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Albert Pavão

ROCK
BRASILEIRO
1955-65

TRAJETÓRIA, PERSONAGENS E DISCOGRAFIA

EDICON
São Paulo

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Ficha Técnica

CONSULTORES

Carlos Alberto Lopes (Instrumentos e Equipamentos)


José Roberto “Oldies” (Pesquisa)

COLABORADORES

Adel Quaresma
Carlos Bogossian (Bogô)
Lídio Benvenutti Jr. (Nene)
Maurício Camargo Brito
Roberto Meireles
Tony Campello
Valdir Siqueira

Arte Final da Capa

Luiz Gomes

EDICON
Editora e Consultoria Ltda.
Rua Itapeva, 85 Fone 289-7477
Cep 01332 SãoPauio SP

Ref..- 8.940

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AGRADECIMENTOS

Antônio Villaça
Cleide Alves
Lourdes (Bausack Discos)
Luís Henrique S. Garcia
Manuel Bolonha
Ramalho Neto
Roberto Nunes
Sérgio Haussman
Sérgio Murilo
Tangerino e Fernando (Golden Hits)
Valdemir D’Angelo

e a todos que, lembrando fatos ou citando nomes, contribuíram indireta-


mente para a concretização deste livro.

À minha esposa Ana Maria


e minhas filhas Ana Luiza e Cristiane

A meus pais

Theotônio Pavão (in memoriam)


Clarinda de Francisco Pavão

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JUVENTUDE FELIZ E SADIA

A publicação deste livro, pelo meu amigo Albert Pavão, reme-


te-me ao princípio dos anos 60, quando meus programas de rádio
e TV tinham muita audiência,. Eu então utilizava-me com muita
freqüência do termo “juventude feliz e sadia”, para designar tanto
o público apreciador de rock’n roll como os próprios intérpretes.
Nessa ocasião não se falava em uso de drogas e a rapaziada tinha
uma cabeça muito boa: só queria cantar e dançar...
Meu início de carreira foi no jornal “O Estado de São Paulo” e
na rádio “9 de Julho”, mas no começo dos anos 60 eu já estava na
rádio Nacional, animando o programa de calouros “Aí vem o Pato”,
cujo produtor era o Luciano Callegari. Era o tempo em que o movi-
mento musical jovem se restringia a Elvis Presley, Paul Anka, Neil
Sedaka, Carlos Gonzaga e outros.
Achei que era preciso mudar o estilo musical que predomina-
va até então, com grandes orquestras, bolerões, guaranias e sam-
ba-canção. Era preciso muito rock para a garotada dançar. Assim,
aceitei um convite do sr. Francisco Abreu, diretor da rádio Nacional
de SP, e passei a produzir e apresentar o programa “Ritmos para
a Juventude”, diariamente, das 16 às 18 horas pelos 1.200 kHz
dessa emissora.
O sucesso foi muito rápido. Os fãs lotavam os estúdios da
Nacional e a solução foi passar a fazer programa no auditório. Isso
permitiu que muitos jovens aparecessem, querendo cantar no pro-
grama, mas havia um problema: não existiam conjuntos de rock.
Comecei então a divulgar que estava à procura de tais con-
juntos e/ou músicos individuais. Apareceram o Aladim e o Tony de
um recém formado grupo de rock chamado The Jordans e com eles
surgiu a idéia de se fazer um programa “ao vivo” todos os sábados
- das 15 às 18 horas - quando não houvesse transmissão de jogos
de futebol.
Mesmo sem verba para pagar os cachês, comecei a audiência
aos sábados, utilizando o velho auditório da rua Sebastião Pereira.
Meu programa começava logo depois do “Galera do Nelson” (Nelson
de Oliveira) e do “Manoel de Nóbrega”, cujo locutor comercial era o
Sílvio Santos. Este, ao sair do programa do Nóbrega, sempre pas-
sava pela enorme fila formada em frente à rádio e ficava admirado
de ver tanta gente ali esperando o início do “Ritmos para a Juven-
tude”.

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O programa “ao vivo” foi como uma bomba. Em pouco tempo
estourava em audiência. Milhares de cartas chegavam de todo o
Brasil pedindo fotos dos ídolos da juventude. Foi quando conheci
o saudoso Tobias que, com sua câmera fotografava os artistas du-
rante o programa e aí nós fazíamos uma foto de 35mm (miniatura)
que era enviada aos milhares de fãs que nos escreviam.
Eu levava os Jordans para a Copacabana Discos e lá, eles
faziam seu 10 LP. Outro grupo começava a participar do programa:
The Vampires (Vampiros). Era formado pelo Bobby de Carlo, Joe
Primo, Carlão e Jurandir. Acompanhavam os cantores, mas não
tinham um bom solista de guitarra. Até que apareceu um excelente
guitarrista chamado Gato (José Provetti), que concordou em inte-
grar o conjunto, desde que o nome fosse alterado para The Jet Bla-
cks, tirado de um cantor colored chamado Little Black, que fazia
sucesso ao cantar o repertório do americano Little Richard.
Mais tarde, por sugestão do José Roberto Ramos, que apre-
sentava moças de maiô na TV para promoção de fábricas de rou-
pas, resolvo formar um grupo de bailarinas sob a direção do Bolão
- que vinha das domingueiras do Palácio Mauá - para dançarem
durante a apresentação dos artistas. Foi um sucesso absoluto. Mas
tudo começou a se complicar quando os comissários de menores
apareciam no programa para exigir que as meninas usassem meia-
calça. Às vezes, elas eram retiradas do palco sob a alegação de que
estavam dançando escandalosamente. Jornais da época só davam
destaques ao programa para ridicularizá-lo, censurando as apre-
sentações das garotas. Outras vezes eram os pais que me procu-
ravam para dizer que eu estava levando seus filhos para o mau
caminho. Não esmoreci. Continuei trabalhando, acreditando no
que fazia, pois eu tinha certeza de que o rock era um movimento
musical sadio.
Já no ano de 1962, o sr. Paulo de Grammont, diretor da TV
Paulista, Canal 5, da Organização Vitor Costa, convidou-me a levar
meu programa para a TV. No dia da estréia um acidente. O eleva-
dor do prédio da TV, despencou do 40 andar, machucando e assus-
tando quem estava lá dentro. Entre eles, expoentes do nosso rock
como: Ronnie Cord, Tony Campello, George Freedman, Hamilton
Di Giorgio, Baby Santiago, The Jordans e The Jet Blacks. Apesar
do susto, o programa de TV começou bem e logo depois repetia o
sucesso da audiência do programa de rádio. O twist começava a
sacudir.
Eu havia perdido a colaboração do grupo The Jordans que,

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gravando e vendendo discos, fazia shows pelo Brasil afora. Mais
tarde, perco também os Jet Blacks, que se mudam de armas e ba-
gagens para a gravadora Chantecler, levados pelo radialista Miguel
Vaccaro Neto.
Eu tinha que formar outro grupo de rock. Foi quando en-
contrei o Mingo - ex-integrante dos Jordans - que sugeriu que eu
formasse um conjunto, que ele participaria e ainda traria o Manito
para tocar sax e o Luisinho para a bateria. Olhei então um dicioná-
rio inglês-português e o nome certo estava lá: The Clevers. Queria
dizer: “os astutos” ou “os hábeis”, “os inteligentes”.
Vieram outros músicos: Waldemar Mozena, guitarrista de
solo, que tocava numa orquestra de Valparaíso-SP; Neno para to-
car baixo, além dos já citados. O Luisinho, como havia ganho a
bateria do avô, foi batizado por mim com o pseudônimo Netinho. Só
que ele não tocava bem. A solução foi aprender com o Manito que
era considerado o homem dos 7 instrumentos.
Por determinação deles fui a um despachante e mandei re-
gistrar o nome Clevers e fiz um contrato com todos por tempo in-
determinado como diretor do grupo ou 60 integrante. As guitarras
e amplificadores eu consegui junto à fábrica Giannini que apoiava
publicitariamente meus programas.
Durante uma apresentação dos Clevers eles foram assistidos
pelo cantor Francisco Petrônio que, impressionado com o conjunto,
recomendou-o ao Palmeira, diretor-artístico da gravadora Conti-
nental. Lá, foi assinado um contrato de dois anos e o 10 disco foi
gravado: “El Relicário”, um single que foi produzido por mim, com
direção artística do saudoso músico Poly.
Nessa época eu já estava apresentando o “Festival da Ju-
ventude”, um super programa de rock pela TV-Excelsior-Canal 9
de São Paulo, juntamente com a “francesinha” Jacqueline. Esse
programa lançou e divulgou em SP, nomes como os de Roberto e
Erasmo Carlos.
Sempre com muita audiência, quando esse programa com-
pletou um ano no ar, realizei uma grande festa no palco da TV,
com 5 horas de duração e troféus para os artistas, com cenografia
do Campello e produção do Legnini. Apresentaram-se nesse pro-
grama, juntamente com os maiores expoentes do rock brasileiro,
nomes da TV, como Francisco Cuoco, Tarcísio Meira, Silvio Santos,
Demetrius, Roberto Carlos, Erasmo Carlos, The Clevers, Jordans,
Jet Blacks, Agnaldo Rayol e muitos outros.
Mais tarde, eu me transferi para a TV Record, onde apre-

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sentei o programa “Reino da Juventude”. Depois eu retornaria ao
Canal 5, que já era TV Globo e lá, no início de 1966, destaco um
programa especial de entrega dos troféus de “rei e rainha do twist
no Brasil” para Jerry Adriani e Meire Pavão, conforme concurso
realizado pela Revista do Rock.
Nesse período, criei novos conjuntos, destacando-se The
Flyers e New Clevers.
Em resumo, aí está minha contribuição para a evolução do
rock feito no Brasil. Lancei muitos conjuntos, cantores e cantoras.
Sempre procurei divertir a juventude feliz e sadia do Brasil.
Fico contente em saber que tudo isso já faz parte da histó-
ria.

Antônio Aguillar
São Paulo, maio 1989

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INTRODUÇÃO

Este livro focaliza a música jovem feita no Brasil no período


1955/65 e está dividido em 3 partes: trajetória, personagens e dis-
cografia do rock brasileiro. Inicialmente é abordado o surgimento
do rock and roll nos Estados Unidos, no começo dos anos 50, sua
chegada ao Brasil, os primeiros roqueiros brasileiros, até se chegar
ao ano de 1965. quando o programa de TV Jovem Guarda, co-
mandado por Roberto Carlos, consagra o rock patrício como cam-
peão de popularidade. Em seguida, são apresentados os principais
protagonistas da história do rock tupiniquim, dos pioneiros até a
turma do “lê, iê, iê”. Finalmente, uma discografia bastante abran-
gente, que foi elaborada com a participação dos principais colecio-
nadores de discos de rock do Rio de Janeiro e que registra cerca
de 400 intérpretes que gravaram rock, correspondendo a mais de
5.000 gravações.
O principal objetivo deste trabalho é o de resgatar fatos e
nomes desse período pouco estudado pelos críticos musicais e his-
toriadores de rock, mas que foi sumamente importante por gerar
o movimento Jovem Guarda e, em conseqüência, colaborar para a
mudança que se verificou na música popular brasileira, através da
adoção de instrumentos elétricos e eletrônicos -anteriormente pre-
dominantes nos grupos de rock - e da disseminação de um estilo
mais pop, calcado especialmente em baladas.
Existem diversas opiniões sobre a real significância do rock
feito no Brasil nesses anos. Alguns dizem que apenas copiava-se o
que era feito no exterior. Outros, que houve mérito de se criar um
“iê iê iê” nacional. Os dois lados não deixam de ter alguma razão,
mas apesar das críticas recebidas ao longo do tempo, o rock “made
in Brazi!” não deixou de dar sua contribuição em vários aspectos.
A evolução ocorrida na indústria de instrumentos musicais (guitar-
ras, baixo elétrico, etc.) e amplificadores, no começo dos anos 60,
teve muito a ver com a crescente expansão da música da juventude.
Embora não se disponha de estatísticas de venda de discos para
esse período, é de se supor que a influência do rock brasileiro nes-
se mercado foi positiva. Por outro lado, não se deve esquecer das
novas opções de lazer e hobby que foram propiciadas aos jovens,
através da formação de conjuntinhos de rock, o que aconteceu em
todos os cantos das grandes cidades.
Para finalizar, cabe ressaltar que a principal fonte utilizada

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para escrever este livro foi o acervo do projeto “Memória do Rock
Brasileiro”, existente no Museu da Imagem e do Som de São Pauto
(MIS-SP). que foi coordenado por mim, nos anos de 1984 e 85, e
que se constitui num conjunto de depoimentos gravados com mais
de 50 figuras ligadas ao rock dos anos 50 e 60. Busquei ainda o
auxílio de publicações especializadas, sem falar, certamente, da
minha própria experiência pessoal, vivenciada a partir de 1960 nos
programas de rádio e TV de São Paulo, como cantor e compositor.
A intenção que norteou este trabalho foi a de destacar aspec-
tos significativos de um determinado momento da música jovem
brasileira, procurando tanto quanto possível todas as fontes dispo-
níveis para tal. Creio que este foi o mesmo caminho seguido pelos
companheiros colecionadores, no que diz respeito à discografia.
Espero que as informações aqui apresentadas possam vir a
ser de utilidade para pesquisadores e estudiosos da música popu-
lar brasileira.

O Autor

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PRIMEIRA PARTE

TRAJETÓRIA DO ROCK BRASILEIRO

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Capítulo I

O ROCK AND ROLL: Origem, Evolução e Importância

1955. Eu escutava pela primeira vez no rádio a música Rock


around the clock - primeiro rock’n roll de sucesso - interpretada
por Bill Haley e seus Cometas. Era o grande êxito do ano nos Es-
tados Unidos e em muitos outros países, superando em vendagem
de discos e popularidade, gravações da orquestra de Perez Prado
com seu cha-cha-cha, dos Four Aces, do pianista Roger Williams
e de Frank Sinatra. O ritmo de Haley e conjunto era aquilo que os
jovens de então queriam ouvir. Um “boogie woogie superaquecido
a guitarras”, como alguns diziam. Acompanhando o ritmo de Haley
veio uma dança ousada para os padrões morais da época, mes-
clando acrobacia com o estilo de dançar swing dos anos 40. O rock
chegava para se tornar a música exclusiva dos jovens, que pas-
savam a ter seus ídolos musicais, assim como no cinema tinham
James Dean (“Vidas Amargas” e “Juventude Transviada”) e Marlon
Brando (“O Selvagem”). Na literatura, surgiam os chamados poetas
beats como Jack Kerouac e Allen Ginsberg que recuperam temas
como utopias, o dia a dia, bebedeiras e drogas, sob a égide de um
conceito bastante ligado aos norte-americanos: A Estrada.
Paralelamente à ascensão da nova música, começou a se no-
tar uma gradativa mudança no comportamento dos jovens, nota-
damente da classe média - que deixavam de se vestir como adultos,
passando a usar calças blue jeans, jaquetas de couro, camisetas
e botas. O jovem dos anos 50 tinha um certo poder aquisitivo - ao
contrário das décadas anteriores - o que se explica pela situação
extremamente favorável da economia norte-americana nos anos de
Eisenhower. Essa disponibilidade de dólares permitiu o surgimen-
to dessa moda jovem de roupas, motos, e, é claro, do rock and roll,
via apropriação pelos brancos, do rhythm and blues (blues ritma-
dos) dos negros.
O rhythm and blues se desenvolveu a partir do jazz, dos Spi-
rituals e dos blues tradicionais - salientando-se os blues rurais. Es-
tes, por sua vez, originaram-se da mesclagem do blues com a mú-
sica regional (country, westem, hillbilly, etc). Os blues rurais eram
cantados nos estados sulistas, principalmente na região do delta

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do Mississipi. Quando eles são executados em guitarras elétricas
focalizando temas urbanos, transformam-se em rhythm and blues.
E foi assim que aconteceu, pois durante a 2a Guerra Mundial, nos
Est. Unidos, grande número de negros deslocou-se das cidades do
interior para as grandes metrópoles, a fim de trabalhar nas fábri-
cas de armamento. Apesar de estarem vivendo em cidades grandes
como Detroit, Chicago, Nova York e Filadélfia, eles não haviam se
desligado de suas raízes rurais. Por muitos anos, vinham cantando
canções que falavam em natureza, plantação, sol, chuva, etc. Na
cidade grande mudaram os temas para mulheres, sexo, impostos,
bebidas e frio. Logo após o fim da guerra, os blues ritmados eram
uma realidade, fazendo sucesso junto ao público negro através de
gravadoras exclusivas como a “Ebony”, “Sepia” e “R & B”. Em 1949,
a revista “Billboard” adotou a expressão Rhythm and blues.
No apogeu dos blues ritmados, a população branca dos Est.
Unidos tinha seus intérpretes prediletos e praticamente não toma-
va conhecimento das paradas de sucesso da música negra (race
music). Curiosamente, em 1948, Wynonie Harris atingia o hit ne-
gro com Good Rockin’ Tonight, usando a palavra rock no sentido
de rebolar. Billy Mathews and the Balladeers faziam sucesso com
Rock and Roll,e no ano seguinte Fats Domino aparecia com The
Fat Man, um verdadeiro rock. Em 1951, Gunter Lee Carr cantava
We’re gonna rock, o grupo The Ravens, Rock all night long e Bill
Haley, Rock the joint.
Em 1952, um modesto disc-jockey de Cleveland, Alan
Freed, notava o fenômeno da ascenção da popularidade dessa mú-
sica negra. Freed se entusiasmou tanto que mudou seu programa
de música erudita para uma audição de blues chamada Moondog’s
rock and roll party (A festa de rock do lobisomem).O que se queria
dizer com rock and roll? Era, certamente um eufemismo para o
sexo, pois achavam que a dança do rock era uma simulação do ato
sexual. Freed era totalmente pirado ao apresentar seus programas
radiofônicos gritando, chorando, enquanto os jovens brancos ou-
viam pela primeira vez em suas casas, músicas abordando assun-
tos como sexo, maus exemplos, etc.
Em 1953, Freed promoveu apresentações ao vivo com artis-
tas negros, com mais de 2/3 da platéia formada de brancos. Foi
então acusado de misturar brancos e pretos, o que era inadmissível
na América do tempo do senador Mc Carthy. No ano seguinte foi
para Nova York e colocou uma medíocre emissora de rádio em pri-
meiro lugar em audiência, graças ao mesmo esquema que ganhava

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vulto. Era o rock’n roll que nascia em todo o país e começava a se
irradiar para além das fronteiras.
Nessa ocasião, muitos brancos tinham formado conjuntos.
Entre eles estavam os Cometas de Bill Haley, cuja especialidade era
“cobrir” (to cover) ou suavizar os violentos blues, em geral de letras
maliciosas - conforme afirma Charlie Gillett no seu livro Sounds of
City. Em 1955, um filme chamado “Sementes da Violência” (Bla-
ckboard jungle) com Glenn Ford, mostrou a música Rock around
the clock com Haley e seus Cometas. Os adolescentes, a partir daí,
finalmente descobriam uma música que só pertencia a eles, pois
Sinatra não os entusiasmava, o jazz havia se intelectualizado e as
grandes bandas, após a morte de Glenn Miller, vinham perdendo
prestígio e só tocavam em bailes de formatura.
É possível caracterizar 3 estágios que marcaram o rock em
seu processo evolutivo. De início, os blues ritmados que era mú-
sica do público negro; depois surgiu o rock and roll pelo descobri-
mento e utilização dos blues pelos músicos brancos e, finalmente,
nos anos 60, a música jovem passou a ser chamada simplesmen-
te de rock, principalmente após a consolidação dos Beatles como
grandes intérpretes e compositores. Segundo Robert Palmer, o rock
é uma música baseada no rock and roll, embora mais complexa.
E exemplifica, citando que o disco Sgt. Pepper lonely hearts club
band dos Beatles é um disco de rock, enquanto Some Girls dos
Rolling Stones é um disco de rock and roll. Jan Wenner - fundador
do jornal “Rolling Stone” - disse que “o rock and roll é o núcleo de
onde sairam todas as mudanças acontecidas nos últimos anos,
sejam elas sociais, políticas ou culturais”.
O rock, calcado nos pequenos conjuntos, marcou a utilização
de alguns instrumentos musicais e o conseqüente desprezo por
outros. A guitarra elétrica foi a base dos primeiros grupos de rock,
seguida do saxofone. Outros instrumentos utilizados: violão acús-
tico, contra-baixo, bateria, piano e órgão (menos freqüente). O bai-
xo elétrico começou a aparecer na metade dos anos 50. Até então,
os grupos de rock mostravam o contrabaixo rabecão, o chamado
“baixo de pau”. Quase não foram utilizados os seguintes instru-
mentos: piston, trombone, clarinete, violino, etc. O hoje antiquado
acordeom coloria as execuções dos Cometas, dos 3 “Chuckles” de
Teddy Randazzo e do nosso Betinho, mas foi abandonado ainda
nos anos 50.
O que evoluiu muito na execução do rock de lá para cá, foi
a tecnologia, que permite uma sofisticação que esse gênero vem

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mostrando, principalmente através dos sintetizadores e congêne-
res. A técnica de gravação de discos igualmente melhorou mui-
to. Se no início do rock’n roll se gravava em mono sem play back
(acompanhamento), hoje podem-se utilizar estúdios de 56 canais
com mixagem computadorizada, que permite dar maior ou menor
ênfase a determinadas execuções vocais ou instrumentais. Além
disso, já são comuns as gravações diretas (direct to disc) e as di-
gitais - impulsos elétricos codificados em números binários. Nas
apresentações “ao vivo”, a evolução técnica veio beneficiar tanto
os artistas como o público, em função dos melhores equipamentos
hoje existentes. O consumidor tem hoje ao seu dispor, não somente
discos e fitas (rolo e cassete) gravadas em estéreo como também o
disco laser, que surgiu no início dos anos 80, e que tem a vanta-
gem de separar com maior nitidez os canais de estéreo, diminuindo
a distorção, eliminando ruídos estranhos à gravação, ao mesmo
tempo em que não se desgasta com o uso. Recentemente apareceu
o Digital Audio Tape - DAT, cassete digital com as vantagens do
disco laser, desenvolvido pelos japoneses e o futuro acena com a
possibilidade de se gravar em chips.
Na verdade, os equipamentos do consumidor melhoraram
muito, a partir da simples eletrola, chegando aos atuais systems
com seus decks de cassete, pré, power, sintonizador de FM/AM,
equalizador, até os reduzidos walk man e os micro systems que
podem ser transportados como uma pequena pasta. Finalmente,
deve-se mencionar que, no nascimento do rock, os discos simples
eram 78rpm (rotações por minuto) passando na metade dos anos
50, na América, a serem compactos de 45rpm. Os LPs (longa du-
ração), que apareceram no final dos anos 40, passaram de mono a
estereofônicos no começo dos anos 60. Na divulgação ou marketing
do disco, o advento do videoclip, a partir dos anos 70, foi o fato
mais importante.
Se Bill Haley e seus Cometas foram os lançadores do rock’n
roll para o sucesso, Elvis Presley e os Beatles foram as suas maio-
res expressões, respectivamente nos anos 50 e 60.
Embora tenha surgido nos Est. Unidos e logo após feito enor-
me sucesso na Inglaterra e países de língua inglesa, o rock’n roll in-
vadiu o mundo todo. Já nos anos 50, na grande maioria dos países
ocidentais, se encontrava um ídolo de rock local. Isto sucedeu na
França, Itália, México, Argentina e... Brasil. O rock chegou mesmo
a conquistar o mundo comunista, atingindo a URSS, inicialmente
na clandestinidade (anos 60), mas hoje popularíssimo, como resul-

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tado do apelo à política do “glasnost” do líder Mikhail Gorbachev.
Assim, mais de 30 anos após Rock around the clock é possível dizer
que o rock é a terceira forma de música universal. As outras duas
são a música clássica e o jazz.
Mas o rock não é somente música. De início representava
a rebeldia dos jovens contra os mais velhos. Com o tempo, essa
posição de “contramão” foi se transformando em contestação dos
valores vigentes, chegando, nos anos 60, a se constituir em con-
tracultura.
No Brasil, o rock comportamento teve muita importância du-
rante todo o tempo, embora o rock música não mostrasse a mes-
ma repercussão, pois não teve o apoio dos principais veículos de
comunicação no período 1955-65, que mostravam clara e óbvia
preferência pela bossa nova. Todavia, este fato não diminui a im-
portância que o rock brasileiro na realidade teve, no sentido de
desaguar no enorme sucesso do movimento Jovem Guarda e, por
tabela, gerar como descendentes, tanto uma música pop infantil,
como um chamado rock-Brasil, que no final destes anos 80 co-
mandam as vendagens de discos e preferência popular, dentro do
panorama musical brasileiro.

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Capítulo II

O ROCK CHEGA AO BRASIL

Os anos 50 são conhecidos como os “anos dourados”. No Bra-


sil, a 29 metade dessa década foi realmente um período de bastan-
te prosperidade. Coincide com o governo de Juscelino Kubitscheck,
cujo Programa de Metas prometeu modernizar o país e fazê-lo cres-
cer 50 anos em apenas 5. Exageros à parte, o crescimento médio
do Produto Interno Bruto - PIB brasileiro na década de 50, foi de
6,8% ao ano, mas no período 1957/60, sob a administração JK,
sobe para 7,7%. O país se desenvolvia e substituía as importações
de automóveis, eletrodomésticos e outros bens. Em todas as áreas
havia otimismo, esperança, investimentos e empregos; pelas ruas
circulavam os fusquinhas, DKW, Aero Willys e Simcas, tomando
o lugar dos Buicks, Cadillacs e Plymouths. Os jovens preferiam a
lambreta que, com 6 HP de potência fazia, segundo diziam, 55 km
com um litro de gasolina...
A classe média, vivendo em sobrados ou amplos apartamen-
tos sem suite, tinha o hábito de dar festinhas por qualquer motivo.
Consumia-se muito e poupava-se pouco. Não havia open-market e
o mercado de ações era bastante restrito. A vida era muito diferente
dos dias atuais, mas a moral reinante era, sem dúvida, conserva-
dora e existia uma perspectiva de que esse quadro perdurasse por
muito tempo.

Outubro de 1955

O filme da Metro, “Sementes da Violência” é exibido no Rio e


em S.Paulo, mostrando para os jovens atônitos daqui, mais do que
um drama juvenil dos vizinhos do Norte, mas uma música infernal
e incontrolável que era o rock and roll.
O maior mito da juventude até então era James Dean, cuja
morte ocorrera um mês antes. Elvis Presley, com 20 anos de idade,
já estava inovando a música americana ao misturar blues e coun-
try e gravar suas antológicas canções rockabilly para a “Sun Re-
cords” de Memphis-Tennessee. Por outro lado, em Liverpool, John
Lennon, aos 15 anos, engatinhava na música ao formar seu 1°

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conjunto: Quarrymen e, ao tocar numa igreja de sua cidade, fica
conhecendo um garotinho canhoto que atendia peb nome de Paul
Mc Cartney...
A brasileira Nora Ney, que cantava samba-canção; (“Ninguém
me ama”, por exemplo) entra em estúdio e grava “Ronda das Horas”
(Rock around the clock) em inglês.

Novembro de 1955

A gravadora Continental lança no mercado um disco 78rpm


contendo “Ronda das Horas”, cantada por Nora Ney. É a primeira
gravação de rock’n roll feita por brasileiro. A “Revista do Rádio”,
que tinha grande circulação nacional, na sua edição de 19/11 (n0
323) escreve:
“A surpresa, outro dia, no programa César de Alencar (Rádio
Nacional) foi Nora Ney cantando em inglês uma melodia que estava
sendo lançada num filme.”
A mesma revista, no número seguinte, mostra uma parada
de discos mais vendidos, na qual a gravação de Nora já é a 1a colo-
cada, suplantando “Farinhada” com Ivon Cury e “Canção do Rou-
xinol” com Cauby Peixoto, entre outras.
Em dezembro, “Ronda das Horas” era gravada em português
por Heleninha Silveira(RCA Victor), numa versão de Júlio Nagib.
Nessa época não se tinha idéia do que era o rock’n roll. Pen-
sava-se que fosse uma espécie de boogie, um modismo passageiro;
tanto que os locutores anunciavam tais gravações dizendo o nome
do ritmo: fox-trot.

1956

Neste ano, inexplicavelmente, os brasileiros não gravaram


rocks. A invasão dos sucessos de Bill Haley, Elvis Presley e Little
Richard foi enorme. Os discos de 78 rotações de Elvis começavam
a sair no Brasil. Primeiro foi Heartbreak Hotel, depois Blue Suede
Shoes, mais tarde Tutti Frutti e daí em frente. Aliás, 56 foi o ano
da consagração mundial de Elvis como rei do rock’n roll, ultrapas-
sando o sucesso de Bill Haley e seus Cometas. Nos Est. Unidos, a
1a gravação de Elvis para a RCA, Heartbreak Hotel, foi 10 lugar nas
paradas, de 21 de abril até 9 de junho consecutivãmente; em 18
de agosto, o “single” Don ‘t be cruel acoplado com Hound Dog vai
para 10 lugar e nessa posição fica até 27 de outubro, quando, sem

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dar vez a outros nomes, Elvis põe Love me tender em 10, até 4 de
dezembro.
No Brasil, nosso cantor mais popular, Cauby Peixoto - tinha
sido capa da revista semanal “O Cruzeiro” - vai para os Est. Unidos
e lá passa a usar o nome artístico de Ron Coby. No ano seguinte
ele já aparecia no filme Jamboree, mudando seu nome para Coby
Dijon.
Os discos mais vendidos entre nós são os simples de
78 rotações. Neste ano, eles aumentavam no preço para Cr$
50,00(cinquenta cruzeiros) cada, o que representava cerca de 2%
do Salário Mínimo da época.
No fim do ano, realiza-se no Rio de Janeiro o II Grande Con-
certo Brasileiro de Jazz, que pela primeira vez inclui o rock and
roll, que é interpretado pelo Conjunto Farroupilha.
Todavia, o grande acontecimento do ano foi a exibição do fil-
me da Columbia “Ao Balanço das Horas” (Rock around the clock),
o 10 musical de rock com participação de Bill Haley, The Platters,
Alan Freed e Freddie Bell. Esse filme foi exibido em S.Paulo, ini-
cialmente nos cines Paulista (rua Augusta) e Ipiranga(Centro). Um
jornal da capital paulista, no dia seguinte à estréia do filme, escre-
veu o seguinte:

“Rock and roll na cidade”


“A fita ontem exibida era aguardada ansiosamente por certo
tipo de moças, cuja idade varia entre 14 e 18 anos (teenagers nos
Est. Unidos). Não é ainda a adolescência; pelo menos para os ga-
rotos é ainda puberdade. Os meninos vestem blue jeans, calça de
zuarte desbotada com bainhas dobradas, que entre nós são usadas
como índice de grãfinismo e, no lugar de origem, utilizadas para
a ordenha das vacas ou limpeza de chiqueiros. Também vestem
blusão de camurça e uma camiseta de jersey; amarram o estojo de
ray-ban na cintura, usam cabelos sobre as orelhas, descendo pela
nuca e fofos no topete; fumam, lêem gibis e imitam Marlon Brando
ao enrolar os suéteres ao redor do pescoço. Estão matriculados em
colégios caros.
Já as meninas suspiram por James Dean, usam cabelos cur-
tos despenteados, vestem calças compridas coloridas, apertadas e
abertas abaixo dos joelhos; mastigam bubble gums e usam malhas
colantes, óculos escuros e sapatos de salto alto ou sandálias de
praia”.

23
Na exibição do “Ao Balanço das Horas”, houve uma bader-
na como jamais se havia visto em S.Paulo. Enquanto o filme era
exibido, os jovens dançavam, gritavam e até queimavam rolos de
inseticida. O tumulto foi tão grande que o governador do Estado
(Jânio Quadros) foi obrigado a intervir. Informado, Jânio encami-
nhou despacho ao Secretário de Segurança nos seguintes termos:
“Determine à polícia deter, sumariamente, colocando em car-
ro de preso, os que promoverem cenas semelhantes. Se forem me-
nores, entregá-los ao honrado Juiz. Providências drásticas”.
Por sua vez, o Juiz de Menores, Aldo de Assis Dias, tratou
logo de baixar Portaria proibindo o filme até 18 anos. Nela escre-
veu:
“O novo ritmo divulgado pelo americano Elvis Presley é exci-
tante, frenético, alucinante e mesmo provocante, de estranha sen-
sação e de trejeitos exageradamente imorais”. E prossegue:
“A música exerce influência prejudicial à juventude. Parece-
me também conveniente que seja feito apelo às estações de rádio e
televisão para que não transmitam música com esse ritmo, até que
se restabeleça o equilibrio dessa mocidade”.
À ação do rock, correspondeu a reação da sociedade, ame-
drontada pelo poder devastador dessa nova música e da dança,
ousada demais.

1957

Os brasileiros começam efetivamente a compor em ritmo


de rock. Logo em janeiro, o compositor Miguel Gustavo entrega a
Cauby Peixoto o trepidante “Rock and Roll em Copacabana” que é
gravado pela RCA. Embora o disco do Cauby só fosse lançado em
maio, a música de Miguel Gustavo é, provavelmente, o primeiro
rock composto por brasileiro e em nossa língua.
Também no inicio do ano, um desconhecido Trio Rubí, grava
pela Todamérica, uma versão da conhecida Rock’n roll march, com
arranjo do maestro Guio de Moraes. Ao mesmo tempo, Júlio Nagib
preparava outra versão de sucessos de Bill Haley; desta feita para
See you later, alligator, que virava “Até logo, Jacaré” e recebia gra-
vação do ótimo cantor romântico Agostinho dos Santos.
Estava descoberto um novo filão: o rock. Até o veterano e
tradicional compositor Assis Valente anunciava ter composto um
rock para ser cantado por Grande Otelo em um filme. Também
um jovem cantor de guarânias e boleros, chamado Carlos Gonzaga

24
escuta o sucesso The great pretender do grupo The Platters e resol-
ve gravá-lo pela RCA, em versão de Haroldo Barbosa, sob o título
de”Meu fingimento”.
Em abril, o cantor-guitarrista Betinho entra no estúdio da
rádio Record, na rua Quintino Bocaiúva em S.Paulo e grava com
seu conjunto uma nova composição da dupla Betinho-Heitor Car-
rillo: “Enrolando o rock”. Essa música, que sairia meses após pela
Copacabana Discos, seria incluída no filme “Absolutamente Certo”,
com Anselmo Duarte e Odete Lara e marcaria bastante o início
do rock no Brasil. Betinho tornava-se assim, um dos pioneiros do
rock. Mas, já em 1954, ele havia feito sucesso com um fox cha-
mado “Neurastênico”, dele e de Nazareno de Brito, que teve gran-
de aceitação junto ao público jovem. Além disso, Betinho foi um
dos primeiros guitarristas brasileiros. Nos anos 50, ele já possuía
uma Gibson-Les Paul, que posteriormente trocou por uma Fender
Stratocaster. Todavia Betinho era um roqueiro bissexto, pois até
meados dos anos 60 havia gravado poucos rocks. Foi nessa época
que ele até abandonou a carreira artística e se tornou pastor evan-
gélico.
Em 1957, nossas principais fábricas de discos não tinham
representação de importantes gravadoras dos Est. Unidos. Assim
sendo, não poderiam lançar tudo que entrava no hit-parade de lá.
A solução eram as gravações em inglês feitas por aqui mesmo, que
vinham a substituir os lançamentos originais. Uma expoente desta
fase de covers foi Lana Bitencourt, que cantava Little Darling no
lugar da gravação de sucesso do grupo vocal Diamonds. O saxo-
fonista Bolão, juntamente com seu conjunto (Rockettes), também
se especializou nesse tipo de trabalho, destacando-se o sucesso de
Short Shorts.
O rock no Brasil já completava mais de um ano e nossos
intérpretes jovens não apareciam. É bom lembrar que não exis-
tia cantor de rock, mas cantores populares que também cantavam
rock, como Cauby, Agostinho, Lana, Nora Ney e outros.
Na América, Elvis continuava sua trajetória de sucessos, em-
placando 10 lugar nas paradas com as seguintes músicas:

Too Much, de 9/2 a 23/2


All Shook Up, de 13/4 a 27/5
TeddyBear, de 8/7 a 19/8
Jailhouse Rock, de 21 /10 a 25/11

25
No Rio, Carlos Imperial organizava o “Clube do Rock” - um
grupo de intérpretes, dançarinos e aficionados do novo gênero - e
aparecia no filme “De Vento em Popa”, uma chanchada da Atlân-
tida.
Em S. Paulo, surgem os poetas concretistas, liderados por
Décio Pignatari, cuja obra é chamada de “rock’n roll da poesia”...
Curiosamente, as principais revistas do país noticiavam: “eis
a nova mulher; que trabalha de dia e estuda à noite”...

26
Capítulo III

A PRÉ-HISTÓRIA DO ROCK BRASILEIRO

Nesses heróicos anos 50, essa música irresistível era chama-


da de rock and roll. Anos após, lá pela época do twist, transforma-
se em “música jovem” ou “música da juventude feliz e sadia” - como
frisava o famoso disc-jockey paulista Antônio Aguillar. Nos meados
dos anos 60, com o sucesso dos Beatles e de Roberto Carlos, passa
a ser chamada pejorativamente de “iê-iê-iê”. Mais tarde, já nos 70,
com os Mutantes, Raul Seixas, Rita Lee, Made in Brazil e outros, a
palavra rock já é utilizada, permanecendo até hoje ao lado do termo
POP, muito mais abrangente.

1958

Foi o ano do 10 Título Mundial de Futebol, conquistado pela


Seleção Brasileira de Pele, Didi e Garrincha, entre outros, nos cam-
pos da Suécia. Nossa economia crescia a quase 8% e a moda fe-
minina era marcada pelas linhas saco e trapézio, enquanto que os
cavalheiros usavam ternos de casimira Kowarick, camisa “Volta
ao mundo” e mocassim “Indio-Moc”, da Clark. Aparece a chamada
“juventude transviada”. No Guarujá, os rapazes de um tal “Clube
dos 50” são presos portando maconha, lança perfume, pervitin e
whisky. No Rio, fica célebre o caso Aida Curi, nome de uma garota
que foi atirada para a morte de um edifício de Copacabana. A im-
prensa mostra muitas reportagens sobre os “transviados” e joga a
culpa no rock’n roll. Os rapazes modernos são chamados de play-
boys.
A juventude vive intensamente as mudanças que ocorrem.
Muitos rapazes começam a se dedicar ao rock. No Rio, destacam-
se os conjuntos e artistas de dublagem, de onde surgiria, anos
mais tarde, o cantor Tony Tornado. Em São Paulo, em março, o
acordeonista Mário Gennari Filho escolhia duas canções feitas em
inglês: Forgive Me e Handsome boy. Elas - já com play-back pronto
- iam ser cantadas por uma cantora-compositora chamada Celeste
Novais,mas o destino quis que dois irmãos de Taubaté-SP, gravas-
sem o referido disco de 78 rotações da Odeon: Tony (Sérgio Benelli)

27
de um lado e Celly (Célia) do outro. Mas foi no mês seguinte que
apareceu o grande sucesso do rock brasileiro até então: Diana, de
Paul Anka, cantada por Carlos Gonzaga. Essa gravação lançou um
versionista que se tornaria o principal do nosso rock: Fred Jorge.
Ainda nesse ano, surgem os cariocas Golden Boys (tirado de Roy
Hamilton, o golden boy ?) com Wake up little Susie (Copacabana)
e Lana Bitencourt segue sua trilha de sucessos com Love me fore-
ver (também cantado por Dolores Duran) e outros calypsos rock, a
nova moda. Aliás, segundo dizem, Lana chegou a entrar nas “100
mais” da revista americana “Cash Box” nos Est. Unidos, com Little
Darling. Mas, o sucesso de Lana e outros intérpretes impedia o lan-
çamento original entre nós. O mesmo acontecia com o grupo vocal
The Playings, uma invenção do produtor José Scatena (Titulares
do Ritmo, famoso grupo vocal de SP, mais as cantoras de estúdio,
irmãs Gradilone), então dono da gravadora e estúdio RGE que, com
a gravação de sucessos do hit-parade americano como Lollipop e
Banana Split, impediu a entrada dos hits originais. Até o tradicio-
nal Conjunto Farroupilha freqüentou o gênero, com a gravação de
Mr. Lee.
Em São Paulo, Theotônio Pavão já era o professor de violão
mais conhecido. Tinha cerca de 80 alunos, principalmente moças
de famílias da classe média alta da região dos Jardins. Elas ado-
ravam aprender as composições de Maysa (então Matarazzo) e de
Dolores Duran. Periodicamente, tais alunos promoviam festinhas,
onde cada um mostrava seus atributos, se apresentando perante
a platéia. Minha introdução como cantor de rock foi numa des-
sas festinhas, quando peguei num violão e comecei a martelar um
Blue Suede Shoes bem na “cola” do Elvis. A partir dessa primeira
apresentação, em tudo quanto era festa, eu era intimado a cantar
rock...
O cinema brasileiro, após a agradável experiência de Betinho
em “Absolutamente Certo”, continuou a mostrar o nascente rock
nacional; ”Aguenta o Rojão” apresenta de novo Betinho e seu con-
junto, além do chefe do “Clube do Rock”, Carlos Imperial. “Alegria
de Viver” tinha no seu elenco um garoto de 17 anos chamado Sér-
gio Murilo, que viria a despontar como cantor no ano seguinte. No
20 semestre, cercado de larga expectativa, Bill Haley vem ao Brasil
e fica admirado com a forma dos dançarinos do “Clube do Rock”.
Surge a onda do bambolê e a garotada adere entusiasmada.
Nos Est. Unidos, logo em março, Elvis vai para o exército e,
ao mesmo tempo, sua balada Don’t era 10 lugar nas paradas. Na

28
ausência do “rei do rock” faz sucesso o filme “Balada Sangrenta”
(King Creole), de onde sai o sucesso Hard headed woman (julho).
No 20 semestre, Presley, já longe de seu público, perde as primeiras
posições para outros intérpretes, como o italiano Modugno (“Vola-
re”), os Everly Brothers e Rick Nelson (Poor little fool).
Em Liverpool, em agosto, um rapaz chamado George Harri-
son ingressa no “Quarrymen”, que precisava de um solista...

1959

É nesse ano que o rock brasileiro começa a marcar presença


no Rio e em S. Paulo com o surgimento de vários intérpretes jovens
e também da gravação, em março, por Celly Campello, de “Estúpi-
do Cupido” (Stupid Cupid), numa versão de Fred Jorge para músi-
ca de Neil Sedaka. Tal gravação, erradamente colocada como lado
B no disco, foi um sucesso tão grande que Celly tornou-se rapida-
mente o maior nome da juventude brasileira de então, disputando
em execuções e vendagem de discos com os internacionais Elvis,
Paul Anka, Sedaka, etc. Surge Crush em Hi-Fi, o primeiro progra-
ma de rock em S. Paulo na TV Record, com os irmãos Campello,
que durou até 1962. Aliás, a Record foi importantíssima na di-
vulgação do rock, pois sempre trazia atrações internacionais para
cantar no Brasil (Johnny Ray, Johnny Restivo, Frankie Avalon, Bill
Haley, etc) e, no 20 semestre de 59, nos brindava com a bombás-
tica Brenda Lee, que fazia grande sucesso por aqui com sua solu-
çante Jambalaya. Todavia, em 1959, o disc-jockey paulista Miguel
Vaccaro Neto, percebendo o sucesso dos brasileiros cantando em
inglês, junta-se à Editora Musical Fermata (Enrique Lebendiger) e
organiza a gravadora Young, com o objetivo de lançar novos valores
do rock, cantando em inglês os sucessos do hit-parade americano,
numa ampliação do que outros vinham fazendo. Pela Young, no
perfodo 59/60, foram lançados bons valores, destacando-se Re-
giane (Regina Célia Bellochi), paulistana da Aclimação, então com
18 anos, de excelente voz, cuja carreira durou apenas 2 anos até
seu casamento e que, nesse intervalo, fez grande sucesso com a
balada I’m yours, tendo recebido até um troféu “Chico Viola” que a
TV Record atribuía para os sucessos em disco. Também da Young
era Nick Savoia, outro paulistano, duble de comissário de bordo e
professor de inglês, que embora tendendo mais para o jazz, se des-
tacou no rock com Since you’ve been gone e Mack the Knife.
Outros nomes da Young: Hamilton Di Giórgio, cantor e com-

29
positor, que apareceu com Teenage Sonata, tinha um falsete pare-
cido com o do Roy Orbison; Antônio Cláudio (Guimarães do Canto),
que mudaria de nome artístico para Danny Dallas, gravou Dream
lover do Bobby Darin, acompanhado dos Jester Tigers. O depois
consagrado Demétrius (Demétrio Zahra Neto) também começou na
Young, ao gravar Hold me so tight, um rock bem no estilo de Elvis,
com acompanhamento do conjunto The Devils, que tinha Sérgio
Zahra, seu irmão, na bateria, outro Sérgio na guitarra de solo e
Leslie na de base. Baby é um rock que foi gravado pelo conjunto
The Rebels, que era constituído pelo cantor Zézinho (José Gagliardi
Jr.), que mais tarde seria o Prini Lores da Jovem Guarda, pelo ba-
terista Nenê (Lídio Benvenutti), que tempos após tocaria baixo elé-
trico na 2a formação dos Rebels já nos anos 60 e pelos guitarristas
Romeu Benvenutti, irmão de Nenê e Zé Carlos.
O cantor guitarrista Gatto (José Provetti) também gravou na
Young (What l’d say) mas logo depois deixaria de cantar e, dedican-
do-se à guitarra-solo, formaria um dos melhores grupos de rock-
instrumental do país: The Jet Blacks. Em meados dos 60, Gatto já
estava acompanhando Roberto Carlos no seu RC-7 e chegou até a
aparecer nos filmes que Roberto fez. Todavia, o principal nome da
Young era o conjunto The Avalons. Pioneiro na execução do rock
instrumental entre nós com China Rock, embora fosse também um
grupo vocal, esse conjunto era constituído pelos seguintes nomes:
Dudu (guitarra de solo), Daniel (baixo) e Paulinho (bateria); nos
vocais estavam: Solano Ribeiro, Passarinho e Bob (depois entraria
Tito Livio). O grande sucesso do grupo foi Valentina, my Valentina e
eles se destacaram também ao acompanhar a cantora Regiane em
gravações e no programa Crush em Hi-Fi. Além de toda essa gente,
podemos citar: The Beverlys, The Teenagers, The Youngs, Carlos
David, Marcos Roberto, Luci Perrier, The Cupids e Dori An-giolella
(Dorival), que anos após voltaria à carreira artística, com o nome
artístico de Dori Edson.
A mania de cantar e gravar em inglês os sucessos lá de fora
estava presente nos exemplos até aqui citados. Neste ano, o com-
positor Hervê Cordovil anunciava o lançamento de seu filho Ronal-
do, que adotou o nome de Ronnie Cord e passou a gravar em inglês,
os sucessos do hit-parade americano. Mas ainda não era tudo. O
humorista Moacyr Franco era Billy Fontana e dançava nos palcos
ao cantar Baby Rock com acompanhamento do seu conjunto
Rockmakers, enquanto que Sérgio Reis, com seus quase 2 metros
de altura, era o Johnny Johnson e nem sonhava com o enorme su-

30
cesso que faria trinta anos mais tarde, cantando o mesmo gênero
que a dupla Tônico & Tinoco. O filho do Silvino Neto, Paulo Silvi-
no, adotava o nome americanizado de Dixon Savanah, para cantar
Let’s rock together, um rock feito por Orlann Divo... Até os parentes
Golden Boys seguiam a onda com a gravação de Personality. Como
principal grupo vocal jovem do Rio, eles participam do filme “Cala
a boca Etelvina”, com a impagável Dercy Gonçalves, onde cantam
“Meu romance com Laura”, que chegou a fazer sucesso.
Enquanto isso, Carlos Gonzaga seguia gravando versões de
Fred Jorge para músicas de Paul Anka e Neil Sedaka e aparecia
também num filme: “Dorinha no Soçaite”. Três novatos surgiam
no ano: Selma Rayol (irmã do Agnaldo), cantando “Batom no seu
colarinho” (Lipstick on your collar); Sérgio Murilo, que gravava seu
grande sucesso “Marcianita”, outro lado B que agradou e Wilson
Miranda, que era lançado pelo apresentador paulista Júlio Rosem-
berg, através da nova gravadora Chantecler (era uma divisão da
loja Cássio Muniz), com o calypso-rock “Quando” (When) e o LP
“Veneno”, título de uma música que fez muito sucesso, de autoria
do instrumentista Poly e do disc-jockey Henrique Lobo.
Em julho, eu passava férias em Bauru (interior de SP), quan-
do ao cantar alguns rocks com meus amigos de lá (Waldir, Molina,
Gil, etc.) fui convidado a fazer um programa na TV Bauru Canal 2,
que estava transmitindo em fase de experiência. Foi minha estréia
em TV, com o rock Tutti Frutti.
Meses depois, quem se apresentava em TV pela primeira vez
era minha irmã, Meire Pavão (Antonia Maria) que, aos 12 anos de
idade, cantava no programa dominical “Grande Ginkana Kibon”, da
Record, que era apresentado por Vicente Leporace e Clarice Amaral
e produzido por Durval de Souza.
Ainda neste ano morre Dolores Duran e Neil Sedaka vem se
apresentar no Brasil.
Após uma das suas apresentações em S. Paulo, Sedaka,
acompanhado de Tony e Celly Campello, comparece a uma das já
citadas festas promovidas pelo Prof. Pavão - desta feita na casa do
então diretor-comercial da TV Tupi de S. Paulo, Fernando Severino.
Lá eles cantam seus sucessos em disco e a platéia fica deslum-
brada ao escutar The Diary; ”Estúpido Cupido”, Forgive me e ou-
tras mais. Como curiosidade, o Prof. Pavão foi acompanhar Sedaka
cantando The Diary com o seu violão e, por não entender inglês,
colocou 2 tons acima do normal, o que fez o cantor americano se
esguelar todo...

31
No Rio, continuava brilhando o “Clube do Rock”, mas o con-
junto Os Terríveis já estava desativado. Silvino foi gravar na Chan-
tecler, Roberto Carlos cantava rocks em programas de TV e Carlos
Imperial começava a pensar em fazer Roberto, seu amigo, gravar
um disco. Foi em agosto deste ano, que Imperial levou Roberto para
a gravadora Polydor. Só que Roberto Carlos não começou gravando
rock, mas sim um samba do próprio Imperial, chamado “João e
Maria”.
Em Liverpool, os garotos do Quarrymen, mudavam o nome
do grupo para The Silver Beetles (Besouros prateados).

32
Capítulo IV

A HISTÓRIA: O ROCK BRASILEIRO JÁ TEM REI E RAINHA

Estamos em 1960, ano da inauguração de Brasília, da eleição


de Jânio Quadros para a presidência da República e da bossa nova.
Tudo de moderno era bossa nova. Era um estado de espírito. Havia
pintor bossa nova, arquiteto bossa nova, e João Gilberto coman-
dando o novo samba com seu LP “Chega de Saudade”.
Celly Campello é sucesso e muitos a chamam de “Namoradi-
nha do Brasil”. Seus discos são tocados muitas vezes por dia nas
emissoras de rádio. Sobre ela escreve Antônio Carlos Jobim, que é
“uma moça que sabe usar com grande tarimba seu afiado aparelho
vocal”. A fábrica de brinquedos Trol lança a boneca Celly; também
é vendido o chocolate Cupido da Lacta e Celly faz um jingle para
a Monark e outro para a Toddy, juntamente com seu irmão Tony,
com letra e música de Miguel Gustavo. É o ano dela que é a exceção
do rock brasileiro; a única que as principais mídias divulgam. O
programa “Telefone pedindo bis” da rádio Bandeirantes de S. Paulo
(Enzo A. Passos) sempre aponta Celly como a mais solicitada, prin-
cipalmente com “Banho de Lua”, uma nova versão de Fred Jorge
para um rock italiano.
Sérgio Murilo, por outro lado, começa a aparecer muito bem
com “Marcianita” e “Broto legal”, e canta “Rock de Morte” no filme
“Matemática 0 Amor 10”. Ao mesmo tempo, Wilson Miranda grava
“Bata Baby”, uma versão de Long tall Sally, feita por um composi-
tor de rock que despontava: Baby Santiago. Até então, esse crioulo
cheio de ginga era conhecido como Fulgêncio Santiago, mas com
o sucesso da música teve que mudar para Baby. Wilson já era um
dos ídolos do rock em S. Paulo, mas dividia seu repertório entre
o rock e o samba. Prova disso foi um disco LP que ele lançou,
contendo de um lado somente rocks e de outro apenas sambas.
Enquanto isso, um estudante do curso de Química Industrial do
Liceu Eduardo Prado de SP, chamado George Freedman, alemão de
nascimento, mas desde pequeno no Brasil - surge cantando “Olhos
cor do céu” (Pretty blue eyes). Para completar a invasão, é lançado
o mais jovem cantor de rock de S. Paulo, Bobby de Carlo, que com
apenas 15 anos, grava “Eliana” (De De Dinah) para a Odeon, numa

33
primeira descoberta do pioneiro Tony Campello.
Com tanto movimento, era inevitável o surgimento de uma
revista especializada no assunto. Aparece então a “Revista do Rock”
(o n0 1 foi publicado em agosto), com capa colorida, letras de músi-
ca, reportagens e cartas das fãs, a mais duradoura publicação bra-
sileira sobre rock, pois existiu durante cerca de 14 anos seguidos.
Por essa revista pode-se saber os principais nomes do nascente
rock brasileiro da época. Cantores: Sérgio Murilo, Tony Campello,
Carlos Gonzaga, Wilson Miranda e Cauby Peixoto (outro roqueiro
bissexto, a exemplo de Betinho). Cantoras: Celly, Célia Vilela (que
começou cantando sambas), Sônia Delfino, Elza Ribeiro e Carla
Baroni. A “Revista do Rock” foi uma iniciativa da jornalista e com-
positora Jeanette Adib que, em 1959, ao notar que as letras dos
rocks que publicava na revista “Eu Canto” - também dela - eram
muito solicitadas, resolveu fazer um teste: editou duas “Eu Canto”
sobre rock e o sucesso foi tão grande que a solução foi criar uma
revista especializada no ritmo preferido pelos jovens.
Como foi visto anteriormente, nessa época existiam poucos
grupos instrumentais jovens e os acompanhamentos dos rocks
gravados eram feitos por músicos de estúdio, a maioria de largos
recursos como Bolão no sax (que também freqüentava o gênero),
Boneca e Edgar na guitarra e outros que, segundo dizem, “torciam
o nariz” para a música jovem. A maior parte dos arranjos para as
gravações de Sérgio Murilo era feita pelo maestro Lyrio Panicalli -
autor inclusive de “Rock de Morte” - enquanto o coral para Celly
e Tony pertencia aos Titulares do Ritmo. No Rio, os Golden Boys
estavam sempre presentes nos vocais quando lá se gravava rock’n
roll.
Neste ano, nossa música jovem já tem fôlego para merecer um
LP-coletânea. É então lançado pela Copacabana o disco Cocktail de
Rocks, hoje um clássico, contendo interpretações de Ronnie Cord,
Betinho, Gessy Soares de Lima, Moacyr Franco e os Golden Boys.
Eu seguia cantando em festinhas, até que, em meados do ano, pas-
sei a integrar um conjunto vocal/instrumental chamado Os Paulis-
tas, que contava também com o futuro cartaz Wanderley Cardoso
- já vinha de um sucesso infantil com “A Canção do Jornaleiro”-
mais os participantes Carlos Vicente, Roberto Loefgren e o pianista
Edmir Assunção, que não seguiram carreira artística. Foi o conjun-
to mais efêmero que existiu, pois durou 3 meses e umas quatro ou
cinco apresentações na TV. Em novembro, eu já estava cantando
minha composição “Maldita Goteira” e o repertório de Elvis e Cliff

34
Richard no programa “Clube dos Novos”, com Oscar Nimitz e Nely
Reis, pela TVTupi, canal 4 de S.Paulo. Ao mesmo tempo, a Meire
fazia parte de um conjunto de alunas que meu pai formou na sua
Escola de Violão. Esse grupo vocal, chamado Garotas Violonistas
gravou um disco pela Califórnia em 1959, e no início do ano viajou
para a Argentina onde lançou um LP pela Music Hall de lá, usando
o nome de Las Garotas Brasileñas...
No segundo semestre, Roberto Carlos já estava na Columbia,
procurando seu espaço na MPB, enquanto que a voz potente de
Leny Eversong fazia sucesso em Las Vegas. Foi quando, o nosso
lutador de box Éder Jofre conquistou o título mundial dos Pesos
Galo. Os brasileiros estavam com tudo: futebol e box...
Elvis Presley voltava do serviço militar na Alemanha, filmava
“Saudades de um Pracinha” (G.I Blues) ao lado de Juliet Prowse
e gravava It’s now or never (O sole Mio), que se tornou o 20 disco
mais vendido no ano nos Est. Unidos, só perdendo para Tema de
Summer Place.
Na Inglaterra, os Silver Beetles já são o grupo mais popular
de Liverpool e em abril fazem a 1a temporada em Hamburgo (Ale-
manha).

1961

Os políticos só falavam em reforma agrária e Jânio assumia a


presidência com a esperança de milhões de brasileiros. A impren-
sa, por sua vez, escrevia que a década de 50 havia registrado tantas
mudanças e evolução, que parecia que se passara um século. Eles
não sabiam, nem desconfiavam do que seriam os anos 60...
A juventude continuava curtindo o rock’n roll - mais ame-
nizado pelas baladinhas que estavam na moda - os bailinhos e a
lambreta. No Rio, havia uma corrida noturna de lambretas, cha-
mada de “lenha”, que os playboys faziam, percorrendo um longo
trecho da Estrada das Canoas (floresta da Tijuca) até a praça Ge-
neral Osório, em Ipanema, sem usar os freios, nem os faróis. Em
S.Paulo, o quente era a prática da “roleta paulista”, onde o moto-
queiro entrava numa rua movimentada na contramão.
A “Revista do Rock”, vivendo seu apogeu, promove uma vo-
tação para Rei e Rainha do Rock no Brasil entre seus leitores, ga-
nhando Sérgio Murilo e Celly Campello com mais de 40 mil votos
cada um, de todo o país. Sérgio já estava se expandindo e fazia su-
cesso em outros países da América Latina, enquanto Celly, com no-

35
vas gravações como Hey Mamma, “Lacinhos cor de rosa”, “Trem do
Amor” e Billy, mantinha sua posição de rainha dos brotos. Ronnie
Cord, que já era um dos preferidos da juventude, grava Itsie Bitsie
Teenie Weenie Yellow Bikini e faz mais sucesso do que o original
do americano Brian Hyland. Demétrius, com a extinção do cast da
Young, é levado para a Continental pelo divulgador Genival Mello
e lá desponta logo de saída com uma versão que ele próprio fez
de Corinna, Corinna, onde ele canta: - “Minha gatinha, onde está
você?”... Naquele tempo ninguém usava tal termo e a “ousadia” de
Demétrius ao usar gatinha como sinônimo de garota contribui, em
muito, para a aceitação dessa balada. Sem deixar a peteca cair, ele
logo depois gravaria “Rock do Saci”, de Baby Santiago e Tony Cha-
ves (Wilson Miranda ao compor), tornando-se um dos principais
nomes do rock brasileiro.
Aparece o programa de rádio “Os brotos comandam”, apre-
sentado por Sérgio Galvão, na Bandeirantes de SP, e por Carlos
Imperial, na Guanabara-RJ. Sérgio também passa a apresentar
pela TV-Tupi de SP o programa “Alô Brotos”, que torna-se a mais
importante audiência de rock pela televisão, em SP. Ainda no rá-
dio, a Bandeirantes de SP apresentava, todos os domingos, no seu
auditório da rua Paula Souza, o “Festival de Brotos” com Enzo de
Almeida Passos, onde a turma do bairro de Santana se revelou
(Sérgio Reis e os irmãos Antonucci, dos Vips).
No Rio, o “coroa” Jair de Taumaturgo, também aos domingos,
comandava seu “Alô Brotos”, pela rádio Mayrink Veiga, onde, pela
primeira vez, cantou o “rei do rock de Minas”, Eduardo Araújo.
Enquanto isso, Tony Campello voltava às paradas de sucesso
com “Querida Susie” ao mesmo tempo que Sônia Delfino começa
a ocupar espaços como uma reação carioca ao sucesso de Celly,
através de gravações como “Diga que me ama”, Bimbombey, “Garo-
ta Coquete”, etc. Rossini Pinto, até então apenas um entendido em
Botânica, aproveita para musicar um poema do então (até agosto)
Pres. Jânio Quadros, que leva o nome de “Convite ao amor”, que
se transforma numa gravação do próprio Rossini para a Copaca-
bana, com acompanhamento do Betinho e seu conjunto e vocal
dos Golden Boys. No Rio, é formada a turma do Rock - união dos
intérpretes - apadrinhados por Emilinha Borba e José Messias e do
qual fazem parte nomes como Eduardo Araújo, Fernando Costa,
Rossini, Ed Wilson, Renato e seus Blue Caps e outros. Uma novata
chamada Elis Regina é apresentada numa revista como “a nova
promessa do rock” cantando “Garoto último tipo” (Puppy love) e

36
“Sonhando” (Dreamin’), em versão de Juvenal Fernandes. Outros
nomes que aparecem: Reynaldo Rayol (também irmão de Agnaldo),
Cinderela, Valéria, Tony Billy, os Cometas (liderados por Adilson
Ramos), Cleide Alves, Carlos Ely, Wander Lee (Vanderly Regina) e
Mário Augusto.
O cinema continua divulgando nosso rock e Carlos Impe-
rial com seu “Clube do Rock” aparece no “Mulheres, Cheguei” (H.
Richers) e Eduardo Araújo canta “Prima Daisy”. No ‘Sherloque de
Araque”, aparece o então roqueiro Augusto César Vanucci. Geor-
ge Freedman começa a filmar “Zé do Periquito” (também Tony e
Celly), uma produção do comediante Mazzaropi ao tempo em que
lançava seu sucesso “Adivinhão”, genial criação de Baby Santiago.
Rossini Pinto passa a divulgar seus companheiros de rock na sua
coluna diária “Esquina Sonora”, no jornal Correio da Manhã do RJ,
concomitantemente com a seção “No mundo do rock” na própria
Revista do Rock. A rádio Carioca do RJ se torna uma emissora da
juventude, com programas de rock das 10 da manhã até às 21,30.
O palhaço Carequinha canta “Rock do Ratinho”, enquanto que Ro-
berto Carlos desiste da bossa nova e grava “Louco por você”, uma
versão do amigo Carlos Imperial que se torna título do primeiro LP
de RC para a Columbia, cujo repertório é o mais variado possível:
sambas, boleros, fox e rock-balada. Estariam procurando um es-
tilo para Roberto? Parece que sim, pois Sérgio Murilo ainda era o
principal nome jovem da Columbia que, no ano seguinte, passaria
a ser CBS. Ainda nesse ano, Célia Vilela, em franca ascensão, pas-
sa a apresentar seu programa de rock na apagada TV Continental
do Rio, enquanto que Carlos Gonzaga estoura com Bat Masterson
e ganha o troféu “Roquete Pinto” - prêmio que a TV Record dava
aos melhores da TV e rádio - como o melhor cantor da música in-
ternacional.
Eu tinha ido a Cochabamba na Bolívia, para estudar Medi-
cina na Universidade de San Simon. Fiquei lá apenas três meses e
retornei ao Brasil. Enquanto estudava para entrar em outra facul-
dade, dava aulas de violão e cantava em programas de TV, usando
meu nome verdadeiro, Carlos Alberto. Itamar Borges, que era um
dos melhores dançarinos de rock de S. Paulo, lançava a revista
“Rock News”, que mostrava pouco rock, mas muito anúncio. Num
desses anúncios, o cantor Carlos Alberto aparece em página intei-
ra com a nova guitarra “Sonorâmica” da Di Giórgio. Era um dos
primeiros anúncios feitos por cantor de rock, à exceção daqueles
feitos por Celly e por Tony. No ano seguinte ficaria conhecido o

37
das gravatinhas Twist, com foto de George Freedman, que saiu em
diversas revistas.
O conjunto vocal do qual a Meire participava, mudava de
nome para Conjunto Alvorada e estreava com um novo disco na
Fermata.
Nos Est. Unidos havia conflitos em Little Rock - Alabama por
resistência dos brancos à ordem de integração racial. Elvis não se
apresentava mais “ao vivo”. Seu empresário, Cel. Tom Parker, de-
clarava: “quem quiser ver Elvis, que vá ao cinema”...
O twist já começava a mostrar que seria uma nova onda e na
Inglaterra, os Silver Beetles passam a ser empresados pelo dono de
lojas de discos de Liverpool, Brian Epstein, mediante uma comis-
são de 25%.

38
Capítulo V

O CASAMENTO DO ANO

No começo do ano de 1962, o rock brasileiro já estava bem


definido. Coexistiam os covers e as versões, com a crescente pre-
dominância destas. É que Celly, Tony, Gonzaga, Murilo e outros
faziam bastante sucesso cantando versões de sucessos do hit-pa-
rade americano, asquais, em 90%dos casos, eram elaboradas por
Fred Jorge em SP e Rossini Pinto no Rio. Outro segmento do nosso
rock que ganhava força era o instrumental. Com base no sucesso
nos Est. Unidos e Inglaterra, de grupos como The Ventures, Fi-
reballs, Shadows e de Duane Eddy, onde predominava a formação
da guitarra de solo, de base, baixo elétrico e bateria, surgiam por
aqui grupos de rock instrumental. Entre esses, se destacariam: Jet
Blacks, Jordans, Clevers, Rebels e Bells em S.Paulo e The Angels
e Luizinho e seus Dinamites, no Rio. Um entusiasta do rock ins-
trumental era Carlos Alberto Lopes, que no seu programa noturno,
“Estúdio V”, pela rádio América de SP, passa a apresentar o grupo
The Fenders (Cid/guitarra solo; Jimmy/base; Orlandinho/baixo
e Tom/bateria) que tocava todo o repertório dos americanos The
Ventures.
Todavia, 1962 é marcado pelo bicampeonato mundial de fu-
tebol, conquistado pelos brasileiros no Chile e pela instituição do
130 salário. Na área da música jovem, foi o ano do casamento de
Celly e da briga de Sérgio Murilo com a Columbia/CBS, com o
conseqüente empenho dessa firma pelo então novato Roberto Car-
los, que mudava-se de armas e bagagens para o rock, e começava
a se destacar no Rio, com sua gravação da canção “Malena”, da
dupla Rossini Pinto/Fernando Costa. Assim, Sérgio despede-se da
Columbia com o LP Baby e passa a viajar constantemente pelos
países latino-americanos, onde seus discos são lançados e seu su-
cesso é enorme.
Nos bailes jovens, a onda é o twist, fácil de dançar, porque o
garoto tem apenas que se movimentar como se estivesse esfregan-
do uma toalha nas costas. O sucesso do twist traz Chubby Che-
cker ao Brasil, onde ele canta The Twist, Lets twist again, The fly e
outras. A boite Lancaster, situada na rua Augusta, em S.Paulo, é

39
chamada de “templo do twist” e todas as noites mostra o conjun-
to The Jordans, acompanhando George Freedman e Nick Savoia.
Apesar de estar crescendo na preferência popular, a música da
juventude dividia as paradas de sucesso de S.Paulo com os boleros
de Silvinho e Raul Sampaio, os tangos de Rinaldo Calheiros e Silva-
na e até os sambas de Noite Ilustrada. A gravadora Chantecler era
uma verdadeira fábrica de sucessos na área do bolero, rasqueado e
tango, lançando gente como Edith Veiga e Marta Mendonça, com o
famoso coral e os arranjos do maestro Élcio Alvares.
A juventude consegue mais espaço nos programas de rádio
e TV. No Rio, a rádio Globo tinha Chacrinha apresentando “A Pa-
rada é do Rock” e Luiz de Carvalho com “Revista do Rock no ar”. A
rádio Mayrink Veiga - campeã em audiência - mostrava “Hoje é dia
de rock”, com produção de Jair de Taumaturgo e apresentação de
Isaac Zeltman, o mais tradicional programa do gênero no Rio de Ja-
neiro. Jair também produzia o ouvidissimo “Peça bis pelo telefone”
que consagrou muita gente como por exemplo, o Trio Esperança,
que nesse ano cantava “Filme Triste”. Em S.Paulo, a rádio Nacional
tinha Antônio Aguillar apresentando diariamente “Ritmos para a
juventude” e Ademar Dutra com “Clubinho G9”; a rádio Piratininga
mostrava o novo disc-jockey Ferreira Martins com “ídolos da Ju-
ventude” e Luiz Alberto,
Surge uma nova cantora, Wanderléa (Salim) que grava seu 10
disco na Columbia, através do rock “Meu anjo da guarda”, da pro-
lífica dupla Rossini-Fernando. Esta música também seria interpre-
tada por Cleide Alves, outra estreante, só que pela Copacabana.
Em julho, finalmente entro nos estúdios Gravodisc para gra-
var o meu 10 disco, um 78 rotações para a Mocambo. Anteriormen-
te, eu havia selecionado 4 músicas: “La Bamba”, Move It, Peggy
Sue e “Tu e Eu” (versão que fiz para You and I do Cliff Richard).
No fim, acabei gravando Move It e “Tu e Eu”, sem play-back, com
acompanhamento do grupo The Hits (José Ricardo “Tuti” Delama-
no/guitarra, Fender Strato; Marcelo Amadei/guitarra; Domingos
de Cillo/piano; Oriandinho/baixo e Romualdo “Adias” Calcagnet-
ta/bateria). Esse disco saiu em setembro e foi lançado no “Festival
de todos os ritmos”, um show promovido pelo Antônio Aguillar no
cine Piratininga de SP (Brás) com a presença de Demétrius, Wilson
Miranda, The Jordans e outros expoentes do rock paulista. Começo
a caitituar o disco em todas as emissoras e a repercussão é boa.
Principalmente, porque foi uma das primeiras gravações que jun-
tou cantor jovem/conjunto jovem. Recorda-se que anteriormente,

40
nossos intérpretes gravavam com músicos de estúdio, arranje es-
crito, etc.
Em maio, sai o último número da revista “Rock News”, mas
em agosto é lançada “Baby Face”, outra publicação especializada
em rock and roll, cuja duração (e dinheiro) deu para apenas três
números (o último saiu em outubro), apesar do enorme interesse
que provocava junto à brotolândia.
Em setembro, os irmãos Tony e Celly, cantam em dueto o su-
cesso “Canário” (Yellow bird) e participam do filme “Jeca Tatu”, rea-
lizado pelo também taubateano Mazzaropi. Enquanto isso, o jovem
Ed Wilson (Edson Vieira de Barros), irmão mais novo de Renato,
dos Blue Caps é contratado como cantor pela Odeon e grava o 78
rotações, “Nunca Mais”. Nesse ínterim Eduardo Araújo participa do
filme “Rio à noite”.
Todavia, o casamento de Celly foi mesmo o impacto do ano e
o rock’ brasileiro perdia sua estrela maior para o contador da Pe-
trobrás, Eduardo, seu namorado de infância. As revistas pergunta-
vam: quem sucederá Celly?
Nesse final de ano, Jorge Mautner era considerado o primeiro
beatnik da literatura brasileira e dizia-se “iluminado pelas trevas”.
Enquanto isso, a bossa nova triunfa nos Est. Unidos e a imprensa
começa a noticiar: “homossexuais, a 3a força”.
O Conjunto Alvorada encontra sua melhor formação com
Meire, Lucí Labate, Sidnéia e Marly e segue fazendo sucesso, desde
novembro com o programa “Garotas e Violões” pela TV-Record de
SP, aos sábados às 13hs. Esse programa, no ano seguinte, muda-
ria de nome para “Clube do Violão Giannini” e o Alvorada passaria
também a ter um programa fixo de TV em Curitiba.
No exterior, enquanto Elvis continua só fazendo filmes, os
Beatles, logo no início do ano, são recusados pela gravadora inglesa
Decca. Antes disso, em outubro de 61, eles haviam gravado com
Tony Sheridan e My bonnie era sucesso. Logo depois, por sugestão
do baixista Stu Stucliffe - que morreria em 62 - mudaram o nome
para The Beatles. O empresário Brian Epstein consegue um con-
trato deles com a E.M.I e Ringo Starr substitui Pete Best na bateria.
Em 4 de setembro gravam Love me do, nos estúdios londrinos de
Abbey Road, já sob a direção de George Martin.

1963

Os brasileiros eram campeões em tudo: bi no futebol, Éder no

41
box, Maria Ester no tênis e agora o bi no basquete. Apesar da crise
política, da inflação e do baixo crescimento econômico, o orgulho
cívico estava em alta.
Todavia, 63 foi um ano apenas regular para o nosso rock,
apesar de sinalizar o crescimento de uma popularidade que se da-
ria mais para a frente com o movimento Jovem Guarda.
O ano começa com a escolha dos “Melhores da Juventude de
1962”, segundo a roqueira e sertaneja revista Melodias, e o progra-
ma “Ritmos para a Juventude”, de Antônio Aguillar:
Cantor: Ronnie Cord
Cantora: Celly Campello
Grupo: The Jordans
Revelação de grupo: The Hits
Revelação de cantor: Albert
Dançarinos de twist: Wilson Faria (Chupeta) e Neide Bernar-
des.
Em março, Aguillar entrega os troféus em memorável show
no cine Nacional da Lapa (SP), onde Demétrius, lançando seu disco
“Voltou a Carta” (Return to Sender) original de Elvis Presley - con-
firma ser um dos maiores nomes da juventude. Demétrius, cantor
paulista, mas nascido em Jacarepaguá, no Rio, em 1942, morava
na rua Cel. Diogo, no Jardim da Glória, em SP, com seu pai, um
funcionário público que foi muito ligado ao ex-governador Adhemar
de Barros. Ele residia perto de muitos outros roqueiros. É interes-
sante ver que o rock paulista se distribuía predominantemente em
dois eixos: os bairros Aclimação/Vila Mariana (inclusive Jardim
da Glória) e Perdizes/Pompéia. Do primeiro procedem Demétrius,
The Devils, Carlão e seus Rockboys, Elmo Robson, The Hits, The
Flashs, Rita Lee, Os Lunáticos, Rafael Vilardi, Liminha, Regiane e
até o roqueiro dos anos 80, Roger, do Ultraje a Rigor. Do segundo,
temos: The Rebels, Prini Lores, Dori Edson, Mutantes e Nick Sa-
vóia, entre outros.
Surge uma nova revista de TV, que deverá ser importante
na divulgação da música jovem: “INTERVALO”. Essa publicação
da Ed. Abril, começava a circular em janeiro, tendo como redator-
chefe um curtidor dos ritmos jovens: Alberto Máduar. Com “Inter-
valo”, o pessoal do rock tinha mais um canal de divulgação, pois
a “Melodias” e “S.Paulo na TV” já estavam com Aguillar, Ademar
e outros; a “Revista do Rádio” dava muitas notícias da turma e
a “Radiolândia” tinha o prof. Pavão como seu correspondente em
S.Paulo, desde o final de 1962.

42
Paralelamente, em grande ascensão, Roberto Carlos grava o
antigo êxito de Bobby Darin Splish Splash, versão feita por Eras-
mo Carlos. Essa música fez muito sucesso no Rio e mostrou que
Roberto estava no caminho certo. Erasmo fez o que Baby Santiago
havia feito com “Bata Baby”: uma versão sem nada a ver com a
letra original. Só que a fórmula deu certo, pois Splish Splash virou
uma histórinha engraçada que agradou bastante à juventude. Da
união de Erasmo com Roberto viria a surgir a principal dupla de
compositores da Jovem Guarda. Eles combinaram rock and roll
dos anos 50, com histórinhas banais de jovens. Mais ou menos o
que Baby Santiago também vinha fazendo.
Em abril, cansado de correr com o disco debaixo do braço
pra lá e pra cá, de não achar o disco nas lojas e de ter que ir às
rádios de ônibus - quando os cantores de outras gravadoras iam
de taxi - saio da Mocambo. Sou contratado por uma nova grava-
dora de S.Paulo que estava fazendo muito barulho: a VS, ou Vilela
Santos. Pertencia ao Ataliba Santos e ao Paulo Vilela e tinha como
maestro o Rogério Duprat e como divulgador o José Richard. A dis-
tribuição de início era só para S.Paulo e Paraná. Assim que entrei,
gravei 2 faixas numa coletânea, com acompanhamento dos Hits,
seguindo a mesma fórmula dos tempos da Mocambo. Todavia, para
meu compacto simples, a VS preferiu colocar músicos de estúdio
e o Duprat fez os arranjos de “Vigésimo Andar” (20 flight rock) do
Eddie Cochran e “Sobre um rio tão calmo” (Lazy river). Depois, para
não ser “cúmplice” de um rock, mandou colocar no disco, seu ape-
lido: Rudá. A gravação de “200 andar” foi nos estúdios da Gravo-
disc de SP, com acompanhamento de Boneca (guitarra), Heraldo do
Monte (violão), Xu Viana (baixo rabecão) e Dirceu (bateria). Quando
fui colocar voz, o técnico era o Milton Rodrigues, um dos melhores
da paulicéia. Com tudo isso essa gravação só poderia se constituir
em sucesso. Executada muitas vezes por dia nas emissoras pau-
listanas, teve ótima vendagem e teria aparecido muito mais se a
gravadora tivesse maior porte. Outros intépretes jovens também
integravam a VS: Baby Santiago, Bubby, Jocelã e Dave Gordon,
além dos grupos The Rebeis, Hits e Tekila Ritmos.
Em julho, Antônio Aguillar, que cuidava do conjunto The Jor-
dans, resolve criar outro grupo de rock que leva o nome de Clevers
(escolhido pelo próprio, consultando um dicionário inglês-portu-
guês...). Eram eles: Waldemar Mozena (Risonho) na guitarra de
solo, Domingos Orlando (Mingo) na base e voz, Demerval Rodrigues
(Neno) no baixo, Antônio Rosa Sanchez (Manito) sax e Luiz Franco

43
Thomaz (Netinho) na bateria. Aguillar se casa em agosto e George
Freedman, que lançava seu 10 LP Multiplication era o padrinho.
Na festa de casamento, os Clevers se apresentam e mostram para
os convidados “El Relicário”, um tradicional espanhol em ritmo de
twist com o frenético sax de Manito. O sucesso foi imediato e os
Clevers já entraram na Continental gravando um LP. Nessa época,
Aguillar vai para a TV Excelsior, canal 9 de SP e começa lá produ-
zindo o “Show do Meio Dia com a turma do rock, com apresentação
do Nairson Menezes. Logo recebe o horário de domingo, das 18 às
19 horas, onde passa a apresentar o “Festival da Juventude”, com
a presença de um público delirante e muita audiência. Foi quando,
o dançarino de twist, Bolão, que mais parecia um rei Momo, passa
a ser considerado o melhor de S.Paulo, encantando com sua dança
até a consagrada Rita Pavone, quando esta aqui esteve pela 1a vez.
Ao mesmo tempo no Teatro Record o disc-jockey Miguel
Vaccaro Neto passa a promover shows de rock com a presença da
juventude classe média e participação de muita gente de futuro,
inclusive das Teenager Singers, grupo de 4 meninas, onde pontifi-
cava Rita Lee, então uma branquela sardenta. O disco de 78 come-
ça a ser substituído pelo de 33 (compacto) e os Jet Blacks gravam
“Apache” (que Betinho também tocaria) que se torna um sucesso
Chantecler. É o apogeu de Gatto e seus companheiros, que brilham
na boite “Salloon” na rua Augusta, o novo templo do twist e do
hully gully, no lugar do Lancaster.
A estrelinha Célia Vilela, uma das principais do Rio, apre-
sentava um programa na TV Continental, chamado “Célia, Música
e Juventude”, escrevia na Radiolândia e ainda tinha tempo para
apresentar “Na roda do rock”, pela rádio Globo (depois iria para a
Guanabara). Enquanto isso, a TV Record relançava “Crush em Hi
Fi”, com o desconhecido Sérgio Dabague como mestre de cerimô-
nias.
Ray Charles, fazendo sucesso entre nós com Stella by Star-
light e Ruby, vem ao Brasil pela TV Excelsior. Ao mesmo tempo, o
Trio Esperança canta “O Passo do Elefantinho”, que era um suces-
so orquestral de Henry Mancini. O Conjunto Alvorada continuava
sua carreira com dois programas de TV (em S.Paulo e Curitiba),
viagens periódicas e apresentações na Argentina e Uruguai e agora
começava a gravar discos pela Odeon.
Nessa época surge um cantor chamado Jorge Ben (Jorge
Lima Menezes) que gostava muito de uma música intitulada “Bop
a lena”, do Ronnie Self e, por isso, era chamado por todos de “Ba-

44
bulina”. Jorge ameaçou fazer uma carreira no rock e por pouco não
chegou a ser empresado pela jornalista Jeanette Adib.
Nos Est. Unidos, Elvis reaparece nas paradas americanas
com um 100 lugar de Retum to Sender, enquanto que os Beatles já
são a sensação e n0 1 na Inglaterra com Please Please Me. No 20 se-
mestre, manifesta-se a Beatlemania, cabelos compridos, penteados
em franjinhas e o sucesso de I want to hold your hand. O mundo
começa a mudar. Ninguém acredita na notícia, mas o presidente
Kennedy é assassinado em Dallas - Texas.

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46
Capítulo VI

A CONSAGRAÇÃO DE ROBERTO CARLOS

O ano de 1964 está na memória de todos nós, em razão da


eclosão do movimento militar que depôs o Presidente João Goulart.
Só que, nessa época, tínhamos mais ou menos 20 anos de idade e
tudo era azul, mesmo a noite mais escura.
Na área musical, 64 foi um ano muito fértil, pois marcou o
sucesso mundial dos Beatles que, logo no início do ano, “invadiam”
e conquistavam os Est. Unidos, abrindo caminho para outros gru-
pos ingleses. Aqui no Brasil, a ascensão de Roberto Carlos era cada
dia maior. Com ele, competiam Ronnie Cord e Demétrius. Roberto
começou o ano com o rock “Parei na contramão”, de autoria dele e
do Erasmo, que se tornou seu primeiro sucesso em S. Paulo. Ainda
em 64, ele emplacaria “Calhambeque”, de J. Loudermilk, numa
versão bem bolada por Erasmo e “É proibido fumar”, outra compo-
sição da dupla, que mostrava alguma influência do inglês Cliff Ri-
chard. Aliás, numa reportagem à revista Intervalo, Roberto declara
que seus cantores prediletos são Cliff e João Gilberto. Mas, ele não
estava correndo sozinho. Ronnie Cord sai da gravadora Copacaba-
na e, de imediato, na RCA, grava o maior sucesso de sua carreira:
“Rua Augusta”, de autoria de seu pai, o compositor Hervê Cordovil.
Demétrius também fazia muito sucesso e sempre colocava suas
gravações nas paradas. Neste ano ele gravou o grande êxito “Rit-
mo da Chuva”, numa versão do próprio para um original do grupo
americano The Cascades.
Apesar da crescente popularidade, o rock brasileiro não con-
seguia o apoio das mídias mais significativas. Ganhava, é claro,
cada vez mais espaços em revistas de rádio, TV e discos. As grava-
doras limitavam demais as oportunidades para novos intérpretes.
Havia empresas que não tinham no seu cast nenhum cantor de
rock, como a Philips, na época dirigida por Alfredo Borba. Para
agravar o quadro, a indústria fonográfica pagava o imposto sobre
vendas e consignações - no ano seguinte com a reforma tributária,
passaria a ser ICM - Imposto s/Circulação de Mercadorias - o que
onerava seus custos. Com isso, um cantor para fazer um LP tinha
que gravar uns 4 ou 5 compactos com vendagem razoável. Além

47
disso, as emissoras de TV ofereciam pouco espaço para a música
jovem. Havia na TV Record, o programa “Reino da Juventude” do
Aguillar. Só que o horário era diurno, ruim, ao contrário dos pro-
gramas de MPB “O Fino da Bossa” e “Bossaudade” na mesma emis-
sora, que eram levados à noite em horário nobre, o que ajudava na
grande audiência que mostravam.
Em razão dessas e de outras dificuldades, a 16 de julho era
fundado em S. Paulo o “Clube do Clan”, uma entidade do pessoal
do rock, que tinha duas finalidades básicas:

a) “defender intransigentemente os interesses de todo artista


de música jovem em todas as suas formas”.
b) “organizar festivais em âmbito nacional e internacional”.

Observa-se que o 20 item era uma tentativa de ganhar apoio


das mídias, através da realização e participação em festivas de mú-
sica. Dentre os integrantes iniciais e fundadores do Cian, estavam:
Ademar Dutra (disc-jockey e apresentador da TV Paulista (depois
Globo), e posteriormente do Festival da Juventude” da TV Excelsior
que, em 64 era campeã em audiência); Meire Pavão (que iniciava
carreira solo); Tony e Celly Campello; Albert; Wilson Miranda; Ju-
ancito (depois seria o Fábio da canção “Stela”); Orlando Alvarado e
mais diversos disc-jockeys de prestigio como Ferreira Martins (rá-
dio Piratininga), Carlos Alberto Lopes (América), Waldir Pires (Club
de Santo André) e Sérgio Floriano de Oliveira (Industrial Paulista).
O Clan já surgiu com um programa exclusivo na rádio Nacional de
SP (hoje Globo) todos os sábados às 19,30, sob o comando de Ade-
mar Dutra e uma seção semanal na revista “intervalo” (Ed. Abril),
chamada “Clube do Clan do Brasil informa”. Em pouco tempo, a
formação do Clan era divulgada pela revista americana Cash-Box e
as adesões chegavam de todo o país com escolha de representantes
do Clan nos principais estados; no RJ era Jeanette Adib, dona da
Revista do Rock - e até a retransmissão do programa do Clan pela
rádio El Espectador de Montevidéu-Uruguai, a primeira em audi-
ência naquele país. O mesmo impacto causado pelo surgimento do
Clan foi provocado por oposições diversas a essa associação. Desta
feita se uniam bossanovistas, tradicionalistas e gente que ficou de
fora por falta de comunicação. Uma coisa que irritou muita gente
- do lado de lá, é claro - foi a tentativa do Clan em acabar com os
shows de graça para os disc-jockeys. A pressão destes, de progra-
madores, diretores de rádio, TV e alguns jornalistas começou a pro-

48
vocar retiradas do Clan que, lá por novembro de 64, tinha em seus
quadros cerca de 80% do pessoal de rock do país. Em dezembro,
o Cian já perdia força e, no começo do ano seguinte, seria apenas
uma lembrança.
Mas, 1964 teve muitas outras coisas. No começo do ano, eu
fui, juntamente com o Conjunto Alvorada, participar do I Festival
Sudamericano de La Cancion, realizado em Parque del Plata, um
balneário próximo de Montevidéu, capital do Uruguai, organizado
pelo principal empresário musical daquele país, Juan Carlos Sola.
Do evento participaram os maiores ídolos da juventude argentina,
como Palito Ortega, Violeta Rivas, Nicky Jones e Chico Novarro e
mais os uruguaios Los Jens. Ganhei uma medalha de prata com
minha composição “Meu broto só pensa em estudar”, que foi ver-
tido para o castelhano por Felix Villa e editado em Buenos Aires
pela Editora Júlio Korn. O Alvorada, com Meire ainda se chamando
Toninha, ganhou o 10 prêmio (dividido com Palito Ortega) com “Mi-
nha Oração”, uma balada forte de T. Pavão, que receberia diversas
gravações em países latinos e que, no Brasil, seria “traduzida” para
o português e gravada por Wanderley Cardoso, num lapso do seu
divulgador Genival Mello...
A gravadora VS reduz suas atividades e eu vou para a Chan-
tecler, onde gravo “Biquininho”, de Carlos César, com acompanha-
mento dos Rebels, que tocavam comigo na VS. A moda que vinha
de fora era de um biquíni que mostrava os seios e que era chamado
de monoquini ou biquininho, Roberto Carlos gravaria mais tarde
“Sou fã do monoquini”, aproveitando o mesmo tema que comigo
não foi muito explorado, pois o outro lado do meu disco, “Meu broto
só pensa em estudar” foi muito mais tocado nas rádios.
Um grande sucesso do ano foi o de Prini Lores, que foi lan-
çado como cover do novo ídolo internacional Trini Lopez, cantando
“La Bamba”, América, If i had hammer e outras mais, com exce-
lente vendagem de discos. Prini era José Gagliardi Jr (ex-Galli Jr),
e esse lançamento foi mais uma das invenções do produtor José
Scatena, da RGE.
O Conjunto Alvorada é desfeito. Luci, Marly e Sidnéia vão
cantar solo, as duas últimas no programa de TV do Aguillar, en-
quanto que Toninha vira Meire Pavão, por sugestão de Tony Cam-
pello e Ademar Dutra, seus padrinhos artísticos. A 1a gravação de
Meire pela Chantecler é o twist “O que eu faço do Latim?”, com
versão de T. Pavão, e acompanhamento dos Jet Blacks na sua fase
de ouro. O pessoal de S. Paulo passa a comparar Meire com Celly

49
e dizem que a rainha do rock achava finalmente uma substituta.
Por outro lado, Antônio Aguillar e seu grupo The Clevers entram em
confronto. Como Aguillar era dono do nome, o grupo muda para Os
Incríveis, título do 20 LP que fizeram na Continental: os “Incríveis
The Clevers”... Ainda nesse ano sai o disco solo de Erasmo Carlos,
pela RGE. O ex-crooner da banda de Renato e seus Blue Caps e
principal co-autor do rock brasileiro, estreava cantando “Terror dos
Namorados”, com ótima aceitação.
Com o sucesso de “Ritmo da Chuva”, Demétrius troca seu
Simca-Chambord (3 andorinhas) por um Cadillac-Coupé de Ville
branco, que apareceria na capa de seu LP. Enquanto isso, a gra-
vadora Continental lança os 3 últimos discos 78 rotações, que a
partir de 1965, não mais seriam fabricados: The Clevers (“Clevers
surf”), Mingo com The Clevers (“Menina dos sonhos meus”) e Orlan-
do Alvarado (“Bienvenido amor”).
No fim do ano, com a música “Bigorrilho” do sambista Jorge
Veiga, surge uma nova dança que dura pouco. Mas a grande atra-
ção é a vinda do cantor Trini Lopez ao Brasil. Entretanto, apesar
da Beatlemania estar se espalhando pelo mundo afora, uma revista
estampava numa reportagem a seguinte pergunta: - “quem é mais
conhecido atualmente no mundo: Pelé ou Brigitte Bardot?”.

50
Capítulo VII

O MOMENTO PERTENCE À JOVEM GUARDA

Estava muito difícil conter o crescimento da popularidade do


pessoal da juventude. A TV Record, todo ano, distribuía o troféu
“Chico Viola” aos melhores do disco. Neste ano de 65, com base
no desempenho do ano anterior, pela primeira vez, três astros do
rock ganhavam o prêmio: Roberto Carlos (“É proibido fumar”), Ron-
nie Cord (“Rua Augusta”) e Demétrius (“Ritmo da Chuva”). Roberto
Carlos não saía dos primeiros lugares nas paradas, desta feita com
seu LP “Canta para a Juventude” e com o “single” “A história de um
homem mau”. Os programas da juventude viviam abarrotados de
fãs à procura de seus ídolos. Nas bancas, as revistas de TV e discos
publicavam capas com os novos cartazes, enquanto que até figuri-
nhas eram vendidas com fotos da turma jovem. Além disso, lá fora,
o sucesso dos Beatles e de outros grupos mostrava que o momento
havia chegado. Foi quando a TV Record - a Globo da época - deci-
de lançar um programa forte de música jovem, igual aos melhores
musicais de sua programação, aproveitando o horário de domingo
à tarde,que vinha sendo ocupado até então por transmissões “ao
vivo” de jogos do Campeonato Paulista de Futebol e outros eventos.
A favor desse horário, também pesou o fato de ser o do “Festival da
Juventude”, da TV Excelsior que, até 1964 foi campeão de audiên-
cia. Assim, o pessoal da Record tenta juntar uma dupla inédita de
apresentadores: Roberto Carlos e Celly Campelo. Como Celly não
aceita voltar à vida artística, fica só Roberto, que a partir daí daria
bastante força para Erasmo e Wanderléa. O programa era para
se chamar “Festa de Arromba”, mas acaba prevalecendo “Jovem
Guarda”, que é o mesmo nome de um programa da TV Tupi, na dé-
cada de 50, no qual o então iniciante Ricardo Amaral apresentava
socialites paulistanas.
Mas, 1965 começa com rock. Em janeiro, a TV Excelsior reali-
za seu programa “Festival da Juventude” no Esporte Clube Pinhei-
ros de SP, só para entregar o troféu “Grandes Ídolos da Juventude”,
onde foi escolhido Roberto Carlos como o cantor mais popular, e
Meire Pavão como a cantora. Meire vinha fazendo sucesso com sua
gravação “Bem Bom” - versão do falecido Paulo Queiroz para

51
Downtown, de Petula Clark - e era também eleita “Rainha da Ju-
ventude” no programa “Reino da Juventude” (TV Record), apresen-
tado por Antônio Aguillar, com 15.700 votos. Todavia, pela Revista
do Rock, Meire era a revelação de cantora do ano de 1964, enquan-
to que o prêmio “Melhores do Rock”, entregue por Jeanefte Adib, fi-
cava com Demétrius como cantor, por causa do sucesso de “Ritmo
de Chuva”, e com Giane como cantora, em virtude de “Dominique”
ter aparecido muito entre a garotada.
Uma música que esteve entre as mais vendidas no ano an-
terior foi “Festa de Arromba”, da dupla Erasmo-Roberto, cantada
por Erasmo Carlos e que relacionava todos (ou quase) intérpretes
de rock que atuavam com destaque nesse ano. Já no ano que se
iniciava, um dos discos mais vendidos era “Professor Apaixonado”,
de autoria do esforçado Jair Gonçalves e cantada pelo cantor de
baladas e boleros, Nilton César. Essa música foi oferecida pelo Jair
para diversos cantores, mas todos subestimaram a boa idéia que
era a referida composição.
A rádio Tupi de SP, sob direção de Lílio Alonso, começa a
colocar diversos programas para a juventude. O Luiz “Arara” Ayala
apresenta o seu todos os dias e, às 6as feiras, é dia da presença
de Albert e Meire Pavão. O Hélio de Aguiar e o Barros de Alencar
também começam a dar mais força para o rock, enquanto que Atí-
lio Riccó - meu colega de curso Científico no Col. Paulistano, em
1957 - juntamente com a então menina Débora Duarte, passam
a apresentar “Na onda do rock”, também pela Tupi. Na TV Excel-
sior, Ademar Dutra, segue apresentando o “Festival da Juventude”
(desde 1964, em substituição a Aguillar) com produção de Jacques
Netter. Os tapes desse programa “viajam” por outras capitais, no-
tadamente do Nordeste e a receptividade é muito boa, especial-
mente no Recife, onde era campeão de audiência pela TV Jornal
do Comércio. Eu, que estava entre os assíduos participantes desse
programa, fiquei conhecido no Recife, onde fiz temporada em duas
oportunidades.
Ronnie Cord tenta repetir “Rua Augusta” com a mais nova
composição de Hervê Cordovil, mas “Boliche Legal”, apesar da onda
de boliche que assola S.Paulo, não corresponde. Resolve então re-
gravar Itsie...bitsie..., só que com letra em português, com o título
de “Biquíni de bolinha” e o sucesso é imediato. Aliás, essa música
foi sucesso de Ronnie em inglês e depois em português.
Surge gente nova; de Jundiaí-SP, vem Teddy Milton, apelida-
do de “Zé Soquinho”, pelos soluços que dava ao cantar My Bonnie,

52
sua gravação para a Odeon. Os Vikings era uma dupla formada
pelos irmãos Diógenes Paulo e Olavo Sérgio Budney, descenden-
tes de ucranianos, mas nascidos em Arapongas-PR. Eles cantavam
músicas country e rock, tendo começado a carreira com a grava-
ção Davy Crockett, em versão do próprio Diógenes, para a Ferma-
ta (63). Neste ano, eles vão gravar na Philips e fazem a versão de
Do you want to know a secret? que vira “Segredinho”. Enquanto
isso, outros dois irmãos começam a aparecer nos programas de TV:
Ronald Luís e Márcio Augusto Antonucci, que adotam o nome de
Vips, por causa do filme VIP - que significa Very important people
(gente muito importante). Essa dupla começou no “Reino da Juven-
tude” cantando o rock Tonigh, logo passam a ser chamados de Dr.
Kildare e Dr. Ben Casey, dois ídolos-médico das séries de TV.
A revista “Intervalo” promove um concurso e Moacyr Franco
ganha como “melhor cantor” com 10.505 votos, ficando Agnaldo
Rayol em 2° e Roberto Carlos - demonstrando a ascensão da músi-
ca jovem - em 30. Em junho começa o badalado e armado romance
de Rita Pavone com o baterista Netinho, dos Incríveis. Ao mesmo
tempo, o ex-roqueiro Wilson Simonal é aclamado na Itália como o
novo “rei da bossa nova”. Ainda em junho, Antônio Aguillar anun-
cia seu retorno à TV Globo de SP (ex-TV Paulista), onde passaria
a apresentar o programa “Ritmos para a Juventude” lançando um
novo grupo: New Clevers, integrado pelos mais cabeludos dos mú-
sicos os quais, começariam gravando a versão de No Reply dos
Beatles.
Em julho, Elis Regina segue sendo o principal nome da MPB;
Wanderley Cardoso começa, finalmente, a se destacar com a grava-
ção da balada “Preste Atenção”. Foi quando Ronnie Cord e Demé-
trius decidiram parar de cantar por uns tempos. Ronnie, que havia
se casado em junho, monta uma papelaria/loja de discos na Av.
Santo Amaro, na zona sul de SP, enquanto que o cantor do “Rock
do Saci” vai morar na sua fazenda em Pirajú, no interior paulista.
Em outubro, com o programa Jovem Guarda todos os domin-
gos dando quase 100% de audiência pelo IBOPE, o Trio Esperança
lança “A Festa do Bolinha”, da dupla Erasmo e Roberto, que marca
o início dos temas infantis. Tony Campello grava “Pertinho do Mar”
e Wanderléa canta “Ternura”, numa versão de Rossini Pinto, que
Demétrius também viria a gravar.
Wilson Miranda resolve mudar o rumo de sua carreira. É ator
na novela da TV Excelsior, “O Caminho das Estrelas”, e passa a
gravar só MPB.

53
Em novembro eu entro nos estúdios da Chantecler na rua
Aurora para gravar “Mulher de cabeça dura” e “A Garota do meu
melhor amigo”, ambas versões de sucessos de Elvis Presley. Na
verdade, em junho, eu havia gravado minha composição “Tio Pati-
nhas”, com o acompanhamento dos Jet Blacks, mas o escritório do
Disney no Brasil não liberou o lançamento do disco. Aí, a solução
foi lançar a “toque de caixa” essas duas músicas que faziam suces-
so em apresentações “ao vivo”.
O acompanhamento desse disco foi feito por um novo gru-
po instrumental de SP, os Lunáticos, que eram fixos no programa
de rádio do Atílio Riccó. Apesar de estar há mais de um ano sem
gravação nova, 65 era para mim um ano de muitas realizações,
viagens para shows e dinheiro que entrava, apesar de às vezes,
receber alguns cheques sem fundo (quem não recebia?). Estive no
Nordeste, no Sul e em Goiânia; quase todos os sábados me apre-
sentava no “Festa do Bolinha” do Jair de Taumaturgo (TV Rio) e
me lembro de ter cantado até no show da escolha de Miss S.Paulo
no clube Pinheiros, apresentado pelo Júlio Rosemberg. Nesse ano,
também escolhi o “melhor calouro” num dos concorridíssimos pro-
gramas do Silvio Santos, que era na TV Globo aos domingos. Fui
capa da “S.Paulo na TV” e contracapa na Revista do Rock, tendo
saído várias vezes em reportagens da Revista do Rádio e em fofocas
do “Mexericos da Candinha”... Mesmo sem disco, eu cantava as
gravações anteriores, mas com 23 anos de idade o pessoal da época
me alertava: “aproveite, pois no próximo ano, com 24 anos, você
estará muito velho para cantar rock”...
O LP “Rainha da Juventude”, de Meire Pavão, vendeu muito
bem, mas ela veio a aceitar um convite para ingressar na RCA Vic-
tor, onde no final de 65, gravaria a música que seria seu sucesso
de 1966 e de sua carreira: “Família Buscapé”. Essa música foi feita
por mim e pelo “velho” Pavão, lembrando do Ferdinando e das his-
tórias em quadrinhos que gostávamos de ler, quando crianças...
Jerry Adriani havia iniciado sua carreira cantando somente
em italiano. Neste ano ele resolveu gravar em português e fez muito
sucesso com a balada “Querida”. Enquanto isso, Wanderley Cardo-
so passa a atuar freqüentemente no Rio e se torna ídolo da juven-
tude carioca. Jerry e Wanderley costumavam se apresentar usando
paletós de lamê. Mais tarde, seriam classificados como da “turma
do lamê”, gozação dos amigos. Surgem as Oncinhas, um grupo de
garotas vestidas com peles de onça (artificiais, é claro) e que tocam
guitarras, sob a liderança da solista Maria Paula Plank. Wander

54
Lee, que cantava muito sua gravação “Norman” para a Musidisc,
com acompanhamento de Ed Lincoln, tornava-se disc-jockey e co-
meçava a apresentar seu programa na rádio Marconi, dirigida pelo
José Carlos Duchen. Por outro lado, a rádio Cacique de S.Caetano
tem Antenor Zanardi como o principal disc-jockey. Outro apresen-
tador dessa rádio, Nivaldo Quessa, leva um tiro no rosto, dado por
uma fã com o programa em pleno ar, e a notícia saiu em reporta-
gem em diversas revistas: “Fã quase mata disc-jockey”.
Nesse dia, Meire estava visitando a rádio e levou um susto
muito grande.
Erasmo Carlos, com toda a corda, num desabafo numa re-
vista diz que a crítica só divulgava bossa nova, mas que a turma
jovem é que vendia discos. Jorge Ben ainda vinha se apresentando
no “Fino da Bossa”. Só no ano seguinte é que ele começaria a cantar
no “Jovem Guarda” usando guitarras elétricas no seu samba-afro,
o que contribuiria para mudar gradativamente a MPB. Em dezem-
bro, Renato e seu Blue Caps lançam “O Escândalo”, um sucesso
nacional ao mesmo tempo que Roberto canta “Quero que vá tudo
pro inferno”, uma balada rápida que definiria o chamado “iê iê iê”:
uma guitarra marcando o ritmo, ao lado de um órgão fazendo har-
monia, que nas gravações da CBS (Roberto, Wanderléa, etc.) era
tocado por Lafaiete. Essa gravação do Roberto, marca o início da
fase brega da Jovem Guarda, pois abriria espaço para muita gente
de raízes interioranas que viria a aparecer posteriormente. Entre
estes, Paulo Sérgio, que imitava Roberto como ninguém.
No fim do ano, Ronnie Cord não agüentava a vida de comer-
ciante e volta a cantar, formando o trio Cords com seus irmãos
Norman e Hervê Jr. Demétrius também volta, larga a Continental,
vai para a RCA onde grava “Ternura”. A revista “Intervalo” lança a
coluna “lê lê lê News” e circula a revista “Os Reis do lê lê lê”, que
compete com a Revista do Rock que, para se atualizar, lança edi-
ções exclusivas com Roberto Carlos, Beatles e a publicação “Os
Cabeludos”, que focaliza os grupos ingleses.
O sucesso do programa Jovem Guarda era uma coisa indes-
critivel. A crítica perguntava qual a razão de tanta audiência. Se-
riam os cantores jovens - notadamente Roberto que estavam em
alta ou seria também a força que a TV Record mostrava naqueles
felizes anos.
Todavia, tal programa, se por um lado divulgou bastante a
música jovem, levando-a a um ponto nunca antes atingido, por ou-
tro lado tornou difícil a carreira de muitos intérpretes que lá não se

55
apresentavam, curiosa e principalmente artistas paulistas que não
eram ligados a Roberto Carlos. O pessoal do Rio, que cresceu artis-
ticamente com RC, passou a fazer parte do esquema do programa,
enquanto que a turma de SP, bem mais numerosa, provando que
“santo de casa não faz milagres”, teve menos oportunidades. É por
isso que Ronnie Cord, Carlos Gonzaga, Wilson Miranda e outros
não eram assíduos do Jovem Guarda. Outros ainda se deslocaram
para o Rio, invertendo o processo: Wanderley, Jerry e Meire. Mas, o
próprio sucesso de Roberto e Cia. atraiu roqueiros já afastados do
palco: Bobby de Carlo, George Freedman e Dori Edson. Além disso
tudo, muita gente nova começou a chegar a S.Paulo com um violão
no ombro, querendo cantar no famoso programa. Gente de Minas,
como Martinha, Silvinha ou Nalva Aguiar, ou de Pernambuco, como
Luís Carlos Clay, Katia Cilene e Reginaldo Rossi. Apesar disso e do
fato do programa ter dado poder a muito produtor sem competên-
cia, o saldo final foi positivo, pois do êxito desse e de outros tantos
programas do mesmo gênero sairia o rock brasileiro vitorioso, após
dez anos de batalhas. Além do mais, o sucesso nacional de Roberto
e companheiros permitiu o início de um intenso merchandising
com os artistas jovens. Com isso surgiriam as calças “Calhambe-
que”, amplificadores Tremendão e outros mais.
O movimento Jovem Guarda duraria uns 3 anos, valorizando
os nossos artistas jovens e engordando as contas bancárias dos
mesmos. Só começaria a dar sinal de saturação lá por meados de
68, quando o tropicalismo começa a ganhar força.
No apagar de 1965, um novo concurso da Revista do Rock,
desta feita para escolher o “Rei e Rainha do Twist no Brasil”, dá
o resultado: Roberto Carlos e Meire Pavão. Como Roberto já era
exclusivo da TV Record e não responde se vai comparecer para
receber seu prêmio, o 20 colocado, Jerry Adriani recebe a coroa
de “rei do twist”. Em fevereiro de 66, Antônio Aguillar fecha a rua
das Palmeiras em S.Paulo e de lá mesmo transmite seu programa
“Ritmos para a Juventude” pela TV Globo, entregando os prêmios
para Jerry e Meire, que em março de 66 saem na capa da Revista
do Rock.
Lá fora, enquanto Elvis seguia a trilha de filmes insossos, os
Beatles, em pleno apogeu, recebiam da Rainha Elizabeth a meda-
lha de Cavaleiros do Império Britânico e estrelavam o filme “Socor-
ro” (Help) seguido do LP Rubber Soul, onde começa a se delinear
uma música jovem mais bem elaborada.
Como vimos, a nossa história vai até 1965, quando o rock

56
brasileiro é finalmente reconhecido por todos e conquista a pre-
ferência popular através do sucesso da Jovem Guarda. Com isso,
todos querem cantar ou tocar o “iê iê iê”. Há uma “enxurrada” de
cantores e grupos, a maioria com uma tendência brega romântica,
que toma conta do movimento. Até duplas sertanejas passam a
gravar sucessos de Roberto Carlos. Poucos intérpretes continuam
fiéis ao velho rock’n roll: Erasmo, com “Você me acende” (You turn
me on) e Eduardo Araújo que canta “O Bom” e “Goiabão”, são al-
gumas exceções. O lançamento mundial do célebre LP Sgt. Pepper
Lonely Hearts Club Band dos Beatles (1967), que veio para mudar
totalmente o cenário pop/rock de então, com composições de har-
monia e arranjos diferentes, letras com temáticas novas, ruidos e
efeitos de sonoplastia, quarteto de cordas no acompanhamento ou
orquestra sinfônica, não chegou a sensibilizar o pessoal da Jovem
Guarda.
Entretanto, muitos nomes da MPB, como Caetano Veloso,
Gilberto Gil e Milton Nascimento decidem começar a usar guitar-
ras, baixo elétrico e teclados em seus grupos instrumentais e pas-
sam a tomar emprestado do rock, não só o ritmo, mas também a
harmonia e nuances para novas melodias que viriam a surgir. É
o tropicalismo que chega para empurrar a Jovem Guarda de vez
para o brega, deslocando o neo-romântico Roberto Carlos, recém
vencedor no Festival de San Remo (1968), dos rocks e baladas le-
ves (soft) para os baladões e canções que até hoje são sua marca
registrada..
O movimento Jovem Guarda perderia sua força e acabaria
ainda nos anos 60. Cada um segue seu caminho: Roberto seria por
muitos anos o maior vendedor de discos do país no estilo românti-
co; Erasmo permaneceria no rock’n roll e os demais lutando para
sobreviver aos anos 70, que trariam outros nomes para representar
o rock nacional: Rita Lee, Mutantes, Raul Seixas, Terço, Made in
Brazil, etc.
Por outro lado, o final dos anos 60 também foi muito impor-
tante lá fora, pois marcou o retorno de Elvis às apresentações “ao
vivo” com seu especial na TV de 1968 e a gravação dos últimos
discos dos Beatles (Abbey Road e Let it be). No começo de 1970, os
Beatles já estavam separados.

57
58
SEGUNDA PARTE

PERSONAGENS DO ROCK BRASILEIRO

INSTRUMENTOS E EQUIPAMENTOS

59
60
Capítulo VIII

OS CANTORES DE ROCK

O rock and roll explodiu nos Est. Unidos e não tardou a che-
gar ao Brasil. O sucesso desse novo ritmo não ocorreu somente
pela música eletrizante, jovem e diferente de tudo que existia até
então, mas também por trazer uma nova dança. Esta permitia que
os jovens se soltassem exteriorizando a alegria que havia dentro
de cada um. A dança do rock’and roll foi decisiva na penetração
dessa” nova onda”, logo no começo, quando Bill Haley era o ídolo
maior. Isso não foi novidade, pois outros ritmos como o charleston,
swing e o tango também triunfaram com o lançamento de novas
danças.
Da mesma forma, quando o rock’n roll perdeu seu ímpeto ini-
cial, vieram o twist e o hully-gully, que mantiveram acesa a chama
da música jovem.
Em S. Paulo e no Rio o rock’n roll começou a ser divulgado lá
por 1956, através de programas de TV que mostravam concursos
de dança. Ao lado desses programas, viriam as atrações internacio-
nais, que eram trazidas ao Brasil, principalmente pela TV Record.
Os nossos covers começam a aparecer até que Carlos Gonzaga gra-
va Diana, de Paul Anka, em 1958, abrindo o caminho das versões
e incentivando Fred Jorge a fazer outras mais.
O grande nome das versões e do nosso rock, desde 1959,
foi, sem dúvida alguma, Celly Campello. Nessa época, a televisão
tinha pouca audiência e o rádio ainda comandava. O reinado de
Celly foi breve e termina quando começa a se delinear o movimento
Jovem Guarda, com Baby Santiago, Erasmo, Roberto e outros fa-
zendo versões diferentes, com temas jovens e divertidos como “Bata
Baby”, “Splish Splash” e “Calhambeque”, ou composições próprias
na mesma linha, como “Adivinhão”, “Minha fama de mau” ou “Pa-
rei na contramão”. Nesta fase, ao contrário do início dos 60, a TV
já tem maior presença, aparece o video-tape que viaja de capital
em capital levando o espetáculo do artista. Com isso surgem mais
intérpretes jovens.
Finalmente, resolvem colocar no ar o programa Jovem Guar-
da, um super-espetáculo com toda infraestrutura. O que veio de-

61
pois todos sabem. Entretanto é importante focalizar os principais
nomes do rock brasileiro, de 1955 a 65.

Cantores

Nossos primeiros cantores de rock, obviamente se miravam


num ídolo do rock de fora. Havia quem cantasse como Elvis, Bill
Haley, Sedaka ou Anka. Cantores influenciados por Elvis eram a
grande maioria. Posso citar George Freedman, Demétrius, Ed Wil-
son (era o “Elvis brasileiro” no Rio) e Albert (eu era o” Elvis brasilei-
ro” em S. Paulo),entre outros. Por outro lado, determinados canto-
res se fixavam no repertório de um cartaz americano ou inglês(mais
recentemente). Carlos Gonzaga, Mário Augusto e Sérgio Murilo fre-
qüentavam assiduamente o repertório de Paul Anka e Neil Sedaka;
já Demétrius, Freedman e Albert, gravavam muita coisa que ori-
ginalmente era lançada por Elvis Presley. Com o passar dos anos
essa prática foi diminuindo e lá por 1965, em boa parte dos casos,
os cantores jovens só gravavam composições de autores brasileiros
com a predominância de Roberto e Erasmo.
Imaginem o ano de 1957, com Cauby Peixoto e Betinho (Al-
berto Borges de Barras) como os nossos principais roqueiros. Be-
tinho cantava “Enrolando o rock”, com seu conjunto formado por
Bolão, Azeitona, Dirceu e Salinas no piano. Mas Betinho e Cauby
não eram cantores para a juventude. Nossos primeiros intérpretes
jovens vieram de Taubaté-SP: Tony e Celly Campello. Tony, nasci-
do em S. Paulo a 24-02-36, com 14 anos de idade já era crooner
do conjunto de bailes “Rítmos OK”. Começou gravando em inglês
(Forgive me-1958), mas logo depois já cantava versões, destacan-
do-se sua gravação mais vendida: “Boogie do Bebê”. Outros êxitos
de Tony: “Querida Susie” (Troféu Chico Viola) e “Pobre de mim”.
Atualmente, o decano dos roqueiros do Brasil é produtor de discos
na área sertaneja (de Sérgio Reis, entre outros).
Enquanto S. Paulo tinha Tony, o Rio tinha Sérgio Murilo. No
final dos 50 e começo dos 60, nossos principais intérpretes jovens
faziam soft-rock e baladas. Sérgio, nascido no Rio em 1941, come-
çou a carreira de cantor em 1959 (Menino triste) e no ano seguinte
ainda hesitava entre o rock e a recém chegada bossa nova - che-
gou a gravar “Chega de Saudade” - quando o enorme sucesso de
“Marcianita” fez com que ele se decidisse pelo rock. Em 61, já com
a coroa de”rei do rock”, excursionava também pelos países da Amé-
rica Latina, onde seus discos eram vendidos, mas por aqui cantava

62
sucessos como “Abandonado” (Only the lonely), “Broto Legal” (I’m
in love) e “Tu Serás”. Fazendo o curso de Direito e viajando muito,
deixa espaço enorme em sua gravadora que viria a ser ocupado
por Roberto Carlos. Em 1962, larga a Columbia e, após uma longa
pausa, volta ao disco em 1964, já pela RCA, com o apoio de Carlos
Imperial, justamente aquele que colocou Roberto no seu lugar na
Columbia. Na RCA teve alguns êxitos como “Lá vai ela”, “Rei da
brotolândia” e “Lúcifer”. Não deixou a carreira artística definitiva-
mente, mas reduziu muito sua atuação. Basta dizer que sua última
gravação foi feita em Lima, no Peru, em 1980, e foi “Una mosca en
la sopa”, do Raul Seixas. Atualmente dedica-se à pintura e eventu-
almente canta em clubes noturnos.
Apontado por muitos como o maior roqueiro brasileiro do co-
meço dos anos 60, Demétrius teve uma seqüência de sucessos:
“Corina, Corina” (61), “Rock do Saci” (61), “Namoradeira” (62), “Vol-
tou a carta” (63) e “Ritmo de Chuva” (64). Seus três primeiros Lps
para a Continental foram também muito bem vendidos e hoje são
clássicos, difíceis de encontrar. Posteriormente, ele foi para a RCA,
onde se destacaria com a gravação de “Ternura”, competindo com
o registro de Wanderléa para essa mesma balada. Mais tarde em-
placaria o brega “Não presto mas eu te amo”, de Erasmo e Roberto.
Companheiro de pescaria de Roberto Carlos, Demétrius diminuiu
suas aparições em TV e discos a partir dos anos 70. Atualmente,
tem uma loja de artigos para pesca e é também corretor de imó-
veis.
Quase no mesmo nível dos já citados estavam os seguintes
nomes: Ronnie Cord, Carlos Gonzaga, Wilson Miranda e George
Freedman. Ronnie, entre estes, foi o que mais se destacou, por ter
feito muito sucesso com It-sie, Bitsie... na sua fase na gravadora
Copacabana, e porteriormente com “Rua Augusta” (64) e “Biquíni
de bolinha” (64), já pela RCA. Na 2a metade dos anos 60, ele parti-
cipava menos de gravações e nos 70, já estava afastado da carreira,
trabalhando em outra atividade.
Wilson Miranda começou cantando baladas, procurando um
estilo vocal parecido com o de Cauby. Seu primeiro sucesso foi o
calypso-rock “Quando” (When) em 1958, e depois viriam outros:
“Veneno” (59), “Bata baby” (60), ”Alguém é sempre bobo de alguém”
(61), “Corre coração” (Speedy Gonzales), também em 61 e “O mio
signore” (64). Sempre se dividindo entre o rock e o samba, depois
de 64, Wilson optou pela MPB, tendo feito um belíssimo LP de mú-
sica popular brasileira, pela RCA, com produção de Ramalho Neto.

63
Ronnie e Wilson faleceram na década de 80.
Carlos Gonzaga (José Gonzaga Ferreira), é mineiro de Parai-
sópolis e o mais velho cantor de rock, pois nasceu em 10/2/26.
Começou sua carreira no inicio dos anos 50 e em 1954, já aparecia
com a guarânia “Anahy”, pela RCA. Com as versões de Fred Jorge,
vendeu muitos discos. Além de Diana e de outras canções de Paul
Anka e Neil Sedaka, Gonzaga fez muito sucesso com Bat Masterson
e “Cavaleiros do Cêu” (Riders in the sky), ambas de cowboy.
George Freedman, por seu turno, nascido na Alemanha, em
1940, começou em 1959 numa pequena gravadora de SP (Califór-
nia), cantando Hey little baby. Em 61, teria seu sucesso no rock,
“Adivinhão”, já pela Continental. Depois foi para a RGE, onde gra-
vou “O Jato”(The jet), original de Chubby Checker, e seu LP Multi-
plication. Depois, parou com sua carreira por alguns anos, até que
o sucesso da turma da Jovem Guarda fez com que ele retornasse,
desta feita com a versão de Something Stupid (Coisinha estúpida),
um sucesso original de pai e filha, Frank e Nancy Sinatra. Gonza-
ga ainda grava e canta por todo o Brasil, enquanto que Freedman
trabalha no ramo de imóveis.
No infcio de 64, no Uruguai, Palito Ortega, então o n0 1 da
juventude da Argentina, perguntou-me quem era o “rei” da juven-
tude brasileira. Eu respondi que não havia, naquela data, um n0 1,
mas que havia um sério candidato a ocupar tal lugar, um cantor do
Rio de Janeiro, chamado Roberto Carlos, que vinha se destacando
dos demais pelo seu repertório, por gravar muito bem, porque era
um autêntico perfeccionista e porque sua gravadora tinha planos
para ele. Não foi vantagem nenhuma acertar nessa previsão, pois,
além de tudo, Roberto era o mais organizado e mais profissional
de todos, sem desmerecer os demais e sem considerar o talento
que Roberto sempre mostrou. Mas, para chegar no topo, Rober-
to teve que escalar muitas dificuldades. Nascido Roberto Carlos
Braga a 19/4/41, em Cachoeira do Itapemirim-ES, com 9 anos de
idade cantava as músicas do cowboy brasileiro Bob Nelson, na rá-
dio Cachoeira e aos 12 já estava morando no Rio. Aos 16, quando
Carlos Imperial criou o seu “Clube do Rock”, Roberto freqüentava
o bar Divino, na rua Hadock Lobo, na Tijuca, onde arruma vaga
no grupo Sputniks, do qual também participavam Tim Maia, Chi-
na, Arlênio e Edson Trindade. No ano seguinte, passa a integrar o
grupo Os Terríveis, do Imperial, em substituição a Carlinhos Lyra,
que resolve cantar música popular brasileira. Nesse grupo, Roberto
passa a solar algumas músicas, revezando-se com o crooner, Paulo

64
Silvino. O grupo é desfeito, Paulo Silvino vai gravar, batizado pelo
Chacrinha de Dixon Savanah, e Roberto começa a se apresentar
em programas como “Elvis brasileiro”, cantando sucessos do “Rei
do Rock.”
No ano seguinte, influenciado por João Gilberto - que come-
çava a aparecer com seu 10 disco - RC decide cantar bossa nova.
Imperial apostava no talento do jovem e levava-o a se apresentar
em clubes noturnos onde, o fio de voz afinado de Roberto, pouco
agradava aos ouvidos acostumados às empostações e vozes barito-
nadas dos nossos melhores intérpretes.
Para conseguir gravar seu 10 disco foi uma luta. Recusado
nas gravadoras Copacabana e Continental, Roberto consegue uma
recomendação do Chacrinha e acaba sendo contratado por Joel de
Almeida, da Polydor, onde grava dois sambas do próprio Imperial:
“Fora do Tom” (mesmo tema do “Desafinado” de Jobim e Mendon-
ça) e “João e Maria”. O disco pouco vendeu e com o desinteresse
da Polydor, Roberto e Imperial retomaram à “via crucis” das gra-
vadoras.
Não conseguindo entrar na RCA, Roberto acaba sendo con-
tratado pelo xará Corte Real, diretor da Columbia, que tinha Sérgio
Murilo no auge e em agosto de 1960, é lançado “Brotinho sem jui-
zo”, outra composição do Imperial. Nada acontece novamente, mas
Corte Real resolve dar mais uma oportunidade a RC e um cha-cha-
cha chamado “Louco por você” é lançado e toca muito no programa
“Peça bis pelo telefone” da rádio Mayrink Veiga, então um campeão
de audiência. Isso fez com que os programas de TV dessem chance
ao jovem cantor que, ainda em 61, gravaria seu 10 LP “Louco por
você”, contendo sambas, boleros e até o fox Mr. Sandman em ver-
sões de Imperial, Corte Real e outros. Esse LP não vendeu muito na
época, mas hoje em dia, fora de catálogo,é uma autêntica raridade.
Em março de 62, Rossini Pinto, já então um dos principais compo-
sitores de rocks e baladas, entregou a Roberto uma canção “Male-
na” que foi gravada com uma introdução igualzinha à da Diana, do
Paul Anka, com o vocal dos Snakes.
Essa música foi muito divulgada e marcou Roberto como can-
tor de juventude. Em outubro desse mesmo ano ele lançaria “Su-
sie”, um rockinho muito bem bolado que só saiu em 78 rotações.
Foi nessa época que Roberto, juntamente com Wanderléa e Cleide
Alves, freqüentava a casa de Jeanette Adib, diretora da Revista do
Rock, em Botafogo. Lá cantavam a noite toda e Jeanette gravava
tudo num rolo Grundig. Desses encontros surgiram algumas com-

65
posições da dupla Roberto-Jeanette, entre as quais “Cara de Pau”
que foi gravada por Cleide Alves e “Dê o fora”, por Wanderléa.
Em 1963, um amigo de Roberto dos tempos do bar Divino,
chamado Erasmo Carlos, que era crooner do Renato e seus Blue
Caps, pegou uma gravação de 1958, do Bobby Darin, chamada
Splish Splash e como pouco entendia de inglês, inventou uma letra
com uma histórinha banal, dessas que aconteciam a todo momen-
to entre jovens: o sucesso foi imediato. Sem Sérgio Murilo, a gra-
vadora passa a concentrar seus esforços no novo artista e Roberto
passa a trabalhar com Erasmo para gerar seu repertório. Daí surge
uma dupla de compositores que se tornaria a mais importante da
Jovem Guarda. Logo depois essa dupla faria “Parei na contramão”,
“É proibido fumar”, “Não quero ver você triste” e outras mais. O
resto todo mundo conhece, mas deve-se frisar que,a partir do final
dos anos 60, Roberto passa a cantar canções e baladas ganhando
o mercado latino-americano onde chega a superar até o espanhol
Júlio Iglesias.
Erasmo Esteves nasceu no Rio em 5/6/41, mas adotou o so-
brenome Carlos por sugestão de dois “irmãos”: Roberto e Imperial.
Cresceu no bairro da Tijuca, nas imediações da rua Matoso, cine
Madrid, perto do famoso bar Divino; aprendeu os 3 acordes básicos
do violão e entre 58 e 60, participou do grupo vocal The Snakes,
ao lado de Arlênio Lfvio, Edson Trindade e China, que vinham dos
Sputniks.
De família de poucos recursos, Erasmo foi contínuo, porteiro,
vendedor, etc... até secretariar Carlos Imperial e escrever para ele
uma coluna sobre música na Revista do Rock. Nessa época, já es-
tava tocando no Renato e seus Blue Caps como cantor/guitarrista
em substituição a Ed Wilson que tentava carreira solo. Ficou no
conjunto do Renato até 1963, pois recebeu proposta de Benil San-
tos para gravar na RGE. Começou com “Terror dos Namorados”,
mas seu grande sucesso seria “Festa de Arromba”, em 64, onde
cita os nomes dos principais roqueiros do país. Todavia, a maior e
decisiva contribuição de Erasmo foram suas letras, que passavam
o espírito jovem e alienado da época e que fizeram com que o rock
patrício tivesse a aceitação que teve, notadamente na época da Jo-
vem Guarda. Roberto e outros não teriam chegado lá, se não fosse
a ajuda de Erasmo com suas idéias e músicas. Atualmente, sempre
fiel ao rock, ele é o “pai” das sucessivas safras de roqueiros.
Jair Alves de Souza nasceu em SP, em 1947, tendo adotado
o nome artístico de Jerry Adriani, por gostar de Jerry Lewis e de

66
67
Adriano Celentano. Começou cantando baladas no programa de Jú-
lio Rosemberg na TV Cultura de SP, até que a Edy da CBS levou-o
para gravar sucessos italianos. Ao transferir-se para o Rio, passou
a cantar em português e apareceu com “Querida” e depois “Grande
Amor” (versão de Roberto Nunes), tornando-se um dos preferidos
da juventude. No Rio e no Norte/Nordeste, na 2a metade dos anos
60, chegava a ser mas popular até que Roberto Carlos, competindo
na mesma faixa do seu amigo Wanderley Cardoso, ambos baladis-
tas. Nessa época chegou a apresentar o programa “A Grande Para-
da” pela TV Tupi e a fazer cinema. Hoje, segue se apresentando e
gravando discos, tendo grande nome no interior.
Wanderley Conte Cardoso, nasceu em 1945 em SP, tendo ini-
ciado a sua carreira aos 10 anos de idade, com a gravação “Canção
do Jornaleiro”. Parou para estudos e depois freqüentou a escola do
Prof. Pavão onde chegou a fazer parte do grupo vocal Os Paulistas.
Cantando o repertório de Wilson Miranda, passou a se apresentar
no “Ritmos para a Juventude” do Aguillar, até que em 1964 foi
“descoberto” pelo divulgador Genival Melo, que levou-o a gravar
na Copacabana. Com o sucesso de “Preste Atenção”, Wanderley
tornou-se um dos maiores nomes da música jovem. Apareceu tam-
bém com “O bom rapaz” e “Doce de coco” e em 1966 virou humo-
rista de TV, ao trabalhar na série “Adoráveis Trapalhões”, ao lado
de Ivon Curi, Ted Boy Marino e Renato Aragão, semente dos atuais
Trapalhões.
Outros nomes dessa época foram: Eduardo Araújo, Ed Wil-
son, Bobby de Carlo e Ciro Aguiar. Eduardo começou cedo no pro-
grama “Hoje é dia de rock” e logo em seguida gravou alguns discos
pela Philips, destacando-se “Prima Daisy”, um rock de Carlos Im-
perial e “Maringá”, de Joubert de Carvalho, num arranjo totalmen-
te pauleira. No começo dos 60, ele pararia com sua carreira, para
retomá-la na época da Jovem Guarda, quando retoma ao disco com
outro rock de autoria de Imperial, “O Bom”, que fez bastante suces-
so. Nessa época (1966), ele foi morar em S. Paulo, na rua Vergueiro
(Vila Mariana), na pensão da tia Estela. Outros sucessos de Edu-
ardo foram: “Goiabão” e “Vem quente que eu estou fervendo”. Mais
tarde casaria com a cantora Silvinha, permanecendo em S. Paulo.
Atualmente, dedica-se a cantar um estilo de rock-sertanejo.
Ed Wilson (Edson Vieira de Barras), irmão de Renato e Pau-
lo César, dos Blue Caps, começou tocando guitarra de base no
conjunto do irmão, no final dos anos 50, tendo sido substituído
por Erasmo Carlos, quando resolveu tentar carreira de cantor. Em

68
62, convidado pela Odeon, gravou um disco 78 que pouco apare-
ceu. Posteriormente foi para a RCA, onde entrou nas paradas com
“O Carro do Papai”, de autoria do irmão Renato. Depois passou a
cantar versões de músicas italianas e baladas românticas, tendo
aparecido com “Sandra”. Hoje, Ed é um dos principais produtores
de discos do Rio, além de ser compositor de sucesso (vide “Chuva
de Prata”, que Gal Costa gravou).
Bobby de Carlo começou sua carreira bem garotinho, ten-
do gravado “Eliana” pela Odeon, que apareceu bastante. Mais tar-
de, passou a tocar num conjunto, juntamente com seu amigo Joe
Primo, que seria a semente dos Jet Blacks. Parou por uns tem-
pos, mas quando a Jovem Guarda estava no auge, resolve voltar
a gravar e, pela Mocambo, coloca nos primeiros lugares o sucesso
“Tijolinho”(1967), de autoria do Wagner Tadeu Benatti. Posterior-
mente, cantou mais algum tempo até que largou a música. Alguns
anos atrás foi localizado em Serra Pelada, garimpando ouro.
Ciro Aguiar era o “Pat Boone baiano”, pelo timbre vocal que
mostrava. Começou a gravar em 1963, com “Mona Lisa”, pela RCA,
mas viria a fazer sucesso na gravadora Continental, com a com-
posição dele e da Jeanette Adib, “A Loucura das Garotas”. Depois
passou para o samba e hoje em dia tem uma emissora de FM na
Grande São Paulo.
Pode-se citar ainda os seguintes nomes: Nilton César, Orlan-
do Alvarado, Marcos Roberto, Dori Edson, Prini, Robert Livi, Dick
Danelio, Gilbert, Tommy Staden (mudaria de nome para Terry Win-
ter, fazendo sucesso com Summer holiday no retorno dos covers
nos anos 70), Nilson Tylon, Fernando José (primo do Carlos Gon-
zaga), Jean Cario, Manolo Menendez (cover do Alvarado), Reginaldo
Rossi, Edson Wander, Adilson Ramos, Serguei (o cantor maldito
dos “He’ll angels do Brasil” e amigo de Janis Joplin), Marcus Pitter,
Márcio Greyck, Hamilton Di Giórgio, João Luís, Fernando Pereira,
Fábio (ex-Juancito), Danny Dallas, Clério Morais, Tony Billy, Nick
Savoia, Ari Sanchez, Jean Manesco, Ed Carlos e Paulo Sérgio (é de
68, a “Última Canção”, com a voz igual à do Roberto Carlos), entre
outros. Havia até, como curiosidade, o Giovani Wilson - que hoje
é astro do forró - mais conhecido como Bico de Luz, que gravou
numa pequena etiqueta de S. Paulo, sua composição “Pegou fogo
na caixa d’água”...

69
Cantoras

O rock and roll foi uma espécie de “Clube do Bolinha”, pois a


quantidade de cantoras é bem menor do que a de cantores.
Da mesma forma, as nossas cantoras seguiram um modelo
de fora, seja no repertório ou na voz. Celly, nosso maior nome, can-
tou e gravou muita coisa de Neil Sedaka e Paul Anka. Seu primeiro
sucesso, “Estúpido Cupido”, é de autoria de Sedaka. Quem mais
influenciou nossas cantoras jovens, num 10 momento foi a elétrica
Brenda Lee. Mais tarde, outra influenciada por Brenda, a italiana
Rita Pavone, viria a fazer sucessoras e herdeiras em S. Paulo e
Rio.
O grande nome feminino do rock foi, sem dúvida nenhuma,
Celly Campello, que reinou absoluta até seu casamento e conse-
qüente abandono de carreira. Sua voz, afinada e agradável, e seu
rosto de menina fizeram com que ela fosse uma espécie de “Na-
morada do Brasil”, posto que, tempos após, viria a ser ocupado
pela atriz Regina Duarte. Celly ganhou muitos troféus e todos os
concursos até 62. Nascida em S. Paulo em 18/6/42, começou em
Taubaté, cantando na rádio Cacique local, onde lotava o auditório.
Seu disco de estréia foi o outro lado do 78 do Tony, contendo
Handsome boy e até o acetato dessa música ser tocado em rádio
pela 1a vez, não se sabia seu nome artístico, que veio a ser escolhi-
do no ar, durante o programa “Parada de Sucessos”, do Hélio de
Alencar, pela Nacional de SP. O primeiro pôster que a Odeon fez
para um artista foi feito pra ela, que chegou a ser capa da revista
“O Cruzeiro”, quando estourava com “Estúpido Cupido”.
Sônia Delfino foi contemporânea e rival carioca de Celly. So-
brinha da rainha do chorinho Ademilde Fonseca, Sônia começou
no “Clube do Guri”. Numa época em que o artista jovem misturava
rock e bossa nova, Sônia começou a cantar os dois gêneros. Gra-
vando pela Philips, teve alguns sucessos rock, como “Diga que me
ama” e “Bimbombey”. Apresentava um programa de TV, ao lado de
Sérgio Murilo e seu maior sucesso em disco foi o samba “Bolinha
de sabão”.
Célia Vilela começou gravando samba em setembro de 1956,
pela extinta Todamérica. Quando passou para o rock, foi contra-
tada pela RGE, onde seu sucesso foi “Passo a passo”. Depois fez
um LP na Musidisc, e pouco antes da Jovem Guarda já não atuava
mais, tendo se casado com Carlos Becker, que era guitarrista do
grupo The Youngsters.

70
Com o casamento de Celly e o trono de “rainha do rock” vago,
surgem muitas cantoras, a maioria já com forte influência do estilo
de Brenda Lee. É o tempo de Chiquita(era da Odeon), Cleide Alves,
Wander Lee, Betinha, Suzy Randal, Yeda Maria e outras.
Um estilo de cantar muito parecido com o de Celly, apare-
ceria em 1964, quando Meire Pavão, então com 17 anos de idade,
deixou o Conjunto Alvorada, assinando contrato com a Chantecler
para iniciar sua carreira com o sucesso “O que eu faço do Latim?”.
Meire (Antonia Maria Pavão), nasceu em Taubaté-SP e começou a
cantar muito cedo com um grupo de alunas do “papai” Pavão. Mais
tarde, o grupo se reduziu a quatro garotas e passou a chamar-se
Conjunto Alvorada, tendo gravado seis discos no período 1961/63,
além de atuar na Argentina e Uruguai e de ter programas exclusi-
vos de TV em S. Paulo (Record) e Curitiba (TV Paraná).
Em 1965, Meire grava “Bem Bom” (Downtown), que também
entra nas paradas, e seu LP “Rainha da Juventude”. No final de
65, vai para a RCA, onde no começo de 66 lança seu grande suces-
so em vendagem de discos: “Família Buscapé”. Em seguida grava
“História da menina boazinha”, um dos primeiros bregas da turma
do rock e o LP “Meire”, produzido por RamaIho Neto, onde se des-
tacavam as faixas “Chame um taxi” (Taxman) e “O rapaz de terno
preto” (Baby’s in black), versões de canções dos Beatles. Posterior-
mente foi para o Rio, trabalhar na TV Tupi, onde participaria do
programa “O Riso. mora ao lado”, com Ema D’Avila, Suely Franco
e Brandão Filho e apresentaria, juntamente com Wanderley Cardo-
so, o musical “A Grande Parada”.
De volta a S. Paulo, grava “Monteiro Lobato”, pela RGE, que
entra nas paradas, ao tempo em que estréia em novelas, traba-
lhando em “Sozinho no mundo” (TV Tupi), ao lado de Guto, filho
de Moacyr Franco. Em 1969, afasta-se da vida artística para pres-
tar exames vestibulares, deixando seu nome na música “Festa de
Arromba”. Sua última apresentação “ao vivo” foi em 69 num show
da Cervejaria Urso Branco de SP, chamado “Uma noite no Texas”,
onde ela se apresenta juntamente com os Vikings, cantando músi-
cas como Home on lhe range, Cat Ballou e outras.
De 1974 a 80, gravou cerca de 12 LPs infantis, sob os nomes
de Quarteto Peralta e Trio Patinhas sob produção de T. Pavão e
Albert e participação dela, dos Vikings e do Thomas Roth. Do seu
10 disco, em 64, até “Família Buscapé”, no início de 66, Meire foi
sem dúvida alguma a mais conhecida cantora jovem de SP, até que
Wanderléa começa a crescer com o programa Jovem Guarda.

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Mineira de Lavras, Wanderléa. depois de Sônia Delfino foi
a preferida do rock carioca, rivalizando-se sempre com Rosemary
à semelhança de Emilinha e Marlene. Com a ebulição da Jovem
Guarda, Wandeca seria o 10 nome feminino do rock brasileiro, po-
sição que ela asseguraria até o inicio dos anos 70. Cantando desde
pequenina, ela também começou no “Clube do Guri” da TV Tupi do
Rio e passou mais tarde a integrar a orquestra de Astor, até que
em 1962 é contratada pela Columbia para onde grava “Meu anjo
da guarda”. Ainda nesse ano canta “Ao nascer do sol”, versão de
“Cuando calienta el sol”. A partir de 63, é que ela despontaria para
o sucesso com a gravação de “Exército do Surf”. Depois viriam ou-
tras músicas, como “Tempo do amor”, “Pare o casamento” e a ba-
lada “Ternura”, já com a Jovem Guarda no auge. Sempre gravando
com acompanhamento de Renato & seus Blue Caps, Wanderléa
hoje em dia, segue fazendo discos e se apresentando em programas
de TV.
Rival de Wanderléa, Rosemary (Gonçalves) começou a gravar
em 1962, com *Eu Sei” (I know), pela Continental. Depois foi para
a RCA, onde lançava em português, os sucessos de Rita Pavone.
Apareceu com “Feitiço de broto”. No final dos anos 60 ela já em-
preenderia vôos mais altos, tornando-se uma cantora de grandes
revistas musicais.
Cleide Alves também disputava a ferro e fogo a popularidade
entre as cantoras do RJ. Começou na Copacabana, ainda menini-
nha em 1960, com o 78 rpm Help help mammie. Depois de gravar
algumas faixas num LP do Renato & seus Blue Caps, foi para a
RGE, onde fez um ótimo LP, com acompanhamento do Renato e
participação do Roberto e do Erasmo Carlos nos vocais, além do
Ed Wilson, mas interrompeu sua carreira na melhor fase. Quando
retornou à vida artística, já gravando pela RCA, a Jovem Guarda
estava em declínio.
Outros nomes de destaque: Selmita, Denise Barreto (A Rita
Pavone do Rio), Marisa Nazaré, Maritza Fabiani, Cinderela, Suzi
Darlen (uma descoberta do Tony Campello, surgiu após 66), Enza
Flori (A Pavone de SP), Angelita (egressa do grupo vocal “As Gatas”
de SP) e Cidinha Santos.
Durante o apogeu do programa Jovem Guarda, outras canto-
ras surgiriam. Evinha, que era do Trio Esperança, fez sucesso com
“Cantiga por Luciana”, ganhando o Festival da Canção do RJ.
Waldirene (Francaccio), nasceu em SP em 24-11-48 e come-
çou a cantar em 65, com o nome de Anabel. Descoberta por Ade-

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mar Dutra, que fez com que ela adotasse o seu nome verdadeiro,
gravou o rock “A Garota do Roberto”, do Imperial.
Silvinha, nasceu em 16-8-51, em Minas Gerais; começou a
cantar imitando a Rita Pavone, mas com o tempo foi desenvolvendo
estilo próprio.
Mais mineiras migrariam para S. Paulo atrás do sucesso da
Jovem Guarda: Vanusa, Nalva Aguiar e Martinha, que também era
compositora e permaneceu fiel a seu estilo de baladista. Do Rio veio
Elizabeth (Sanches), cantora e compositora que fez sucesso em 67,
com “Sou louca por você”, pela Caravelle.
Wanderléa era a rainha do “iê-iê-iê”, até que, para sucedê-la
já como rainha do rock, surge Rita Lee, que deixava os Mutantes e
seguia carreira solo no início dos 70.
Rita Lee Jones, paulistana da rua Pelotas - Vila Mariana,
nasceu em 1947. Integrou os grupos Wooden Faces e Teenager
Singers, mas só veio gravar em 1966, com Os Seis do qual partici-
pavam Sérgio, Arnaldo Baptista, Rafael Vilardi (depois guitarrista
dos Tremendões, do Erasmo), Régis e Moggy - num disco que pou-
co apareceu e que reunia as músicas “Apocalipse” e “Suicídio”, de
autoria deles.
Nessa época, o conjunto de Rita se apresentava nas noitadas
de rock, promovidas pelo hoje artista plástico Antônio Peticov - en-
tão, um fanático pelo gênero - no auditório da Folha de S. Paulo.
Em 67, com a dissolução desse conjunto, Rita forma com os irmãos
Sérgio e Arnaldo, o trio Mutantes. Enquanto a Jovem Guarda se re-
petia e perdia popularidade eles procuravam novos caminhos. Isso
chamou atenção de Gilberto Gil, que deu-lhes a chance de partici-
par do Festival da Record. Em 68, apareceriam com Caetano Velo-
so e ao lado do Maestro Rogério Duprat, integrando o movimento
tropicalista. Rita começou a emplacar sua vitoriosa carreira solo
em 1972, com o grupo Tutti Frutti (depois Rádio Taxi), se tornando
a bandeira feminina do rock brasileiro, posto que ela ocuparia com
maior determinação a partir da 2a metade dos anos 70, quando sua
popularidade cresceu muito.

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Capítulo IX

CONJUNTOS VOCAIS, INSTRUMENTAIS,, COMPOSITORES E


DISC JOCKEYS

Este capítulo focaliza os grupos vocais e instrumentais, com-


positores e versionistas e os disc jockeys que foram importantes na
divulgação do rock no Brasil.

Grupos Vocais e Instrumentais

Estão listados aqui as duplas, trios e conjuntos vocais, vo-


cais/instrumentais e somente instrumentais.
Dentre as duplas, a mais importante foi a dos irmãos Vips.
Ronald e Márcio começaram a cantar separados no programa do
Enzo de Almeida Passos pela Rádio Bandeirantes. Ronald era o
Ronald Red, que sabia de cor o repertório de Elvis Presley, e Márcio
era o Jet Williams. Após uma parada de uns dois ou três anos, eles
resolveram cantar em dupla e estrearam em disco no LP Coletânea
“Reino da Juventude”. Contratados pela gravadora Continental,
logo de início receberam a canção “Emoção”, de Roberto e Erasmo,
que veio a fazer muito sucesso. Quando “Emoção” nem estava es-
quecida, a dupla da Jovem Guarda compôs “A Volta”, que foi outro
êxito dos irmãos Antonucci. Atualmente, enquanto Ronald toma
conta de investimentos que os Vips fizeram nos anos 60, Márcio é
diretor musical da TV Globo.
Uma dupla que foi tão importante quanto os Vips, surgiu no
final de 65: Leno e Lilian. Leno (Gileno Osório Wanderley), nasci-
do em Natal-RN e Lilian Knapp, carioca, gravaram “Pobre Menina”
(Hang on sloopy) em janeiro de 1966, um original do grupo Mc Coys
que, lançado em março, tornou a dupla conhecida em todo o país.
Depois, eles teriam outras gravações de sucesso, como “Devolva-
me”, mas seguiriam caminhos diferentes. Leno gravaria sozinho e
apareceria com “Pobreza”, enquanto Lilian casava-se com Márcio
dos Vips e largava a vida artística. Recentemente, voltaram a can-
tar juntos em alguns shows.
Outros duos de destaque: Deni e Dino, os Diferentes (Tony
e Vitor) e os Vikings. O primeiro fez sucesso logo com a 1a grava-

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ção, “Coruja”, enquanto que os Vikings não deram muita sorte em
disco, embora sejam muito bons intérpretes e conheçam música
como poucos. Após o apogeu da Jovem Guarda, os irmão Diógenes
e Olavo tiveram uma oportunidade ao gravar um compacto para a
Odeon, mas já no final dos anos 60, seguiriam carreira em jingles,
onde Diógenes com sua voz de baixo, veio a fazer o elefante da mas-
sa de tomate, que conversa com a menina Mônica, personagem de
histórias em quadrinhos.
Os mais duradouros grupos vocais são os parentes Golden
Boys e Trio Esperança. O Golden começou muito cedo, em 1958,
com a gravação de “Meu romance com Laura” acoplada com Wake
up little Susie. Mas os rapazes não se limitavam só ao rock, cantan-
do e gravando sambas e boleros. Na época da Jovem Guarda, apa-
receram muito com versões como “Mágoa” (Heartaches), “Pensando
Nela” (Bus Stop) e “Erva Venenosa” (Poison Ivy) e composições de
Rossini Pinto, como “Alguém na multidão”, onde mostravam o “do
wop” brasileiro.
Já o Trio Esperança, cuja formação tradicional era Regina,
Mário e Evinha, começou no final de 1961, com “Rock do Espirro”,
pela Odeon. Em meados de 62, eles teriam o grande sucesso “Filme
Triste” e ficariam conhecidos em todo o Brasil. Em 63, era a vez de
“O passo do Elefantinho” e daí para a frente gravariam muitas coi-
sas para as crianças, destacando-se: “A Festa do Bolinha”, “Gas-
parzinho” e outras.
Em S.Paulo, houve alguns conjuntos vocais, sem contudo te-
rem o destaque dos já citados. Como exemplo, os Iguais, de onde
saiu o cantor Antônio Marcos e seu irmão Mário, e os vocais da
gravadora Young, destacando-se The Beverlys, Teenagers, etc.
Com relação aos conjuntos vocais/instrumentais, o mais ba-
dalado e vanguardista foi o trio Mutantes, com Rita Lee, Arnaldo e
Sérgio Baptista, mas, quem mais vendeu discos, foi o tradicional
Renato e seus Blue Caps.
Renato criou seu conjunto tirando o nome Blue Caps, do gru-
po que acompanhava o americano Gene Vincent. Como guitarrista
de solo, líder e crooner em muitas músicas, Renato é uma espécie
de “alma” da formação. Em seguida vem seu irmão mais novo Pau-
lo César, baixo elétrico e crooner também. Outros integrantes do
conjunto ao longo do tempo foram Gilson na bateria, Paulo Simonal
no sax, Ed Wilson na base, depois substituído por Erasmo Carlos
e depois por Carlinhos. A primeira gravação do Blue Caps, foi em
1959 na etiqueta Ciclone, onde acompanharam o conjunto vocal

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Os Adolescentes. Em 62, já estão na Copacabana, aparecendo com
o 78, “Boogie do Bebê” e “Limbo Rock”, e nessa fábrica lançam dois
LPs: uma coletânea com Cleide Alves e Reynaldo Rayol e outro de-
les próprios. Mais tarde, foram para a CBS, onde se consagrariam
com “Escândalo” (Shame and scandal in the family) e versões dos
Beatles, como “Menina linda” e “Meu primeiro amor”.
Sem o sucesso de Renato e companhia, aparecem outros gru-
pos vocais/instrumentais, como os cariocas Luizinho e seus Di-
namites - coverem português de Cliff Richard e Brazilian Beatles.
Luizinho e seu grupo, contando com o ótimo guitarrista Euclides,
fizeram o LP antológico “Choque que queima” (63), enquanto que
os Beatles brasileiros que surgiram em 1965, eram formados por:
Luiz Toth (bateria), Fábio (baixo), Vitor (guitarra), Jorge Eduardo
(idem) e Eli Barra (piano). Em 67, eles gravaram minha composição
“Filhinho do Papai” (protest song), para a Philips.
Outras bandas: Pops (RJ), Bolha (idem), Beatos (também)
e Beatniks. Este conjunto, que marcou muito por sua aparição
constante no programa Jovem Guarda, era formado por Régis (te-
clados), Bogô (base), Márcio (guitarra solo), Mário (baixo) e Nino
(bateria, ex-Rebels). Eram apresentados por Roberto Carlos como:
“O Liverpool Sound do Brasil”...
Dedicado à música country, havia o grupo de S. Paulo, As-
sassinos do Rítmo (Rhythm Killers), que se restringiu a apenas um
compacto pela Fermata,em 1963.
Dentre os conjuntos instrumentais com pouco ou nenhum
canto derivados do tripé Ventures/Shadows/Duane Eddy, o mais
conhecido de todos é os Incríveis, que começou como The Clevers
em 63, mas que ultrapassou o problema de ter que trocar de nome,
quando já era conhecido. Fizeram sucesso com “El Relicário”, “O
Milionário, “Era um garoto que como eu amava os Beatles e os Ro-
líng Stones” etc. Atuaram na Europa e no Japão.
Outro conjunto de muita qualidade e prestfgio foi o The Jet
Blacks, que começou como The Vampires, no tempo de Bobby de
Carlo e Joe Primo, mas alcançou sua melhor formação, logo que
passou a gravar na Chantecler: Gatto (guitarra de solo), Orestes
(base), José Paulo (baixo), Jurandir (bateria) e Ernestico (sax). Su-
cessos: Apache e Theme for young lovers
Concorrendo com os Jet Blacks, estavam os Jordans, que
apareceram muito bem com Blue Star e ”Tema de Lara”. A forma-
ção básica dos Jordans era: Aladim (guitarra solo), Sinval (base),
Tony (baixo), Foguinho (bateria) e Irupê (sax).

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Os Bells apareceram pouco depois, com o baterista e cantor
Ari e o guitarrista Nilo, entre outros. Começaram com “Macacafoo”
e chegaram até a gravar “O Muro de Berlim”, da dupla Roberto e
Erasmo.
Outro grupo, os Rebels, da 2a fase, da VS, tocava músicas
brasileiras antigas em ritmo moderno, como “Mamãe eu quero” e
“Vai, com jeito vai”. Eram eles: Zé Carlos (guitarra solo), Rodolfo
(base), Constantino (idem), Nenê (baixo) e Nino (bateria).
Outros conjuntos da época: Angels (depois Youngsters), de
Carlos Becker, que chegou a acompanhar Roberto Carlos em di-
versas gravações, notadamente no LP “É proibido fumar”; The Fen-
ders; The Hits; The Cheyennes; Sombras; Sparks; Megatons (de
Wagner Benatti e Joe Primo); Jacinto e seus Rapazes; Moscas e
Lunáticos. Estes me acompanharam em 1965/66 e tinham a for-
mação típica dos Shadows, com a participação de: Tuca (Carlos
E. Aun - guitarra de solo); Maurício Camargo Brito (base e piano);
Mindão (Armindo Ferreira de Castro - baixo) e Tony, depois Adias
(Romualdo Calcagnetta - bateria). O Maurício é autor do livro “El-
vis, Mito e Realidade”, que conta com detalhes a vida de sucesso
do “Rei do Rock”. Mindão, mais tarde, foi substituído pelo hoje
conhecido produtor de discos Liminha, que fazia parte de um gru-
po de garagem chamado Thunders. Depois de sair dos Lunáticos,
Liminha foi tocar nos Mutantes, já sem Rita Lee.
Além desses, pode-se citar outros grupos, como The Flyers,
criação de Antônio Aguillar e formado por: Patinho e Kiko (guitar-
ras), Paulinho (bateria), Lumumba (sax) e Pique (baixo); The Lions,
empresados pelo “Jerry Lewis brasileiro”, Ubiratã, era formado por
Emilio Russo (guitarra de solo), Wilson Tavares (base e vocal), Ha-
jime Kimimura (baixo) e Antônio Coalatini (bateria); New Clevers,
formado por Ringo, Reno, Francis, Bétinho e Tony e também o gru-
po carioca Sunshine, formado por Valtjnho D’Ávila, Geraldo Bran-
dão, Rakamyr, João Augusto, Sérgio e Horácio (2a formação).
Os mais duradouros grupos brasileiros, que continuam exis-
tindo até os dias de hoje, são Renato e seus Blue Caps e Fevers.
Os Fevers começaram em meados dos anos 60 e foram batizados
pela madrinha do conjunto, Jeanette Adib. Começaram a aparecer
em junho de 66, numa gravação da Copacabana, acompanhando
Wanderley Cardoso. Desde então tiveram vários sucessos e per-
maneceram como atração dos bailes cariocas (notadamente nos
subúrbios) e de shows pelo Norte/Nordeste do pafs.

79
Compositores e Versionistas

Dentre os compositores e versionistas do rock brasileiro, a


dupla Roberto-Erasmo foi de longe a que mais produziu sucessos.
Passaram a fazer músicas, deixando de lado (na maioria dos casos)
as versões, e o que se viu foram sucessos como “Festa de Arrom-
ba”, “Parei na contramão”, “Quero que vá tudo pro inferno” e muito
mais.
Depois deles, o destaque é para o compositor-cantor Rossini
Pinto, já falecido. Rossini, capixaba, vivia no Rio em 1955, traba-
lhando no jornal “O Correio da Manhã”, onde escrevia sobre plan-
tas. Em 1960, musicou e gravou um poema do então candidato
à presidência da República, Jânio Quadros, chamado “Convite ao
Amor”. Em 62, foi para a Colúmbia, depois CBS, onde teria sua me-
lhor fase como cantor e como compositor, pois passou a abastecer
Roberto Carlos, Wanderléa, e outros, com versões e composições
que fazia em parceria com o também cantor Fernando Costa. Como
compositor, Rossini registra, entre outras, as seguintes canções:
“Malena”, “Parei, olhei”, “Eu te amo meu amor” e “Alguém na mul-
tidão”. Como versionista fez também muita coisa, destacando-se as
versões de Yesterday e Michelle, dos Beatles e “Ternura”, sucesso
de Wanderléa.
Todavia, não há versionista que se iguale a Fred Jorge. Fred,
como vimos, é autor das versões de sucesso de Celly, Tony, Carlos
Gonzaga e outros.
Carlos Imperial também fez muita música e muitas versões,
destacando-se “O Bom” com Eduardo Araújo, “A Praça”, com Ron-
nie Von e “Mamãe passou açúcar em mim”, que foi gravada por
Wilson Simonal.
Além desses podem ser citados; Eduardo Araújo, Tim Maia,
Tom Gomes, Sérgio Reis, Marcos Roberto, Dori Edson, Hamilton Di
Giórgio, Demétrius, Jair Gonçalves, Tony Chaves, Cláudio Fonta-
na, Antônio Marcos, Ciro Aguiar, Albert, Theotônio Pavão, Helena
dos Santos, Ed Wilson, Castro Perret, Renato Barros, Lilian Knapp,
Juvenal Fernandes, Carlos César, Jeanette Adib, Martinha, etc.
Deve-se destacar que Jeanette Adib foi a 1a parceira de Ro-
berto Carlos, tendo feito com ele alguns rocks. Por outro lado, uma
menção deve ser feita a Baby Santiago que gravou muito pouco
como cantor, mas que como compositor de rock’n roll foi o melhor
de S.Paulo, tendo começado com a versão “Bata Baby” (Long tall
Sally), mas depois compôs “Adivinhão”, “Rock do Saci”, “Boogie do

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81
Guarda”, “A Bruxa”, “Coisinha linda” e outras mais. No Rio, tal
qual Baby, o destaque é o compositor Getúlio Cortes, que fez muita
música, especialmente “Negro Gato”.

Disc-Jockeys, Divulgadores, etc.

Muitos disc-jockeys - hoje comunicadores- e programadores


de rádio contribuíram para a divulgação do rock brasileiro. Nessa
época ainda não existiam as emissoras FM, que “ajudaram” bas-
tante na derrubada da nossa música jovem e nem as famosas “pa-
radas” que limitavam a divulgação de um disco para quem não
pagava o chamado “jabá”.
Nos anos 50 surgiram os seguintes DJ’s: Enzo de Almeida
Passos, Sérgio Galvão, Vaccaro Neto e Paulo Rogério, de SP; Carlos
Imperial, Jair de Taumaturgo, Isaac Zeltman e Luis de Carvalho,
do Rio.
Nos anos 60, em SP, o destaque é para Aguillar, Ademar Du-
tra, Ferreira Martins (hoje apresentador do “Jornal Bandeirantes”
na TV), Barros de Alencar, Domingos Mamone (Minguinho), Os-
valdo Audi, Sandoval Neto (mais tarde seria assessor do então mi-
nistro Delfim Neto), Sérginho de Freitas, Carlos A. Lopes, Ronaldo
Chapeval, Antenor Zanardi, Zé Paulo de Andrade, etc.
No Rio: Big Boy e Gilberto Lima (falecidos), Francisco Cario-
ca, Edson Santana, José Roberto “Oldies”, Roberto Nunes, etc.
Nos outros estados, destacam-se: Arthur Rezende em Goi-
ânia; Big Ben e Gino Frey em Salvador; Luiz Antônio Barbosa e
Dirceu Graeser em Curitiba e Glênio Reis em Porto Alegre, além de
Roberto Purini (hoje Deputado) e Luiz Carlos Cordeiro em Bauru-
SP e Corauci Neto em Ribeirão Preto, entre outros.
Os divulgadores de discos também deram seu quinhão à pro-
pagação do rock brasileiro. O mais atuante divulgador que conhe-
ci foi Genival Mello, que trabalhou na Continental e Copacabana,
tendo sido responsável pela fase áurea de Demétrius e Wanderley
Cardoso.
Outra “fera” era Edy Silva, da CBS de S.Paulo, que no começo
dos anos 60 fazia o pessoal das rádios tocar os discos do Roberto
Carlos desde a madrugada até o final da noite. Ela era a rainha da
“caitituagem” e Roberto deve boa parte de seu sucesso inicial ao
empenho e competência da Edy.
Outros divulgadores importantes de SP: Alfredo Corleto e An-
tônio Mujica da RCA, Flávio da Continental, Basílio, Horácio e Mil-

82
83
tinho Gama da Chantecler, Positivo e Janelinha da Mocambo e o
ótimo José Richard da Copacabana, depois da VS.
No Rio, poucos conheci, mas falam muito do Ramalhete da
Musidisc, Othon Russo da CBS e Evandro, da Chantecler, que
mais tarde largaria a divulgação de discos para se tornar um dos
melhores bandolinistas do país.
O rock brasileiro não ficou só no eixo Rio-SP. Como vimos,
outros estados mandaram gente para cá, principalmete após o su-
cesso do programa Jovem Guarda. Gente como Raul Seixas, da
Bahia, que era Raulzito e seus Panteras quando, em 68, teve que
voltar para Salvador, pois o pai tinha lhe prometido um emprego,
deixando os Panteras como acompanhantes do Jerry Adriani. De
volta para o sul, Raul veio a se tornar o grande roqueiro nacional
dos anos 70.
Outros ficaram na sua terra e tiveram destaque apenas lo-
cal. É o caso de Carlos Alberto, de Pernambuco, que não chegou a
gravar, de Gino Frey, o decano dos roqueiros baianos e que hoje é
o sucesso das canções evangélicas, de Paulo Hilário e Pedro Lufs,
o “Elvis paranaense”. Além desses dois, o Paraná tinha muitos ou-
tros roqueiros, comandados por Dirceu Graeser: João Lufs - veio
para o Rio, trazido pelo empresário Glauco Pereira - e passou a
cantar baladas, Janete, Geraldo, os Metralhas e Hilda Chrisíine.
Muitos chegaram a gravar pela etiqueta paulista Astor, de Aristó-
teles Silva.
Muito combatido pelas mídias e chamado de gênero musical
importado e alienante, o rock nacional - primo pobre do internacio-
nal - conseguiu superar todos os obstáculos e, com o sucesso da
Jovem Guarda, tornou-se efetivamente o ritmo preferido da juven-
tude brasileira. Competindo com o rock, estava a bossa nova, cujos
componentes não aceitavam de forma alguma o uso da guitarra e
baixo elétrico em suas formações. Houve até uma passeata contra
a guitarra na S.Paulo dos anos 60...
Foi nessa época que Jorge Ben pegou uma guitarra e come-
çou a cantar seus sambas-jongo marcando um ritmo que tinha
muito do rock que, vindo dos blues, tem um parentesco ancestral
com o samba. Por sua vez Gilberto Gil utilizou o arranjo dos Mu-
tantes com influência dos Beatles, e Caetano o acompanhamento
de guitarras e teclados com vaias e tudo no “Alegria, Alegria” do
Festival da Record. Assim chegava o tropicalismo, isento de pre-
venção e ampliando o uso dos chamados instrumentos musicais
elétricos e eletrônicos. O maestro Rogério Duprat era totalmente

84
aberto a quaisquer experiências - em 63, havia produzido um ex-
celente LP “Clássicos em bossa nova”, que passou despercebido
por ter sido realizado numa gravadora pequena - e utilizou muito
dos recursos do rock. Até Sérgio Mendes, nos anos 60, aderiu ao
repertório dos Beatles (ex:Fool on the hill). A partir desses eventos,
a MPB começou a mudar, passando a utilizar guitarras, baixo elé-
trico, teclados e marcação rítmica do rock (vide Marcos Valle e seu
“Mustang côr de sangue”). O samba-canção foi substituído pela
balada e as cantoras da MPB, com algumas exceções passaram
a ser baladistas (Gal, Simone, Bethânia, etc). Milton Nascimento
passou a compor coisas como “Maria, Maria”, que antes de 65 seria
chamado de rock. Foi a maior mudança que a MPB sofreu e que
deixou o pandeiro, o cavaquinho e o violão somente para os gêne-
ros tradicionais.

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86
Capítulo X

INSTRUMENTOS MUSICAIS, EQUIPAMENTOS, TOCA DISCOS


E GRAVADORES

Com o surgimento do rock’n roll, multiplicou-se a deman-


da por guitarras, baterias, amplificadores e demais instrumentos
e equipamentos que constituiriam a base desse novo ritmo. Para-
lelamente, o rock trouxe um aumento na vendagem de discos no
mundo todo, que se concentrou, obviamente no segmento jovem,
fazendo com que os fabricantes de eletrolas e toca discos procu-
rassem se adaptar a essa nova situação. Além disso, em meados
dos anos 50, nos Est. Unidos, juntamente com a chegada do rock’n
roll, substituia-se o velho e quebrável 78 rotações, pelo inquebrá-
vel e mais fácil de carregar compacto de 45 rotações. No Brasil, na
mesma época, a RCA Victor lançava o compacto de 45, juntamente
com a vitrola que tocava tais discos, mas o 78, entre nós, só veio
acabar no começo dos anos 60.
De uma forma geral, o panorama neste campo foi o que se
segue.

Guitarras, Amplificadores, etc.

No final da década de 50, existiam no Brasil, duas marcas de


guitarra: Giannini e Del Vecchio. A fábrica desta última também
produzia dois tipos de baixo elétrico: um sem traste e outro, modelo
italiano, sólido, que a gente tocava em pé. O piano comum imperava
e o acordeom acompanhava o “Enrolando o rock” do Betinho e era
também tocado pelo Carlos Imperial, no seu grupo Os Terríveis. Os
amplificadores de guitarra mais usados eram o Alex (Del Vécchio) e
o Sedan, de SP também, com 5 W de saída e o Ipame, do Rio com 8
W. Nos Est. Unidos, a guitarra Fender Stratocaster já completava 4
anos de vida, quando em 1957, era lançado o modelo Jazzmaster.
Nesse mesmo ano, o 10 baixo elétrico do mundo, o Precision, da
própria Fender completava seis anos de existência. Antes disso, em
1954, a RCA montava em laboratório o primeiro sintetizador.
Nos anos 60 tudo evoluiu. Carlos Alberto Lopes (Sossego),
sempre muito interessado por guitarras e amplificadores, escre-

87
veu uma carta para a Fender nos Est. Unidos e esta remeteu-lhe
os esquemas do amplificador Band-Master, de 20 W, igual ao que
Betinho havia trazido de lá. Assim, juntamente com outro conhe-
cedor do assunto, Agnaldo de Oliveira, Sossego passou a fabricar
cópia dos amplificadores da Fender. Mais tarde, Agnaldo, em so-
ciedade com Alfredo Cavalieri, criou a Phelpa, que veio a ter muita
fama ao equipar muitos grupos de rock brasileiro no apogeu da
Jovem Guarda. Na metade dos anos 60, já existiam amplificadores
bem mais potentes como o Tremendão (homenagem a Erasmo), da
Giannini e o Mustang, com potência ao redor dos 50 W. Surgem
os complementos: pedais whaw whaw, distorcedor, reverberador e
câmaras de eco (de fita). Renato Barros, líder dos Blue Caps, usava
no início dos 60, um amplificador Ipame com o qual acompanhou
a célebre gravação de “Splish Splash”, com Roberto Carlos. Mais
tarde, comprou um Phelpa e depois um Tremendão.
Com relação a guitarras, no início da década de 60, a Del
Vécchio lança uma sólida, enquanto que a Giannini põe à venda o
modelo “Sonic” e a Di Giórgio, para não ficar atrás, lança a “Sono-
râmica”. Tempos após, a Giannini, com assessoria do já citado Sos-
sego no design de instrumentos e equipamentos, lançaria o modelo
“Super Sonic”, com alavanca, que se tornaria a mais popular das
guitarras brasileiras. Ao mesmo tempo, Cláudio Baptista, irmão de
Sérgio e Arnaldo dos Mutantes, começa a fabricar uma cópia per-
feita da Fender-Jaguar, cujo original foi lançado nos Est. Unidos
em 1961.
O 10 guitarrista brasileiro a ter uma guitarra importada foi
Betinho, que tocava “Neurastênico” numa Gibson-Les Paul, pas-
sando no “Enrolando rock” para a Fender Stratocaster. O 10 grupo
de rock de SP a ter tal preciosidade foi o The Hits, com o solista
Tuti (José Ricardo Delamano) que em 1962, possuía nada menos
do que duas Stratos da Fender, além de um reverberador da mes-
ma marca, o único existente em S. Paulo. Logo depois, Gordon dos
Jet Blacks, adquiria uma guitarra Burns, inglesa, que acabou indo
para o Aladim (Romeu Mantovani), solista dos Jordans, que com
ela gravou “Blue Star”, um dos sucessos do grupo.
No tocante a baixo elétrico, lá por 1964, a Giannini lançava o
‘’Sonic”. Nos Est. Unidos, na mesma época, a Fender fracassou na
tentativa de lançar um baixo de cinco cordas,
Com relação a outros instrumentos, para os bateristas não
havia muita opção: era Pingüim, Caramuru, Weril ou Goppi, de
menor fama. Já os teclados começaram a aparecer na América ao

88
redor de 1955 ou 56, com o Wurlitzer, que Ray Charles utilizou
mais tarde na sua gravação de What I’d say; em 1957, Lenny Dee
já tocava um órgão Hammond com efeitos de percussão, que Steve
Bemard também viria a possuir. Entretanto, entre nossos conjun-
tos de rock, só nos anos 60 é que surge o popularíssimo teclado
Farfisa, italiano, tipo órgão, que o Manito dos Incríveis executava.
No final dos 60 começa a aparecer o Rhodes-Fender e em 70, a
clavinete Hõnner.

Toca-Discos e Gravadores

Os primeiros discos de rock nacional, nos anos 50, eram


tocados em eletrolas e toca-discos dos mais simples possfvel. Os
toca-discos mais populares por aqui eram importados: Webcor,
Webster, Thorens (suiço) e Garrard (inglês), os dois primeiros ame-
ricanos. As eletrolas e vitrolas usadas eram a Semp (começou em
1953), RCA (Hi-Fi Mark I) e a General Electric( Cinderela e Musi-
phonic). A Telefunken começou entre nós em 1957 e fabricava a
Dominante (mono). As cápsulas mais populares eram magnéticas:
Ronette (holandesa), Astatic e Sonotone (americanas). A magnética
era a G.E. modelo VR II.
Nos anos 60, os toca-discos americanos sumiram, sendo
mais utilizados os ingleses Collaro, Monarch e Garrard, o alemão
Dual e os nacionais Philco Hi-Fi e VM Standard Electric, que tinha
amplificadores de 25 W e caixa acústica “bass reflex”. Depois, a
Telefunken lançou a Dominante em Stéreo e outros modelos, como
a Melodia. Outras firmas entraram na nova tecnologia do Stéreo:
Empire, Siemens (estereolas) Philips, etc. Houve a substituição da
válvula pelo transistor e os equipamentos passaram a ser de menor
tamanho. As cápsulas passam a magnéticas, destacando-se a Shu-
re M3D e a Elac. Uma nova empresa começa a existir fabricando
um amplificador: Gradiente.
A década de 50 foi muito pobre com relação a gravadores
caseiros. Existiam as marcas Geloso (italiano) e Üher (alemão), que
usavam rolos pequenos de 3 polegadas. Muitas pessoas possuíam
um gravador Webcor ou VM, com maiores recursos, mas nos anos
60 o destaque passa a ser os gravadores japoneses Toshiba, Sony e
Akai (nos Est Unidos era Roberts) ou alemão (Grundig) que usavam
rolos maiores, de 7 polegadas e reproduziam em stéreo. Em 63, a
Philips lança a fita-cassete e gravadores portáteis funcionando a
pilha. Em 65, surgem os cartuchos, nos Est. Unidos.

89
Estúdios e Prensagem de Discos

Os anos 50, mostraram a presença do gravador Ampex (ame-


ricano) mono nos estúdios brasileiros, com mesas de som aqui
mesmo construídas ou de broadcasting (rádio), de marcas Altec
ou RCA. Os microfones mais utilizados eram: Eletrovoice, Shure,
Altec, RCA e os Telefunken V47, a condensador. No final dos 50,
o Ampex passa a ser estereofônico (2 pistas) e destacam-se mesas
como a Langevin, CBS e Martin. Os microfones já são Eletrovoice,
Shure, AKG, RCA e Neumann a condensador, uma evolução do
modelo da Telefunken. Surgem as gravações em 4 pistas. Em S.
Paulo, nessa época, os estúdios mais bem equipados são o RGE e
o Gravodisc. No Rio, predomina o Havaí.
Na fabricação do disco, nos anos 50 usava-se o torno de corte
Scully (americano) com cabeças magnéticas para corte de acetato
da mesma marca ou Gramphian (inglês). Os discos de 78 rotações
eram feitos de Shelac, enquanto que os LPs sempre usaram PVC-
cloreto de polivinil. Nos anos 60 foram introduzidas as máquinas
de corte Neumann, que seguem sendo usadas até hoje, enquanto
que os discos simples transformaram-se em compactos, feitos de
poliestireno e polímeros acrílicos.
Mais recentemente, surgem os compact-discs (CD’s), que uti-
lizam como matéria prima uma resina de policarbonato, importada
da Alemanha.

90
DISCOGRAFIA DO ROCK BRASILEIRO

1955-65

91
92
É apresentada a seguir, em ordem alfabética dos intérpretes,
uma discografia bastante abrangente do rock brasileiro, começan-
do com a gravação pioneira de Nora Ney, em outubro de 1955, indo
até o ano de 1965, quando o programa Jovem Guarda consagra o
nosso rock, já então rotulado de “iê iê iê”.
Para a elaboração deste trabalho, foi indispensável a cola-
boração dos principais colecionadores de discos de rock primitivo
do Rio de Janeiro, sob a coordenação de José Roberto “Oldies” e
participação efetiva de Adel Quaresma, Roberto Meireles e Valdir
Siqueira.
O levantamento feito para a obtenção das informações aqui
publicadas, baseou-se em:

1) Arquivos e coleções;
2) Consultas às seguintes revistas da época: “Revista do Rá-
dio”, “Radiolândia”, “Revista do Rock”, “Melodias”, “São Paulo na
TV”, “Eu Canto” e “Baby Face”.
3) Publicação “Discografia Brasileira 78 rpm” de Jairo Seve-
riano, Alcino Santos, Gracio Barbalho e M. A. de Azevedo (Nirez)
- Ed. Funarte -1982.

Esta discografia obedece a alguns critérios. As gravações aqui


citadas são rocks, em português, inglês ou outra Ifngua, de auto-
res nacionais ou estrangeiros, interpretados por artistas nacionais
ou estrangeiros aqui radicados. Tudo que entendemos como rock
está aqui: rock’n roll, rock-balada, calypso-rock, twist, hully-gully,
surf, etc. As gravações são separadas por tipo de disco, começando
sempre pelo de 78 rotações, passando pelos compactos de 45 e 33
rotações, respectivamente, simples e duplo, até se chegar nos LPs.
No tocante às coletâneas, as músicas são alocadas aos interpretes
correspondentes.

Alguns códigos utilizados são os seguintes:

CS = compacto simples de 33 rotações


CD = compacto duplo de 33 rotações
CS-45 = compacto simples de 45 rotações, também chamado
de “extended play”

93
CD-45 = compacto duplo de 45 rotações, idem.
S/D = data da gravação não disponível
S/G = nome da gravadora não disponível
S/M= nome das músicas não disponível

Nos discos simples (78 rpm e compactos), os rocks aparecem


em destaque. Quanto aos compactos-duplos e LPs de intérpretes
de rock é apresentado apenas o título do disco. No caso de artistas
não especializados no gênero, mas que chegaram a gravar algum
rock, são mostrados o título do disco e a(s) faixa(s) rock.

ADILSON RAMOS
(ver Cometas)

78rpm
Sina que Deus me deu/Sonhar Contigo - RCA 4/63
CS
Leda/Amor Oculto - RCA 1964
Minha Vida/Oração da Esperança - RCA 1964
Luar/Sua Promessa - RCA 1965
Meu Karmann Ghia/Feliz por te amar - RCA 1965
LP
Sonhar Contigo(Olga/Sina que Deus me deu) - RCA 1963
Sempre Contigo(Minha Vida/Leda) - RCA 1964
Feliz por te amar(Meu Karmann Ghia) - RCA 1965
LP-Coletânea
Juventude Esquema 64 (Leda) - RCA 1964
Nova Geração (Luar/Meu Karmann Ghia) - RCA 1965

AGNALDO RAYOL

LP
Sonhos Musicais (Perdi meu amor, versão de I lost my love last
night) S/D - Copacabana

AGNALDO TIMÓTEO

CS
A Grande Viagem/Calunga - Odeon 1965
obs: da novela da TV-Excelsior “A Grande Viagem”

94
AGOSTINHO DOS SANTOS

78rpm
Até logo, jacaré (See you later alligator)/Vagabundo e Sonha-
dor - Polydor -1157
Minha Oração (My prayer)/As três Marias - Polydor 6/57
Só Você (Only you)/Maria dos meus pecados - Polydor 9/57
LP (10 pol.)
Uma voz e seus sucessos (Só você/Minha Oração) - Polydor -1957
LP
Uma voz e seus sucessos (idem) idem

ALBERT
(depois Albert Pavão)

78rpm
Tu e Eu (You and I)/Move It - Mocambo -10/62
Com acompanhamento do grupo The Hits
CS
Vigésimo Andar (20 flight rock)/Sobre um rio tão calmo (Lazy
River) - VS 1963
Biquininho/Meu broto só pensa em estudar - Chantecler 1964
LP-Coletânea
Distração - Orq. Fantasia (I hate lies/Remember Baby)
com acomp. The Hits - Penthon/VS 1963

ALBERT PAVÃO
(ex-Albert)

CS
A Garota do meu melhor amigo (The girl of my best friend)/Mu-
lher de Cabeça Dura, (Hard headed woman) - Chantecler - 1965
com acomp. Os Lunáticos

ALCELI CAMARGO
(ex-Aldeci)

CS
A Volta do Broto/Se o mundo fosse feito pra mim - Copacaba-
na - 1965

95
LP-Coletânea
Exaltação à Juventude (Espero você - versão de The other side of
the street) - Copacabana -1965

ALDECI
(depois Alcelí Camargo)

CD
S/M - Albatroz -1963

ALMIR RIBEIRO

LP (10 pol.)
Uma noite no Cave (Só você vr. de Only you) - Copacabana - 1957

ALOÍSIO E SEU ACORDEOM

78rpm
Rock around the clock/Muito bem - Copacabana - 1957

ANGELA MARIA

78rpm
Quando a noite vem/Pepe - Continental - 2/61

ANGELITA
(ex-componente do vocal “As Gatas”)

CS
Twist Gully/O amor que a gente tem - Continental - 65

ANGELS, THE
(depois The Youngsters)

CD
The Angels - Copacabana -1962
Temas de TV - Copacabana -1963
The Angels - Copacabana -1963
LP
Hully Gully - Copacabana -1962
7 Dias na TV - Copacabana -1963

96
Happy weekend with The Angels - Copacabana -1964
LP-Coletânea
Exaltação ã Juventude (Yankee Janks) - Copacabana - 1965

ANJOS, OS

LP
Dançando com os Anjos(Mambo Rock) - Musicolor S/D

ANJOS DO INFERNO

78rpm
Julieta (samba rock)/Farrapo Humano - Copacabana - S/D

ANNIK MALVIL

CS
Broto do Tubinho/Baby Doll - RCA -1964

ANTÔNIO ALFREDO

78rpm
Meu anjo particular (My special angel)/Inspiração - Chantecler -
S/D

ANTÔNIO ARRUDA E ORQ.

78rpm
Sereia da Praia - Califórnia - 9/60

ANTÔNIO CLÁUDIO
(mais tarde Danny Dallas)

78rpm
Dream lover/Where were you in our wedding day? - Young
-1960
CS(45)
mesmas músicas, obs: acomp. The Jester Tigers

97
ARI DE OLIVEIRA

78rpm
I’ll never fall in love again - RGE - 6/60

ARISTÓTELES SILVA

CS
Helenita - Astor - 1965

ARRELIA

78rpm
Hully Gully do Galinho - SG - 1963

ASSASSINOS DO RÍTMO
(também conhecidos por “Rhythm Killers”)

CS
Greenback dollar/Tom Dooley - Fermata - 1963

ASTOR E SUA ORQ.

78rpm
Jambalaya/Os olhos de Marly - Columbia - 6/62
LP
Só Twist - Columbia -1962
obs: gravações com o vocal The Snakes

ATOMICS, THE

CD-45
Rock and roll (ABC Boogie) - Musidisc - S/D
Rock and roll (Razzle Dazzle) - Musidisc - S/D
LP
Rock and roll - Musidisc - 1960

AVALONS, THE

78rpm
Baby talk/Come softly to me - Young - 1959

98
Here come the Avalons/Believe me - Young - 1959
China Rock/Valentina my Valentina - Young - 1959
Rebel Rouser/All the time - Young - 1959
CS(45)
os mesmos que saíram em 78rpm.
CS
Because I love you/Tell me darling - RGE - 1962
obs: com Galli Júnior
CD(45)
The Avalons - Young - 1960
CD
The Avalons (com Galli Júnior) - RGE - 1962

BABY SANTIAGO

78rpm
Estou muito louco/Xaxado Rock - Continental - 3/62
CS
Boogie do Guarda/Bola no taco - VS - 1963

BELLS,THE

CS
Olhos negros/Blue Star - RGE - 1964
O Escândalo (Shame and scandal in the family)/A Casa de Irene
- RGE - 1965
LP
Proibido para maiores de 18 anos - RGE - 1965
LP-Coletânea
14 Sucessos de Ouro (Apache) - RGE - 1963

BELMONTS, OS

CS
Calypso do Amor/Só tenho olhos para você - Musidisc - S/D
CD
Os Belmonts - Musidisc - S/D

99
BETINHA

CS
Be-a-bá/Que Sorte (Que suerte) - Chantecler - 1964

BETINHO E SEU CONJUNTO

78rpm
Enrolando o Rock/Cha-cha-cha - Copacabana - 4/57
Little Darling/Se ela vier - Copacabana - 3/58
Baby lover/Peanuts - Copacabana - 8/58
LP
Betinho, Rock e Calypso (10 pol.) - Copacabana - 1958
Betinho, Rock e Calypso (normal) - Copacabana - 1958
Betinho e seu conjunto dançante n0 1 - Copacabana - S/D (Minha
Garota)
Betinho, Twist e Bossa Nova (Anda/Wadiya/Twist Watch/Apache)
- Copacabana - 1963
LP-Coletânea
Cocktail de Rocks (Banho de Lua/Billy/Rebel Rouser) Copacabana
- 1960

BEVERLYS, THE

78rpm e CS-45
Little Star/There goes my baby - Young - 1959
Yakety Yak/Dance with me - Young - 1960
CD-45-Coletânea
The Young Voices (Yakety Yak) - Young - 1960

BILLY FONTANA
(depois Moacyr Franco)

78rpm
Baby Rock/Nairobi - Sound - 1959
com acomp. dos “Rockmakers”

BILLY JOHN

CS
Com um pouquinho de terra (A Hundred pounds of clay)/lf I had

100
a hammer - RCA - 1963
LP-Coletânea
Juventude Esquema 64 (If I had a harnmer) - RCA - 1964

BIRIBA BOYS

LP
Biriba Boys alegra o Brasil, vol. 3, Chantecler - 1962 (Hola Twist/
Marcianita)

BLOBS, THE

CS
Macacafoo/Tarantela - Fermata - 1964

BOBBY DE CARLO

78rpm
Oh Eliana (De De Dinah)/Quero amar (I like girls) - Odeon - 7/60
Broto Feliz/Amor de Brotinho - Odeon - 3/61
Gatinha Lili/Hey Lili - Odeon - 11/61

BOLA SETE (guitarrista)

78rpm
Mr. Jimmy/Mambeando - Odeon - 8/58
Ma Griffe - Odeon - 4/60
LP
O Extraordinário (Fico triste sem twist) - Odeon - 1962
Travessuras do Bola 7 (Calypso das Rosas) - Odeon - S/D

BOLÃO E SEUS ROCKETTES

78rpm
Short Shorts/Big Guitar - Columbia - 1958
Tarantela Rock/El Rancho Rock - Columbia - 1958
Apache/De De Dinah - Columbia - 1958
Blip Blop/El Bingo Rock - Columbia - 1959
Cry Baby/I like girls - Califórnia - 8/60
Dreamin/Comunicando - RCA Camden - 9/61
The Twist/Let’s twist again - RCA Camden - 2/62

101
O Jato (The Jet)/Twist Internacional - RCA Camden - 8/62
CD-45
Bolão e seus Rockettes - Columbia - 1958
CD
Twist - RCA Camden - 1962
LP
Rock Sensacional - Columbia -1959
Favorita dos Brotos - RCA Camden - 1961
Baile de Brotos - RCA Camden - 1962
Dance o Hully Gully - RCA Victor - S/D
Muito Legal - RCA Victor - 1964
LP-Coletânea
Hit Parade (Short Shorts/Mr.Lee/De De Dinah/EI Rancho Rock) -
Columbia - 1960

BRAZILIAN BOYS

CD
Brazilian Boys - Chantecler - 1964

BRINQUINHO E OS BAMBAS

78rpm
Rock in Zeca - Chantecler - 5/60

BRITINHO E SEU CONJUNTO

78rpm
Mustafá/Adão e Eva (Adam and Eve) - Columbia - 1960
LP
Rio Zona Sul (Only you) - Sinter - S/D

CANARINHO E S/CONJUNTO

78rpm
O Roque fala inglês/Aula de rock - Todamérica - 3/59
Twist do Balanço/Sapo na lagoa - Copacabana - 1962

102
CAREQUINHA

78rpm
Rock do Ratinho/Escola do Carequinha - Copacabana - 4/61
Rock da Alegria/Carnaval legal - Copacabana - 12/61
Twist do Cachorrinho/Chicotinho queimado - Copacabana -
1962
LP
Carequinha(Rock do Ratinho/Menino legal/O engraxate/Rock da
alegria/Salve a Professora) - Copacabana - 1961
Carequinha no Twist, Cha-cha-cha e etc. - Copacabana - 1962
Ídolo da Garotada (Twist da Galinha) - Copacabana - S/D
O Circo vem aí (Periquitinho Verde/O Passo da Girafa) - Copaca-
bana - S/D
Os Grandes Sucessos (Rock do Ratinho) - Copacabana - S/D

CARIOCAS, OS

78rpm
Always and forever/Chega de Saudade - Columbia - S/D
Silhouettes/Vem prá batucada - Columbia - 1958
Born too late/Cha-cha-cha - Columbia - 1959
LP
O Melhor dos Cariocas (Silhouettes/Always and forever/Quem é?/
Samba Rock) - Columbia - 1958

CARLA BARONI

78rpm
Não há lugar (No vacancy)/Vou penar, mas vou - RCA - 5/60
Banjo boy/Beija-me mais - RCA - 10/60
LP-Coletânea
Garotas e Rock (Banjo boy/Não há lugar) - RCA -1960

CARLOS BANDEIRA

CS
Gatinhas de Hoje - Astor - 1964

103
CARLOS COSTA

CD-45
Carlos Costa (The Secret/You send me) - Columbia - 1960

CARLOS DAVID

78rpm
The angels listened in - Young - 1960
CS-45
idem
CD-45-Coletânea
The Sensational New Stars (The angels listened in) - Young - 1960

CARLOS ELY

78rpm
Cinderela/Meu primeiro amor - RCA Camden - 2/62
Ya ya/Terra do amor (Loveland) - RCA Camden - 8/62
Gina/Hoje estamos juntinhos - RCA Camden - 1/63
A noite que eu chorei/Não sei explicar - CBS - 1963
CS
O solitário - CBS - 1964
CD
Carlos Ely - RCA Camden - 1962
LP-Coletânea
Alegria, Música e Ritmo (A noite que eu chorei) - CBS - 1963

CARLOS GONZAGA

78rpm
Passeando na chuva (Just Walking in the rain)/Pode Sorrir - RCA
- 1956
Meu Fingimento (The Great Pretender)/Amor - RCA - 5/57
Diana/Regresso - RCA - 4/58
Você é meu destino (You’re my destiny)/Por que chorar? - RCA
- 6/58
Louco Amor (Crazy love)/Lamento de um caboclinho - RCA -
10/58
Não me deixe amor (Don’t leave me now)/Meu passado - RCA -
3/59

104
Meu coração canta (My heart sings)/Isto é adeus (So it’s goodbye)
- RCA - 4/59
O Diário (The Diary)/Velha Paineira - RCA - 8/59
Eu quero seu amor (I need your love tonight)/Um milhão de ve-
zes - RCA - 10/59
Oh Carol/Rapaz Solitário (Lonely boy) - RCA - 1/60
Tudo que eu sonhei (All I need is you)/Chama de amor - RCA
- 6/60
Escada para o céu (Stairway to Heaven)/Podes chorar - RCA -
9/60
Eu canto assim/Foi o teu beijo (Something has changed) - RCA
- 10/60
Minha cidade (My home town)/Adão e Eva (Adam and Eve) - RCA
- 11/60
Pobre coração (I don’t believe I fall in love today)/Nunca mais -
RCA - 3/61
O rock é bom/Despertador - RCA - 6/61
Bat Masterson/Diabinho (Little Devil) - RCA - 7/61
Cavaleiros do Céu (Riders in the sky)/O Twist - RCA - 1/62
Twist outra vez (Let’s twist again)/Twist Internacional - RCA -
3/62
Uma guitarra e um copo de vinho (A steel guitar and a glass of
wine)/Nem sei seu nome - RCA - 6/62
Volte Diana/Pobre Menino - RCA - 1962
Os Dias de Verão (Happy days of summer)/Twist do Bebê - Phi-
lips - 11/63
CS(45)
Minha Cidade/Adão e Eva - RCA - 1960
Oh Carol/Um milhão de vezes - RCA - 1960
Prece/Cabecinha no ombro (Put your head on my shoulder) - RCA
- 1960
CS
O amor que eu perdí (Runaway)/Canário (Yellow bird) - RCA -
6/62
Os teus beijos (Till I kissed you)/Estrela pequenina - RCA - S/D
Menino do altar/O Prisioneiro - Philips - S/D
Tchin Tchin/Vamos - Philips - 1964
Ponderosa/Carango - Philips - 1964
CD-45
Carlos Gonzaga (Diana/Louco Amor) - RCA - 1958
Meu coração canta (Diário/Isto é adeus) - RCA - 1959

105
Adão e Eva (Foi o olhar/Calypso de amor) - RCA - 1960
Carlos Gonzaga (Diabinho/Não quero mais) - RCA - 1961
CD
Músicas do Faroeste (Bat Masterson) - RCA - 1962
Dance o Twist - RCA - 1962
Vem dançar meu amor - RCA - 1963
Carlos Gonzaga (Twist do Bebê/Apaixonado) - Philips - 1963
LP
Quisera lhe dizer (Passeando na chuva/Meu fingimento/Só você)
10 pol. - RCA - 1957
Carlos Gonzaga (Diana/Não me deixe amor/Você é meu destino/
Louco amor/Porque chorar?) - RCA - 1958
Meu coração canta (Eu quero seu amor/Um milhão de vezes/Diá-
rio/Isto é adeus/Uma noite vrs. “One night”) - RCA - 1959
The Best Seller (Foi teu beijo/Eu canto assim/Calypso do amor/
Rapaz solitário/Tudo que eu sonhei/Chama de amor/Cabecinha
no ombro/Oh Carol) - RCA - 1960
És tudo prá mim (Minha cidade/Podes chorar/Adão e Eva/Foi o
olhar/História de um coração) - RCA - 1961
Carlos Gonzaga Canta (O Twist/Bat Masterson/Rock do Broto)
RCA - 1962
O Cantor Hit-Parade (Twist do Coração/Banjo Boy/Menino do Al-
tar/Não sei seu nome) - RCA - 1962
Para a Juventude (Festa de Brotos/Hava Nagila/Não posso te es-
quecer/Oração de amor vrs. “Book of love”) - RCA - 1963
Hully Gully - Philips - 1963
Os Grandes Sucessos de Carlos Gonzaga - RCA Camden - 1964
LP-Coletânea
Explosivo (Cavaleiros do Céu) - RCA - 1962
Mais Explosivo (Não posso te esquecer, versão de “I can’t stop lo-
ving you”) - RCA - 1963

CARLOS HENRIQUE

LP-Coletânea
Brotinho Vamos Dançar (Vamos Dançar/Par Constante/Garoto
Legal/Dance comigo/Desengonçado) - Magisom - S/D

106
CARLOS NOBRE

78rpm
Cartas de amor na areia (Love letters in the sand) - Todamérica -
9/57

CARLOS ROBERTO

LP-Coletânea
Garotas e Rock (Cedo demais) - RCA Camden - S/D

CARMEM COSTA

78rpm
Ensinando bossa nova/Melancolia - Copacabana - 1963
LP-Coletânea
As 14 Maiorais Vol. III (Ensinando bossa nova, vers. de “Blame it on
the bossa nova”) - Copacabana - 1963

CAROLINA CARDOSO DE MENEZES


(pianista)

78rpm
Brasil Rock/Samba no Rio - Odeon - 5/57

CAUBY PEIXOTO
(também Coby Dijon)

78rpm
Rock’n roll em Copacabana/Amor verdadeiro (True Love) RCA -
5/57
Enrolando o rock/Linda - Columbia - 12/57
Mack the knife/A vila de Santa Bernardete - RCA - 1960

CAÇULA E MARINHEIRO
(dupla Caipira)

CS
Quero que vá tudo prô inferno/Escândalo em família (Shame
and scandal in family) - RGE - 1965

107
CÉLIA VILELA

78rpm
Conversa ao telefone/Trem do amor (One way ticket to The
Blues) - RGE - 3/60
Passo a passo/Sempre houve amor - RGE - 7/60
A fã e o namorado/Se tu me telefonas - RCA - 4/62
CS-45
Valentino Valentino/Strip tease rock - RGE - 1960
CS
A fã e o namorado/Se tu me telefonas - RCA - 1962
CD-45
Rock Célia - RGE - 1960
CD
A Rainha da TV - Musidisc - 1964
LP
E Viva a Juventude... - RGE - 1961
F-15 Espacial - Musidisc - 1964

CÉLIO ROBERTO

CS
Non ti credo/Primo da América - Mocambo - 1964

CELLY CAMPELLO

78rpm
Handsome boy - Odeon - 4/58
obs: o outro lado desse disco é “Forgive Me” c/ Tony Campello.
Devotion/O Céu mudou de cor - Odeon - 10/58
The Secret/Estúpido Cupido (Stupid Cupid) - Odeon - 3/59
Túnel do amor (Tunnel of love)/Muito jovem - Odeon - 7/59
Tammy/Lacinhos cor de rosa (Pink Shoelaces) - Odeon - 8/59
Billy/Banho de Lua (Tintarel!a di luna) - Odeon - 3/60
Frankie/Eu não tenho namorado - Odeon - 6/60
Mal me quer/Broto Legal (I’m in love) - Odeon - 9/60
Vi mamãe beijar Papai Noel/Jingle bells rock - Odeon - 11/60
Hey Mama/Gosto de você meu bem - Odeon - 4/61
Canário (c/Tony Campello)/A lenda da conchinha - Odeon -
5/62

108
CS-45
Handsome boy - Odeon - 1958
The Secret/Estúpido Cupido - Odeon - 1959
Túnel do Amor/Muito jovem - Odeon - 1959
Tammy/Lacinhos cor de rosa - Odeon - 1959
Billy/Banho de Lua - Odeon - 1960
Frankie/Eu não tenho namorado - Odeon - 1960
Mal me quer/Broto legal - Odeon - 1960
Vi mamãe beijar Papai Noel/Jingle bells rock - Odeon - 1960
CS
Trem do amor (Train of love)/Flamengo rock - Odeon - 1961
CD-45
Estúpido Cupido - Odeon - 1959
Banho de Lua - Odeon - 1960
Celly Campello (Broto Legal) - Odeon - 1960
CD
Celly Campello (Hey Mamma) - Odeon - 1961
LP
Estúpido Cupido - Odeon - 1959
Broto Certinho - Odeon - 1960
A bonequinha que canta - Odeon - 1960
A graça de Celly e as músicas de Paul Anka - Odeon - 1961
Brotinho Encantador - Odeon - 1961
Os Grandes Sucessos de Celly Campello - Odeon - 1962
LP-Coletânea
Os Campeões do Sucesso (Estúpido Cupido/Banho de Lua) -
Odeon -1960
Em dia com o sucesso (Hey Mama) - Odeon -1961
Juventude Espetacular (Hey Mama/Gosto de você meu bem) -
Odeon - 61
Avant-Premiére vol. 4 (Broto Legal) - Odeon - 1961
Noite de Natal cheia de estrelas (Jingle bells rock) - Odeon - 61
Hebe comanda o espetáculo (Canário) - Odeon -1962
Em dia com o sucesso vol. 2 (Runaway) - Odeon -1962

CHEYENNES, THE

CS
Amor legal - Astor - 1964

109
CD
A Juventude é que manda - Astor - 1964

CHIQUINHO E S/ ORQUESTRA

78rpm
Why wait?/Trágica mentira - Polydor - 4/59

CHIQUITA

78rpm
Rock das vogais/Calypso dos verbos - Odeon - 8/60
Psiu/Bobby Bobby - Odeon - 3/61
Twist outra vez (Let’s twist again)/Twist big bom - Odeon - 3/62

CIDINHA

78rpm
24 mil beijos (24.000 bacio)/Batatinha Mocambo - 7/62
Beijo louco/Vamos menear - Mocambo - 7/62
Náo Senhor/Gosto de alguém - Copacabana - 1963
CD-Coletânea(com a cantora Maria Inês)
Gosto de alguem/Não Senhor - Copacabana - 1963

CIDINHA SANTOS
(antes llze Aparecida)

78rpm
9 lágrimas - Continental - 7/62
CS
É tão fácil dizer não fique triste/Os rapazes gostam de saber -
RCA - 1965
Escreve-me/Cai a tarde (Cuando e sera) - RCA -1965
LP-Coletànea
Nova Geração (Escreve-me/Cai a tarde) - RCA - 1965

CINDERELA

78rpm
You are my destiny/Vamos dançar a polka - RGE - 7/58
Sereia de Biquini/Corre,Sansão (Run,Samson,Run) - RCA - 3/61

110
Amor de Mamadeira (Baby Sittin Boogie)/Vamos dar uma volti-
nha - RCA - 7/61
Agradeço a você/O vendedor de felicidade - RCA - 7/62

CIZINHA MOURA

78rpm
Viver e sonhar/Brotinho Lili - Chantecler - 6/59

CLÁUDIO GUIMARÃES

78rpm
Aula de beijo (Kissin’ time)/Fico louco(I go ape) - Philips - 1961

CLÁUDIO JOSÉ

CS
Tristeza de broto/Sem razão - Continental - S/D

CLEIDE ALVES

78rpm
Help, help Mammy/Seguindo e Cantando - Copacabana - 1960
Habib Twist/Procurando um broto - Copacabana - 1962
Chega (Makin’ love)/Meu anjo da guarda - Copacabana - 1962
CD-45
Cleide Alves (Vamos prá escola) - Copacabana - 1961
LP
Cleide Alves - Twist e Hully Gully - RGE - 1963
LP-Coletânea
Tvvist com Renato e seus Blue Caps (Chega/Meu anjo da guarda/
Namorado/Hey Brotinho) - Copacabana - 1962

CLÉLIA SIMONE

78rpm
Bongô Calipso - RGE - 9/59

111
CLÉRIO MORAIS

78rpm
Dinah/Canção do Esquecimento - Tiger - 1961
Eliana/Rosalina - Tiger - 1961
O Exilado/O Remédio é Cha-cha-cha - Continental - 5/62
Catarina/Meu coração está mudo - Continental - 1/63
CS
Elza/Faça um vestido bem simples - Copacabana - 1963

CLEVERS, THE
(depois Os Incríveis)

78rpm
Africa/El Relicário - Continental - 8/63
El Novillero/Maria Cristina - Continental - 9/63
Veneno/Jealousie - Copacabana - 11/63
Il Tangaccio/Clever’s Surf - Continental - 12/63
Menina dos Sonhos Meus/Se mi vuoi lasciare - Continental -
10/63 (vocal: Mingo)
I want you baby/Look at my eyes - Continental - 2/64 (vocal
Mingo)
CD
Encontro com The Clevers (El Relicário) - Continental - 1963
Veneno - Continental - 1963
Hully Gully - Continental - 1963
Unchained Melody - Continental - 1964
Clevers Internacional - Continental - 1964
LP
Encontro com The Clevers - Twist - Continental - 1963
Os Incríveis The Clevers - Continental - 1964
Os Incríveis The Clevers vol. 2 - Continental - 1964
Dançando com The Clevers vol. 3 - Continental - 1964

CLÓVIS CANDAL

78rpm
Coração Biruta/Palhaço - Copacabana - 7/62

112
COMETAS, OS
(ver Adilson Ramos)

78rpm
Não pise no sapato/Skirock, Skirock - Odeon - 4/57
Olga/Se eu pudesse viver - Sideral - S/D
Betty/Garota Sensação - Continental - 6/62
LP
Os Cometas - Sideral - S/D

CONJUNTO ALVORADA
(ver Meire Pavão. Sidnéia e Marly)

78rpm
Lição de Twist (Lesson de Twist)/Machachá - Mocambo - 11/62
c/ acomp. The Hits
CD
Conjunto Alvorada (Dois Italianinhos/Cavalheiro) - Odeon - 1963

CONJUNTO BEVERLY

LP
Especial para Dançar (My prayer/Escola do Rock) - Beverly - S/D

CONJUNTO FARROUPILHA

78rpm
Mr. Lee/Classes de Cha-cha-cha - Columbia - 11/57
Papai Walt Disney/Zé Feliz (Happy José) - Farroupilha - 1963
LP
Gaúchos na Cidade (Mr. Lee/Chanson Dámour) - Columbia - 1958
O que cantamos na TV (Papai Walt Disney/500 Miles/Zé Feliz) -
Farroupilha - 1963
LP-Coletânea
As 12 Mais Vol. 1 (Mr. Lee) - Columbia - 1958

CONTINENTAL’S, THE

CD-45
Rock Sedução - Continental - S/D

113
LP
Rock Sedução - Continental - S/D

CORDS, OS
(ver também Ronnie Cord e Norman)

CS
Todo o meu amor (All my loving)/Escândalo em família (Shame
and scandal...) - RCA - 1965
LP-Coletânea
14 Sucessos(Escândalo em familia) - RCA -1965

CRAZY CATS, THE

CS
Wadiya/Swingin’ Safari - RCA - S/D
CD
Crazy Cats (Twist, Twist, Twist) - RCA Camden - 1962

CUPIDS, THE

78rpm
I can’t live/Kiss me honey, honey kiss me - Young - 1960
(participação da cantora Lucy Perrier)
CS-45
mesmas músicas

CY MANIFOLD

78rpm
Speedy Gonzales/Tender is the night - RCA - 8/62
The Locomotion/Dang Dang - RCA - 10/62
CD-45
Cy Manifold em compacto (Trouble) - RCA - 1961
CD
Cy Manifold (Blue on blue/Surfin’) - RCA - S/D
LP
Twist in Color - RCA - 1962

114
CYRO AGUIAR

CS
Mona Lisa/ltaparica - RCA - 1963
Maria Bonita/Al telefono con te - RCA - 1964
Dora Viu/Crepúsculo - RCA - 1964
A loucura das garotas/Capoeira e berimbau - Continental - 1965
LP
Inspiração - Continental -1965
LP-Coletânea
Juventude Esquema 64 (Mona Lisa)- RCA - 1964
Nova Geração (Maria Bonita/Al telefono con te) - RCA - 1965

DANIEL FILHO

CS
Twist no Samba de Branco - RCA - 1964
obs: com Dorinha Duval
LP-Colelânea
Times Square Show (Twist no Samba de Branco) - RCA - 1964

DANNY DALLAS
(ex-Antonio Cláudio e ex-”Cantor Incógnito”)

78rpm
No Mundo da Lua/Mary Lou - RGE - 5/61
Noite para amar (Tonight, my love tonight)/Just walking in the
sand - RGE - 7/61
Minhas 3 Mágoas (Heartaches by the number)/Vale do Rio Ver-
melho (Red river valley) - RGE - 4/62
LP-Coletânea
Da Juventude para a Juventude (Minhas 3 Mágoas/Vale do Rio
Vermelho) - RGE - 1962

DAVE GORDON

CS
Crazy Hully Gully/Go, Mr. Hully Gully - VS - 1963
Escândalo em Família (Shame and Scandal)/Mamma, look at
boo-boo - Continental - 1965

115
LP-Coletânea
Distração - Orq. Fantasia (Crazy Hully Gully/Go, Mr. Hully Gully)
- Penthon - 1963
Hully Gully (mesmas músicas do anterior) - Beverly - S/D
The Rebels and King Dave (idem, idem) - Cartaz - S/D

DEMÉTRIUS

78rpm
Young and in love/Hold me so tight - Young - 1960 com acomp.
The Devils
Lefs think about living/Corina, Corina - Continental - 6/61
Rock do Sací/Broto Levado - Continental - 10/61
Cuide certinho do meu bem (Take good care of my baby)/Alfabeto
de Natal (Christmas Alphabet) - Continental - 11/61
Amor que eu perdi (Runaway)/Chega (Makin’ love) - Continental
- 2/62
Cinderella/The fool’s hall of fame - Continental - 3/62
Namoradeira (Runaround Sue)/15 anos tem meu amor - Conti-
nental - 5/62
Adeus Marlene/De tanto lhe amar - Continental - 9/62
Oh...Norminha/Hey baby - Continental - 2/63
Filme Triste (Sad Movies)/Rosas são grenás (Roses are red) - Con-
tinental - 4/63
Voltou a carta (Return to Sender)/Baby - Continental - 7/63
Jessica/Marly - Continental - 10/63
Ritmo da Chuva (Rhythm of the rain)/Despenteada (Despeinada)
- Continental - 1/64
CS-45
Young and in love/Hold me so tight - Young - 1960
CS
Rock do Sací/Broto Levado - Continental - 10/61
Cuide certinho do meu bem (Take good care of my baby)/Alfabeto
de Natal (Christmas Alphabet) - Continental - 11/61
Amor que eu perdi/Chega (Makin’ love) - Continental - 2/62
Cinderela/The foll’s hall of fame - Continental - 3/62
Namoradeira (Runaround Sue)/15 anos tem meu amor - Conti-
nental - 5/62
Adeus Marlene/De tanto lhe amar - Continental - 9/62
Oh...Norminha/Hey baby - Continental - 2/63

116
Filme Triste (Sad Movies)/Rosas são grenás (Roses are red) - Con-
tinental - 4/63
Voltou a carta (Return to Sender)/Baby - Continental - 7/63
Jessica/Marly - Continental - 10/63
Ritmo da Chuva (Rhythm of the rain)/Despenteada (Despeinada)
- Continental - 1/64
Esta tarde vi chover/Muito nova prá mim - Continental - 1/64
Ternura/Levante Little Susie (Wake up little Susie) - RCA - 1965
CD-45
Demétrius canta para a mocidade (Corina, Corina) - Continental -
1961
CD-45 - Coletânea
The Sensational New Stars (Hold me so tight) - Young - 1960
CD
Demétrius canta com amor e mocidade - Continental - 1961
Demétrius (Corina, Corina) - Continental - 1962
Demétrius (Namoradeira) - 1962
Demétrius (Ritmo da Chuva - Continental - 1962
LP
Canta com amor e mocidade - Continental - 1961
Ídolo da Juventude - Continental - 1962
Demétrius - Continental - 1963
Ritmo da Chuva - Continental - 1964

DENISE BARRETO

CS
Supercalifragilistic/Brotinho Travesso - RCA - 1964
O seu nome/Na minha idade - RCA - 1965

DICK DANELLO

LP-Coletânea
Antônio Aguilar apresenta o Reino da Juventude (Solo Due Righe)
- Continental - 1965

DIFERENTES, OS

CS
Sou feliz/Não diga adeus (Don’t say goodbye) Copacabana - 1965

117
LP - Coletânea
Exaltação à Juventude (Não diga adeus) - Copacabana - 1965

DIRCINHA COSTA

78rpm
Bandoleiro de nada/Ama-me sempre (Love me forever) - Columbia
- 1958

DIRCEU GRAESER
(depois Dirceu)

CS
S/M - Astor - 1964

DIXON SAVANNAH
(mais tarde Paulo Silvino)

78rpm
Let’s rock together/I hope - Chantecler - 5/60

DITER

78rpm
Rock Saltitante/Eu e Tu - Odeon - 2/61

DOIS TONS, OS

CD
Os Dois Tons(Johnny Angel) - Fermata - S/D

DOLENTES, OS

78rpm
Sra. Madalena/Meu coração chora - Columbia - 8/62
Bye bye Lola\Vi meu bem com outro rapaz - CBS - 12/63
LP - Coletânea
Alegria, Música e Ritmo (Bye bye Lola) - CBS - 1963

118
DOLORES DURAN

78rpm
Love me forever - Copacabana - 1958
LP
Dolores Duran canta para você dançar - Vol I - (Only you) - Copa-
cabana - 1957
Dolores Duran canta para você dançar - Vol II - (Love me forever) -
Copacabana - 1958

DORI ANGIOLELLA
(mais tarde Dori Edson)

78rpm
Danny boy/o lado B ver cantor Marcos Roberto - Young - 1960
CS-45
igual ao 78rpm
CD-45- Coletânea
The Young Voices (Danny boy) - Young - 1960

DOROTHY

78rpm
Telstar/Um pouco de amor - Continental - 1963

DUDA E SEU RITMO

78rpm
It’s not for me to say/The Tennessee Rock’n roll - Continental
- 2/58
LP
Hoje tem baile (Only you/RazzIe Dazzle) - Continental - 1958

D’ÂNGELO E SEUS HULLY GULLY BOYS

LP
The best of Hully Gully - Caravelle - 1962

119
DUDU GRAY E CONJUNTO

LP
Soirée Dançante n0 2 (The Diary/Stupid Cupid) - S/G - 1959

DURVAL (pianista)

78rpm
Alone - Continental - 8/58

ED WILSON

78rpm
Nunca mais/Juro meu amor - Odeon - 7/62
CS
Doidinha por mim/Telefonema - Odeon - 1963
O Carro do Papai/Patrulha na cidade - RCA - 1964
Bronzeadíssima/Sabor de Sal (Sapori di Sale) - RCA - 1964
Doce esperança/Como te adoro menina - RCA - 1965
CD
Ed Wilson - Odeon - 1963
LP-Coletânea
14 Sucessos Odeon (Quando) - Odeon - 1963
Juventude Esquema 64 (Sabor de Sal) - RCA - 1964
14 Sucessos RCA (Como te adoro menina) - RCA - 1965

EDSON LOPES

78rpm
No Princípio - Chantecler - 3/60

EDUARDO ARAÚJO

78rpm
Deixa o Rock/Diana me deixou - Philips - 3/61
Twist do Brotinho/Rock cha cha cha - Philips - 3/62
CS-45
Maringá/Prima Daisy - Philips - 1961
CD-45
O Garoto do Rock - Philips - 1961

120
ELCIO ALVARES E ORQ.

78rpm
Banho de Lua - Chantecler - 6/60
I’m sorry/Não sabemos - Chantecler - S/D
Oh Carol/Santa Branquense - Chantecler - 1960
CD
Twist - Chantecler - 1962
LP
Favorile Hits (Oh Carol/Long tall Sally/Banho de Lua) Chantecler
- 1960
O Máximo para seu baile (Let’s twist again/Kissin time) Chantecler
- 1962
LP-Coletânea
Seleção de Sucessos n0 2 (Banho de Lua) - Chantecler -1960

ELLEN DE LIMA

LP-Coletânea
Seleção de Sucessos (Lacinhos cor de rosa/Honey honey) - Colum-
bia - 1960

ELIANA PITMAN

LP
Eliana e Booker Pitman (Look for a star) - Mocambo - S/D

ELIETE VELOSO

LP-Coletânea
As 14 Mais Vol. 14 (É porisso te amo, vers. de Sei un bravo ragazzo)
- CBS - 1964
As 14 Mais Vol. 16 (Se tu não me amas, vers. de You know you
don’t want me) - CBS - 1965
ambas c/ Alexandre Gnatalli e orq.

EL1S REGINA

78rpm
Sonhando (Dreamin)/Dá sorte - Continental - 1961

121
LP
Viva a Brotolândia (Sonhando/Baby Face/Garoto Último Tipo vers.
Puppy love/Amor, amor/Fala-me de amor) - Continental - 1961
Poema de Amor (Dá-me um beijo/Pequeno mundo de ilusão) Con-
tinental - 1962

ELIZABETH

78rpm
Gato Chinês - Califórnia - 10/59

ELZA RIBEIRO

78rpm
Banho de Lua/Conversa ao telefone - RCA - 5/60
Sonhando (Dreamin)/Sem querer - RCA - 1/61
O amor que perdi (Runaway)/Tema para jovens enamorados
(Theme for young lovers) - RCA - 7/61
Biologia (Biology)/Johnny Kiss - RCA - 8/60
CD
Elza Ribeiro (O amor que perdi/Tema para jovens...) RCA - 1961
LP-Coletânea
Garotas e Rock (Johnny Kiss/Conversa ao telefone/Biologia/ Ba-
nho de Lua) - RCA - 1960

EMÍLIO IMPERADOR

LP-Coletânea
Exaltação à Juventude (Chega) - Copacabana - 1965

ENY MARA

CS
A idade do amor/Só namoro no avião - Mocambo - 1964

ENZA FLORI

CS
Ochi Miei/Vola Vola da Me - Chantecler - 1965

122
ERASMO CARLOS
(ver The Snakes e Renato & seus Blue Caps)

CS
Jacaré/Terror dos Namorados - RGE - 1964
Minha fama de mau/Amor doente (Lovesick) - RGE - 1964
Festa de Arromba/Sem teu carinho - RGE - 1964
A Pescaria/No tempo da vovó - RGE - 1965
A Carta/Gatinha Manhosa - RGE - 1965
LP
A Pescaria - RGE - 1965

ERLON CHAVES E ORQ.

78rpm
Enrolando o rock/Jura - Mocambo - 1958

FATS AND HIS CHESSMAN

LP
Let’s Twist vol. 1 - Imperial - S/D
Let’s Twist vol. 2 (n0 30042) - Imperial - S/D
obs: trata-se de “cover”. No tocante ao vol. 2, sabe-se que quem
gravou, foi o grupo paulista The Fenders.

FELLOWS, THE

78rpm
I’m gonna get married/Since you’ve been gone - Continental -
8/60
I’m in love/Stairway to heaven - Continental - 10/60
CD-45
The Fellows - Continental - 1960
LP
Love Affair - Continental - 1961

FERNANDO COSTA

78rpm
Rock do Beliscão/Estudante Rock - Continental - 8/60
Matusquela/Balada da Solidão - Continental - 10/60

123
É xique xique no Pixoxó/Não sou de nada - Continental - 12/60
Rock do Soluço/Francamente - Tiger - 1961

FERNANDO JOSÉ

78rpm
Dinah/Primeiro teste de amor - RGE - 9/61
Marinheiro/Meu novo amor - RGE - 12/61
CD
Roy Rogers - RGE - 1962

FEVERS, THE

CS
Vamos dançar o let-kiss/Quando o sol despertar - Philips -
1965

FIVE KINGS, THE

CS
Não consigo acreditar/Nunca mais vou sofrer - Seresta - 1965

FLYERS, THE

LP
The Flyers - RCA - 1965
LP-Coletânea
Antônio Aguilar apresenta o Reino da Juventude (Reino da Juven-
tude) Continental - 1965

FRANCISCO ÂNGELO

78rpm
Sonho de Amor - Orion - 1962

FRANCISCO CARLOS

78rpm
Alo Marilú (Hello Mary Lou)/Ba Ba La Ô - RCA - 10/61

124
CD
Não quero mais amar (Não quero mais amar vrs. de I’ll never fall in
love again”) - RCA - S/D
Alô Marilú (Alô Marilú/15 anos tem meu amor) - RCA - 1961
LP-Coletànea
Explosivo (Alô Marilú) - RCA - 1962

FRANCISCO EGÍDIO

78rpm
Minha Oração (It’s only to make believe) - Odeon - 6/59

FRANCISCO MORAES E ORQ.

78rpm
Banho de Lua - Odeon - 4/60
LP
Quando os brotos se encontram - Odeon - 1960

FRANKITO

LP-Coletânea
Cocktail de Rocks (O Jornaleiro) - Copacabana - 1960

FRONTERA (solista de acordeom)

78rpm
Rock around the clock - Columbia - 11/55

GALLI JÚNIOR
(depois Prini Lores e depois Prini)
(ver The Rebels e The Avalons)

78rpm
What I’d say/I just wanna make love - Chantecler - 7/62
Menina dos sonhos meus/Último amor - Chantecler - 1/63

125
GALLO E SEU CONJUNTO

78rpm
Amen Twist/I could have danced all night - Philips - 10/62

GAROTOS DO SOL, OS

78rpm
Real Melodia/Dancemos o rock - Discobrás - S/D

GASOLINA

78rpm
Elvis Presley Brasileiro/Seu Libório - Odeon - 1957

GATO
ver The Jet Blacks

78rpm
Paris Belfort - Young - 1959
What I’d say/Kissin’ time - Young - 1960
CS-45
idem anterior
CD-45-Coletânea
The Sensational New Stars (What I’d say) - Young - 1960

GEORGE FREEDMAN

78rpm
Hey little Baby/Leninha - Califórnia - 10/59
O tempo e o mar/Pretty blue eyes - Polydor - 5/60
Volta/Só nós dois - Polydor - 7/60
Tinha que ser/O céu do teu olhar - Polydor - 9/60
Alguém igual a você/Inspiração - Continental - 4/61
Adivinhão/Inveja - Continental - 10/61
Um beijinho só/Canção do Casamento (Hawayan Wedding Song)
RGE - 8/62
O Madison/O Jato (The Jet) - RGE - 11/62
Eu te seguirei (I’ll follow him)/Não brinque Sally - RGE - 8/63
CS
Adivinhão/Inveja - Continental - 1961

126
CD
George Freedman em Compacto - RGE - 1962
LP
Multiplication - RGE - 1963
LP-Coletânea
Da Juventude para a Juventude (O Jato/Canção do Casamento/
Good Luck Charm/Um beijinho só) - RGE - 1962
14 Sucessos de Ouro vol. 4 (Eu te seguirei) - RGE - 1963

GEORGE GREEN

78rpm
Little George/Dance with the devil - Sinter - 11/57
Hot Dog/Alô Brasil, Feijoada Completa - Sinter - 3/58
Ola Ola Bambolê/Hula Hoop - Sinter - 11/58
CD-45
Sacoleja Morena (When/Hula Hoop) - Sinter - 1958
CD
Twist com George - Audio Fidelity - 1961
LP
George Green (Rag Mop/Little George/Don’t mean a thing/Mad
Rock/That Man) - Sinter - 1957
Este é George Green (When/Alone/My special angel/Hot dog/Love
me forever) - Sinter - 1958

GESSY SOARES DE LIMA

78rpm
Encontrei o amor (I believe love)/Ma!uca por soldado - Copacaba-
na - 1960
LP-Coletânea
Cocktail de Rocks (Piuf/Encontrei o amor) - Copacabana - 1960

GIANE

78rpm
Quem me dera (Lonesome heart)/Mente-me” - Chantecler - 1963
CS
Desejo de amor/Quando o amor acontece - Chantecler - 1965
CD
Giane (Não sou ninguém) - Chantecler - 1964

127
LP
Esta é Giane (Recorda/Não sou ninguém/Quem me dera) - Chan-
tecler - 1963
Giane (Preste Atenção/Lembra-se de mim/Cin Cin) - Chantecler -
1964
Giane (Um sonho de Hully-gully) - Chantecler - 1965

GILBERTO WANDERLEY

CS
Trago lango lô/Twist do terror - Califórnia - 1962

GOLDEN BOYS, THE

78rpm
Wake up little Susie/Meu romance com Laura - Copacabana -
1958
Estúpido Cupido (Stupid Cupid)/Ela não gosta de mim - Copaca-
bana - 1959
Personality/Nanã - Copacabana - 1959
Tristonho/Meus encontros - Copacabana - 1961
Lana/Terna paixão - Copacabana - 1962
Twist do Amor/Dança legal - Polydor - 1962
Sukiyaky/Renata - Polydor - S/D
CS
Quero afagar suas mãos (I want to hold your hand)/Não quero que
chores - Odeon - 1964
Michael/Erva Venenosa (Poison Ivy) - Odeon - 1964
Prá sempre te adorar/Se eu tivesse alguém - Odeon - 1964
Ai de mim (All of me)/João Ninguém - Odeon - 1965
Alguém na multidão/Valentina, my Valentina - Odeon - 1965
CD-45
Golden Boys N0 1 (Estúpido Cupido/Meu romance com Laura) -
Copacabana - 1959
Golden Boys com Betinho e seu conjunto (Sereia da Praia/Oh love)
- Copacabana - 1960
CD
Golden Boys (Renata) - Polydor - 1963
Golden Boys (Prá longe de mim) - Polydor - S/D

128
LP
Golden Boys (Meu romance com Laura/26 Milhas/Outro roman-
ce/Mr. Lee/Dia de Sol) - Copacabana - 1959
Golden Boys (Michael/Dançando o Surf/Erva Venenosa/Ai de
mim) - Odeon - 1965
LP-Coletânea
Cocktail de Rocks (Gilda/Sereia da Praia) - Copacabana -1960
16 Seleções de Música Internacional (Estúpido Cupido/Personali-
ty) - Som - 1961
Sucessos Odeon 1964 (Se eu tivesse alguém) - Odeon - 1965

GUIDO MIYOSHI

78rpm
Oh Carol/Noite azul - Califórnia - 12/59
Quero amar (I like girls) - Califórnia - 6/60

HAMILTON

CS
Agora sou feliz (Twistin’ the bones)/Eu vou falar com seu pai -
RCA - S/D

HAMILTON Dl GIÓRGIO

78rpm
Teenage Sonata/We got love - Young - 1959 c/ The Devils
I’m gonna get married/My heart is an open book - Young - 1959
c/The Devils
Anjo Triste (Blue angel)/Vão Bidu que vão - Chantecler - 2/62
CS-45
Teenage Sonata/We got love - Young - 1959
I’m gonna get married/My heart is an open book - Young -
1959
CD-45-Coletânea
The Sensational New stars (We got love) - Young - 1960

HAROLDO ALMEIDA

78rpm
Copacabana Zero Hora - Mocambo - S/D

129
HEBE CAMARGO

78rpm
Serafim - RGE - 11/58
Lua Escura (Dark moon) - Odeon - 3/60
CD-45
Hebe Camargo (Lua Escura) - Odeon - 1960
LP
Hebe canta e encanta (Serafim) - RGE - 1958
Sou eu (Lua Escura/Creia) - Odeon - 1960

HECTOR LAGNA FIETTA E ORQ.

78rpm
Apache/Torero - Odeon - 8/58

HELENINHA SILVEIRA

78rpm
Ronda das Horas (Rock around the clock) - Odeon - 12/55

HÉLIO JUSTO

CS
Triste solidão/Não devo te amar - RCA - 1964

HÉLIO PAIVA

78rpm
Como antes (Come prima)/Minha prece - Sínter - S/D

HÉLIO RAMOS

78rpm
Rock do Lobisomem/O melhor dia de minha vida - Chantecler -
3/61

HENRIQUE BENNY

LP-Coletânea
Juventude Esquema 64 (Joaninha) - RCA - 1964

130
HERALDO E SEU CONJUNTO

LP
Dançando com o sucesso N0 1 (Loveme forever) - RCA Camden -
1959
Dançando com o sucesso N0 2 (Cinderela/Cavaleiros do Céu) - RCA
Camden - 1961

HILDA CHRISTINE

CS
Ainda é cedo prá casar - Astor - 1964

HILTON PRADO

78rpm
Meu Espelho/Desejo - Continental - 5/59

HITS, THE
(ver Albert e Conjunto Alvorada)

CD
The Hits - VS - 1963
LP-Coletânea
Hully Gully (Baby hully gully/Private eye) - Beverly - S/D

ILZE APARECIDA
(mais tarde Cidinha Santos)

78rpm
Meu brotinho - Califórnia - 10/61

INCRÍVEIS, OS
(ex-The Clevers)

LP
Os Incrfveis - Continental - 1965

131
ÍTALO NASCIMENTO

78rpm
Paraiso de Amor/Tango da Agonia - Chantecler - 8/62

IVAN PRADO

78rpm
Saudade coisa gostosa/Feliz estou - S/G - S/D

IVON CURI

LP
O ator da canção (Telefone ocupado) - RCA - S/D

JACINTO E SEUS RAPAZES

LP
Brasa, bronca e lenha - Califórnia - 1964

JAIR ALVES

78rpm
Baião Rock - S/G - 1957

JAIRO AGUIAR

78rpm
Caprichos de amor/Chacamba-me - Copacabana - 1957
O herói da lambreta - Copacabana - 1959
Serenata - Copacabana - 1960
Sonho de amor/Amor com amor se paga - Copacabana - 7/62
Estou voltando - Copacabana -1962
CD-45
Jairo Aguiar e Orq. (Caprichos de amor) - Som - 1957
LP
Caprichos de amor (Caprichos de amor) - Copacabana - 1958
Baladas e Boleros (lado A, com rock-baladas) - Copacabana -
1960
Canta para os Namorados (Twist do amor/Eu e você/Eternamente
teu) Copacabana - 1961

132
Até o céu eu te darei (A multidão, vers. de “The crowd”) - Copaca-
bana - 1962

JERRY ADRIANI

CS
O mio Signori/Um baccio piccolíssimo - CBS - 1964
Querida (Don’t let them move)/Ho bisogno di vederti - CBS - 1965
Um grande amor/Só ficou o adeus - CBS - 1965
LP
Italianíssimo - CBS - 1964
Credi a Me - CBS - 1965
Um grande amor - CBS - 1965
LP-Coletânea
As 14 Mais Vol. 14 (Credi a Me/Amore Scusami) - CBS - 1964
As 14 Mais Vol. 16 (Se piangi, se ridi/Querida) - CBS - 1965 com
Alexandre Gnatalli e orquestra

JERRY JEFFERSON e seus Night and Days

CD
Twist - Hully Gully - Audio Fidelity - S/D
LP
Twist e Hully Gully - Continental - S/D
Surf, Twist e Hully Gully - Audio Fidelity - S/D
Dolce amore, Giovani Venture - Continental - S/D (Uma lacrima
sul viso/Se mi vuoi lasciare)

JET BLACKS, THE

78rpm
The Jet/Stick Shift - Chantecler - 10/62
Hava Nagila/Apache - Chantecler - 4/63
Bulldog/Mr. Gun - Chantecler - 9/63
Let’s go/The Phantomas - Chantecler - 11/63
Caravan/Kon Tiki - Chantecler - 4/64
CS
WonderfuI Land/Os Cavaleiros do Fogo - Chantecler - 1964
Escândalo em Família (Shame...)/Zorba, o Grego - Chantecler -
1965

133
CD
Jet Backs Again - Chantecler - S/D
Twist - Chantecler - 1962
Other famous twists - Chantecler - 1963
LP
WonderfuI Land - Chantecler - 1964
Zorba o Grego - Chantecler - 1965
Twist vol. 4 - Chantecler - 1963
Twist - Chantecler - 1962
Jet Blacks Again - Chantecler - S/D
Other Famous Twists - Chantecler - 1963
Hully Gully - Chantecler - 1963
The Best Sellers - Chantecler - 1964
Top, Top, Top - Chantecler - 1965

JET ROCKERS, THE

LP
Rock Espetacular - Imperial - S/D

JETS, THE

CS
Winds of Barcelona/Vivo só - Copacabana - S/D

JIMMY CRUZ

78rpm
Aulas de Twist/Twist for you - Paneg - 1962

JÔ SOARES

CS
Vampiro/Volks do Ronaldo - Farroupilha - 1963

JOE PRIMO
(ver Os Megatons)

78rpm
Água de Cheiro/Ela me fez de limão - Todamérica - 12/60
Água de Cheiro/EIa me fez de limão - Continental - 7/61

134
JORDANS, THE

78rpm
Boudha/Change your mind (vocal: Mingo) - Espacial - 1961
Blue Star/Charanga - Som - 1963
Come on train/Shane - Som - 1964
CD
The Jordans - Som - 1962
Blue Star - Som - 1962
Os Jovens - Som - 1963
The Jordans e os Grandes Temas de TV - Som - 1964
The Jordans Hits - Som - 1964
The Jordans Gang of - Som - 1965
LP
Suspense - Som - 1962
A vida sorrí assim - Som - 1963
Surfin’ with The Jordans - Som - 1964
Os Alucinantes The Jordans - Som - 1965
LP-Coletânea
14 Maiorais vol. IV (Blue Star) - Copacabana - 1963
14 Maiorais vol. V (FBI) - Copacabana - 1964
Exaltação à Juventude (T’en va pas) - Copacabana - 1965
14 Maiorais vol. VIII (Let kiss) - Copacabana - 1965

JORGE LOREDO

78rpm
Zé Bonitinho/Nobre colega - Columbia - 1960

JORGE SILVA

CS
Solidão (Mr. Lonely)/Canção do homem só - CBS - 1965
CD-Coletânea
As 4 mais vol. 7 (Bom Miguel/Perfidia) - CBS - 1964
com acomp. The Youngsters
LP-Coletânea
As 14 Mais vol. 14 (Bom Miguel, vers. “Michael”) - CBS - 1964
acomp. The Youngsters
As 14 Mais vol. 16 (Solidão) - CBS - 1965

135
JOSÉ BITENCOURT

78rpm
O amor de meus sonhos/Agonia de artista - Copacabana - 1/61

JOSÉ LEÃO

78rpm
O passo do elefantinho (Baby elephanfs walk) - Continental -
1963

JOSÉ MESSIAS

78rpm
Rock do Cauby - Philips - 4/61
Twist do Pau de Arara/Cha-cha-cha do Carequinha - RGE -
1/63

JOSÉ ORLANDO

78rpm
O Diário (The Diary) - Chantecler - 6/59
LP
Um Disco, 12 Sucessos (O Diário/Sereno) - Chantecler - 1959

JOSÉ RICARDO

CS
Delírio de amor/Porque só penso em ti - RCA - 1964
LP
Eu que amo somente a ti (Choro de amor/Somente uma saudade/
Quando é hora do adeus) - RCA - 1964
LP-Coletânea
Nova Geração (Delfrio de Amor) - RCA - 1964

JOSÉ SAWAYA

78rpm
S/M - Sawaya - 1963

136
JUANITA CAVALCANTI

78rpm
Sh Boom/O Pequeno sapateiro - Continental - 1956

JUMAR OLIVEIRA

CS
Torrão Natal/Só agora - Estúdio 7 - 1964

JUVENÍS, OS

CS
Esta monstruosa guitarra estranha de dois braços/Eu tenho de
achar um alguém - Astor - 1965

KÁTIA CASTELAR

LP - Coletânea
Garotas e Rock (Caravelas Coloridas) - RCA - 1960

LAILA CURI

CD
Laila Curi (Viver para você) - RGE - 1961

LANA BITENCOURT

78rpm
Little Darling/Feliz Natal - Columbia - 10/57
Alone/Se todos fossem iguais a você - Columbia - 1/58
With all my heart/Quero ir à Bahia - Columbia - 5/58
Just Young/Amor sem repetição - Columbia - 1/59
Sonhando (Dreamin)/O Dio Mio - Columbia - 1961
Chariot (I’ll follow him)/Na concha da tua mão - CBS - 1963
CD
O sucesso é Lana (La lesson de Twist) - CBS - 1963
LP
Lana em Musicalscope (With all my heart/Alone/Little Darling) -
Columbia - 1958

137
O Sucesso é Lana Bitencourt (A 100 Pounds of clay/La Lesson de
Twist/Chariot/Waitin forever) - CBS - 1963
LP-Coletânea
Hit Parade (With all my heart) - Columbia - 1958
As 12 Mais Vol. 1 (Little Darling/Alone) - Columbia - 1958
As 14 Mais Vol. 2 (A noite é nossa) - Columbia - S/D
As 14 Mais Vol. 10( Chariot) - CBS - 1963

LAURO PAIVA

LP
Night Club n0 2 (Oh Carol) Continental - S/D
O Ritmo é LP (The Jet/Hava Nagila) - Palladium - 1962

LENY EVERSONG

78rpm
Sereno/Esmagando Rosas - RGE -10/58
Mack the Knife/Marina - RGE - 1959
Nunca aos domingos (Never on sunday)/Olhando estrelas (Look
for star) - RGE - 1961

LÉO ROMANO

78rpm
Boa Sorte/Sarita - Odeon - 4/60
Esta escrito no céu/Escândalo - Odeon - 10/61
Lua Azul/Olha nos meus olhos - Odeon - 1961
LP
Lua Azul (Lua Azul/Calypso Ginga/Remember this Gumbá) - Ode-
on - 1961
LP-Coletânea
Campeões do Sucesso (Lua Azul) - Odeon - 1962

LÉO SANTOS

78rpm
Vem meu brotinho - Musicolor - S/D

138
LÉO VAZ

78rpm
Quero outra noite sonhar - RCA - 1960
LP-Coletânea
Garotas e Rock (Quero outra noite sonhar) - RCA - 1960

LIONS, THE

CS
O Adeus/A mais rápida bala do Oeste - Farroupilha - 1963
CD
The Lions - Farroupilha - 1963
LP
The Lions - Farroupilha - 1963
The Lions vol. 2 - Farroupilha - 1964

LÍVIO ROMANO

78rpm
Lívio Rock/Oh Oh Rose - Columbia - 12/60
CD-45
Lívio Romano (Lívio Rock/Oh Oh Rose) - Columbia - 1961
LP
O Jovem Romano (Il tuo bacio é come un rock) - Columbia - 1962

LOURDINHA PEREIRA

CD
Lourdinha Pereira (Coisinha doce, versão de Sweet Thing)
LP
Papéis Velhos (Coisinha doce) - Chantecler - 1961

LUELY FIGUEIRÓ

78rpm
Melodie d’Amour/Till - Continental - 10/58

139
LUIZ ANTÔNIO
(depois Tony Bizarro)

LP-Coletânea
A. Aguilar apresenta o Reino da Juventude (Primeira Estrela) -
Continental - 1964

LUIZ ARRUDA PAES E ORQ.

78rpm
Lua Azul/Nada além - Odeon - 10/59
LP
Convite ao Baile (Lição de Twist) - Odeon - 1962

LUIZ CLÁUDIO

78rpm
Meu segredo/Este seu olhar - Columbia - 1959
Meu anjo azul - RCA - 3/60
CD
Amor desfeito (Tome conta do meu amor, vers. de Take good care of
my baby) - RCA - 1961
LP
Luiz Claudio (Meu anjo azul/História) - RCA - 1960
LP-Coletânea
As 12 Mais vol. 3 (Meu segredo) - Columbia - 1959

LUIZ WANDERLEY

78rpm
Brotinho sonhador/Touradas em Madri - RCA - 8/61
CS
Carolina - Chantecler - 1963
Sistema Nervoso/Terra dos Marechais - Chantecler - 1964
A lenda do Lobisomen/Mundo louco - Continental - 1965
LP
Sua Excelência Luiz Wanderley (Heloisa/Rock do Sedaka/Brotinho
Sonhador) - RCA - 1961
Luiz Wanderley Espetacular (Mary/Carolina/Brigitte Bardot) -
Chantecler - 1963
Os Grandes Sucessos (Carolina/Brigitte Bardot) - Rosicler - 1965

140
LUIZINHO E SEU CONJUNTO

78rpm
Chu-ua-ua/Conselho - Columbia - 1958

LUIZINHO E SEUS DINAMITES

LP
Choque que queima - RCA - 1963

LUIZITO
(ex-Luizito Peixoto)

CS
Volta prá mim/Tudo que eu tenho é sua vida - Cantagalo - 1965
Não deixe a peteca cair/Vem cá meu bem - Cantagalo - 1965 (esta
com acomp. The Jordans)

LURDINHA FELIX

78rpm
Rock do Rato (lado B) - RGE - 7/59
obs: o lado A deste disco é “O homem e a criança” com o cantor
Roberto Luna.

LYRIO PANICALLI E ORQ.

78rpm
Just Young - Columbia - 1959

MARA SILVA

78rpm
O Rock errou/Sai do meu caminho - Copacabana - 1960

MARCO GIL

78rpm
Balada à lua/Joia - Continental - S/D

141
MARCOS ROBERTO

78rpm
I love you, I do/o outro lado é “Danny boy” com Dori Angiolela -
Young - 1960
CS-45
idem anterior
CS
Fim de Sonho/Encontrei o amor - Continental - 1965
LP-Coletânea
A. Aguilar apresenta o Reino da Juventude (Canção do amor perdi-
do) - Continental - 1964

MARCOS VALENTIM

LP-Coletânea
Juventude Esquema 64 (Levam) - RCA - 1964

MARIA IGNEZ

CS
Vem meu amor - Mocambo - S/D
CD-Coletânea
Maria Ignez e Cidinha (Não esquecerei/Feminilidade) - Copacaba-
na - S/D
LP
O Tema é amor (Vem meu amor) - Mocambo - S/D

MARIA PARÍSIO

78rpm
Look for a star/Valsa da menina moça - Mocambo - 1961

MARIA REGINA

78rpm
A música do papai/Oh Carol - RCA - 7/61
Meu barco (My bonnie)/A música da mamãe - RCA - 3/62
LP
A menor cantora do mundo (Oh Carol) - RCA - 1962 com orq. Fran-
cisco Moraes

142
MARISA

78rpm
Rock around the clock/Unchained Melody - RCA - 1/56
Obs.: Atualmente Marisa Gata Mansa

MARISA NAZARÉ

CS
Não tenho idade (No ho I etá) - Caravelle - 1964
CD
Marisa Nazaré - Caravelie - 1964

MARIO ANTÔNIO

78rpm
Agora ou nunca/Minha História - Carroussel - S/D

MÁRIO AUGUSTO

78rpm
Claudette/Não Sei - Odeon - 9/58
Canção do Hula hula/Grande Amor - Odeon - 2/59
Piove/Io sono, il vento - Odeon - 4/59
Eu sem você/Trem do amor (One way Ticket) - Odeon - 12/59
Adão e Eva (Adam and Eve)/Sou de pouca fala Copacabana -
5/60
Dia Triste/Nana Nenê - Copacabana - 9/60
Porque/Sempre no meu coração - Copacabana - 4/61
O Amor de Terezinha/Viajando - Copacabana - 9/61
O Twist é bom/Tu me desprezas - Copacabana - 3/62
Cidinha/Anseio - Copacabana - 6/62
Caraboo/Vendaval do Amor - Copacabana - 9/62
CS-45
Eu sem você/Trem do Amor - Odeon -1/60
CD-45
Mário Augusto (Claudette/Canção do hula hula) - Odeon - 1959
CD
Mário Augusto - Copacabana - 1962
O Twist é bom (O twist é bom) - Copacabana - 1962

143
LP
Mário Augusto (Porque/Julia/O amor de Terezinha) - Copacabana
- 1961
Twist e Cha-cha-cha (O Twist é bom) - Copacabana - 1962
LP-Coletânea
As 14 Maiorais vol. l (Cidinha) - Som - 1962

MÁRIO CÉSAR

CS
Brincadeira de Esconder/Eu não sei (Yesterday) - Mocambo -
1965

MÁRIO GENNARI FILHO E CONJUNTO

78rpm
Apache - Odeon - 1/62
Telstar - Odeon - 4/63
LP
Eu danço, tu danças, todos dançam (Forgive Me) - Odeon - 1959

MÁRIO MARTINS

78rpm
Meu amigo (My friend)/Encantamento - Copacabana - 1956

MÁRIO MASCARENHAS (acordeonista)

78rpm
Caprichos de amor - RCA - 8/57

MARITA LUIZI

78rpm
Sonho Maluco - Copacabana - 12/59

MARITZA FABIANI

CS
Ola-la/Para Vigo eu vou (Ci Ci) - Continental - 1965

144
MARLENE VILELA

78rpm
Venha cá/Televisão - Columbia - 7/62

MARLY
(ver Conjunto Alvorada)

LP-Coletânea
A. Aguilar apresenta Reino da Juventude (Eu sei) - Continental -
1964

MARTA KELLY

78rpm
Noite de chuva/Primeira estrela que vejo - RCA - 1/61

MEGATONS, OS
(ver Joe Primo)

CS
Ta rzan/Viajando - Odeon - 1965
LP
Os Megatons - Philips - 1964

MEIRE PAVÃO
(ver Conjunto Alvorada)

CS
O que eu faço do Latim? (Che me ne faccio dei latino)/Tão perto,
tão longe (He’s so near yet) - Chantecler - 1964
Areia Quente/Lili (Hi Lili Hi Lo) - Chantecler - 1964
Cansei de lhe pedir/A mesma praia, o mesmo mar (Stessa piag-
gia, stesso mare) - Chantecler - 1964
Bem Bom (Downtown)/Broto Estudioso - Chantecler - 1965
LP
A Rainha da Juventude - Chantecler - 1965

145
MIRANDA (guitarrista)
LP
O Máximo no Gênero (Hava Nagila/Baby Sittin’ Boogie) - Chante-
cler - S/D

MOACYR FRANCO
(ver Billy Fontana)

78rpm
Rock do Mendigo/Tu és meu grande amor - Copacabana - 8/60
Hey, Mr. Cupid/Alegria de Amar - Copacabana - 1961
CD-45
Moacyr Franco com Betinho e seu conjunto (Quero amar vrs. I Like
girls/Rock do Mendigo) - Copacabana - 1960
LP-Coletânea
Cocktail de Rocks (Quero amar/Rock do Mendigo) - Copacabana -
1960
As 14 Maiorais vol. VI (O bom Miguel vrs. “Michael”) - Copacabana
- 1964

MOAC1R SILVA E CONJUNTO

78rpm
Pretty blue eyes - Copacabana - 1960

MODERNISTAS, OS

LP
Baile Moderno (Papa aw maw maw/Telstar) - Chantecler - 1963

MOSCAS, OS

CS
Quero ser feliz/Tic Tac - Copacabana - S/D

NEIDE FRAGA

78rpm
Estúpido Cupido (Stupid Cupid)/Dorme Nenê - Continental -
7/59

146
NEIDE SALGADO

78rpm
Dynamite/Meu sonho é você - Todamérica - 5/59

NELSON NOVAES

78rpm
Um amor igual ao nosso - Todamérica - 12/59

NEUSA MARIA

CS
Gondoleiro/Piccolíssima Serenata - RCA - 1958

NEW CLEVERS

CS
Sem resposta (No Reply)/Texas Patrol - Copacabana - 1965
LP-Coletânea
As 14 Maiorais vol. VIII (Flamengo) - Copacabana - 1965

NICK SAVOIA

78rpm
Bad boy/I go ape - Young - 1959
Hiccups/Since you ve been gone - Young - 1959 com acomp. The
Scarletts
Mack the knife/Cry - Young - 1960
Calcutta(x)/Baby Face - RGE - 1961
(x) obs: com Lawrence Welk e s/ orq.
CS-45
os também lançados em 78rpm pela Young
CD-45
Nick Savoia - Young - 1960
CD
Nick Savoia em Compacto - RGE - 1962
Nick Savoia - Estúdio 7 - 1964
LP-Coletânea
Da Juventude para a Juventude (Old Man River/Amor a dois/The
Wanderer/Pingos dágua vrs.”Raindrops”) - RGE - 1962

147
NILSON TYLON

CS
Garotinha Esperta/ - Astor - 1963 com The Cheyennes
Vampiro à solta/Que murmurem - Astor - 1964 com The Spi-
ders

NILTON CÉSAR

CS
Professor Apaixonado/Lilian - Continental - 1965
Verinha/Canto da sereia - Continental - 1965
LP
Com alma e coração (Professor Apaixonado/Lilian) - Continental -
1965

NILZA MIRANDA

78rpm
Meu anjo especial/Baby’s love - Chantecler - 8/58

NIM AND HIS BOYS

LP
Juventude, O Twist na Astor - Astor - 1963

NOEL VERNON

LP
Cha-cha-cha e Twist no Jirau - Som - 1962

NORA NEY

78rpm
Ronda das Horas/Ciuminho Grande - Continental - 11/55

NORBERTO BALDAUF

LP
Week end no Rio n0 2 (Mamma look a booboo) - SG - S/D

148
NORMAN
(ver The Cords)

78rpm
Eu estou com você/Multiplication - Copacabana - 1962
Se... - Copacabana - 1962
LP-Coletânea
As 14 Maiorais vol. 1 (Multiplication) - Copacabana - 1962

NORMA SUELY

78rpm
O Amor numa Serenata/Meu coração - Polydor - 12/58
CD
Norma Suely (Tigre vrs.”Teach me Tiger”) - Polydor - S/D

ODAIR SILVA

CS
Poema para meu benzinho/Tentando esquecer - Bandeirantes
- S/D

OLIVEIRA E SEUS BLACK BOYS

78rpm
Pedro Twist/Dang Dang - Copacabana - 1962
CD
Novas travessuras musicais (Dang Dang) - Copacabana - 1962
LP-Coletânea
As 14 Maiorais vol. VI (My boy Lollipop) - Copacabana - 1964

ONILDA FIGUEIREDO

78rpm
Mamãe eu quero dançar - Mocambo - 10/57
LP
A voz de Onilda Figueiredo (Mamãe eu quero dançar) - Mocambo -
1957 (obs: 10 pol.)
Você, a Canção e Onilda (Ninguém/Vi/Meiga Lua) - Polydor - S/D
Onilda Figueiredo e vocês (Outono Feliz) - Chantecler - S/D

149
ORLANDO ALVARADO

78rpm
Bienvenido Amor/Camélia - Continental - 1964
CS
Bienvenido Amor/Camélia - Continental - 1964
Amor y Tristeza/Lita - Continental - 1965
LP
Orlando Alvarado c/ The Clevers - Continental - 1964
LP-Coletânea
A. Aguilar apresenta Reino da Juventude (Todo es amor) Continen-
tal - 1965

ORLANDO RIBEIRO

78rpm
Só você (Only you)/Não me deixes - Odeon - 04/57
CD
Orlando Ribeiro (Silhouettes) - Odeon - S/D

OSCAR FERREIRA

78rpm
A história do meu amor - Odeon - 9/59

OSMAR MILANI E ORQ.

78rpm
Tequila - Copacabana - 1958

OSMAR NAVARRO

78rpm
Quem é?/Encontrei-te afinal - Polydor - 6/59
Creia/Drama passional - Polydor - 11/59
CD45
Este é Osmar Navarro (Quem é?) - Polydor - 1959 S/D
LP
Quem é? (Quem é?/Creia) - Polydor - 1959
Osmar Navarro e vocês (Dia e noite) - Chantecler - S/D

150
OSNY SILVA

78rpm
Que brilhe a lua/Aquela melodia - Continental - S/D

OSWALDO NUNES

78rpm
Vem amor/Fim - Mocambo - S/D

OSWALDO RODRIGUES

78rpm
Personality/Amor cubano - Continental - 10/59

PACHEQUINHO E ORQ.

78rpm
When - Polydor - 1/59

PAULO EDUARDO

CS
Nobody loves me like you/Havana love acomp. conj. Luiz Cláu-
dio F. - Carroussel - S/D

PAULO FERNANDES

78rpm
Por seu amor (For your love)/Devaneio - Chantecler - 1959
LP-Coletânea
Seleção de Sucessos Chantecler n0 2 (Por seu amor) - Chantecler
- 1959

PAULO HILÁRIO

CS
Dois brotos - Astor - 1965

151
PAULO MACEDO

78rpm
Sou tão feliz/Hei de vencer - Havana - S/D

PAULO MARQUES

78rpm
Prá sempre te adorar (I can’t stop loving you)/Beleza de cores -
Chantecler - 1962

PAULO MOLIN

78rpm
Sereno/Quem sabe - Mocambo - 1958
Como antes (Come prima)/Sinto que a vida se vai - Mocambo -
1958
Minha janela/Se aquela noite não tivesse fim - Mocambo - 1959
Olhando estrelas (Look for a star)/A deusa da montanha - Copa-
cabana - 1961
LP
Surpresa (Sereno/Balada da saudade/Minha janela/És a luz do
meu olhar) - Mocambo - 1959

PAULO ROBERTO

78rpm
Hava Nagila/Coisas (Things) - Copacabana - 1961
CD
Paulo Roberto - Copacabana - 1961

PEDRO LUIS
(depois Christian)

CS
Você mentiu prá mim/Agora é tarde - Astor - 1964

152
PEDRO WILSON

CS
Rosas vermelhas para uma dama triste (Red roses for a blue lady)/
Só quero você (Kissin time) - Continental - 1963
Hully Gully Internacional - Farroupilha - 1964

PERUZZI E ORQ.

78rpm
Rock sambado - Polydor - S/D

PERY RIBEIRO

78rpm
Noite, longa noite/Até quando? - Odeon - 1960

PIERRE KOLLMAN E CONJ.

LP
Para Dançar (Only you/My prayer) - Musidisc - 1957 Obs.: Prová-
vel “cover”

PIMENTINHA

78rpm
Mr. Peter/Pimenta no rock - Copacabana - 8/60

PLAYINGS, THE

78rpm
Banana Split/Lollipop - RGE - 1957
Love me forever obs: lado B é “Green door” com Jim Lowe - RGE
- 1958
Diana obs: deste lado está “Seventeen” c/Fontaine Sisters - RGE
- 1958
With all my heart/Plaything - RGE - 1958
Just young/Roselle - RGE - 3/59
Joe dance comigo/Calypso italiano - RGE - 1959

153
LP
The Playings - RGE - 1957
The Playings - RGE - 1959
Os Playings voltaram - RGE - 1962
LP-Coletânea
Da Juventude para a Juventude (Twist around the clock/Happy
Jose) - RGE - 1962

POCHO E ORQ.

78rpm
Little Darling/Matilda - RGE - 12/57
Diana/Love me forever - RGE - 4/58
Lets twist again/Beyond the blue horizon- RGE - 1962
CD-45
Quadra de Ases (Witch Doctor/26 Miles) - RGE - 1959
LP
Parada Dançante n0 1 (Enrolando o rock) - RGE - 1957
Parada Dançante n0 4 (When/Mr. Lee/Love me forever/Diana/Alo-
ne) - RGE - 1959
Baile bem bom (Pillow talk/Pretty blue eyes) - RGE - 1960
LP-Coletânea
Sucessos RGE (Enrolando o rock) - RGE - 1957

POLY E CONJUNTO

78rpm
Norman - Continental - 3/62
LP
Moendo Café (Cavaleiros do Céu) - Chantecler - 1961

PORTINHO E ORQ.

LP
Festa de Brotos (Marcianita/Banho de Lua/Pillow talk) - RCA Ca-
mden - 1960

154
PRIMO E SEU CONJUNTO

LP
Rock and roll Rock no Brasil - RGE - 1957
Conjunto Primo (Only you) - Mocambo - 1958

PRINI LORES
(ex-Galli Júnior e posteriormente Prini) ver The Rebels

CS
La Bamba/Walk right in - RGE - 1964
América/If I had a hammer - RGE - 1964
It wouldn’t happen to me/Oh lonesome me - RGE - 1964
Hey baby/Quem me dera - Continental - 1965
Sugar baby/I’m so in lovesick - Continental - 1965
LP
Prini Lores - RGE - 1964

QUENTES, OS
(mais tarde Os Carbonos)

CS
Coisinha/O Encontro - Mocambo - 1965

RAUL MORENO

78rpm
Caprichos de amor - RGE - 12/57

RAULZITO E SEUS PANTERAS


(Raulzito, depois Raul Seixas)

CS
Nemay - Astor - 1964

REBELS, THE

78rpm
Baby (vocal: Zézinho, depois Galli Jr.)/Ding dong daddy - Young
- 59

155
CS-45
Baby/Ding dong Daddy - Young - 1959
CD-45-Coletânea
The Sensational New Stars (Baby) - Young - 1960
LP
Rua Augusta Zero Hora - VS - 1963
The Rebels (mesmas músicas do anterior) - Penthon - 1963
The Rebels and King Dave (com Dave Gordon) - Cartaz - S/D
The Rebels - Caritas - S/D
Twist, Hully Guliy and Surf - Imperial - 1965
LP-Coletânea
Hully Gully (Mamãe eu quero/Frenesi/Dos Almas/Com jeito vai/
Valsa da despedida) - Beverly - S/D

REGIANE

78rpm
Fallin’/To know him is love him - Young - 1959
Frankie/Tumbalov - Young - 1959
I’m yours/Broken hearted melody - Young - 1960
CS-45
Os mesmos lançamentos em 78 rpm
CD-45
The Beautiful Teenager - Young - 1960

REGINA CÉLIA

78rpm
Trem do amor (One way ticket)/Aula de inglês em rock - Polydor
- 1/60
Como queima/Garota bossa nova - Polydor - 1960
Bobby, Bobby, Bobby/Inspiração (Poetry in motion) - RCA - 3/61
Eu quero achar/Lencinho com batom - RCA - 6/61
Romeu/Beijos pelo telefone - RCA - 7/62
Bossa Nova Twist/outro lado é Trio Marayá - Philips - 1963
CS
Se não, eu morro também/Mil razões prá te amar - Farroupilha -
65
CD
Aula de Inglês em rock - Polydor - 1960
Regina Célia - RCA - 1962

156
Regina Célia (Ensinando bossa nova/Chariot) - Philips - 1963
Huily Gully - Magisom -1964
LP
Regina Célia - RCA - 1962

REGINA E AS MENINAS DO IRANÍ

78rpm
Rock da titia - Musicolor - S/D

RENATO E SEUS BLUE CAPS


(ver Cleide Alves e Reynaldo Rayol)

78rpm
Espanta a tristeza/Garota Fenomenal - Ciclone - 1960 vocal: Os
Adolescentes
Limbo do Tra-la-la/Multiplicação (Multiplication) - Som - 1962
esta c. Reynaldo Rayol
Boogie do Bebê/Limbo Rock - Som - 1962
CS
O Escândalo (Shame and scandal)/Preciso ser feliz - CBS - 64
Canto prá fingir/Menina linda (I should have known better) - CBS
- 64
CD
Renato e seus Blue Caps - CBS - 1963
Viva a Juventude - CBS - 1964
LP
Twist com Renato e seus Blue Caps - Som - 1961
(participação de Cleide Alves e Reynaldo Rayol)
Renato e seus Blue Caps - Som - 1962
Viva a Juventude - CBS - 1964
Isto é Renato e seus Blue Caps - CBS - 1965

RENATO DE OLIVEIRA E ORQ.

78rpm
Pink shoe laces/Tunnel of love - Continental - 3/60
LP
Bom mesmo é música (Quem é?/Pink shoe laces/Tunnel of love) -
Continental - 1960

157
RENÊ DANTAS

78rpm
Procurando meu bem (I’m gonna knock on your door)/Casca de
banana - Chantecler - 10/62
LP-Coletânea
A. Aguillar apresenta o Reino da Juventude - (Soninha) - Continen-
tal - 65

REYNALDO RAYOL
(ver Renato e seus Blue Caps)

78rpm
Eu quero twist/Terezinha - Som - 62
Aniversário do meu bem/Nada a nos separar - Som - 62
Multiplicação/Limbo do tra-la-la (ver c. Renato e seus Blue Caps)
- Som - 62
CS
O Caminhão/Olha - Copacabana - 65
CD
Reynaldo Rayol (Vou amarrar você/Norminha/Se eu tivesse al-
guém) - Copacabana - 64
LP-Coletânea
16 Seleções de Música lnternacional (Peppermint Twist) - Copaca-
bana - S/D

RITA CEZIMBRA

CS
Estou gamada*/Eu ontem te esperei - Chantecler - 63
(*) twist de autoria de Waldick Soriano

ROBERTO AMARAL

78rpm
Quem é?/Vida de minha vida - Continental - S/D

ROBERTO BARREIROS

CS
Arquimedes Pitagórico/OCanoeiro - Chantecler - 1965

158
ROBLEDO E SEU CONJUNTO

78rpm
Green door/Sonhando contigo - Mocambo - 1958
Diana/Cabecinha no ombro - Mocambo - 1958

ROBERTO CARLOS

78rpm
Louco por você/Não é por mim - Columbia - 2/61
Fim de amor (Runaround Sue)/Malena - Columbia - 4/62
Susie/Triste e abandonado - CBS - 10/62
Splish Splash/Baby meu bem - CBS - 3/63
Parei na contramão/Na lua não há - CBS 12/63
É proibido fumar/Minha história de amor - CBS - 1964
CS
Quero que vá tudo prô inferno/Escreva uma carta meu amor -
CBS - 64
O Calhambeque obs: disco promocional da caneta Sheaffers - CBS
- 64
História de um homem mau/AqueIe beijo que te dei - CBS - 64
Não quero ver você triste/Parei, olhei.. - CBS - 65
CD
Roberto Carlos (Splish Splash) - CBS - 63
Roberto Car1os (Parei na contramão) - CBS - 64
Roberto Carlos (Quero me casar contigo) - CBS - 64
É proibido fumar vol. 1 - CBS - 64
É proibido fumar vol. 2 (Calhambeque) - CBS - 64
É proibido fumar vol. 3 (Amapola) - CBS - 64
Canta para a Juventude vol. 1 (A História de um homem mau) -
CBS - 65
Canta para a Juventude vol. 2 (Não quero ver você triste) - CBS - 65
Canta para a Juventude vol. 3 (A Garota do baile) - CBS 65
Jovem Guarda vol. 1 (Quero que vá tudo...) - CBS - 65
Jovem Guarda vol. 2 (Pega ladrão) - CBS - 65
obs: as músicas entre parênteses são apenas para identificar os
compactos que tem o mesmo nome. Nesta discografia, estamos dei-
xando de registrar os dois primeiros 78rpm de Roberto Carlos, visto
não serem rocks.
LP
Louco por você - Columbia - 1961

159
Splish, Splash - CBS - 1963
É proibido fumar - CBS - 1964
Jovem Guarda - CBS - 1965
RC Canta para a Juventude - CBS - 1965
LP-Coletânea
As 14 Mais vol. 6 (Louco por você) - Columbia - 1961
Alegria, Música e Ritmo (Splish, Splash) - CBS - 1963
As 14 Mais vol. 14 (História de um homem mau/vr. de Old Man
Mose/Aquele beijo que te dei) - CBS - 1965
As 14 Mais vol. 16 (Parei olhei/A Garota do Baile) - CBS - 1965

ROBERTO CARREIRA

78rpm
Caravana/The only way to love - Continental - 10/62

ROBERTO LIVI

CD
Roberto Livi com The Youngsters (Bienvenido Amor/Camélia) -
CBS - 64

ROBERTO REI

CS
Na onda do Jacaré/Vou deslisar - RCA - 64
Tema de amor/Corre, corre, corre - RCA - 64
O Homem da Caverna/Bil!y Dinamite - Philips 65
LP-Coletânea
Juventude Esquema 64 (Na onda do Jacaré) - RCA - 64

ROBSON GIL

CS
Playboy de bicicleta/Diva - Som - S/D
CD
Robson Gil - Som - S/D

160
ROMEU FERES

78rpm
Sonho de amor - Odeon - 1/62

RONNIE CORD
(ver os Cords)

78rpm
You’re Knocking me out/Pretty blue eyes - Copacabana - 8/60
Itsie bitsie teenie weenie yellow polkadot bikini/Flaming love
- Copacabana - 11/60
Look for a star/Dreamin - Copacabana - 4/61
Bye bye love/Lop sided over loaded - Copacabana - 5/61
Dance on little girl/Bat Masterson - Copacabana - 9/61
Parabéns 15 anos/Banjo Boy - Copacabana - 7/62
Brotinho do pullover/Pera madura - Copacabana -10/62
Rosa meu amor/Sandy - Copacabana - 11/62
CS
Rua Augusta/Brotinho difícil - RCA - 1964
Boliche legal/Hip Hip Shake - RCA - 1964
My bonnie/Eu e o luar - RCA - 1964
Amor perdoa-me (Amore scusami)/Eu vou a praia - RCA - 1964
A força do destino/Giorno Griggio - RCA - 1965
Disco voador/Eu a noite e ninguém - RCA - 1965
Se você gosta/O jogo do Simão (Simon says) - RCA - 1965
Biquíni de bolinha (Itsie bitsie)/Veludo Azul (Blue Velvet) - RCA
- 1965
CD
Ronnie Cord com Betinho e seu conjunto - Copacabana - 1960
Ronnie Cord (ltsie Bitsie.....) - Copacabana - 1961
Ronnie Cord com orquestra e coro - Copacabana - 1961
Ronnie Cord - Copacabana - 1962
Parabéns 15 anos - Copacabana - 1962
Ronnie - RCA - 1965
LP
Ronnie Cord - Copacabana - 1960
Tonight my love tonight - Copacabana - 1961
Remember - Copacabana - 1962
Rua Augusta - RCA - 1964

161
LP-Coletânea
Cocktail de Rocks (Oh Carol/To be loved) - Copacabana - 1960
16 Seleções de Música Internacional (Look for a star) - Som -
1961
14 Maiorais vol. II (Banjo boy) - Copacabana - 1962
14 Maiorais vol. IV (Pêra Madura) - Copacabana - 1963
Juventude Esquema 64 (Rua Augusta) - RCA - 1964
Nova Geração (Amor perdoa-me/Eu vou à praia) - RCA - 1965

ROSEMARY

78rpm
Eu Sei (I know)/Reprovada - Continental - 6/62
CS
Que me importa o mundo?/24.000 beijos - RCA - 63
Meu coração (Cuore)/A dança dos brotos - RCA - 64
Lágrimas e tristeza/Ninguém como você - RCA - 64
Como pode acontecer?/Leva tudo contigo - RCA - 65
Eu não vivo sem ti (Io che non vivo)/Juro por Deus - RCA - 65
CD
Eu te seguirei - RCA - 64
LP
Igual a ti não há ninguém - RCA - 64
LP-Coletânea
Juventude Esquema 64 (A dança dos brotos) - RCA - 64
Nova Geração (Leva tudo contigo/Como pode acontecer) - RCA -
65

ROSSINI PINTO

78rpm
Convite de amor/Luci - Copacabana - 1960
Rock Presidencial/Vamos brincar de amor - Copacabana -
6/61
Maninha, maninha/Dançando o twist - Columbia - 5/62
Voa passarinho/Veja no que foi que deu - CBS - 10/62
Amor e desprezo/Sha la la la lu - CBS - 63
CS
Sozinho na escuridão - CBS - 64
CD-45
Rossini Pinto - Copacabana - 61

162
CD
Quase Chorei - CBS - 1964
LP
Rossini Pinto c/ Renato e seus Blue Caps - CBS - 64
LP-Coletânea
Alegria Música e Ritmo (Sha la la la lu) - CBS - 63
As 14 Mais vol. 11 (Amor e desprezo) - CBS - 63
As 14 Mais vol. 13 (Quase chorei/Quero beijar-te agora) - CBS - 64
As 14 Mais vol. 14 (Carta de amor/Ford de bigode) - CBS - 64
As 14 Mais vol. 16 (Briga de amor/A Cigana, vers. de “Gipsy wo-
man”) - CBS - 65
obs: acomp. nesta última, de Renato e seus Blue Caps

RUBINHO

78rpm
O amor de Terezinha/Maria - Continental - 7/62

SAILORS, OS

LP
Exaltação à Juventude (Oito dias da semana, vers. de Eight days a
week) - Copacabana - 1965

SALOMÉ PARISIO

78rpm
A canção do meu bem - Copacabana - 1961

SANDOVAL DIAS E CONJ.

78rpm
Marina/Mira que luna - Philips - 4/60

SANTOS, OS

CS
Viver sem amor (World without love)/Três Garotas - Polydor -
1965

163
SAXSAMBISTAS BRASILEIROS

LP
Baile com... (Twist em Copacabana) - Plaza - S/O

SEBASTIÃO GILBERTO (trumpete)

78rpm
Green door - Columbia - 6/57

SELMA LOPES

LP
Brotinho vamos dançar (Cantarolando/Gostoso é namorar/Preciso
sossegar) - Magisom - S/D

SELMA RAYOL

78rpm
Batom no colarinho (Lipstick on your collar)/Universo - Copaca-
bana - 1959

SELMITA

78rpm
Eu vivo a cantar/Oh... meu amor - Philips - 11/62
CS
Recadinho de amor - Philips - 1963
Selado com um beijo (Sealed with a kiss)/Meu coração chora -
Philips - 1964
Se eu não passar de ano/Amor no letkiss - Copacabana - 1965
CD
Selmita (Dor de saudade/Para sempre/Namorado bobinho/Beiji-
nho enamorado) - Philips - 1963

SELVIS, THE

LP
É hora de rock’n roll - RCA - S/D
Rock’n roll é bárbaro - RCA - S/D

164
LP-Coletânea
Garotas e Rock (Rock around the Clock/Stairway to Heaven) - RCA
- 1960

SÉRGIO MURILO

78rpm
Marcianita/Se eu soubesse - Columbia - 1959
Broto legal (I’m in love)/Quando ela sai - Columbia - 1960
Brotinho do biquini/Tu serás - Columbia - 1960
Teenager dance/Abandonado (Only the lonely) - Columbia -
1961
Merci meu bem/Balada do homem sem rumo - Columbia - 1961
CS
Lá vai ela/Sinfonia do Castelinho - RCA - 1964
Festa de surf/Dá me felicidade - RCA - 1964
Você é de chorar/Te agradeço porque - RCA - 1965
CD-45
Sérgio Murilo - Columbia - 1960
Novamente Sérgio Murilo - Columbia - 1960
Broto Legal - Columbia - 1961
Sucessos de Sérgio Murilo - Columbia - 1961
CD
Sérgio Murilo - RCA - 65
CD-45-Coletânea
As 4 Mais vol. 1 (The Diary) - Columbia - 1960
As 4 Mais vol. 2 (Marcianita) - Columbia - 1960
LP
Sérgio Murilo - Columbia - 1960
Novamente Sérgio Murilo - Columbia - 1961
Baby - Columbia - 1962
SM - 64 - RCA - 1964
LP-Coletânea
Hit-Parade dos Est. Unidos (Oh Carol/Put your head on my shoul-
der/Personality) - Columbia - 1960
Seleção de Sucessos (Oh Carol/Personality) - Columbia - 1960
Matemática 0 Amor 10 (Rock de morte) - Columbia - 1960
As 14 Mais vol. 2 (Olhos cor do céu/Trem do Amor/Marcianita/É
hora de chorar) - Columbia - 1960
As 14 Mais vol. 6 (Domingo de Sol) - Columbia - 1962
Juventude Esquema 64 (Lá vai ela) - RCA - 1964

165
Nova Geração (Te agradeço porque/Você é de chorar) - RCA -
1965

SÉRGIO ODILON

LP-Coletânea
Juventude Esquema 64 (Obsessão) - RCA - 1964

SÉRGIO REIS

78rpm
Lana/Porque sou bobo assim - Chantecler - 4/62
Um coração que sofre - Continental - 1963
CS
Nuvem branquinha - Continental - 1964
LP-Coletânea
A. Aguillar apresenta Reino da Juventude (O mio signore) - Conti-
nental - 1964

SERGUEI (Sérgio Barbosa)

78rpm
Mary Ellen/Lovely tender girl - Chantecler - 8/60
CD-45
Lovely tender girl (L.T. girl/Make believe/Mary Ellen/The girl that’s
in my eyes) - Chantecler -1960

SHIRLEY

CS
Sul cucuzzolo/Biglow 6200 - S/G - S/D

SILVER STARS. THE

LP
Twist, Twist, Twist - Columbia - 1961
Diana (Love me forever/Mr. Lee/Diana/Alone) - Damic - 1959

166
SILVIO MAZZUCA E ORQ.

78rpm
Diana/Tequila - Columbia - 1958
Cha-hua-hua/You, only you - Columbia - 1958

SILVIO VIEIRA E CONJ

78rpm
Personality - Odeon - 11/59

SIMONETTI E ORQ.

CD-45
É disco que eu gosto (Peanuts) - RGE - 1959
LP
É disco que eu gosto (You are my destiny) - RGE - 1958

SIDNÉIA
(ver Conjunto Alvorada)

LP-Coletânea
A. Aguilar apresenta o Reino da Juventude (Estamos tristes) - Con-
tinental - 1964

SKELTONS, THE

LP
O Baile do Terror - Philips - S/D

SNAKES, THE
(ver Erasmo Carlos)

78rpm
Para sempre/Namorado - Mocambo - S/D
CD-45
The Snakes - Mocambo - S/D
LP
Só Twist - Columbia - 1961
LP-Coletânea
As 14 Mais vol. 6 (Blue Moon/Runaway) - Columbia - 1961

167
SONHADORES DO LUAR

78rpm
O Sonho do menino - Chantecler - 1/64

SÔNIA GUARANY

CS
Garota gente bem/Rio, festa de luz - Chantecler - 1964

SÔNIA DELFINO

78rpm
Diga que me ama (Make believe baby)/Eu vi a noite acabar - Phi-
lips - 5/60
Olha que lua (Mira que luna)/Sei lá, sei lá - Philips - 9/60
Bimbombey/É você - Philips - 12/60
Garota Coquete/Volta às aulas - Philips - 4/61
Joãozinho e Mariazinha/Bambina Mia - Philips - 6/61
Multiplicação (Multiplication) - Philips - 12/62
Hey Paula (com Márcio lvens)/Bolinha de Sabão - Philips - 6/63
CD-45
Diga que me ama - Philips - 1960
Namorada do Sol - Philips - 1961
LP
Canta para a Mocidade - Philips - 1961
Alô Broto - Philips - 1962
Alô Broto vol. 2 - Philips - 1964

STEVE BERNARD (tecladista)

78rpm
Tirando faísca /Stéreo Rock - Odeon - 9/59
Adam and Eve/That old black magic - Continental - 9/60
Witch Doctor/Nunca aos domingos - Continental - 1/61
LP
Mosaico (Love me forever) - Odeon - 1958
Ritmo espetacular (Peppermint Twist/Ya ya/Sixteen tons) este LP
com a cantora Valéria RCA - 1962

168
SUELY

78rpm
Falso amor - Chantecler - 8/59
CD-45
Túnel do amor - Chantecler - 1959

SUNSHINES, THE

LP
The Sunshines - Rio - 1965

SUSY RANDAL

CS
Sonho de Encanto/Amor a Motor - Copacabana - 1964

TANIANA

CS
Minha riqueza é ternura/Johnny - Copacabana - 1965

TEDDY MILTON

CS
Meu broto (My bonnie)/Primeira estrela - Odeon - 1964
A Casa do Sol Nascente (The house of the rising sun)/O Rebelde
- Odeon - 1965
Se ela voltar/Você a compreende - Odeon - 1965

TEENAGERS, OS

78rpm
Book of love/Mr. Blue - Young - 1959
Mediterranean Moon/A boy without a girl - Young - 1959
CS-45
Os mesmos lançados em 78
CD-45-Coletânea
The Young Voice’s (Mediterranean Moon) - Young - 1960

169
TEKILA RITMOS

LP-Coletânea
Hully Gu!ly (Peter Gunn/Dang dang/Tequila) - Beverly - S/D

TELSTARS, THE

CS
Telstar - Farroupilha - 1963

TIBOR

CD
Para a Juventude - Magisom - S/D
LP
I’m Twist - Cartaz - 1962

TITULARES DO RITMO

78rpm
Bobão - SG - 1956
Estúpido Cupido (Stupid Cupid)/João Cachaça - Califórnia -
6/59

TOM
MY STADEN
(nos anos. 70, mudou para Terry Winter)

CS
Running from love/Escarcéu - Mocambo - 65
CD
Tommy Staden - Albatroz - 63

TONY BILLY

78rpm
Volte querida/Oh Magalí - Ciclone - 1961
acomp. Renato e seus Blue Caps

170
TONY CAMPELLO

78rpm
Forgive me/Handsome boy (Celly Campello) - Odeon - 6/58
Louco amor (Crazy love)/My Special Angel - Odeon - 10/58
Como antes (Come prima)/Oh baby - Odeon - 2/59
Lamento/My trudy - Odeon - 4/59
Pobre de mim (Poor little fool)/Tenha pena - Odeon - 7/59
Baby rock/Goodbye - Odeon - 9/59
Você me venceu (You’re knocking me out)/Romântica - Odeon -
4/60
Livro do coração (My heart is an open book)/Sem o seu amor
(Since you’re been gone) - Odeon - 5/60
Meu lar/Querida Susie (Susie Darling) - Odeon - 12/60
Escola de rock/Baby Face - Odeon - 4/61
Cherie/Blue moon - Odeon - 6/61
Vamos dançar o twist/Balada do Roy Rogers - Odeon - 2/62
Pingo d’água (Raindrops)/Não te esqueças de mim - Odeon -
1/63
Boogie do bebe (Baby sittin boogie)/Coisinha linda - Odeon - 4/63
CS-45
Forgive me/Handsome boy(Celly Campello) - Odeon - 1958
Romântica/Você me venceu - Odeon - 1960
Livro do coração/Sem o seu amor - Odeon - 1960
CS
Angel Face/Mar de tristezas - Odeon - 1961
Boogie do bebe/Coisinha linda - Odeon - 1963
Ogni volta/Uma lágrima no rosto (Una lacrima sul viso) - Odeon
- 1964
Tchin tchin/Como sinfonia - Odeon - 1964
Pertinho do mar/Meu bem só quer chorar perto de mim - Ode-
on - 1965
CD-45
Tony Campello (Louco amor) - Odeon - 1959
Tony Campello (Você me venceu) - Odeon - 1960
Tony Campello (Querida Susie) - Odeon - 1961
CD
Tony Campello (Mar de tristezas) - Odeon - 1961
Tony Campello (Lana) - Odeon - 1962
Tony Campello (Pingo d’agua) - Odeon - 63
Tony Campello (A menina e o twist) - Odeon - 64

171
LP
Tony Campello (com Mario Gennari Filho e conj.) - Odeon - 1959
Tony Campello - Odeon - 1960
Tony Campello (com Carlos Piper e conj. e Waldemiro Lemke e orq.)
- Odeon - 1961
Não te esqueça de mim - Odeon - 1963
Tony Italiano - Odeon - 1964
LP-Coletânea
Campeões do Sucesso (Pobre de mim) - Odeon - 1960
Juventude Espetacular (Querida Susie/Baby Face) - Odeon -
1961
Em dia com o sucesso (Olhando estrelas vr. de Look for a star)
Odeon - 1963
14 Sucessos Odeon (Boogie do bebê) - Odeon - 1963
Sucessos Odeon 64 (Tchin tchin) - Odeon - 1964

TONY DILSON

LP-Coletânea
A. Aguilar apresenta o Reino da Juventude (Pobre milionário) -
Continental - 1964
Exaltação à Juventude (El freddie) - Copacabana - 1965

TRIGEMEOS VOCALISTAS, OS

78rpm
Gatos Malucos - Sinter - 1957
Bambolin bambolá - Sinter - 1959
LP(10pol.)
Espetáculo Completo (Gatos malucos) - Sinter - 1957

TRIO ESPERANÇA

78rpm
Filme triste (Sad movies)/Broto no chá-chá-chá - Odeon - 7/62
Rock do espirro/O menino do Amendoim - Odeon - 11/61
O Passo do Elefantinho (Baby elephanfs walk)/Aconteça o que
acontecer - Odeon - 4/63
Ensinando bossa nova (Blame it on the bossa nova)/Olhando para
o céu (Sukiaki) - Odeon - 8/63

172
CS
A lagartixa/Contando Estrelas - Odeon - S/D
Ensinando bossa nova/Olhando para o céu - Odeon - 8/63
Meu bem Lollipop (My boy Lollipop)/Anjinho - Odeon - 1963
Dominique/Obrigado - Odeon - 1964
Não me abandone/A Festa do Bolinha - Odeon - 1964
CD
Trio Esperança (Filme Triste/O Passo do Elefantinho) - Odeon -
63
Trio Esperança (Tua) - Odeon - 64
LP
Nós somos o Sucesso (Filme triste/Um pequeno nada/Ensinando
bossa nova/Nada a nos separar, vrs. de West of the wall) Odeon -
1963
Três vezes Sucesso (Meu bem LoIlipop/Escreva-me/O amor, vers.
de Fools rush in) - Odeon - 1964
LP-Coletânea
14 Sucessos Odeon (Filme triste/O Passo do Elefantinho) - Odeon
- 63

TRIO HARMÔNICO

LP
Cha-chá-chá, Twist, etc. (Lefs twist again) - Mocambo - 1962

TRIO ITAPUÃ

78rpm
Papai dança rock/Cabocla do Caxangá - RCA - 5/57

TRIO MELODIA

CS
Emoção/Pode acontecer amanhã - Continental - 64
CD
Trio Melodia - Caravelle - 1963
obs.: com Agostinho Silva e seu conjunto
LP
Trio Melodia (Canção de verão/Magia, vers. Devil woman/Nas Mon-
tanhas/Se o seu amor fosse prá mim/Sem Ninguém/Saudades) -
CBS - 65

173
LP-Coletânea
As 14 Mais vol. 16 (Se o seu amor fosse prá mim, vers. de For lovin’
me) - CBS - 65

TRIO NAGÔ

78rpm
Quem é? - RCA - 12/59
Sua Majestade o Neném - RCA - 1960
CD-45
Trio Nago (Quem é?/Sua Majestade o Neném) - RCA - 60

TRIO RUBÍ

78rpm
Rock and roll march obs.: o lado B é I love you Caju, com a or-
questra Guio de Moraes - Todamérica - 3/57

TRIO TAMBATAJÁ

78rpm
Meu coração sentiu - Chantecler - 8/58
Eu te beijei muitas vezes/Vai trabalhar seu... - Califórnia - 4/60

TRIO TAYAMÁ

CS
Laura - Mocambo - 64

TÚLIO E OS HITCH HICKERS


(depois Túlio Mourão)

LP-Coletânea
A. Aguilar apresenta o Reino da Juventude (I got a woman) - Con-
tinental - 64

TUTUCA

78rpm
Playboy maluco/Bossa novíssima - RCA Camden - 7/60

174
UIRAPURU

CS
Me arranha prá ficar legal/Chamo você (Call me) - Mocambo -
65

VALDIR VIANA

78rpm
Caminho da ilusão/Rock do atchin - Tupan - S/D

VALÉRIA

78rpm
Saudade em rock’n roll/Quando a esperança vai embora Obs.:
acomp. Steve Bernard - Continental - 8/60
LP-Coletânea
As Maiorais de 1960 (Saudade em rock’n roll) - Continental - 1961

VALTER WANDERLEY

78rpm
Estúpido Cupido (Stupid Cupid) - Odeon - 8/59

VELHINHOS TRANSVIADOS, OS

LP
Os Velhinhos Sensacionais (Twist dos Velhinhos/Ya, ya/A steel
guitar and a glass of wine/Twist da guitarra) - RCA - S/D
Velhinhos transviados bárbaros (Hully gully baby/The hully gully)
- RCA - S/D

VIKINGS, THE

CS
A Balada de Davy Crocket/My prayer - Fermata - 1963
Segredinho (Do you want to know a secret)/Let the little girl dance
- Polydor - 1965

175
VIPS, OS

CS
É inutile/Lá muito além - Continental - 1964
Menina Linda (I should have known better)/Emoção - Continental
- 1964
Afinal chegou/Rostinho triste - Continental - 1965
A volta/Ia ia iô - Continental - 1965
LP
Vips - Continental - 1965
LP-Coletânea
A. Aguilar apresenta o Reino da Juventude (Tonight) - Continental
- 1964

VÍTOR RAFAEL

LP-Coletânea
Garotas e Rock (Minha Serra) - RCA - 1960

VOCALISTAS MODERNOS

78rpm
When/Quando ela passa - Sínter - 1958
Chove (Piove) - Sínter - 3/59
Honey Honey - Sínter - 10/59
Quem é?/Lacinhos cor de rosa (Pink shoe laces) - Sínter -1/60

WALDEMAR ROBERTO

78rpm
Como antes (Come prima) - Chantecler -1/59

WALDIR AZEVEDO (cavaquinho)

78rpm
Nanci - Continental - 1/63
Telstar/O Passo do Elefantinho - Continental - S/D
LP
Waldir Azevedo (Nanci/Telstar/O Passo do Elefantinho) - Conti-
nental - 1963

176
WALDIR MAIA

CS
Hully Gully do Velhinho - RCA - 1964 (com a cantora Isa Rodri-
gues)
LP-Co!etânea
Times Square Show (Hully Gully do Velhinho) - RCA - 64

WALDYR CALMON E CONJ.

CS-45
Rock around the clock/Tema do concerto de Varsóvia - Copaca-
bana - S/D
CD
Apresenta Yunes (Let’s twist tonight) - Copacabana - 1962 (partici-
pação do cantor Yunes)
LP
Chá Dançante n0 3 (Rock around the clock) - Rádio - S/D
Feito para dançar n0 7 (Only you) - Rádio - S/D
Feito para dançar n0 9 (Little Darling) - Rádio - S/D

WALTER D’ÁVILA

78rpm
Rock do vovô/Cha-cha-cha do Bit Bit - Odeon - 11/61

WALTER SOBREIRO

CS
Já não existe amor entre nós/Amor não voltes - Paladino - 1963

WANDERLÉA

78rpm
Tell me how long/Meu anjo da Guarda - Columbia - 4/62
Ao nascer do sol (Guando calienta)/Quero amar - CBS - 11/62
CS
Me apeguei com meu santinho/Meu bem Lollipop - CBS - 63
Tempo do Amor/Do wah diddy diddy - CBS - 65

177
CD
Wanderléa com Renato e seus Blue Caps - CBS - 63
É tempo do amor - CBS - 65
LP
Wanderléa - CBS - 63
Quero você - CBS - 64
É tempo do amor - CBS - 65
LP-Coletânea
Alegria, Música e Ritmo (Dá-me felicidade) - CBS - 1963
As 14 Mais vol. 10 (Dá-me felicidade) - CBS - 1963
As 14 Mais vol. 14 (Capela do amor/Exército do Surf, com acomp.
Renato e seus Blue Caps) - CBS - 1964
As 14 Mais vol. 16 (Tempo de Amor c/ acomp. Renato e seus Blue
Caps) e (Um beijinho só c/ acomp. the Youngsters) - CBS - 1965

WANDER LEE (depois Wanderly Regina)

78rpm
Dinamite/Não sou estúpida - Chantecler - 1959
CS
Norman/Um amor só meu - Musidisc - 1962

WANDERLEY CARDOSO

CS
Rosana/Deu a louca no mundo - Copacabana - 1964
Preste Atenção/A angústia de tua ausência - Copacabana - 1964
O mundo (Il mondo)/Amor criança - Copacabana -1965
O Bom Rapaz/Minhas lágrimas - Copacabana - 1965
CD
Wanderley Cardoso (Rosana/Preste Atenção) - Copacabana - 64
Amor Criança (Tudo que sonhei) - Copacabana - 65
LP
O Jovem Romântico (Preste Atenção/Tudo que sonhei) Copacaba-
na - 65
Perdidamente Apaixonado (Te esperarei/Promessa/Amor e ternu-
ra) - Copacabana - 65
LP-Coletânea
Exaltação à Juventude (Tudo que sonhei) - Copacabana - 65

178
WANDERLY REGINA
(ex-Wander Lee)

CS
Escuta-me/Feminilidade - Musidisc - 63
Broto já tem vez/Não sei achar - RGE - 65
CD
Wanderly Regina

WILLIAM FORNEAUT
(assoviador)

78rpm
Tequila/Colonel Bogey - RGE - 6/58

WILMA COELHO

78rpm
Como é bom namorar/FiIhinha do Papai - CBS - 63

WILMA VALÉRIA

78rpm
Twist dos twists/Twist Twist - S/G - 1962

WILSON MIRANDA

78rpm
Quando (When)/Aquela Maria - Chantecler - 58
Twilight Time/Veneno - Chantecler - 1/59
Moonlight Fiest/Não sei porque (Don’t ask me why) - Chantecler
- 7/59
Bata Baby (Long tall Sally)/Olhos verdes - Chantecler - 4/60
Alguém é bobo de alguém/Quem fala mente - Chantecler - 3/61
Corre coração (Speedy Gonzales)/Parei mais uma vez - Chantecler
- 11/61
Até breve/Eu quero dançar com você (Save the last dance for me)
- Chantecler - 1/62
Volta prá mim (Come back to me) - Chantecler - 7/62
É agora (Et maintenant)/Meu sonho - Chantecler - 1/63
O Apache/Insensatez - Chantecler - 7/63

179
Oh meu Senhor (O mio Signore)/O amor que acabou - Chantecler
- 6/64
CD-45
Rocks - Chantecler - 1960
CD
Volta prá mim (Volta prá mim) - Chantecler - 62
LP
Veneno (Ain’t that a shame/Veneno/Quando) - Chantecler - 59
Sambas e Rocks (Bata Baby/Mary Lee/Eu preciso de amor, vers.
You need love/Aquele relógio/Ring a rockin/Onde estarás/É por-
que) - Chantecler - 60
Teu amor é minha vida (Alguém é bobo de alguém/Quero dançar
com você) Chantecler - 61
Wilson Miranda vol. IV (Corre coração/Até breve/Fama e Fortuna)
- Chantecler - 62
Sucessos e Balanços (É agora/Volta prá mim/Suzana) Chantecler
- 63
LP-Coletânea
Seleção de Sucessos vol. 2 (Bata Baby) - Chantecler - 60

WILSON SIMONAL

78rpm
Terezinha/Biquini de borboletas - Odeon - 12/61
Garota Legal (You must have been a beautiful babt)/Está nascen-
do um samba - Odeon - 4/63
CD
Wilson Simonal (Garota Legal) - Odeon - 63

YEDA MARIA

78rpm
Baby meu amor/Broto é mesmo assim - Chantecler - 5/60
Jardim do amor/Everybody loves somebody - Chantecler - 9/60
Filme triste (Sad movies)/O teu nome - RCA - 2/63
CS
É de amargar/Alguém mentiu - RCA - 63
CD-45
Broto é mesmo assim - Chantecler - 60
LP-Coletânea
Mais Explosivo (Filme triste) - RCA - 63

180
YOKO ABE

78rpm
Be bop a lula - Califórnia - 11/59
My babe - Califórnia - 6/60

YOUNGS, THE

78rpm
Torquay/Come to paradise - Young - 60
CS-45
igual anterior

YOUNGSTERS, THE
(ex The Angels)

CS
Sometimes on friday/Bits and pieces - CBS - 64
Vem (Help)/Quero você longe de mim - CBS - 65
CD
As 4 mais vol. 6 - CBS - 1964
CD-Coletânea
As 4 mais vol. 7 (Twist and Shout/A hard day’s night) - CBS - 1964
LP-Coletânea
As 14 Mais vol. 14 (A hard days night/Sometimes on friday) - CBS
- 64
As 14 Mais vol. 16 (Tijuana/Wa!king) CBS - 65

ZÉ FIDÉLIS (humorista)

78rpm
Oh Raios/Babalina (Bop a lena) - Continental - 9/59
Banho Enxuto (Tintarela de luna) - Continental - 6/60
Filme Besta (Sad Movies)/Society no Futebol - Continental -
1963
LP-Coletânea
As maiorais de 1960 (Banho Enxuto) - Continental - 61

181
ZÉ DO NORTE

78rpm
Rock do matuto/Berimbau de baiano - Copacabana - 60

ZÉZINHO E ORQUESTRA

78rpm
Stupid Cupid/Trumpet cha cha cha - Odeon - 6/59
Túnel do amor (Tunnel of love)/A Felicidade - Odeon - 9/59
LP
Noite para dois (The Diary/Baby Rock) - Odeon - 1959
LP-Coletânea
Sucessos n0 3 (Stupid Cupid/Túnel do amor) - Odeon - 59
Avant Premiere vol. 4 (Baby Rock) - Odeon - 60

Obs: Como esta discografia obviamente não é perfeita, solicitamos


que eventuais retificações e/ou inclusões sejam remetidas para as
pessoas e endereços abaixo citados:

JOSÉ ROBERTO “OLDIES” PEREIRA


RUA POMPEU LOUREIRO, 32 APTO. 606 - B Tel.: 256-7265
RIO DE JANEIRO - RJ - CEP 22061

OU

TANGERINO - LOJA GOLDEN HITS


RUA MATIAS AIRES, 61
SÃO PAULO - SP - CEP 01309

As fotos aqui publicadas são exclusivas dos arquivos da Revista


“Baby Face” e de Antônio Aguillar, a quem agradecemos a colabo-
ração.

Rio de Janeiro, Março de 1989

182
MEMÓRIA DO ROCK BRASILEIRO

O projeto Memória do Rock Brasileiro, foi coordenado pelo autor


deste livro no Museu da Imagem e do Som-MIS, de São Paulo, nos
anos de 1984 e 1985, tendo contado com a participação, através de
depoimentos, dos seguintes nomes:

Albert Pavão (cantor)


Antônio Aguillar (disc-jockey)
Baby Santiago (compositor)
Carlos Alberto Lopes (disc-jockey)
Carlos Bogossian, Bogô, dos Beatniks (guitarrista)
Carlos Aun, Tuca, dos Lunáticos (guitarrista)
Carlos Gonzaga (cantor)
Celly Campello (cantora)
Cleide Alves (cantora)
Danny Dallas (cantor)
Demétrius (cantor)
Dick Danello (cantor)
Dori Edson (cantor-compositor)
Ed Wilson (cantor-compositor)
Eduardo Araújo (cantor)
Elizabeíh (cantora-compositora)
Erasmo Carlos (cantor-compositor)
Fábio (cantor)
Fred Jorge (compositor-versionista)
Gelson Morais, do Renato & seus Blue Caps (baterista)
George Freedman (cantor)
Gilbert, Monsieur (cantor)
Golden Boys (conjunto vocal)
Gino Frey (cantor)
Hamilton Di Giórgio (cantor)
Jimmy, do grupo The Fenders (guitarrista)
Jeanette Adib (jornalista)
Jerry Adriani (cantor)
Jurandir, do grupo Jet Black’s (baterista)
Leno & Lilian (dupla vocal)
Lídio Benvenutti Jr, Nenê, do Os Incríveis (baixo)
Marcelo Amadei, do The Hits (guitarrista)
Martinha (cantora)
Maurício Camargo Brito, dos Lunáticos (pianista)

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Meire Pavão (cantora)
Miguel Vaccaro Neto (disc-jockey)
Nick Savoia (cantor)
Norman Cord (cantor)
Orlando Alvarado (cantor)
Passarinho, do grupo The Avalons (cantor)
Rafael Vilardi, do grupo Os Seis (guitarrista)
Regiane (cantora)
Renato Barros, do Renato & seus Blue Caps (guitarrista)
Romeu Mantovani, Aladim, do grupo The Jordans (guitarrista)
Ronald e Márcio Antonucci, dos Vips (dupla vocal)
Ronnie Cord (cantor)
Ronnie Von (cantor)
Sérgio Murilo (cantor)
Sérgio Reis (cantor)
Serguei (Sérgio Bustamante - cantor)
Silvinha (cantora)
Sônia Delfino (cantora)
Tito Lívio. do grupo The Avalons (cantor)
Tony Campello (cantor)
Trio Esperança (grupo vocal)
Vikings (Diógenss e Olavo Budney, dupla vocal)
Waldirene (cantora)
Wanderléa (cantora)
Wanderly Regina (cantora)
Wanderley Cardoso (cantor)

O MIS do Rio de Janeiro também colaborou na formação desse


acervo, principalmente no tocante aos artistas lá radicados.

ADENDO

Como foi visto aqui, o cinema nacional, no final dos anos 50, utili-
zou-se muito dos nossos cantores de rock. Além do que foi citado,
gostaria de destacar o filme “Minha sogra é da polícia” (1958) com
participação de Carlos Imperial, Roberto, Erasmo Carlos, Wilson
Simonal e Paulo Silvino; “Eu sou o tal” (Cinedistri-1960) com os
Golden Boys e Sônia Delfino em “Tudo legal” (H. Richers-60) e “Um
candango na Belacap” (H. Richers-61).

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Albert Pavão (Carlos Alberto) é um dos maiores conhecedores da
história do rock brasileiro. Nascido em Jaú-SP, há 46 anos, desde pe-
queno gostava das big bands americanas e de intérpretes nacionais como
Dick Farney, Lúcio Alves e Dóris Monteiro. No cinema, não perdia um
filme da Metro, que mostrasse Fred Astaire, Gene Kelly e Ann Miller em
números de sapateado. Com 15 anos de idade escuta um disco de Elvis
Presley cantando I got a woman e passa a se interessar por rock and roll.
Com o apoio de seu pai, o prof. Theotônio Pavão - maestro e professor de
violão e música de São Paulo - Albert começa a tocar violão e passa a se
apresentar em programas de TV e shows diversos. Em 1962, grava seu
10 disco e no ano seguinte, com o rock “Vigésimo andar” entra nas para-
das de sucesso de São Paulo. No começo do ano de 64, vai participar do
I Festival Sudamericano de la Cancion, no Uruguai, onde atua ao lado do
grande nome do rock argentino, Palito Ortega e é acompanhado pelo grupo
uruguaio Los Iracundos. Nessa época, já é um dos principais nomes do
rock paulista e apresenta-se em shows e programas de rádio e TV, ao lado
de Roberto, Erasmo Carlos, Tony Campello, etc. Em 1966, por causa dos
estudos de Economia, decide parar de gravar discos, em pleno apogeu da
Jovem Guarda, embora continue compondo rocks e baladas para sua irmã
Meire Pavão e outros intérpretes. Na década de 70, juntamente com seu
pai, torna-se um dos precursores dos discos infantis, ao produzir cerca
de 10 LPs, começando por “O Mundo Maravilhoso de Walt Disney”, que
foi lançado em 1974 pela Som Livre, destacando-se também “O Sítio do
Picapau Amarelo” (1975-RGE) e “Festa do Bolinha” (1977-RGE). Além
disso, também escreveu sobre música jovem em diversas revistas e coor-
denou o projeto “Memória do Rock Brasileiro” no Museu da Imagem e do
Som (MIS) de São Paulo.

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