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Londrina
2007
FERNANDO MARTINS MOURÃO OLIVEIRA
Londrina
2007
FERNANDO MARTINS MOURÃO OLIVEIRA
Prof. Membro 2
Universidade Norte do Paraná
Prof. Membro 3
Universidade Norte do Paraná
Alan P. Merrian
OLIVEIRA, Fernando Martins Mourão. Musicalização de Adultos Através do Coro
- Como o coletivo influencia no processo de educação musical. 2007. 62 p. Trabalho
de Conclusão de Curso (Especialização em Música: Regência) – Centro de Ciências
Biológicas e da Saúde, Universidade Norte do Paraná, Londrina, 2007.
RESUMO
ABSTRACT
Lately, choir sing practice, has become very usual on Brazil, such as in the formal
ways of teaching as the informal places (enterprises, community and cultural
centers). This practice consist in to a music education process, which have the focus
on the collective work as a instrument of music and social expression, giving to the
singes the possibility to express their selves on the group and in a group through the
music. On this case the amateur choir is a social body which the processes of music
self discovering happens by the group, on this each part build his own musicality
throw the relations between the group. On the issue about adult music education on
the choir, fit to the conductor to put attention on the group actions, in order to learn
some elements that is going to be useful on the process, from the elements of
motivation to the way that the assemble help the individual process. For this
discussion about how the assemble situation helps the singer learning, and how the
adult music education works on the choir, it’s require to revise the literature this issue
and apply some actions on a real group in order to collect the results for analyses. By
this way is possible to know how the collective contribute to the individual music
learning of the singers and how the conductor, on his position of teacher can
stimulate this interaction.
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................9
1.1 O CORO AMADOR ..................................................................................................9
1.2 METODOLOGIA........................................................................................................13
2 DESENVOLVIMENTO ...........................................................................................15
2.1 BREVE HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO MUSICAL POR MEIO DO CORO ...............................15
2.2 O CORAL HOJE......................................................................................................22
2.3 EDUCAÇÃO MUSICAL ATRAVÉS DO CORO ................................................................25
2.4 O ENSAIO .............................................................................................................34
2.4.1 O Aquecimento Vocal.......................................................................................37
2.4.2 A Preparação do Repertório.............................................................................38
2.4.3 Finalizando o Ensaio ........................................................................................42
2.5 A INFLUÊNCIA DO COLETIVO NO PROCESSO DE MUSICALIZAÇÃO ................................43
3 CONCLUSÃO ........................................................................................................53
REFERÊNCIAS.........................................................................................................57
9
1 INTRODUÇÃO
1
Tradução do autor
10
Uma das melhores coisas que acontece em grupos corais é que pessoas de
todos os tipos condições e habilidades podem conseguir um senso de
coletividade, concernimento. No contexto do coral isto pode ir além do que
iria de outra maneira. Algumas vezes isto também ocorre com atletas. Dá às
pessoas a oportunidade de trabalhar juntos em um objetivo comum. 2
2
Tradução do autor
3
Tradução do autor
11
É preciso que nosso ensaio seja um processo de diálogo que não reflita
apenas um reforço de nossas certezas, mas, muito mais, que se constitua
na expressão das diferenças. Revelar nas diferenças não uma
fragmentação do trabalho, mas sim a multiplicidade de significações que,
incitando ao jogo dialético, o fecunde, consubstanciando o todo. (Gavaldão
e Peixoto artigo não publicado)
1.2 METODOLOGIA
Isso significa que através das diversas áreas, tanto dentro das artes
como fora, iremos achar os elementos que estamos procurando para a
compreensão das idéias colocadas neste trabalho.
Não podemos falar em canto coral sem estudar as práticas que o
precederam. Porém, a parte do histórico é apenas uma revisão de ações de
musicalização que envolveram o coro, não sendo objetivo de este trabalho fazer um
estudo histórico sobre o canto coral profundamente detalhado.
Vygotsky é um autor que alicerça seus estudos no desenvolvimento
do ser humano em sua coletividade. Sendo assim, ele se torna o mais indicado para
a compreensão do processo coral e teremos por base este pensamento para
estudar a forma como o coletivo influencia o aprendizado.
Para a análise que se faz necessária nesta pesquisa, entendemos
que é de grande importância o uso da literatura especializada no sócio-
interacionismo, representado por Vygotsky, incorporando dela os elementos que
contribuam na elucidação de questões ligadas ao canto coletivo.
A leitura e compreensão da literatura na área da música e da
regência é um dos fatores considerados. A primeira fase da busca destes livros é
achar aqueles que tratam o coro com um olhar mais humano.
Isso acontece porque o que é de nosso apreço, são as discussões
ao redor do regente como educador e do coro como grupo social, produção que não
é tão abundante no Brasil. Portanto, recorremos à literatura nacional e estrangeira.
Muito da literatura brasileira acerca deste assunto foi encontrada em
dissertações e periódicos, além de sites de universidades. Alguns deles são da área
de regência coral, outros, porém, da prática musical coletiva em geral. Essas
informações, se cruzadas com os livros específicos e regência, possibilitam a análise
que é de interesse desta pesquisa.
Tendo em vista a supracitada falta de bibliografia, todo o estudo se
baseia em cruzamento de dados bibliográficos das diferentes partes relacionadas ao
assunto e sobre os mais variados pontos de vista.
Outro passo para essa construção que estamos fazendo é
principalmente a reflexão sobre a prática do autor, porque o canto coral permeou
todo o desenvolvimento musical, tanto vocal como instrumental, do mesmo.
15
2 DESENVOLVIMENTO
4
Tradução do autor
17
Neste caso, a música da igreja tem função nítida: criar uma atmosfera
propícia a meditação espiritual, a transcendência da alma para o encontro
de Deus (CASNOK, 1992 p. 8).
18
Todo esse movimento, todo o escândalo que segue a Semana de Arte Moderna tem
um objetivo definido: reafirmar e divulgar as grandes reivindicações dos jovens
artistas brasileiros ligados ao movimento modernista, muito bem sintetizado pelo
líder do grupo, Mário de Andrade: direito permanente à pesquisa estética,
atualização da inteligência brasileira, estabelecimento de uma consciência criadora
nacional, pela unânime vontade de cantar a natureza, a alma e as tradições
brasileiras, a daí, banir para sempre os “postiches” da arte européia” (Neves, 1981:
p37)
Por mais amadores que sejam os cantores, todos trazem uma vivência
musical adquirida, empiricamente ou não, seja de casa, seja da escola, dos
ambientes sociais que freqüenta. Essa experiência não deve nem pode ser
desconsiderada pelo regente. Em nenhum momento do ensaio deve ser
subestimada a capacidade de expressão do cantor, buscando desenvolver
seu potencial criativo ao máximo, em prol de uma interpretação autêntica.
Ou seja, o fato de um coral que se inicia ser amador, não quer dizer
que os cantores são desprovidos de experiência musical. Ocorre que sua vivência
musical ainda não foi sistematizada e conceituada através de um processo de
ensino.
O canto coral tem por característica permitir a qualquer pessoa que
queira expressar-se musicalmente o acesso a essa linguagem artística.
Desta forma, o coro se torna um instrumento de expressão artística
ao alcance da população em geral, justamente porque o pré-requisito para esta
prática é a voz (que é inerente ao ser humano) e uma percepção desenvolvida
musicalmente.
27
O educador é aquele que “toca” nos afetos, que interfere nos esquemas de
representação do grupo, que amplia os horizontes culturais se despojando
de uma “cultura museológica”, incluindo outros sons, outras vozes, outros
gestos; é aquele que conduz processos de ressignificação, de deleite
estético e construção do pensamento em rede. (Ruiz 2005 p. 70)
5
Grifo contido no texto
29
6
Erro contido no artigo
30
2.4 O ENSAIO
7
Tradução do autor
35
Cunha (2006 p. 68) escreve que esta autonomia, que é chamada por
ela de emancipação, “se dá quando a vontade própria se forma, quando o agir é
resultado do pensamento particular, assim, o esclarecimento é o pensamento
racional independente de intervenção externa que resulta em ação individual, própria
do indivíduo”.
Ou seja, em ambos os autores a autonomia ou emancipação do
aluno se dá quando o esclarecimento e a compreensão acontecem; no coro, o
treinamento é uma ferramenta fundamental para que isto ocorra, porém é apenas
uma ferramenta e não uma finalidade em si.
Figueiredo (1990) afirma que quando o regente toma o treinamento
por finalidade, gera um equívoco que tem conseqüências bastante negativas no que
se refere ao aprendizado do cantor.
Um ensaio necessita de um planejamento que deve, didaticamente,
prever as atitudes que facilitem o aprendizado, sempre preservando a qualidade e a
saúde vocal dos coristas.
A escolha dos arranjos e das músicas pode tanto ajudar como travar
a construção do programa. Quando o arranjo é confeccionado pelo condutor do
coro, muito do planejamento está embutido na peça facilitando o ensaio. Com
relação às atitudes na preparação das músicas, Robinson e Winold (1992 p. 157)
dizem que:
musical. Mathias (1986 p. 30) coloca que não apenas o gestual do regente deve ser
claro, mas o coralista deve ser treinado para responder prontamente ao maestro.
Partindo da idéia de que pelo fato do coro ser uma atividade coletiva,
se torna, assim, um verdadeiro fenômeno social, se faz necessário verificar como a
ação coletiva influencia o processo de aprendizado.
Na visão sócio-histórica, que tem como seu representante Vygotsky,
o aprendizado e o desenvolvimento necessariamente precisam do coletivo para
acontecer plenamente. Rego (1995 p. 92), ao analisar estas idéias, escreve que:
44
8
Grifo contido no texto
45
9
Grifos do autor
46
10
Itálico contido no texto
47
discrepâncias vocais dos cantores. Esta educação faz com que o coro
adquira a sua sonoridade característica, seu timbre especial e potência
sonora. (Zander, 1979, p. 204)
11
Tradução do autor
53
3 CONCLUSÃO
propriamente dita. Podemos dizer então que a técnica vocal deverá se transformar
em uma ferramenta que preserve a saúde do aparelho fonador e que possibilite a
manipulação e vivência dos elementos musicais.
È necessário que o maestro regule os seus gestos e a sua
metodologia a fim de facilitar a compreensão do estudante de música, permitindo-lhe
aprender a se expressar criativamente. O gestual do regente é uma forma de
aprimorar a comunicação, melhorando a compreensão acerca dos elementos
musicais que estão sendo executados.
Concluindo, o coletivo age profundamente no desenvolver e na
transformação da musicalidade do cantor enriquecendo as experiências musicais do
grupo.
Quando o professor, ao planejar seu ensaio, prioriza um conjunto de
atitudes que favoreçam a relação dialética entre todos os constituintes do coletivo,
faz com que o processo de musicalização se torne mais interessante, motivador e,
conseqüentemente, mais profundo, levando ao esclarecimento ao invés da mera
reprodução de idéias.
Este resultado é percebido nas performances do coro. O grupo se
tornará mais flexível e elementos como a afinação, percepção, consciência rítmica e
a harmonia do grupo estarão devidamente assimilados possibilitando uma melhor
apresentação.
57
REFERÊNCIAS
DURRANT, Colin What make people sing together em: “International Choral
Bulletin”: International Federation for Choir Music, Avin, Bélgica1999 p. 4-8.
FONTANA, R.; CRUZ, Nazaré Psicologia e Trabalho Pedagógico. 1ºed. São Paulo
SP, Editora Atual, 1997. 240p.
LIBÂNEO, José C. Didática. 18ºed. São Paulo SP, Editora Cortez, 1996.
ROBINSON, Ray; WINOLD, Allen, The Choir Experience, New York NY, Editora
Harper Colins, 1976;reedição: editora Waveland, 1992.
61
RUIZ, Neila. A Rede Cultural numa Prática Coral Infantil: Uma Trajetória a Partir
Do Funk “Cadernos do Colóquio 2002 “ UNIRIO Rio de Janeiro RJ 2005. p. 62 – 73.