You are on page 1of 72

FACULDADE FRASSINETTI DO RECIFE - FAFIRE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ANÁLISES CLÍNICAS

O LABORATÓRIO CLÍNICO NO DIAGNÓSTICO DA


OSTEOPOROSE: UMA AVALIAÇÃO DA
REMODELAGEM ÓSSEA

Recife, Brasil
2005
Autor: ISMAELON BATISTA DA SILVA

O LABORATÓRIO CLÍNICO NO DIAGNÓSTICO DA


OSTEOPOROSE: UMA AVALIAÇÃO DA
REMODELAGEM ÓSSEA

Monografia apresentada ao Programa


de Pós-Graduação da FAFIRE para
obtenção do título de Especialista em
Análises Clínicas, sob a orientação da
Profa. Dra. Rita de Cássia Moura do
Nascimento (nome em citações
bibliográficas: R Cassia-Moura)
Recife, Brasil
2005

Dedicatória

Quando do aceite da orientação desta Monografia pela Profa. Dra. Cássia Moura, eu

tive um grande orgulho de vir a ser orientado por um profissional capacitado que é atuante nas

áreas de educação e saúde, onde a conhecemos da Universidade de Pernambuco e do Hospital

e Policlínica Jaboatão Prazeres, e por ser uma pesquisadora brilhante no International Centre

for Theoretical Physics (na Itália), temos a mesma como exemplo a ser seguido. É por isto, e

pelo ser humano bondoso e atencioso, pela atenção minuciosa a detalhes no acompanhamento

deste trabalho como em tudo que ela faz, tenho certeza disto, que dedico esta Monografia para

a Profa. Dra. Cássia Moura, esperando agora viver o meu sonho. O sonho de realizar

pesquisas, o qual fez parte de toda a minha vida.


Agradecimentos

Algumas pessoas criam empecilhos que acabam por dificultar o desenvolvimento das

outras e do mundo, inclusive prejudicando a si mesmas. Espero que façam isto

inconscientemente. Mas por existir uma Força Maior que nos fortalece a cada dia,

conseguimos superar estas adversidades. Com diversas denominações, esta Força Maior faz

Sua própria vontade de um mundo melhor, e para todos. Obrigado Senhor, meu Deus!

Agradeço aos meus pais, os quais mesmo sem saber como, ajudaram-me muito. Ao

meu filho, pela sua compreensão, entendendo quando não pude estar com ele. Ao meu irmão

Antonio Carlos Jr., por inúmeros incentivos. Agradeço a minha namorada pela compreensão

nos momentos em que tive que me dedicar aos trabalhos. Agradeço aos amigos Wagner

Santos, Osvaldo Viveiros e Robson Sobreira pelo apoio. Agradeço ainda a todas as outras

pessoas que direta ou indiretamente contribuíram com este trabalho, dentre elas os meus

pacientes e amigos do Hospital e Policlínica Jaboatão Prazeres, professores e amigos do curso

de Especialização em Análises Clínicas da FAFIRE, e aos meus estudantes.

Em particular quero agradecer a Profa. Dra. Cássia Moura, orientadora deste trabalho,

o qual sem a sua ajuda, talvez não tivesse o brilhantismo que tenho certeza alcançamos.
“Não está na natureza das coisas que o homem realize um descobrimento
súbito e inesperado; a ciência avança passo a passo e cada homem depende
do trabalho de seus predecessores. “
(Sir Ernest Rutheford)
Resumo

A osteoporose é uma afecção que propicia grande impacto socioeconômico e um dos

problemas de saúde pública mais prevalentes em todo o mundo, principalmente em mulheres

na pós-menopausa. Embora rotineiramente seu diagnóstico seja feito através da densitometria

óssea, os marcadores bioquímicos do metabolismo ósseo são um novo recurso para a

avaliação do paciente osteoporótico. Os marcadores bioquímicos da remodelagem óssea são

classificados em marcadores de formação óssea e de reabsorção óssea, dependendo do

fenômeno biológico que expressam. Objetivando ampliar o conhecimento sobre o diagnóstico

laboratorial da osteoporose, esta Monografia enfoca os marcadores bioquímicos que são

empregados na avaliação da remodelagem óssea.

Palavras-chave: marcadores do metabolismo ósseo, osteoporose, remodelagem óssea.

Obs: Esta Monografia foi submetida para publicação no Journal of Bone and Mineral Research, sob a forma de
artigo científico. Devido leis de direitos autorais, para a reprodução de qualquer parte desta publicação, contactar
o Autor (email: ismaelonprimeiro@yahoo.com.br) ou a orientadora deste trabalho (email: rita@ufpe.br ou
rcassiamoura@yahoo.com.br).
SUMÁRIO

Página
Dedicatória i
Agradecimentos ii
Epígrafe iii
Resumo iv
1 - Introdução 01
2 - Fatores que diminuem a densidade óssea 04
3 - Distúrbios endócrinos que influenciam a osteoporose 09
4 - Remodelagem óssea 16
4.1 - Ação do PTH na remodelagem óssea 18
5 - Densitometria óssea 27
6 - Exames laboratoriais utilizados na identificação e no monitoramento da osteoporose 30
6.1 - Marcadores bioquímicos da formação óssea 33
6.1.1 - Fosfatase alcalina 34
6.1.2 – Osteocalcina 35
6.1.3 - Pró-peptídeo do colágeno tipo I 37
6.2 - Marcadores bioquímicos da reabsorção óssea 37
6.2.1 - Cálcio 38
6.2.2 - Hidroxiprolina 40
6.2.3 - Fosfatase ácida tartarato-resistente 40
6.2.4 - Moléculas interligadoras do colágeno tipo I 41
7 - Principais drogas usadas na remodelagem óssea do paciente osteoporótico 44
8 - Conclusões 50
Referências bibliográficas 52
1 – Introdução
1 – Introdução

A osteoporose pode ser definida como uma doença esquelética sistêmica, caracterizada

por uma diminuição da massa óssea e deterioração da microarquitetura do tecido ósseo, com

conseqüente aumento da fragilidade óssea e susceptibilidade a fraturas (Kowalski et al, 2000;

Russo, 2001; Stevenson & Whitehead, 1982). A excelente correlação entre o risco de

ocorrência de fraturas osteoporóticas e a densidade mineral óssea (bone mineral density –

BMD) fez com que a Organização Mundial da Saúde (OMS), numa reunião de especialistas

em 1994, estabelecesse a possibilidade do diagnóstico de osteoporose pelo exame de

densitometria óssea, mesmo na ausência de fraturas (Kanis et al, 1994; Lang et al, 1991;

Russo, 2001). A OMS conceitua de forma técnica e operacional os pacientes osteoporóticos:

são aqueles que ao realizarem a densitometria óssea, mesmo na ausência de fraturas, têm uma

BMD abaixo de 2,5 desvios-padrão (dp), quando comparado com a massa óssea de adultos

jovens (Lang et al, 1991; Russo, 2001). Valores até -1 dp da média são considerados

normais; valores entre -1,1 e -2,4 dp definem osteopenia; e valores -2,5 dp diagnosticam

osteoporose. Sólidos estudos epidemiológicos demonstraram que a redução de 1 dp aumenta

em duas vezes o risco de desenvolvimento de uma fratura (Blank & Bockman, 1999). Estes

dados fornecem bases teóricas para a utilização de medicamentos que, ao aumentarem a

BMD, reduzam o risco das fraturas por osteoporose (Russo, 2001).

O climatério ocasiona variadas alterações nos diversos sistemas da mulher, incluindo o

sistema ósseo (Junqueira, 2001). Estas alterações no sistema ósseo, decorrentes

principalmente de componente genético e da queda da produção hormonal, levam à perda de

massa óssea em ritmo variável, podendo culminar na osteoporose e suas fraturas decorrentes,

situação esta relevante na saúde da mulher (Junqueira, 2001). Cooper (1997) relatou que um

ano após a fratura de quadril, 40% das pacientes estudadas ainda não estavam aptas a

caminhar sem auxílio, e 60% tinham dificuldades em realizar ao menos uma atividade da vida
diária como se vestir, banhar-se ou preparar sua alimentação. A chance de que a mulher

apresente fratura de quadril é equivalente ao risco somado de desenvolver câncer de mama, no

útero e nos ovários, assim como o risco de falecer decorrente de fratura de quadril, é

equivalente à mortalidade por câncer de mama (Elffors, 1998). As mulheres são especialmente

vulneráveis, em decorrência da progressiva redução da função ovariana e, conseqüentemente,

da produção de seus hormônios esteróides (Aldrighi, 1996). Tal processo inicia-se a partir dos

35 anos, quando a mulher apresenta redução lenta de massa óssea, acentuando-se após os 50

anos, momento em que comumente ocorre a menopausa. Após a menopausa, devido à redução

dos estrógenos, algumas mulheres passam a perder massa óssea acima de 1% ao ano, sendo

que algumas chegam a perder 5% e, no final de cinco anos, estão com perda superior a 25%,

caracterizando a osteoporose pós-menopausa (Russo, 2001). Nos primeiros 10 anos de

menopausa a perda de massa óssea é mais abrupta, diminuindo a partir desta fase (Junqueira,

2001). Verifica-se em idosos uma redução maior da resistência óssea que a esperada pela

simples perda de densidade óssea, pois a perda de volume ósseo que é observada com a idade

é acompanhada por mudanças estruturais que também diminuem a resistência óssea

(Mosekilde et al, 1987).

A incidência de osteoporose secundária é maior na população masculina, podendo

corresponder a 64% dos casos de osteoporose em homens, enquanto que atinge cerca de 30%

das mulheres (Cummings et al, 1995; Johnson et al, 1998; Orwoll & Klein, 1995). A

tirotoxicose evidente é considerada umas das causas da osteoporose secundária, sendo a causa

mais freqüente em ambos sexos é o uso de glicocorticóides para tratar doenças inflamatórias

crônicas (Fallon et al, 1983; Fraser et al, 1971).


2 - Fatores que diminuem a densidade óssea
2 - Fatores que diminuem a densidade óssea

A participação feminina no esporte tem crescido ao longo dos anos. Esta prática tem

trazido benefícios para a saúde da mulher, mas quando se trata de esporte competitivo podem

surgir problemas. A complicação mais comum descrita pela literatura é a "tríade da atleta", a

qual envolve três processos: o distúrbio alimentar, a amenorréia e a osteoporose (Mantoanelli

et al, 2002). A esportista pode desenvolver osteoporose precoce como conseqüência da

amenorréia. De acordo com Mantoanelli et al (2002), nos Estados Unidos a amenorréia atinge

até 66% das atletas de competição, e algumas de suas possíveis causas são: perda de peso,

excesso de treino, perda de estoques específicos de gordura corporal e dieta inadequada. A

baixa densidade óssea está também correlacionada com o tempo de amenorréia (Santos et al,

2004).

A maior idade, menor escolaridade, menarca tardia, menopausa em idade mais precoce

e menor índice de massa corporal são fatores identificados como de risco para diminuição da

massa óssea (Costa-Paiva et al, 2003). A histerectomia com conservação ovariana bilateral,

realizada em mulheres no menacme, não parece ocasionar redução adicional da massa óssea,

quando avaliadas na pós-menopausa (Hobeika et al, 2000). Há indícios de que os benefícios

da amamentação à saúde da mulher sejam muito importantes, confirmando-se o menor risco

de câncer de mama e ovário, menor índice de fraturas de quadril por osteoporose, e

contribuição para o maior espaçamento entre gestações (Rea, 2004).

Evidências indicam que muitas doenças crônicas resultam da interação de fatores

genéticos, ambientais e estilo de vida e, neste último, destaca-se a dieta como a maior

responsável. Um fator que pode tornar-se prejudicial à saúde óssea é o consumo dietético

inadequado de cálcio, pois uma das principais deficiências nutricionais no climatério refere-se

a este nutriente (Montilla et al, 2004). Este fato compromete a mineralização e a manutenção

óssea, promovendo, desta forma, o agravamento da osteoporose (Johnston, 1994; Stevenson,


1989). Alguns estudos sobre consumo alimentar (Galeazzi et al, 1997; Montilla et al, 2003;

Sampaio, 1997) mostram que dos nutrientes avaliados, o cálcio é o que apresenta maior

inadequação. Galeazzi et al (1997) verificaram o consumo alimentar no Rio de Janeiro,

Campinas, Curitiba, Goiânia e Ouro Preto. Neste estudo, nas cinco cidades brasileiras, o

consumo médio de cálcio em mulheres, com idade de 45-65 anos, foi de 917 mg de cálcio. De

fato, os resultados deste e de outros estudos (Galeazzi et al, 1997; Menezes, 2000; Montilla et

al, 2003; Novaes, 1997; Sampaio, 1997) mostraram que o consumo de cálcio apresentou-se

muito abaixo dos padrões recomendados. Também em adolescentes o consumo de cálcio está

muito abaixo das recomendações atuais, refletindo-se na baixa densidade do mineral na dieta

diária (Lerner et al, 2000). Seria desejável uma densidade de pelo menos 550 mg Ca/1000

Kcal para alcançar os 1200 mg diários recomendados (Lerner et al, 2000). Pacientes com

anorexia nervosa têm baixa ingestão de cálcio e perda significativa de massa óssea, que estão

diretamente relacionadas entre si (Santos et al, 2004). Para reforçar ainda mais a importância

do consumo adequado de cálcio na prevenção da osteoporose, Yates et al (1998) admitem que

o incremento da ingestão do cálcio na dieta (1000-1200 mg), mesmo em mulheres na pós-

menopausa, retarda eventuais perdas de cálcio ósseo. Contudo, Hegsted (2001) considera que

existem poucas evidências sobre o alto consumo deste nutriente e a efetiva prevenção de

fraturas. Além disto, este autor afirma que as recomendações de cálcio são tão altas

atualmente, que é difícil atingi-las sem mudanças nos hábitos alimentares.

Dieta com baixa ingestão de cálcio e excessivo consumo protéico pode comprometer

ainda mais a osteoporose (Sakamoto & Halbe, 1995). Com o propósito de evitar este tipo de

problema e, conseqüentemente proteger os ossos, Heaney (1998) sugere que a relação

cálcio/proteína da dieta seja de 20/1 (mg/g). Vários estudos indicam que o consumo excessivo

de proteína pode ter efeito deletério, seja por estimular as perdas excessivas de cálcio ou por

acelerar a diminuição da função renal vinculada à idade (Heaney, 1998; Heaney et al, 1982;
Johnston, 1994). Este fato deve ser levado em consideração devido à redução progressiva de

massa óssea, principalmente em mulheres na pós-menopausa (Johnston, 1994). Uma eventual

orientação nutricional é inicialmente adequar o consumo do cálcio, que comumente é o

nutriente mais deficiente e tem recomendação aumentada durante o climatério; e tão somente

após a adequação do cálcio, objetivar-se-á adequar o consumo da proteína (Montilla et al,

2004). Portanto, na relação cálcio/proteína de 20/1 (mg/g) parece ser mais coerente estimular

dieteticamente o consumo de cálcio e, a partir deste, adequar a quantidade de proteína da

dieta, a fim de proteger o sistema ósseo contra a osteoporose (Montilla et al, 2004). De acordo

com Heaney (2000), o efeito positivo da proteína está relacionado à constituição óssea, de

modo que 50% do osso são formados por colágeno, e a outra metade por cálcio (Hegsted,

2001). Os aminoácidos do colágeno não são reutilizados em nova síntese protéica e quando a

proteína dietética é insuficiente, a reconstrução torna-se prejudicada devido a outras

prioridades funcionais deste nutriente. Portanto, em dieta com consumo inadequado de cálcio

e de proteína, a reconstrução óssea está limitada (Montilla et al, 2004).

A respeito do elo dieta-saúde, um novo conceito de alimento funcional com efeitos

protetores e preventivos é apresentado com alguns exemplos largamente estudados; dentre

estes, a proteção da osteoporose através de fitoestrógenos da soja (Angelis, 2001). Durante as

últimas décadas, evidências vêm demonstrando que as isoflavonas podem trazer benefícios no

controle de doenças crônicas, tais como câncer, diabetes mellitus, osteoporose e doenças

cardiovasculares (Esteves & Monteiro, 2001). Estes compostos estão amplamente distribuídos

no reino vegetal, e concentrações relativamente maiores são encontradas nas leguminosas, em

particular, na soja. As isoflavonas podem também prevenir a osteoporose e a perda óssea na

pós-menopausa (Esteves & Monteiro, 2001).

Em locais onde a exposição aos raios do sol durante o inverno é limitada, a BMD pode

apresentar variações sazonais, elevando-se durante o período do verão e diminuindo durante o


inverno (Stringari et al, 2004). Tem sido sugerido que esta variação pode influenciar a

avaliação prospectiva de estudos de BMD (Stringari et al, 2004).


3 - Distúrbios endócrinos que influenciam a osteoporose
3 - Distúrbios endócrinos que influenciam a osteoporose

O estudo da inter-relação entre os distúrbios endócrinos, tão comuns na idade

avançada, e a osteoporose é fundamental, pois deste conhecimento poderão advir meios de

controle e tratamento adequados, bem como a definição da real natureza do distúrbio ósseo

(Ribeiro et al, 2003). A deficiência dos esteróides sexuais, principalmente a de estrógeno, é

considerada a principal causa de osteoporose (Ribeiro et al, 2003). Na maioria dos estudos de

BMD em pacientes com síndrome de Turner é atribuída à osteoporose a ausência do

desenvolvimento puberal e ao hipoestrogenismo (Costa et al, 2002). Na síndrome de Turner

evidencia-se a perda parcial ou total de um dos cromossomos X, hipogonadismo

hipergonadotrófico e baixa estatura (Costa et al, 2002).

O hipertireoidismo é considerado um dos fatores de risco para indução ou agravamento

da osteoporose e tem despertado o interesse para o estudo dos efeitos de T3 e T4 sobre o

metabolismo ósseo (Ribeiro et al, 2003). Efeitos osteopênicos do hormônio tireoideano foram

primeiramente descritos há mais de um século atrás (Recklinghausen, 1891). Recentemente

Gouveia (2004) relatou que o hormônio tireoideano é essencial para o desenvolvimento,

maturação e metabolismo ósseos normais. Durante o desenvolvimento, a deficiência do

hormônio tireoideano resulta em atraso na maturação do esqueleto e disgênese das epífises,

resultando em redução do crescimento e anormalidades esqueléticas. O hormônio tireoideano

também tem efeito no osso do adulto. Estudos revelam diminuição de BMD no fêmur, coluna

lombar e antebraço; e aumento do risco de fraturas em pacientes hipertiróideos não tratados

(Diamond et al, 1994; Solomon et al, 1993; Vestergaard & Mosekilde, 2002). Uma meta-

análise recente mostrou que o tratamento do hipertireoidismo restaura a massa óssea aos

níveis da normalidade, mesmo quando nenhuma medida anti-osteopênica é tomada, a não ser

a restauração do status eutiróideo (Vestergaard & Mosekilde, 2003).


Embora o hipotireoidismo e a afuncionalidade das gônadas seja uma associação

freqüente na mulher, a hipofunção da tireóide não é considerada fator de risco para a

osteoporose na menopausa (Ribeiro et al, 2003). Apesar da permanente controvérsia referente

ao hipertireoidismo sub-clínico representar ou não um fator de risco para a osteoporose, um

grande número de estudos mostra uma forte associação entre os níveis séricos de hormônio

tireotrófico (TSH) e o metabolismo ósseo (Gouveia, 2004). Além disto, estudos também

sugerem a necessidade de se normalizar o TSH, além do T3 e T4 livres, durante terapia com

tionamidas, com o objetivo de se normalizar o metabolismo ósseo (Gouveia, 2004). Assim

sendo, é prudente considerar que pacientes com hipertireoidismo sub-clínico sejam

pertencentes a um grupo de risco da osteoporose, especialmente porque muitos deles podem

permanecer nesta condição por período prolongado (Gouveia, 2004).

Os hormônios tireoidianos podem influenciar o metabolismo e o turnover ósseo,

induzindo perda de massa óssea em hipertireoideos e em hipotireoideos na vigência de

reposição hormonal (Stamato et al, 2000). As disfunções tireoideanas levam a alterações na

dinâmica de secreção de hormônio paratireóideo ou paratohormônio (PTH) e de calcitonina

(Stamato et al, 2000). O excesso de PTH ativo é clinicamente diagnosticado como

hiperparatireoidismo e está relacionado dentre as causas de osteoporose, associado a elevado

risco de fraturas e a uma doença óssea com substrato anátomo-patológico característico,

denominada de osteíte fibrosa cística (Marx, 2000). Uma elevação dos níveis plasmáticos de

PTH está envolvida na fisiopatologia da perda óssea na osteoporose senil, como conseqüência

à deficiência de vitamina D (Riggs et al, 1998).

Segundo Moreira et al (2004) distúrbios no eixo cálcio-PTH-vitamina D são

freqüentemente associados às doenças hepáticas crônicas (DHC). Já foi demonstrado que

pacientes com DHC apresentam uma tendência à diminuição do cálcio e vitamina D, com

aumento compensatório do PTH. Embora a diminuição da hidroxilação da vitamina D em 25


(OH) vitamina D fosse considerada o mecanismo principal destas alterações, estudos recentes

(Moreira et al, 2004) vêm demonstrando que, mesmo nos estágios avançados da doença, o

fígado ainda consegue manter níveis adequados de 25 (OH) vitamina D. Desta forma, outros

fatores tais como dieta inadequada e diminuição da exposição à luz solar seriam os

responsáveis pelas alterações no eixo cálcio-PTH-vitamina D. Além disto, o tratamento das

DHC com glicocorticóides (em casos de fibrose cística) e ribavirina (em casos de Hepatite C)

parece contribuir como agravante destes distúrbios. Por outro lado, parece ser a osteoporose, e

não a osteomalácia ou o hiperparatireoidismo secundário, a principal alteração nas DHC

(Moreira et al, 2004).

O hipercortisolismo crônico é a causa mais freqüente de osteoporose secundária,

acometendo principalmente o osso trabecular (Lanna et al, 2003). A elevação da secreção de

PTH pode ser secundária a distúrbios do metabolismo mineral induzidos pelo

hipercortisolismo, tais como diminuição na absorção intestinal, aumento da excreção renal de

cálcio, diminuição no número de receptores paratireoideanos para a 1,25(OH)2D3,

anormalidades no limiar de sensibilidade do cálcio set point para a secreção do PTH e

alteração na sua atividade (Lanna et al, 2003).

2.2 - Epidemiologia da osteoporose

Sabe-se que entre as principais causas de morbidade que acometem a mulher no

climatério, incluem a osteoporose, doença de grande impacto socioeconômico e na saúde

pública, em função de seus altos custos diretos e indiretos (Marques-Neto, 2001). Segundo

dados recentes, no grupo etário de 50 anos, verificam-se cinco mulheres acometidas por

osteoporose para cada homem (Marques-Neto, 2001). Além disto, com o aumento da

expectativa de vida, cresce também o número de idosos e de fraturas osteoporóticas,

particularmente em mulheres. Com este aumento da expectativa de vida observado no último


século, tanto em países desenvolvidos como nos países em desenvolvimento, a incidência e a

prevalência da osteoporose e seu custo para a sociedade estão aumentando consideravelmente

(Junqueira, 2001). Estudos com dados de países desenvolvidos mostram que o número de

indivíduos com 45 anos ou mais passou de 155 milhões em 1960 para 206 milhões em 1980,

tendo alcançado 257 milhões no ano 2000; este aumento também é válido para os países em

desenvolvimento (Iqbal, 2000). Estima-se que mais de 200 milhões de mulheres no mundo

tenham osteoporose e que o número de fraturas de quadril decorrentes da osteoporose, que

ocorrem a cada ano, irão passar de 1,66 milhões para 6,26 milhões em 2050 (Junqueira, 2001).

No Brasil, estima-se que a proporção de idosos (maior de 65 anos) saltará de 5,1% em 2000,

para 14,2% em 2050 (Machado, 1993).

Nos Estados Unidos, a osteoporose é a maior ameaça para a saúde de 24 milhões de

pessoas, 80% das quais são mulheres, sendo que 10 milhões já apresentam a doença, que mata

37.500 pessoas por ano, em decorrência de complicações posteriores a fraturas (Junqueira,

2001). Projetam-se gastos de 62 bilhões de dólares com fraturas de quadril, nos Estados

Unidos, para o ano de 2020 (Junqueira, 2001). A prevalência de fraturas osteoporóticas

aumenta significativamente em mulheres após a menopausa (Junqueira, 2001). Acredita-se

que por volta de 25% das mulheres na menopausa nos Estados Unidos venham a sofrer de

alguma fratura óssea em decorrência da osteoporose (Ramalho et al, 2001). Fraturas proximais

de fêmur são associadas com maior número de mortes, incapacidade e custo médico maior do

que as outras fraturas osteoporóticas juntas (vertebral e rádio distal) (Ramalho et al, 2001). No

Brasil não há ainda números representativos do perfil da osteoporose (Marques-Neto, 2001).

Temos de um lado um país desenvolvido com acesso ao sistema de saúde para uma grande

parcela da população e, por outro lado, o Brasil, onde a maioria das pessoas tem dificuldade

de acesso aos serviços de assistência à saúde e baixa situação socioeconômica (Kowalski et al,

2000).
A BMD das mulheres brasileiras é praticamente o mesmo de uma população norte-

americana previamente descrita (Lewin et al, 1997). O BMD vertebral e femoral das

brasileiras estudadas comportou-se, em função da idade, de forma semelhante à de outras

populações brancas; havendo o cuidado de corrigir o peso corpóreo, a BMD das mulheres

brasileiras é comparável ao de mulheres norte-americanas; e o peso corpóreo é importante na

aquisição e diminuição da massa óssea, além de influenciar a relação BMD/idade (Lewin et al,

1997).

A preocupação com os custos dos tratamentos de enfermidades crônicas tem ocupado

um capítulo importante da política de saúde brasileira (Ragi Eis, 2004). De acordo com

Kowalski et al (2000), as despesas com tratamento, sob a perspectiva das pacientes, é de

R$730,78 por paciente por ano ou R$60,89 por mês (11% da renda familiar mensal), de modo

que a distribuição foi a seguinte: medicação (77,8%), meio de transporte (20,77%),

contratação de serviços e equipamentos (1,3%). Considerando-se os custos diretos médios

anuais sob a perspectiva da sociedade, chegou-se ao valor de R$906,63 por paciente, sendo

82% utilizados com recursos médico-hospitalares e 18% com recursos não médico-

hospitalares. Percebe-se que os itens de maior peso nos custos do tratamento da osteoporose

recaem sobre os pacientes que devem comprar os medicamentos e pagar as tarifas de

transporte, tudo a partir de uma renda familiar média de R$534,00. Acrescentando-se os

custos indiretos médios anuais de R$1,55 por paciente, chega-se aos custos médios totais de

R$908,18 por paciente por ano (Kowalski et al, 2000). Contudo, resultados baseados na tabela

de reembolso Sistema Único de Saúde (SUS) podem levar a custo abaixo da realidade

(Junqueira, 2001).

De acordo com Kowalski et al (2000), no Brasil não existem dados relacionados à

utilização de recursos e custos decorrentes da osteoporose pós-menopausa, de modo que

trabalhos para determinar a incidência e fatores de risco para osteoporose em nível


populacional precisam ser elaborados. Estudos de custo-efetividade no tratamento de

osteoporose, utilizando-se métodos da medicina baseada em evidências e análise econômica

em saúde, podem apresentar resultados sobre os custos poupados com o emprego de diferentes

intervenções. Paralelamente, deve-se analisar o grau de atenção com a osteoporose por parte

dos médicos nos centros de atendimento à saúde, dos primários aos terciários. Baseados nos

resultados, propostas de intervenções para osteoporose que proporcionem os melhores

resultados para o maior número possível de pessoas, com o menor custo, devem partir de

políticas de saúde que envolva a participação de autoridades das áreas médica, econômica,

social, e representantes da população (Kowalski et al, 2000).


4 - Remodelagem óssea
4 - Remodelagem óssea

O osso é um tecido vivo com uma matriz protéica colagenosa impregnada com sais

minerais, especialmente fosfato de cálcio, de modo que a qualidade óssea ou microarquitetura

trabecular é responsável por cerca de 30 a 50% da resistência mecânica do osso (Ganong,

1977; Kleerekoper et al, 1985; Russo, 2001; Stevenson & Whitehead, 1982). O osso é celular,

bem vascularizado, e durante toda a vida os minerais do esqueleto estão sendo ativamente

trocados. O sistema ósseo é um tecido metabolicamente ativo, sendo submetido a contínuo

processo de renovação, denominado remodelagem óssea, de modo que os ossos estão

constantemente sendo reabsorvidos e novamente formados. A remodelação óssea é um

fenômeno que nos acompanha ao longo da vida, sendo fundamental para a renovação do

esqueleto e preservação da sua qualidade (Saraiva & Lazaretti-Castro, 2002).

As células ósseas primariamente relacionadas com a remodelagem óssea são os

osteoblastos, os osteocitos e os osteoclastos, os quais são intertransformáveis, podendo-se

então considerá-los como etapas de um único tipo celular. Os osteoblastos são as células

formadoras dos ossos, já que secretam colágeno e formam a matriz que as envolve, a qual

então se calcifica; os osteocitos são células ósseas envolvidas pela matriz calcificada; os

osteoclastos são células multinucleadas, responsáveis pela erosão e reabsorção de ossos

previamente formados (Ganong, 1977). Normalmente a reabsorção óssea promovida pelos

osteoclastos ocorre primeiro, seguida por uma atividade acoplada, apesar de bem mais lenta,

da linhagem que forma osso novo, osteoblástica (Canalis, 1966). Assim, a reabsorção é

seguida da formação óssea em ciclos constantes, orquestrados pelas células do tecido ósseo

(Rico et al, 1993; Vieira, 1999). Em situações fisiológicas, a reabsorção e a formação são

processos antagônicos, mas que estão acoplados e dependentes, e o predomínio de um sobre o

outro pode resultar em ganho ou perda de massa óssea (Hanley, 2000; Rico et al, 1993; Vieira,

1998; Vieira, 1999). Se os osteoblastos falham, uma perda progressiva do ciclo de renovação
se estabelece. Uma série de condições como idade, doenças ósteo-metabólicas, mobilidade

diminuída, ação de algumas drogas, entre outros, podem alterar o equilíbrio entre formação e

reabsorção óssea, levando ao predomínio de um sobre o outro, com conseqüências

metabólicas (tais como a hiper ou a hipocalcemia) e/ou mecânicas, tal como a osteoporose

(Mundy, 1999).

O cálcio é substrato essencial para a formação da massa óssea, fazendo-se presente em

todas as fases da curva ontogênica de desenvolvimento do esqueleto (Gráfico 1). Torna-se

necessário, entretanto, a atividade física para a aquisição e a manutenção da massa óssea

(Junqueira et al, 2001). Segundo Russo (2001), a massa óssea aumenta durante a infância e

nos primeiros anos da vida adulta, atingindo um pico por volta dos 25 a 30 anos. Perto de 10%

do esqueleto está continuamente ativo, no processo de remodelagem.

Gráfico 1 - Importância do cálcio na curva ontogênica de desenvolvimento do esqueleto (adaptado de Russo,


2001)

4.1 - Ação do PTH na remodelagem óssea

O PTH é um hormônio com 84 aminoácidos em sua forma final, sendo sintetizado

pelas paratireóides. Após sua síntese, permanece armazenado em vesículas de secreção e pode
sofrer metabolização intracelular, sendo que os fragmentos amino-terminais são degradados e

os fragmentos carboxi-terminais de tamanhos variados são liberados para a circulação

sanguínea, juntamente com a forma ativa. A molécula intacta é rapidamente clareada do

sangue pelo fígado, tendo meia-vida inferior a 4 minutos (Gracitelli et al, 2002). Os

fragmentos carboxi-terminais, entretanto, são excretados pelos rins e possuem meia-vida mais

prolongada (Strewler, 1997). Fragmentos amino-terminais não foram Até o momento

identificados na circulação, indicando que as ações fisiológicas conhecidas ocorram apenas

através da molécula intacta (Gracitelli et al, 2002). A perda dos aminoácidos iniciais da

molécula, particularmente dos dois primeiros, reduz em muito sua atividade biológica, embora

não impeça sua ligação ao receptor (Gracitelli et al, 2002). Fragmentos 7-84 circulantes já

foram identificados em indivíduos normais e especialmente em renais crônicos, sendo que

nestes últimos chega a contribuir com cerca de metade do total de PTH circulante (Kunii &

Vieira, 2001; Lepage et al, 1998).

A ação do PTH se faz diretamente sobre os ossos e os rins e indiretamente sobre o

intestino, elevando o fluxo de cálcio para a circulação sanguínea (Gracitelli et al, 2002).

Conforme pode ser evidenciado na Figura 1, seus efeitos biológicos se fazem através de um

receptor de membrana acoplado à proteína G, denominado receptor PTH tipo I ou PRPI

(Gracitelli et al, 2002; Marx, 2000). Um receptor do PTH tipo II foi também descrito

recentemente, mas curiosamente seu ligante não é o PTH (Usdin et al, 1999). Os receptores de

PTH foram identificados nos osteoblastos e seus precursores, as células progenitoras

pluripotentes de linhagem mesenquimal (Swarthout et al, 2002). Nos osteoclastos ou em seus

precursores não se identificou até o momento nenhum receptor de PTH, o que nos leva a

concluir que todos os efeitos do PTH sobre a reabsorção óssea são intermediados pelos

osteoblastos (Strewler, 2001). A ativação dos osteoblastos pelo PTH resulta na expressão de

genes importantes para a degradação da matriz, a produção de fatores de crescimento e a


estimulação e recrutamento dos osteoclastos (Gracitelli et al, 2002). A maioria dos efeitos

sobre os osteoblastos é mediada pelo receptor acoplado à proteína Gs (Figura 2), que estimula

a adenil-ciclase elevando as concentrações de AMP cíclico (AMPc), que ativa o sistema da

proteína-quinase A (PKA), associada à secreção de interleucina 6 (IL-6) e do ligante da

osteoprotegerina (OPG-L), fatores vinculados à reabsorção óssea. Os efeitos anabólicos

ósseos parecem estar mais associados à ligação do PTH ao PRPI acoplado à proteína Gq, que

ativa a proteína quinase C (PKC), controlando a produção de fatores de crescimento (IGF-I,

IGF-II e TGF-b) (Goltzman, 1999). O equilíbrio entre estes dois sistemas permite o efeito

biológico global do PTH (Gracitelli et al, 2002).

Figura 1 - O PTH (1-84) liga-se ao receptor PTH tipo I desencadeando efeitos ósseos e renais (adaptado de
Gracitelli et al, 2002).

Osteoblastos e células estromais estão envolvidos na osteoclastogênese através de suas

interações célula a célula com osteoclastos progenitores (Ma et al, 2001; Suda et al, 1995).

Estudos indicam que, sob estímulo do receptor PTH/PTHrp, a célula osteoblástica madura

secreta o fator de diferenciação osteoclástica, chamado de ligante da osteoprotegerina (OPG-

L), que tem sua transcrição ativada pela via da PKA (Suda et al, 1995). Dependendo do
estímulo, as células osteoblásticas secretam tanto a osteoprotegerina (OPG) como seu ligante

(OPG-L) (Figura 3). De grande importância no acoplamento entre osteoblastos e osteoclastos,

a OPG, um receptor solúvel da família do fator de necrose tumoral, inibe a diferenciação e

ativação dos osteoclastos por competir pela OPG-L (Bekker et al, 2001). A OPG-L tem a

capacidade de se ligar ao receptor de membrana (RANK) nas células progenitoras

hematopoiéticas induzindo a diferenciação em osteoclastos (Gracitelli et al, 2002). Além

disto, o hormônio estimula a síntese de Interleucina-6, também capaz de desencadear a

diferenciação osteoclástica provavelmente pelas mesmas vias (Goltzman, 1999; Mitnick et al,

2001).

Figura 2 - O principal mecanismo intracelular da ação do PTH nos ossos decorre de sua ligação ao receptor
específico tipo I (PRPI), acoplado à proteína G. O PRPI acoplado à proteína Gs estimula a adenil-ciclase. Os
efeitos anabólicos ósseos parecem estar mais associados à ligação do PTH ao PRPI acoplado à proteína Gq
(adaptado de Gracitelli et al, 2002).

Estudos in vivo demonstraram que infusões contínuas de PTH, causadoras de

reabsorção óssea, desencadeiam uma diminuição da OPG e um aumento da OPG-L, capaz de

induzir a diferenciação dos osteoclastos (Ma et al, 2001). É claramente comprovado que a

ativação da via da adenil-ciclase (Ac) pelo PTH é essencial para a maioria das funções
osteoblásticas (Gracitelli et al, 2002). Embora a via da Ac/AMPc/PKA ative genes primordiais

como c-fos, o sistema da PKC também se tem mostrado importante para a função

osteoblástica quando o PTH é fornecido de maneira intermitente (com doses diárias)

(Gracitelli et al, 2002). Este fato sugere que o sistema da PKC participe da transcrição protéica

associada ao aumento da massa óssea com PTH intermitente, conforme observado em alguns

estudos (Goltzman, 1999). De uma forma global o PTH induz nas células estromais a

expressão de genes relacionados a vários fatores de crescimento, incluindo IGF-1, IGF-2,

TGF-β (transforming growth factor beta) (Gracitelli et al, 2002). Além disto, o PTH induz a

produção de IGF binding protein (IGFBP), como IGFBP-1, -3, -4 e -5 (Goltzman, 1999;

Rosen, 2001). Estes fatores de crescimento agem recrutando células pre-osteoblásticas,

derivadas das células estromais da medula óssea, e induzem a diferenciação e maturação

destas em osteoblastos maduros, capazes de sintetizar colágeno em grande quantidade

(Goltzman, 1999).

Figura 3 - O PTH estimula a síntese de OPG-L e inibe a produção de OPG, de modo que a OPG-L estimula a
diferenciação dos osteoclastos, enquanto que OPG neutraliza sua ação (adaptado de Gracitelli et al, 2002).

Vale ressaltar que o receptor sensível ao cálcio extracelular (CaR) é um receptor

acoplado à proteína G (GPCR), que exerce um papel essencial na regulação da homeostase do


cálcio extracelular (Miyashiro & Hauache, 2002). O CaR encontra-se expresso em todos os

tecidos relacionados com o controle desta homeostase (i.e., paratireóides, células C

tireoideanas, rins, intestino e ossos) (Miyashiro & Hauache, 2002). O reconhecimento do

papel fundamental do CaR na manutenção da homeostase do cálcio extracelular motivou o

desenvolvimento de drogas capazes de modular a função do CaR, ativando-o (drogas

calcimiméticas) ou inativando-o (drogas calciolíticas) (Miyashiro & Hauache, 2002). Tais

drogas têm uma implicação terapêutica potencial, como o controle clínico de casos específicos

de hiperparatireoidismo primário e urêmico com o uso de drogas calcimiméticas e um

tratamento promissor para osteoporose com o uso de drogas calciolíticas (Miyashiro &

Hauache, 2002).

Trabalhos norte-americanos desenvolvidos na década de 30 do século passado

mostraram um efeito anabólico do PTH usado de maneira intermitente em ratos jovens

(Dempster et al, 1993). Entretanto, experimentos realizados in vitro em cultura de tecido

(calvaria de ratas) demonstraram posteriormente que a adição do PTH ao meio de cultura

inibia a síntese de colágeno e aumentava a reabsorção óssea, trazendo confusão sobre o

assunto (Dietrich et al, 1976). Em 1980, um estudo multicêntrico observou efeitos anabólicos

do PTH sobre o osso trabecular em pacientes com osteoporose (Reeve et al, 1980). Em 1982,

Tam et al observaram que o PTH apresenta efeitos diferenciados a depender da forma de

administração. Eles observaram que injeções subcutâneas diárias de PTH [1-84] em ratos

aumentam de maneira significativa a formação óssea, demonstrada na biópsia óssea pelo

volume trabecular e superfície de formação, sem alterar a superfície de reabsorção; por outro

lado, quando o PTH é infundido continuamente, além de aumentar a formação, ocorre uma

elevação das superfícies de reabsorção e uma redução do volume trabecular. Em 1997,

Lindsay et al apresentaram os resultados de um grupo de 17 mulheres osteoporóticas em

reposição estrogênica que utilizaram 25µ g de PTH [1-34] ou placebo via subcutânea
diariamente por 3 anos. Observaram um incremento de 13% na densidade mineral óssea de

coluna lombar e de 2,5% em colo de fêmur, comparados ao grupo que somente recebeu

placebo. Nos seis primeiros meses de tratamento constataram uma importante elevação dos

marcadores de remodelagem óssea, que retornaram aos valores iniciais após três anos de

tratamento. Como complementação deste estudo, o grupo de pesquisadores liderados por

Lindsay (Cosman et al, 2001) avaliou a resposta a hipocalcemia induzida por EDTA em

pacientes tratadas por três anos com PTH, e concluíram que não houve interferência do

tratamento sobre as funções das paratireóides. Ainda nestas pacientes, Lindsay e seu grupo

estudaram a estabilidade da massa óssea, após a parada do PTH utilizado previamente por três

anos. Os resultados demonstraram que não houve perda significativa da BMD após um ano de

suspensão do PTH em mulheres que permaneceram em reposição estrogênica (Cosman et al,

2001). Em outras situações além da osteoporose na pós-menopausa, o PTH tem-se mostrado

eficiente, como na osteoporose secundária a corticoterapia crônica e na osteoporose do

homem (Lane et al, 1998).

Recentemente Neer et al (2001), em um estudo multicêntrico controlado, durante 21

meses, seguiram 1.637 mulheres em pós menopausa com história prévia de fraturas vertebrais

que receberam diariamente 20µ g ou 40µ g do fragmento 1-34 do PTH recombinante ou

placebo por via subcutânea. O tratamento com 20µ g ou 40µ g de PTH foi associado com

uma redução de novas fraturas vertebrais em respectivamente 65% e 69%, e fraturas não

vertebrais em 53% e 54 %, quando comparadas ao placebo. Houve um incremento dose-

dependente da massa óssea em coluna, fêmur e corpo total, e uma redução da densidade

mineral em antebraço apenas com a dose de 40µ g. Os efeitos colaterais foram leves e

menores com a dose de 20µ g. Estes números superam os obtidos com as drogas anti-

reabsortivas até então disponíveis, que atuam reduzindo o turnover ósseo. O PTH, ao

contrário, aumenta este turnover, estimulando tanto a formação quanto à reabsorção (Neer et
al, 2001). Nada semelhante havia sido obtido até então. Um olhar mais cuidadoso nos dados

mostra que o ganho de massa óssea foi predominantemente trabecular, como era de se esperar

pelo efeito conhecido do PTH sobre o osso (Vieira, 2002). Os achados foram comprovados

também em homens, onde a diminuição do risco de fraturas vertebrais ficou em torno de 50%,

e efeitos colaterais foram considerados pouco importantes nos dois estudos (Vieira, 2002). A

aprovação recente pela Federal Drug Administration (FDA) para uso no tratamento de

osteoporose corrobora os achados (Vieira, 2002). Em resumo, apesar do inconveniente da

necessidade de injeções diárias do peptídeo, e do custo elevado, a terapêutica com PTH-(1-34)

recombinante é a primeira real terapêutica anabólica disponível, com aplicação bastante ampla

e promissora (Vieira, 2002).

O PTHrp, secretado por tumores e responsável por 80% das hipercalcemias

paraneoplásicas, foi identificado na década de 80 (Strewler, 2000). O PTHrp possui ações

endócrinas especialmente durante a vida fetal, quando é responsável pela manutenção dos

níveis de cálcio do feto (Gracitelli et al, 2002). Após o nascimento, as paratireóides iniciam a

síntese de PTH e este assume o controle sobre a calcemia (Gracitelli et al, 2002). A produção

do PTHrp é mantida em diversos tecidos normais, tais como epitélios, tecidos mesenquimais,

glândulas endócrinas e tecido nervoso central, demonstrando funções biológicas próprias, mas

sua ação passa a ser predominantemente parácrina e autócrina (Gracitelli et al, 2002). Suas

concentrações plasmáticas estão elevadas na hipercalcemia humoral associada a malignidade,

sendo produzido por grande número de neoplasias malignas, especialmente das linhagens

epiteliais (Gracitelli et al, 2002). Com seqüência e estrutura molecular muito semelhantes ao

PTH em sua porção amino-terminal (Figura 4), o PTHrp compartilha o mesmo receptor do

PTH nas cartilagens, nos ossos e nos rins (Figura 1); os fragmentos carboxi-terminais parecem

ter ações distintas, utilizando provavelmente outros receptores (Gracitelli et al, 2002; Strewler,

2000).
Figura 4 - Estrutura linear do PTH, cuja semelhança com o PTHrp é mostrada através dos aminoácidos em preto,
os quais são idênticos em ambas moléculas (adaptado de Gracitelli et al, 2002).

Estudos in vivo indicam uma função importante do fragmento C-terminal do PTHrp

sobre a função osteoblástica (De Miguel et al, 1999). A região entre os aminoácidos 107 e 139

deste hormônio age tanto estimulando a proliferação dos osteoblastos quanto inibindo a

atividade osteoclástica, indicando importantes funções na regulação do osso (Cornish et al,

1999; De Miguel et al, 1999). Além disto, estudo in vitro de Esbrit et al (2000) comprovaram

a ação do fragmento C-terminal do PTHrp sobre a angiogênese óssea, o qual é um importante

fator na remodelagem óssea. Ligando-se a um receptor específico tipo C, este fragmento

desencadeia um processo intracelular através da PKC, estimulando a expressão gênica do fator

de crescimento vascular (VEGF) e sua secreção (Esbrit et al, 2000). Ao mesmo tempo em que

estas pesquisas sobre mecanismos de ação estão se desenvolvendo, outros fragmentos e novos

análogos do PTH e PTHrp vêm sendo produzidos e estudados (Gracitelli et al, 2002).
5 - Densitometria óssea

5 - Densitometria óssea
O diagnóstico da osteoporose inclui não somente a anamnese e o exame físico, mas

principalmente a medida da BMD, através da densitometria óssea por dexa (dual-energy X-

ray absorptiometry) (Junqueira et al, 2001). A quantificação da densidade óssea através do

dexa é o método de maior acurácia para o diagnóstico de osteoporose. Entretanto, este método

apresenta a desvantagem de usar radiação ionizante e de medir a densidade de todos os

componentes minerais, incluindo osteófitos, calcificações vasculares e extravertebrais, as

quais podem influenciar os resultados da densidade óssea, dificultando a interpretação

densitométrica (Paiva et al, 2002). Os osteófitos e a consolidação de fraturas de coluna lombar

podem superestimar a densidade óssea, de modo que em pacientes mais idosas a interpretação

dos resultados densitométricos deve ser complementada pela radiografia simples de coluna

lombar para minimizar este efeito (Paiva et al, 2002).

Apesar de alta correlação da BMD entre os sítios ósseos, a ocorrência de osteoporose

varia de acordo com o sítio avaliado (Zanette et al, 2003). Por este motivo existe discordância

nos resultados densitométricos de acordo com a área estudada (Zanette et al, 2003). Para

julgamento clínico de risco de fratura, a avaliação combinada de dois sítios ósseos é o

procedimento mais adequado, sendo rotineiramente avaliada a coluna lombar (L2-L4) e o

fêmur proximal.

A portaria nº 1.327 do Ministério da Saúde, de 11 de novembro de 1999 passou a

incluir a densitometria óssea no âmbito do SUS, estabelecendo para sua indicação, os

seguintes critérios clínicos:

- evidências radiológicas de osteopenia ou fraturas vertebrais;

- perda de estatura ou cifose torácica;

- fratura prévia por trauma mínimo ou atraumática;

- uso prolongado de corticóides;


- hipogonadismo em homens e mulheres, incluindo mulheres na pós-menopausa, que

apresentem fatores de risco;

- história materna de osteoporose ou fratura de colo femoral;

- índice de massa corporal baixo (< 19), ou passado de estados prolongados de baixa

ingestão de cálcio;

- monitoramento das mudanças da massa óssea decorrente da evolução da doença e dos

diferentes tratamentos disponíveis da osteoporose.

No início da década de 80 a densitometria óssea estava em sua infância, sendo que os

aparelhos disponíveis eram basicamente os densitometros de fóton único baseados em fontes

radioativas (Vieira, 2002). No fim da década de 80, no entanto, já eram disponíveis os

aparelhos de dois fótons e com base em ampolas de raio X (Vieira, 2002). Recentemente, o

emprego da ultrasonografia quantitativa tem conseguido avaliar o risco para fraturas de

quadril quase que equivalente aos constatados pelo dexa, embora ainda não haja unanimidade

na padronização de técnicas (Junqueira et al, 2001). As propriedades do tecido ósseo podem

ser estudadas pelo ultra-som, através das técnicas de reflexão ou de transmissão da onda ultra-

sônica (Gregg et al, 1997; Heaney et al, 1989). A ultra-sonografia quantitativa pode ser

realizada na patela (composta predominantemente por osso trabecular), calcâneo (osso

trabecular), tíbia (osso cortical) ou nas falanges (trabecular e cortical) (Benhamou et al, 1996;

Heaney et al, 1989; Njeh et al, 1997). O calcâneo é o local mais utilizado internacionalmente e

também no Brasil, já que o calcâneo é constituído predominantemente por osso trabecular,

metabolicamente muito ativo, além de ser facilmente acessível, com superfície de trabéculas

paralelas, reduzindo assim erros no posicionamento do pé quando da realização do exame

(Castro et al, 2000; Gluer et al, 1993).


6 - Exames laboratoriais utilizados na identificação e no

monitoramento da osteoporose
6 - Exames laboratoriais utilizados na identificação e no monitoramento da osteoporose

A medida de massa óssea tem sido o método mais utilizado para diagnóstico da

osteoporose, pois trabalhos populacionais demonstraram elevada correlação entre resistência

óssea e a quantidade de matriz mineralizada, característica esta que é medida pela

densitometria óssea (Kanis et al, 1994). A BMD é uma medida pontual estática e, portanto,

não reflete as alterações dinâmicas que estão ocorrendo no tecido ósseo na ocasião do exame

(Saraiva & Lazaretti-Castro, 2002). É esta capacidade de avaliação dinâmica que se deseja em

um marcador da remodelagem óssea. Assim, para suprir esta limitação da densitometria óssea

e, desta forma, melhorar a sensibilidade e especificidade na avaliação do risco de fratura,

marcadores bioquímicos da remodelagem óssea vêm sendo desenvolvidos (Saraiva &

Lazaretti-Castro, 2002; Vieira, 1999). Doenças ósseas alteram o padrão de produção dos

marcadores bioquímicos de modo que doenças que levam à osteopenia tendem aumentar a

relação entre marcadores bioquímicos de reabsorção e os de formação, como parece ser o caso

da osteoporose (Kushida et al, 1995). O uso de marcadores bioquímicos do metabolismo

ósseo na prática clínica tem-se expandido de maneira considerável, devido inclusive ao

surgimento de novos métodos e de um melhor conhecimento sobre a fisiopatologia das

doenças ósteo-metabólicas, em especial a osteoporose (Rico et al, 1993; Vieira, 1999).

Dependendo do fenômeno biológico que expressam, os marcadores bioquímicos da

remodelagem óssea são classificados em marcadores de formação, os quais refletem a

atividade dos osteoblastos, e os de reabsorção, que refletem a atividade dos osteoclastos (Rico

et al, 1993; Saraiva & Lazaretti-Castro, 2002; Vieira, 1998; Vieira, 1999). A osteocalcina

sérica intacta e a fosfatase alcalina óssea são indicadores do processo de formação óssea,

enquanto as piridinolinas e os fragmentos telopeptídeos carboxi e amino-terminais do

colágeno tipo I melhor refletem a reabsorção óssea (Junqueira et al, 2001; Rico et al, 1993;

Saraiva & Lazaretti-Castro, 2002; Vieira, 1998; Vieira, 1999).


Durante o período de vida adulta, a atividade metabólica óssea e, conseqüentemente,

os níveis dos marcadores tendem a serem mais baixos do que os observados na infância e na

adolescência (Rauch et al, 1994). Durante a gravidez e a lactação, o metabolismo ósseo é mais

acelerado, resultando em aumento dos níveis dos marcadores de formação e de reabsorção

(Sowers et al, 1995). Nas mulheres após a menopausa os marcadores tendem também a se

elevar, com os marcadores de reabsorção apresentando um incremento maior que os de

formação (Kushida et al, 1995). Diferentemente, os níveis de marcadores permanecem

estáveis no sexo masculino até a oitava década de vida (Wishart et al, 1995). Os marcadores

bioquímicos de formação e de reabsorção óssea são utilizados para identificar mudanças na

remodelagem óssea em curtos intervalos de tempo, sendo seu emprego bem definido na

monitoração terapêutica (Junqueira et al, 2001). Na avaliação da resposta ao tratamento, os

marcadores de reabsorção têm grande sensibilidade e especificidade, podendo auxiliar no

diagnóstico e na decisão terapêutica em casos difíceis (Saraiva & Lazaretti-Castro, 2002).

Trabalhos correlacionaram o início da menopausa com o aumento significativo dos

marcadores bioquímicos e demonstraram que este aumento está relacionado com a posterior

perda de massa óssea (Garnero et al, 1996; Schlemmer et al, 1994). Há, entretanto, a

necessidade de um marcador mais precoce de ação terapêutica, já que os efeitos retratados por

mudanças na densitometria óssea são discerníveis apenas em longo prazo (mais de um ano). É

consenso atualmente que os marcadores bioquímicos preenchem tal necessidade,

independentemente do tipo de terapêutica empregada (Adami et al, 1995; Bikle, 1997;

Garnero et al, 1994). De acordo com Saraiva & Lazaretti-Castro (2002), baseando-se na

fisiologia do processo de remodelação óssea, os marcadores ideais seriam aqueles capazes de:

- diagnosticar a osteoporose;
- diferenciar pacientes classificados como perdedores rápidos (e, portanto, com maior

risco de perda óssea e fratura) dos perdedores lentos, agregando sensibilidade e

especificidade à medida de densidade óssea na avaliação de risco de fraturas;

- direcionar a terapêutica, ou seja, identificar os pacientes que se beneficiariam das

medidas anti-reabsortivas (perdedores rápidos ou de alto turnover) ou das medidas de

aumento da formação óssea (perdedores lentos, ou de baixo turnover);

- servir de marcadores da resposta à terapêutica;

- monitorar a aderência do paciente à terapia instituída.

Embora este marcador bioquímico ideal ainda não exista, novas pesquisas e ensaios estão se

desenvolvendo rapidamente e caminham nesta direção (Saraiva & Lazaretti-Castro, 2002).

6.1 - Marcadores bioquímicos da formação óssea

Durante a formação do osso, a produção da matriz colágena precede a mineralização.

A fase de produção de matriz colágena coincide com uma maior produção de fosfatase

alcalina, enquanto a mineralização coincide com uma maior produção de osteocalcina (Stein

& Lian, 1993). Conseqüentemente, doenças que alteram a diferenciação osteoblástica tendem

a alterar a relação entre os marcadores de formação. Tal fenômeno pode ser observado na

doença de Paget, na qual o aumento dos níveis de fosfatase alcalina óssea é proporcionalmente

bem maior que os de osteocalcina, sugerindo uma alteração na diferenciação dos osteoblastos

(Alvarez et al, 1995). Os estados de deficiência de vitamina D também são caracterizados por

uma alteração na diferenciação dos osteoblastos, daí o desproporcional aumento dos níveis de

fosfatase alcalina encontrados na osteomalácia (Demiaux et al, 1992).


6.1.1 - Fosfatase alcalina

A fosfatase alcalina total (FA ou Total ALP) é medida através de sua atividade e

corresponde à soma das diversas isoformas presentes no soro, de modo que mais de 90% do

seu valor corresponde as isoformas hepática e óssea. A isoenzima óssea é um peptídeo de 507

aminoácidos, cuja seqüência é exatamente igual à da isoenzima hepática, diferindo apenas no

grau de glicosilação pós-translacional (Saraiva & Lazaretti-Castro, 2002; Vieira, 1998; Vieira,

1999). Inúmeros métodos foram descritos com o intuito de separar a atividade das duas

isoenzimas, sendo os mais empregados a inativação térmica e a precipitação específica com

lectinas (Farley et al, 1993). Com a descrição de anticorpos monoclonais específicos para a

enzima óssea (Hill & Wolfert, 1989), alguns métodos específicos foram descritos, dos quais

dois merecem maior atenção: um baseado na captura específica da enzima e posterior

revelação por sua atividade enzimática intrínseca (Gomez et al, 1995) e o outro, um ensaio

imunométrico de dupla identificação (Garnero & Delmas, 1993). Apesar da grande

semelhança entre elas, os imunoensaios específicos desenvolvidos para a isoforma óssea

apresentam baixa reação cruzada (15 a 20%) com a isoforma hepática (Saraiva & Lazaretti-

Castro, 2002).

A medida da fosfatase alcalina óssea (FAO ou Bone ALP) tem vantagens sobre a total

uma vez que, além de não sofrer influências hepáticas, é mais sensível a pequenas variações

no pool circulante (Saraiva & Lazaretti-Castro, 2002). Apesar de ser um marcador de

formação óssea, também está aumentada nos distúrbios onde a reabsorção óssea predomina

devido ao fenômeno já referido de acoplamento entre os processos de reabsorção e de

formação óssea (Garnero & Delmas, 1998; Hanley, 2000; Rico et al, 1993). Na osteoporose,

entretanto, os valores de FA estão usualmente dentro da normalidade (Saraiva & Lazaretti-

Castro, 2002). Valores elevados nesta situação podem ocorrer na vigência de uma fratura ou

então sugerem fortemente a presença de outra doença óssea concomitante; justamente pelo
método não ser tecido-específico, a existência de uma produção extra-óssea, freqüentemente

hepática, não pode ser afastada (Saraiva & Lazaretti-Castro, 2002; Vieira, 1998; Vieira, 1999).

Os fenômenos ósseos associados a elevações da FA necessitam ser de grande

intensidade, como ocorre nas fraturas, na doença de Paget, na displasia fibrosa, no

hiperparatiroidismo com doença óssea avançada e na osteomalácia ou raquitismo (Saraiva &

Lazaretti-Castro, 2002; Vieira, 1999). Nestas situações a FA pode ser utilizada como um

marcador de atividade da doença ou como parâmetro de resposta ao tratamento instituído

(Saraiva & Lazaretti-Castro, 2002; Vieira, 1999). Entretanto, quando se busca maior

sensibilidade e especificidade, a isoforma óssea-específica é a mais indicada (Saraiva &

Lazaretti-Castro, 2002). Na doença de Paget, por exemplo, a FAO tem elevada acurácia

diagnóstica, estando elevada em 60% dos pacientes com níveis de FA dentro da normalidade

(Bikle, 1997; Lyles et al, 2001).

6.1.2 - Osteocalcina

A osteocalcina (OC) é a proteína não colágena mais abundante no osso e na dentina,

possui 49 aminoácidos e, embora sua função específica não seja conhecida, sabe-se que é

sintetizada predominantemente pelos osteoblastos diferenciados, incorporada à matriz óssea

extracelular e relacionada à mineralização da matriz osteóide (Saraiva & Lazaretti-Castro,

2002). Adicionalmente, estudos indicam que o aparecimento e o aumento de produção da

proteína são coincidentes com o início do processo de mineralização, sendo, portanto sua

produção um marcador do osteoblasto maduro (Owen et al, 1990). Outros estudos in vitro e in

vivo sugerem que a OC tenha importante papel no recrutamento e na diferenciação dos

osteoclastos (Chenu et al, 1994).

A OC circula em diferentes formas moleculares, que incluem a forma intacta 1-49

(36%), um fragmento amino-terminal grande 1-43 (40%) e fragmentos menores (aminoácidos


1-19, 20-43, 29-49, 34%) (Delmas, 1993). Possui em sua estrutura três ácidos glutâmicos que

lhe conferem a capacidade de ligar-se ao cálcio (Lee et al, 2000) e isto pode ser importante no

processo de mineralização da matriz óssea já formada. Segundo Saraiva & Lazaretti-Castro

(2002) uma fração (10 a 40%) da OC intacta recém sintetizada é liberada na circulação,

possuindo uma meia-vida curta, pois é rapidamente hidrolisada no fígado e rim por

metaloproteases. Os fragmentos carboxiterminais são clareados do sangue, onde permanecem

os fragmentos aminoterminais intermediários (20-49 aminoácidos), sendo esta forma

juntamente com a intacta as mais abundantes na circulação.

A OC pode ser mensurada por imunoensaios comercialmente disponíveis e específicos

para a forma intacta e/ou fragmentos, com grande variabilidade de resultados quando

aplicados a um mesmo paciente. Várias formas de OC são encontradas normalmente no soro,

e a metabolização de algumas delas é dependente da integridade da função renal, fatos estes

que são complicadores para os métodos de medida do nível de OC sérica. Esta é uma razão

pela qual os estudos comparativos entre métodos radioimunológicos mostraram diferenças

significativas entre eles, independentes do padrão de referência empregado (Delmas et al,

1990). O desenvolvimento de ensaios imunométricos baseados em anticorpos monoclonais

tornou os resultados das dosagens com diferentes métodos mais comparáveis (Garnero et al,

1992; Hosoda et al, 1992).

A interpretação dos níveis de OC deve levar em consideração uma série de fatores, já

que o peptídeo é susceptível a proteólise e deve ser coletado e manipulado com cuidados

especiais para evitar a degradação. A OC é bastante instável in vitro, sendo rapidamente

degradada em temperatura ambiente (Saraiva & Lazaretti-Castro, 2002). Por isto, é

recomendado que as amostras sejam mantidas a 4° C, imediatamente após a venopuntura até a

separação, e o soro ou plasma deve ser congelado até a dosagem (Garnero & Delmas, 1998;

Lee et al, 2000). Adicionalmente, os níveis de OC também apresentam ritmo circadiano, com
valores decrescentes durante a manhã, que começam a subir lentamente à tarde, atingindo o

pico em torno de meia-noite (Nielsen, 1994). Possivelmente há influência do ritmo de

secreção de cortisol; entre o pico e nadir, a diferença é de aproximadamente 15% (Saraiva &

Lazaretti-Castro, 2002). Além do ritmo circadiano, a interpretação dos resultados deve levar

em conta alterações sazonais, dos ciclos menstruais, carga genética (que pode ser responsável

por até 40% da variação deste marcador), metodologia empregada e condições de coleta

(Delmas et al, 2000; Heshmati et al, 1998). Valores iguais, elevados ou reduzidos em relação

aos controles normais podem ser encontrados na osteoporose pós-menopausa (Saraiva &

Lazaretti-Castro, 2002).

6.1.3 - Pró-peptídeo do colágeno tipo I

Os fragmentos de pró-colágeno produzidos durante o processo de maturação do

colágeno são liberados para a circulação e também podem ser dosados por ensaios específicos,

representando a formação óssea (Saraiva & Lazaretti-Castro, 2002). Apesar de promissor por

ser um marcador bastante específico da atividade osteoblástica, os ensaios para dosagem dos

fragmentos carboxi-terminais do pró-colágeno tipo I (PICP) mostraram até o momento baixa

sensibilidade (Saraiva & Lazaretti-Castro, 2002).

6.2 - Marcadores bioquímicos da reabsorção óssea

Os marcadores de reabsorção óssea que estão presentes na urina mostram um ritmo

circadiano com pico pela manhã e nadir ao entardecer (Nielsen, 1994; Saraiva & Lazaretti-

Castro, 2002). A diferença de aproximadamente 100% dos valores entre estes dois pontos

mostra a importância da padronização de coleta, a qual deve ser feita pela manhã (Saraiva &

Lazaretti-Castro, 2002). A grande variabilidade de valores observada, mesmo que respeitadas

as condições e horários de coleta de urina, é certamente agravada pela correção que sofrem em
função da excreção de creatinina urinária (Saraiva & Lazaretti-Castro, 2002). Tais valores não

sofrem, entretanto, influência da dieta (Garnero & Delmas, 1998; Hanley, 2000).

6.2.1 - Cálcio

O cálcio sérico permanece em equilíbrio dinâmico em várias formas, sendo que

aproximadamente 45% a 50% estão na forma iônica (que exerce a ação biológica), 40%

correspondem as frações ligadas às proteínas, principalmente a albumina, e os restantes 10% a

15% estão ligados a ânions de baixo peso molecular, como bicarbonato, citrato, fosfato e

lactato, sendo referidos como cálcio complexado (Andriolo et al, 2004). É evidente que

qualquer alteração do nível de proteínas séricas, em especial a albumina, leva a uma alteração

do conteúdo total de cálcio no soro, sem que isto implique numa alteração da fração ionizada.

Com a maturação da tecnologia de determinação de cálcio ionizado com o emprego de

eletrodos íon-específicos (Bowers et al, 1986) ficou evidente, na prática, o maior poder

diagnóstico desta determinação, que deve ser a preferida, quando disponível. A dosagem de

cálcio ionizado tem-se mostrado extremamente útil, não só nos casos de hipercalcemia, mas

também de hipocalcemia, que pode ser diagnosticada com rapidez e segurança, melhorando

significativamente a qualidade do atendimento médico, em especial o de urgência. O único

inconveniente em relação à determinação de cálcio ionizado se refere à coleta, pois o material

deve ser tratado de maneira diferenciada. No caso das dosagens em sangue total, a coleta deve

ser idealmente feita em seringas com heparina especial (titulada com cálcio para evitar

quelação). No caso de dosagens séricas, o sangue deve ser colhido em tubo a vácuo, o soro

separado rapidamente e, se for estocado, deve-se minimizar contato com ar, sendo que a

amostra de soro deve ser congelada. O ideal é a realização imediata da dosagem, o que

constitui outra vantagem adicional dos métodos íon-específicos, pois o resultado é obtido

imediatamente. Os aparelhos mais modernos de determinação de cálcio ionizado medem


concomitantemente o pH da amostra e fornecem o valor do cálcio ionizado medido e o

corrigido para pH 7,4. Um aspecto adicional que merece cuidado é a definição de valores

normais, em especial para os níveis de cálcio ionizado. Crianças apresentam valores mais altos

que adultos e as faixas de normalidade podem variar de acordo com a metodologia

empregada.

Segundo Saraiva & Lazaretti-Castro (2002), a relação cálcio/creatinina em urina de

jejum é marcador utilizado para avaliar a reabsorção óssea e deve ser colhido em jejum pela

manhã e corrigido pela excreção de creatinina na mesma amostra. É um marcador barato,

porém pouco específico, uma vez detectada a presença de hipercalciúria (> 0,11mg Ca/mg

creatinina), podendo auxiliar na detecção grandes variações na reabsorção óssea. A

especificidade diagnóstica pode ser comprometida pela presença de hipercalciúria renal

(Hanley, 2000).

A excreção urinária de cálcio é de grande importância no diagnóstico e seguimento de

inúmeras patologias ósteo-metabólicas. Do ponto de vista prático, pode ser expressa como

valor absoluto de 24 horas ou, em relação ao filtrado glomerular, em amostra isolada. As duas

formas de expressão da calciúria têm aplicações distintas. A dosagem de cálcio em urina de 24

horas é utilizada para avaliação da excreção renal de cálcio (Saraiva & Lazaretti-Castro,

2002). A excreção de 24 horas reflete o equilíbrio entre a absorção do cálcio da dieta e a perda

ou ganho do esqueleto. Os limites da normalidade estão estipulados em 4 mg/kg peso/24h

(Saraiva & Lazaretti-Castro, 2002). Numa dieta normal em cálcio, a excreção de 24 horas tem

como limite máximo 250 mg para o sexo feminino e 300 mg para o sexo masculino (Bulusu et

al, 1970). Já a calciúria em amostra isolada deve ser coletada pela manhã, após 12 horas de

jejum, desprezando-se a primeira micção e coletando nova amostra após 2 horas. Vale notar

que o horário da coleta é importante porque o mesmo será utilizado para cálculo do ritmo de

filtração glomerular. O valor de referência é bastante discutido, mas o valor de 0,16 mg/dL de
filtrado glomerular é o mais aceito. As medidas de excreção urinária de cálcio sofrem grande

influência da dieta, função renal e dos hormônios reguladores do cálcio (Saraiva & Lazaretti-

Castro, 2002). Devido a estes interferentes, embora muito utilizada, sua interpretação exige

cautela, pois as variações individuais são muito elevadas (Hanley, 2000).

6.2.2 - Hidroxiprolina

A excreção urinária de hidroxiprolina é um marcador clássico da reabsorção óssea,

tendo sido usado durante décadas em pesquisa e diagnóstico. No entanto, o fato da

hidroxiprolina não ser limitada ao osso, nem mesmo ao colágeno, contribuiu muito para o seu

gradual abandono como exame de referência. Derivada da hidroxilação da prolina, a

hidroxiprolina representa aproximadamente 13% do conteúdo da molécula de colágeno

(Saraiva & Lazaretti-Castro, 2002). Como após sua liberação ela não é reutilizada, sua

concentração sérica representa a degradação das várias formas de colágeno. Antes de ser

excretada a hidroxiprolina é metabolizada, sendo que a excreção urinária representa apenas

10% do catabolismo real do colágeno (Saraiva & Lazaretti-Castro, 2002). Não é específica do

tecido ósseo, sendo sua excreção influenciada pela ingestão de alimentos que contenham

gelatina, os quais podem contribuir significativamente para o pool de aminoácido excretado

(Delmas, 1993). Quando comparada a estudos histomorfométricos, sua excreção correlaciona-

se fracamente com a reabsorção óssea (Saraiva & Lazaretti-Castro, 2002). Por estes motivos e

pelo surgimento de produtos mais específicos da reabsorção óssea, seu uso como marcador de

reabsorção óssea vem sendo abandonado (Bikle, 1997).

6.2.3 - Fosfatase ácida tartarato-resistente

A fosfatase ácida tartarato-resistente (TRACP) é uma enzima lisossômica presente

primariamente no osso, próstata, plaquetas, eritrócitos e baço. Apresenta diferentes isoenzimas


e reflete mais o número do que a atividade dos osteoclastos. A falta de especificidade,

sensibilidade e sua instabilidade (deve ser analisada imediatamente ou estocada a -70°C)

desestimulam o desenvolvimento de novos e melhores métodos de dosagem sérica e separação

da fração óssea deste marcador (Blumsohn & Eastell, 1997).

6.2.4 - Moléculas interligadoras do colágeno tipo I

As moléculas interligadoras do colágeno tipo I são atualmente os melhores marcadores

bioquímicos da reabsorção óssea e, portanto, são os mais utilizados, mostrando boa correlação

com estudos histomorfométricos (Saraiva & Lazaretti-Castro, 2002). Quando os osteoclastos

reabsorvem o tecido ósseo, eles o fazem pela secreção de uma mistura de proteases ácidas e

neutras que, agindo seqüencialmente, degradam as fibrilas colágenas em fragmentos de

diferentes tamanhos. Os produtos de degradação que são jogados em circulação variam desde

aminoácidos livres até fragmentos carboxi e amino-terminais contendo interligadores (C e N-

telopeptídeos). Os fragmentos liberados pelos osteoclastos são adicionalmente metabolizados

pelo fígado e pelos rins, de maneira a resultar em fragmentos suficientemente pequenos para

serem excretados pelos rins por simples filtração glomerular.

As piridinolinas (PYD), livres ou ligadas a fragmentos amino ou carboxi-terminais,

têm uma série de vantagens sobre a hidroxiprolina como marcadores de reabsorção óssea. Elas

só se originam de fibrilas colágenas extracelulares e maduras. Os peptídeos amino ou carboxi-

terminais têm seqüências características do colágeno de onde se originaram (ex. colágeno tipo

I) e, apesar de estarem presentes na dieta, aparentemente não são absorvidos. As PYD atuam

como interligadores (cross-links) nos colágenos tipo I, II e III, os principais de todos os

tecidos com exceção da pele (Eyre, 1987).

De acordo com Saraiva & Lazaretti-Castro (2002), PYD e deoxipiridinolina (DPD) são

ligações formadas no espaço extracelular entre a porção não helicoidal (telopeptídeo) de uma
molécula de colágeno depositada na matriz e resíduo específico da hélice da molécula vizinha

(Figura 5). São produtos de ligações covalentes geradas entre resíduos de lisina e

hidroxilisina, e são específicos para o colágeno e a elastina madura. Estas formações

propiciam a estabilização das moléculas de colágeno da matriz óssea. Durante a reabsorção,

pela ação de proteases, são liberadas na circulação nas formas livres (20%) e ligadas ainda a

fragmentos terminais (telopeptídeos) do colágeno (80%). Parte destes telopeptídeos são

metabolizados no rim, aumentando a proporção de formas livres na urina para 40%. A PYD

difere da DPD apenas pela presença de um grupo hidroxila, sendo que a primeira tem

distribuição tecidual ampla, enquanto a segunda é mais específica do tecido ósseo e

correlaciona-se melhor com a cinética do cálcio e a histomorfometria óssea (Garnero &

Delmas, 1998).

Figura 5 - Produtos da degradação do colágeno tipo I. As moléculas de colágeno tipo I da matriz óssea são
interligadas por moléculas de PYD e DPD nas regiões carboxi (C) e amino (N) terminais. A PYD difere da DPD
unicamente pela presença de uma hidroxila (adaptado de Garnero & Delmas, 1998).
Durante o processo de reabsorção óssea, conduzido pelos osteoclastos, a maioria das

moléculas de PYD liberadas para a circulação está ainda ligada a fragmentos carboxiterminal

(CTX) e aminoterminal (NTX) do colágeno. Após a degradação no rim, uma porcentagem

maior de formas livres é excretada pela urina, juntamente com formas ainda ligadas. Ao

contrário das PYD livres, a avaliação dos telopeptídeos do colágeno tipo I parece mostrar

maior correlação com a dinâmica do osso (Delmas et al, 2000). Podem ser dosados no sangue

e na urina, sendo que existe uma série de ensaios diferentes, o que muitas vezes dificulta sua

solicitação e interpretação pelo clínico (Saraiva & Lazaretti-Castro, 2002). Os ensaios

imunométricos disponíveis podem medir PYD livre, DPD livre, CTX e NTX no soro e na

urina (Saraiva & Lazaretti-Castro, 2002).

As metodologias existentes para a medida dos interligadores do colágeno evoluíram

bastante nos últimos anos. Os primeiros métodos descritos foram os baseados em técnicas de

cromatografia líquida de alta performance (HPLC) e medem simultaneamente a PYD e a DPD

totais (Eyre et al, 1984; Uebelhart et al, 1990). Estes métodos implicam em hidrólise prévia

das amostras e se baseiam na detecção das piridinolinas com base em sua fluorescência

natural. Foram aplicados extensivamente e apresentam boa reprodutibilidade (Amarante et al,

1996). No entanto, são métodos muito laboriosos, demorados e bastante caros, daí a procura

por metodologias alternativas, mais rápidas, práticas e baratas. Dentre as alternativas

disponíveis destacam-se os métodos imunológicos baseados em anticorpos específicos contra

as estruturas dos interligadores. Podemos classificá-los em três tipos:

- anticorpos contra as PYD livres;

- anticorpos que reconhecem a seqüência que inclui os interligadores N-terminais (N-

telopeptídeo);

- anticorpos dirigidos contra a seqüência que inclui os interligadores C-terminais (C-

telopeptídeo).
7 - Principais drogas usadas na remodelagem óssea
do paciente osteoporótico
7 - Principais drogas usadas na remodelagem óssea do paciente osteoporótico

O reconhecimento da importância da osteoporose no contexto de saúde pública levou a

um esforço no sentido do desenvolvimento de novas alternativas terapêuticas (Vieira, 2002).

As medicações aprovadas para tratamento da osteoporose agem reduzindo a taxa de perda

óssea e diminuindo a reabsorção óssea (Oliveira et al, 2003). Grandes ensaios clínicos foram

desenvolvidos, como, por exemplo, o que validou o uso do alendronato na prevenção da

osteoporose e das fraturas conseqüentes (Liberman et al, 1995), e a partir de estudos deste tipo

várias drogas foram introduzidas na prática clínica. Atualmente são usadas drogas anti-

reabsortivas para o tratamento da osteoporose e os medicamentos mais utilizados na

osteoporose pós-menopausa são justamente desta classe de drogas, incluindo-se os

estrogênios, os moduladores seletivos de receptores de estrogênios (SERMs), os bisfosfonatos

e a calcitonina (Russo, 2001). Os SERMs, cujo representante de última geração é o raloxifeno,

eram indicados inicialmente na prevenção e atualmente como tratamento da osteoporose

(Russo, 2001).

Agentes anabólicos agem aumentando a deposição de matriz osteóide pelos

osteoblastos em cada ciclo de remodelagem (Russo, 2001). Fluoretos, GH, IGF-1 e o PTH

(utilizado de forma intermitente) enquadram-se nesta classe de medicamentos (Russo, 2001).

Incluem-se ainda dois grupos coadjuvantes no tratamento da osteoporose pós-menopausa:

suplementação nutricional de cálcio e uso da vitamina D (Russo, 2001). O tratamento ideal

para osteoporose, com qualquer droga, necessita de níveis adequados de cálcio e vitamina D

obtidos da dieta e exposição solar (Junqueira et al, 2001).

Os trabalhos iniciais de Lindsay et al (1980) demonstraram que os estrógenos não só

preveniam a perda acentuada da massa óssea na pós-menopausa, como também impediam

fraturas vertebrais observadas através de radiografias em 100 pacientes ooforectomizadas

seguidas por um período de 6 a 12 anos. Lufkin et al (1992), de forma semelhante,


observaram 20 novas fraturas por fragilidade esquelética no grupo placebo contra apenas 7 no

grupo utilizando estradiol de forma transdérmica. A ação dos estrógenos sobre a massa óssea é

primordialmente anti-reabsortiva, de forma indireta sob a linhagem osteoclástica, pois ao

estarem presentes estes hormônios inibem citocinas (interleucinas 1, 6 e TNF) e fatores locais

produzidos pelo osteoblasto, que estimulam a chegada do osteoclasto nas unidades de

remodelagem óssea e que promovem maior atividade desta linhagem celular (Russo, 2001).

Obviamente que o uso deste hormônio esteróide tem vantagem sobre as demais drogas anti-

reabsortivas por fazer desaparecer a sintomatologia da menopausa e proteger do

envelhecimento cutâneo-mucoso, além de favorecer a redução dos níveis de lipídeos e

proteção cerebral da demência senil (Russo, 2001).

Os bisfosfonatos são, por natureza, pobremente absorvidos quando administrados por

via oral (Ragi Eis, 2004). Mesmo após jejum de 2 horas, seu perfil de absorção oral era

significativamente prejudicado, sendo necessário jejum de, no mínimo, 8 horas ou mais além

de sua manutenção por, pelo menos, 30 minutos para que sua absorção e efeitos sejam os

esperados. A biodisponibilidade e absorção dos bisfosfonatos podem depender da sua

fabricação, formulação e demais características do comprimido, em diferentes níveis, de modo

que a presença de comida ou outras substâncias (além da água) reduz a biodisponibilidade dos

bisfosfonatos (Ragi Eis, 2004). Os bisfosfonatos orais podem aumentar o risco de eventos

adversos ao nível do esôfago, o que faz das condições de administração, desintegração,

dissolução e absorção características extremamente importantes para que sua eficácia seja

garantida e, ainda mais, para que os pacientes não sejam expostos a riscos desnecessários

(Ragi Eis, 2004). Estudos recentemente publicados demonstraram que o crescimento linear da

massa óssea se manteve normal com o uso de bisfosfonatos, não havendo supressão excessiva

do remodelamento ósseo ou defeitos de mineralização (Souza et al, 2004). O ácido

zoledrônico é um novo bisfosfonato endovenoso aprovado pelo FDA para o uso na


hipercalcemia das neoplasias e parece ser um tratamento eficaz para a osteoporose na pós-

menopausa (Souza et al, 2004).

Recentemente foi lançado no mercado o alendronato na dose de 70 mg, numa única

tomada semanal, mostrando ser uma boa opção ao melhorar a adesão ao tratamento (com

resultados iniciais semelhantes aos observados com a dose de 10mg) (Schnitzer et al, 2000).

Os benefícios adquiridos com o alendronato de sódio persistem por tempo prolongado:

atualmente com 7 anos de acompanhamento, um estudo revelou ganho médio de 11,4 % na

coluna lombar; após 18 meses a BMD aumenta na ordem de 0,8 % ao ano e, após algum

tempo de uso, os pacientes que interromperam a medicação não passaram a perder massa

óssea de forma mais acelerada. No ano passado um bisfosfonato de última geração (Reginster

et al, 2000), o risedronato, na dose de 5 mg diários, revelou excelentes resultados em termos

de ganho de BMD, redução de fraturas e capacidade de prevenir a perda de massa óssea em

homens em uso de corticosteróides. A associação de bisfosfonatos com outras drogas anti-

reabsortivas tem sido preconizada. Em associação com terapia de reposição hormonal, revelou

um aumento da BMD dose dependente (Russo, 2001).

Rico et al (1992) observaram pacientes utilizando 100 UI de calcitonina sintética de

salmão associada a 500 mg de cálcio elementar, comparando-as a um grupo utilizando apenas

o cálcio. O grupo randomizado com calcitonina sofreu apenas um sexto das fraturas

vertebrais. Overgaard & Christiansen (1992) conduziram um estudo de 2 anos, randomizado,

duplo-cego, em 208 pacientes, observando uma redução de três vezes nos episódios de

fraturas no grupo com a medicação.

Gallagher & Riggs (1990) estudaram 62 mulheres na pós-menopausa, utilizando por

três anos 1,25 (OH) D3 e placebo e observaram que no grupo placebo (33 pacientes) houve 32

fraturas vertebrais, enquanto que no grupo em uso da vitamina D apenas 15 em 29 pacientes.

Já Orimo et al (1987) encontraram uma redução de 3 vezes no número de fraturas vertebrais


em pacientes utilizando 1µg de 1,25 (OH) vitamina D3 e redução de cinco vezes no grupo que

associou 1g de cálcio. No mesmo trabalho um grupo utilizou somente cálcio, não obtendo

redução de fraturas. O cálcio isolado não previne as fraturas, apesar de elevar discretamente a

BMD, permanecendo, portanto, no seu papel de importante nutriente e coadjuvante no

tratamento da osteoporose pós-menopausa. As doses diárias ideais de cálcio devem ser de 1 g

para mulheres na menopausa em uso de terapia de reposição hormonal e de 1,5 g para as que

não usam estrógenos (Russo, 2001). O carbonato de cálcio e o citrato de cálcio são as de

escolha, por fornecerem maior nível de cálcio elementar (sempre se tomando cuidado com a

origem o produto) (Russo, 2001). Não deve ser prescrito para pacientes acamados e em doses

superiores a 2,5 g pelo risco de causar precipitação renal (Russo, 2001). O fato de o cálcio ser

a droga mais utilizada está de acordo com a tendência mundial, sendo esta a droga não-

hormonal mais utilizada para o tratamento da osteoporose, e de grande aderência (Berquó,

1992).

A principal diferença entre o tratamento da osteoporose com teriparatida e o

tratamento anti-reabsorção é que a teriparatida promove o crescimento de osso novo (Oliveira

et al, 2003). A teriparatida é dada por injeção subcutânea diária e foi associada com um

mínimo de efeitos colaterais, além de não apresentar interações medicamentosas (Oliveira et

al, 2003). Sendo assim, a teriparatida surge como uma abordagem completamente nova no

tratamento da osteoporose, estimulando diretamente a formação do osso (Oliveira et al, 2003).

Vários estudos clínicos demonstram que o PTH recombinante humano (1-34) aumenta

a densidade mineral óssea, promove ganho de tecido ósseo com melhora da conectividade

trabecular e reduz o risco de fraturas vertebrais e extravertebrais em mulheres com

osteoporose na pós-menopausa (Bracco et al, 2003). A redução do risco de fraturas promovida

pelo PTH (1-34) persiste após a suspensão da terapêutica, indicando seu efeito prolongado no

tecido ósseo (Bracco et al, 2003). Compartilhando do mesmo receptor que o PTH, o PTHrp
também tem sido estudado como uma alternativa terapêutica potencial tanto em animais como

em humanos (Plotkin et al, 1998; Stewart et al, 2000). Outros fragmentos deste hormônio,

entretanto, também têm demonstrado efeitos diferenciados sobre as células ósseas, utilizando

outros receptores (Gracitelli, et al, 2002). Modificações na seqüência de aminoácidos dos

hormônios geram peptídeos sintéticos com diferentes características biológicas, inclusive em

alguns casos melhorando sua ação anabólica sobre o osso (Pellegrini et al, 1997; Shimizu et

al, 2001).

É importante considerar que o êxito obtido no tratamento de indivíduos com

osteoporose é consideravelmente menor que aquele na prevenção (Kanis, 1984). Sendo assim,

uma dieta adequada em cálcio na infância e adolescência aumenta o pico de massa óssea,

reduzindo deste modo o risco de osteoporose décadas mais tarde (Hathcock, 1997). Torna-se,

portanto, de responsabilidade dos pediatras a identificação de fatores de risco para osteoporose

e a orientação de seus pacientes quanto à prevenção e tratamento (Campos et al, 2003).

Estratégias de prevenção e combate a algumas deficiências nutricionais, como a osteoporose,

incluem a fortificação de alimentos e o uso de suplementação com minerais em populações de

risco (Lobo & Tramonte, 2004). Estamos entrando numa nova era da terapêutica das doenças

osteometabólicas, especialmente da osteoporose, passando a ter maior segurança não apenas

no que tange o diagnóstico, mas também no tratamento e acompanhamento adequado desta

grave e incapacitante patologia (Russo, 2001).


8 - Conclusões
8 – Conclusões

- A osteoporose é uma doença grave que acomete indivíduos em diferentes faixas

etárias, prevalecendo sua incidência em mulheres na pós-menopausa.

- Há distúrbios endócrinos que predispõem o surgimento da osteoporose.

- Dieta, exposição ao sol, atividade física são fatores que influenciam a densidade óssea

e que podem induzir a osteoporose.

- A densitometria óssea é o método indicado pela OMS para o diagnóstico da

osteoporose, através da medida da densidade mineral óssea.

- Os marcadores bioquímicos são parâmetros confiáveis para o diagnóstico e o

acompanhamento dos pacientes osteoporóticos.

- Fosfatase alcalina, osteocalcina e pró-peptídeo do colágeno tipo I são marcadores

bioquímicos da formação óssea. Por outro lado, cálcio, hidroxiprolina, fosfatase ácida

tartarato-resistente e moléculas interligadoras do colágeno tipo I são marcadores

bioquímicos da reabsorção óssea.

- Uma vez que o risco de fraturas em pacientes osteoporóticos diminui com o uso de

drogas, há a necessidade de um marcador precoce da ação terapêutica, já que os efeitos

retratados por mudanças na densitometria óssea são discerníveis apenas em longo

prazo (i.e., mais de um ano).

- Apesar da dedicação incessante dos pesquisadores no estudo da osteoporose, muito

ainda necessita ser elucidado. Novas pesquisas estão em desenvolvimento, buscando

uma maior especificidade e sensibilidade dos marcadores bioquímicos da

remodelagem óssea.

- Apesar da alta incidência da osteoporose no mundo, e de suas graves conseqüências,

esta doença não tem sido priorizada em nosso País, não havendo divulgação preventiva

e de alerta em nossa sociedade.


Referências bibliográficas
Referências bibliográficas

Adami S, Passeri M, Ortolani S et al. Effects of oral alendronate and intranasal calcitonin on
bone mass and biochemical markers of bone turnover in postmenopausal osteoporosis. Bone.
1995; 17: 383-390.

Aldrighi JM. Balanço risco/benefício da terapêutica da reposição hormonal: direções para o


futuro. Rev Soc Cardiol Estado de São Paulo. 1996; 6: 734-738.

Alvarez L, Guanabens N, Pens P et al. Discriminative value of biochemical markers of bone


turnover in assessing the activity of Paget's disease. J Bone Miner Res. 1995; 10: 458-465.

Amarante ECJ, Kasamatsu TS, Kunii IS, Vieira JGH. Avaliação da excreção urinária de
piridinolina e deoxipiridinolina em pacientes com hipertireoidismo e sua correlação com
níveis de hormônios tireoidianos e densidade mineral óssea. Arq Bras Endocrinol Metab.
1996; 40: 258-263.

Andriolo A, Moreira SR, Silva LA, Carvalho AB, Vieira JGH et al. Cácio ionizado no soro:
estimativa do intervalo de referência e condições de coleta. J Bras Patol Med Lab. 2004; 40:
85-89.

Angelis, RC. Novos conceitos em nutrição: reflexões a respeito do elo dieta e saúde. Arq
Gastroenterol. 2001; 38: 269-271.

Benhamou CL, Lespessailles E, Royant V. Archictecture osseusse et résistance mécanique du


tissu osseux. Presse Med. 1996; 25: 249-254.

Berquó E. Características demográficas e sócio-econômicas da população idosa. Diferenças


inter e intra-regionais. In: Seminário Nacional dos Especialistas Multidisciplinares em
Terceira Idade. Anais. Fundação João Pinheiro. Belo Horizonte, 1992; p.41-62.

Bekker PJ, Holloway D, Nakanishi A, Arrighi M, Leese PT, Dunstan CR. The effect of a
single dose of osteoprotegerin in postmenopausal women. J Bone Miner Res. 2001; 16: 348-
360.

Bikle DD. Biochemical markers in the assessment of bone disease. Am J Med. 1997; 103:
427-436.

Blank RD, Bockman RS. A review of clinical trials of therapies for osteoporosis using
fractures as an end point. J Clin Density. 1999; 2: 435-452.

Blumsohn A, Eastell R. The performance and utility of biochemical markers of bone turnover:
do we know enough to use them in clinical practice? Am Clin Biochem. 1997; 34: 449-459.

Bowers GN, Brassard C, Sena SF. Measurement of ionized calcium in serum with ion-
selective eletrodes: a mature technology that can meet daily service needs. Clin Chem. 1986;
32: 1437-1447.
Bracco OL, Kayath MJ, Vieira JGH. Hormônio da paratireóide (1-34) no tratamento da
osteoporose. Arq Bras Endocrinol Metab. 2003; 47: 285-291.

Bulusu L, Hodgkinson A, Nordin BEC, Peacock M. Urinary excretion of calcium and


creatinine in relation to age and body weight in normal subjects and patients with renal
calculi. Clin Sci. 1970; 38: 601-612.

Castro CHM, Pinheiro MM, Szejnfeld VL. Prós e contras da ultra-sonometria óssea de
calcâneo. Rev Assoc Med Bras. 2000; 46: 63-69.

Canalis E. Regulation of bone remodeling. In: Favus MJ, ed. Primer on the Metabolic Bone
Diseases of Mineral Metabolism. 3rd ed. Lippincott-Raven. Philadelphia, 1966; p.29-35.

Campos, LMA, Liphaus, BL, Silva, CAA et al. Osteoporose na infância e na adolescência. J
Pediatr. 2003; 79: 481-488.

Chenu C, Colucci S, Grano M et al. Osteocalcin induces chemotaxis, secretion of matrix


proteins and calcium-mediated intracellular signaling in human osteoclast-like cells. J Cel
Biol. 1994; 127: 1149-1158.

Cooper C. The crippling consequences of fractures and their impact on quality of life. Am J
Med. 1997; 103: 12S-19S.

Cornish J, Callon KE, Lin C, Xiao C, Moseley JM, Reid IR. Stimulation of osteoblast
proliferation by C-terminal fragments of parathyroid hormone-related protein. J Bone Miner
Res. 1999; 14: 915-922.

Cosman F, Nieves J, Woelfert L, Formica C, Gordon S, Shen V et al. Parathyroid hormone


added to established hormone therapy. Effects on vertebral fracture and maintenance of bone
mass after parathyroid hormone withdrawal. J Bone Min Res. 2001; 16: 925-931.

Costa AMG, Lemos-Marini SHV, Baptista MTM et al. Densidade mineral óssea: estudo
transversal em pacientes com síndrome de Turner. Arq Bras Endocrinol Metab. 2002; 46:
143-149.

Costa-Paiva, L, Horovitz, AP, Santos, AO et al. Prevalência de osteoporose em mulheres na


pós-menopausa e associação com fatores clínicos e reprodutivos. Rev Bras Ginecol Obstet.
2003; 25: 507-512.

Cummings SR, Nevitt MC, Browner WS et al. Risk factors for hip fracture in white women.
Study of Osteoporotic Fractures Research Group. N Engl J Med. 1995; 332: 767-73.

De Miguel F, Martinez-Fernandez P, Guillen C, Valin A, Rodrigo A, Martinez ME et al.


Parathyroid hormone-related protein (107-139) stimulates interleukin-6 expression in human
osteoblastic cells. J Am Soc Nephrol. 1999; 10: 796-803.

Delmas PD. Biochemical markers of bone turnover I: theoretical considerations and clinical
use in osteoporosis. Amer J Med. 1993; 95: 11S-16S.
Delmas PD, Christiansen C, Mann KG, Price PA. Bone gla protein (osteocalcin) assay
standardization report. J Bone Min Res. 1990; 5: 5-10.

Delmas PD, Eastell R, Garnero P, Seibel MJ, Stepan J. The use of biochemical markers of
bone turnover in osteoporosis. Osteoporosis Int. 2000; 6: 2S -17S.

Dempster DW, Cosman F, Parisien M, Shen V, Lindsay R. Anabolic actions of parathyroid


hormone on bone. Endocr Rev. 1993; 14: 690-709.

Demiaux B, Arlot ME, Chapuy MC et al. Serum osteocalcin is increased in patients with
osteomalacia: correlations with biochemical and histomorphometric findings. J Clin
Endocrinol Metab. 1992; 74: 1146-1151.

Diamond T, Vine J, Smart R, Butler P. Thyrotoxic bone disease in women: a potentially


reversible disorder. Ann Intern Med. 1994; 120: 8-11.

Dietrich TW, Canalis EM, Maina DM, Raisz LG. Hormonal control of bone collagen
synthesis in vitro: effects of parathyroid hormone and calcitonin. Endocrinology. 1976; 98:
943-949.

Elffors L. Osteoporotic fractures due to osteoporosis. Impacts of a frilty pandemic in an aging


world. Aging (Milano). 1998; 10: 191-204.

Esbrit P, Alvarez-Arroyo MV, De Miguel F, Martin O, Martinez ME, Caramelo C. C-terminal


parathyroid hormone-related protein increases vascular endothelial growth factor in human
osteoblastic cells. J Am Soc Nephrol. 2000; 11: 1085-1092.

Esteves EA, Monteiro JBR. Efeitos benéficos das isoflavonas de soja em doencas crônicas.
Rev Nutr. 2001; 14: 43-52.

Eyre D. Collagen cross-linking amino acids. Methods Enzymol. 1987; 144: 115-139.

Eyre DR, Koob TJ, Van Nees KP. Quantitation of hydroxypiridinium crosslinks in collagen
by high-performance liquid chromatography. Anal Biochem. 1984; 137: 380-388.

Fallon MD, Perry HM 3rd, Bergfeld M, Droke D, Teitelbaum SL, Avioli LV. Exogenous
hyperthyroidism with osteoporosis. Arch Intern Med. 1983; 143: 442-444.

Farley JR, Hall SL, Herring S et al. Reference standards for quantification of skeletal alkaline
phosphatase activity in serum by heat inactivation and lectin precipitation. Clin Chem. 1993;
39: 1878-1884.

Fraser SA, Anderson JB, Smith DA, Wilson GM. Osteoporosis and fractures following
thyrotoxicosis. Lancet. 1971; 1: 981-983.

Gallagher JC, Riggs BL. Action of 1.25 dihiroxi-vitamin D3 on calcium balance. Metabolism.
1990; 39: 30-34.
Galeazzi MAM, Domene SMA, Sichiere R. Estudo multicêntrico sobre consumo alimentar.
Cadernos de debate - Revista do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Alimentação/UNICAMP.
Ministério da Saúde. Campinas, 1997; p.62.

Ganong WF. Fisiologia Médica. Atheneu Editora São Paulo S.A. São Paulo, 1977; p.298.

Garnero P, Delmas PD. Assessment of the serum levels of bone alkaline phosphatase with a
new immunoradiometric assay in patients with metabolic bone disease. J Clin Endocrinol
Metab. 1993; 77: 1046-1053.

Garnero P, Delmas PD. Biochemical markers of bone turnover - Applications for


Osteoporosis. Endocrinol Metab Clin N Am; 1998; 27: 303-323.

Garnero P, Grimaux M, Demiaux B et al. Measurement of serum osteocalcin with a human


specific two-site immunoradiometric assay. J Bone Miner Res. 1992; 7: 1389-1398.

Garnero P, Shih WJ, Gineyts E et al. Comparison of new biochemical markers of bone
turnover in late popstmenopausal osteoporotic women in response to alendronate treatment. J
Clin Endocrinol Metab. 1994; 79: 1693-1700.

Garnero P, Sornay-Rendu E, Chapuy M, Delmas PD. Increased bone turnover in late


menopausal women is a major determinant of osteoporosis. J Bone Miner Res. 1996; 11: 337-
349.

Gluer CC, Wu CY, Genant HK. Broadband Ultrasound Attenuation signals depend on
trabecular orientation: a in vitro study. Osteoporos Int. 1993; 3: 185-191.

Goltzman D. Interactions of PTH and PTHrP with the PTH/PTHrP receptor and with
downstream signaling pathways: exceptions that provide the rules. J Bone Miner Res. 1999;
14: 173-177.

Gouveia CHA. O efeito molecular e estrutural do hormônio tireoideano no esqueleto. Arq


Bras Endocrinol Metab. 2004; 48: 183-195.

Gomez Jr B, Ardakani S, Ju J et al. Monoclonal antibody assay for measuring bone-specific


alkaline phosphatase activity in serum. Clin Chem. 1995; 41: 1560-1566.

Gracitelli, MEC, Vidoris AAC, Luba R, Lazaretti-Castro M. Paratormônio e osteoporose:


encontrando o fio da meada. Bases fisiológicas para utilização do PTH no tratamento da
osteoporose. Arq Bras Endocrinol Metab. 2002; 46: 215-220.

Gregg EW, Kriska AM, Salamone LM. The epidemiology of quantitative ultrasound: a review
of the relationships with bone mass, osteoporosis and fracture risk. Osteoporos Int. 1997; 7:
89-99.

Hanley DA. Biochemical markers of bone turnover. In: Henderson JE, Goltzman D, editors.
The osteoporosis primer. 1 st ed. University Press. Cambridge, 2000; p.239-252.

Hathcock JN. Vitamins and minerals: efficacy and safety. Am J Clin Nutr. 1997; 66: 427-437.
Heaney RP. Excess dietary protein may not adversely affect bone. J Nutr. 1998; 128: 1054-
1057.

Heaney RP. Calcium, products and osteoporosis. J Am Coll Nutr. 2000; 19: 83S-99S.

Heaney RP, Avioli LV, Chesnut CH III, Lappe I, Recker RR, Brandenburger GH.
Osteoporotic bone fragility. Detection by ultrasound transmission velocity. JAMA. 1989; 261:
2986-2990.

Heaney RP, Gallagher JC, Johnston CC, Neer R, Parfitt AM, Chir B et al. Calcium nutrition
and bone health in the elderly. Am J Clin Nutr. 1982; 36: 986-1013.

Hegsted DM. Fractures, calcium, and the modern diet. Am J Clin Nutr. 2001; 74: 571-573.

Heshmati HM, Riggs BL, Burritt MF, McAlister CA, Wollan PC, Khosla S. Effects of the
circadian variation in serum cortisol on markers of bone turnover and calcium homeostasis in
normal postmenopausal women. J Clin Endocrinol Metabol. 1998; 83: 751-757.

Hill CS, Wolfert RL. The preparation of monoclonal antibodies which react preferentially
with human bone alkaline phosphatase and not liver alkaline phosphatase. Clin Chim Acta.
1989; 86: 315-320.

Hobeika JD, Pinto-Neto AM, Costa-Paiva LHS et al. Densidade mineral óssea de mulheres na
pós-menopausa com e sem antecedente de histerectomia com conservação ovariana bilateral.
Rev Bras Ginecol Obstet. 2000; 22: 475-479.

Hosoda K, Eguchi H, Nakamoto T et al. Sandwich immunoassay for intact human osteocalcin.
Clin Chem. 1992; 38: 2233-2238.

Iqbal MM. Osteoporosis: Epidemiology, diagnosis and treatment. South Med J. 2000; 93: 2-
18.

Johnson BE, Lucasey B, Tobinson RG, Lukert BP. Contributing diagnoses in osteoporosis.
Arch Intern Med. 1989; 149: 1069-1072.

Johnston CC Jr. Osteoporosis. In: Eskin BA. The Menopause: Comprehensive Management.
3th ed. MacGraw Hill. New York, 1994; p.103-117.

Junqueira PAA. Utilização de recursos e custos em osteoporose. Rev Assoc Med Bras. 2001;
47: 290-291.

Junqueira PAA, Fonseca AM, Aldrighi JM. Osteoporose: diretrizes futuras. Rev Assoc Med
Bras. 2001; 47: 14-14.

Kanis JA. Treatment of osteoporotic fracture. Lancet. 1984; 1: 27-33.

Kanis JA, Melton III LJ, Christiansen C, Johnston CC, Khaltaev N. The diagnosis of
osteoporosis. J Bone Miner Res. 1994; 9: 1137-1141.
Kleerekoper M, Villanueva AR, Stansiu J, Rao DS, Parfitt AM. The role of three-dimensional
trabecular microstrusture in the pathogenesis of vertebral compression fractures. Calcif Tissue
Int. 1985; 37: 594-597.

Kowalski SC, Sjenzfeld VL, Ferraz MB .Utilização de recursos e custos em osteoporose. Rev
Assoc Med Bras. 2000; 47: 352-357.

Kunii IS, Vieira JG. Circulating forms of parathyroid hormone detected with an
immunofluorometric assay in patients with primary hyperparathyroidism and in
hyperparathyroidism secondary to chronic renal failure. Braz J Med Biol Res. 2001; 34: 1547-
1550.

Kushida K, Takahashi M, Kawana K, Inoue T. Comparison of markers for bone formation and
resorption in premenopausal and postmenopausal subjects and osteoporotic patients. J Clin
Endocrinol Metab. 1995; 80: 2447-2450.

Lane N, Sanchez S, Modin G, Genant H, Pierini E, Arnaud C. Parathyroid hormone treatment


can reverse steroid-induced osteoporosis. J Clin Invest. 1998; 102: 1627-1633.

Lang P, Stieger P, Faulkner K, Gluer CC, Genant HK. Osteoporosis: current techniques and
recent developments in quantitative bone densitometry. Radiol Clin North Am. 1991; 29: 49-
76.

Lanna CMM, Montenegro JR, Renan M e Paula FJA. Fisiopatologia da osteoporose induzida
por glicocorticóide. Arq Bras Endocrinol Metab. 2003; 47: 9-18.

Lee AJ, Hodges JS, Eastell R. Measurement of osteocalcin. Am Clin Biochem. 2000; 37: 432-
446.

Lepage R, Roy L, Brossard JH, Rousseau L, Dorais C, Lazure C et al. A non-(1-84)


circulating parathyroid hormone (PTH) fragment interferes significantly with intact PTH
commercial assay measurements in uremic samples. Clin Chem. 1998; 44: 805-809.

Lerner BR, Lei DLM, Chaves SP et al. O cálcio consumido por adolescentes de escolas
públicas de Osasco, São Paulo. Rev Nutr. 2000; 13: 57-63.

Lewin S, Gouveia CHA, Marone MMS et al. Densidade mineral óssea vertebral e femoral de
724 mulheres brancas brasileiras: influência da idade e do peso corporal. Rev Assoc Med
Bras. 1997; 43: 127-136.

Liberman UA, Weiss SR, Broll J, Minne HW, Quan H, Bell NH et al. Effect of oral
alendronate on bone mineral density and the incidence of fractures in postmenopausal
osteoporosis. The alendronate phase III osteoporosis treatment study group. N Engl J Med.
1995; 333: 1437-1443.

Lindsay R, Hart DM, Forrest C, Baird C. Prevention of spinal osteoporosis in


oophorectomised women. Lancet. 1980; 2: 1151-1154.
Lindsay R, Nieves J, Formica C, Henneman E, Woelfert L, Shen V et al. Randomised
controlled study of effect of parathyroid hormone on vertebral-bone mass and fracture
incidence among postmenopausal women on oestrogen with osteoporosis. Lancet. 1997; 350:
550-555.

Lobo AS, Tramonte VLC. Efeitos da suplementação e da fortificação de alimentos sobre a


biodisponibilidade de minerais. Rev Nutr. 2004; 17: 107-113.

Lyles KW, Siris ES, Singer FR, Menier PJ. A clinical approach to diagnosis and management
of Paget’s disease of bone. J Bone Min J Res. 2001; 16: 1379-1387.

Lufkin EG, Wahner HW, O'Fallon WM, Hodgson SF, Kotowicz MA, Lane AW et al.
Treatment of postmenopausal osteoporosis with transdermal estrogen. Ann Intern Med. 1992;
117: 1-9.

Ma YL, Cain RL, Halladay DL, Yang X, Zeng Q, Miles RR et al. Catabolic effects of
continuous human PTH (1-38) in vivo is associated with sustained stimulation of RANKL and
inhibition of osteoprotegerin and gene-associated bone formation. Endocrinology. 2001; 142:
4047-4054.

Machado CC. Projeções multirregionais da população: o caso brasileiro (1980-2020) [tese].


Universidade Federal de Minas Gerais. Belo Horizonte, 1993.

Mantoanelli G, Vitalle MSS, Amancio OMS. Amenorréia e osteoporose em adolescentes


atletas. Rev Nutr. 2002; 15: 319-340.

Marques Neto JF. Campanha Nacional de Prevenção da Osteoporose. Merck Sharp & Dohme,
BG Cultural. São Paulo, 2001; p.15-52.

Marx SJ. Hyperparathyroid and hypoparathyroid disorders. N Engl J Med. 2000; 343: 1863-
1875.

Menezes TN. Avaliação antropométrica e do consumo alimentar de idosos residentes em


instituições geriátricas da cidade de Fortaleza, Ceará [dissertação]. Universidade de São
Paulo. São Paulo, 2000.

Mitnick MA, Grey A, Masiukiewicz M, Bartkiewicz M, Rios-Velez L, Friedman S et al.


Parathyroid hormone induces hepatic production of bioactive interleukin-6 and its soluble
receptor. Am J Physiol Endocrinol Metab. 2001; 280: 405-412.

Miyashiro K, Hauache OM. Mutações do gene do receptor sensível ao cálcio extracelular e


suas doenças associadas. Arq Bras Endocrinol Metab. 2002; 46: 412-418.

Montilla RNG, Aldrighi JM, Marucci MFN, Nordin BEC, Need AG. Relação cálcio/proteína
da dieta de mulheres no climatério. Rev. Assoc. Med. Bras. 2004; 50: 52-54.

Montilla RNG, Marucci MFN, Aldrighi JM. Avaliação do estado nutricional e do consumo
alimentar de mulheres no climatério. Rev Assoc Med Bras. 2003; 49: 91-95.
Moreira RO, Duarte MPC e Farias MLF. Distúrbios do eixo cálcio-PTH-vitamina D nas
doenças hepáticas crônicas. Arq Bras Endocrinol Metab. 2004; 48: 443-450.

Mosekilde LI, Mosekilde LE, Danielsen CC. Biochemical competence of vertebral trabecular
bone in relation to ash density and age in normal individuals. Bone. 1987; 8: 79-85.

Mundy GR. Bone remodeling. In: Primer on the Metabolic Bone Diseases and Disorders of
Mineral Metabolism. 4th ed. Lippincott Williams & Wilkins. Philadelphia, 1999; p.30-38.

Neer RM, Arnaud CD, Zanchetta JR, Prince R, Gaich GA, Reginster JY et al. Effect of
parathyroid hormone (1-34) on fractures and bone mineral density in postmenopausal women
with osteoporosis. N Engl J Med. 2001; 344: 1434-1441.

Nielsen HK. Circadian and circatrigintan changes in osteoblastic activity assessed by serum
osteocalcin. Dan Med Bull. 1994; 41: 216-227.

Njeh CF, Boivin CM, Langton CM. The role of ultrasound in the assessment of osteoporosis:
a review. Osteoporosis Int. 1997; 7: 7-22.

Novaes VLSS. Padrão dietético de idosos de 80 anos e mais, atendidos em ambulatório de


geriatria na capital de São Paulo [dissertação]. FEA/FCF/FSP da Universidade de São Paulo.
São Paulo, 1997.

Oliveira JHA, Bracco OL, Kayath M et al. Teriparatida (PTH [1-34] rh): uma nova
perspectiva no tratamento da osteoporose. Acta Ortop Bras. 2003; 11: 3: 184-189.

Orimo H, Shiraki M, Hayashi T, Nakamura T. Reduced occurrence of vertebral crush


fractures in senile osteoporosis treated with 1 alpha (OH)-vitamin D3. Bone Miner. 1987; 3:
47-52.

Orwoll ES, Klein RF. Osteoporosis in men. Endocr Rev. 1995; 16: 87-116.

Overgaard K, Christiansen C. Effect of calcitonin given intranasally on bone mass and


fracture rates in established osteoporosis: a dose-response study. Br Med J. 1992; 305: 556-
561.

Owen TA, Aronow M, Shalhoub V et al. Progressive development of the rat osteoblast
phenotype in vitro: reciprocal relationships in expression of genes associated with osteoblast
proliferation and differentiation during formation of the bone extracellular matrix. J Cell
Physiol. 1990; 143: 420-430.

Paiva LC, Filardi S, Pinto-Neto AM et al. Impact of degenerative radiographic abnormalities


and vertebral fractures on spinal bone density of women with osteoporosis. Sao Paulo Med. J.
2002; 120: 9-12.

Pellegrini M, Bisello A, Rosenblatt M, Chorey M, Mierke DF. Conformational studies of RS-


66271, an analog of parathyroid hormone-related protein with pronounced bone anabolic
activity. J Med Chem. 1997; 40: 3025-3031.
Plotkin H, Gundberg C, Mitnick M, Stewart AF. Dissociation of bone formation from
resorption during 2-week treatment with human parathyroid hormone-related peptide (1-36) in
humans: potential as an anabolic therapy for osteoporosis. J Clin Endocrinol Metab. 1998; 83:
2786-2791.

Ragi Eis S. O preço e o valor do tratamento da osteoporose. Arq Bras Endocrinol Metab.
2004; 48: 917-919.

Ramalho AC, Lazaretti-Castro M, Hauache O et al. Osteoporotic fractures of proximal femur:


clinical and epidemiological features in a population of the city of São Paulo. Sao Paulo Med
J. 2001; 119: 48-53.

Rauch F, Schonau E, Woitge H et al. Urinary excretion of hydroxy-piridinium cross-links of


collagen reflects skeletal growth velocity in normal children. Exp Clin Endocrinol. 1994; 102:
94-97.

Rea MF. Os benefícios da amamentação para a saúde da mulher. J Pediatr. (RJ). 2004; 80:
142-146.

Recklinghausen V. Die fibrose oder deformierende ostitis, die osteomalazie und die
osteoplastische karcinose in ihren gegenseitigen beziehungen. Berlin. 1891.

Reeve J, Meunier PJ, Pearsons JA, Bernaut M, Bijoet OLM, Coupron P et al. Anabolic effects
of human parathyroid hormone fragment on trabecular bone in involutional osteoporosis: a
multicentre trial. Br Med J. 1980; 280: 1340-1344.

Reginster J, Minne HW, Sorensen OH, Hooper M, Roux C, Brandi ML et al. Randomized
trial of the effects of risedronate on vertebral fractures in women with established
postmenopausal osteoporosis. Vertebral Efficacy with Risedronate Therapy (VERT) Study
Group. Osteoporos Int. 2000; 11: 83-91.

Ribeiro AFC, Serakides R, Nunes VA et al. A osteoporose e os distúrbios endócrinos da


tireóide e das gônadas. Arq Bras Endocrinol Metab. 2003; 47: 228-236.

Rico H, Hernandez ER, Revilla M, Gomez-Castresana F. Salmon calcitonin reduces vertebral


fracture rate in postmenopausal crush fracture syndrome. Bone Miner. 1992; 16: 131-138.

Rico H, Revilla M, Cabrera J. Biological markers of bone remodeling Rev Bras Reumatol.
1993; 33: 226-234.

Riggs BL, Khosla S, Melton III LJ. A unitary model for involutional osteoporosis: estrogen
deficiency causes both type I and type II osteoporosis in postmenopausal women and
contributes to bone loss in aging men. J Bone Min Res. 1998; 13: 763-768.

Rosen CJ, Rackoff PJ. Emerging anabolic treatments for osteoporosis. Rheum Dis Clin North
Am. 2001; 27: 215-233.

Russo LAT. Osteoporose pós-menopausa: opções terapêuticas. Arq Bras Endocrinol Metab.
2001; 45: 401-406.
Sampaio LR. Avaliação da dieta de idosos residentes no município de São Paulo [dissertação].
FEA/FCF/FSP da Universidade de São Paulo. São Paulo, 1997.

Santos E, Ribeiro RPP, Santos JE et al. Massa óssea em pacientes com anorexia nervosa. Rev
Bras Ginecol Obstet. 2004; 26: 71-75.

Saraiva GL, Lazaretti-Castro M. Marcadores bioquímicos da remodelação óssea na prática


clínica. Arq Bras Endocrinol Metab. 2002; 46: 72-78.

Sakamoto LC, Halbe HW. Epidemiologia da menopausa. In: Pinotti JA et al. Menopausa.
Roca. São Paulo, 1995. p.1-9.

Schlemmer A, Hassager C, Delmas PD, Christiansen C. Urinary excretion of pyridinium


cross-links in healthy women; the long term effects of menopause and oestrogen/progesterone
therapy. Clin Endocrinol (Oxf). 1994; 40: 777-782.

Schnitzer T, Bone HG, Crepaldi G, Adami S, McClung M, Kiel Dm et al. Therapeutic


equivalence of alendronate 70 mg once-weekly and alendronate 10 mg daily in the treatment
of osteoporosis. Alendronate Once-Weekly Study Group. Aging (Milano). 2000: 12: 1-12.

Shimizu N, Guo J, Gardella TJ. Parathyroid hormone (PTH) (1-14) and (1-11) analogs
conformationally constrained by alpha-aminoisobutyric acid mediate full agonist responses
via the juxtamembrane region of the PTH-1 receptor. J Biol Chem. 2001; 276: 49003-49012.

Solomon BL, Wartofsky L, Burman KD. Prevalence of fractures in postmenopausal women


with thyroid disease. Thyroid. 1993; 3: 17-23.

Souza SCM, Borges CTL, Jorgetti V et al. Efeito do ácido zoledrônico nas múltiplas fraturas
vertebrais induzidas por glicocorticóide no lúpus eritematoso juvenil. Rev Hosp Clin. 2004;
59: 302-305.

Sowers M, Eyre D, Hollis BW et al. Biochemical markers of bone turnover in lactating and
nonlactating postpartum women. J Clin Endocrinol Metab. 1995; 80: 2210-2216.

Stamato FJC, Amarante ECJ, Furlanetto RP. Influência da terapêutica associada com
calcitonina sobre a densitometria óssea de pacientes com hipotireoidismo tratado. Rev Assoc
Med Bras. 2000; 46: 177-181.

Stein GS, Lian JB. Molecular mechanisms mediating proliferation/differentiation


interrelationships during progressive development of the osteoblast phenotype. Endocrin Rev.
1993; 14: 424-442.

Stevenson JC, Whitehead MI. Postmenopausal osteoporosis. BMJ. 1982; 285: 585-288.

Stevenson JC. Determinants of bone density in normal women: risk factors for future
osteoporosis? Br Med J. 1989; 298: 924-928.
Stewart AF, Cain RL, Burr DB, Jacob D, Turner CH, Hock JM. Six-month daily
administration of parathyroid hormone and parathyroid hormone-related protein peptides to
adult ovariectomized rats markedly enhances bone mass and biomechanical properties: a
comparison of human parathyroid hormone 1-34, parathyroid hormone-related protein 1-36,
and SDZ-parathyroid hormone 893. J Bone Miner Res. 2000; 15: 1517-1525.

Strewler G. Mineral metabolism and metabolic bone disease. In: Greenspan F, Strewler G,
eds. Basic & Clinical Endocrinology. Prentice-Hall. New York, 1997; p.263-316.

Strewler G. Local and systemic control of osteoblast. J Clin Invest. 2001; 107: 271-272.

Strewler GJ. The physiology of parathyroid hormone-related protein. N Engl J Med. 2000;
342: 177-185.

Stringari FF, Zanette E, Mamachado F et al. Influência da sazonalidade na determinação da


densidade mineral óssea. Arq Bras Endocrinol Metab. 2004; 48: 240-244.

Suda T, Udagawa N, Nakamura I, Miyaura C, Takahashi N. Modulation of osteoclast


differentiation by local factors. Bone. 1995; 17: 87S-91S.

Swarthout JT, D'Alonzo RC, Selvamurugan N, Partridge NC. Parathyroid hormone-dependent


signaling pathways regulating genes in bone cells. Gene. 2002; 282: 1-17.

Tam CS, Heersche JN, Murray TM, Parsons JA. Parathyroid hormone stimulates the bone
apposition rate independently of its resorptive action: differential effects of intermittent and
continuous administration. Endocrinology. 1982; 110: 506-512.

Uebelhart D, Gineyts E, Chapuy MC, Delmas PD. Urinary excretion of pyridinium crosslinks:
a new marker of bone resorption in metabolic bone disease. Bone Miner. 1990; 8: 87-96.

Usdin TB, Hoare SRJ, Wang T, Mezey E, Kowalak JA. TIP39: A new neuropeptide and
PTH2 receptor agonist from hypotalamus. Nat Neurosci. 1999; 2: 941-943.

Vestergaard P, Mosekilde L. Fractures in patients with hyperthyroidism and hypothyroidism:


a nationwide follow-up study in 16,249 patients. Thyroid. 2002; 12: 411-419.

Vestergaard P, Mosekilde L. Hyperthyroidism, bone mineral, and fracture risk - a meta-


analysis. Thyroid. 2003; 13: 585-593.

Vieira JGH. O papel dos marcadores bioquímicos do metabolismo ósseo no diagnóstico e


seguimento laboratorial das doenças ósteo-metabólicas. Rev Bras Clín Ter. 1998; 24: 73-76.

Vieira JGH. Consideraçöes sobre os marcadores bioquímicos do metabolismo ósseo e sua


utilidade prática. Arq Bras Endocrinol Metab. 1999; 43: 415-422.

Vieira JGH. Testemunho de um observador eventual. Paratohormônio no tratamento da


osteoporose: da controvérsia à realidade. Arq Bras Endocrinol Metab. 2002; 46: 288-290.
Wishart JM, Need AG, Horowitz M et al. Effect of age on bone density and bone turnover in
men. Clin Endocrinol (Oxf). 1995; 42: 141-146.

Yates AA, Schlincker SA, Suitor CW. Dietary reference intakes: the new basis for
recommendation for calcium and related nutrients B vitamins, and choline. J Am Diet Assoc.
1998; 98: 688-706.

Zanette E, Stringari FF, Machado F et al. Avaliação do diagnóstico densitométrico de


osteoporose/osteopenia conforme o sítio ósseo. Arq Bras Endocrinol Metab. 2003; 47: 30-36.

You might also like