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BELÉM-PA
2008
1
BELÉM-PA
2008
2
Data de aprovação:
Banca Examinadora:
_______________________________________
Prof. Estanislau Luczynski - Orientador
Doutor em Interunidades em Energia.
Universidade Federal do Pará
______________________________________
Prof. Mâamar El-Robrini - Membro
Doutor em Fisiografia Oceânica e Litorânea
Universidade Federal do Pará
__________________________________________
Profa. Maria Oziléa Bezerra Menezes - Membro
Doutora em Geologia
Universidade Federal do Pará
4
Para :
Flor (Mãe querida),
Cayo Murilo (minha vida),
Jeanne (mana batalhadora),
Flávio (Babo) e Renan (Nam)
Ray Dantas (grato pela companhia).
AGRADECIMENTOS
Ao Prof. Dr. Estanislau Luczynski, por despertar meu interesse com relação à
importância da questão sobre recursos energéticos, e pelo precioso auxílio na
elaboração deste trabalho.
Aos professores e professoras da graduação em Oceanografia, pela transmissão
de conhecimento ao longo do curso.
Aos prezados amigos da turma de 2003 e àqueles pertencentes a turmas de
outros anos (companheiros nessa jornada introdutória na Oceanografia). Muitas
felicidades a todos vocês (“Zezé praguinha”, bem-vindo ao mundo).
A equipe de trabalho da Biblioteca Setorial do Centro de Geociências, pela
presteza e cortesia no atendimento.
A secretária do curso (Ana) pela solicitude aos nossos pedidos de alunos.
A Jean Michel Jarre, Pink Floyd, Beethoven, Los Hermanos e tanto outros, por
suas sonoras treks, essenciais nos angustiantes momentos de vácuo mental durante a
gênese deste trabalho.
Aos meus pais, familiares e amigos que de alguma forma me incentivaram nessa
viagem inicial nos domínios da Oceanografia.
6
(Confúcio)
(Marcelo Camelo)
7
RESUMO
ABSTRACT
Estimations of economical and population growth indicate that in the future the demand
for energy will increase in Brazil. One solution for this question is to increase the energy
supply by sources commercially established. But, in the long run, a wise decision is to
diversify the types of power source. In this context, the oceans have a huge potential to
be explored. Among the existing oceanic energy resources, Ocean Thermal Energy
Conversion (OTEC) shows the biggest available theoretical amount of energy. An OTEC
system is based on the temperature difference between the warm surface seawater and
the cold deep seawater. A general analysis on OTEC and a theoretical research of
potential OTEC use in areas between 05°N and 15°S that belongs to Brazilian Exclusive
Economic Zone were made. The Northeast coast and part of Central coast have
advantage over the North coast (division according to REVIZEE), because they have
water masses with appropriate temperature differences and they are closer to the
continent (lesser energy transport cost). The two first regions have approximately an
interval of available theoretical power from 12,2 to 32,6 GW. However, floating OTEC
plants can be operated in both coasts. This type of plant seems to be the future
application of this technology. It is important that researches were made in the Brazilian
sea to map suitable areas for systems OTEC tests purposing to evaluate these systems
in relation to its benefits and limitations.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
LISTA DE TABELAS
AT Água Tropical
LISTA DE SÍMBOLOS
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO................................................................................................... 19
2 OBJETIVOS....................................................................................................... 22
2.1 OBJETIVO GERAL............................................................................................. 22
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS.............................................................................. 22
3 METDOLOGIA................................................................................................... 22
7 SISTEMAS OTEC.............................................................................................. 41
7.1 CONCEITO......................................................................................................... 41
7.2 CLASSIFICAÇÕES DOS SISTEMAS OTEC...................................................... 42
7.2.1 Quanto ao ciclo do fluido................................................................................. 42
7.2.1.1 Ciclo fechado...................................................................................................... 43
7.2.1.2 Ciclo aberto........................................................................................................ 46
7.2.1.3 Ciclo híbrido......................................................................................................... 51
7.2.2 Quanto à localização do sistema.................................................................... 52
7.2.2.1 Instalação no continente..................................................................................... 52
7.2.2.2 Instalação na plataforma continental.................................................................. 53
7.2.23 Instalação flutuante............................................................................................. 54
7.3 DESAFIOS TÉCNICOS E ECONÔMICOS......................................................... 56
7.4 SUBPRODUTOS OTEC E O CONCEITO
“DEEP OCEAN WATER APPLICATIONS” (DOWA)…………………………….. 69
7.4.1 Água dessalinizada.......................................................................................... 70
7.4.2 Maricultura........................................................................................................ 71
7.4.3 Sistemas de refrigeração................................................................................. 72
7.4.4 Produtos químicos........................................................................................... 73
9 DISCUSSÃO..................................................................................................... 101
10 CONCLUSÕES................................................................................................. 107
1 INTRODUÇÃO
1
ESTADOS UNIDOS. International Energy Outlook (IEO). Departamento de Energia do Governo dos
Estados Unidos. Washington, DC, 2006.
2
FARIA JÚNIOR, L. E. do C. Informação transmitida em aula da disciplina Sedimentologia aplicada à
Oceanografia. Belém, 2003.
21
como lembrado por Branco (2004), é preciso que a instalação de uma usina
hidroelétrica seja bem planejada e executada para evitar projetos ineficientes como a
usina de Balbina (AM). Além disso, sempre existe risco de se confiar quase toda a
produção de energia elétrica a uma única fonte, que embora renovável, depende do
regime de chuvas.
Portanto, além de aumentar a oferta de energia, é imprescindível que se
diversifique a matriz energética do país, incentivando-se a pesquisa de fontes
alternativas. Neste contexto, os oceanos apresentam possibilidades de outros recursos
energéticos, que não somente petróleo e gás submarino. Dentre eles, este trabalho
discutirá o aproveitamento da tecnologia Oceanic Thermal Energy Conversion-
Conversão da Energia Térmica Oceânica (OTEC) na Zona Econômica Exclusiva (ZEE)
do Brasil, em áreas limitadas por 05°N e 15°S.
Esta área é caracterizada por massas de água pertencentes à circulação oceânica
do Atlântico Sul Ocidental que podem ser estudadas com auxilio de modelos
numéricos, tais como Ocean Circulation and Climate Advanced Modelling Project-
Projeto de Modelagem Avançada do Clima e da Circulação Oceânica (OCCAM) usado
por Cirano et al.(2006) ou o Experimento ATL6 baseado no código numérico
paralelizado Océan Parallélisé- Oceano Paralelizado (OPA) utilizado por Silva (2006).
Nessa região, conforme Avery e Wu (1994); Neshyba (1987); USA National Renewable
Eenrgy Laboratory (NREL) (2007) é possível encontrar diferenças de temperatura entre
massas de água superficial e profunda, que apresentam potencial teórico para pesquisa
de uso da tecnologia OTEC.
Este trabalho está estruturado em 10 seções. A primeira trata dos objetivos do
trabalho, enquanto que a segunda relata a metodologia utilizada. Já a terceira seção
aborda a questão dos oceanos e o potencial da tecnologia OTEC, ao passo que a
quarta seção analisa a formação dos gradientes térmicos oceânicos. Na 5ª seção é
levantado o histórico da tecnologia OTEC e seu desenvolvimento atual. A 6ª seção tem
por assunto os sistemas OTEC e sua classificação, além dos desafios ao uso dessa
tecnologia e seus possíveis subprodutos econômicos. As possibilidades de uso dessa
tecnologia no Brasil são avaliadas na sétima seção, enquanto a discussão e conclusões
22
2 OBJETIVOS
3 METODOLOGIA
Vários autores, como Avery e Wu (1994); Béguery (1979); Branco (2004); Brown
et al. (1995); Neshyba (1987); Thurman e Trujillo (2004), relatam a possibilidade de uso
de recursos energéticos peculiares da água do mar, bem como, a utilização dos
oceanos como suporte para aproveitamento de outros tipos de energia, a exemplo da
eólica.
Os autores supracitados destacam a característica da renovabilidade dos recursos
energéticos oceânicos, embora haja previsão de que num cenário de aquecimento
global, o aproveitamento da OTEC pode ser comprometido (em fase de elaboração) 3·.
Contudo, Avery e Wu (1994); Avery e Berl (1997); Thurman e Trujillo (2004) afirmam
que esses recursos seriam obtidos e utilizados sem poluição oceânica ou atmosférica
relevante.
3
An estimate of Atlantic Ocean Thermal Energy Conversion (OTEC) resources, de autoria de Gérard C.
Nihous, a ser editado por Ocean Enegineering/Elsevier, jun. 2007.
25
Neshyba (1987) aponta ainda mais uma qualidade dos oceanos como fornecedor
de energia para a população humana: o fato de que eles, em dado instante, devido
suas grandes capacidades térmicas, possuem maior quantidade de energia derivada do
sol, estocada em uma coluna d‟água de área unitária do que aquela contida numa
coluna de área igual na atmosfera ou no continente.
As tabelas 1 e 2 mostram como estão distribuídos os recursos energéticos
oceânicos. Teoricamente qualquer uma dessas fontes pode se usada, contudo, de
modo geral, pode-se dizer que estas fontes se encontram em fase pré-comercial,
embora Skinner e Turekian (1988) relatem que projetos de energia maré-motriz já foram
testados em escala comercial. No Brasil, existe um projeto liderado pela Coppe/ UFRJ
que pretende aproveitar o potencial energético das ondas para produção de eletricidade
(FURTADO, 2006).
Bioconversão 10x106
Total 41.141x106
4
Fonte: Adaptado de Constans (1979 apud Neshyba,1987).
4
CONSTANS, J. Marine sources of energy. Nova Iorque: United Nations department of international
economic and social affairs. 1979.
26
5
1bbl = 159 L
6
1tep=12MW.h
27
O resultado da ação conjunta dos fatores citados é uma maior absorção de calor
por unidade de área por dia na região equatorial que nas zonas temperadas e polares
(Gráfico1). Isto leva a um gradiente decrescente latitudinal de temperatura superficial do
Equador para os pólos conforme pode ser observado no mapa 2.(BROWN et al, 1995;
KENNETT,1982; NESHYBA, 1987; THURMAN; TRUJILLO, 2004).
30
transformar em gelo, o que resulta em uma água do mar remanescente mais salgada.
Ambos os processos implicam em maior densidade da água do mar nessa região,
promovendo o seu afundamento. Outra parte da água do mar presente na região se
insere na circulação superficial através do giro subpolar (BROWN et al., 1995;
KENNETT,1982; NESHYBA, 1987; THURMAN; TRUJILLO, 2004).
Ao afundar, essa água mais densa atinge grandes profundidades, chegando até o
assoalho oceânico, de onde se espalha pelas bacias oceânicas. Esta água fria mais
densa só emerge em certas regiões dos oceanos devido ao fenômeno da ressurgência
(NESHYBA, 1987; THURMAN; TRUJILLO, 2004). Forma-se, assim, uma estabilidade
térmica nos oceanos, onde existe uma água superficial menos densa (circulação
superficial controlada pelo vento) continuamente aquecida, apresentando temperaturas
médias superiores a 20°C até aproximadamente a latitude de 35° (giro subtropical).
Esta camada não se mistura de maneira relevante com a água fria profunda mais densa
(circulação termohalina) que exibe temperaturas próximas de 3 a 4°C.
Entre elas, se estabelece uma região (200-300 a 1000 m de profundidade) onde a
temperatura decresce de maneira rápida. Tal fato é decorrente da absorção não-
uniforme, especialmente concentrada nas camadas mais superiores do oceano, pela
água do mar dos comprimentos de onda que constituem a radiação solar. Esta região é
conhecida como termoclina, que em certas partes do oceano apresenta um perfil
vertical permanente (BROWN et al., 1995; NESHYBA, 1987; THURMAN; TRUJILLO,
2004). A figura 5 e o gráfico 2 esquematizam a situação descrita nos parágrafos
anteriores:
32
Desta forma, pode-se entender o Oceano como uma grande máquina térmica, na
qual a água funciona como fluido de trabalho, movendo-se entre a camada superficial
dos oceanos tropicais (fonte quente) e, as regiões polares e subpolares (fonte fria), de
onde parte dela afunda e se espalha pelas bacias oceânicas (NESHYBA, 1987;
SKINNER; TUREKIAN, 1988).
Segundo Avery e Wu (1994); Brown et al. (1995); Kennett (1982), nos oceanos
tropicais, as camadas mais superiores se comportam como um grande reservatório de
água quente, conservado a temperaturas médias anuais de até 28°C através do
balanço entre a absorção de calor do sol e a perda de calor por intermédio dos
processos de evaporação, convecção e emissão de radiação de ondas longas. Esta
temperatura se mantém aproximadamente constante dia e noite e mês a mês.
Nestas regiões, entre as latitudes de 15°N e 15°S para Avery e Wu (1994) ou
entre 20°N e 20°S conforme NREL, podem-se encontrar diferenças de temperatura,
entre a água superficial e a água a 1000 m de profundidade, que são passiveis para
implantação de usinas OTEC (mapa 3). Estas usinas poderiam utilizar estas diferenças
de temperatura para convertê-las em energia elétrica ou química (AVERY; BERL, 1997;
AVERY; WU, 1994).
7
CLAUDE, G. Power from the tropical seas. Mechanical Engineering. Nova Iorque, vol 52, p. 1039 -1044,
dez.1930.
36
Johnson (2006) relata que Claude, então, após duas tentativas fracassadas,
conseguiu operar o sistema, que gerou 22 kW de potencia de saída a partir de uma
diferença de temperatura de 14 °C. Entretanto, conforme Béguery (1979) a potência útil
fornecida pelo sistema era nula devido à energia requerida para o bombeamento de
água.
Cinco anos depois das experiências em Cuba, Claude montou outra usina, do tipo
flutuante, instalada à bordo de um navio cargueiro de 10.000 t (Foto 2). A sua intenção
era operar a usina na costa brasileira, porém, o plano não foi adiante devido ao
naufrágio do flutuador e perda da tubulação ocasionados por mau tempo e ondas
(OCEAN THERMAL ENERGY CONVERSION, 2007; BÉGUERY, 1979).
transformou-se num dos lideres mundiais atuais sobre tecnologia OTEC com vários
experimentos na área que vão desde a montagem do primeiro sistema de ciclo fechado
bem-sucedido na produção de potência líquida conhecido como “Mini-OTEC” (Foto 3),
em 1979 (OCEAN THERMAL ENERGY CONVERSION, 2007), até pesquisas com
subprodutos úteis dessa tecnologia como os relatados por T.H. Daniel em seu trabalho
"The Promise of OTEC and Its By-Products", apresentado em um simpósio ocorrido no
ano de 1994 no Japão (NELHA, 2007).
7 SISTEMAS OTEC
7.1 CONCEITO
Basicamente essa classificação exibe três grupos: ciclo fechado, ciclo aberto e,
um tipo intermediário denominado misto ou híbrido.
43
Um sistema desse tipo leva esse nome porque o fluido operante (fluido de
trabalho) utilizado para produzir trabalho mecânico percorre um circuito fechado ao
longo do funcionamento desse sistema (Esquema 1).
Conforme Avery e Wu (1994); NREL (2007); Beavis; Charlie e Meye (1986), neste
sistema, um fluido operante de baixo ponto de ebulição, como amônia ou freon, é
vaporizado pela água do mar quente, ao passar por um permutador de calor
(evaporador). Ocorre uma expansão moderada do vapor que então aciona um turbo-
gerador que produz eletricidade.
Ao entrar em contato com outro permutador de calor (condensador), o fluido
operante é condensado ao ceder calor para o meio devido à passagem de água do mar
profunda que possui baixa temperatura. Esta água profunda é bombeada até este ponto
através do tubo de água fria (CWP).
44
Gráfico 3: Diagrama p-V para o Gráfico 4: Diagrama T-s para o ciclo Rankine
ciclo OTEC Rankine. padrão.
Fonte: Adaptado de Avery e Wu (1994). Fonte: Adaptado de Dunn (1977).
Sistemas OTEC de ciclo aberto utilizam a própria água do mar como fluido de
trabalho. Neste tipo, a água do mar é liberada após o uso, não retornando para o ponto
inicial do ciclo, daí o nome de ciclo aberto (AVERY; WU, 1994; NREL, 2007; OCEAN
THERMAL ENERGY CONVERSION, 2007; VEGA, 1999).
47
Neste ciclo, água do mar quente é bombeada para uma câmara, na qual a
pressão é reduzida através de uma bomba de vácuo até um valor baixo suficiente para
fazer a água sofrer uma evaporação flash parcial (evaporação de volume rápida). Logo
após, o vapor se expande passando por uma turbina de baixa pressão, que está ligada
a um gerador elétrico.
Depois de passar pelos processos anteriores, o vapor é, então, condensado numa
câmara similar pela água do mar fria que é bombeada das profundezas oceânicas
através de um CWP. Por fim, a água é despejada no oceano. Contudo, em vez de ser
condensado pelo contato direto com a água fria do mar, o vapor pode ser direcionado
para um permutador de calor resfriado pela água fria do mar. Neste caso, o vapor
d‟água condensado torna-se água doce, pois, o vapor deixou a maior parte de seu sal
na câmara de evaporação à baixa pressão.
O esquema 2 ilustra o funcionamento de um sistema OTEC de ciclo aberto
descrito acima.
8
Bharathan, D.; Penney, T. Flash Evaporation from Turbulent Water Jets. Journal of Heat Transfer. American
Society of Mechanical Engineers (ASME). Estados Unidos, v. 106, pp. 407-415. 1984.
48
O ciclo inicia pelo estado 1, no qual a água do mar quente da superfície está a 27
°C à pressão atmosférica. A água do mar flui para a entrada de um desaerador no
estado 2‟, onde a pressão é rapidamente reduzida para um valor um pouco acima da
pressão de vapor saturado à temperatura correspondente. Grande parte dos gases
dissolvidos, que possuem uma alta pressão parcial na água, será liberada devido à
rápida queda de pressão.
A água do mar flui então para dentro do evaporador de ação rápida (tipo flash) no
estado 2, onde a pressão ambiente é reduzida para a pressão de vapor saturado
equivalente à temperatura do vapor de saída; esta queda de pressão é a força motora
para a evaporação. Uma pequena quantidade de fluido de trabalho é rapidamente
transformada em vapor juntamente com rápida queda de temperatura. O estado
termodinâmico do fluido no evaporador do tipo flash é representado pelo estado 3.
A fase de vapor do fluido de trabalho no estado 3g se expande numa turbina,
convertendo energia térmica em trabalho mecânico. A água do mar, ligeiramente
concentrada, no estado 3f é bombeada de volta ao oceano no estado 7, onde sua
50
η = Pn/ Ǭin
Segundo NREL (2007), num ciclo híbrido, água do mar quente entra numa câmara
de vácuo, na qual sofre evaporação rápida de maneira semelhante ao processo
ocorrido num ciclo aberto. O vapor resultante é usado para vaporizar o fluido de
trabalho de um circuito de ciclo fechado do outro lado de um evaporador de amônia.
Depois disso, o fluido de trabalho vaporizado aciona uma turbina que produz
eletricidade. No final, o vapor se condensa dentro do permutador de calor adequado e
fornece água dessalinizada. Conforme Pacific Islands Applied Geoscience Commission
(SOPAC) (2005), outra variação deste ciclo é primeiramente o uso de um ciclo fechado
para gerar eletricidade para a criação do ambiente de baixa pressão necessário para o
funcionamento de um ciclo aberto.
vulcânicas), taludes inclinados (15- 20°) e fundos marinhos relativamente planos. Isto
reduz o tamanho do CWP (NREL, 2007).
Para avaliar numericamente o exposto acima, existe uma relação física conhecida
como rendimento (R), dada por:
R= W/Q1;
onde, W= trabalho realizado pela máquina;
Q1= calor absorvido através da fonte quente;
58
R=1-T2/T1 ou R= ΔT/T1;
Utilizando valores que podem ser encontrados em águas tropicais, chega-se aos
seguintes resultados.
TH=25°C TH=298 K;
Tc=5°C Tc= 278 K;
R= (298-278)/298= 6,7%, implicando que R‟> 3,35%.
Nos EUA, conforme Vega (1999); Office of Technology Assessment (1980) vários
trabalhos foram conduzidos sobre essa questão. Diversos materiais mostraram bons
resultados em testes laboratoriais e no ambiente marinho. Entre eles, citam-se plástico
reforçado com fibra de vidro (fiberglass reinforced plastic - FRP), polietileno de alta
densidade (high-density polyethylene – HDPE) e borracha reforçada com nylon. Outros
métodos incluem a construção de parte do CWP de usinas OTEC próximas a costa com
materiais mais rígidos como aço e concreto. Isto ocorre quando esta parte da tubulação
está acima água do mar e escoa a água fria do mar em direção ao continente para
outros objetivos (BEAVIS; CHARLIE; MEYE, 1986).
Ainda que não se esgote o assunto sobre os desafios técnicos, aqui neste trabalho
esta questão será finalizada com uma breve análise sobre processos de corrosão,
bioincrustação e escamas inorgânicas.
Como já foi visto no subitem sobre ciclo OTEC fechado, um fator importante num
projeto desse tipo é a eficiência do permutador de calor. Quando ocorre a formação de
camadas finas de material estranho sobre a superfície deste subsistema, esta eficiência
é reduzida (NREL, 2007; MORSE; KANEL; CRAIG, JR., 1979). Esta deposição tem
basicamente três fontes, já citadas anteriormente: bioincrustação, produtos de corrosão
62
e escamas inorgânicas (Fig.10). Para Morse; Kanel; Craig, Jr. (1979) é provável que
exista uma interrelação complexa entre esses processos. Laque (1969) relata o ataque
a uma superfície de aço inoxidável correlacionado aos cirripédios fixados a esta
superfície.
Um material estudado para construção de permutadores de calor é o titânio,
devido sua resistência à corrosão. Porém, seu alto custo impulsionou a procura de
novos materiais. As pesquisas concluíram, então, que os materiais mais indicados são
ligas de alumínio (NREL, 2007). Porém, Morse; Kanel; Craig, Jr. (1979) estudando
sobre a formação de escamas inorgânicas em permutadores de calor, concluíram que a
corrosão do alumínio pode criar condições para a formação dessas escamas.
É notório que materiais imersos na água do mar tendem a se tornar locais para
fixação de microorganismos (Foto 9). Segundo Horbund e Freiberger (1970), um
padrão de desenvolvimento de bioincrustação se dá pela colonização inicial por
bactérias. Muitas dessas bactérias produzem secreção mucilaginosa que age como um
substrato capturador de algas, como as diatomáceas. Após a etapa exposta acima,
organismos maiores como cracas e briozoários se instalam no material submerso.
Conforme Horbund; Freiberger(1970), algumas bactérias que se fixam a superfícies
63
metálicas podem produzir ácidos que as corroem, enquanto outras podem destruir
revestimentos orgânicos.
Odum9 (1996 apud ORTEGA, 2002) criou a metodologia emergética, que entre
outras variáveis, leva em conta o aspecto econômico. Emergia pode ser entendida
como toda energia necessária para se obter um produto. Em Odum et al. (1997), é
proposto uma avaliação de emergia líquida de várias fonte de energia (gráfico 6),
incluindo OTEC.
Propostas de novas fontes de energia têm de apresentar razão de emergia líquida
maior que 1, além disso, para que sejam competitivas economicamente, esta razão
deve ser maior que a razão de uma atual fonte de energia. Caso a fonte de energia
possui razão de emergia líquida inferior a 1, ela consome mais energia do que gera e,
deste modo, não se comporta como uma fonte, mas sim como um consumidor. Fontes
desse tipo existem somente quando são ricamente abastecidas por outras energias que
fornecem subsídio. Fontes que têm rendimento positivo de emergia líquida estão sobre
o eixo horizontal. Fontes abaixo desse eixo, localizadas ao lado esquerdo, são tão
diluídas que requerem mais emergia para ser concentradas do que podem render.
Ainda que restem dúvidas sobre o potencial de utilização da tecnologia OTEC,
Odum et al. (1997) classificaram essa tecnologia com razão próxima a -10, portanto
como inviável para ser uma fonte alternativa de energia. Para os autores isto se deve
ao custo de ancoragem e de manutenção de embarcações e tubulações em mar
profundo e agitado por tempestades.
9
Odum, H.T. Environmental accounting, emergy and decision making. Nova Iorque: John Wiley &
Sons, 1996. 370 p.
65
Concentração de emergia
Gráfico 6: Tipos de razão de emergia líquida de diferentes
concentrações.
Fonte: Odum et al. (1997).
(conclusão)
Para Avery e Wu (1994), uma grande parte dos custos totais de um sistema OTEC
flutuante seriam de componentes comercialmente disponíveis que poderiam ser obtidos
a um custo fixo. Além do mais, toda construção seria possível com a tecnologia
existente, com instalações adaptadas para as exigências do uso OTEC. Um sistema
OTEC flutuante pode ter seus subsistemas padronizados de modo a serem produzidos
em escala, com conseqüente redução de custos. A produção de unidades idênticas irá
reduzir os custos por um fator de 0.85 até 0.95 para cada duplicação do numero
produzido (AVERY; WU, 1994). Desta maneira, o custo total de 32 evaporadores de
uma usina de 160 MW composta de unidades de 5 MW seria 19 a 27 vezes o custo do
primeiro evaporador produzido.
Com relação ao porte da usina, Avery e Wu (1994) comentam que se for
aumentada a potência de um sistema de 5 MW para 25 MW, o custo se elevaria por um
fator de 2.5 até 3.5, ao invés de 5. A combinação de aumento de potência gerada com
produção em escala de subsistemas poderia reduzir os custos de um sistema OTEC
flutuante entre uma unidade de demonstração e a produção completa em 50% ou mais.
Esta redução de custo dificilmente é atingida por sistemas OTEC instalados no
continente, pois de modo geral, são projetados para solucionar exigências de usuário
específico, de modo que se comportam como sistemas não padronizados, sem as
vantagens da produção em escala.
De modo geral, a tecnologia OTEC ainda não conseguiu avançar da fase de teste
para a fase comercial. Este fato está diretamente ligado ao fato de que as fontes de
combustíveis convencionais são mais baratas. Nos anos 70, a alta do preço do petróleo
justificava os investimentos nessa fonte de energia por parte do governo americano. Os
Estados Unidos gastaram, então, US$1,2 milhões em 1974 e US$ 2,8 milhões em 1975
em financiamento para projetos de sistemas OTEC (JOHNSON, 2006). Volumosos
relatórios foram produzidos, propondo vários arranjos de sistemas OTEC. Porém com o
controle sobre o preço do petróleo, a grande maioria desses projetos foi arquivada,
restando apenas o trabalho do NELHA sobre o assunto neste país. Mesmo assim
segundo Takahashi (2003), o governo americano já investiu mais de US$ 250 milhões
em projetos relacionados à tecnologia OTEC.
69
Atualmente, ainda que por motivos diferentes da crise anteriores que motivaram a
elevação do preço do petróleo, aparentemente tem se desenhado um cenário de alta
contínua do custo deste recurso energético. A escalada do preço do petróleo começou
em 2000 e, até julho de 2006 tinha subido 235% (GALÁN; GUERRA, 2006). Na bolsa
de Nova Iorque, no fim do dia 2 de outubro de 2007, os contratos de Petróleo
Intermediário do Texas (WTI, leve) alcançaram o valor de US$ 80,05 por barril (UOL
ECONOMIA, 2007). A partir desse cenário, é possível que os sistemas OTEC, além de
outras fontes alternativas de energia, ganhem competitividade econômica. A questão é
saber se governos e empresas privadas terão interesse em investir na tecnologia
OTEC.
Como foi visto no item 3, o potencial para a tecnologia OTEC é enorme, porém no
subitem anterior se observou que ela carece de competitividade econômica em relação
a fontes convencionais no que diz respeito à produção de eletricidade. Contudo, um
pacote de subprodutos (Esquema 5) pode ser obtido a partir dessa tecnologia, o que
ajudaria na viabilidade econômica de um sistema OTEC.
Atualmente, muitos pesquisadores que trabalharam com a tecnologia OTEC focam
seus estudos nesses subprodutos. Isto é compreensível quando o interesse dos
financiadores das pesquisas, no momento, está direcionado para estes subprodutos.
70
Esse conjunto de produtos e serviços oriundos da água fria oceânica, que pode
ser obtido a partir de um sistema OTEC, recebe a denominação de “Deep ocean water
applications” (DOWA) – “Aplicações de água oceânica profunda”. Para algumas
indústrias, existe mercado potencial para seus produtos. Entre elas, incluem-se a
indústria de bebidas, alimentar, farmacêutica e cosmética (KOBAYASHI, 2002; WU,
2006). Já Avery e Berl (1997); Avery e Wu (1994); MacKenzie e Avery (1996) relatam a
possibilidade da conversão da energia térmica oceânica em energia química.
Neste subitem alguns desses produtos serão descritos:
Como foi visto nos subitens sobre ciclo aberto e híbrido, um subproduto que um
sistema OTEC pode fornecer é água dessalinizada (AVERY; WU, 1994; NREL, 2007;
TAKAHASHI, 2003; VEGA, 1999). Esta água pode ser utilizada para dessedentação
humana e animal, além de servir à agricultura.
71
7.4.2 Maricultura
Um sistema OTEC pode integrar uma operação de policultura que alia a produção
de energia com a de proteína (NREL, 2007). Isto é possível devido a água profunda
bombeada ser rica em nutrientes e relativamente livre de patógenos. Assim, ela é um
meio excelente para crescimento de plâncton que pode sustentar a criação em cativeiro
de certos peixes e mariscos de valor comercial ampliando a utilidade de uma usina
instalada no continente (NESHYBA, 1987; NREL, 2007; WU, 2006). Da mesma maneira
que acontece com a agricultura, a água oceânica profunda permite a criação de
espécies não nativas de regiões tropicais dentro de tanques (NREL, 2007).
Além disso, conforme Kobayashi, 2002; Takahashi, 2003, o bombeamento de
água oceânica profunda para a superfície do mar provoca uma ressurgência artificial.
Isto possibilita condições para o estabelecimento de uma área propícia à pesca
próxima, por exemplo, a uma usina de “pastoreio”.
72
A água do mar fria (5°C) disponibilizada por um sistema OTEC pode ser
aproveitada em sistemas de refrigeração de processos que estão relacionados ou
próximos a usina. Os organismos criados em cativeiro citados anteriormente, por
exemplo, precisam, após sua retirada dos tanques, de um correto armazenamento a
uma temperatura adequada para garantia de sua qualidade. Um sistema de
refrigeração com uso de água do mar fria como fluido refrigerante passando através de
serpentinas poderia ser utilizado para este objetivo (NREL, 2007). Este mesmo princípio
pode ser usado para condicionamento de ar em prédios (NREL 2007; OCEES, 2007).
Conforme NREL (2007), se estima que um tubo de 0,3 m de diâmetro pode fornecer
0,08 m3 de água por segundo. Se essa água for recebida a 6°C num tubo como esse,
ela pode produzir condicionamento de ar suficiente para um prédio grande.
NELHA tem economizado até US$4.000 por mês desde que ele trocou o sistema
convencional de condicionamento de ar nos seus três prédios pelo resfriamento
baseado na água do mar profunda (NELHA, 2007).
Segundo Neshiba (1987), outro destino para água descartada por um sistema
OTEC pode ser sua utilização como água de resfriamento para outras indústrias que
por ventura se localizem ao longo da costa próxima ao sistema OTEC.
73
Pesquisas feitas pelo Johns Hopkins University Applied Physics Laboratory (APL)
entre 1975 e 1982 demonstraram a viabilidade técnica da construção de usinas OTEC
de “pastoreio”. Este tipo de usina produz, com auxilio da energia elétrica gerada por ela
própria, substâncias químicas que podem atuar como combustíveis (AVERY; BERL,
1997). Nesta usina, através da eletrolização da água, pode-se obter hidrogênio (H2) e
oxigênio (O2) que são capazes de abastecer naves espaciais. Segundo Ogden (2006),
o hidrogênio também é objeto de pesquisas para abastecimento de automóveis, com
previsão de inicio de fase comercial entre 2010 e 2020.
Outra forma de converter a energia elétrica em energia química aproveitável em
uma usina OTEC de “pastoreio” é a síntese de amônia, através da combinação do
hidrogênio com o nitrogênio (N2) extraído do ar via liquefação (AVERY; BERL, 1997).
Segundo Avery e Berl (1997), testes com motores Toyota de quatro cilindros indicaram
que a amônia pode ser utilizada como combustível de automóveis, com menor emissão
de óxidos de nitrogênio que os automóveis convencionais. Para MacKenzie e Avery
(1996), o uso de amônia ao invés de hidrogênio evitaria os problemas de
armazenamento, segurança e logística deste último.
Outro destino da amônia produzida num sistema desse tipo seria a fabricação de
fertilizantes agrícolas nitrogenados.
Finalmente, conforme Avery e Berl (1997), metanol combustível pode ser obtido
numa usina OTEC de pastoreio. O carbono necessário para formação desse composto
seria fornecido por meio de navios carvoeiros.
74
Este limite da ZEE terá alteração quando a plataforma continental se estenda além
das 200 m.n., o que dá o direito ao Estado costeiro de estender a sua ZEE a até 350
m.n. (GONÇALVES, 2002).
Conforme Gonçalves (2002, p.2, grifo nosso):
O art. 56 da CNUDM reconhece os direitos de soberania do Estado
costeiro “para fins de exploração e aproveitamento, conservação e gestão de
recursos naturais, vivos ou não vivos, das águas sobrejacentes ao leito do mar,
do leito do mar e de seu subsolo, e no que se refere a outras atividades com
vista à exploração e aproveitamento da zona para fins econômicos, como a
produção da energia a partir da água, das correntes e dos ventos.
O Brasil possui áreas de sua ZEE que estão geograficamente dentro dos limites
de 15°N a 15°S, propostos por Avery e Wu (1994), ou dos limites de 20°N a 20°S
indicados por NREL (2007) favoráveis ao uso de sistemas OTEC. Neste trabalho
optou-se pela primeira proposta. Na ZEE brasileira esses limites englobam águas das
costas Norte (05°N) e Nordeste e parte da costa Central (15°S) segundo divisão
proposta pelo REVIZEE ( Vide mapa 1).
76
A costa Norte inclui a região da ZEE brasileira que vai da foz do rio Oiapoque até
a foz do rio Parnaíba. A partir desse ponto até Salvador, incluindo Fernando de
Noronha, Atol das Rocas e o Arquipélago de São Pedro e São Paulo, tem-se a costa
Nordeste. A região compreendida entre Salvador e 15°S pertence a costa Central.
10
NIMER, E. Climatologia do Brasil. Rio de Janeiro: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística,
1989.
11
SANTOS, L. F. S; COHEN, J. C. P. Distribuição da nebulosidade coletada a bordo do navio
oceanográfico “Antares” na área norte do programa REVIZEE nos períodos chuvosos de 1995 e menos
chuvosos de 1997. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE METEOROLOGIA, 10., 1998, Brasília. Anais...
Brasília: SBMT, 1998. p. [?].
77
Conforme Abaurre et al. (2004) junto à ação dos ventos alísios, massas polares se
misturam com o ar tropical movimentando-se ao longo das bordas oeste e sudoeste da
célula de alta pressão do Atlântico Sul originando frentes frias que se deslocam para as
costas Central e Nordeste, podendo alcançar 10°S ou latitudes mais baixas (Fig.11).
Para Aquino e Setzer (2005), outro sistema atmosférico importante para a região
em estudo é a Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), que é basicamente uma
banda de nuvens formada principalmente pela confluência dos alísios de nordeste do
hemisfério norte com os alísios de sudeste do hemisfério sul. Para Santos e Cohen
11
(1998 apud FRAZÃO, 2001), este sistema é altamente instável, caracterizado por
baixa pressão atmosférica, alta nebulosidade com chuvas associadas e altos índices de
umidade.
12
DOMINGUEZ, J. M. L. Erosão costeira na região Leste-Nordeste do Brasil. 1999. 176f. Tese (Professor
Titular em Geologia Costeira e Sedimentar) - Departamento de Sedimentologia da Universidade Federal da Bahia,
Salvador, 1999.
78
8.3.1.2 Clima
A costa Norte apresenta clima do tipo tropical úmido ou superúmido com altas
taxas pluviométricas. Conforme Frazão (2001), no Maranhão a média pode ser superior
a 2000 mm/ano, com maior concentração de chuvas no período de março a agosto. Já
na zona costeira do Amapá e do Pará, segundo Silva (2000), o índice pluviométrico é
aproximadamente de 2500 mm/ano, podendo alcançar 3000 mm/ano no litoral do Pará
(ABREU, 2004), sendo que o período de maior concentração de chuvas se estende de
novembro a março. Conforme Clima (2007), utilizando a classificação de Köppen, a
região Norte apresenta predominância de clima equatorial dos tipos Af e Am ( Quente
sem estação seca e quente com estação seca na primavera, respectivamente), alem de
áreas com clima tropical Aw ( quente com chuvas de verão e outono).
Vários sistemas atmosféricos contribuem para o estabelecimento desse regime
climático na zona litorânea da costa Norte. Um deles é a presença e deslocamento
meridional da ZCIT que resulta em períodos chuvosos e menos chuvosos nessa área
12
(SANTOS; COHEN, 1998 apud FRAZÃO, 2001). Este sistema atmosférico é
primordial na precipitação pluviométrica ocorrente na ZEE-N, chegando até a influenciar
o setor norte da ZEE-NE (até Cabo Branco - PB) (AQUINO; SETZER, 2005). Segundo
Silva (2000), outro sistema que atua na faixa litorânea da costa Norte associado a alto
índice pluviométrico são as linhas de instabilidades (LI‟s), que se formam devido à brisa
marítima.
79
Entre os fatores atribuídos para explicar esse fato, Summerhayes, Fainstein e Ellis
13
(1976 apud PETROBRAS, 1979) elencam a própria configuração estrutural desta
faixa de bloco sul-americano, além da dimensão restrita e o caráter tropical das bacias
de drenagem da faixa emersa adjacente que resulta em reduzidas taxas de erosão
terrestre e de sedimentação marinha. Deste modo, nessa área encontram–se trechos
como o entre Maceió-AL e foz do rio São Francisco, cuja largura da plataforma
continental varia entre 20 a 25 km, enquanto que no setor das proximidades de Aracaju-
SE a Salvador- BA a largura média da plataforma é a menor registrada, cerca de 22,5
km, inclusive com a ocorrência da menor largura da plataforma continental brasileira
que é de 8 km nas proximidades de Salvador (PETROBRAS, 1979), embora Muehe e
Garcez (2005) afirmem que o ponto de maior estreitamento tenha largura de 17 km.
13
SUMMERHAYES, C. P.; FAINSTEIS, R.; ELLIS, J. P. Continental margin off Sergipe and Alagoas, Northeastern
Brazil: a reconnaissance geophysical study of morphologhy and structure. Marine Geology. Amsterdam, n. 20, p.345-
361. 1976.
82
A segunda área engloba o restante da costa Nordeste mais parte da costa Central
(de Natal até Vitória- ES) (Mapa 6). Ela é atingida por ondas que chegam geralmente
de nordeste, formadas pelos ventos do flanco esquerdo do anticiclone subtropical do
Atlântico Sul. Às vezes recebem pistas enormes com ventos de sudeste, formadas ao
longo de frentes polares, que se associam aos ventos alísios originando ondas de E-
SE. Conforme Abaurre et al. (2004), as ondas de N-NE chegam a zona costeira com
alturas de 1 m e períodos de 5 s ou menos, já as ondas de E-SE possuem alturas em
torno de 1,5 m e períodos de 6 a 7 s nesta zona.
14
EMILSON, I. The shelf and coastal waters off Southern Brazil. Boletim do Instituto Oceanográfico da
Universidade de São Paulo. São Paulo, n.17, vol.2, p.101–112. 1961.
85
15
acima de 36 ups. A ACAS, segundo Miranda (1985 apud CIRANO et al., 2006),
apresenta temperaturas superiores a 6°C e inferiores a 20°C, além de salinidades entre
34,6 e 36 ups. Sua origem se dá na zona de confluência da CB com a Corrente das
Malvinas. Segundo alguns autores como Brasil (1989) e Silva (2006), ocorre uma
intrusão em sub-superfície da Água Central do Atlântico Norte (ACAN) na costa Norte,
em região próxima ao Amapá.
Estas massas d‟águas podem ocupar níveis de profundidade diferentes ao longo
da costa em estudo, por isso uma representação por faixas isopicnais de suas
ocorrências seria mais realista. Porém para efeito de definição de limites generalizados
de profundidade, pode-se adotar níveis fixos conforme modelo proposto por Cirano et
al. (2006): 0 a 116 m para AT e, 116 a 657 m para ACAS. Neste trabalho também será
usado para fins de ilustração, níveis fixos de profundidade para as águas profundas
segundo valores propostos por Cirano et al. (2006).
Por sobre a plataforma continental, próxima a zona costeira, existe a Água
Costeira (AC), que possui salinidade próxima de 33 ups e temperatura superior a 28°C.
Conforme Silva (2006), ela é basicamente uma mistura das águas superficiais
oceânicas com fluxo de água continental que chega ao ambiente marinho. Deste modo,
sua presença é marcante em zonas costeiras que recebem aporte considerável de
descarga fluvial.
15
MIRANDA, L. B. Forma de correlação T-S de massa de água das regiões costeira e oceânica entre o Cabo de
São Tomé (RJ) e a Ilha de São Sebastião (SP), Brasil. Boletim do Instituto Oceanográfico da Universidade de
São Paulo. São Paulo, n.33, vol.2, p.105–119, 1985.
86
16
SVERDRUP, H.U.; JOHNSON, M.W.; FLEMING, R.H. The oceans: their physics, chemistry and general
biology. Englewood Cliffs, Prentice-Hall Inc. 1942. 1087 p.
17
MÜLLER, T.J.; IKEDA, Y.; ZANGENBERG, N.; NONATO, L.V.. Direct measurements of the western boundary
currents between 20◦S and 28◦S. J. Geophys. Res. 103(C3): 5429–5437. 1998.
87
47°23‟42”W, verificou que a temperatura da água costeira oscilou entre 28,1 e 28,9°C,
enquanto que na AT o intervalo de temperatura encontrado foi de 24,8 a 27,9°C. Nos
estudos de Silva (2000) na região limitada por 1°53,58‟N e 2°17,35‟N e 48°55,02‟W e
48°00,86‟W, a temperatura superficial do mar (TSM) observada ficou entre 28,82 e
27,10°C. Frazão (2001) obteve valores de TSM variando de 28,60°C a 27,40°C na área
entre as latitudes de 0°80‟S e 2°20‟S e longitudes de 44°40‟W e 43°25‟W.
Em Brasil (1987) é relatada a observação de temperaturas de até 29,14°C na
superfície e de até 27,85°C na profundidade de 12 m em regiões da zona costeira da
Bahia entre as latitudes de aproximadamente 13° e 14°S e longitudes em torno de
38°30‟ e 38°40‟W. Por outro lado, Dardengo e Silva (1998), trabalhando com dados
pretéritos de parâmetros oceanográficos físicos da costa Central em condições de
primavera, encontraram uma TSM máxima de 26,5°C.
Em Silva, Araújo e Bourlès (2005), a análise de dados de três cruzeiros
oceanográficos, realizados na ZEE-NO entre 2,5°S e 7°N e 46°W e 51°W, indica as
presenças da AC com temperaturas entre 26 e 28,87°C e da AT com temperaturas
superiores a 18°C (Fig. 15). No trabalho citado, também foi encontrada a AIA que
apresentou temperaturas entre 4,92 e 5,90°C, sendo que seu topo, dependendo da
época e do ponto geográfico, podia ser encontrado em profundidades por volta de 400
a 600 m (Fig. 15). Montes (2003), baseado em dados das comissões ZEE-NE (I a IV)
mais os da Operação Nordeste III da Marinha brasileira, verificou que em áreas da ZEE-
NE entre as latitudes de aproximadamente 5° e 13°S, a TSM oscilou de 26,1°C
(inverno e primavera) a 29, 2 °C (outono). Montes (2003) também analisou a
temperatura na profundidade de 500 a 600 m, encontrando valores em torno de 9 a
14°C.
90
Conforme Smith (1987), o fluido de trabalho pode agir como biocida para os peixes
locais bem como para a população planctônica. Levrat (2004), embora sem apontar
dados quantitativos, destaca que essa ação prejudicial ao ecossistema só ocorreria
caso a quantidade do fluido de trabalho liberado para o ambiente marinho fosse
considerável. Deste modo, tubos de material apropriado para circulação do fluido de
trabalho além de manutenção preventiva do sistema OTEC minimizariam esse risco.
Se o ciclo escolhido for o aberto ou misto e havendo interesse na produção de
água dessalinizada, uma questão a ser levantada é destino dos resíduos químicos
resultantes dessa operação. Segundo Pantell et al.(1993) efluentes de usinas de
dessalinização podem conter além dos sais marinhos, substâncias como biocidas,
substâncias anti-formação de escamas e outras usadas na limpeza das tubulações.
Desta forma o processo de dessalinização a partir de um sistema OTEC precisa ser
avaliado quanto à natureza dos efluentes para a escolha de tratamento adequado antes
dos mesmos serem lançados no ambiente, sob pena de prejuízos ao ecossistema
marinho local.
No item 6.3 foi relatado o uso de agente anti-incrustante nas estruturas de
sistemas OTEC, principalmente para impedir a redução da eficiência dos permutadores
de calor em sistemas de ciclo fechado. Wilde (1981) afirma que dependendo da
concentração desses biocidas, seu lançamento no ambiente marinho pode afetar os
organismos presentes. Esse risco é aumentado quando o anti-incrustante usado é o
cloro e fluido de trabalho é a amônia. No caso de combinação acidental dessas duas
substancias, ocorre sinergia entre ambas originando compostos ainda mais tóxicos para
os organismos existentes no meio. Contudo Vega (1999) afirma que a quantidade de
cloro utilizada em sistemas OTEC é inferior a 10% dos limites (máximo de 0,5 mg/l) da
Agencia de Proteção Ambiental (EPA) do Governo americano.
Outro impacto ao ambiente marinho a ser considerado é a possibilidade de íons
metálicos e partículas de escama provenientes de corrosão nos permutadores de calor
(SANDS, 1979; VEGA, 1999; WILDE, 1981). Para Wilde (1981), estes íons e partículas
poderiam ter efeitos tóxicos diretos sobre organismos marinhos ou de longo prazo
através da sua incorporação ao seu suprimento alimentar particulado de modo a sofrer
bioacumulação nesses organismos.
99
1985; SMITH, 1987; VEGA, 1999; WILDE, 1981). Organismos sugados sofrerão
colisão com telas existentes para evitar entupimento na tubulação de entrada de água
do mar. Os que passarem pelas telas serão aprisionados no fluxo de água dentro da
usina OTEC, onde sofrerão abrasão mecânica, variações de temperatura e pressão,
além de cloração proveniente do tratamento anti-incrustante.
A mortalidade dos organismos nesses processos é estimada em valores próximos
18
de 100% (SANDS , 1980 apud ROSE, 1985; SMITH, 1987). Segundo Smith (1987)
levando em conta que larvas e ovos de peixes e de outras espécies junto com
organismos planctônicos adultos estão presentes nas camadas quentes superficiais,
essa mortalidade é um grande problema especialmente em áreas com alta
produtividade biológica como segundo Muehe e Garcez (2005) é a costa Norte.
Para Rose (1985) existe ainda o que ele chama de aprisionamento secundário.
Certa quantidade da água do mar presente na área de lançamento da água usada pelo
sistema OTEC, através de mistura turbulenta, se tornará parte da pluma de descarga.
Organismos podem ser capturados nesta pluma e sentirem os efeitos da variação de
temperatura e de cloro residual.
Finalmente, há uma questão que extrapola o nível regional, embora com possíveis
reflexos nele, que precisa ser avaliada num foro apropriado se no futuro usinas OTEC
forem largamente utilizadas nos oceanos. Devido aos grandes volumes de água do mar
utilizados nos sistemas OTEC, é preciso limitar o numero dessas usinas e/ou o volume
usado de água por elas sob pena de comprometimento da circulação termohalina
oceânica. Conforme Club des argonautes (2006), a literatura técnica aponta o valor de
10 TW como potência elétrica teórica global dos sistemas OTEC o que levaria ao
bombeamento de 25 Sv19 de água do mar fria. Este valor é próximo daquele resultante
de todas as ocorrências de ressurgência natural (30 Sv). Assim o pleno uso dessa
capacidade teórica de potência teria efeitos sobre a dinâmica do oceano e sua
interação com a atmosfera trazendo conseqüentes impactos para os padrões climáticos
18
Sands, M. D. Ocean thermal energy conversion (OTEC) programmatic environmental analysis. Berkeley:
Lawrence Berkeley Laboratory, 1980. vol. 1. 213 p.
19 6 3
1Sv=10 m /s
101
9 DISCUSSÃO
Uma vantagem do sistema OTEC sobre a maior parte das energias renováveis é
que ele pode funcionar de maneira contínua, pois, o recurso termal dos oceanos
garante que esta fonte de energia esteja disponível dia e noite, com pequenas
variações do verão para o inverno (AVERY; WU, 1994; WORLD ENERGY COUNCIL,
2001). Do ponto de vista puramente termodinâmico, é inegável o potencial teórico da
OTEC para suprir ao menos parcialmente as demandas energéticas crescentes da
sociedade industrial.
Entretanto as estimativas desse potencial vêm sofrendo correções ao longo do
tempo. Como foi visto na tabela 1 no item 4, Constans 1 (1979 apud Neshyba,1987)
indica o fabuloso valor de 40.000 TW. Este valor, no entanto, foi reduzido à medida que
20 21
outros trabalhos sobre o assunto foram realizados. Nihous (2005 ; 2007 apud
20
NIHOUS, G. C. An order-of-magnitude estimate of Ocean Thermal Energy Conversion
(OTEC) resources. Journal of Energy Resources and Technology. Estados Unidos, v. 4, n.127, p. 328-333. 2005.
21
NIHOUS, G. C.. A preliminary assessment of Ocean Thermal Energy Conversion.(OTEC) resources. Journal of
Energy Resources and Technology. Estados Unidos, v. 1, n.129, p.10-17. 2007.
102
considerada oligotrófica. Montes ( 2003 ) estudando a ZEE brasileira entre 5°S e 14°S
concluiu que a região apresenta baixa produtividade de biomassa primária. Todavia,
existem áreas de ressurgências com grande valor pesqueiro como as descritas por
Okuda e Cavalcanti 22(1963 apud MONTES, 2003) a nordeste de Natal-RN. Já Muehe e
Garcez (2005) consideram que o setor de maior valor pesqueiro desta área está
localizado na ZEE adjacente ao Piauí, Ceará e à região norte do rio Grande do Norte
(Noroeste do cabo Calcanhar).
Assim, aparentemente a área mais apropriada para instalação de sistemas OTEC
na área em estudo está de acordo com a sugerida por Takahashi e Trenka23 (1996
apud CREWS, 1998) que compreende um setor com extensão de 1.100 km do norte de
Natal-RN ao sul de Salvador-BA.
Portanto, os cálculos aproximados sobre a potência líquida disponível na área em
estudo precisam ser refeitos:
Área disponível: 1.100 km x 200 m.n. x 1, 852 km/m.n. = 407.440 km2.
Limite mínimo: 407.440 km2 x 30 kW/km2 ≈ 12,2 GW.
Limite máximo: 407.440 km2 x 80 kW/km2 ≈ 32,6 GW.
Estes valores são cerca de um quarto dos limites calculados baseado apenas no
ponto de vista termodinâmico. Mesmo assim, tomando como referência o limite máximo
calculado, a potência disponível é maior que um terço da capacidade instalada das
centrais de geração de energia elétrica do Brasil em 2005 (93,2 GW), incluindo centrais
de serviço público e autoprodutoras segundo dados de Brasil (2006).
Deste modo, teoricamente, o potencial OTEC na área em estudo não é irrelevante.
Porém, como pode ser observado no item 6.3, o grande obstáculo a ser superado é o
de ordem econômica. O custo de instalação de um sistema OTEC é de 6 a 7 milhões de
US$ de 1999 segundo a tabela 3 para uma usina de 1 MW de potência bruta, com o
custo da eletricidade gerada igual a 189 US$ de 1999/MWh, que transformado para
reais, com o cambio atual e sem levar em conta a taxa de depreciação do dólar,
resultaria em R$328,3 /MWh.
22
OKUDA, T; CAVALCANTI, L. B. Algumas condições oceanográficas na área Nordeste de Natal.
Trabalhos do Instituto Oceanográfico. Recife, v. 3-4, n. 1, p. 3-25. P. 1963.
23
TAKAHASHI, P.; TRENKA, A. Ocean Thermal Energy Conversion. Nova Iorque: John Wiley & Sons ,
1996. 96 p.
105
que a água hoje utilizada nas grandes cidades do nordeste pudesse ser usada no
Semi-Árido.
Sistemas OTEC para essa finalidade não forneceriam eletricidade; a energia
produzida serviria apenas para bombeamento da água do mar e da água dessalinizada.
Deste modo, estes sistemas poderiam operar com menor diferença de temperatura
entre o evaporador e o condensador do que aquela necessária para uma usina OTEC
geradora de eletricidade como descrito em Johnson (2006); Vega, (1999). Neste caso,
haveria diminuição de custos com a necessidade de tubulações menores.
A longo prazo, um mercado para a potência OTEC disponível na ZEE do setor
Natal-Salvador, poderia ser a obtenção de produtos como amônia para fertilizantes, ou
combustíveis como hidrogênio. Van Ryzin et al. (2005) concluíram que sistemas OTEC
são os mais viáveis técnica e ambientalmente para a produção em larga escala de
hidrogênio combustível. Neste estudo, estes autores afirmam que a produção anual de
40 milhões de toneladas desse combustível necessitaria de uma potência de 216 GW a
partir de sistemas OTEC. Assim, esta área em estudo tem possibilidades de tomar parte
num futuro mercado de hidrogênio combustível.
Por último, um sistema de co-geração OTEC/usina a carvão poderia dar uma
utilidade para plataformas abandonadas de petróleo, onde a usina a carvão seria a
principal geradora de potência, enquanto o sistema OTEC ficaria responsável pelo
seqüestro de CO2 (MASUTANI; TAKAHASHI,24 1998 apud TAKAHASHI, 2003). Dentro
dessa perspectiva, estudos poderiam ser feitos para verificar a viabilidade técnica,
financeira e ambiental de que apenas sistemas OTEC fossem adaptados nas
plataformas abandonadas.
24
MASUTANI, S.; TAKAHASHI, P. Proceedings of the International Ocean Alliance Floating Platform
Summit, for the Hawaii State Legislature, Honolulu, 3-5 dez. 1998.
107
10 CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
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PETROBRÁS/CEPEMAR – Serviços de consultoria em meio ambiente Ltda. 2004. Disponível em:
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®
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