Esses três foram os filhos de Noé, e a partir deles foi povoada a terra inteira.

    ²⁰ Noé, que era lavrador, plantou a primeira vinha. ²¹ Bebeu o vinho, embriagou-se e ficou nu dentro da tenda. ²² Cam, o antepassado de Canaã, viu seu pai nu e saiu para contar a seus dois irmãos. ²³ Sem e Jafé, porém, tomaram o manto, puseram-no sobre seus próprios ombros e, andando de costas, cobriram a nudez do pai; como estavam de costas, não viram a nudez do pai. ²⁴ Quando Noé acordou da embriaguez, ficou sabendo o que seu filho mais jovem tinha feito. ²⁵ E disse: Maldito seja Canaã. Que ele seja o último dos escravos para seus irmãos. ²⁶ E continuou: "Seja bendito Javé, o Deus de Sem, e que Canaã seja escravo de Sem. ²⁷ Que Deus faça Jafé prosperar, que ele more nas tendas de Sem, e Canaã seja seu escravo".

    ²⁸ Depois do dilúvio, Noé viveu trezentos e cinquenta anos. ²⁹ Ao todo, Noé viveu no­vecentos e cinquenta anos. E morreu. [18-29]

    10 A família humana — ¹ Esta é a des­cendência dos filhos de Noé: Sem, Cam e Jafé, que tiveram filhos depois do dilúvio.

    ² Filhos de Jafé: Gomer, Magog, Madai, Javã, Tubal, Mosoc e Tiras. ³ Filhos de Go­mer: Asquenez, Rifat e Togorma. Filhos de Javã: Elisa, Társis, Cetim e Dodanim. Foi destes que se separaram as populações das ilhas, cada qual segundo o seu país, língua, família e nação.

    Filhos de Cam: Cuch, Mesraim, Fut e Canaã. Filhos de Cuch: Saba, Hévila, Sa­bata, Regma e Sabataca. Filhos de Regma: Sabá e Dadã.

    Cuch gerou Nemrod, que foi o primeiro valente na terra. Foi um valente caçador diante de Javé, e é por isso que se diz: Como Nemrod, valente caçador diante de Javé. ¹⁰ As capitais do seu reino foram Ba­bel, Arac e Acad, cidades que estão todas na terra de Senaar. ¹¹ Dessa terra saiu Assur, que construiu Nínive, Reobot-Ir, Cale ¹² e Resen, entre Nínive e Cale. Esta última é a maior.

    ¹³ Mesraim gerou os de Lud, de Anam, de Laab, de Naftu, ¹⁴ de Patros, de Caslu e de Cáftor; deste último surgiram os fi­listeus.

    ¹⁵ Canaã gerou Sídon, seu primogênito, depois Het, ¹⁶ e também o jebuseu, o amor­reu, o gergeseu, ¹⁷ o heveu, o araceu, o sineu, ¹⁸ o arádio, o samareu e o emateu. Em seguida, as famílias dos cananeus se dispersaram. ¹⁹ A fronteira dos cananeus ia de Sidônia, em direção a Gerara, até Gaza; depois, em direção a Sodoma, Gomorra, Adama e Seboim, até Lesa.

    ²⁰ Esses foram os filhos de Cam, segundo suas famílias e línguas, terras e nações.

    ²¹ Sem, antepassado de todos os filhos de Héber e irmão mais velho de Jafé, também teve descendência.

    ²² Filhos de Sem: Elam, Assur, Arfaxad, Lud e Aram. ²³ Filhos de Aram: Hus, Hul, Geter e Mes.

    ²⁴ Arfaxad gerou Salé, e Salé gerou Hé­ber. ²⁵ Héber teve dois filhos: o primeiro chamava-se Faleg, porque em seus dias a terra foi dividida; o seu irmão chamava-se Jectã. ²⁶ Jectã gerou Elmodad, Salef, Asarmot, Jaré, ²⁷ Aduram, Uzal, Decla, ²⁸ Ebal, Abimael, Sabá, ²⁹ Ofir, Hévila e Jobab; todos esses são filhos de Jectã. ³⁰ Eles habitavam desde Mesa até Sefar, a montanha do oriente. ³¹ Foram esses os filhos de Sem, conforme suas famílias e línguas, suas terras e nações.

    ³² Foram essas as famílias dos descendentes de Noé, conforme suas linhagens e nações. Foi a partir deles que as nações se dispersaram pela terra depois do di­lúvio. [10,1-32]

    11 A pretensão da cidade — ¹ O mundo inteiro falava a mesma língua, com as mesmas palavras. ² Ao emigrar do oriente, os homens encontraram uma planície no país de Senaar, e aí se estabe­lece­ram. ³ E disseram uns aos outros: Vamos fazer tijolos e cozê-los no fogo! Uti­­lizaram tijolos em vez de pedras, e piche no lugar de argamassa. ⁴ Disseram: Vamos construir uma cidade e uma torre que chegue até o céu, para ficarmos famosos e não nos dispersarmos pela superfície da terra.

    Então Javé desceu para ver a cidade e a torre que os homens estavam construindo. E Javé disse: "Eles são um povo só e falam uma só língua. Isso é apenas o começo de seus empreendimentos. Agora, nenhum projeto será irrealizável para eles. Vamos descer e confundir a língua deles, para que um não entenda a língua do outro".

    Javé os espalhou daí por toda a superfície da terra, e eles pararam de construir a cidade. Por isso, a cidade recebeu o nome de Babel, pois foi aí que Javé confundiu a língua de todos os habitantes da terra, e foi daí que ele os espalhou por toda a superfície da terra. [11,1-9]

    Alvorada de uma nova história — ¹⁰Esta é a descendência de Sem: Quando Sem completou cem anos, gerou Arfaxad, dois anos depois do dilúvio. ¹¹Depois do nascimento de Arfaxad, Sem viveu quinhentos anos, e gerou filhos e filhas.

    ¹² Quando Arfaxad completou trinta e cinco anos, gerou Salé. ¹³ Depois do nascimento de Salé, Arfaxad viveu quatrocentos e três anos, e gerou filhos e filhas.

    ¹⁴ Quando Salé completou trinta anos, gerou Héber. ¹⁵ Depois do nascimento de Héber, Salé viveu quatrocentos e três anos, e gerou filhos e filhas.

    ¹⁶ Quando Héber completou trinta e quatro anos, gerou Faleg. ¹⁷ Depois do nascimento de Faleg, Héber viveu quatrocentos e trinta anos, e gerou filhos e filhas.

    ¹⁸ Quando Faleg completou trinta anos, gerou Reu. ¹⁹ Depois do nascimento de Reu, Faleg viveu duzentos e nove anos, e gerou filhos e filhas.

    ²⁰ Quando Reu completou trinta e dois anos, gerou Sarug. ²¹ Depois do nascimento de Sarug, Reu viveu duzentos e sete anos, e gerou filhos e filhas.

    ²² Quando Sarug completou trinta anos, gerou Nacor. ²³ Depois do nascimento de Nacor, Sarug viveu duzentos anos, e gerou filhos e filhas.

    ²⁴ Quando Nacor completou vinte e nove anos, gerou Taré. ²⁵ Depois do nascimento de Taré, Nacor viveu cento e dezenove anos, e gerou filhos e filhas.

    ²⁶ Quando Taré completou setenta anos, gerou Abrão, Nacor e Arã.

    ²⁷ Esta é a descendência de Taré: Taré gerou Abrão, Nacor e Arã. Arã gerou Ló. ²⁸ Arã morreu em Ur dos caldeus, sua terra natal, quando seu pai Taré ainda estava vivo. ²⁹ Abrão e Nacor se casaram: a mulher de Abrão chamava-se Sarai; a mulher de Nacor era Melca, filha de Arã, que era o pai de Melca e Jesca. ³⁰ Sarai era estéril e não tinha filhos.

    ³¹ Taré tomou seu filho Abrão, seu neto Ló, filho de Arã, e sua nora Sarai, mulher de Abrão. Ele os fez sair de Ur dos caldeus para que fossem à terra de Ca­naã; mas, quando chegaram a Harã, aí se estabeleceram. ³² Ao todo, Taré viveu duzentos e cinco anos, e depois morreu em Harã. [10-32]

    II. ORIGEM DO POVO DE DEUS

    1. Abraão, o homem da fé

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