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INTRODUÇÃO

Partindo do princípio que “Teologia” significa o estudo racional sobre Deus,


etimologicamente falando, ou no ramo da ciência a que trata do estudo de Deus e de
suas relações com o homem, o universo e a verdade religiosa. “Revelação” trata-se
da ação ou efeito de revelar, inspiração e do ponto de vista Teológico, e a
manifestação aos escolhidos dos desígnios de Deus. Ato pelo qual segundo o ensino
do Antigo Testamento bem como no Novo Testamento, relatos na Bíblia, que é a
palavra de Deus a nós revelada, e que esclarece ao ser humano o caráter de Deus,
vontade e propósitos, para estabelecer a possibilidade de um correto relacionamento
com o seu povo e com o homem em geral. No Antigo Testamento o meio principal de
revelação é a palavra viva dada a Moisés e aos profetas. No Novo Testamento, Deus
se revela em Jesus Cristo na sua pessoa, nas suas ações, e nas suas palavras. No
final dos tempos, com a segunda vinda de Jesus em glória, Deus haverá de revelar
mais de si mesmo.
A união destes termos, “Teologia da Revelação” é a bíblia, pois a palavra de
Deus a nós revelada através das escrituras sagradas contém todos os fatos
necessários, pois além de ensinar objetivamente o que ensina a Teologia natural,
mostra tudo quanto se pode conhecer de Deus e sua relação com o universo material
ou espiritual.
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REVELAÇÃO DE DEUS

Deus é insondável; Ele deve ser conhecido; o paradoxo deve ser superado. O
entendimento de Deus tem sido apresentado com duas afirmações aparentemente
contraditórias: Deus é incognoscível e insondável. ( Jó 11:7; Isaias 55:8, 9; I Coríntios
2:11; Romanos 11:33,34). Deus permanece fora dos limites humanos, não há
nenhum caminho do homem até Ele, senão através de sua palavra revelada a nós, e
Deus que é insondável deve ser conhecido (João 17:3; Oséias 6:3). O conhecimento
de Deus é vital e necessário. É um conhecimento fundamental, porque dele depende
a vida eterna. Conhecimento na bíblia não é algo apenas intelectual, mas vivencial,
não é algo apenas da cabeça, mas do coração. No pensamento hebraico recordar é
uma função da memória e da prática, uma prática de uma teoria, assim, conhecer a
Deus é uma prática. Todavia, Deus toma a iniciativa e vem até nós, Deus se auto-
revela, isso é revelação. Aquele que é insondável revela-se a si mesmo, o homem
não pode conhecer a Deus por si mesmo, nós temos que nos aproximar D’Ele em
seus termos e não nos nossos termos. Deus não é conhecido em si mesmo, mas na
revelação que Ele mesmo faz de si, assim, o conhecimento de Deus é limitado. A
teologia cristã não pretende estudar Deus em sua essência, mas na revelação que
Ele mesmo tem feito de si mesmo através de sua Palavra.

A BÍBLIA E SUA ORIGEM

Em um período não muito remoto, a bíblia era “tabu” para o povo cristão,
reservada a poucos “eleitos” que mais a estudavam com espírito crítico do que
pastoral, mais para aumentar a própria inteligência do que para alimentar-se
espiritualmente.
Na bíblia, Deus faz-se palavra; revela-se a si mesmo como antes se revelara
na criação, e manifesta ao homem o plano de misericórdia e de amor. Na bíblia
manifesta-se a bondade inefável de Deus. A bíblia é a história da salvação, a história
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da intervenção de Deus na vida e no desenvolvimento do homem. Ele “quer que


todos os homens se salvem...” (1 Tm 2.4)
A bíblia, portanto, não é um livro só, mas muitos, uma coleção, cuja unidade
consiste no seu argumento comum e na sua origem sobre-humana. Compõe-se de
livros santos, porque dentro de sua grande variedade eles coincidem em tratar de
religião, tendo um objetivo essencialmente religioso, chamam-se livros santos ou
sagrados porque ensinam a fé tanto judaica como cristã; não foram escritos por
meros talentos humanos, mas sob especial inspiração divina.
A bíblia recebe a sua dignidade de livro por excelência e o seu lugar único na
vida dos povos pela sua origem sobrenatural. Ela é, com efeito, o fundamento e o
alimento da fé para todos os povos cristãos e nenhum outro livro no mundo pode ser
a ela comparado.
É maravilhoso descobrir em toda bíblia a mão de Deus, que opera e conduz,
age e deixa agir, indica e manda anunciar, promete e admoesta, e serve-se de tudo e
de todos para atingir sua finalidade de levar o homem ao caminho perfeito e correto,
a viver na vontade de Deus, através de Jesus Cristo.
Qualquer pessoa, sinceramente apegado à sua religião tem-na por assim
dizer, constantemente à mão para nela encontrar conforto em todos os momentos dá
vida; “examinai as escrituras, porque vós cuidais ter nelas a vida eterna e são elas
que de mim testificam” (Jo 5.39).
A bíblia é em religião, o que o telescópio é em astronomia. Ela conduz a vista
para um novo horizonte, abre as mais lindas visões, e pelos sistemas onde
pensávamos que só houvesse escuridão, ela revela brilhantes luzes.

O QUE É A BÍBLIA

Em poucas palavras, é a palavra inerrante e infalível de Deus as pessoas.


Uma relação de Deus á humanidade, sendo Ele o próprio autor, tendo como
intérprete o Espírito Santo, tendo como assunto central, Jesus Cristo. Nossa atitude
para com a bíblia mostra nossa atitude para com Deus. Sendo a bíblia a revelação
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máxima de Deus, expressa a vontade de Deus, ignorar a bíblia é ignorar essa


vontade. Alguém corretamente declarou, e com muita precisão; “a bíblia é Deus
falando ao homem, com o homem, através do homem e a favor do homem, mas é
sempre Deus falando.”

COMO APARECEU A BÍBLIA

Homens inspirados por Deus escreveram-na (2 Tm 3.16,17) “toda escritura


divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para redargüir, para corrigir, para
instruir em justiça, para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído
para toda boa obra”.
Deus é conhecido, segundo a bíblia, não porque os homens, nos seus
esforços intelectuais o descobriram, mas somente porque o próprio Deus se revelou.
Homens de outras religiões falam das comunicações diretas com seus deuses e das
mensagens que deles recebem, para transmitirem ao povo a que pertencem, mas é
só a bíblia que apresenta a revelação verdadeira, persistente e coerente que apela
cada vez mais poderosamente à razão e a natureza espiritual do homem. Não temos
dúvida de que o processo da revelação transcende os poderes racionais do homem.
Quando porém, a revelação se refere as verdades comunicadas, estas se tornam
elementos do conhecimento que mais enriquecem a vida humana. Vejamos em linhas
gerais a distinção entre a revelação e a inspiração. A revelação é a obra exclusiva de
Deus. É a comunicação do conhecimento da sua pessoa, de seus propósitos e da
sua vontade ao homem incapaz de descobrir, pelos poderes do seu próprio intelecto,
estas verdades divinas. É o processo pelo qual Deus se faz conhecido ao homem.
Inspiração é o termo que descreve, no sentido bíblico, a habilidade dos
escritores que produziram a bíblia, inspiração significa a atuação do Espírito de Deus
no “espírito” de homens idôneos, escolhidos para receberem e transmitirem as
mensagens da revelação divina.
A bíblia é a revelação objetiva de Deus; da sua pessoa, atributos, natureza,
pensamento e ação. Sua mensagem santifica, fortalece, esclarece, regenera, limpa e
vivifica.
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OS ESCRITORES DA BÍBLIA

Foram cerca de quarenta, os escritores da bíblia, a palavra escrita de Deus foi-


nos dada por canais humanos e também a palavra viva, “Cristo” (Ap 19.13); Esses
escritores pertenceram a variadas profissões e atividades. Escreveram e viveram
distantes uns dos outros, em épocas e condições diferentes. Levou mais de 1500
anos para escrever a bíblia, isto é, desde 1500 a.C., quando Moisés começou a
escrever entre as trovoadas do Sinai até 97 d.C., quando o apóstolo João escreveu o
seu evangelho na Ásia Menor. Todos os autores escreveram inspirados pelo Espírito
Santo. Há na bíblia um só plano, o qual, de fato mostra que havia um só autor divino,
guiando os homens, isto garante a unidade da revelação e do ensino.

AS LINGUAS USADAS PARA ESCREVER A BÍBLIA

Foram o hebraico e o aramaico para o Antigo Testamento e o grego para o


Novo Testamento. Todo o A.T. foi escrito em hebraico, que era o idioma oficial da
nação judaica, exceto pequenas passagens de Esdras, Jeremias e Daniel, que foram
escritas em aramaico.
O hebraico faz parte das línguas semitas, que eram faladas na Ásia Menor,
com exceção de poucas regiões.
O aramaico é um idioma semítico falado desde 2000 a.C. em Arã ou Síria, que
é a mesma região, segundo abalizados no assunto os trechos da bíblia escritos em
aramaico são: Esdras 4.8 a 6.18; 7.12-26; Daniel 2.4 a 7.28, Jeremias 10.11.
O grego é a língua em que foi originalmente escrito o N.T. e vem da fusão dos
dialetos dórico e ático, tribos que povoaram a Grécia, mais diretamente grego,
praticado pelo povo comum, homem do campo, comerciante, estudantes e homens
de via chamado Koinê.
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A BÍBLIA

É um livro maravilhoso porque focaliza todos os problemas que atingem o


gênero humano, e dá solução para cada um deles.
A bíblia é um livro maravilhoso em sua preservação através dos anos. É o livro
mais amada por uns e odiado por outros. Mais lido e mais combatido, mais desejado
por alguns e repudiado por outros, os filhos do mal o temem, mas os filhos de Deus
amam. A bíblia é o livro da família; o livro da juventude, Lutero afirmou: “a bíblia é o
berço onde Jesus está.”
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CONCLUSÃO

Desenvolvemos neste trabalho acerca da Teologia da Revelação, sendo que


se trata do estudo de Deus no que tange a sua revelação ao homem, mais
especificamente através das escrituras sagradas, pela qual o homem fica sabendo do
caráter de Deus, seus atributos comunicáveis e incomunicáveis, sua criação, a
história do seu povo, a obra redentora, conhece a si próprio através de Jesus e seus
planos futuros para sua principal criação, o homem. Segundo o dicionário, revelação
é abrir, pôr diante a vista, expor, manifestar. A palavra revelação vem do latim re-velo
que significa afastar do véu; Deus tem afastado o véu. Revelação não tem à ver com
o conhecimento que alguém pode obter ou teve no passado e perdeu, mas tem sim
com a iniciativa humana. A grande arrogância humana é pensar que apenas pela
razão é possível chegar ao conhecimento de Deus (Racionalismo). A razão tem seu
lugar. O conteúdo da revelação deve ser falado mais do que nunca, como nunca foi
falado. (Mateus 16:16). Tu és o filho de Deus? Quem revelou? Não foi carne nem
sangue, mas o Espírito.
Faz-se necessário uma reflexão sobre a importância da revelação escrita, a
revelação especial de Deus aos homens. A relativização das verdades reveladas por
Deus segundo os seus termos são um perigo para o cristianismo atual, e por essa
razão uma apologia da fé de nossos antepassados mortos como mártires em defesa
da fé revelada na palavra de Deus é fundamental. Deus disse, está escrito, são
expressões que revelam a autoridade da revelação divina. Tanto no Antigo
Testamento quanto no Novo Testamento a autoridade é a mesma, a palavra é a
mesma, tem o mesmo poder e não sofre nenhum grau de fossilização.
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REFERENCIAS BÍBLIOGRAFICAS

• Souza, Nicodemos de 1925; Bibliologia, Rio de Janeiro: casa publicadora das


Assembléias de Deus, 1987; Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
• Bíblia de Estudo Almeida. Barueri-SP; Sociedade Bíblica do Brasil, 2000.
• Ximenes, Sérgio; 1954 – Minidicionário ediouro da Língua Portuguesa; Sérgio
Ximenes – edição 2 reform. São Paulo – SP Ediouro 2000.
• Extraído de Pesquisa Online <http://teologiahoje.blogspot.com/2006/03/doutrina-
da-revelao-parte-i.html>

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