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Instituto de Química – IQ
QF952A – 2s/2009
Cinética Química
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1- Introdução
Em termos gerais a cinética química estuda as velocidades das reações químicas e todos
os fatores que a influenciam e procura explicar o comportamento macroscópico dos sistemas
químicos em termos de modelos microscópicos, isto é, através da visualização teórica do
comportamento das moléculas. Sob este ponto de vista a cinética química é o primeiro e um dos
grandes caminhos para o estabelecimento do mecanismo das reações.
O estudo das velocidades de reação é de grande interesse no campo da tecnologia
química. Na indústria não há qualquer interesse numa reação lenta, mesmo que possua um
elevado rendimento e formação de produtos. Contudo, conhecendo-se os fatores que alteram as
velocidades de reação, pode-se escolher condições de trabalho que transformem uma reação lenta
numa reação rápida e o simples aumento da velocidade de uma reação por um fator de 10 vezes,
pode ser suficiente para mudar completamente o panorama da sua aplicação industrial.
Além dessa forma, podemos estudar a velocidade de uma reação química através de uma
lei de velocidade, que é determinada experimentalmente. Podemos escrever um modelo genérico
dela como: v = k[A]m[B]n, onde: k = constante de velocidade (que não depende das concentrações
mas depende da temperatura); m e n correspondem à ordem de reação referente a cada espécie
envolvida, m+n = ordem global de reação. Portanto, formalmente, a lei de velocidade é uma
equação que dá a velocidade de reação em função das concentrações de todas as espécies
presentes na equação química global para a reação em um dado instante. Na prática, conhecida a
lei de velocidade de uma reação e o valor de sua constante, podemos prever a velocidade da
reação a partir da composição da mistura reacional, ou ainda, podemos prever a composição da
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mistura reacional em qualquer instante de tempo.
Em nosso experimento causamos a redução do azul de metileno pelo ácido ascórbico, que
leva ao gradual descoloramento da solução. Isto permitiu-nos acompanhar espectroscopicamente a
cinética da reação de redução através da diminuição da absorbância da solução em 665 nm ao
longo do tempo.
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2- Objetivo
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3- Materiais e Métodos
3.1- Materiais
Cronômetro
Micropipeta automática
Cubetas para espectrofotometro 10 mm
Espectrofotômetro
Balança Analítica
Béqueres de 50 mL
3.2- Reagentes
Solução estoque de Azul de metileno (AM)
Solução estoque de Ácido ascórbico (AAH2)
Água
3.3- Procedimento
Mistura dos reagentes e leitura no espectrofotômetro – Condição 01
Condição 02
O procedimento da condição 01 foi repetido, porém utilizou-se cerca de 0,25 g de AM.
Condição 03
O procedimento da condição 01 foi repetido, porém
utilizou-se cerca de 0,08 g de AM.
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4- Resultados e Discussão
Seguem abaixo os valores das concentrações iniciais do AM e Ac. Ascórbico na solução estoque e nas
cubetas; os valores de Mf (mol/L) representam as concentrações iniciais dos componentes nas cubetas.
Condições iniciais de
teste Condição inicial do teste
Condição 01
Mi (mol/L) 0,000188 Mi (mol/L) 0,1988
Vol. Inicial 0,00035 Vol. Inicial 0,0002
Mf (mol/L) 1,849E-05 Mf (mol/L) 0,0112
Vol. Final 0,00355 Vol. Final 0,00355
Condição 02
Mi (mol/L) 0,000188
Vol. Inicial 0,00025
Mf (mol/L) 1,321E-05
Vol. Final 0,00355
Condição 03
Mi (mol/L) 0,000188
Vol. Inicial 0,00008
Mf (mol/L) 4,227E-06
Vol. Final 0,00355
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Seguem abaixo em forma de gráfico os resultados obtidos em nosso experimento:
0,8
0,7 y = 0,7121e-0,0054x
0,6 R2 = 0,9872
A b so rb ãn cia
0,5
0,4 y = 0,4919e-0,0066x
0,3 R2 = 0,9943
0,2
0,1 y = 0,1149e-0,0056x
R2 = 0,9702
0
0 100 200 300 400 500 600 700
Tem po, s
Ln A x Tempo
0
0 20 40 60 80
-0,5
-1 y = -0,0027x - 0,5362
R2 = 0,9913
Ln A
-1,5
y = -0,0042x - 0,8462
-2
R2 = 0,9989
-2,5
y = -0,0054x - 2,094
-3
R2 = 0,9974
Tempo (s)
0,35 g de solução de AM
0,25 g de solução de AM
0,08 g de solução de AM
Linear (0,08 g de solução de AM)
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Absorbância X Tempo - (Sistema Azul de M etileno + Ác.
Ascórbico); pontos iniciais y = -0,0015x + 0,5839
R2 = 0,9902
0,7
0,6 y = -0,0016x + 0,4272
Absorbãncia
0,5 R2 = 0,9989
0,4 y = -0,0006x + 0,1224
0,3 R2 = 0,9957
0,2
0,1
0 0,35 g de AM
0 20 40 60 80 0,25 g de AM
0,08 g de AM
Tempo, s Linear (0,35 g de AM)
Linear (0,25 g de AM)
Linear (0,08 g de AM)
Gráfico 03. Pontos iniciais de absorbância x tempo para cálculo da velocidade inicial
A velocidade inicial da reação equivale ao valor do coeficiente angular da retas do gráfico 03. Em nosso
experimento as velocidades iniciais obtidas foram:
Desta forma K = a , sendo que “a” é o coeficiente angular da reta, assim encontramos os seguintes
valores:
massa (g)
Condição AM Klogaritmico
1 0,35 0,0027
2 0,25 0,0042
3 0,08 0,0054
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Determinação da constante K pelo gráfico exponencial:
Para a determinação por este método se faz um ajuste não linear da curva e obedece-se a seguinte
equação:
-kt
[AM] = [AM] e
Y = y0 + A e(-x/t)
massa (g)
Condição AM Klexponencial
1 0,35 0,0054
2 0,25 0,0066
3 0,08 0,0056
Resultados
Os resultados de K obtidos pelo método de ajuste exponencial demonstrou-se mais uniforme entre as 3
condições de teste indicando este o melhor modelo que se encaixa em nosso experimento. É importante
citar que na condição 3 para o método de cálculo logarítmico para K, o valor de K se aproximou dos
valores de K exponencial demonstrando a possibilidade de validade do método logarítmico.
Condição Vel. Inicial (mol/s) log Vel. Inicial (mol/s) [AM] log AM
1 0,0015 -2,823908741 1,849E-05 -4,73296
3 0,0006 -3,22184875 4,23E-06 -5,37393
2,8-
-5,5 -5,4 -5,3 -5,2 -5,1 -5 -4,9 -4,8 2,85--4,7
2,9-
2,95-
Log Vo
3-
3,05-
3,1-
3,15-
3,2-
3,25-
Log [AM]o
Gráfico 04. Gráfico do logaritmo da velocidade inicial versus logaritmo da concentração inicial de Azul de
Metileno
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5- Conclusão
6- Bibliografia
(1) – P.W. Atkins. “Físico-Química”, Vol. 3, 7ª ed. – LTC, 2003.
(2) – Formozinho, S.J. “Fundamentos de Cinética Química”, Fund. Calouste Gulbenkian, 1982, págs 16-
18.