Este curso analisa como a antropologia se desenvolveu em diálogo com a história e como conceitos de tempo e temporalidade variam entre culturas. Os alunos explorarão diferentes abordagens antropológicas para o tempo, como a noção de que todas as sociedades constroem suas próprias noções de tempo. O curso também examinará como o tempo é representado culturalmente e como noções de passado, presente e futuro influenciam as sociedades.
Este curso analisa como a antropologia se desenvolveu em diálogo com a história e como conceitos de tempo e temporalidade variam entre culturas. Os alunos explorarão diferentes abordagens antropológicas para o tempo, como a noção de que todas as sociedades constroem suas próprias noções de tempo. O curso também examinará como o tempo é representado culturalmente e como noções de passado, presente e futuro influenciam as sociedades.
Este curso analisa como a antropologia se desenvolveu em diálogo com a história e como conceitos de tempo e temporalidade variam entre culturas. Os alunos explorarão diferentes abordagens antropológicas para o tempo, como a noção de que todas as sociedades constroem suas próprias noções de tempo. O curso também examinará como o tempo é representado culturalmente e como noções de passado, presente e futuro influenciam as sociedades.
Professores responsveis: Joo Felipe Gonalves e Lilia Moritz Schwarcz
O objetivo desse curso optativo analisar, em primeiro lugar, como a antropologia, enquanto disciplina, afirmou-se em dilogo, e muitas vezes em contraposio, com a histria. A proposta investigar como algumas escolas de antropologia -- e certos autores vem dialogando com vrias histrias: um modelo ocidental de histria (digamos assim) -- pautado pela cronologia e pela comprovao documental; uma histria tal qual os historiadores a fazem (a disciplina histrica); uma histria entendida como categoria social (e que me remete noo de temporalidade); ou a crtica a uma certa Filosofia da Histria, o que permitir pensar no conceito de historicidades. A inteno no , porm, engessar autores e obras, nem dar um tom por demais evolutivo ao argumento, com o risco de que a mera sucesso de sistemas filosficos deixe escapar o essencial: o prprio contedo das diferentes obras. Com o intuito de evitar tal risco examinaremos diferentes possibilidades que o debate alimenta. Alm do mais, ser possvel problematizar a associao fcil entre o conceito de histria e de tempo. Afinal, a histria pode ser tomada como uma disciplina, ou como uma categoria fundamental, uma vez que no h sociedade que no construa sua noo de tempo, a despeito de cada cultura a realizar empiricamente de formas muitos diversas. Como se pode notar -- e parafraseando Lvi-Strauss --, a histria mesmo boa para pensar. Assim como se estudam parentescos, rituais, simbologias, totens tambm ela permite prever como a humanidade una, mas variada em suas manifestaes. Essa histria tem, assim, muitos trajetos: nesse curso pretende-se, pois, realizar uma breve e inicial antropologia do tempo e da histria.
1) 11 de agosto de 2014. Apresentao do curso e diviso dos seminrios
2) 18 de agosto de 2014. Antropologia do presente e a recusa da subjetividade histrica. mile Durkheim. 1988. Representaes individuais e representaes coletivas (1898), em Sociologia e filosofia. Rio de J aneiro: Forense. Heloisa Pontes. 1993. Durkheim: uma anlise dos fundamentos simblicos da vida social e dos fundamentos sociais do simbolismo, Cadernos de Campo, ano 3, n o 3, pp. 89-102 (So Paulo: USP/FFLCH, Depto. de Antropologia). A. R. Radcliffe-Brown. 1989. Introduo, em Estrutura e funo nas sociedades primitivas. Lisboa: Edies 70. Fortes, Meyer. 1949. Time and Social Structure: An Ashanti Case Study In Social Structure: Studies Presented to A. R. Radcliffe-Brown, ed. M. Fortes. New York: Russell and Russell. Gellner, Ernest. 1958. Time and Theory in Social Anthropology Mind 67:182-202.
3) 25 de agosto de 2014. Antropologia e histria; antropologia X histria Paul Rivers. 1991 (1920).Histria e etnologia In Roberto Cardoso de Oliveira (org.), A antropologia de Rivers. Campinas: Editora da Unicamp. E. E. Evans-Pritchard. 1962. Anthropology and history. In Essays in social anthropology London: Faber and Faber. Braudel, Fernand Histria e Cincias Sociais. A Longa Durao in Escritos sobre a histria. So Paulo, Perspectiva, 1978. Claude Lefort. 1979. Sociedades sem histria e historicidade, em As formas da histria. So Paulo: Brasiliense. Claude Lvi-Strauss. 1975. Histria e etnologia, em Antropologia estrutural. Rio de J aneiro: Tempo Brasileiro.
4) 1 de setembro de 2014. Tempo e representao Evans-Pritchard. 1940. Time and Space. In The Nuer. Oxford: Clarendon. Leach, Edmund. 1961. Two Essays Concerning the Symbolic Representation of Time. In Rethinking Anthropology. London: Athlone Press. Geertz, Clifford. 1973. Person, Time and Conduct in Bali. In The Interpretation of Cultures. New York: Basic Books.
5) 8 de setembro de 2014. Formas de histria Bakhtin, Mikhail. 1981. "Forms of Time and of the Chronotope in the Novel" In The Dialogic Imagination. Austin: U. Texas Press. Dent, Alexander. Country Brothers: Kinship and Chronotope in Brazilian Rural Public Culture. Anthropology Quarterly 80:2, 455-495
6) 15 de setembro de 2014 O presente anda cheio de histria Thompson, E.P. 1967. Time, Work and Discipline in Industrial Capitalism. Past and Present 38:56-97. Hobsbawm, Eric. 1971. The Social Function of the Past: Some Questions. Past and Present 55:3-17 Cohn, Bernard. 1961. The Pasts of an Indian Village. Comparative Studies in Society and History. 3:241-49. Bloch, Maurice. 1977. The Past and the Present in the Present Man 12:278-292. Appadurai, Arjun. 1981. The Past as a Scarce Resource. Man 16:201-219 Dirks, Nicholas. 1990. History as a Sign of the Modern. Public Culture 2:25-32.
7) 22 de setembro de 2014. Tempo vazio e homogneo? Benjamin, Walter. 1969. Theses on the Philosophy of History. In Illuminations. New York: Schocken. Anderson, Benedict. 1991. Imagined Communities: Reflections on the Origin and Spread of Nationalism. Captulos 1, 2, 3 e 11.
8) 29 de setembro de 2014. Historicizando a histria Koselleck, Reinhart. 2004 (1979). Futures Past: On the Semantics of Historical Time. New York: Columbia University Press.
9) 6 de outubro de 2014. Culturalizando o tempo Gell, Alfred. 1992. The Anthropology of Time: Cultural Constructions of Temporal Maps and Images. Oxford: Berg.
10) 13 de outubro de 2014. A poltica da temporalidade Greenhouse, Carol. 1996. A Moment's Notice: Time Politics Across Cultures. Ithaca: Cornell University Press.
11) 20 de outubro de 2014. A produo da histria Trouillot, Michel-Rolph. 1995. Silencing the Past: Power and the Production of History. Boston: Beacon Press. Lilia Schwarcz. Questes de fronteira: sobre uma antropologia da histria. In Revista Novos estudos. So Paulo, Cebrap, nmero 72, julho de 2005. Pp. 119-136.
12) 27 de outubro de 2014. Tempo, cronologia e nostalgia Didi-Huberman, Georges. Ante el tiempo. Buenos Aires, Adriana Hidalgo editora. 2011
3 de novembro de 2014. No haver aula
13) 10 de novembro de 2014. Nostalgia Boym, Svetlana. 2001. The Future of Nostalgia. Partes 1 e 3.
14) 17 de novembro de 2014. Temporalidade e mito Carneiro da Cunha, Manuela e Eduardo Viveiros de Castro. 1986. Vingana e temporalidade: os Tupinambs. Anurio Antropolgico. vol. 85, pp. 57-78. Overing, J oanna. 1995. O mito como histria: um problema de tempo, realidade e outras questes. Mana 1:1. Comaroff, J ohn and J ean Comaroff. 1990. The Madman and the Migrant: Work and Labor in the Historical Consciousness of a South African People. American Ethnologist 14:191- 209. Robbins, J oel. 2007. "Continuity Thinking and the Problem of Christian Culture: Belief, Time, and the Anthropology of Christianity." Current Anthropology 48:5-38.
15) 24 de novembro de 2014. Tempos de futuro Adam, Barbara. 2004. Memory of Futures. KronoScope 4:297-315 Guyer, J ane. 2007. "Prophecy and the Near Future: Thoughts on Macroeconomic, Evangelical, and Punctuated Time." American Ethnologist. 34(3):409-421. Harms, Erik. 2011. Future Orientations in the Country of Memory: Social Conceptions of Time and Negotiating Time and Space: Household, Labor, Land, and Movement In Saigon's Edge: On the Margins of Ho Chi Minh City. Minneapolis: University of Minnesota Press.