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PRÓPTIA

RETALHOS DO
EVAGELHO
AFABILIDADE E A DOÇURA

António Martinho Fernandes


2008

Fonte: Evang. Seg. O Espiritismo., IX: 6 & 7


a) AFABILIDADE E A DOÇURA 1
b) A PACIÊNCIA

A AFABILIDADE E A DOÇURA

6. A benevolência para com os seus semelhantes, fruto do amor ao próximo, produz a afabilidade e a
doçura, que lhe são as formas de manifestar-se. Entretanto, nem sempre há que fiar nas aparências. A educação
e a frequentação do mundo podem dar ao homem o verniz dessas qualidades. Quantos há cuja fingida bonomia
não passa de máscara para o exterior, de uma roupagem cujo talhe primoroso dissimula as deformidades
interiores! O mundo está cheio dessas criaturas que têm nos lábios o sorriso e no coração o veneno; que às
brandas, desde que nada as agaste, mas que mordem à menor contrariedade; cuja língua, de ouro quando falam
pela frente, se muda em dardo peçonhento, quando estão por detrás

A essa classe também pertencem esses homens, de exterior benigno, que, tiranos domésticos, fazem que
suas famílias e seus subordinados lhes sofram o peso do orgulho e do despotismo, como a quererem desforrar-
se do constrangimento que, fora de casa, se impõem a si mesmos. Não se atrevendo a usar de autoridade para
com os estranhos, que os chamariam à ordem, acham que pelo menos devem fazer-se temidos daqueles que
lhes não podem resistir. Envaidecem-se de poderem dizer: "Aqui mando e sou obedecido", sem lhes ocorrer que
poderiam acrescentar: "E sou detestado."

Não basta que dos lábios manem leite e mel. Se o coração de modo algum lhes está associado, só há
hipocrisia. Aquele cuja afabilidade e doçura não são fingidas nunca se desmente: é o mesmo, tanto em
sociedade, como na intimidade. Esse, ao demais, sabe que se, pelas aparências, se consegue enganar os
homens, a Deus ninguém engana. - Lázaro. (Paris, 1861.)

A PACIÊNCIA

7. A dor é uma bênção que Deus envia a seus eleitos; não vos aflijais, pois, quando sofrerdes; antes,
bendizei de Deus onipotente que, pela dor, neste mundo, vos marcou para a glória no céu.

Sede paciente. A paciência também é uma caridade e deveis praticar a lei de caridade ensinada pelo
Cristo, enviado de Deus. A caridade que consiste na esmola dada aos pobres é a mais fácil de todas. Outra há,
porém, muito mais penosa e, conseguintemente, muito mais meritória: a de perdoarmos aos que Deus colocou
em nosso caminho para serem instrumentos do nosso sofrer e para nos porem à prova a paciência.

A vida é difícil, bem o sei. Compõe-se de mil nadas, que são outras tantas picadas de alfinetes, mas que
acabam por ferir. Se, porém, atentarmos nos deveres que nos são impostos, nas consolações e compensações
que, por outro lado, recebemos, havemos de reconhecer que são as bênçãos muito mais numerosas do que as
dores. O fardo parece menos pesado, quando se olha para o alto, do que quando se curva para a terra a fronte.

Coragem, amigos! Tende no Cristo o vosso modelo. Mais sofreu do que qualquer de vós e nada tinha de
que se penitenciar, ao passo que vós tendes de expiar o vosso passado e de vos fortalecer para o futuro. Sede,
pois, pacientes, sede cristãos. Essa palavra resume tudo. - Um Espírito amigo. (Havre, 1862.)

PONDERAÇÕES DO AUTOR:

Jesus sugeriu: ‘sede perfeitos’,2 que quer dizer na realidade que procuremos nos esforçar para a perfeição,
para o progresso e evolução espiritual e a nossa transformação interior para o bem, pois o que interessa, não é o
valor que os outros dêem a nós, mas o valor que o espírito em nós tenha; não o parecer ser uma pessoa de bem,
mas ser realmente uma pessoa de bem e transformada, de caráter moral e ser pacífico no nosso viver.

1
Estudo feito no Centro Espírita, Joana d’Arc, a 02/ 09/ 2008.
2
Mateus, V: 48.

2
O cristão é uma pessoa de paz, pois recebe de Jesus a representação da paz, pois Jesus disse: ‘Minha
paz eu vos dou’,3 somos herdeiros dessa paz, pois sabemos que não somos deste mundo, pois se o fossemos,
só pensaríamos na vida material e não teríamos esperança básica da vida espiritual do futuro de nossa alma,
pois isso pouco nos interessaria, pois que só da matéria sem o interesse espírito.

Na matéria viveríamos, viveríamos cegamente, da matéria, pela matéria até a morte nos vir buscar.

Mas, isto não é o caso do espírita, pois que ser espírita ou cristão é a mesma coisa, 4 concordando-se que
a moral espírita é a do Cristo Jesus e o modelo da nossa vida é obviamente também Jesus.

A diferença de sermos espíritas é porque aceitamos a reencarnação, a graduação espiritual, assim como a
graduação dos mundos na sua multiplicidade, etc.

O Espiritismo também aceita a evolução do espírito que ascende de grau em grau, ao passo que muitos
pensam diferentemente.

Ora se fosse para continuarmos na mesma graduação, Jesus não sugeria: ‘sede perfeitos’.

Nós sabemos que as instituições religiosas acreditam que estamos perdidos e que precisamos de
salvação; essa salvação o Espiritismo sugere, que é devido à ignorância; daí a necessidade de sair de um
estado inferior para um estado superior, por esforço e merecimento, pois é: ‘a cada um segundo suas obras’, ‘o
pai não pagará pelos pecados dos filhos’.

Mas diz-se: Por que nos pedem afabilidade e a doçura, a benevolência para com os semelhantes, quando
há tanta maldade no mundo, e hoje em dia está na moda a televisão mostrar muitas maldades, que houve no
mundo, tais como: Inquisição religiosa, torturas políticas, torturas de prisioneiros na segunda guerra etc.

Onde está o amor que Jesus ensinou! O que vai acontecer aos homens que fizeram ou fazem outros
sofrer! Difícil de entender, e como entender!

Bem, cada um responderá por si, Jesus disse que: ‘haverá muitos que receberão muitos açoites e muitos
que receberão poucos açoites’,5 é em conformidade com a lei de causas e efeitos, todos sejam bons ou maus
respondem pela lei de causas e efeitos.

Jesus falou que: ‘a medida que dermos é a medida que nos será dada’.6

Não é que Deus seja como um vigilante a nos observar e anotar os detalhes de nossa vida, embora nós
digamos: ‘Deus está vendo’, não necessariamente, pois tudo o que nos acontece é registrado em nossa
consciência ou perispírito e não é esquecido. Hoje em dia já temos como compreender um pouco sobre esse
enigma, vendo como um computador grava num CD alguns dados e passado tempo de esquecimento o CD
mostra todos os detalhes da gravação.

O porquê dos homens reagirem em maldade ou de mal agrado uns para com os outros em vez de amarem
uns aos outros; a doutrina Espírita nos adianta que o egoísmo e o orgulho são as mazelas do mundo, que
contribuem para a ganância, para a intolerância, para a inveja, para o egoísmo em multiforme, para o ódio, para
a vingança, para muitos males em que a ambição conduz etc.

**********

3
João, XIV: 27.
4
Evangelho Segundo o Espiritismo, V: 10.
5
Lucas, XII, 47,48.
6
Mateus, VII: 20.

3
Vejamos o XV capitulo do Evangelho Segundo o Espiritismo, item, 3

3. “Toda a moral de Jesus se resume na caridade e na humildade, isto é, nas duas virtudes contrárias ao
egoísmo e ao orgulho. Em todos os seus ensinos, ele aponta essas duas virtudes como sendo as que conduzem
à eterna felicidade: Bem-aventurados, disse, os pobres de espírito, isto é, os humildes, porque deles é o reino
dos céus; bem-aventurados os que têm puro o coração; bem-aventurados os que são brandos e pacíficos; bem-
aventurados os que são misericordiosos; amai o vosso próximo como a vós mesmos; fazei aos outros o que
quereríeis vos fizessem; amai os vossos inimigos; perdoai as ofensas, se quiserdes ser perdoados; praticai o
bem sem ostentação; julgai-vos a vós mesmos, antes de julgardes os outros. Humildade e caridade, eis o que
não cessa de recomendar e o de que dá, ele próprio, o exemplo. Orgulho e egoísmo, eis o que não se cansa de
combater. E não se limita a recomendar a caridade; põe-na claramente e em termos explícitos como condição
absoluta da felicidade futura.

No quadro que traçou do juízo final, deve-se, como em muitas outras coisas, separar o que é apenas
figura, alegoria. Há homens ainda incapazes de compreender as questões puramente espirituais, tinha ele de
apresentar imagens materiais chocantes e próprias a impressionar. Para melhor apreenderem o que dizia, tinha
mesmo de não se afastar muito das idéias correntes, quanto à forma, reservando sempre ao porvir a verdadeira
interpretação de suas palavras e dos pontos sobre os quais não podia explicar-se claramente. Mas, ao lado da
parte acessória ou figurada do quadro, há uma idéia dominante: a da felicidade reservada ao justo e da
infelicidade que espera o mau.

Naquele julgamento supremo, quais os considerandos da sentença? Sobre que se baseia o libelo?
Pergunta, porventura, o juiz se o inquirido preencheu tal ou qual formalidade, se observou mais ou menos tal ou
qual prática exterior? Não; inquire tão-somente de uma coisa: se a caridade foi praticada, e se pronuncia assim:
Passai à direita, vós que assististes os vossos irmãos; passai à esquerda, vós que fostes duros para com eles.
Informa-se, por acaso, da ortodoxia da fé? Faz qualquer distinção entre o que crê de um modo e o que cru de
outro'? Não, pois Jesus coloca o samaritano, considerado herético, mas que pratica o amor do próximo, acima do
ortodoxo que falta com a caridade.

Não considera, portanto, a caridade apenas como uma das condições para a salvação, mas como a
condição única. Se outras houvesse a serem preenchidas, ele as teria declinado. “Desde que coloca a caridade
em primeiro lugar, é que ela implicitamente abrange todas as outras: a humildade, a brandura, a benevolência, a
indulgência, a justiça, etc., e porque é a negação absoluta do orgulho e do egoísmo.”

*********

A compreensão da vida espiritual modifica o homem, no entendimento de que sua vida futura é espiritual;
sim, morre o homem, mas sua vida continua o modo com que viveu ou que viva influi no seu futuro espiritual,
pois nossas obras nos seguem.

“Para nossa compreensão e advertência futura, Jesus explicou: ‘Havia um homem rico que viveu
egoisticamente e ignorava um pobre coitado que mendigava à sua porta, ambos morreram e o rico sofreu as
conseqüências na vida espiritual de uma vida mal vivida”.7

Sim, vivamos ao melhor que se possa, por que esta vida exige muitíssimo de nós para nossa
sobrevivência no que este mundo requer, tais como: olhar pelo corpo, pela alimentação, pelo vestir
agasalhadamente e abrigar-se das intempéries e meio ambientes difíceis. Porém, vivamos em concordância com
a noção de que somos espíritos que estamos aqui neste mundo temporariamente, e que moralmente somos
responsáveis uns pelos outros, daí, já de longe vem: ‘Não roubarás, não matarás’; 8 e, obviamente, não fazer ao
próximo o que não queremos que outros nos façam, vivendo em paz e amor, porque ‘fora da caridade não há
salvação’.

7
Lucas, XVI: 19-31
8
Êxodo, XX.

4
Perguntaram a Jesus, que fazer para ganhar a vida eterna; Jesus respondeu que é: ‘amar a Deus sobre
todas as coisas e ao próximo como a si mesmo’. Certamente isso quer dizer que cada qual é responsável por si.

No entanto, como fica complicado a vida futura por medo de encararmos esse futuro que se situa no Além
em virtude da pregação de muitos religiosos sobre ‘o céu e o inferno’. Principalmente sobre o inferno, pintado
com muitas cores e pinceladas, ao que o povo, em geral, fica apavorado e condicionado nesses medos, que faz
com que o número dos que não gostam de religião, que se entregam ao cepticismo, venha aumentando
progressivamente. Sabemos disso; reconhecemos também que o medo do futuro produz o medo da morte.

*******

Vejamos no livro ‘O céu e o Inferno’, I parte, capitulo II: item,, 3:

TEMOR DA MORTE

3. – “À proporção que o homem compreende melhor a vida futura, o temor da morte diminui; uma vê esclarecida
a sua missão terrena, aguarda-lhe o fim calma, resignada e serenamente. A certeza da vida futura dá-lhe outro
curso às idéias, outro fito ao trabalho; antes dela nada que se não prenda ao presente; depois dela tudo pelo
futuro sem desprezo do presente, porque sabe que aquele depende da boa ou da má direção deste. A certeza de
reencontrar seus amigos depois da morte, de reatar as relações que tivera na Terra, na perder um só fruto do
seu trabalho, de engrandecer-se incessantemente em inteligência, perfeição, dá-lhe paciência para esperar e
coragem para suportar as fadigas transitórias da vida terrestre.

“A solidariedade entre vivos e mortos faz-lhe compreender a que deve existir na Terra, onde a fraternidade
e a caridade têm desde então um fim e uma razão de ser, no presente como no futuro”.

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Certamente o medo da morte ajuda o homem a frear suas más tendências e procurar ser melhor pessoa,
no entanto no livro de Allan Kardec, ‘O Céu e o Inferno’ I parte, capitulo, II: item, 10. Diz:

Por que os espíritas não temem a morte

10. – “A Doutrina Espírita transforma completamente a perspectiva do futuro. A vida futura deixa de ser uma
hipótese para ser realidade. O estado das almas depois da morte não é mais um sistema, porém o resultado da
observação. Ergueu-se o véu; o mundo espiritual aparece-nos na plenitude de sua realidade prática; não foram
os homens que o descobriram pelo esforço de uma concepção engenhosa, são os próprios habitantes desse
mundo que nos vêm descrever a sua situação; aí os vemos em todos os graus da escala espiritual, em todas as
rases da felicidade e da desgraça, assistindo, enfim, a todas as peripécias da vida de além-túmulo. Eis aí por que
os espíritas encaram a morte calmamente e se revestem de serenidade nos seus últimos momentos sobre a
Terra. Já não é só a esperança, mas a certeza que o conforta; sabem que a vida futura é a continuação da vida
terrena em melhore condições e aguardam-na com a mesma confiança com que aguardariam o desponta do Sol
após uma noite de tempestade. Os motivos dessa confiança decorrem, outrossim, dos fatos testemunhados e da
concordância desses fatos com a lógica com a justiça e bondade de Deus, correspondendo às íntimas
aspirações da Humanidade

Para os espíritas, a alma não é uma abstração; ela tem um corpo etéreo que define ao pensamento, o qu
muito é para fixar as idéias sobre a sua individualidade aptidões e percepções. A lembrança dos que nos são
caros repousa sobre alguma coisa de real. Não se nos apresentam mais como chamas fugitivas que nada falam
a pensamento, porém sob uma forma concreta que antes no-los mostra como seres viventes. Além disso, em vez
de perdidos nas profundezas do Espaço, estão ao redor de nós; o mundo corporal e o mundo espiritual
identificam-se em perpétuas relações assistindo-se mutuamente.

5
“Não mais permissível sendo a dúvida sobre o futuro, desaparece o temor d morte; encara-se a sua
aproximação a sangue-frio, como quem aguarda a libertação pela porta da vida e não do nada.”

**********

O medo de morrer, é mais pelo medo do desconhecido, porém a Doutrina Espírita não tem dúvida
nenhuma sobre a continuação da vida de uma forma natural em seqüência.

Também todas as religiões apontam que a alma não morre com o corpo, mas o sobrevive, só que a
Doutrina Espírita, nos instrui que realmente o espírito não só sobrevive à morte do corpo, como pré-existe à sua
encarnação, enfatizando que a reencarnação é necessária à evolução e progresso do Espírito.

Sendo assim, se pergunta: ‘Como pode o Espírito que é imortal viver em harmonia no seu Universo entre
dois Mundos: O material e o espiritual!’

Sim, muito depende de si mesmo a sua integração feliz, seja no mundo material, seja no mundo espiritual;
de modo que para conviver em harmonia com todos os seres nos dois mundos ele precisa de uma chave, e por
melhor, ele precisa de uma ‘chave-mestra’ , daí, poder entrar em todas as Igrejas, Centros Espirituais, Templos,
Congregações Espirituais ou o equivalente nos dois mundos; revelando-se que essa chave é ‘o amor’.

Falando-se de o amor; a água seja em que país for, é sempre água – não há água brasileira nem água
deste ou daquele país, pois água é água, é a água que refresca, é a água que mata a sede, é a água que lava, a
água propriamente dita é a vida, assim é o amor. 9

Do mesmo jeito os fluidos que nós passamos uns aos outros são, por essência, iguais, e os fluidos dos
médiuns são iguais a quaisquer outros, só que recebem a influencia da fé ou vontade do médium, assim como
recebe a influencia própria de cada um, pois, somos todos mais ou menos médiuns, embora haja uma vasta
variedade, 10 assim é o amor.

No amor a mãe passa a seus filhos esse fluido de amor e carinho, o filho também passa para a mãe esse
mesmo fluido de carinho e amor que é aumentado quando peça a ajuda do além. 11

O amor é vida, e, como Jesus era o maior exemplo do amor, Ele disse: ‘eu sou o caminho, a verdade e a
vida’.12 Sim, o amor é vida, e constante disso Jesus disse: ‘Amai-vos uns aos outros como eu vos amei’, 13 eis a
chave! ‘Chave-mestra’, diremos, pois que com o amor todo o Universo se abre, e no amor está nossa salvação,
pois como diz Allan Kardec: ‘Fora da caridade não há salvação’.14

Pois então já temos a chave, e por melhor ainda, já temos a chave-mestra, que é o amor; vamos usá-la?
Pois seja, por pouco que nós amemos, estamos a usá-la, e se não amarmos a chave enferruja, e se isso
acontecer, só o óleo de amor que vem de Deus a pode desenferrujar, e para isso temos que orar e expor a Deus
com sinceridade nosso coração.

Vivamos pois, então, poupando tudo na vida, mas não poupemos o amor uns pelos outros, nisso sejamos
extravagantes e temos um bom incentivo: ‘é dando que se recebe’.15

Oh que fé e esperança o espírita deve ter, louvado seja Deus!


9
Livro dos Médiuns, IX: 131.
10
Livro dos Médiuns, XV: 159-177.
11
Livro dos Médiuns, XIV: 176/2
12
João, XIV: 6.
13
João, XV: 12.
14
Evang. Seg. O Espiritismo, XV: 10.
15
Lucas, VI: 38. – Mateus, XIII: 12; 25:29.

6
A afabilidade e a doçura e a paciência estão imbuídas no amor, pergunta-se?

Sim! São virtudes pertinentes ao amor, e de virtude em virtude o nosso amor se completa relativamente
O Sol é grande mas faz brotar uma pequena flor.

Deus é infinito em amor,16 mas faz brotar nosso pequeno amor!


Que Deus seja conosco assim como outrora, hoje e sempre.

Jesus sugeriu: ‘sede perfeitos’,17 que quer dizer na


realidade,
Que procuremos nos esforçar para a perfeição,
Para o progresso e evolução espiritual,
E a nossa transformação interior para o bem,
Pois o que interessa, não é o valor que os outros
dêem a nós, mas o valor que o espírito em nós tenha;
não o parecer ser uma pessoa de bem,
Mas ser realmente uma pessoa de bem e
transformada,
De caráter moral e ser pacífico no nosso viver.
O cristão é uma pessoa de paz,
Pois recebe de Jesus a representação da paz,
Pois Jesus disse: ‘Minha paz eu vos dou’,18
Somos herdeiros dessa paz, pois sabemos que não
somos deste mundo,
Pois se o fossemos, só pensaríamos na vida material
e não teríamos esperança básica da vida espiritual do
futuro de nossa alma,

16
I João, IV: 8.
17
Mateus, V: 48.
18
João, XIV: 27.

7
Pois isso pouco nos interessaria, pois que só da
matéria sem o interesse espiritual viveríamos,
viveríamos cegamente na matéria, da matéria,
Pela matéria até a morte nos vir buscar.
Mas, isto não é o caso do espírita,
Pois que ser espírita ou cristão é a mesma coisa, 19
concordando-se que a moral espírita é a do Cristo Jesus
e o modelo da nossa vida é obviamente também
Jesus.20

19
Evangelho Segundo o Espiritismo, V: 10.
Extrato do estudo ‘Afabilidade e a Doçura’, dado por Martinho no Centro Espírita Joana
d’Arc,
Situado à rua Capitão Salustiano, RJ. a 02/ 09/ 2008.
20
Livro dos Espíritos, questão, 625.

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