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I – LUGARES SELETOS DE RUI BARBOSA

ACUSAÇÃO — “A acusação é apenas um infortúnio,


enquanto não verificada pela prova. Daí
esse prolóquio sublime, com que a
magistratura orna os seus brasões,
desde que a justiça criminal deixou de
ser a arte de perder inocentes: Res
sacra reus. O acusado é uma entidade
sagrada” (Obras Completas, vol. XIX, t.
III, p. 113).

DEFESA — “A defesa não quer o panegírico da


culpa, ou do culpado. Sua função
consiste em ser, ao lado do acusado,
inocente ou culpado, a voz dos seus
direitos legais” (Obras Completas, vol.
XXXVIII, t. II, p. 10).

ELOGIO — “Caso, postos de parte os descontos


huma-
HISTÓRICO nos, houvessem de condensar numa
síntese o meu curriculum vitae, e do meu
naufrágio salvassem alguns restos, tudo
se teria, talvez, resumido com dizer:
Estremeceu a pátria, viveu no trabalho,
e não perdeu o ideal” (Discurso no
Colégio Anchieta, 1981, p. 8).

ERRO — “Uma verdade há, que me não assusta,


porque é universal e de universal
consenso: não há escritor sem erros”
(Réplica, nº 10).

— “A toga do magistrado não se deslustra,


retratando-se dos seus despachos e
sentenças, antes se relustra, desdizendo-se
do sentenciado ou resolvido, quando se
lhes antolha claro o engano, em que
laborava, ou a injustiça que cometeu”
(Obras Completas, vol. XLV, t. IV, p.
205).

— “Melhor será que a sentença não erre.


Mas, se cair em erro, o pior é que se não
corrija” (Oração aos Moços, 1a. ed. p.
46).

HONRA —“De tanto ver triunfar as nulidades,


de tanto ver prosperar a desonra,
de tanto ver crescer a injustiça,
de tanto ver agigantarem-se
os poderes nas mãos dos maus,
o homem chega a desanimar da virtude,
a rir-se da honra,
a ter vergonha de ser honesto”
(Obras Completas, vol. XLI, t. III, p. 86).

JUSTIÇA — “Não há sentimento mais confrangente


que o da privação da justiça” (Obras
Completas, vol. XL, t. VI, p. 202).

— “Se alguma coisa divina existe entre os


homens é a justiça” (Obras Completas,
vol. XXV, t. IV, p. 329).

— “Justiça atrasada não é justiça, senão


injustiça qualificada e manifesta”
(Oração aos Moços, 1a. ed., p. 42).

PÁTRIA, — “A pátria é a família amplificada. E a famí-


FAMÍLIA lia, divinamente constituída, tem por
elementos orgânicos a honra, a disciplina,
a fidelidade, a benquerença, o sacrifício”
(Discurso no Colégio Anchieta, 1981, p. 9).

PRESUNÇÃO — “O crime é a presunção juris et de jure, a


DE INOCÊNCIA presunção contra a qual não se tolera
defesa, nas sociedades oprimidas e
acovardadas. Nas sociedades regidas
segundo a lei a presunção universal é, ao
revés, a de inocência” (Obras Completas,
vol. XXIV, t. III, p. 87).

—“Não perder de vista a presunção de


inocência, comum a todos os réus,
enquanto não liquidada a prova e
reconhecido o delito” (Rui, Oração aos
Moços, 1a. ed., p. 42).

—“Enquanto a acusação não prova, presume-


se a inocência do acusado. Sobre isto não
há contestação em escola alguma” (Obras
Completas, vol. XXVIII, t. I, p. 197).

VERDADE —“O maior, o mais inviolável dos deveres


do homem público é o dever da verdade”
(A Imprensa e o Dever da Verdade,
1920, p. 53).

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