You are on page 1of 11

Centro Apologético Cristão de Pesquisas - CACP

A FARSA QUE ESTÁ POR TRÁS DA PROGRAMAÇÃO NEUROLINGÜISTICA

Por LUIZ CARLOS APARÍCIO


www.icp.com.br

O sucesso não ocorre por acaso. O que é sucesso? O que é felicidade? O que é sorte? Por
que algumas pessoas fazem sucesso na vida e outras não? Como alcançar o sucesso? Qual o
segredo das pessoas bem-sucedidas? São perguntas como essa que a Programação
Neurolingüistica – PNL, também conhecida como Ciência do Sucesso, tenta responder;
seduzindo milhares de pessoas em todo o mundo, inclusive os cristãos evangélicos.

Segundo esse movimento, as técnicas ensinadas em seus cursos possibilita o aluno a


aumentar sua capacidade cerebral e alcançar que realmente deseja na vida, ou seja, o
sucesso. Dizem os seus mentores: “A vida que você leva foi criada por você, então é
sempre possível transformá-la para melhor”, “O sucesso está em suas mãos”, “Há uma
força especial dentro de você”, “Aprenda a usá-la em seu benefício”, “Ouse fazer e o poder
lhe será dado”. E completam: “Você pode mudar sua vida. É simples, mas não é fácil,
depende apenas de você”.

Entre todos os ensinamentos da Programação Neurolingüistica destacamos algo que nos


parece central na discussão do tema. Segundo esse movimento, a palavra CRISE, em
chinês, tem dois significados: “perigo” e “oportunidade”. É você quem escolhe qual
significado adotará. Exemplificam: “Quando você ouvir falar em crise, pense em tirar o S
da palavra. Você terá a poderosa palavra CRIE, do verbo criar, ser criador. Ou coloque um
traço vertical sobre o S, e logo você tem um cifrão Cri$e, traduzindo: “Crie dinheiro”,
“prosperidade”, “sucesso”, enfim...”

Com esta base de ensino, a Programação Neurolingüistica tem-se destacado como o grande
diferencial nos treinamentos de auto-ajuda oferecidos nas escolas, acampamentos,
universidades e em empresas.

Temas de impacto, mas, em princípio, inofensivos, como: “melhore a sua memória”, “auto-
estima”, “motivação”, “qualidade”, “competitividade”, “leitura dinâmica”, “trabalho em
equipe”, “superação”, “sensibilização”, “desenvolvimento de empreendedores”, “aumente
sua capacidade de aprendizagem”, “adaptação a ambientes de constantes mudanças”,
“superação a situação de pressão”, “globalização”, “atendimento”, entre outros, ganham
uma nova conotação seguindo por um caminho totalmente diferente do convencional.

Compreendendo o assunto sistematicamente

Uma técnica utilizada por profissionais de auto-ajuda que visa levar o individuo a confiar
no poder de suas próprias palavras, como fonte motivadora de transformação pessoal,
adquirindo, assim, valores positivos que determinarão o sucesso em todas as ares da vida:
emocional, profissional, financeira, etc. É assim que a Programação Neurolingüistica se
define.
No Brasil, no campo da PNL, o dr. Lair Ribeiro é a figura mais destacada. A filosofia
subjacente a essa técnica é a de que o homem é aquilo que ele pensa. Nisto está imbuída a
idéia de auto-suficiência. A PNL utiliza basicamente as técnicas de Visualização,
Meditação, Intuição, Hipnose ou regressão hipnótica e Confissão Positiva; todas essas
“técnicas” são utilizadas em conjunto.

1. VISUALIZAÇÃO – Visualização na Nova Era é o uso da concentração mental e imagens


dirigidas, as chamadas “directed imagery”, na tentativa de alcançar determinados alvos
físicos, mentais ou espirituais (ocultistas).

A pratica da visualização é antiga e afirma trabalhar de várias formas. Por exemplo, usando
a mente para entrar em contato com a suposta divindade interior ou “eu superior”, os
praticantes alegam que podem manipular a sua realidade pessoal a fim de alcançar os alvos
desejados, tais como boa saúde e aquisição de riquezas.

A visualização é freqüentemente usada combinação com os estados alterados de


consciência ou como meio de se chegar aos mesmos, sendo muitas vezes acompanhada de
meditação ocultista. Ela foi, desde há muito, associadas às religiões e práticas pagãs, como
xamanismo e a meditação xamanista. Ela também é muito utilizada para desenvolver
habilidades psíquicas e na canalização para entrar em contato com “conselheiros interiores”
ou guias espirituais.

O problema básico é que a visualização da Nova Era atribui à mente humana uma condição
divina ou quase divina. Isso não só representa uma grande distorção da natureza humana
como pode também camuflar a manipulação da mente por espíritos, definindo o processo
como um empreendimento natural divino.

O uso da visualização na pratica da saúde pode levar a influencias ocultistas e a problemas


surgidos da negação da realidade por excesso de confiança na mente “divina” da pessoa e
seu suposto poder de cura ou “sabedoria” da saúde. No campo da medicina
(autodiagnóstico físico) e da religião (revelação psíquica), o processo pode produzir a
confiança em dados falsos que resultam em danos físicos ou fraude espiritual. O cristão tem
sua fé bem fundamentada em Deus e, assim, pode não visualizar o futuro, mas se apropriar
dele com a segurança das promessas do Senhor (Hb 11.1).

2. MEDITAÇÃO – A meditação na Nova Era (oriental – ocultista) é praticada por milhares


de pessoas. Em países asiáticos como China, Tibet, Índia, Tailândia etc. ela faz parte do
cotidiano e envolve o controle absoluto ou ajuste da mente com vários propósitos, físicos
ou espirituais (ocultistas).

Os promotores da meditação afirmam que a prática resulta em inúmeros benefícios físicos.


Mas, mesmo que isso seja verdade, os riscos físicos e espirituais os superam. A meditação
afirma trabalhar “imobilizando” a mente ou influenciando-a de qualquer modo. Quem
medita é supostamente capaz de perceber a verdadeira realidade, sua verdadeira natureza, e
a alcançar a verdadeira iluminação espiritual. O dr. Daniel Coleman, autoridade em
meditação e escritor em vários livros, destaca a maioria das formas de meditação praticadas
hoje é ocultista, e que por mais diversos que sejam os nomes, todos esses caminhos propõe
a mesma formula básica numa alquimia (transformação ocultista da natureza) do “eu”.

A meditação da Nova Era usa caracteristicamente a mente de maneira anormal para


reestruturar radicalmente as percepções do individuo, levando-o a apoiar a filosofia e os
alvos ocultistas. Estados de consciência regressivos ou induzidos espiritualmente são
interpretados de maneira errada como estados de consciência “mais elevados” ou “divinos”.

Por exemplo, em muitas formas da pratica da meditação, a possessão espiritual


propriamente dita é interpretada como um tipo de iluminação espiritual; além disso, os
poderes desenvolvidos através da meditação são falsamente interpretados como evidencia
de uma natureza divina latente. Quase todos que fazem meditação infelizmente mão
compreendem os resultados a longo prazo ou as conseqüências dessas práticas.

O fenômeno perigoso e crescente do despertar kundalini mais notados são períodos de


desordem mental severa, incapacidade intelectual, sono profundo por vários dias e
influencias demoníacas.

A filosofia subjacente, o propósito estabelecido, o método físico e o contexto espiritual da


meditação determinam seu trabalho. A meditação bíblica nada tem a ver com esse conceito
e é uma pratica espiritual saudável, mas, repetimos, a maior parte da meditação praticada
hoje envolve métodos ocultistas que podem provocar conseqüências danosas irreversíveis.
Entre elas estão as influencias por espíritos e até possessão demoníaca, assim como várias
formas de danos físicos, psicológicos e espirituais que são cada vez mais relatados na
literatura cristã. “... antes tem seu prazer na lei do Senhor, e na sua lei medita de dia e de
noite” (Sl 1.2).

3. INTUIÇÃO – Intuição segundo a Nova Era é um disfarce para os poderes psíquicos e


ocultos. É freqüentemente pregada em conjunto com a cura, a telepatia, a clarividência, o
diagnóstico psíquico e o espiritismo ocultista. A “intuição” é desenvolvida da mesma
maneira que as habilidades psíquicas (isto é, programas de treinamento envolvendo
meditação, concentração, estados alterados de consciência, etc.). Uma vez desenvolvida, a
pessoa busca suas habilidades intuitivas e confia na orientação e instrução para qualquer
cura ou outras tarefas que devam ser feitas.

O problema básico com a intuição da Nova Era é sua premissa parapsicológica


injustificada: a normalização dos poderes psíquicos como “habilidades intuitivas” latentes a
raça humana. Isso mascara sua verdadeira sua realidade como habilidades sobrenaturais
originárias do mundo dos espíritos. As habilidades ocultistas e os poderes espirituais são,
portanto, internalizados psicologicamente como parte do “potencial humano” latente; a
intuição, por si só, como um processo humano normal, se torna uma capa para o ocultismo,
enquanto a guerra espiritual continua atrás dos bastidores. O ser humano, em sua criação
original, herdou de fato aspectos da natureza divina de seu Criador (Gn 1.27; 2Pe 1.4), mas,
com a queda, foi destituída dessa glória. Jesus afirmou: “Eu sou a videira verdadeira; vós
sois as varas. Quem permanece em mim e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim
nada podes fazer” (Jo 15.5).
Desse modo, distinguir entre os poderes psíquicos ocultista e a intuição normal humana se
torna difícil e até mesmo impossível. De fato, é amedrontador saber que muitos espíritas
confessam não conseguirem distinguir a diferença de seu guia espiritual sobre sua mente e
inspiração, ou criatividade, humana normal.

4. HIPNÓSE – Hipnose ou Regressão Hipnótica é uma condição deliberadamente induzida


de sugestionalidade e transes acentuados, produzindo um estado de consciência altamente
flexível e capaz de ser dramaticamente manipulado. O método é empregado por milhares de
médicos e psicoterapeutas.

Vestígios dessa pratica podem ser encontrados desde a antiguidade e ela é associada com
freqüência ao ocultismo. Os processos exatos que fazem a hipnose funcionar são
desconhecidos. Pesquisas cientificas foram conduzidas para suprir grande volume de
informação em relação ao transe hipnótico e sua suscetibilidade; todavia, o que é a hipnose
e com ela funciona são pontos ainda largamente discutidos. Afirmações difundidas e
freqüentemente exageradas são feitas quanto a sua aplicação na medicina, na psicoterapia,
na educação e em muitos outros campos.

Alguns promotores de processos de auto-ajuda fazem alegações sensacionalistas em relação


ao uso de hipnose para tratar ou curar uma infinidade de problemas físicos e pessoais –
alergias, obesidade, câncer, baixa auto-estima, tabagismo e culpa, entre outros. Eles
afirmam que suas possibilidades de aplicação na área de crescimento pessoal, potencial
humano e autotransformação são quase infinitas.

Como cristãos, acreditamos que a hipnose é um estado singular de alteração da consciência


que pode ser utilizado em uma grande variedade de propósitos ocultistas, como
desenvolvimento psíquico, contato com espíritos, viagem astral, psicografia, regressão e
terapia de vidas passadas (reencarnação), entre muitos outros.

Nos parece também que a hipnose esta ligada à pratica biblicamente do “feitiço” e/ou
“encantamento”. Assim, ela é realmente proibida, pois o cristão deve encher-se com o
Espírito Santo, o que significa que ele não deve permitir que a mente seja controlada,
manipulada e abusada por parte do hipnotizador, em especial o incrédulo. O propósito dos
psicoterapeutas da Nova Era, que empregam o que é chamado de terapia das “vidas
passadas”, é enviar a pessoa de “volta” à sua suposta vida ou vida anteriores, a fim de
resolver conflitos e traumas emocionais ou espirituais que estejam supostamente afetando a
sua saúde física, emocional ou espiritual no momento, permitindo a influencia de
demônios, “Pois, quem jamais conheceu a mente do Senhor, para que possa instruí-lo? Mas
nós temos a mente de Cristo” (1 Co 2.16).

5. CONFISSÃO POSITIVA – Esta expressão chamada de confissão positiva tem como


significado literal “trazer a existência o que declaramos com nossa boca”. A confissão
positiva coloca todo o peso da realização nas palavras pronunciadas e na atitude mental
rigorosamente mantida.

Mais profundamente, a confissão positiva busca exteriorizar aquilo que foi projetado e
reforçado na mente da pessoa através de todo trabalho de visualização, meditação, intuição
e hipnose, ou seja, suas palavras irão confirmar todo processo de programação para o
sucesso (PNL). Através da confissão positiva, a pessoa tornar-se-á a criadora de seu próprio
mundo, com prosperidade nos negócios e saúde para família.

Neste caso, a confissão positiva confirma os ensinamentos da Nova Era que declara que o
homem é um deus, possuindo, portanto, a capacidade de criar a sua própria felicidade. Esse
conceito foi amplamente refutado ou adotado por lideranças evangélicas em todo mundo.
Hoje, esse movimento está confinado a pequenos redutos denominacionais, pois no Brasil,
em particular, não é tão simples assim exercitar a “teologia do sucesso ilimitado”, e mesmo
nos países desenvolvidos essa teoria tem-se desgastado.

Biblicamente, entendemos que Deus é totalmente distinto do homem (vice-versa), e que sua
glória não é repartida. O ser humano é o mais sublime das criações de Deus, dotado de
valores herdados de seu Criador, mas nunca absoluto em si mesmo “... que é o homem, para
que te lembres dele? E o filho do homem para que o visites? Contudo, pouco abaixo de
Deus o fizeste; de glórias e de honra o coroaste” (Sl 8.4-5). O apóstolo Paulo escreveu aos
romanos sobre a independência e soberania de Deus da seguinte maneira: “... Terei
misericórdia de quem me aprouver ter misericórdia, e terei compaixão de quem me
aprouver ter compaixão. Assim, pois, isto não depende do que quer, nem do que corre, mas
de Deus, que usa de misericórdia” (Rm 9.15,16), logo, não é o homem que determina nada
para si baseado nos desejos de seu coração, mas o Senhor, que realizará todas as coisas de
acordo com a sua vontade.

Confronto com as sagradas escrituras

Como vimos a PNL busca substituir padrões considerados de “insucesso” por novos
padrões de “sucesso” alicerçados no homem. Em suas etapas de programação, falamos da
deletação, quando as pessoas programam suas mentes para apagar conhecimentos
adquiridos, eliminar experiências vividas e exterminar comportamentos sedimentados ao
longo da vida. Uma verdadeira lavagem cerebral. Ou seja, um esvaziamento da alma do
aluno.

O que a Bíblia fala sobre o perigo de uma casa vazia? (Lc 11.24-26)

“Ora, havido o espírito imundo saído do homem, anda por lugares áridos, buscando
repouso; e não o encontrando, diz: Voltarei para minha casa, donde saí. E chegando acha-a
varrida e adornada. Então vai e leva consigo outros sete espíritos piores do que ele e,
entrando, habitam ali; e o ultimo estado desse homem vem a ser pior do que o primeiro”.

Podemos afirmar que é possível uma pessoa, após passar por um programa como o PNL,
sofrer forte possessão demoníaca e diversos tipos de perturbações metais e até físicas.

A questão da PNL da “deletação” e na “inclusão” de novos valores na mente da pessoa é


feita dentro de um processo de assimilação dos seus princípios de resistência. Através da
utilização do relaxamento e da visualização, tal pessoa é conduzida ao estado chamado
Alfa. Neste estado, por meio de técnicas de relaxamento ou meditação, a pessoa perde o
senso critico, retendo automaticamente todas as informações recebidas como verdadeiras,
quer sejam boas ou más. A Bíblia fala que é o Espírito Santo quem deve convencer o
homem do pecado, da justiça e do juízo (Jo 16.8). Ou seja, o trabalhar de Deus é por
convencimento, o Espírito Santo, através da palavra de Deus, irá persuadir, apresentar
razões, mostrar fatos que possibilitem a pessoa confrontá-los com sua vida e, então, se
arrepender. Conversão é literalmente mudar de comportamento.

Deus respeita a opinião do homem e leva-o a mudar de comportamento apresentando-lhe a


verdade do evangelho. O homem, quando se decide por Cristo, o faz racionalmente no
exercício da fé, e essa declaração é feita em pleno estado de consciência, na PNL qualquer
decisão tomada pelo homem é conseqüência de uma lavagem cerebral, por meio da qual ele
perde sua capacidade de pensar, de argumentar e de questionar. Lendo Isaias 1.18: “Vinde
então, e argüi-me (questionar, interrogar), diz o SENHOR...” (explicação nossa),
entendemos que o cristianismo é uma religião de consciência, razão e fé. Ninguém precisa
entrar em transe para crer em Cristo.

A Bíblia nos fala ainda que devemos resistir ao diabo (Tg 4.7). Como então aceitaremos um
posicionamento de mente no qual a nossa resistência é totalmente eliminada? “Sede
sóbrios, vigiai, porque o diabo, vosso adversário, anda em derredor, buscando quem possa
tragar” (um Pe 5.8). Com tantas evidências de ocultismo e praticas de magia e feitiçaria
presentes na PNL, como poderemos ficar desarmados, despreocupados e sem a lucidez
necessária para discernir o que esta ocorrendo em nosso derredor? (Veja Hb 5.14).

Não podemos baixar nossa guarda e ficar a mercê do diabo. Antes, devemos nos revestir de
toda armadura de Deus (Ef 6.10), através da palavra de Deus, porque o diabo, de maneira
astuta, cria verdadeiras arapucas para o homem incauto. “E não é maravilha, porque o
próprio Satanás se transfigura em anjos de luz”. (dois Co 11.14).

O engano do homem que se vê como seu próprio centro (Jr 17.9)

“Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perversos; quem o conhecerá?”.

Em sua inclusão de novos padrões, a PNL destaca a tese de que o homem deve seguir seu
coração. Nos cursos, a pessoa em meditação consigo mesma busca dentro de si respostas
para sua vida e planeja, ou melhor, programa seu futuro através das respostas encontradas
em seu coração. Como podemos seguir o nosso coração se ele é mais enganoso do que
todas as coisas? Segui-lo nos trará como conseqüência a destruição. Ainda em Mateus
15.19 podemos ler: “Porque do coração procedem os maus pensamentos”.

Mas, como cristãos, devemos nos preparar “Para que não sejamos vencidos por Satanás,
porque não ignoramos os seus ardis” (2 Co 2.10-11).

A questão do sucesso da PNL é semelhante a Teologia da prosperidade que circulou pelos


meandros evangélicos há alguns anos. A questão da programação está baseada na regressão,
ou cura interior, e a confissão positiva, no determinismo. Dessa forma, a fé tem sido usada
na direção do “ter”, e não mais do “ser” ou “viver”, como foi com os heróis da fé. A Bíblia
relata que “... o justo viverá pela fé” (Hb 10.38). Enquanto os propagadores da prosperidade
estimulam a fé alicerçada na própria fé, o Senhor Jesus recomenda fé em Deus: “E Jesus,
respondendo disse-lhes: Tendes fé em Deus...” (Mc 11.22). Para aqueles que tem um
ensinamento contrário a esse, a Bíblia tem um adjetivo para eles: “Ora, o mercenário foge,
porque é mercenário, e não tem cuidado das ovelhas” (Jo 10.13 – grifo do autor).

O depoimento que você lerá agora é verídico. O irmão que viveu esta terrível experiência
preferiu omitir o seu nome para evitar qualquer complicação.

“Fiz um treinamento de Neurolingüistica em 2000 pago pela empresa em que trabalho e


estimulado por um gerente de vendas. Posso dizer que minha vida foi separada entre o
“antes” e o “depois” desse curso, pois não tive discernimento para entender a sensação de
“liberdade” e de poder ‘fazer tudo’ que o treinamento ensinava.

O treinamento teve inicio na sexta-feira à noite e se estendeu até domingo, também à noite.
Realizado no auditório de um hotel, o evento contou com a participação aproximadamente
de 500 pessoas, entre as 150 que iriam fazer o treinamento pela primeira vez, as demais já
haviam feito e os convidados: parentes, amigos e/ou conhecidos. Ao chegar lá, senti um
clima de festa, de alegria, de felicidade. Todos se abraçavam muito e, ao se
cumprimentarem, batiam a mão direita por cima da cabeça ( um gesto da Nova Era ). Achei
aquilo muito bom, bem melhor do que na igreja que freqüentava.

Ao entrarmos no auditório ( impreterivelmente às 20h59 ), depois no jantar no hotel, as


pessoas que haviam nos levado ao curso já estavam presentes, nos esperando para nos
receber. Elas cantavam, pulavam alegres e gritavam: “... um, dois, três e quatro... nós
amamos vocês quatro”. Começamos o treinamento com muita expectativa. O ambiente era
bastante descontraído.

Em seguida, o consultor começou a passar algumas regras que deveriam ser obedecidas até
o final do curso. Uma delas era sentar sempre ao de desconhecidos. Com isso, já estavam
nos ensinando a ser mais atirados com as pessoas. Outra regra era não discordar de nada
que os palestrantes iriam falar. É claro que, num primeiro momento, você discorda, mas,
com o passar do tempo, à medida que eles iam transmitindo simpatia, carisma e alegria,
comecei a achar que minha vida estava toda errada.

Após esse primeiro contato, depois de haver passado as regras, começamos com uma
terapia chamada: feed back negativo, quando fazíamos uma roda e as pessoas gritavam
xingando umas as outras de “mentirosas”, “covardes”, “prepotentes”, “falsas”,
“desonestas”, entre outras coisas que não convém citar aqui. Colocavam uma música muito
fúnebre e alta. As pessoas não resistiam e muitas delas choravam e gritavam. Pensei estar
na grande tribulação, pois fiquei muito assustado com aquilo.

Depois disso, fomos aprender a abraçar. Uma pessoa ficava na frente da outra e a abraçava
bem forte. Fizemos isso durante um bom tempo. Aproximadamente 1h30, nos ensinaram
uma filosofia intitulada FILOSOFIA DO SUCESSO NAPOLEON HILL que tivemos de
decorar para recitá-la na manhã seguinte, às 8 horas, depois do café.

Fiquei a noite inteira tentando decorar a filosofia. Por esse motivo, assim como cerca de
90% dos participantes, dormi muito pouco (30min) no primeiro dia. Apenas cinco ou seis
pessoas conseguiram recitá-la. Para os que não decoraram o texto, o castigo foi formar uma
fila fora do auditório até memorizarem. Enquanto tentávamos, desesperados, decorar a
poesia, o monitor ficava vendendo caixões de defunto de vários tamanhos e preços. A lição,
segundo ele, era para que não sofrêssemos, antecipadamente, com as coisas da vida.

Ao entrarmos no auditório novamente, nos perguntávamos se queríamos fazer parte de uma


nova família chamada “Família Silva”. Algumas pessoas responderam que não, mas a
palavra ‘não’ não era aceita pelos instrutores e membros. Em razão disso, eles ficavam
insistindo com a pergunta até a pessoa dizer que SIM. Depois disso, iam para outro
participante.

No sábado a tarde, cada um de nós foi induzido a sentar perto de uma pessoa desconhecida
e a contar para ela algum trauma de infância. Tudo era feito ao som alto de uma música
fúnebre. As pessoas choraram muito enquanto contavam suas tristezas e sofrimentos
vividos na infância devido aos maus tratos dos pais. Após esses períodos, seria realizado, às
19 horas, um bailão, e todos deveriam comparecer a caráter. Dançamos todos os tipos de
musica com todos, não importava se éramos casados, noivos, ou namorados, ninguém era
de ninguém. Mas os monitores não deixavam ninguém ir além da dança, para não denegrir
a imagem do curso.

Depois do baile houve uma coisa terrível. Todos os homens tiveram de se vestir de mulher,
se maquiar, colocar peruca, meia-calça, e depois desfilar para todas as mulheres presentes.
O objetivo dessa ‘terapia’ era eliminar todo e qualquer preconceito. Depois da apresentação
dos homens, foi a vez das mulheres. Elas se fantasiaram com objetos eróticos sem qualquer
pudor. A nossa mente, naquele momento do curso, já estava aberta. Chegamos ao estado
Alfa. Tudo o que nos diziam era facilmente inculcado.

No domingo à tarde fizemos uma regressão até o útero materno. Pensando realmente ter
chegado lá, éramos obrigados a perdoar nossos pais por algum trauma de infância que eles
nos causaram. Aqueles que não quiseram perdoar passavam novamente pelo mesmo
processo. Éramos obrigados a similar um vômito para representar que estávamos colocando
de tudo de ruim pra fora. No final fomos tratados como crianças, para que nos sentíssemos
abertos para tudo que pudéssemos aprender. Assim como eu, muitos perderam totalmente o
senso crítico. Passei a mexer com as mulheres. Para mim não a menor diferença em ser
casado ou não, em ser crente ou não. Estava em um processo de euforia muito grande, pois,
segundo eles, eu era uma criança de quatro anos.

A partir dessa fase passamos a ser ensinados em todas as coisas novamente. Assim como
uma criança, fomos aprendendo todas as coisas até a fase adulta, quando então a ênfase
positiva se voltou para nossa carreira profissional. Ouvíamos mensagens do tipo: ‘agora
tudo poderá ser alcançado por seus próprios esforços!’; ‘você não precisa mais de
ninguém!’; ‘você é auto-suficiente!’; ‘o céu é o seu limite!’; ‘somente os melhores poderão
ser aproveitados!’; ‘estamos em uma Nova Era!’. Estávamos recebendo um tipo de doutrina
na qual o centro da vida é próprio homem, e Deus um figurante coadjuvante, perfeitamente
dispensável.

Saí do curso totalmente transformado, orientando-me apenas por esses conceitos. Meus
conhecimentos bíblicos, aprendidos na Escola Dominical e nos cultos, desde a infância, já
nem mesmo eram lembrados. Pedi então demissão da empresa que trabalhava, pois achava
que poderia encontrar algo melhor. Separei-me da minha esposa, ficava, sem nenhum
remorso, sem ver minha filha de dois anos por até quinze dias e achava que estava ótimo.
Mudei meu estilo de roupa, meu penteado, vocabulário e achava que estava mais bonito,
que realmente tinha melhorado.

Mas toda essa mascara, essa camuflagem diabólica começaram a cair, arruinando minha
vida emocional, profissional e familiar. Sentia forte depressão (leia-se opressão) e os
conflitos espirituais quase me deixaram louco. Meus amigos da igreja perceberam que eu
estava desequilibrado e desorientado. Comecei a perder clientes importantes e já não
conseguia saldar minhas dívidas, sofrendo vários protestos e inclusão nos órgãos de
proteção ao consumidor (SPC e Serasa). Foi uma desgraça total!

Até que, não suportando mais esse quadro, o Espírito Santo de Deus, por sua infinita
misericórdia, fez-me lembrar do Senhor Jesus. Então orei para que o Senhor me ajudasse a
renunciar à obra do diabo na minha vida e a todos os ensinamentos aprendidos no curso de
Programação Neurolingüistica (PNL). O Senhor Jesus me entender claramente como todos
aqueles conceitos antibíblicos e contrários ao plano de Deus para o homem.

Recorrendo novamente ao poder do sangue de Jesus para perdão dos pecados, e auxiliado
por irmãos valorosos de grupos de oração, fui totalmente restaurado. Todas as áreas da
minha vida antes afetadas por essas heresias foram estabelecidas pelo Senhor Jesus. Estou
novamente com minha esposa e minha filha. O Senhor me devolveu meu anterior e meus
antigos clientes. E agora estou conseguindo honrar com todos os meus compromissos
financeiros. E devo isso a Deus.”

Glossário de alguns termos da PNL

Acompanhar – Adotar partes de comportamento de outra pessoa para aumentar o rapport.


Obter e manter rapport com outra pessoa, entrando no seu modelo de mundo. É possível
acompanhar crenças, idéias e comportamentos.

Acuidade sensorial – Produto de um processo de refinamento e diferenciação das


informações sensoriais que obtemos do mundo.

Ancoragem – O processo pelo qual qualquer estimulo ou representação (externa ou interna)


fica conectado a uma reação e a dispara. As ancoras podem ocorrer naturalmente ou ser
criadas intencionalmente.

Associar – Dentro de uma experiência, enxergar através dos próprios olhos, de plena posse
de todo os seus sentidos.

Calibração – Perceber atentamente o estado de outra pessoa, lendo os sinais não-verbais.

Campo unificado – Estrutura unificadora da PNL. Uma matriz tridimensional de níveis


neurológicos, posições perceptivas e tempo.
Sinestésico – Relativo aos sentidos, ao aparato sensorial, que inclui sensações táteis,
sensações internas (como, por exemplo, as sensações lembradas e as emoções) e o senso de
equilíbrio.

Dissociado – Que não está dentro de uma experiência, que observa ou ouve de fora.

Down-Time – Ter todos os canais sensoriais voltados ao nosso interior.

Espelhar – Copiar de maneira precisa segmentos do comportamento de outra pessoa.

Evocar – Entrar em contato com um estado mental através do comportamento. Também


significa coleta de informação, seja pela observação direta de sinais não-verbais ou de
perguntas do meta-modelo.

Exteriorização – Estado na qual a atenção e os sentidos estão voltados para fora.

Identidade – A auto-imagem ou autoconceito. Quem a pessoa acha que é. A totalidade do


ser.

Incongruência – Estado de conflito em que não se está totalmente empenhado no objetivo.


O conflito interno será expresso no comportamento da pessoa.

Interiorização – Estado leve de transe em que a atenção se volta para dentro, para os
próprios pensamentos e sensações.

Lados – Aspectos da personalidade que às vezes possuem intenções conflitantes.

Linha temporal – A forma como armazenamos imagens, sons e sentimentos do nosso


passado, presente e futuro.

Meta – Radical que define o que existe em um nível lógico diferente. Derivado do grego,
significa “para além”.

Metáfora – Comunicação indireta que utiliza uma história ou uma figura de linguagem e
implica uma comparação. Na PNL, a metáfora engloba parábolas, alegorias e similaridades.

Nominalização – Termo lingüístico que indica o processo de transformar um verbo em


substantivo abstrato.

Omissão – No discurso ou no pensamento, exclusão de uma parte da experiência.

Orientar – Modificar o próprio comportamento e estabelecer rapport, para que outra pessoa
o siga.

Pistas de acesso – Maneiras como sintonizamos e afinamos nosso corpo através da


respiração, postura, gestos e movimentos oculares, para pensar de determinado modo.
Postulado de conversação – Forma hipnótica de linguagem, uma pergunta que é
interpretada como uma ordem.

Quantificadores universais – Termo lingüístico que se aplica a palavras como: “todos” e


“sempre”, que não admitem exceções. Uma das categorias do meta-modelo.

Rapport – Relação de mútua confiança e compreensão entre duas ou mais pessoas. A


capacidade de provocar reações de outra pessoa. Também chamado de empatia.

Sort – Um termo de computação que significa reorganizar a informação e/ou filtrá-la


durante o processo de reorganização.

Terceira posição – Aquele em que se percebe o mundo do ponto de vista de um observador


distante e indulgente. Uma das três posições perceptivas.

Transe – Estado alterado de consciência em que a atenção se volta para dentro e se


concentra em poucos estímulos.

Visualização – O processo de ver imagens mentais.

You might also like