O documento fornece diretrizes sobre protocolos de profilaxia para tromboembolismo venoso (TEV) em pacientes cirúrgicos. Ele discute fatores de risco para TEV, esquemas de profilaxia recomendados com base no risco cirúrgico, momentos de início da profilaxia, e considerações específicas para diferentes tipos de cirurgia. O documento também aborda monitoramento da terapia heparínica e ajuste de doses para função renal comprometida.
O documento fornece diretrizes sobre protocolos de profilaxia para tromboembolismo venoso (TEV) em pacientes cirúrgicos. Ele discute fatores de risco para TEV, esquemas de profilaxia recomendados com base no risco cirúrgico, momentos de início da profilaxia, e considerações específicas para diferentes tipos de cirurgia. O documento também aborda monitoramento da terapia heparínica e ajuste de doses para função renal comprometida.
O documento fornece diretrizes sobre protocolos de profilaxia para tromboembolismo venoso (TEV) em pacientes cirúrgicos. Ele discute fatores de risco para TEV, esquemas de profilaxia recomendados com base no risco cirúrgico, momentos de início da profilaxia, e considerações específicas para diferentes tipos de cirurgia. O documento também aborda monitoramento da terapia heparínica e ajuste de doses para função renal comprometida.
PACIENTES CIRRGICOS Em pacientes cirrgicos, a chance de desenvolvimento de tromboembolismo venoso (TEV) depende da idade do paciente, do tipo de cirurgia e da presena de fatores de risco associados (Tabela 1). Pacientes jovens, sem fatores de risco adicionais e submetidos a procedimentos de pequeno porte, no necessitam de profilaxia especfica para TEV. J pacientes idosos, particularmente na presena de fatores de risco, ou submetidos a procedimentos considerados por si s como de alto risco, como as artroplastias de quadril ou joelho, apresentam alto risco. As recomendaes da ltima diretriz de profilaxia em pacientes cirrgicos, apresentadas no 8consenso do American College of Chest Physicians so apresentadas na figura 1. Tabela 1. Fatores de risco para TEV Abortamento recorrente Acidente vascular cerebral isqumico ou hemorrgico Anticoncepcional hormonal Cncer Cateter venoso central Doena inflamatria intestinal Doena pulmonar obstrutiva crnica Doena reumatolgica ativa Idade 55 anos Infarto agudo do miocrdio atual Infeco Insuficincia arterial perifrica Insuficincia cardaca classe funcional III ou IV Insuficincia respiratria Internao em unidade de terapia intensiva
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Obesidade Paresia ou paralisia de membros inferiores Puerprio (at 4 semanas) Quimioterapia Sndrome nefrtica Reposio hormonal Tabagismo TEV prvio Trombofilias(antecedente familiar de trombose) Varizes / Insuficincia venosa perifrica
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Figura 1. Fluxograma de avaliao de risco de TEV em pacientes cirrgicos
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Esquemas de profilaxia
Pacientes com risco intermedirio devem ser submetidos profilaxia com Heparina no fracionada (HNF) subcutnea, nas doses profilticas baixas: HNF 5.000 UI 2x/dia horas, Enoxaparina 20 mg 1x/dia, Fondaparinux 2,5 mg 1x/dia subcutnea;
Pacientes com risco alto devem ser submetidos profilaxia com Heparina no fracionada (HNF) subcutnea, nas doses profilticas altas: HNF 5.000 UI 3 x/dia, Enoxaparina 40 mg 1x/dia, Fondaparinux 2,5 mg 1x/dia subcutnea;
De modo geral, a profilaxia deve ser mantida por 7 a 10 dias, mesmo que o paciente tenha alta ou volte a deambular.
Alguns medicamentos podem no estar padronizados no hospital.
Contra-indicaes para profilaxia
Absolutas J em uso de anticoagulao plena; Hipersensibilidade ao anticoagulante; Trombocitopenia induzida por heparina 100 dias; Sangramento ativo; Programa Integrado de Cirurgia Verso Agosto 2011
Em pacientes com insuficincia renal, a preferncia por utilizao de HNF. A vantagem a possibilidade de fcil monitorizao com tempo de tromboplastina parcial ativada (TTPA) que no deve alterar quando se utilizam doses profilticas de HNF. Sua alterao indicar, portanto, uma correo na dose.
Quando iniciar a heparina
O momento do incio da heparina profiltica varia com o risco de TEV, com a prpria medicao e com o tipo de anestesia utilizado. Deve-se levar em conta que o incio antes da cirurgia permitiria a proteo inclusive durante o procedimento cirrgico, no entanto, para pacientes que sero submetidos a anestesia por bloqueio, o anticoagulante profiltico deve ser administrado ou 12 horas antes ou 2 horas aps a puno. A tabela 1 apresenta os tempos de incio do anticoagulante.
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Tabela 1. Momento de incio do anticoagulante na profilaxia de TEV em pacientes cirrgicos. Medicamento Risco de TEV Anestesia Incio em relao cirurgia Alto Qualquer 12 h antes* Geral 2 h antes HBPM Intermedirio Bloqueio 2 h aps Geral 2 h antes HNF Qualquer Bloqueio 2 h aps
Trombocitopenia induzida por heparina
A trombocitopenia induzida por heparina (TIH) uma complicao possvel com HNF. H dois tipos de TIH, tipo I e tipo II. A tipo I menos grave e mais freqente, ocorrendo em aproximadamente 20 a 25% dos pacientes tratados com heparina. Tem incio nos primeiros dias de uso e dificilmente as plaquetas atingem nveis inferiores a 100.000/mm 3 . devida a um efeito direto da heparina na plaqueta, havendo regresso com a suspenso da medicao. A TIH tipo II ocorre em 2 a 5% dos pacientes e caracteriza-se por plaquetopenia mais intensa, frequentemente inferior a 100.000/mm 3 , e costuma ocorrer entre 4 a 14 dias do incio da heparina. Cerca de 10% dos pacientes desenvolvero eventos trombticos. secundria a mecanismo imunolgico e, na sua investigao, recomenda-se a dosagem anticorpos antifator plaquetrio 4/heparina.(Atualmente temos disponvel este exame no Labo-HIAE) Para o tratamento (a primeira conduta suspender a heparina e em pacientes que necessitem manter o tratamento anticoagulante), utilizam-se medicamentos que inibem a sntese de trombina ou do fator Xa, como hirudina, argatroban e danaparide. Durante a utilizao de Programa Integrado de Cirurgia Verso Agosto 2011
heparinas, recomenda-se a realizao de contagem de plaquetas pelo menos 2 vezes por semana. Profilaxia em situaes especficas
Artroplastia e fratura de quadril A profilaxia pode ser realizada com HBPM ou warfarin (manter INR entre 2 e 3); No utilizar HNF, aspirina ou dextran, como mtodo isolado de profilaxia; Manter a profilaxia por 5 semanas.
Artroplastia de joelho
A profilaxia pode ser realizada com HBPM ou warfarin (manter INR entre 2 e 3); No utilizar HNF, aspirina ou dextran, como mtodo isolado de profilaxia; Manter a profilaxia por pelo menos 10 dias, podendo ser estendida at 5 semanas; O uso ideal de CPI, ou seja, o dia todo, por pelo menos 10 dias, uma alternativa profilaxia medicamentosa.
Cirurgia oncolgica curativa
Manter a profilaxia por 4 semanas.
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Trauma
Manter a profilaxia tambm na fase de recuperao, podendo ser utilizada HBPM ou warfarin (manter INR entre 2 e 3).
Cirurgia baritrica
O uso de doses profilticas maiores mostrou maior eficcia, mas se associou a aumento nas taxas de sangramento.
Pacientes de baixo risco
Pacientes submetidos a procedimentos cirrgicos considerados de baixo risco para TEV podem ainda assim apresentar trombose, particularmente aqueles mais idosos ou com fatores de risco associados, como cncer, histria prvia ou familiar de TEV, ou mesmo associaes de vrios fatores comuns, como tabagismo, varizes, obesidade, reposio hormonal, etc. Nestes pacientes, a avaliao de risco deve ser individualizada, podendo-se optar pela prescrio da profilaxia.
Profilaxia com mtodos mecnicos
Quando o paciente apresentar risco de TEV aumentado, mas houver contra- indicao profilaxia medicamentosa, devem ser utilizados mtodos mecnicos de profilaxia, como dispositivos mecnicos de compresso pneumtica intermitente (CPI) ou bombas plantares (BP). Pacientes considerados de alto risco e sem contra-indicao podem se beneficiar da associao dos dois mtodos (heparina e mecnico). So as seguintes as contra-indicaes utilizao da profilaxia mecnica: Programa Integrado de Cirurgia Verso Agosto 2011
Fratura exposta; Infeco ou lcera em membros inferiores; Insuficincia arterial perifrica de membros inferiores; Insuficincia cardaca grave;
Ajuste de dose para funo renal
Cl cr 30 mL/minute: No existe recomendao para o ajuste de dose. Monitorizar (clinicamente) aparecimento de sangramento.
Cl cr <30 mL/minute: Reduzir em 50% a dose prescrita para os casos que utilizam a heparina fracionada de baixo peso molecular. Ex. Paciente de 60 kg enoxaparina profiltica 30mg SC 1x/dia. Dilise: O uso da enoxaparina no est aprovado para pacientes em dialise (FDA). Eliminao primariamente por via renal. Complicaes graves como sangramento foram reportados em pacientes dependentes de dilise ou com insuficincia renal grave. Se utilizar a enoxaparina nesses casos, mandatrio utilizar o fator anti-Xa como guia para ajuste de dose.
Fator anti-X ativado (anti-Xa) Programa Integrado de Cirurgia Verso Agosto 2011
Interpretao Clnica
A determinao do fator anti-X ativado (anti -Xa) objetiva monitorar a teraputica com heparina de baixo peso molecular. Os nveis teraputicos da atividade anti-Xa oscilam entre 0,5 e 1,0 UI/ml, podendo diferir entre as diferentes formulaes existentes. Este teste pode dar informaes teis sobre a farmacocintica das heparinas de baixo peso molecular, quando utilizadas no tratamento da trombose em pacientes com insuficincia renal, obesos, gestantes, crianas e recm - nascidos.
Significado Clinico A heparina acelera consideravelmente a inativao do fator de coagulao Xa e da trombina atravs da antitrombina III. Por essa razo, os preparados de heparina no fracionados e de peso molecular baixo so amplamente utilizados como anticoagulante. Devido s mltiplas influncias, o efeito da heparina oscila de paciente para paciente, apesar da mesma dosagem, sendo possvel monitorizar a terapia com os preparados de heparina de baixo peso molecular e os preparados no fracionados.
Indicaes clinicas e dosagem do fator anti-XA Deve-se dosar o fator anti-Xa nas seguintes situaes: Pacientes com insuficincia renal (clearance de creatinina - Cl cr <30); Pacientes obesos (IMC.35); Baixo peso (mulheres < 45 kg e homens < 57 kg); Programa Integrado de Cirurgia Verso Agosto 2011
Gestantes; Crianas e recm-nascidos; Idosos acima de 75 anos;
Qualificao atividade anti-Xa (dose profiltica) Presena de hematomas extensos;
Recomendao
A mdia da atividade anti-Xa, mensurada 3 a 5 horas aps a injeo SC, proporcional dose administrada: 0,2, 0,4, 1,0 e 1,3 UI anti-Xa/mL nicas de 20 mg, 40 mg, 1 mg e 1,5 mg/kg, respectivamente. A atividade anti-Xa, em dose teraputica, varia de 1 a 1,5 UI/ml. A farmacocintica da Enoxaparina parece ser linear nos intervalos de dose recomendados. A variabilidade intra e inter-pacientes baixa. Na dose de 40 mg SC 1x/dia o estado de equilbrio alcanado no segundo dia, nas doses teraputicas, o estado de equilbrio alcanado entre 3 e 4 dias. Concluso: A atividade anti-Xa conhecido conforme a a sua quantificao e poder ser feito no segundo dia de uso da dose profiltica do anticoagulante e entre 3 a 4 dias para uso de dose teraputica. No h vantagens de sua quantificao na dose profiltica (salvo naqueles com hematomas extensos no local da aplicao)
Na dose teraputica, em pacientes com ClCr<30ml/min, a sua quantificao poder ser til; Colher sempre 4 horas aps a dose da heparina de baixo peso molecular; Programa Integrado de Cirurgia Verso Agosto 2011
A verificao do range teraputico de pacientes com HNF ser comparado o TTPA de pacientes com heparina e o antiXa.
Hemorragia: a complicao mais temida das heparinas
Definio de hemorragia maior:
a. Causa significante evento clnico;
b. Queda Hb 2g/dl ou transfuso 2 unidades de sangue;
c. Sangramento intracraniano, retroperitoneal ou intraocular;
Sangramento maior em doses profilticas varia de 1 a 4% dos casos (clnicos ou cirrgicos), porm similar a HNF.
Antdotos Reverso da heparinizao
Neutralizao da heparina em caso de urgncia: sulfato de protamina 1mg de sulfato de protamina neutraliza 100 UI de heparina. Dose mxima 50mg; Neutralizao da heparina de baixo peso molecular: o sulfato de protamina neutralizar somente 50% da atividade. Um miligrama de protamina para cada miligrama de enoxaparina, Administrar plasma fresco congelado para reverso;
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Fluxograma de avaliao do paciente
Risco Alto
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Risco Intermedirio
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Risco Baixo
Bibliografia
1. Geerts WH, Bergqvist D, Pineo GF, et al. Prevention of venous thromboembolism. ACCP Evidence-Based Clinical Practice GuidelinEdition). Chest 2008; 133:381S-453S. Disponvel em http://www.chestjournal.org/content/133/6_suppl/381S.full.pdf+html. 2. Laffan M.A.and Brads ham A.E. Lewis SM. 8 ed; cap. 19:367-380, 1995. 3. Gerlach, AT, Pickworth, KK,Pharmacotherapy 2000;20:771. 4. Rosborough T K. Comparison of anti-factor Xa heparin active.